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1/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP A NOVA PANDEMIA É A SÍNDROME DO PESSIMISMO Vieira, Lourenço Dr** O Brasil está entre os países com os maiores sintomas de burnout no trabalho: cada vez mais funcionários não se sentem recompensados nem financeiramente nem emocionalmente. As empresas estão testemunhando uma mudança social maciça: ninguém quer que o emprego governe suas vidas. As relações de trabalho se tornaram mais complexas na esteira da pandemia. Ao longo de 2023, a economia brasileira continuou crescendo e as empresas continuaram contratando, e ainda assim o clima que predomina entre muitos trabalhadores é de desânimo e desconexão. Consultores de RH falam sobre a "síndrome do pessimismo", e empresas que focam no bem-estar no local de trabalho dizem que consultas e pedidos de ajuda para melhorar a gestão de equipes quadruplicaram no último ano. Especialistas em psicologia do trabalho e relações de trabalho concordam que, em parte, é consequência da desconexão e perda do sentimento de pertencimento às empresas que a pandemia desencadeou e que nos primeiros meses de retorno à normalidade deu origem ao fenômeno da Grande Demissão ou Grande Remissão; a recusa voluntária dos empregados em retornar ou continuar em seus empregos anteriores. O impacto da pandemia é latente, é muito perceptível: o trabalho remoto, a incerteza econômica e as preocupações com a saúde aumentaram o nível de estresse e ansiedade dos funcionários e isso é perceptível na diminuição da moral, motivação e comprometimento; Entre 60% e 70% dos brasileiros dizem que não estão felizes no trabalho e 40% não se sentem apoiados em termos de bem-estar no trabalho, de acordo com vários estudos. 2/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP Observamos uma clara discrepância entre como os profissionais se sentem, que em sua maioria se confessam desmotivados, e a convicção da empresa de que estão bem, e isso aumenta a sensação de que a empresa não está do seu lado, não os ajuda. Os resultados da última grande pesquisa de recursos humanos da UFJF sobre as perspectivas de médio e longo prazo dos trabalhadores colocaram o Brasil como o sexto país com mais sintomas de burnout no trabalho. Sete em cada dez funcionários disseram ter sofrido Burnout no último ano: 47% deles por trabalhar demais, 44% por terem assumido mais responsabilidades após demissões ou a saída de outros funcionários e por falta de apoio de chefes ou líderes da empresa. No nosso trabalho como consultor e professor vejo muitas empresas no Brasil e, em algumas delas, as pessoas estão a arrastar os pés emocionalmente, são zombies; E não é porque eu não quero trabalhar, eu acho que é uma questão de desmotivação, porque em algumas empresas existem especialistas em desmotivar pessoas que vêm motivadas de casa; existem culturas organizacionais e gestores muito tóxicos. Pois o humor está intimamente ligado ao nível de comprometimento que os gestores são capazes de gerar nos colaboradores. E, neste momento, esse compromisso está no nível mais baixo de todos os tempos. Não há lealdade às organizações; São muitos milhões de profissionais que, em decorrência da pandemia, da ecoansiedade e das mudanças sociais e culturais, sentem que suas vidas são importantes, que passam rápido e que não aspiram à autorrealização no trabalho, mas fora dele; hoje vemos gestores de recursos humanos preocupados que alguém que ingressa na empresa não saia antes de um ano, devido ao custo psicológico e econômico que isso tem para a empresa. Eles ressaltam que o desengajamento e o desânimo dos funcionários são influenciados pelos salários pagos, mas não são a principal causa. 3/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP O que emerge quando você fala com eles é, acima de tudo, a falta de reconhecimento de suas conquistas e a falta de propósito, que eles não veem o significado de seu trabalho. E há problemas de comunicação e segurança psicológica. Há um medo geral de propor ideias e falar em reuniões, porque muitos funcionários sentem que tudo o que propõem é rapidamente descartado e não importa o que façam, não haverá mudança, e isso causa desesperança aprendida, os tira do propósito, os leva a ficar nas sombras e tem um impacto no baixo humor. Há um sentimento muito grande entre os trabalhadores, após a incerteza da pandemia e as dificuldades económicas derivadas da inflação, de que as empresas falharam, de que tomaram decisões negativas, de que estão a pedir cada vez mais, mas a dar muito pouco e não cuidam deles, nem em termos de reconhecimento nem de bem-estar emocional. Tudo isso, somado ao cansaço do trabalho remoto, à hiper conexão que ele acarreta e à convicção de que nem tudo na vida é trabalho, tem levado muitos colaboradores à apatia e a uma desconexão progressiva sem que a pessoa tenha consciência disso e sem que muitas empresas o detectem, porque é gradual. Procurando propósito nas menores coisas A saída para o pessimismo no trabalho é "buscar propósito nas menores coisas". Se o ambiente de trabalho causar estresse ou desânimo, devemos priorizar "conectar-se com nossos gostos, focar em nossos valores, no que você está fazendo isso e não nas tarefas diárias" e procurar momentos diários, mesmo que sejam apenas 5 minutos, para se desconectar do trabalho e relaxar, dar uma caminhada... E se você tem clareza de que esse trabalho não está onde você quer estar, comece a procurar opções, que podem ser alteradas. Os neurônios-espelho fazem com que tanto o positivo quanto o negativo sejam contagiosos. 4/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP Por isso, sugere afastar-se de pessoas e organizações tóxicas e procurar pessoas e empresas com vitaminas, que também existem e geram desafios, entusiasmo, crescimento e felicidade. "O trabalho deixou de ser prioridade da vida e o medo de perdê-lo desapareceu" O mundo do trabalho é uma representação clara do que está acontecendo socialmente, de uma mudança de hábitos, atitudes e valores que a pandemia intensificou e acelerou. Psicólogos e consultores de recursos humanos dizem que o pessimismo e a falta de conexão com a empresa por parte da força de trabalho têm muito a ver com o fato de que hoje o trabalho já está na pirâmide de prioridades das pessoas, entre outros motivos porque tê-lo ou mantê-lo não é garantia de desfrutar de um bom padrão de vida. Antes, o elevador social funcionava e muitas pessoas, de diferentes gerações, se definiam pelo seu trabalho, sentiam que eram o que faziam, mas agora isso mudou e as pessoas sentem que são o que são, não o que fazem, que não importa se são advogados ou jornalistas porque hoje trabalham numa empresa ou em algumas funções e amanhã noutra... Também não há muita diferença entre o que permite que você tenha um bom emprego e um não tão bom, então a máxima é que nem tudo é sobre ter esse trabalho ou dar tudo pelo seu trabalho. Soma-se a isso, diz ele, a perda do medo de perder o emprego: antes, ser demitido era motivo de vergonha social, as pessoas não diziam; mas agora é uma inevitabilidade, todo mundo conhece alguém que foi demitido. Além disso, muitas pessoas na faixa etária de 35 a 45 anos, que deveriam estar em fase de consolidação profissional, percebem que não estão nesse ponto da carreira e começam a entender que não chegarão aos cargos que esperariam, o que causa frustração e, sobretudo, que não há tantas pessoas dispostas a sacrificar suas vidas pessoais por suas vidas profissionais. 5/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - VilaMatias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP Há um choque cultural: enquanto para os boomers o trabalho os definia, a partir dos 40 anos já não se dá tanta importância ao que se faz, mas ao que se vive, admirar se não quem trabalha em algo, mas quem tem mais possibilidades de experiências de vida. Por todas essas razões, muitos funcionários rapidamente aderiram às abordagens que os trabalhadores mais jovens, da geração Z, estavam começando a introduzir nas relações de trabalho: "nem o chefe nem a empresa são os donos da minha vida; meus interesses e necessidades contam, quero flexibilidade e ser julgado pelo cumprimento de metas." Mas, além disso, como o modelo social que impulsiona a digitalização é o do imediatismo e da busca pelo reconhecimento instantâneo, eles querem experiências e transformações rápidas e subir rapidamente. E tudo isso se choca com o fato de que a cultura na maioria das empresas ainda é muito hierárquica e a liderança é exercida através do controle e não da confiança. Essa dissociação é difícil de gerir, causa problemas e frustração, e é por isso que há tanta gente com desapego e desânimo. O problema é que ainda pensamos que, como gestores, temos a perna superior como no passado, mas isso mudou; as pessoas – e não estou falando apenas dos jovens – não consentem mais com estilos de liderança de micro gestão, modelos de gestão que envolvem controle sobre elas e o monitoramento de suas atividades. Um exemplo bem gráfico: até alguns anos atrás, os gerentes conseguiam pastorear ovelhas porque éramos obedientes, medrosos... e quando uma ovelha não obedecia, o cão era autorizado a ir e colocá-la no rebanho; mas já não temos ovelhas nas empresas, temos pessoas independentes, anárquicas, rebeldes... (porque é assim que pais e professores têm feito), e agora temos que trabalhar com eles de uma forma diferente, não podemos tratá-los como ovelhas, temos que cocriar limites com eles. Já existem empresas, sobretudo as com uma cultura muito emocional e inovadora, que o fazem, e as que são muito pragmáticas, mas as que são muito hierárquicas ou muito relacionais não o são. 6/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP Quando conversamos com gestores de RH eles dizem que sabem que a felicidade dos colaboradores é lucrativa e que o bem-estar no local de trabalho é uma de suas prioridades, mas quando pergunto o que estão fazendo para promovê-la, eles dizem que não é tão fácil assim, que quando pedem autorização para investimentos, os executivos priorizam a saúde financeira da empresa em detrimento da felicidade dos colaboradores. Como compensar a empatia é possível e necessário Ser empático é bom: mostra nossa face sensível e nos torna pessoas com melhores habilidades sociais. No entanto, a empatia às vezes pode se tornar uma faca de dois gumes, levando a consequências negativas e inesperadas. O que é ecpatia? O novo termo que se popularizou, conhecido como ecpatia, pode ser entendido como uma estratégia de proteção emocional. A principal função da ecpatia é proteger as próprias emoções, regulando o nível empático da pessoa. Vamos explicar um pouco mais profundamente, o que significa "regular o nível empático"? Pois bem, empatia é a participação afetiva de uma pessoa em uma realidade que lhe é estranha. Simplificando, envolve colocar-se no lugar de outra pessoa. Ser empático envolve tentar sentir o que outra pessoa pode estar passando em um nível afetivo e emocional, de acordo com suas circunstâncias particulares das quais estamos cientes. Em muitas ocasiões, como você pode imaginar, a empatia é uma qualidade positiva: nos torna pessoas melhores. No entanto, em outras circunstâncias, isso pode ser uma grande fraqueza. Discutiremos o porquê mais adiante, mas vale ressaltar que a regulação da empatia é muito necessária. Assim, a ecpatia é uma estratégia protetora, permitindo a regulação dos níveis empáticos em benefício próprio. 7/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP A regulação da empatia Ter ecpatia não torna alguém desprovido de empatia. Ou seja, uma pessoa pode ser altamente empática, mas saber regular o quanto é afetada ou influenciada pelas emoções dos outros. Alguém que é ecpata, embora possa sentir as emoções do outro e se colocar em seu lugar (ter empatia), sabe como se proteger e separar suas emoções das dos outros quando as circunstâncias o justificam. A ecpatia, então, complementa a empatia. É uma estratégia de regulação voluntária (ou seja, que conhecemos) que permitirá que você se coloque em uma situação em relação ao que está acontecendo no outro. Permitindo-lhe, ao mesmo tempo, proteger a sua saúde emocional, sem se "deixar" levar pela sensibilidade e pelas circunstâncias. Poderíamos dizer que a ecpatia é uma ferramenta para excluir, deixar de lado, os sentimentos que percebemos nas outras pessoas e prejudicar nosso bem-estar. É um freio à empatia: nos permite regular até que ponto nos colocarmos no lugar do outro nos afeta positivamente, deixar o negativo de lado. É por isso que a ecpatia é um elemento útil da inteligência emocional, permitindo-nos regular as nossas emoções de uma forma favorável. Ecpatia e antipatia A ecpatia é muitas vezes confundida com antipatia. Já deixamos claro: só porque alguém é ecpático não faz com que falte empatia. A falta desta última qualidade acontece quando a pessoa em questão rejeita outra pessoa. Implicaria um descontentamento com outras pessoas, o que é conhecido como antipatia. A antipatia é um sentimento de aversão a outra pessoa, a ecpatia está longe de significar isso. Uma pessoa ecpática sabe colocar uma distância segura, permitindo o estabelecimento de um equilíbrio entre estar emocionalmente envolvido sobre o que acontece com outra pessoa e como isso afeta sua própria vida. 8/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP Principais vantagens de desenvolver sua ecpatia A ecpatia, como você pode ver, permite que você regule sua empatia. Evite excessos e proteja seu bem-estar. Poderíamos listar uma série de usos e vantagens que o desenvolvimento da sua ecpatia lhe trará. É o que faremos agora. Continue lendo se quiser saber por que você deve colocar sua ecpatia em prática. Você pensará nos outros, sem perder de vista a si mesmo Ecpatia é pensar nas outras pessoas, mas sem perder o foco nas próprias necessidades, sentimentos e sensações. Ao praticá-lo você evitará perder de vista a si mesmo, poderá ajudar os outros, mas sabendo o que também está acontecendo com você, e até que ponto é saudável para você se envolver com uma pessoa ou uma situação. Você vai entender a importância dos limites Somos seres sociais e precisamos nos relacionar com outras pessoas para manter um certo bem-estar emocional. No entanto, essa conexão com os outros também pode nos trazer transtornos e nos prejudicar, como acontece quando nos envolvemos demais com outras pessoas e suas experiências, e acabamos sendo afetados. Este último é um exemplo de excesso de empatia. A ecpatia vem justamente para destacar a importância dos limites e por que você deve defini-los. Você evitará ser manipulado Uma das vantagens cruciais da ecpatia é precisamente o facto de nos permitir discernir situações de manipulação. Em muitas ocasiões, o que outra pessoa está passando consegue nos comover, e acabamos sendo manipulados através dessa estratégia insensível. 9/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP A ecpatia, ao nos permitir analisar conscientemente uma situação e entender em quemedida ela é ou não benéfica para nós, nos permitirá limitar o escopo de um manipulador. Você será capaz de reconhecer quando outra pessoa tem interesses perversos, abrindo-se emocionalmente para você, e você se poupará de mágoas e desconfortos. Ecpatia, uma habilidade social que vale a pena desenvolver Como você deve ter visto, a ecpatia é uma ferramenta de proteção emocional. Isso permitirá que você faça uma divisão saudável entre o que você sente e o que os outros sentem, levando-o a entender até que ponto se envolver com o que acontece com outra pessoa é benéfico para você. Se você está se perguntando como testar e desenvolver suas habilidades de ecpatia, a resposta é simples, mas não será fácil fazê-lo. Para conseguir isso, você deve primeiro se conscientizar do que está acontecendo com outra pessoa em um nível emocional. Para então ser capaz de avaliar qual é o seu humor e como os sentimentos da outra pessoa irão afetá-lo. É, como você verá, um trabalho de cem por cento de autoconhecimento. Depois de entender como o que acontece com outra pessoa afetará sua emocionalidade, você entenderá quando estabelecer limites é necessário. Você já ouviu falar em ecpatia? Aproveite essas dicas para desenvolvê-lo, você conseguirá viver melhor. A técnica para dormir melhor Em uma base científica, por que você não deve fazer um esforço para ter um boa noite de sono. Ninguém gosta de jogar e virar na cama sem conseguir dormir. Mas a falta de descanso é muito mais do que um incômodo ocasional que te deixa cansado no dia seguinte. Dificuldades para adormecer e permanecer dormindo durante toda a noite levam a mudanças na estrutura desse sono, encurtando algumas fases cruciais para que o cérebro possa efetivamente se "limpar". 10/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP Se o problema persistir e se tornar crônico, o risco de distúrbios metabólicos, como diabetes tipo 2, obesidade ou hipertensão, aumentará. É por isso que deixar de lado as preocupações na hora de dormir é uma habilidade crítica. Existem técnicas que podem nos ajudar a conseguir isso mesmo em períodos de alto estresse. Não se force Ter uma boa noite de sono não é uma questão de esforço. Usar a cama apenas para dormir ou fazer sexo é uma das mudanças comportamentais mais importantes na terapia da insônia, mas todos os meus pacientes que afirmam já seguir essa regra estão fazendo errado. Eles ainda usam a cama para a pior atividade possível: tentar dormir com todas as forças. O esforço para dormir é um dos maiores fatores perpetuadores da insônia crônica. Afinal, como esperar ter uma boa relação com o sono se tudo é trabalho e nada de brincadeira? Esforçar-se para dormir é um problema particularmente complexo, porque é tão contrário à lógica. Todo o resto da sua vida fica melhor quando você se esforça mais. No entanto, quando se trata de sono, o esforço é muitas vezes contraproducente. Nesse sentido, aquelas pessoas que dormem bem ou que não têm problemas para adormecer, em geral, não costumam gastar muito tempo ou esforço pensando em dormir, em como otimizar sua rotina noturna, no número de horas que dormiram na noite anterior ou quantas conseguirão descansar nesta noite. Eles não fazem de tudo para encontrar o melhor travesseiro, a postura ideal ou a medicação perfeita. Eles nem evitam ingerir líquidos antes de dormir, pois não estão preocupados com a possibilidade de acordar para ir ao banheiro durante a noite: se isso acontecer, voltarão a dormir sem problemas. É claro que é essa atitude relaxada, entre outras coisas, que possibilita um sono adequado. Pare de olhar para o relógio Evite acompanhar as horas que estamos dormindo. Se você já teve problemas para dormir, talvez tenha acordado no meio da noite e olhado para o relógio para ver que horas eram. Isso, em geral, muitas vezes sai pela culatra. 11/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP Um experimento clássico revelou que, quando as pessoas eram instruídas a controlar um relógio, não apenas levavam mais tempo para adormecer, mas também superestimavam o tempo em que estavam acordadas em comparação com os participantes que eram instruídos a assistir a uma tela sem relógio. Ver os minutos passarem causa ansiedade e frustração, distorce a sensação de tempo e exacerba a hiperexcitação. Deixe seu relógio ou telefone do outro lado da sala e cubra-o com uma camiseta para evitar a tentação de olhar para ele. E se eu acordar durante a noite e não conseguir voltar a dormir? Nesse caso, a recomendação do médico é clara: não lute contra si mesmo. Quando não conseguir adormecer novamente, levante-se e faça outra coisa. Dessa forma, você evita treinar seu cérebro para associar o sono ao estresse e à frustração. Você não precisa sair da cama ao primeiro sinal de consciência, mas também não espere até ficar frustrado com a falta de sono. Você pode fazer o que quiser. Não assista a um programa de TV chato ou leia um livro agitado para tentar se aborrecer para dormir – você só ficará irritado por perder seu tempo, e logo começará a se preocupar com a insônia novamente. Em vez disso, assista àquele programa que você queria assistir ou leia aquele livro que o viciou. O objetivo é evitar que seu cérebro aprenda a associar a cama à vigília e ao esforço. Se você não estava dormindo de qualquer maneira, ficar na cama tranquilamente tentando dormir não será a solução. Seu cérebro já acorda à noite. Ficar na cama não impede. Nem sair da cama, mas ensina ao seu cérebro que acordar não é motivo para se sentir frustrado, o que, por sua vez, ensina a relaxarem vez de entrar no modo de alerta máximo quando você acorda à noite. A Técnica 5-4-3-2-1 Esse exercício é o que ele costuma propor para que eles atinjam um objetivo primordial, não só em termos de sono, mas também de bem-estar no dia a dia: sair da cabeça e estar no corpo. 12/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP Experimentamos menos dor e ansiedade quando aceitamos e permitimos essas sensações corporais em vez de combatê-las em nossa mente. O 5-4-3-2-1 é um exercício de mindfulness que ajuda a alcançar essa aceitação da dimensão corporal da nossa vida e esse contato é uma mudança de paradigma fundamental para um bom descanso. O exercício pode ser realizado em qualquer lugar e a qualquer hora. É especialmente útil quando você sente que está entrando em uma espiral de ruminação. A técnica envolve parar e fazer a si mesmo estas perguntas: • Que cinco coisas vejo ao meu redor? • Que quatro coisas eu ouço? • Que três coisas percebo com o meu corpo? • Que duas coisas posso cheirar? • O que posso provar? (Substitua-o por outra coisa que você perceba com seu corpo, ou com uma emoção, se você não tiver nada a provar.) Há dois erros que seus pacientes costumam cometer nas primeiras vezes que fazem esse exercício. A primeira é passar rapidamente pelos itens da lista. "Devagar! Não é uma competição para ver quem termina em primeiro. A questão não é apenas nomear os objetos, mas realmente vê-los. Observe qualidades visuais ou detalhes que você pode ter perdido neles. O segundo erro comum é analisar ou julgar o que está sendo vivido. "Pequenos julgamentos como 'eu sinto o cheiro das meias velhas no quarto do meu filho, isso é nojento' muitas vezes entram sorrateiramente. É assim que entramos na nossa cabeça e nos afastamos do nosso corpo. Em vez disso, permita-se perceber as coisas sem mais delongas, sem a necessidade de interpretação ou análise. Permita-se ser aberto e curioso, como um recém-nascido", sugere. 13/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias- Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP O objetivo deste exercício é vivenciar a realidade através dos cinco sentidos, o que nos leva ao aqui e agora. Isso evita que nos estressemos com o futuro ou fiquemos presos analisando o passado. Respiração consciente Este exercício também pode ser feito a qualquer hora, em qualquer lugar. Ele é projetado para focar a atenção na respiração, que é outro pilar da atenção plena. 1. Observe como você se sente quando respira. Como é o ar entrando pelo nariz? O que você percebe quando sai do nariz ou da boca? Como seu corpo se move quando você respira? 2. Não mude nada em sua respiração ou julgue-a como boa ou ruim. 3. Não resista quando perceber outros pensamentos chegando até você. Perceba-os, empurre-os suavemente para o lado e traga sua atenção de volta para a respiração quando estiver pronto. 4. Continue a notar as sensações da sua respiração. Este é um exercício básico de meditação que você pode encontrar em sua versão guiada em diferentes plataformas gratuitas ou pagas. Se preferir ouvir uma voz que o direcione, você pode baixar um ou procurar um vídeo para praticá-lo. Influências ocultas na sua tomada de decisão Pontos psicologicamente cegos, surdos e mudos podem atrapalhar o julgamento. Embora os pontos cegos do preconceito sejam familiares para a maioria das pessoas, os pontos surdos e os pontos mudos provavelmente são menos. No entanto, são forças igualmente poderosas em nossa percepção, comunicação e tomada de decisões. Em 1969, o psicanalista Rudolf Ekstein propôs integrar a observação com o diálogo com o paciente para melhorar a tomada de decisão. 14/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP Ele identificou pontos cegos (incapacidade de ver um problema), pontos surdos (incapacidade de ouvir com precisão) e pontos mudos (incapacidade de falar abertamente) como áreas-chave a serem consideradas. Esses elementos formam o que chamo de "trilogia de erros", que levam a erros humanos significativos, que vão desde condenações injustas até alertas terroristas omitidos, erros médicos e golpes financeiros. É uma longa lista. Três pressupostos fundamentais: o que você vê não é tudo o que existe, o que você ouve não é tudo o que existe, e o que você diz não é tudo o que existe. Vamos explorar pontos cegos. 1. Pontos Cegos Interpretamos situações com base na personalidade, crenças, cultura, contexto e companheiro. Reconhecer e entender esses fatores ajuda a explicar o comportamento passado e mitigar erros futuros. O impacto de "fatores supostamente irrelevantes". Ele argumenta que fatores irracionais como normas, emoções ou mesmo o clima podem influenciar sutilmente o que consumimos, o que lemos, quem seguimos ou quando investimos. Por exemplo, você pode ser mais crítico porque está com fome ou gastar mais porque está sol. Essas influências são traiçoeiras. Muitas pessoas negam seus preconceitos, e estudos indicam que 90% das pessoas se acham menos suscetíveis ao preconceito do que a média das pessoas. O conceito de "o que-você-vê-é-tudo-é" destaca a tendência de se concentrar estritamente no que você sabe, que, por sua vez, é baseado no que você percebe ou experimenta. É como ver a árvore, mas não a floresta. É uma forma de racionalidade limitada ou cegueira de desatenção causada por focar nos detalhes e confiar no que vemos, não no que ouvimos. 15/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP Isso foi exemplificado durante a Segunda Guerra Mundial. A imprensa britânica cobriu o piloto de testes da RAF John "Cats Eyes" Cunningham, cujo registro excepcional destruiu aeronaves inimigas à noite. A mídia explicou sua visão noturna com fotos dele usando óculos escuros dentro e comendo cenouras. Mas seu avião carregava um radar aéreo. Os alemães acreditaram no que viram. Isso vale para o que você ouve. 2. Manchas surdas Considere um estudo do Bing Crosby no qual pesquisadores holandeses disseram aos participantes que uma gravação de ruído branco continha partes da música White Christmas. Os participantes foram instruídos a apertar um botão assim que o ouvissem. Surpreendentemente, um terço dos ouvintes apertou o botão. No entanto, a gravação não continha tal música. O que explica isso? Eles estavam esperando para ouvi-lo. Aparentemente, alucinações leves são comuns em situações estressantes, levantando questões sobre o impacto do ruído em nossas mentes. Surdez por desatenção. Como sua contraparte visual, a cegueira por desatenção complica ainda mais nossa percepção da realidade. Nossa fixação em estímulos visuais semelhantes aos do Instagram pode nos tornar "surdos" a pistas auditivas, levando a consequências perigosas. Muitas vezes você não ouve algo porque sua atenção está fixa. Nosso foco visual nos torna surdos, pois o som e a visão compartilham recursos limitados. Por exemplo, você pode não ouvir o alarme se estiver focado em um filme da Netflix. Em um mundo visual, alarmes domésticos, bebês chorando e cães latindo ficam em segundo plano. A surdez desatenta está relacionada ao conceito de síndrome do ouvido surdo, que é exacerbada por vieses como o de verdade por padrão e viés de confirmação, particularmente em situações de carga emocional. Podemos ouvir o que esperamos ser verdade, negar verdades desagradáveis ou julgar mensagens com base no mensageiro. 16/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP Pontos cegos e surdos, juntamente com pontos mudos, onde os indivíduos permanecem em silêncio devido ao medo ou pressões sociais, contribuem para uma trilogia de erros de julgamento. Se as pessoas se calam, suas vozes não podem ser ouvidas. 3. Pontos bobos Ouvi um provérbio inglês do século 15 na minha infância: "As crianças devem ser vistas, não ouvidas". Isso seria inédito hoje. Isso apoia nossa incapacidade ou falta de vontade de falar? Milhares de crianças abusadas por padres católicos foram auto silenciadas ou silenciadas por figuras de autoridade. Muitas vítimas só se manifestaram anos depois. As pessoas se calam de várias maneiras. Ghosting candidatos, colegas ou compromissos é pouco profissional, indelicado e, muitas vezes, contraproducente. No ambiente de trabalho, proliferam pontos bobos onde os funcionários permanecem em silêncio diante de má conduta. Em minha própria pesquisa sobre denúncias, 91% dos funcionários indignados declararam sua intenção de falar depois de serem expostos a um cenário hipotético de assédio. Logo depois, no entanto, apenas 9% clicaram em um site para obter instruções. Empresas como Theranos, FTX, Volkswagen, Boeing e muitas outras pagaram o preço pelo silêncio cúmplice. As pessoas desligam. Há alguma verdade na afirmação do estadista americano Frederick Douglass: "Suprimir a liberdade de expressão é um duplo erro. Viola tanto os direitos do ouvinte quanto os direitos do falante." Uma perspectiva 3D Em sua essência, a trilogia de erros ressalta a complexidade da percepção humana, da comunicação e da tomada de decisões. É claro que o que você vê não é tudo o que existe; O que você ouve não é tudo o que existe, e o que você diz não é tudo o que existe. 17/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP No entanto, sintonizando com os outros e reequilibrando o que vemos com o que ouvimos, podemos alcançar um melhor julgamento em ambientes pessoais e profissionais. Há muitas soluções para lidar com essa trilogia, e cientistas e pesquisadores as documentaram bem. É hora de sintonizar. Dopamina na cognição e motivação A dopamina,um neurotransmissor fundamental no cérebro humano, desempenha um papel multifacetado na regulação das funções cognitivas e motivacionais. Da memória e aprendizagem à atenção e motivação, a dopamina influencia uma variedade de processos neurais que sustentam nosso comportamento diário. Além disso, seu envolvimento no sistema de recompensa do cérebro o torna um elemento crucial na motivação e no alcance de metas. A dopamina é essencial para a consolidação da memória e aprendizagem. Estudos neurocientíficos têm mostrado que níveis ideais de dopamina em regiões específicas do cérebro facilitam a plasticidade sináptica, o processo pelo qual as conexões neurais relacionadas à memória e ao aprendizado são fortalecidas. Portanto, um equilíbrio adequado da dopamina é crucial para a formação de memórias duradouras e a aquisição de novas habilidades. Além de seu papel na cognição, a dopamina também desempenha um papel central na motivação e busca de recompensa. O sistema de recompensa do cérebro, que envolve a liberação de dopamina no circuito de recompensa mesolímbico, impulsiona nossa busca por prazer e gratificação. Quando experimentamos algo gratificante, como o cumprimento de uma meta ou o cumprimento de uma necessidade, há um aumento nos níveis de dopamina, o que reforça nosso comportamento e nos motiva a repeti-lo no futuro. No entanto, o uso excessivo de tecnologia, jogos e mídias sociais, bem como o estresse crônico, pode interromper o equilíbrio da dopamina no cérebro. 18/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP A superestimulação dos circuitos de recompensa pode levar à dessensibilização dos receptores de dopamina, exigindo níveis crescentes de estimulação para experimentar a mesma sensação de prazer. Esse fenômeno pode levar a comportamentos aditivos e compulsivos, pois a busca por recompensas se torna menos efetiva e mais compulsiva. Além disso, o estresse crônico pode afetar negativamente a regulação da dopamina, alterando sua liberação e reabsorção no cérebro. Isso pode ter consequências significativas na atenção, memória e motivação, já que a capacidade do cérebro de processar informações e perseguir objetivos está comprometida. Em resumo, a dopamina desempenha um papel crucial na regulação da memória, aprendizagem, atenção e motivação. No entanto, seu delicado equilíbrio pode ser facilmente perturbado pelo uso excessivo de tecnologia, jogos e estresse crônico, o que pode ter consequências negativas em nossa cognição e bem-estar emocional. Portanto, compreender como manter um equilíbrio saudável de dopamina no cérebro é essencial para promover a função cognitiva ideal e motivação saudável. Estamos interessados na sua opinião • Como a dopamina influencia a consolidação da memória e aprendizagem? • Qual é o papel da dopamina no sistema de recompensa do cérebro e como isso afeta nossa motivação? • Que impacto pode ter o uso excessivo da tecnologia e das redes sociais no equilíbrio da dopamina no cérebro? • Como o estresse crônico pode alterar a regulação da dopamina e que consequências pode ter em nossa cognição e motivação? • Que estratégias podem ser implementadas para manter um equilíbrio saudável de dopamina no cérebro e promover a função cognitiva ideal? 19/19 Ana Costa, 146 Cj 1303 - Vila Matias - Telefone: (13) 997178771 Santos -11060-000 - SP ** Lourenco Vieira (66 anos), Psicólogo – Doutor em Psiquiatria Social, Especialista em Neuropsicologia e Psicologia Social – Atualmente em atividade junto ao Psicologia Viva, Centro de Educação a Distância da Universidade Federal de Juiz de Fora e Secretaria de Estado da Educação – SP ( DERSantos) (lourenco.vieira@unifesp.br; Lourenco Vieira - Psicologia Viva) Santos, outono 2024 https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/ https://perfil.psicologiaviva.com.br/lourencovieira/
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