Buscar

Infecção Hospitalar - Tratamento e Prevenção - Módulo 02

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
INFECÇÃO HOSPITALAR – 
PREVENÇÃO E TRATAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INFECÇÃO HOSPITALAR – 
PREVENÇÃO E TRATAMENTO 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
 
 
MÓDULO II 
 
 
5 TIPOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR 
A seguir estudaremos os tipos de infecção hospitalar. Atente 
para cada um deles com atenção. É importante conhecê-los a fim de que 
possamos reconhecer seus sinais e sintomas, bem como sua etiologia. 
 
Segundo Martins (2006), no Brasil, há diferenças econômicas, sociais e 
culturais, além disso, existem grandes diferenças regionais na prevenção e no 
controle das IHs. Um dos problemas mais graves que atingem os hospitais 
brasileiros, especialmente os universitários, é o aumento de micro-organismos 
multirresistentes. 
O que são Bactérias Multirresistentes? 
 
Bactérias multirresistentes são aquelas que desenvolveram cepas 
resistentes a grande número de antibióticos. 
O surgimento de cepas de micro-organismos multirresistentes a antibióticos 
é extremamente preocupante na medida em que caminhamos para um ponto em 
que certas infecções serão, em um futuro não muito distante, intratáveis (COHEN, 
1992). 
É importante conhecer estas informações haja vista que muitas das 
infecções hospitalares podem estar relacionadas ao contágio por bactérias 
resistentes. Com isso, as medidas de segurança e vigilância epidemiológica deverão 
ser mais apuradas na tentativa de controle imediato da situação. Sabemos muitas 
vezes que estas bactérias tornam-se tão resistentes que causam a morte de 
inúmeros pacientes, principalmente aqueles que se encontram imunodeprimidos. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 28 
A seguir gráfico referente à distribuição das infecções hospitalares em 
pacientes internados em UTIs adulto realizada pela ANVISA em conjunto com a 
Universidade de São Paulo. 
 
 
FIGURA 10 - TAXAS DE IHS EM UTI ADULTO 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/infectes_hospitalares_panorama.pdf>. Acesso em: 
06 fev. 2012. 
 
 
Muitos estudiosos afirmam que as Unidades de Terapia Intensiva 
encontram-se os maiores riscos de infecção, haja vista serem locais com grande 
concentração de pacientes graves e uso frequente de antibióticos. 
A AMIB (Associação Brasileira de Medicina Intensiva Brasileira) realizou um 
estudo no qual se constatou que 16,9% dos pacientes internados em UTIs 
adquiriram infecções e sepse. Desses, a mortalidade geral foi de 46%, sendo que 
35,6% referente à sepse grave e 63,9% ao choque séptico. 
Dessa forma, percebemos que nas áreas hospitalares destinadas ao 
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/infectes_hospitalares_panorama.pdf
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
cuidado intensivo demandam mais atenção em relação à qualidade do atendimento 
prestado bem como aos cuidados referentes à prevenção das IHs. 
 
Você sabe o que são bactérias gram-positivas e gram-
negativas? 
É uma análise microscópica em que é realizada uma técnica de coloração a 
qual divide as bactérias em dois grupos: gram-positivas e gram-negativas. As gram-
positivas diferenciam-se por apresentarem uma coloração violácea; já as gram-
negativas vermelhas. Esta diferenciação ocorre devido às camadas externas das 
bactérias, fato que determina a ação de antibióticos no tratamento das infecções 
causadas por esses micro-organismos. 
 
 
FIGURA 11 - BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS E NEGATIVAS 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.medicinageriatrica.com.br>. Acesso em: 06 fev. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
 
 
5.1 INFECÇÕES URINÁRIAS 
 
 
As Infecções urinárias (ITUs) ocorrem quando há a proliferação de micro-
organismos no trato urinário. Esta infecção pode ser sintomática ou assintomática. 
Os micro-organismos podem chegar ao trato urinário através de três vias: 
ascendente, hematogênica ou linfática (ORTIZ, MAIA, 1999). 
A forma ascendente ocorre quando a infecção inicia-se na uretra ou bexiga e 
atinge as estruturas renais. A Hematogênica quando o sistema circulatório encontra-
se contaminado pelo micro-organismo e este atinge o sistema urinário. Já a linfática 
ocorre quando há a disseminação de patógenos por meio do sistema linfático, no 
qual há a migração deste micro-organismo para outras estruturas do corpo. 
Segundo Mermel (2002), são de extrema importância as infecções urinárias 
que acometem pacientes em uso crônico de cateterismo vesical. 
A simples manipulação inadequada durante uma cateterização vesical pode 
ocasionar danos ao paciente, que poderão levá-lo a desenvolver uma infecção por 
iatrogenia. Cabe ressaltar que muitas vezes os indivíduos hospitalizados encontram-
se imunodeprimidos, fato que aumenta ainda mais os riscos de contaminação e a 
suscetibilidade de proliferação de patógenos. 
 
Para Amadeu et al (2009) as ITUs são divididas em: 
 
 Altas (superior): as quais acometem o parênquima renal ou ureteres; 
 
 Baixas (inferior): envolvem a bexiga e a uretra. Nos homens acometem 
a próstata e o epidídimo. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
A seguir ilustração do Trato urinário, a fim de visualizarmos as estruturas 
alvo de nosso estudo. 
 
 
FIGURA 12 - TRATO URINÁRIO 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_11/cap_122.html>. Acesso em: 06 
fev. 2012. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
 
 
Com a finalidade de entendermos melhor as infecções urinárias 
devemos ter em mente alguns conceitos: 
 
 
5.1.1 Bacteriúria 
 
 
Brunner e Suddarth (2001) conceituam bacteriúria como sendo a presença 
de bactérias na urina (100.000 bactérias/ml de urina ou mais geralmente indicam a 
infecção). 
Para sabermos mais sobre as infecções urinárias, também devemos 
conhecer alguns termos técnicos relacionados a este assunto: 
 
 Poliúria: grande volume de urina durante a eliminação; 
 Oligúria: pequeno volume de urina; 
 Anúria: ausência de débito urinário; 
 Disúria: dificuldade ou dor ao urinar; 
 Nictúria: aumento excessivo do número de micções durante a noite; 
 Hematúria: presença de sangue na urina. 
 
 
5.2 SINAIS E SINTOMAS DAS ITUs 
 
 
Segundo Brunner e Suddarth (2001), as manifestações clínicas mais 
comuns às ITUs são: 
 
 Disúria; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
 Aumento da frequência urinária; 
 Urgência urinária; 
 Nictúria; 
 Dor e desconforto suprapúbicos; 
 Hematúria que pode ser macroscópica ou microscópica; 
 Em idosos o único sinal de ITU pode ser alterações no estado mental. 
 
 
5.3 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO TRATO URINÁRIO 
 
 
5.3.1 Cistite 
 
 
De acordo com Heilber e Shor (2003), consiste na aderência de bactérias à 
bexiga. Para Vieira Neto (2003), caracteriza-se clinicamente por presença de disúria, 
polaciúria e dor hipogástrica. 
 
 
5.3.2 Uretrite 
 
 
Consiste na inflamação da uretra. A sintomatologia se caracteriza por 
queimação ao redor da área da uretra, desconforto no pênis, secreção uretral e 
disúria. Brunner e Suddarth (2001) descrevem a etiologia da doença em que o 
grande número dos casos é transmitido sexualmente por Chlamydia trachomatis, 
Ureoplasma urealytium e Mycoplasma genitalium. A Trychomonas vaginalis e o vírus 
da herpes são outros disseminados via relação sexual causando uretrite em homens 
e mulheres. Existemtambém as uretrites não transmitidas por via sexual, são: 
uretrite bacteriana e uretrite decorrente de traumas relacionados à passagem de 
sondas uretrais ou cistoscopia. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
 
 
5.3.3 Pielonefrite Bacteriana Aguda 
 
 
Brunner e Suddarth (2001) definem Pielonefrite Bacteriana como uma 
infecção aguda e doença inflamatória do rim e pelve renal, afetando um ou ambos 
os rins. Manifestam-se por meio de febre, calafrios, náuseas, vômito e dor no flanco. 
Sua etiologia é ampla, podendo resultar da infecção de bactérias entéricas, 
obstrução ou infecção urinária, doenças renais, gestação, infecções do sangue e 
distúrbios metabólicos. 
É uma das doenças mais graves relacionadas às infecções uretrais. 
 
 
5.3.4 Prostatite 
 
 
O termo prostatite representa diversos grupos de síndromes com os mais 
variados sintomas, desde quadro agudo com sintomas intensos do trato urinário 
inferior a indivíduos assintomáticos (NEUMAIER, 2006). 
Ainda segundo Neumaier (2006), a prostatite bacteriana caracteriza-se por 
bacteiúria com sintomas agudos do trato urinário. Os agentes etiológicos mais 
comuns são E.coli (80% dos casos), Pseudomonas aeruginosa, Serratia, Klebisella, 
Proteus e Entericoccus. 
 
 
5.4 EXAMES DIAGNÓSTICOS 
 
 
As manifestações clínicas acima descritas podem levar a suspeita de 
infecção urinária, no entanto o diagnóstico deve ser realizado pelo médico por meio 
de avaliação clínica e realização de exames complementares. 
Os tipos mais comuns de exames para esta finalidade são o EAS (exames 
de urina simples ou urina tipo I) e nos casos de confirmação da proliferação de 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
bactérias na urina ou de acordo com análise médica, pode ser realizada a urocultura 
de urina. 
De acordo com Colombeli e Falkenberg (2006), exames laboratoriais 
solicitados em caso de suspeita de infecção do trato urinário envolvem, por exemplo, 
a detecção de bactérias e/ou leucócitos por tiras reagentes de urina, exame 
microscópico do sedimento ou cultura de urina. 
 
 
 
Como devemos colher estes exames corretamente? 
 
 
5.4.1 EAS 
 Efetuar a lavagem adequada da parte externa do aparelho geniturinário, 
secando posteriormente; 
 Colher a urina em um frasco limpo e seco; 
 Muitas vezes será necessário coletar a urina do paciente através de 
sondagem de alívio utilizando a técnica adequada e asséptica; 
 Caso o paciente tenha condições de realizá-lo sozinho, solicitar que despreze 
a primeira porção de urina e em seguida coletar diretamente no frasco 
fechando-o em seguida; 
 Encaminhar o exame ao laboratório. 
O exame de urina tipo I, quando realizado de maneira correta, é um ótimo 
auxiliar no que diz respeito ao diagnóstico da infecção urinária sendo 
conhecido como um teste de triagem e é uma avaliação de rotina. É um 
exame que envolve um custo baixo, a amostra é de fácil obtenção e a 
execução é bastante simples. Além disso, permite a detecção de inúmeras 
enfermidades de grande importância que incluem doenças renais e do 
sistema geniturinário e até mesmo o câncer (COSTA et al, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
 
 
5.4.2 Coleta de Urina para Exame Bacteriológico – Urocultura 
 
 
 Efetuar a lavagem adequada da parte externa do aparelho 
geniturinário, secando posteriormente; 
 Colher a urina em um frasco estéril tomando o devido cuidado para não 
tocar a parte interior do frasco coletor; 
 Muitas vezes será necessário coletar a urina do paciente por meio de 
sondagem de alívio utilizando a técnica adequada e asséptica; 
 Caso o paciente tenha condições de realizá-lo sozinho, solicitar que 
despreze a primeira porção de urina e em seguida coletar diretamente no frasco 
fechando-o em seguida; 
 Encaminhar o exame ao laboratório. 
Observação: o frasco deve ser devidamente identificado com o nome do 
paciente, data da coleta, leito (caso esteja hospitalizado) e demais dados exigidos 
pelo laboratório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
 
 
FIGURA 13 - FRASCO PARA COLETA DE EXAME DE URINA 
 
FONTE: Disponível em: <http://sintomasedicas.com>. Acesso em: 06 fev. 2012. 
 
 
5.5 BACTÉRIAS CAUSADORAS DE ITU 
 
A frequência dos germes causadores de ITU varia na dependência de onde 
foi adquirida a infecção, intra ou extra-hospitalar e também difere em cada 
ambiente hospitalar considerado. Os maiores responsáveis pela ITU são os 
germes gram-negativos entéricos especialmente a E.coli, que é o mais 
frequente independente da série estudada, seguido dos demais gram-
negativos como Klebsiella, Enterobacter, Acinetobacter, Proteus, 
Pseudomonas, etc. Além destes, na maioria das séries americanas, o 
Staphylococcus saprophyticus, um germe gram-positivo, tem sido apontado 
como segunda causa mais frequente de ITU não complicada (HEILBER, 
SHOR, 2003,). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
 
 
FIGURA 14 - E. COLI 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.inquisitr.com/151052/study-finds-e-coli-bacteria-in-1-out-of-6-
mobile-phones/>. Acesso em: 06 fev. 2012. 
 
 
As complicações em longo prazo da infecção urinária incluem o 
desenvolvimento de cicatrizes renais, a hipertensão arterial, a insuficiência renal 
crônica e em casos mais graves a migração destes micro-organismos para corrente 
sanguínea. 
 
 
5.6 INFECÇÕES CIRÚRGICAS 
 
 
As infecções do sítio cirúrgico (ISC) são aquelas adquiridas no ato operatório 
às quais ocorrem, segundo o Ministério da Saúde (2005), em até 30 dias após o ato 
cirúrgico, ou ainda, se for introduzida prótese, este prazo é de um ano. 
Segundo Emori e Gaynes (1993), são responsáveis por 14% a 16% da 
totalidade das infecções hospitalares, representando um problema de saúde pública, 
pois ocasiona aumento da mortalidade, morbidade e dos gastos hospitalares. 
Visualmente a incisão cirúrgica apresenta secreção purulenta, edema, dor, 
calor e rubor. Em alguns casos poderá haver a presença de abcesso. 
http://www.inquisitr.com/151052/study-finds-e-coli-bacteria-in-1-out-of-6-mobile-phones/
http://www.inquisitr.com/151052/study-finds-e-coli-bacteria-in-1-out-of-6-mobile-phones/
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
 
 
FIGURA 15 - CENTRO CIRÚRGICO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.solacqua.com.br/>. Acesso em: 06 fev. 2012. 
 
 
Para melhor entendermos as ISC devemos conhecer os conceitos a seguir 
em relação às fases cirúrgicas: 
Segundo Smeltzer e Bare (2004), são: 
 Pré-operatória: período que compreende o momento da decisão de se 
realizar o procedimento cirúrgico até quando se dá a internação cirúrgica, 
terminando quando o paciente der entrada na sala cirúrgica; 
 Intraoperatória: período que compreende a transferência do paciente 
para mesa de cirurgia até sua admissão na sala de recuperação pós-anestésica; 
 Pós-operatória: pode ser subdividida em: 
 Pós-operatório imediato: quando o paciente é admitido na unidade de 
recuperação pós-anestésica para realização de cuidados; 
 Pós-operatório tardio: após 48 horas da realização da cirurgia. 
Continua após a alta hospitalar até a completa recuperação do paciente. 
As ISC podem ser divididas conforme o Manual da ANVISA - Sítio Cirúrgico 
(2009) em: 
 
 Infecção do sítio cirúrgico incisional superficial: 
 
 Envolve apenas os tecidos cutâneos e subcutâneos; 
 Ocorre em até 30 dias após o ato cirúrgico; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
 Pode apresentar: drenagem purulenta, dor, calor rubor, cultura positiva 
de material coletado, edema. 
 
 Infecção do sítio cirúrgico incisional: 
 
 Ocorre nos primeiros 30 dias após o ato cirúrgico ou em até um ano 
deste caso houver inserção de prótese; 
 Pode apresentar: drenagem purulenta, mas que não envolva órgãos ou 
cavidade, deiscência parcial ou total da parede cirúrgica, cultura positiva, 
temperatura maior ou igual a 37, 8°C, dor. 
 
 Infecção de órgão ou cavidade: 
 
 Ocorre nos primeiros 30 dias apóso ato cirúrgico ou em até um ano 
deste caso houver inserção de prótese; 
 Cultura positiva da secreção ou do tecido mole/cavidade, dor, calor, 
rubor, calafrios, hiperemia, leucocitose, dentre outros. 
 
Outro fator importante é reconhecer a classificação das cirurgias de acordo 
com o grau de contaminação. A ilustração a seguir define as feridas limpas, 
potencialmente contaminadas, contaminada e infectada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
 
 
FIGURA 16 - CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS CONFORME GRAU DE 
CONTAMINAÇÃO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.saude.df.gov.br/sites/100/163/00007578.pdf>. Acesso em: 06 
fev. 2012. 
 
 
5.7 DEISCÊNCIA 
 
 
Segundo Pereira et al (2008), deiscência é a ocorrência da separação das 
camadas superficiais da pele ou tecido subcutâneo, e/ou profundas da fáscia 
muscular em feridas cirúrgicas. A seguir ilustração de uma deiscência: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
 
 
FIGURA 17 - INFECÇÃO E DEISCÊNCIA CIRÚRGICA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.medhiperbarica.com.br/f30.html>. Acesso em: 06 fev. 2012. 
 
 
Segundo Camargo (2001) a infecção da ferida operatória ocorre levando-se 
em consideração: fatores relacionados ao paciente, fatores bacterianos e 
relacionado ao procedimento cirúrgico: 
 
 Fatores relacionados ao paciente: idade, sexo, risco anestésico, 
inerentes ao paciente (hipóxia, uremia, drogas imunossupressoras, 
etc.); 
 
 Fatores Bacterianos: contaminação de um número acima de 100.000 
organismos, características do agente invasor; 
 
 
 Relacionado ao procedimento cirúrgico: grau de contaminação da 
cirurgia, duração da cirurgia, tipo de cirurgia (em cirurgias de 
emergência muitas vezes as medidas de cuidado podem não ser 
realizadas com o rigor adequado), técnica cirúrgica (preparo da 
equipe – EPI, degermação, dentre outros). 
http://www.medhiperbarica.com.br/f30.html
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
 
 
5.8 INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS 
 
 
As infecções do trato respiratório estão entre as mais frequentes infecções 
humanas, sendo as do trato respiratório inferior são muitas vezes letais, 
principalmente em pacientes hospitalizados. Para se otimizar os 
procedimentos de tratamento dessas infecções, torna-se muito importante a 
correta identificação do agente causador, assim como o conhecimento do 
padrão de sensibilidade desse agente diante dos diversos antimicrobianos 
frequentemente utilizados na prática médica (MENDES, 1997). 
 
 
As pneumonias (PNM) estão entre os quatro tipos de infecções, mais 
frequentes, juntamente com as infecções cirúrgicas, sepse e infecções urinárias. 
A pneumonia se refere à inflamação distal do pulmão causada por infecção 
por micro-organismos e é caracterizada histologicamente pelo acúmulo de 
neutrófilos nos bronquíolos distais, alvéolos e interstício (GEORGE, 1996). 
De acordo com Rufino et al (2011), as pneumonias adquiridas no hospital 
(PAH) são definidas como processos inflamatórios infecciosos que se desencadeiam 
em decorrência do ambiente hospitalar com elevada taxa de mortalidade e 
morbidade. Um número entre 0,4% a 1,1% dos pacientes hospitalizados 
desenvolvem a PAH, sendo esta a segunda causa de infecção em pacientes 
internados, mas a primeira causa em unidades fechadas. 
Também devemos saber da existência da Pneumonia associada à 
ventilação mecânica (PAVM) que pode acometer pacientes internados em Unidades 
de Terapia Intensiva e que estão respirando através de ventilação mecânica. 
Segundo Bancock et al (1993), a incidência da PAVM é alta, podendo variar 
entre 6% a 52%, porém depende do tipo de UTI, da população estudada e tipo dos 
critérios diagnósticos utilizados. Apesar de ser uma infecção importante, possui um 
diagnóstico dos mais difíceis de ser realizado em um paciente gravemente doente. 
Pneumonia por Aspiração é segundo, Brunner e Suddarth (2001), aquela 
que ocorre pela inalação de secreção orofaríngea e/ou conteúdo gástrico para 
dentro dos pulmões. Isso pode ocorrer devido ao estado alterado de consciência do 
paciente, durante administração de dietas via sonda, repleção do estômago quando 
da dieta mal administrada, dentre outros. Pode desenvolver complicações, tais como 
abscessos pulmonares, Empiema ou PNM necrotizante. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
A Pneumonia apresenta um início rápido e progressivo, porém é uma 
patologia que tende demorar a melhorar. 
 
 
FIGURA 18 - PACIENTE EM VENTILAÇÃO MECÂNICA 
 
FONTE: Disponível em: <http://cifba.wordpress.com/>. Acesso em: 06 fev. 2012. 
 
 
Brunner e Suddarth (2001) relatam que as manifestações clínicas mais 
comuns às pneumonias bacterianas são: 
 
 Calafrios; 
 Febre que ascende rapidamente variando entre 39,5°C a 40,5°C; 
 Tosse produtiva com escarro purulento; 
 Dor torácica pleurítica agravada pela respiração ou tosse; 
 Dispneia – dificuldade respiratória; 
 Taquipneia – aumento da frequência respiratória; 
 Batimento das asas do nariz; 
 Uso de músculos acessórios da respiração; 
 Fadiga; 
 Pulso forte e rápido. 
http://cifba.wordpress.com/
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
 
 
FIGURA 19 – PNEUMONIA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.pneumo.com.br>. Acesso em: 06 fev. 2012. 
 
Acima, ilustração evidenciando o alvéolo normal e o alvéolo 
pulmonar comprometido pela pneumonia. 
 
Métodos diagnósticos mais comuns para Pneumonias: 
 
 Raio-x de tórax; 
 Ausculta pulmonar; 
 Coleta de escarro para análise laboratorial; 
 Coleta de secreção brônquica para análise laboratorial; 
 Análise da clínica do paciente. 
Lembrando que estes métodos deverão ser associados para que o diagnóstico seja 
fidedigno. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
 
 
FIGURA 20 - RAIO X DE PULMÃO COMPROMETIDO PELA PNM 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/doencas/pneumonia.htm>. Acesso em: 06 
fev. 2012. 
 
 
Estudamos as pneumonias, porém não podemos deixar de 
conhecer algumas doenças do trato respiratório superior que também podem 
se desenvolver durante uma internação hospitalar e que muitas vezes podem 
desencadear processos infecciosos graves em nosso organismo. 
 
 Sinusite Nosocomial: as sinusites podem se desenvolver tanto no meio 
em que vivemos, como durante a hospitalização. Como nosso estudo se 
restringe a temática IH, vamos ver a seguir um tipo específico desta 
patologia específica. Ramsey (1995) define a sinusite nosocomial como 
aquela adquirida no hospital, sendo um problema comum em pacientes 
internados em UTI devido ao uso prolongado de tubos naso ou 
orotraqueais. É geralmente causada por germes gram-negativos 
resistentes a antibióticos. O tratamento depende de resultados das 
culturas de material obtido de punção sinusal direta. 
 
 Infecções Faríngeas: as faringites que ocorrem no meio hospitalar se 
dão por bactérias tais como Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter 
spp, enterobactérias, etc. Se tornam muitas vezes mais difíceis de serem 
http://www.brasilescola.com/doencas/pneumonia.htm
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
tratadas por colonizarem pacientes imunodeprimidos, comprometendo 
este indivíduo como doença secundária à causa da internação. 
 
 Outras patologias: devemos estar atentos também a outras patologias 
que podem ser adquiridas, principalmente em pacientes imunodeprimidos 
são: otites, amidalites, laringites, epiglotites, candidíase oral, dentre 
outras. 
 
 
6 EXAMES DIAGNÓSTICOS 
 
 
Para a correta identificação da bactéria causadora da infecção deverá ser 
colhida amostra, que após análise laboratorial, deverá ser tratada com a conduta 
centrada sob o resultado. 
 
 
6.1 COLETA DE ESCARRO 
 
 
 Deverá ocorrer preferencialmente pela manhã; 
 Higienizar a cavidade oral; 
 Coletar o exame através da estimulação da tosse; 
 Manter a amostra em frasco estéril; 
 Encaminhar devidamente identificado ao laboratório o mais rápido 
possível. 
 
6.2 COLETA DE EXAMES EM PACIENTES TRAQUEOSTOMIZADOSOU COM 
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL 
 
 Aspiração da secreção do tubo endotraqueal ou traqueostomia; 
 Deverá ocorrer de forma asséptica com a sonda de aspiração: depois 
de realizada a coleta, cortar com tesoura estéril a ponta da sonda com a secreção 
guardando-a em frasco estéril; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
 Em alguns hospitais existem sistemas próprios para coleta, como um 
frasco coletor que é acoplado à sonda de aspiração. 
 
 
6.2.1 Broncoscopia 
 
 
Segundo Brunner e Suddarth (2001), é a inspeção direta da laringe, traqueia 
e brônquios através de broncoscópio flexível ou rígido. O flexível é utilizado sua fibra 
ótica, possibilitando maior conforto ao paciente, bem como uma melhor visualização 
das vias aéreas de menor calibre; o rígido é normalmente utilizado em crianças 
pequenas e para ressecção de tumores endobrônquicos. Por meio deste método 
pode-se colher secreções, determinar a localização e extensão da doença, coletar 
material para biópsias, diagnosticar hemorragias, além da sua utilização quando é 
necessária a retirada de corpos estranhos das vias aéreas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
 
 
FIGURA 12 – BRONCOSCOPIA 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_04/cap_032.html>. Acesso em: 06 
fev. 2012. 
 
 
6.2.2 Gasometria Arterial 
 
 
Conforme Brunner e Suddarth (2001), consiste na mensuração do oxigênio, 
dióxido de carbono e pH do sangue. O material é obtido a partir da coleta do sangue 
diretamente da artéria – femoral, radial ou braquial, através de punção com a técnica 
adequada e envio do material coletado imediatamente ao laboratório. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
 
 
6.2.3 Radiologia e Imageamento 
 
 
Um dos exames mais comuns utilizados nos hospitais é o raio-x do tórax, por 
meio dele são visualizados infiltrados, presença de sombras anormais, etc. 
Exames mais elaborados também podem ser utilizados, tais como a 
Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética, Angiografia Pulmonar, 
dentre outros. Cabe ressaltar que são exames mais caros, e que muitas vezes 
dependem de preparo do paciente, podendo prolongar a espera de um resultado 
mais rápido. Porém são métodos que trazem resultados mais aprofundados e 
apurados sobre a patologia pesquisada. 
 
 
FIGURA 13 – TOMOGRAFIA 
FIGURA 14 - RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.3 SEPSE 
 
 
Carvalho e Trotta (2003) definem a sepse como uma síndrome complexa 
causada pela resposta inflamatória de origem infecciosa, que acomete o indivíduo 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://portaldaradiologia.com>. Acesso em: 
06 fev. 2012. 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.portalcodo.com.br>. Acesso em: 06 
fev. 2012. 
 
http://www.portalcodo.com.br/site/?p=215
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
de forma sistêmica e descontrolada, sendo caracterizada por manifestações 
múltiplas, que podem levar a falência de órgãos ou mesmo a morte. 
 
 
FIGURA 15 - ESQUEMA SEPSE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.clasaanestesia.org>. Acesso em: 06 fev. 2012. 
 
 
 
Para melhor entender a Sepse vamos conhecer alguns termos 
relacionados ao assunto, porém distintos entre si. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
 Bacteremia: presença de bactérias na corrente sanguínea. 
 Choque séptico: Brunner e Suddarth (2001) conceituam o choque 
séptico como decorrente das bactérias e seus produtos que circulam no 
sangue, tendo como causa primária a liberação de mediadores vasoativos 
liberados pelas bactérias. Qualquer foco séptico possui potencial para 
gerar choque séptico. 
 Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS): resposta 
inflamatória inespecífica do organismo a uma determinada agressão 
manifesta-se segundo o American College of Chest Phsysicians e a 
Society of Critical Care Medicina Consensus Conference (1992) por duas 
ou mais das seguintes condições: 
 Temperatura maior que 38°C ou menor que 36°C; 
 Frequência cardíaca maior que 90 batimentos por minuto; 
 Frequência respiratória maior que 20 incursões por minuto ou PaCO2 
menor que 32 mmHg ; 
 Leucócitos maiores que 12.000/mm³ ou menor 4.000/mm³ ou 
bastonetes >10%. 
 
 SÍNDROME DA DISFUNÇÃO MÚLTIPLA ORGÂNICA: síndrome na 
qual a função dos órgãos não pode ser mantida sem cuidados intensivos. 
 
Segundo o American College of Chest Phsysicians e a Society of Critical 
Care Medicina Consensus Conference (1992), a Sepse pode ser definida como uma 
resposta inflamatória à infecção, traduzida por duas ou mais das manifestações a 
seguir: 
 Frequência cardíaca maior que 90 batimentos por minuto; 
 Frequência respiratória maior que 20 incursões por minuto; 
 pCO2 menor que 32mmHg; 
 Temperatura corporal: maior que 38°C ou menor que 36°C; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
 Achados laboratoriais: Glóbulos brancos maiores que 12.000 
milímetros cúbicos ou menores que 4.000 milímetros cúbicos ou 
presença de bastonetes maior que 10%. 
 
O diagnóstico deve ser realizado com base na clínica do paciente, bem 
como por meio de exames laboratoriais. 
 
A avaliação laboratorial ou complementar é capaz de revelar dois aspectos 
distintos da sepse. O primeiro é o que se refere à busca ou identificação do 
agente agressor, através do rastreamento microbiológico do paciente; o 
segundo, diz respeito à identificação de alterações metabólicas ou da 
homeostasia, indicativas de comprometimento sistêmico e de órgãos 
específicos (CARVALHO; TROTTA, 2003). 
 
 
 
 
 Você sabia que uma Conferência realizada pelo American 
College of Chest Physicians e Society of Critical Care 
Medicine em agosto 1991 uniformizou os de protocolos de 
tratamento e de pesquisa para detecção e intervenção precoce da 
sepse? 
 
 
Os exames laboratoriais mais utilizados para auxílio diagnóstico são culturas 
de: sangue, fezes, urina, secreções traqueais, liquor, ponta de cateteres periféricos e 
centrais, sondas vesicais, exsudatos purulentos de cicatrizes cirúrgicas, etc. 
 
 
6.3.1 Tratamento da Sepse 
 
 
Segundo a Surviving Sepsis Campaing – “Campanha Mundial para 
sobreviver a Spese”, o protocolo de tratamento se baseia de forma resumida em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
 
 
FIGURA 1 - SITE DA SURVIVING SEPSIS CAMPAING 
 
FONTE: Disponível em: <www.survivingsepsis.org>. Acesso em: 06 fev. 2012. 
 
 
6.3.2 Ressuscitação Inicial 
 
 
Tem por objetivo reverter os primeiros eventos desencadeados pela sepse 
no organismo. Para tanto, deve-se instalar um acesso venoso central (AVC) a fim de 
se infundir cristaloides ou coloides e monitorar a pressão venosa central (PVC). 
Nesse período também deve ser controlado o débito urinário, a pressão arterial 
média (PAM). Caso a hipotensão continue severamente, poderão ser administrados 
vasopressores. 
 
 
6.3.3 Identificação do agente infeccioso 
 
 
Realizar a coleta hemoculturas antes do início da antibioticoterapia. São 
necessárias a coleta de duas ou mais amostras de acessos venosos distintos, ou 
seja, se a primeira amostra for colhida no membro superior direito, colher a segunda 
amostra, por exemplo, no outro membro e a terceira da acesso venoso central. 
http://www.survivingsepsis.org/
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
 
 
6.3.4 Antibioticoterapia 
 
 
Deve ser iniciada antibioticoterapia de amplo espectro, já que os resultados 
laboratoriais das culturas demoram a ficar prontos. O quanto antes iniciado maiores 
as chances de sobrevida do paciente. 
 
 
6.3.5 Controle do sítio de infecção 
 
 
Os focos possíveis devem ser identificados e removidos o quanto antes. 
Exemplos de focos: abscessos, tecidos necróticos infectados, acessos venosos, 
sondas vesicais, etc. 
 
 
6.3.6 Reposição volêmica 
 
 
Utilização de cristaloides ou coloides para aumentar a volemia sanguínea. 
São exemplos de cristaloides Ringer Lactatoe Soro Fisiológico 0,9%. Os coloides 
podem ser exemplificados pela Albumina. 
 
 
6.3.7 Vasopressores 
 
 
Quando houver falha da reposição volêmica, deverão ser administrados os 
vasopressores. A PAM deverá sem mantida igual ou maior a 65 mmHg. As drogas 
mais utilizadas são a Noradrenalina ou Dopamina. Ambas devem ser administradas 
através de AVC. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
 
 
6.3.8 Terapia Inotrópica 
 
 
Terapia utilizada para manutenção das contrações musculares cardíacas 
que podem ser afetadas na sepse. A Dopamina está indicada em caso de baixo 
débito cardíaco. 
 
 
6.3.9 Corticoterapia 
 
 
A administração de corticoides está indicada quando o paciente não 
respondeu adequadamente às terapêuticas anteriores. A droga adotada neste caso 
é a Hidrocortisona. 
 
 
6.3.10 Proteína C ativada 
 
 
É utilizada para pacientes com grande risco de óbito, seguindo critérios 
específicos de avaliação da clínica do paciente. Sua contraindicação está no 
aumento da chance de sangramento. Xigris é um exemplo de droga a ser utilizada. 
Seu custo é alto e deve seguir diversos critérios de uso. 
 
 
6.3.11 Ventilação Mecânica 
 
 
As lesões pulmonares podem complicar e muito a sepse. Logo, a utilização 
da ventilação mecânica é de grande valia no tratamento do paciente. Porém, deve 
seguir os parâmetros ventilatórios adequados, além de constante monitoração. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
Quando o paciente apresentar condições deve ser realizado o desmame. 
 
 
6.3.12 Controle Glicêmico 
Após a estabilização do paciente, é recomendável se manter o controle 
glicêmico por meio da infusão de insulina, buscando manter o nível de glicemia 
orgânico abaixo de 150 mg/dl. 
 
 
6.3.13 Profilaxia de Trombose 
 
 
Devem utilizar Heparina profilática a fim de não desenvolver trombose 
venosa profunda. 
 
 
6.3.14 Profilaxia de Úlceras Gástricas 
 
 
Para esta profilaxia devem ser utilizados inibidores de bomba de prótons tais 
como Esomeprazol, Cloridrato de Ondansetrona, Pantoprazol, etc. 
 
 
6.4 TERAPIA DE SUBSTITUIÇÃO RENAL 
 
 
Quando o paciente estiver hemodinamicamente instável esta terapia visa 
manter o balanço de líquidos orgânicos através de Diálise ou Hemodiálise. 
 
 
FIM DO MÓDULO II

Continue navegando