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Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
TURISMO RURAL 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
TURISMO RURAL 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
2 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
 
 
 
 
3 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
MÓDULO I - Entendendo o Turismo Rural 
Introdução 
1 - O Turismo rural na história 
2 - Conceituando e caracterizando o turismo rural 
3 - Conhecendo o mercado do turismo rural 
4 - Impactos positivos e negativos do turismo rural 
5 - Distribuição da atividade nas regiões brasileiras 
6 - Instituições e entidades ligadas ao turismo rural 
 
 
MÓDULO II – Inventariando o Meio Rural 
1 - Entendendo o que é um inventário turístico do meio rural 
1.1 - A utilização dos mapas como ferramenta para o inventário turístico do meio rural 
1.2 - Indicação dos acessos no inventário turístico rural 
1.3 - Identificação dos equipamentos e serviços de apoio no inventário turístico rural 
2 - Inventariando a propriedade rural 
2.1 - Delimitação da área 
2.2 - Saneamento básico 
2.3 - Características naturais 
2.3.1 - Fatores abióticos 
2.3.2 - Relevo 
2.3.3 - Espeleologia 
2.3.4 - Vegetação 
2.3.5 - Flora e Fauna 
2.3.6 - Hidrografia 
 
 
 
 
 
 
4 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
2.4 - Distribuição da área rural 
2.5 - Atividades desenvolvidas e comercializadas na propriedade 
2.6 - Recursos humanos 
2.7 - Aspectos étnico-culturais e históricos 
2.8 - Atividades turísticas em desenvolvimento 
 
MÓDULO III: Elaboração de Projetos de Turismo Rural 
1 - Elaboração de projetos 
2 - O projeto de turismo rural 
2.1 - Diagnóstico do local 
2.2 - Pesquisa e estudo de mercado 
2.3 - Organização das atividades 
2.4 - Plano de marketing 
2.5 - Infraestrutura 
2.6 - Recursos humanos 
 
 
MÓDULO IV: O Empreendedor e o Profissional de Turismo Rural 
Introdução 
1 - Conhecendo o empreendedor de Turismo Rural 
2 - Objetivos e habilidades do empreendedor de Turismo Rural 
3 - Qualificação profissional para o Turismo Rural 
4 - Diretrizes para o desenvolvimento de um empreendimento de Turismo Rural 
sustentável 
5 - Legislação específica para o desenvolvimento da atividade turística no meio rural 
 
 
 
 
 
 
5 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
5.1 - Prestação de serviços turísticos 
5.2 - Legislação ambiental 
5.3 - Legislação sobre a proteção do patrimônio histórico-cultural 
5.4 - Legislação fiscal 
5.5 - Legislação previdenciária 
5.6 - Legislação tributária 
5.7 - Legislação trabalhista 
5.8 - Legislação sanitária 
5.9 - Acessibilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
Entendendo o Turismo Rural 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
“Não há nada mais equivocado do que 
imaginar que o espaço rural está 
reduzido à dimensão agropastoril” 
(VEIGA, 2002, p. 87). 
 
 
O turismo é uma prática social cuja importância vem crescendo neste início de 
século, principalmente em decorrência das transformações sofridas pela sociedade, como 
urbanização, modificações nas relações de trabalho, alterações no perfil da população 
mundial e, ainda, na divulgação de questões ligadas ao meio ambiente e ao 
desenvolvimento técnico-científico. Tratar o turismo como prática social torna-se muito 
mais abrangente do que discuti-lo como atividade econômica. Entender as relações 
existentes entre os atores envolvidos, decorrentes do processo turístico, bem como os 
impactos que tal atividade gera na comunidade receptora, vai além do simples fato 
econômico, envolvendo as relações sociais e ambientais que o turismo provoca na 
localidade (FONTANA, 2005). 
Dentre as diversas formas de turismo disponibilizadas para o lazer, 
entretenimento e descanso do turista, têm-se percebido um crescente interesse pela 
atividade turística localizada no campo, principalmente o turismo rural. A cada dia mais e 
mais pessoas têm procurado a zona rural como um refúgio da correria do dia-a-dia das 
grandes cidades. Buscam o contato com a natureza, com a cultura e a história já não 
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mais contada e encontrada nos grandes núcleos populacionais. À medida que a demanda 
pelo turismo rural tem crescido, incentivada pela divulgação da oferta existente em 
revistas e cadernos de turismo que estimulam a ideia do turismo rural como uma forma 
tanto de lazer quanto de volta às origens, os produtores rurais procuram acompanhar 
essa mudança no comportamento do consumidor identificando nela uma promissora 
oportunidade de negócios. 
A ideia predominante é de que hoje o turista que vem dos centros urbanos se 
mostra mais preocupado com questões ambientais e culturais, exigindo que os 
empreendimentos turísticos também fiquem atentos para estes fatos. O turismo de 
massa, cujo início se deu a partir da segunda metade do século XX, tem como principal 
característica seu preço mais acessível, possibilitando que a classe média e baixa 
também possa usufruir da atividade turística – atividade que até então era privilégio das 
classes sociais com maior poder aquisitivo (DIAS; AGUIAR, 2002; BARRETO, 2003). Isso 
é estimulado por meio de pacotes mais econômicos de viagens em grupo oferecidos 
pelas agências e divulgados em jornais e revistas com formas parceladas de pagamento. 
Enquanto que o turismo de massa está voltado para o atendimento de um número 
significativamente grande de turistas, o turismo sustentável busca o equilíbrio entre o 
homem, o meio ambiente e a atividade turística. Para o turismo sustentável, mais 
importante do que o próprio turismo é a preservação e conservação do meio ambiente, a 
inserção social dos residentes, a geração de renda e a melhoria da qualidade de vida, de 
tal forma que o local suporte o contato e uso do homem e, ao mesmo tempo, mantenha-
se para que as gerações futuras também possam dele usufruir (SWARBROOKE, 2000). 
Em consequência, o turismo de massa tem se tornado uma preocupação constante de 
estudiosos da área, principalmente quando o foco das discussões é o desenvolvimento 
sustentável. Cada vez um número maior de pessoas tem a consciência da necessidade 
da preservação ambiental e social para a continuidade da espécie humana. 
O crescimento do número de viagens pode ser interpretado como uma 
decorrência de que os indivíduos se tornaram conscientes sobre a importância do lazer 
para seu equilíbrio pessoal, passando a valorizar a vivência de momentos de 
descontração e descanso junto à família e amigos. Existe hoje a percepção de que o lazer 
 
 
 
 
 
8 
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é um elementofundamental para a sustentação da saúde física e psíquica, como um meio 
para balancear o estresse da vida urbana, e isso vem levando os habitantes das cidades 
a buscar ambientes com melhor qualidade de vida do que aquela existente no seu 
entorno, principalmente no que se refere a um clima calmo, o que possibilita uma 
verdadeira volta no tempo, um maior equilíbrio entre o homem e a natureza. 
O turismo rural é uma atividade que deve ser vista e entendida como sendo um 
complemento às atividades agrícolas das propriedades rurais, de tal forma que o cotidiano 
da vida rural, em menor ou maior intensidade, continue a existir. Importante, portanto, 
torna-se o processo de planejamento e implantação de tal atividade, preservando as 
raízes e atividades cotidianas da propriedade, sendo essas características os principais 
atrativos para quem busca o turismo rural (FONTANA, 2005). Sendo assim, as ocupações 
complementares geradas por ele constituem uma agregação de serviços aos produtos já 
existentes na propriedade e que permitem ainda a valorização dos bens não-materiais 
que a mesma possui. 
Portanto, o turismo rural deve harmonizar os interesses do meio ambiente, da 
comunidade local e do próprio turista, de modo sustentável, evitando o êxodo rural e 
contribuindo para a melhoria da qualidade de vida tanto dos visitantes quanto dos 
visitados. Dessa forma, para entender o turismo rural é preciso que se conheça a 
diversificação do espaço rural brasileiro, bem como a cultura do homem que vive no 
campo. 
 
1 - O TURISMO RURAL NA HISTÓRIA 
 
Quanto às suas origens o turismo rural teve início na Europa, estendendo-se para 
os demais continentes, visto que: 
 
“Desde os anos 50, em numerosos países do Norte e do Centro da 
Europa, e certamente desde os anos 70 nos países do Sul, o turismo rural 
é considerado como uma estratégia com futuro, uma vez que contribui 
 
 
 
 
 
9 
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para a fixação da população, a criação de emprego e, sem dúvida, a 
promoção do desenvolvimento sócio-econômico das zonas 
desfavorecidas” (CADERNO LEADER)1. 
O processo de revalorização rural teve um marco conhecido, integrando a 
Espanha à União Europeia, ao mesmo tempo em que criava a Política Agrária Comum 
(PAC), pela Comunidade Econômica Europeia (CEE), em 1962. A PAC passou por três 
reformas, de modo que a terceira, aprovada em 1999, entrando em vigor em 2000, 
consagrou o novo modelo de espaço rural, em que os critérios antes exclusivamente 
produtivistas, agora estariam claramente definidos. O objetivo era um desenvolvimento 
integrado dos territórios rurais, com base no critério de multifuncionalidade e 
diversificação econômica, resultando em um novo discurso para o turismo rural. 
Assim, as novas funções de uma ruralidade disposta a satisfazer recentes 
demandas sociais, não só no consumo direto, mais também na qualidade ambiental, 
paisagística e cultural, propiciou o relançamento de uma oferta que consolidou estes 
lugares como espaços de ócio a partir de um cuidadoso processo de descobrimento de 
sua potencialidade turística. 
Anteriormente, em 1991, com as Iniciativas Leader, foram concebidas medidas 
com pacotes específicos destinados a amenizar os impactos da aplicação da PAC em 
áreas dotadas de um menor crescimento econômico. O êxito do Leader se define pela 
mobilização conjunta das distintas administrações públicas, nos níveis europeu, estatal, 
autônomo, local e privado, assim como a criação de um novo marco institucional nas 
zonas de aplicação das iniciativas, os denominados Grupos de Ação Local e Centros de 
Desenvolvimento Rural (CEDER) (AGUILAR CRIADO, et al, 2003). 
Atualmente, com mais de uma década de existência, o Projeto Leader tem se 
consolidado como o principal agente de desenvolvimento rural na Europa, atingindo mais 
de 50% da superfície rural europeia, onde vivem mais de 50% da população rural 
(AGUILAR CRIADO, et al, 2003). Na França, o turismo rural2 surgiu com a finalidade de 
 
1 Citação retirada do artigo Comercializar um turismo rural de qualidade, do caderno LEADER. Disponível 
em: <www.rural-europe.aeidl.be/rural-pt/biblio/touris/art03.htm>. Acesso em: 22 Março 2003. 
2 Nesse país, Turismo Rural refere-se a qualquer atividade na área rural, excluindo-se as montanhas e o 
litoral. 
 
 
 
 
 
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combater o êxodo rural, complementar a renda das propriedades rurais e proteger a 
natureza, tendo sua política de desenvolvimento – segundo a lógica da abordagem 
territorial – estruturada na oferta de alojamentos e na abordagem por produtos 
desenvolvidos em torno de alojamentos com forte imagem de marca (TULIK, 2003). 
Já em Portugal, a atividade iniciou-se em 1978, com o chamado Turismo de 
Habitação, a partir do qual foram regulamentadas quatro categorias básicas: Turismo 
Rural, Agroturismo, Turismo de Aldeia e Casa de Campo. O turismo no espaço rural 
surgiu como uma alternativa para desenvolver as áreas rurais do interior e para combater 
o êxodo, tendo se inspirado, basicamente, no exemplo francês (TULIK, 2003). A 
experiência espanhola data de antes de 1960, quando o espaço rural espanhol conheceu 
fluxos turísticos, de forma bem tímida e limitada. Com a industrialização, o homem do 
campo deslocou-se para as cidades, buscando melhores condições de vida, surgindo 
nesse momento o “turismo de retorno”. Mais tarde, o turismo rural na Espanha teve início 
com iniciativas públicas e privadas. A partir de 1986 o governo iniciou, então, uma 
campanha para auxiliar proprietários rurais que tinham interesse em adaptar suas 
moradias como alojamentos turísticos, objetivando recuperar e conservar a arquitetura 
tradicional, conter o êxodo rural, proporcionando renda e comercialização dos produtos 
locais diretamente com os turistas (TULIK, 2003). 
Na Itália, inicialmente denominado de “agriturismo”, o turismo no espaço rural 
surgiu em 1966, com a finalidade de sensibilizar a opinião pública para a proteção da 
natureza e das áreas rurais, em que os agricultores alugavam suas casas, 
comercializavam seus produtos e participavam do turismo equestre (TULIK, 2003). No 
Brasil, o Turismo Rural teve seu início inspirado na experiência europeia, podendo-se 
observar, em virtude desse efeito, a demonstração do uso de termos e expressões 
importados e empregados, originando as diferentes formas de Turismo no Espaço Rural 
em várias regiões do país. 
A partir de meados da década de 1970 o espaço rural brasileiro começou a sofrer 
mudanças devido às transformações na produção agrícola decorrentes de processos 
tecnológicos e formações de complexos agroindustriais. Tais transformações podem ter 
contribuído para o surgimento de efeitos sociais perversos como desigualdades e 
 
 
 
 
 
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exclusão no campo (SCHNEIDER; FIALHO, 2000). A modernização brasileira significou 
para o espaço rural uma transformação muito grande nos modos de vida, devido ao 
grande número de pessoas que partiu do campo para a cidade, em busca de emprego e 
melhores condições de vida. Diante dessa realidade, de acordo com Araújo (2000), o 
turismo passou a ser visto como um elemento acelerador do processo de reinserção do 
homem rural no seu habitat. 
Com a necessidade de superar a crise que atingia principalmente os pequenos 
produtores, teve início um processo de diversificação das atividades. Com isso, o setor 
primário passou a dividir espaço com a prestação de serviços, que surgiu como 
alternativa capaz de possibilitarao produtor uma renda extra, utilizando não somente a 
terra, o ar e a água, mas também as paisagens e os espaços existentes para o lazer e 
para o turismo (ARAÚJO, 2000). A partir de então, o turismo rural começou a ser 
enxergado como um elemento propulsor do desenvolvimento rural, propiciando melhoria 
na qualidade de vida dos proprietários e demais envolvidos com a atividade turística rural. 
Em decorrência, a agricultura e a pecuária começaram a dar lugar ao turismo rural, 
considerado como um negócio com possibilidades de gerar dinheiro e empregos direta e 
indiretamente na área. 
 
“Quando as cidades despontam e aceleram os ritmos de vida, quando a 
pressa, o impessoal, os ruídos ou a contaminação atmosférica passar a 
constituir características que definem a vida cotidiana, surge a 
necessidade de fugir para aqueles espaços que representam exatamente o 
contrário, ou seja, o meio rural. É nele onde se encontram paz, 
tranquilidade, natureza e repouso” (SOLLA, 2002, p.114-115). 
 
Tratando-se de uma atividade relativamente nova no Brasil e em virtude de nossa 
grande extensão territorial, não existem relatos precisos que datem o início do turismo 
rural. É sabido que, com o rótulo Turismo Rural, as primeiras iniciativas oficiais surgiram 
no município de Lages, interior de Santa Catarina, na fazenda Pedras Brancas, em 1986, 
sendo seguida pela fazenda do Barreiro e Boqueirão, no mesmo município (RODRIGUES, 
 
 
 
 
 
2000). A partir de então, as propriedades que passaram a praticar a atividade do 
chamado turismo rural multiplicaram-se rapidamente não só no município de Lages, mas 
em todo território brasileiro, principalmente na região Sul e Sudeste. Também muitos 
municípios da região Centro-Oeste, destacando-se o estado do Mato Grosso do Sul, 
aderiram à atividade. Hoje em dia, pode-se dizer que em todo o território nacional existem 
experiências de turismo rural, expandindo-se inclusive para as regiões Norte e Nordeste. 
Observa-se que, a partir de 1990, os aspectos positivos relacionados ao turismo 
rural no Brasil, como diversificação da economia regional, melhorias das condições de 
vida das famílias rurais, diminuição do êxodo rural, integração do campo com a cidade, 
resgate da autoestima do campesino, dentre outros, foram amplamente difundidos, 
fazendo com que um número significativo de empreendedores investisse nesse 
segmento, muitas vezes de forma pouco profissional ou sem o embasamento técnico 
necessário. Diante deste cenário, o que se tem percebido é que a migração natural do 
homem do campo para a cidade parece estar sofrendo, nos últimos anos, um processo de 
reversão em virtude da necessidade de o ser humano estar em contato físico com o 
campo, com a natureza, tornando-se, portanto, uma válvula de escape para a agitação e 
os problemas dos grandes centros. Está ocorrendo uma verdadeira ‘fuga temporária’ em 
busca do verde e da tranquilidade do campo, fortalecendo, dessa forma, a atividade 
turística desenvolvida no espaço rural. 
 
2 - CONCEITUANDO E CARACTERIZANDO O TURISMO RURAL 
 
Segundo Boullón (2004), a população que 
atualmente habita em cidades é cerca de 54% da população 
mundial, visto que dessas, quase 20% (500 milhões), saem 
de suas casas nos fins de semana com a intenção de 
passar o dia ao ar livre ou de consumir algum serviço 
recreativo na cidade. Em qualquer lugar do mundo, a 
grande maioria de viajantes com finalidade turística é 
proveniente de centros urbanos onde os salários são mais altos, existem mais 
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informações sobre as possibilidades de viajar e a necessidade de sair da cidade nos 
períodos de tempo livre é maior. 
Esses turistas possuem uma preocupação com a qualidade ambiental dos locais 
a que se dirigem, ao mesmo tempo em que são motivados por atividades recreativas e de 
lazer diferenciadas, de modo que seu tempo livre seja preenchido de forma satisfatória. A 
busca do lazer, da qualidade de vida, de atividades que fujam à rotina estafante da cidade 
está na base da motivação dos turistas de hoje, cujo objetivo é vivenciar experiências 
diferentes daquelas que experimentam em sua vida diária. 
Para Salles (2003, p. 31): 
 
“A tranqüilidade e o relaxamento aliados à autenticidade do local e o 
convívio com os autóctones e seus costumes também fazem parte desta 
preocupação, o que justifica um desenvolvimento do turismo nos 
segmentos aliados à natureza e à vida no campo, tornando o turismo no 
meio rural um dos segmentos que tem gerado maiores mudanças e 
pesquisas com relação ao desenvolvimento com sustentabilidade”. 
 
Essa postura do turista exige uma nova forma de planejamento para as 
localidades onde há recursos naturais e culturais e que possuam potencialidades para a 
implantação do turismo. Considerando que os locais procurados pelos turistas já não mais 
se restringem ao modelo sol e praia, abrem-se oportunidades para práticas alternativas 
em outros espaços, como por exemplo, no espaço rural, onde o cidadão habituado à vida 
na cidade tem a oportunidade de vivenciar uma vida mais calma e saudável em contacto 
com a natureza, além de poder conhecer e muitas vezes participar das atividades próprias 
da vida rural. 
Essa tendência aparece para os produtores rurais como uma oportunidade de 
agregar valor a seus negócios, sendo muitas vezes responsável por um aumento das 
oportunidades de trabalho no campo e permitindo uma maior chance de emprego e renda 
para os habitantes das zonas rurais. Nesses casos, é importante atentar para o fato de 
 
 
 
 
 
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que para a atividade turística alcançar sucesso e condições de sustentabilidade no meio 
rural é necessário que se procure preservar o desempenho das atividades agrárias nas 
propriedades e, ainda, envolver as áreas do entorno, as quais podem se beneficiar com a 
demanda turística. 
Pode-se observar que o turismo rural, em algumas regiões, vem se 
desenvolvendo de forma satisfatória, apresentando-se como uma opção viável e de 
significativo retorno econômico; contudo, como em toda atividade inovadora, multiplicam-
se os riscos envolvidos em sua implantação, principalmente em razão da “relativa 
inexperiência do homem do campo com uma atividade não tradicional, aliada ao 
desconhecimento da maioria das nuances e especificidades do turismo no espaço rural” 
(ALMEIDA; RIEDL, 2000, p. 9). Com isso, torna-se de vital importância que o meio rural 
esteja preparado para receber os turistas cujos benefícios para o produtor e para a 
comunidade local podem ser inúmeros, desde que saibam desenvolver e implantar essa 
atividade de forma sustentável. 
Existem diferentes formas de conceituar o turismo rural. Para que se tenha uma 
ideia mais aproximada do que se entende desse termo é necessária uma revisão dos 
conceitos existentes, o que além de aumentar a possibilidade de compreensão do 
fenômeno permitirá contextualizar a atividade bem como seu desenvolvimento na Europa 
e no Brasil. O turismo rural “é um produto que atende a demanda de uma clientela 
turística, atraída pela produção e consumo de bens e serviços no ambiente rural 
produtivo” (ZIMMERMANN, 1996). Para Ruschmann (1998, p. 49), o turismo rural deve 
“[...] estar constituído sobre estruturas eminentemente rurais, de pequena escala, ao ar 
livre, proporcionando ao visitante o contato com a natureza, com a herança cultural das 
comunidades do campo, e as chamadas sociedades e práticas ‘tradicionais’”. 
Nessa definição, a autora enfatiza principalmentea questão do ambiente e da 
convivência no espaço rural, destacando a questão da cultura local, o que seria mais 
representativo no caso de propriedades com economia em pequena escala. O mesmo 
pode ser encontrado na definição de Moletta (1999, p. 9), de que o turismo rural é 
 
 
 
 
 
 
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“[...] uma atividade de lazer que o homem urbano procura junto às 
propriedades rurais produtivas, buscando resgatar suas origens culturais, o 
contato com a natureza e a valorização da cultura local. Já para o homem 
do campo significa um meio para aumentar a sua renda mensal, de forma 
harmônica, valorizando sua propriedade e o seu estilo de vida”. 
 
Na definição de Moleta, inclui-se a perspectiva daquele que recebe, destacando o 
turismo como uma oportunidade não somente de ganhos, mas também de revalorização 
do seu próprio estilo de vida. Olga Tulik (2003, p. 86-87), analisando diversos autores que 
tratam do turismo rural, considera que a atividade deve estar relacionada, 
 
“[...] especificamente, ao meio e à produção rural. Se a ideia é de 
complementar a renda do pequeno produtor rural, gerar emprego, evitar o 
êxodo rural e promover o desenvolvimento local, o Turismo Rural deve ser 
conceituado como uma atividade que considere os atributos essenciais do 
que é, de fato, rural”. 
 
Para Cavaco (2001, p. 109), quando falamos em turismo rural, 
 
“[...] pensamos não só nos espaços procurados, como também nos tipos 
de alojamentos oferecidos, nas classes sociais envolvidas, na organização 
familiar ou social das férias, nos comportamentos dos turistas como 
consumidores. [...] o turismo rural é um turismo de espaços naturais e, 
sobretudo, de espaços humanizados, ativo ou apenas contemplativo”. 
 
Rodrigues (2000, p. 51-54) afirma que “o turismo rural é uma modalidade ainda 
relativamente nova no Brasil quando comparada a outras [...]”, definindo que “o turismo 
rural estaria correlacionado a atividades agrárias passadas e presentes que conferem à 
paisagem sua fisionomia nitidamente rural, diferenciando-se das áreas cuja marca 
 
 
 
 
 
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persistente é o seu grau de naturalidade, relativo a ecossistemas ricos em 
biodiversidade”. 
Nas definições de Tulik, Cavaco e Rodrigues, a ênfase está na atividade produtiva 
desenvolvida no meio rural e suas peculiaridades, sendo o turismo um meio de agregar 
valor a essas atividades de forma complementar. Com esse enfoque, o turismo rural 
difere do turismo em áreas naturais, pois necessariamente deverá acontecer em um 
espaço onde a produção rural acontece. Com isso, o meio rural passa a assumir um novo 
papel além da produção agrária, devendo se adequar à dinâmica de mercado no que se 
refere à formatação desse novo produto. 
Conforme afirma Calvente (2000, p. 30), “a ideia de regeneração rural, 
significando a definição do novo papel que o meio rural deve desempenhar na sociedade, 
além do abastecimento alimentar, função primordial desempenhada ao longo dos séculos, 
[...] usos múltiplos [...]”, dotando o espaço rural de diferentes funções, dentre elas, a 
turística. Assim, é importante a questão da diferenciação entre os produtos que 
constituem a oferta turística para que haja um maior poder de atração. No caso do turismo 
rural, uma das formas possíveis de diferenciação do produto é a sua tematização, 
realizada com a utilização de símbolos e/ou motivos de diversas índoles para materializar 
espaços específicos de consumo. Por meio da homogeneização de temas relacionados 
às atrações e mesclados com a cultura, história, lendas, mitos e/ou temas diversos, o 
produto se diferencia dos demais, dotando-se de conteúdo e oportunizando seu consumo 
(PAIXÃO et al, 2004). 
Um marco na definição de turismo rural pode ser encontrado na ‘Carta de 
Joinville’3, elaborada por ocasião da finalização dos trabalhos do Congresso Internacional 
sobre Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentável realizado em 2004, que formulou o 
seguinte conceito: 
“Turismo Rural é aquele que, do ponto de vista geográfico, acontece no 
espaço rural; do ponto de vista antropológico, oferece ao visitante a 
 
3 Documento elaborado durante o IV CITURDES (Congresso Internacional sobre Turismo Rural e 
Desenvolvimento Sustentável), realizado na cidade de Joinville-SC, no mês de maio de 2004, contendo 
reflexões e recomendações dos grupos de trabalhos participantes do evento, que expressaram aspirações, 
dentre outras, de estruturar uma rede latino-americana integrada por pesquisadores em Turismo Rural. 
Disponível em: <www.turismorural.org.br/abrattur/>. 
 
 
 
 
 
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possibilidade de vivências da cultura rural; do ponto de vista 
socioeconômico, representa um complemento às atividades agropecuárias 
e, finalmente, do ponto de vista do imaginário, atende às expectativas de 
evasão da rotina urbana e de realizar outras experiências de vida”. 
 
Segundo Keane (1996 apud BLOS, 2006, p. 11), o turismo rural é 
 
“[...] um veículo potencial para o desenvolvimento local, a reconversão 
econômica, o progresso social e a conservação da herança rural. 
Consequentemente, ele deveria ser pensado, organizado, comercializado 
e administrado de acordo com as características, necessidades, limitações 
e potenciais das áreas receptoras e seus habitantes. Os efeitos do 
desenvolvimento turístico atuariam primeiramente na comunidade rural 
receptora, sendo a principal beneficiada de qualquer desenvolvimento”. 
 
Fontana (2005, p. 20) define turismo rural como sendo: 
“As atividades turísticas praticadas em propriedades rurais produtivas, 
envolvendo a população local, seus usos e costumes, com a finalidade de 
complementar a renda e valorizar a cultura dos residentes, ao 
disponibilizar uma opção de turismo alternativo que vá ao encontro das 
necessidades de lazer do homem urbano”. 
 
No entender de Oliveira (2004), o turismo rural propicia o contato direto entre o 
produtor e o consumidor final, ou seja, 
 
“[...] o turismo rural propicia o contato direto do produtor com o consumidor 
final, e permite ao primeiro oferecer, além da hospedagem e/ou 
permanência, a venda de seus produtos in natura (frutas, ovos, verduras, 
etc) ou beneficiados (compotas, bolos, queijos, etc). Assim, consegue 
 
 
 
 
 
melhorar os preços para os dois lados da transação, sendo mais rentável 
para o produtor, que agrega um valor ‘natural, fresco e puro’ ao produto, e 
mais barato e saudável para o consumidor, que evita pagar o lucro de 
intermediários (OLIVEIRA, 2004, p.64)”. 
 
Dessa forma, pode-se perceber que “o espaço rural é muito mais do que um 
fornecedor de matérias-primas. [...] é um espaço multifuncional” (CRISTÓVÃO, 2002, p. 
81). Para alguns autores, o espaço rural de hoje possui uma nova legitimidade, de tal 
forma que não é mais simplesmente o fornecedor de matérias-primas para o urbano; 
comportando inúmeros elementos que se constituem nos recursos rurais, como por 
exemplo, a paisagem, o patrimônio arqueológico e histórico, as edificações históricas, 
tradições culturais, artesanato, gastronomia típica, dentre outros; que contribuem para dar 
a ele (o espaço rural), essa característica de multifuncionalidade, propícia para, dentre 
outras atividades, a implementação do turismo rural. 
Sendo assim, para o planejamento e organização das atividades e condições da 
oferta do turismo rural em qualquer região, além dos aspectos sócioculturais, espaciais, 
econômicos, ambientais e de planejamento,os técnicos encarregados, em conjunto com 
a comunidade local, precisam identificar características que diferenciem seu produto dos 
demais, criando uma tematização para o produto a ser oferecido, de acordo com o público 
a ser atingido. 
 
3 - CONHECENDO O MERCADO DO TURISMO RURAL 
 
O mercado turístico é a reciprocidade 
entre a oferta e a demanda no que tange às 
ações operacionalizadas que tratam dos 
produtos e/ou serviços de viagens. Esse 
mercado se forma por uma rede de informações 
existentes entre produtores e consumidores 
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turísticos, com o objetivo de comunicação e tomada de decisões sobre a venda e a 
aquisição de produtos e/ou serviços disponíveis. 
O produto turístico pode ser entendido como o conjunto de equipamentos e 
serviços turísticos, atrações, acessos e facilidades, colocados no mercado à disposição 
dos turistas, atendendo suas solicitações ou desejos. Sendo assim, ao conjunto de 
elementos que forma o produto turístico colocado no mercado à disposição dos turistas 
denomina-se oferta turística. A oferta turística pode ser definida como o conjunto de 
atrações naturais e artificiais, desde que sejam implantadas através de processos naturais 
já existentes na região. Assim como todos os produtos turísticos à disposição dos 
consumidores para satisfação de suas necessidades. 
A demanda turística pode ser expressa de muitas formas, como por exemplo, pelo 
número de turistas que visitam determinada região, pela quantidade de bens e serviços 
que consomem, pelo número de pernoites que utilizam, etc. A demanda de turismo rural 
pode ser definida como a quantidade de bens e serviços turísticos resultantes de 
processos produtivos de uma propriedade rural. Bens e serviços estes que indivíduos (os 
turistas) desejam e são capazes de consumir, a um dado preço e num determinado 
período de tempo, no ambiente rural. Observa-se que os bens e serviços do turismo rural 
são apenas os produtos produzidos no interior de uma propriedade rural. 
Os mercados de turismo podem ser considerados inseridos dentro de uma 
concorrência imperfeita, pois os produtos não são iguais e passíveis de troca, porém 
diferenciados. Dessa forma, o mercado turístico sofre um processo de segmentação, 
objetivando uma melhor identificação da demanda, sendo seu fator principal, o motivo da 
viagem. Somente conhecendo as características e motivações dos clientes o 
empreendedor será capaz de elaborar estratégias capazes de conquistá-los e mantê-los. 
De acordo com Moletta (1999), na sua maioria, o cliente atraído pelo turismo rural 
é urbano de classe média, sendo os grandes centros urbanos os maiores emissores. 
Estes ainda podem ser divididos em dois grandes grupos: estudantil e familiar. Na maioria 
das vezes o público estudantil é organizado em grupos pelas escolas de primeiro e 
segundo graus, universidades ou técnicas, com os seguintes objetivos principais: 
 
 
 
 
 
 
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• Vivenciar uma experiência no campo; 
• Estudar na prática alguns conteúdos do currículo escolar; 
• Conhecer as relações existentes entre o homem do campo e o urbano; 
• Conhecer técnicas das atividades agropastoris. 
 
O público familiar é aquele que viaja em casais ou pequenos grupos formados 
pela família, amigos ou, em alguns casos, turmas organizadas por agências e, na maioria 
das vezes vão até a propriedade rural com veículo próprio. As motivações que levam esse 
público a deixar sua residência e deslocar-se para o meio rural em busca de lazer são 
diversas, podendo-se citar: 
 
• Necessidade de uma mudança de ambiente para recuperar as energias 
perdidas; 
• Contato mais próximo com a natureza, sem ruídos ou qualquer outro tipo de 
poluição; 
• Convivência com pessoas de estilos de vida diferente, em termos de vínculos 
familiares, tarefas diárias, noções de tempo, preocupações diversas ou 
amizades; 
• A busca por um lugar diferenciado, considerado autêntico; 
• Alimentação saudável com produtos livres de agrotóxicos e outras impurezas. 
 
O contato com o meio rural, a vida do homem do campo, seus usos e costumes 
despertam interesse nas pessoas que vivem nos centros urbanos de tal forma que 
dispõem parte de seu tempo livre e de seus recursos financeiros para desfrutar do lazer, 
em contato com o mundo rural. Portanto, os clientes são o elemento vital de qualquer 
 
 
 
 
 
organização e conhecer suas reais necessidades quanto ao serviço ou produto desejado 
torna-se a chave para o sucesso dos empreendimentos turísticos, dentre eles, os rurais. 
 
4 - IMPACTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO TURISMO RURAL 
 
O turismo é um dos fenômenos mais 
significativos da época em que vivemos, atingindo 
proporções mundiais e influenciando os campos 
político, cultural, econômico, social e ambiental. É 
necessário ter em mente que a atividade turística, 
apesar dos inúmeros benefícios que traz, também 
poderá gerar impactos com consequências 
desastrosas para a comunidade local onde está 
instalada, se as ações não forem planejadas e 
corretamente executadas. Os impactos negativos advindos da atividade turística no meio 
rural estão relacionados aos possíveis danos ambientais e sócioculturais das localidades 
envolvidas. O desenvolvimento desordenado da atividade pode gerar uma sobrecarga no 
meio rural, causando um desequilíbrio muito grande, comprometendo o meio ambiente 
por intermédio das alterações na paisagem, utilização demasiada ou indevida de recursos 
naturais, e ainda, a modificação dos costumes locais, o que possivelmente leva a um 
descontentamento da demanda que busca pela simplicidade do campo, seus usos e 
costumes. 
Sendo assim, de acordo com diversas bibliografias que tratam de problemas 
gerados em decorrência do turismo rural, tem-se (CALVENTE; GONÇALVES, 2004): 
• Aumenta o preço da terra agrícola; 
• Intermediários podem querer controlar a atividade, diminuindo o retorno 
financeiro para o proprietário; 
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• Ocorre o abandono das atividades agropecuárias, com o problema de falta de 
alternativas econômicas além das turísticas; 
• Pode ocorrer pouca transformação na dinâmica da econômica local, se os 
produtos necessários forem trazidos de fora e se os melhores empregos 
forem ocupados por pessoas externas à comunidade; 
• Os recursos naturais, históricos e culturais do meio rural são frágeis e pode 
não haver acesso às técnicas que auxiliam na conservação; como a carga 
turística é pequena, o custo da implantação de melhorias pode ser proibitivo; 
• A mentalidade dos empresários pode trazer uma lógica onde o lucro é a 
prioridade; 
• Há insuficiência de investimentos públicos e privados; 
• Os habitantes têm dificuldades para crer nas potencialidades turísticas da sua 
própria região, podendo ocorrer reações de desconfiança ou até rejeição aos 
visitantes e; 
• Surge o problema de carência de pessoal especializado. 
 
Porém, se devidamente planejado e orientado, o turismo rural proporciona 
diversos benefícios, dentre eles (MOLLETA, 1999; CALVENTE; GONÇALVES, 2004): 
• Diversifica a renda, pois possibilita a complementação da receita rural por 
intermédio do turismo, bem como a promoção dos produtos tradicionaisda 
propriedade, como artesanato, doces, etc; 
• Auxilia o desenvolvimento do artesanato e de produtos alimentícios; 
• Cria novos empregos, pois, sendo um dos princípios do turismo rural a 
continuidade das atividades tradicionais da propriedade, a inserção de uma 
nova atividade consumirá mais mão-de-obra, contribuindo para a manutenção 
da família rural no campo, bem como o surgimento de novas oportunidades 
de emprego no campo; 
 
 
 
 
 
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• Gera o efeito multiplicador, uma vez que o turismo rural desencadeia uma 
série de benefícios na comunidade receptora, como por exemplo, a geração 
de novas despesas como pagamentos de matéria-prima ou salários, 
movimentando a economia local, em razão da atividade turística. Outro efeito 
visível é o estimulo a uma série de atividades produtivas, tanto na propriedade 
receptora quanto nas vizinhas, uma vez que estas podem atuar como 
fornecedoras na produção de alimentos e artesanato; 
• Estimula a preservação e valoriza o patrimônio natural, já que o turismo rural 
oportuniza o aumento da sensibilização ambiental tanto dos visitantes quanto 
da população local, contribuindo para a promoção da preservação e 
recuperação ambiental do espaço rural; 
• Valoriza o patrimônio cultural, estimulando a preservação da cultura local por 
meio de seu resgate e valorização são fundamentais para criar situações em 
que o turista possa vivenciá-la, seja por intermédio da gastronomia, uso de 
objetos, tipo de móveis e arquitetura existentes ou, ainda, por meio da 
demonstração da cultura propriamente dita como, por exemplo, rodas de 
prosa e viola, festas, brincadeiras; 
• Possibilita uma melhor qualidade de vida local uma vez que além da geração 
de renda, o turismo rural contribui para a melhoria na infraestrutura básica 
local, o que consequentemente, colabora com a qualidade de vida; 
• Cria novos pólos turísticos, pois o turismo rural contribui para a 
descentralização do fluxo turístico nos destinos já consagrados, na medida 
em que são abertos novos núcleos no meio rural; 
• Por ser em pequena escala permite evitar muitos problemas ligados ao 
turismo massificado (depredação, prostituição, crescimento da utilização de 
drogas, de doenças transmissíveis e de insegurança); 
• Contribui para a formação educacional do homem do campo, por meio da 
capacitação para o trabalho; 
 
 
 
 
 
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• Colabora na aquisição de novos conhecimentos, melhorando o nível de 
serviços oferecidos aos turistas; 
• Desenvolve o espírito de participação e parceria na comunidade rural, 
possibilitando resultados mais imediatos do que se fosse mantido isolado. A 
participação e a parceria efetuada entre as propriedades da comunidade local 
tornarão a atividade mais eficaz e com ganhos mais significativos, na qual 
cada propriedade poderá participar complementando a outra, tanto na 
questão de atrativos, como no fornecimento de produtos ou serviços para a 
mesma; 
• Permite a interação social e cultural dos moradores das grandes cidades com 
os agricultores e vice-versa e; 
• Possui uma função didática ou educativa. 
 
Portanto, o turismo rural deve harmonizar os interesses do meio ambiente, da 
comunidade local e do próprio turista, de modo sustentável, garantindo a integridade do 
binômio homem-natureza. 
 
5 - DISTRIBUIÇÃO DA ATIVIDADE NAS REGIÕES BRASILEIRAS 
 
De acordo com a Associação Brasileira de Turismo Rural (ABRATURR) – São 
Paulo, no ano de 1999 existia no país 1.150 propriedades cadastradas explorando o 
turismo no meio rural. Segundo Zimmermann (2001 apud BATHKE, 2002), o turismo no 
espaço rural brasileiro encontrava-se distribuído até então conforme o mapa a seguir 
(Figura 01), na sua maioria nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Iniciativas discretas 
da atividade estavam começando a surgir na região Nordeste do país, mais precisamente 
no estado da Bahia. 
 
 
 
 
 
 
Figura 01: Principais iniciativas de Turismo no Espaço Rural no Brasil. 
Fonte: Zimmermann, 2001 apud Bathke, 2002. 
 
Já dados recentes da ABRATURR (2008) demonstram que a atividade cresceu 
significativamente em todo o país, expandindo-se para as regiões Norte e Nordeste, de 
acordo com o quadro a seguir. 
 
Quadro 01: Propriedades rurais brasileiras com atividade turística 
REGIÃO PROPRIEDADES % 
Norte 176 3,62 
Nordeste 436 9,05 
Centro-Oeste 588 12,12 
Sudeste 2.706 55,78 
Sul 942 19,41 
4.851 100,00 Total 
 Fonte: ABRATURR, 2008. 
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Segundo a ABRATURR (2008), as propriedades cadastradas localizadas no meio 
rural estão trabalhando com infraestrutura e atratividades bem diversificadas, distribuídas 
da seguinte forma: 
 
• Região Norte: estão incluídos os hotéis e pousadas de selva, onde se 
concentram o extrativismo e a pesca. O modo de vida das comunidades, a 
floresta, praias de rio e uma culinária diferente do restante do país são 
destaques peculiares do turismo rural; 
• Região Nordeste: incluem-se os sítios e fazendas de eventos, com destaque 
para as vaquejadas e o folclore local. Paisagem, tradição, arte, povo e 
gastronomia são legados culturais e atrativos para o turismo rural no 
nordeste; 
• Região Centro-Oeste: as pousadas pantaneiras desenvolvem a atividade da 
lida com o gado, destacando as comitivas. As festas, a religiosidade e a 
gastronomia, aliados ao respeito pela natureza revelam a grandiosidade do 
povo do cerrado. O destaque no Distrito Federal é o mosaico cultural que 
compõe o ambiente rural; 
• Região Sudeste: a atividade turística nessa região inclui as manifestações 
folclóricas em comunidades rurais. O Espírito Santo, considerado o berço do 
agroturismo no país, propicia ao turista ver o processo de elaboração dos 
produtos que pode levar para casa. O estado das Minas Gerais ganha 
destaque na cultura gastronômica peculiar e a boa prosa do mineiro 
espalhada por toda parte. No Rio de Janeiro é possível apreciar os sabores 
do campo aliados às lembranças do Império. O estado de São Paulo tem nas 
cavalgadas, fazendas históricas, jeito caipira e comunidades tradicionais 
rurais, o sabor de café e história que encantam os turistas e faz com que esse 
estado seja o maior fornecedor do turismo rural brasileiro; 
• Região Sul: o que fortalece o turismo rural na Região Sul é o turismo 
desenvolvido nas colônias, destacando-se as festas religiosas. O Sul mescla 
 
 
 
 
 
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a herança de imigrantes e das histórias de lutas dos índios, que se refletem 
nos sabores, saberes, fazeres e tradições sulistas. 
 
Dessa forma, percebe-se que iniciativas de turismo rural estão sendo 
desenvolvidas em todo o país, sendo em algumas regiões mais significativas em termos 
quantitativos que em outras, porém, atentas aos princípios da propriedade produtiva e 
diversificação de renda por meio da atividade turística. 
 
6 – INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LIGADAS AO TURISMO RURAL 
 
ABRATURR - Associação Brasileira de Turismo Rural 
EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural 
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
IDESTUR - Instituto de Desenvolvimento do Turismo Rural
MTUR - Ministério do Turismo 
SEBRAE - Serviço Nacional de Apoio às Micro e PequenasEmpresas 
SENAR - Serviço nacional de Aprendizagem Rural 
 
 
 
 
 
 
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GLOSSÁRIO 
 
Projeto Leader: essa iniciativa fundamenta-se na promoção local do desenvolvimento 
das economias rurais, identificando alternativas inovadoras e eficazes com valor 
exemplificativo e viável. Segundo MacSharry (apud BLOS, 2000), a filosofia do projeto 
Leader é de que o desenvolvimento rural deve partir de um desejo comum de todos os 
atores radicados no cenário local, conhecedores plenamente da realidade local e 
decididos em alcançar objetivos comuns. 
 
Turismo de retorno: Expressão utilizada na Espanha e aplicada aos emigrantes da área 
rural que foram atraídos para as cidades na fase da industrialização e que, no período das 
férias, retornam para as localidades de origem. 
 
 
 
 
 
--------------FIM DO MÓDULO I---------------- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
TURISMO RURAL 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na bibliografia consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
Inventariando o Meio Rural 
 
1 - ENTENDENDO O QUE É UM INVENTÁRIO TURÍSTICO DO MEIO RURAL 
 
 
O turismo é muito mais do que o lazer. O fenômeno turístico pode promover o 
desenvolvimento sócioeconômico e a qualidade de vida dos residentes (tanto rural quanto 
urbano), desde que a atividade seja desenvolvida e planejada com base nos princípios da 
sustentabilidade. Ou seja, a implantação do turismo dentro dos princípios de 
sustentabilidade implica em não degradar e destruir os recursos naturais e artificiais 
existentes e em ser planejado e gerido de modo a melhorar a qualidade de vida da 
comunidade local. No entanto, o turismo não é necessariamente desejável ou viável em 
todas as localidades. Cada comunidade deve verificar se dispõe de recursos adequados 
para desenvolver o turismo e se existem mercados de turismo potenciais suscetíveis de 
serem atraídos pela localidade. 
Essa verificação de viabilidade é possível por meio da identificação da existência 
da oferta turística, ou seja, os recursos que têm à disposição e, que podem ser 
potencializados em produto turístico. A organização da oferta turística, bem como a sua 
complementação mediante novos produtos requer a compreensão dos conceitos e 
reflexão das atividades que esses podem abarcar. O inventário turístico tem se 
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apresentado como uma importante ferramenta na ordenação da oferta, bem como, se 
bem aproveitado, direcionar novas oportunidades de composição de produtos turísticos, 
através dos elementos naturais e culturais que este apresentar. Ou seja, o inventário da 
oferta turística está entre os passos iniciais para a implantação do turismo em qualquer 
localidade. Trata-se de uma técnica que permite a identificação do “conjunto dos diversos 
recursos que o receptivo possui para serem utilizados em atividades designadas como 
turísticas” (ANDRADE, 1995, p. 101). 
Portanto, o Inventário da Oferta Turística compreende o levantamento, 
identificação e registro dos atrativos turísticos, dos serviços e equipamentos turísticos e 
da infraestrutura de apoio ao turismo como instrumento base de informações para fins de 
planejamento e gestão da atividade turística. Este instrumento identifica e quantifica os 
atrativos, equipamentos e serviços, além de subsidiar, a partir dos dados gerados, a 
análise e qualificação dos mesmos, possibilitando a definição de prioridades para os 
recursos disponíveis e o incentivo ao turismo sustentável. Ao realizar o inventário de uma 
determinada localidade (tanto rural quanto urbana), é preciso perceber a realidade do 
lugar e interpretá-la de forma harmônica, ou seja, não basta apenas preencher 
formulários, o conhecimento técnico e a percepção do pesquisador são fundamentais. 
Dessa forma, o inventário turístico tem por objetivo resgatar, coletar, ordenar e 
sistematizar dados e informações sobre as potencialidades dos atrativos turísticos e das 
ofertas locais. “Com a elaboração do inventário, o pesquisador estará obtendo 
informações valiosas para a avaliação do impacto ambiental e da sustentabilidade de 
projetos futuros, servindo-se de elemento preventivo e quantificador, contribuindo com a 
identificação de possíveis impactos no meio rural e seu entorno” (SALLES, 2003, p.16). 
Sendo assim, o Inventário Turístico do Meio Rural é um levantamento de dados e 
coleta de informações, bem como leitura dos atrativos e ofertas existentes, em uma dada 
propriedade ou localidade rural e seu entorno, com o objetivo de analisar a potencialidade 
turística da mesma e, ainda, servir como ferramenta de auxílio para o planejamento da 
atividade visando o turismo sustentável. Portanto, antes de se iniciar o inventário da 
propriedade rural propriamente dita, se faz necessário um reconhecimento do seu 
 
 
 
 
 
entorno, no tocante aos meios de acesso, equipamentos e serviços de apoio e do 
conhecimento geográfico da região onde a mesma está inserida. 
 
1.1 - A Utilização dos Mapas como Ferramenta para o Inventário Turístico do Meio 
Rural 
 
Para possibilitar que o pesquisador possa realizar 
uma leitura correta da propriedade ou localidade a ser 
inventariada e seu entorno, torna-se necessário utilizar como 
instrumento de trabalho a cartografia. Isto porque os mapas 
geográficos possibilitam um maior entendimento da região 
em estudo, permitindo a visualização do conjunto das 
disposições dos recursos constatados. Identificam, ainda, a proximidade com vilas, 
povoados, centros emissores de turistas, bem como as vias de acesso disponíveis e suas 
características. 
A seguir serão apresentados os tipos de mapas e cartas a serem utilizados 
quando da elaboração do inventário turístico rural, de acordo com Salles (2003): 
• Mapa geográfico: abrangendo os limites municipais da propriedade alvo, as 
cidades principais, as estradas de rodagem, de ferro, aeroportos; 
• Carta topográfica ou planta cadastral1: das propriedades circunvizinhas 
(urbanas e/ou rurais), estradas vicinais, ruas, caminhos, pontes, rede de energia elétrica, 
telefones, estações repetidoras de televisão, hidrografia (rios, córregos, lagos, lagoas, 
quedas d’água, cascatas), acidentes geográficos e coordenadas geográficas; 
• Mapa da vegetação original e relevo com perfis topográficos: que podem 
ocorrer na propriedade ou região próxima, onde haja um tipo de vegetação e/ou relevo 
importantes. Exemplificando: uma região de campos ou cerrados; uma vegetação 
pantaneira, litorânea ou de florestas; a presença de montanhas (picos, serras, montes, 
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1 A planta cadastral acompanha a escritura da propriedade com registro no Cartório de Registro de Imóveis 
do município. 
 
 
 
 
 
canyons e outros); planaltos e planícies. Tanto o relevo quanto a vegetação detectados no 
mapa são de vital importância para o desenvolvimento do turismo; 
• Carta geológica/mapa dos recursos minerais: detecta a presença de jazidas 
minerais, grutas, cavernas e furnas; 
• Carta de clima: informaçõesquanto às temperaturas médias mensais e 
anuais, precipitação pluviométrica mensal e anual, umidade, temperatura e precipitações 
de solo e suas características quanto à declividade, textura, porosidade; 
• Carta de áreas indígenas: registro da presença de reservas indígenas na 
área estudada ou circunvizinha. No registro deve constar a situação das áreas indígenas, 
ou seja, se estão regularizadas, demarcadas, identificadas ou em processo de 
identificação; 
• Carta das Unidades de Conservação (UC) da natureza: localização dos 
parques nacionais, estaduais e municipais, reservas biológicas e estações biológicas. 
De posse desses mapas e/ou cartas, será possível a identificação geográfica da 
realidade da propriedade em estudo, bem como de seu entorno. 
 
1.2 - Indicação dos Acessos no Inventário Turístico Rural 
 
Trata-se do levantamento das rodovias e outros meios de acesso à localidade. O 
acesso se faz por meios aéreo, terrestre, fluvial e marítimo. Quando o acesso for feito por 
rodovias, devem ser identificadas as estaduais, municipais e vicinais. Identificar a 
distância em quilômetros, bem como o tempo gasto no percurso, o número de pistas 
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existentes, a sinalização dos acessos, a existência de pedágios (número de praças e 
valores individuais), o tipo de pavimentação da rodovia e, ainda, iluminação, condições de 
conservação e visibilidade entre um grande centro urbano e o município, entre as cidades 
circunvizinhas do centro do município, bem como entre o município e o distrito, bairro ou 
vila onde está localizada a propriedade alvo de estudo; essas informações são 
necessárias para enriquecer o levantamento. 
Quando o acesso for feito por ferrovias, os seguintes itens devem ser levados em 
consideração: identificar ferrovias federais ou estaduais; os terminais de passageiros e/ou 
cargas; distância a ser percorrida em quilômetros (da propriedade ao terminal); tempo 
gasto; tarifas aplicadas; horários e descrição das condições gerais do terminal, como por 
exemplo, número de guichês, balcão de informação, sanitários, etc. Quando existir a 
possibilidade do acesso ser realizado por viações rodoviárias, deverá ser identificado o 
terminal de passageiros; as tarifas aplicadas; identificação e número de linhas regulares 
urbanas, intermunicipais e estaduais; horários e definição das condições gerais, como no 
caso anterior. 
No acesso por via aérea é preciso identificar as companhias que operam na 
região; os aeroportos ou campos de pouso; descrever as condições gerais dos terminais; 
destinos e horários dos voos regulares; tempo gasto; serviço de táxi aéreo, fretamento, 
cargas. Quando o acesso acontecer por via marítima e/ou fluvial, os dados a serem 
levantados são: identificação dos portos e/ou ancoradouros; as companhias que operam 
na região; serviços de táxi fluvial, fretamento, aluguel de embarcações, cargas; tipos de 
embarcações disponíveis para o traslado (pequenas, médias ou grandes); descrição das 
condições gerais dos terminais; destinos regulares; tempo gasto; horários regulares; 
tarifas aplicadas e outras informações que julgue serem relevantes para o enriquecimento 
do levantamento. Sendo assim, somente com o levantamento dos meios de acesso será 
possível analisar a viabilidade para o recebimento de turistas, no que diz respeito ao 
modo como o mesmo poderá chegar até a propriedade. 
 
 
 
 
 
 
 
1.3 - Identificação dos Equipamentos e Serviços de Apoio no Inventário Turístico 
Rural 
 
Os equipamentos de apoio são aquelas instalações que existem para atender as 
necessidades da comunidade, porém são de muita utilidade (algumas imprescindíveis) 
para o turismo. Saber quais são, seus endereços, horários de funcionamento, os serviços 
oferecidos e demais informações importantes auxiliarão no processo da análise de 
viabilidade do empreendimento turístico rural, uma vez que a existência de tais 
equipamentos apoia o desenvolvimento da atividade. 
Os serviços de apoio são aqueles que atendem outros segmentos da sociedade, 
mas são usados pelo turista: alimentação, assistência médica, serviços mecânicos e de 
socorro, telefonia, comunicação, entre outros. A área de saúde conta com a prestação de 
serviços médicos, odontológicos e veterinários, distribuídos em clínicas, hospitais e/ou 
prontos-socorros, postos de saúde e ambulatórios, os quais devem ser levantados. 
A área de comunicação também estar presente no levantamento dos 
equipamentos de apoio e conta com: agências de correios; rádios e TV locais, regionais 
e/ou transmissoras; jornais e revistas locais ou regionais e companhias telefônicas. A 
assistência mecânica é um serviço de base que deve ser contemplado no levantamento, 
identificando os revendedores; oficinas autorizadas; serviço de guincho e socorro; 
borracheiros; oficinas em geral; postos de abastecimento; entre outros. 
Identificar os estabelecimentos de segurança pública também será necessário 
para complementar os equipamentos de apoio, dentro do inventário turístico rural. Entre 
esses estabelecimentos estão: Delegacias da Polícia Militar; Delegacias da Polícia Civil; 
Delegacias Municipais; Delegacias da Mulher; Delegacias de Trânsito e Corpo de 
Bombeiros. 
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Os estabelecimentos financeiros também fazem parte do leque dos equipamentos 
de apoio em uma localidade e, para tanto, devem ser identificados. Entre eles estão: 
agências bancárias; caixas eletrônicos e casas de câmbio. Outros equipamentos diversos 
colocados à disposição da comunidade local também devem ser considerados, tais como: 
bancas de jornal mais próximas; farmácias e drogarias; centros de compras (feira de 
artesanato, feira de produtos locais); centros religiosos. 
Os organismos públicos e privados de apoio à área rural também devem ser 
lembrados quando da realização do inventário dos equipamentos e serviços de apoio. 
Entre eles estão: sindicatos rurais; EMATER regional; EMBRAPA regional; SENAR 
regional; secretarias municipal-estadual de agricultura; cooperativas; associações locais; 
ONG’s; programas de apoio especiais para a zona rural, entre outros. Portanto, ao 
realizar o inventário turístico rural não se deve deixar de efetuar o levantamento dos 
equipamentos e serviços de apoio existentes na localidade a qual a propriedade rural 
pertença. 
 
2 - INVENTARIANDO A PROPRIEDADE RURAL 
 
Após realizar o inventário do entorno, é 
hora de conhecer a propriedade rural que está 
interessada no desenvolvimento do turismo. 
Para tanto, diversos levantamentos são 
necessários, sempre atentando para a 
fidelidade dos dados e percepção do 
pesquisador. “As acessibilidades influem 
decisivamente na diferenciação do espaço 
turístico de uma região, uma vez que a estas estão associadas às condições de bem-
estar das populações e a dinâmica das economias locais [...]”, o que leva o pesquisador a 
buscar diversas fontes de pesquisa (SIRGADO, 2001 apud SALLES, 2003, p. 52). 
Portanto, a seguir serão detalhados os levantamentos que o pesquisador deverá efetuar 
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na propriedade em estudo, tomando como referência principal a autora Salles, em sua 
publicação sobre o assunto datada de 2003.2.1 - Delimitação da Área 
Para se estudar a delimitação da área da propriedade rural, o pesquisador poderá 
utilizar fontes de pesquisa como entrevista com o proprietário, plantas de construção e 
paisagismo, registro de matrícula (escritura) e a observação feita por ele in loco. A seguir 
serão apresentados em forma de tópicos os itens a serem levantados quanto à 
delimitação da área, bem como as explicações para os mesmos: 
• Acesso principal ou vias de circulação: identificar a extensão e largura 
em metros; o tipo de pavimento (cascalho, asfalto, pedras, outro); as condições de acesso 
(boas, más, ruins); o paisagismo, arborização e iluminação; 
• Trilhas, caminhos e pontes: identificar a extensão e largura em metros; as 
condições de seguridade (corrimões, capacidade de carga); o tipo de pavimento (terra 
batida, cascalho); condições de conservação (boas, más, ruins); se houver cercas, se 
possuem palanques de cimento com amarrados e/ou eucalipto ou outra madeira com 
arames; o paisagismo, arborização natural e iluminação; 
• Formas de acesso interno viáveis: identificar como deve ser percorrido o 
acesso principal (automóvel, jipe, caminhões, etc.) e as trilhas (a pé, a cavalo, trator, etc.); 
• Sinalização: identificar como é feita a sinalização do acesso principal, das 
trilhas (placas e setas), bem como as condições de visibilidade e iluminação da mesma; 
• Manutenção dos equipamentos e instalações: verificar a periodicidade 
em que ocorre a manutenção, se o serviço é executado sob contrato ou terceirizado, ou 
ainda, se é feito por empresas especializadas; 
• Manutenção de trilhas, estradas, caminhos, jardins: identificar a 
periodicidade e quem executa a manutenção; 
• Manutenção de cercas e aceiros: este tipo de manutenção tem por objetivo 
a limpeza destinada a não permitir acesso do fogo às cercas, árvores, casas, etc., 
 
 
 
 
 
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mediante roçada, carpa, desobstrução, etc. Nesse item deve-se identificar, portanto, a 
periodicidade e quem a executa, verificando ainda se há preocupação com a época de 
incidência de queimadas; 
• Diferenciais relevantes: todo produto turístico deve possuir um diferencial 
que o difere de outros produtos semelhantes, sendo assim, deve ser identificado se 
existem tais diferenciais na propriedade, como: portal centenário, mata-burro (antiga 
forma de barreira para animais, cova com palanques de madeira ou trilhos na entrada de 
propriedades rurais), marcos topográficos, entre outros. 
 
2.2 - Saneamento Básico 
 
Para um melhor aproveitamento turístico de uma propriedade deve-se dar um 
tratamento especial à infraestrutura relacionada à capacidade potencial de redes de 
abastecimento (água, luz, esgoto), de tal forma que não seja insuficiente para atender à 
demanda turística e continuar servindo às necessidades dos moradores locais. 
Quanto ao abastecimento de água, é importante identificar e analisar: 
• Origem e esgotamento em mm3 de minas, nascentes ou poços artesianos; 
• Como é realizada a contenção, se em caixas cobertas tipo reservatórios ou 
valas a céu aberto; 
• As condições de captação da água, ou seja, se por meio de galerias, canais, 
adutoras, mangueiras, encanamentos; 
• Como é feita a distribuição interna, se por galeria, mangueiras, 
encanamentos; 
• Se existe fornecimento, tratamento e distribuição pela Companhia de 
Saneamento (municipal ou estadual); 
• A forma como a água é conduzida até os reservatórios, se por canais, 
galerias; 
 
 
 
 
 
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• A capacidade do reservatório em litros cúbicos; 
• Quais as formas de tratamento da água, tais como fluoretação e cloração, 
filtragem, etc.; 
• Como é feita a limpeza de reservatórios, identificando a periodicidade, os 
materiais utilizados para higiene; 
• A salubridade da água, atentando para ausência de cor, odor e sabor; 
• As condições das instalações hidráulicas, identificando a periodicidade de 
revisão; 
• Se a água é utilizada integralmente para o consumo ou se existe uso múltiplo 
para mesma, tal como para irrigação; 
• Existindo piscinas ou tanques, verificar as condições da água, bem como o 
tratamento adequado. 
 
Outro item importante quando analisado o saneamento básico da propriedade é a 
questão do esgoto sanitário e, para tanto, necessita-se identificar: 
• A fossa séptica, efetuando uma descrição da mesma; 
• As formas de decantação e tratamento do esgoto; 
• A periodicidade de revisão nas instalações hidrosanitárias; 
• Qual é o destino das águas servidas, que podem ser por fossas/sumidouros, 
tanques de tratamento, esgotos; 
• Se existe fossa séptica biodigestora, possibilitando a transformação em adubo 
orgânico; 
• A existência de ligação do esgoto da propriedade com a rede coletora de 
saneamento básico do município; 
• Se a coleta e tratamento do esgoto são realizados pela companhia de 
saneamento básico municipal ou estadual. 
 
 
 
 
 
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Atenção especial também deve ser dada ao lixo rural quando do levantamento 
do saneamento da propriedade, verificando-se: 
• Como a contenção do lixo rural é feita, ou seja, por valas, latões, aterros, ou 
outra forma de contenção; 
• As formas de coleta, se seletiva ou indiscriminada; 
• Como é feito o acondicionamento do lixo para transporte, se em sacos 
plásticos, latões, carriolas, outros; 
• Qual o destino final dado ao lixo, como por exemplo, coleta especial 
(caminhões coletores), se é queimado, enterrado, lançados nos rios, valas compactadas 
ou não, coleta pública; 
• Se existem fontes renováveis, como adubo orgânico, biodigestor (a partir do 
esterco), biofertilizantes; 
• Se existe alguma alternativa energética a partir do lixo; 
• Onde os despejos domésticos, desinfetantes, pesticidas, fungicidas entre 
outros são lançados; 
• Como é feito o transporte e armazenamento de produtos químicos e 
veterinários; 
• Existência de depósito para embalagens vazias de produtos químicos, 
descrevendo o local, condições e finalização das embalagens; 
• Se existem unidades regionais de recebimento e triagem de embalagens 
vazias de produtos químicos e veterinários; 
• Existência ou não de monitoramento dos resíduos sólidos produzidos. 
 
A energia elétrica também faz parte do saneamento básico da propriedade rural 
e para tal, devem ser identificados: 
 
 
 
 
 
• A forma como acontece a transmissão da energia, se pela rede pública ou 
interna, por cabos, transformadores, geradores; 
• Se a distribuição na propriedade é bifásica e/ou trifásica; 
• O fator de potência, medido em KW; 
• A capacidade de sobrecarga de uso (em KW), nos diversos pontos distribuídos 
dentro da propriedade; 
• O consumo médio de energia elétrica, considerando-se os períodos de pico 
(época de irrigação, estiagem, etc.), em KW; 
• Se a fiação é área ou subterrânea; 
• A periodicidade de manutenção elétrica preventiva; 
• A existência de pararraios; 
• Se existe fonte de energia alternativa, como por exemplo, energia solar. 
 
2.3 - Características Naturais 
 
As características naturais de uma 
determinada propriedade pode ser o grande 
diferencial da mesma, sendo de fundamental 
importância e contribuição para o 
desenvolvimento da atividade turística no meio 
rural. Conhecer detalhadamente cada uma das 
peculiares naturais possibilitará um melhor 
aproveitamento da propriedade, quando do 
desenvolvimento do planejamento turístico 
local. Sendo assim, serão apresentadas a seguir as características naturais a serem 
levantadas durante a realização do inventário turísticorural. 
 
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2.3.1 - Fatores Abióticos 
 
Conhecer as variações climáticas torna-se indispensável para a programação de 
visitas aos atrativos naturais. Dessa forma, é necessário que se conheça o clima regional, 
classificando-o quanto à localização geográfica e altitude (equatorial, tropical, subtropical, 
tropical de altitude, tropical atlântico, temperado, semiárido); a temperatura média anual, 
medida em ºC; o regime de precipitação, ou seja, verões (chuvosos e quentes) e invernos 
(frios e secos); o índice pluviométrico anual; a umidade relativa do ar, medida em %; os 
períodos de incidências de geadas e neblinas; os períodos de maior incidência solar, para 
se atentar a questão da luminosidade e períodos de maior incidência de nebulosidade. 
Esses dados podem ser coletados junto à Estação Meteorológica mais próxima 
da propriedade, Institutos de Meteorologia, sites da internet do INMET, INPE, EMBRAPA, 
etc., Casa da Agricultura local, entre outros. 
 
2.3.2 - Relevo 
 
“Do ponto de vista turístico, a importância do relevo está na beleza cênica com 
aproveitamento para práticas diversas de lazer, incluindo-se a simples observação da 
paisagem” (SALLES, 2003, p. 58). Sendo assim, conhecer o relevo predominante será de 
grande auxílio para, principalmente, se estabelecer quais atividades de lazer poderão ser 
desenvolvidas na propriedade rural. 
Dessa forma, nessa fase do levantamento serão identificados montanhas, 
planaltos, planícies, pequenas montanhas (morros), depressões (superfícies mais baixas 
que as formas de relevo que as circundam), depressões absolutas (abaixo do nível do 
mar), depressão alongada (vales que em geral contém um leito de um curso d’água, como 
resultado de um processo de erosão do terreno) e, canyons. 
Também deverão ser identificadas faixas mais frequentes de altitude, dados da 
geologia regional, formas de vertentes (declividade) associadas a dados pedológicos 
(textura, estrutura, densidade, permeabilidade, espessura, porosidade e capacidade de 
saturação). 
 
 
 
 
 
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2.3.3 - Espeleologia 
 
Nesse ponto do levantamento, o pesquisador deverá estar atento, não somente 
com relação à coleta de informações de documentos e entrevistas, como também à sua 
sensibilidade de observação, pois, estará buscando dados sobre: 
 
• As cavidades naturais subterrâneas existentes na propriedade ou região, como 
cavernas, grutas, furnas, abrigos sob rocha, abismos; 
• Sinais de sítios arqueológicos, como cacos de cerâmica, potes de barro, pontas 
de flecha, machados ou outros instrumentos de pedra, pintura antigas; 
• Sinais paleontológicos, como a existência de ossos, dentes, conchas, moldes e 
contramoldes de atividade biológica, etc.; 
• Outras cavidades existentes. 
 
Para tanto, mediante a existência de cavidade natural, o pesquisador deverá 
levantar sua localização (coordenadas), identificando o nome usualmente dado pelos 
moradores, condições de acessibilidade para a mesma, se a população faz uso do local, 
quer seja para abrigo, depósito, local de manifestações folclóricas ou religiosas, etc. Para 
o caso de serem encontrados materiais arqueológicos/paleontológicos, verificar a 
existência de estudos já efetuados, quais organismos institucionais estiveram presentes 
(universidades, instituições, ONG’s, etc.). Relatar a existência ou sinais de vandalismos 
e/ou depredações e registrar se existe ou não participação de organismos públicos 
municipais, estaduais ou federais, quanto à preservação e conservação do local. 
Quanto à fauna existente nas cavernas, torna-se importante registrar a 
participação ou não quanto a projetos para preservação e conservação, de organismos 
públicos municipais, estaduais ou federais; bem como a identificação da mesma, 
geralmente realizada pelos moradores. 
 
 
 
 
 
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Outro detalhe que não deve ser deixado de lado para que se possa ter uma 
análise da situação atual do local, diz respeito à verificação da existência de: decreto de 
preservação dado pelo IBAMA; Parques Nacionais, tombamento como patrimônio 
histórico ou reserva da biosfera, etc.; projetos de uso e ocupação para fins turísticos; 
frequência de visitação para visitantes locais, regionais, estaduais e outros; política de 
cobrança; nomes usualmente dados pelos moradores e outras observações relevantes. 
Todas essas informações devem ser buscadas junto à prefeitura local. 
 
2.3.4 - Vegetação 
 
A vegetação, como componente das características naturais da propriedade, tem 
sua importância enaltecida, uma vez que a prática do turismo no meio rural acontece em 
áreas que tenham as mais variadas formações vegetais, as quais devem ser 
reconhecidas pelo pesquisador, para que, numa avaliação futura, possa detectar os 
problemas ambientais e apresentar projetos, acrescentando um atrativo educativo para 
futuros turistas da propriedade e do entorno. 
Dessa forma, deverá ser identificado o bioma ao qual pertence à vegetação, como 
por exemplo, Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Após a 
identificação do bioma, deverá ser determinada a tipificação do mesmo, ou seja, se 
primária ou secundária; de cultivo e/ou reflorestada, entre outras. A formação vegetal do 
bioma também deve ser observada, reconhecendo suas características e ambientes em 
que ocorre (igapó, várzea ou terra firme) e ainda; a diversidade de animais existentes. 
Um item ao qual o pesquisador deverá estar muito atento quando do 
levantamento são os problemas ambientais apresentados no local, como desmatamentos, 
queimadas, desertificação, lixo, poluição das águas, do ar e do solo, ocupação 
desordenada do território, entre outros. Também deverá verificar a existência de projetos 
e programas que busquem a preservação e conservação do local, como por exemplo, 
manejo florestal, cooperação nacional e internacional e, ainda, iniciativas em outras 
regiões próximas. 
 
 
 
 
 
 
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2.3.5 - Flora e Fauna 
 
O Brasil é detentor da maior biodiversidade do planeta, reunindo milhares de 
espécies animais e vegetais, o que o torna alvo para a biopirataria, caça e pesca 
predatória, queimadas, desmatamentos, entre outros. Diversas pesquisas e estudos de 
preservação têm sido incentivados por meio de projetos e apoios nacionais e 
internacionais. 
O conhecimento da flora e fauna local contribuirá para o desenvolvimento de 
atividades turísticas no meio rural, as quais poderão estar alicerçadas na sensibilização e 
preservação da biodiversidade do planeta. Quando do levantamento da fauna, deve se 
atentar para abundância das espécies de ambientes aquáticos e terrestres, classificando-
as em raras, endêmicas, exóticas, em extinção, espécies-chave (importantes para a 
conservação da área). Também deve ser identificada a dinâmica das populações, hábitos 
alimentares e reprodutivos e migrações. A origem de ameaças às espécies locais, como 
por meio de caça, pesca, presença do homem, desmatamento, tráfico, entre outras, 
também deve ser determinada. 
Ao se efetuar o levantamento da flora, a diversidade de espécies deve ser 
identificada e classificada quanto ao seu porte e hábito (arbórea, arbustiva, herbácea, 
terrestre, aquática).As espécies ameaçadas de extinção também devem ser 
estabelecidas. No quesito diversidade e singularidade, o pesquisador deverá ter atenção 
e cuidados especiais, pois terá que analisar, por exemplo, se se trata de uma visão 
bucólica, de uma beleza cênica, se existem mirantes, a harmonia da paisagem com as 
construções do local, a presença de mata ciliar, mata nativa ou remanescente. 
 
2.3.6 - Hidrografia 
 
A hidrografia, em inúmeros casos, apresenta-se como um diferencial para a 
propriedade rural que almeja pelo desenvolvimento do turismo, já que a água é um 
grande chamariz para o homem. Portanto, quanto mais rico em detalhes for o 
levantamento da hidrografia local, maiores serão as possibilidades de seu uso para fins 
 
 
 
 
 
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turísticos. Ao se levantar os cursos d’água, suas nascentes, cascatas, quedas d’água, 
corredeiras, bem como as lagoas ou açudes naturais ou artificiais, o pesquisador deverá 
identificar: o regime das águas (cheias e vazantes, em volume); altura da queda; poluição, 
salubridade e temperatura da água; a paisagem circundante; descrever a vegetação do 
entorno (presença ou ausência de mata ciliar, primária ou secundária e reflorestada); 
descrever as condições de acesso (facilidades e dificuldades); se existe navegabilidade e 
os tipos de embarcações possíveis (botes, lanchas, barcos, etc.), bem como 
ancoradouros; se existe possibilidade de banho, pesca e prática de outros esportes. 
Na existência de fontes hidrominerais ou termais registradas, deverá ser feita uma 
descrição completa da mesma, de acordo com as informações contidas no Registro de 
Lavra. 
 
2.4 - Distribuição da Área Rural 
 
Identificar a extensão da área rural em estudo de acordo com sua distribuição 
específica é um dos passos a serem realizados durante a realização do inventário 
turístico rural. Nessa identificação devem estar incluídas as possíveis: áreas de proteção 
ambiental – APA’s, unidades de conservação - UC’s, reservas particulares do patrimônio 
natural – RPPN’s, construções e benfeitorias. 
Sendo assim, três conjuntos de informações devem ser levantados (em hectares): 
• Áreas aproveitáveis, mas não exploradas: reserva legal; preservação 
permanente; interesse ecológico; reflorestadas com espécies nativas; ocupadas com 
benfeitorias (construções, instalações); mineração; áreas de florestas naturais; 
• Áreas de criação animal: pastagem nativa; pastoreio temporário; pastagem 
plantada e/ou melhorada; produtos granjeiros; tanques para criação de peixes, rãs; 
• Áreas aproveitáveis, exploradas: culturas permanentes (florestas plantadas e 
naturais, fruticultura); culturas temporárias (horticultura, fruticultura, floricultura, lavoura 
branca). 
 
 
 
 
 
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Dessa forma, o pesquisador terá uma ideia completa da extensão da propriedade, 
bem como da área ocupada e do que existe na mesma. 
 
2.5 - Atividades Desenvolvidas e Comercializadas na Propriedade 
 
Além de saber a extensão da propriedade, o pesquisador também deverá buscar 
informações quanto às atividades desenvolvidas e comercializadas na mesma, item este 
fundamental para que se possa estar planejando a atividade turística em harmonia com o 
ambiente local. As atividades desenvolvidas, porém não comercializadas, são definidas 
como a produção de subsistência e alimento dos moradores e dos animais. Nessas 
atividades estão agricultura e zootecnia e as informações devem ser colhidas por meio de 
entrevistas com o proprietário e/ou funcionários. 
Para a agricultura não comercializada, o pesquisador deverá identificar: as 
culturas perenes (permanentes); as culturas temporárias; extração vegetal e florestal 
(produtos nativos); entre outras. Importante ainda identificar as condições de plantio: uso 
de insumos (quando se tem uma cultura isenta de agrotóxicos, fertilizantes); combate de 
pragas, ervas daninhas (uso de fungicidas); técnicas de processamento pós-colheita 
(quando se trata de uma cultura fitoterápica, ou seja, medicinal); se no caso de existirem 
canteiros, se os mesmos são diretamente no solo, em estufas, aéreos, ou de outra forma. 
A questão da localização também deve ser verificada, ou seja, a proximidade com a casa 
sede, baias, áreas de produtos comercializáveis, criadouros, etc, com os canteiros, 
pomares, áreas de processamento e demais utilizadas. 
Com relação à zootecnia não comercializada, deverá ser realizado um 
levantamento com a identificação, o plantel (número) e finalidade de cada criação: 
avicultura (corte e postura); suinocultura (corte e procriação com ou sem controle); 
ovinocultura (aproveitamento de lã, manutenção de gramados, corte, procriação com ou 
sem controle); piscicultura (pesca de subsistência); apicultura (extração de subsistência); 
cães, gatos, animais silvestres e/ou selvagens para agrado pessoal (verificar certificação 
do IBAMA); equinos – cavalos, burros, pôneis (uso na lida diária para trabalho ou lazer 
 
 
 
 
 
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para moradores e empregados). Complementando o levantamento, devem ser 
identificadas as instalações e equipamentos, com a localização de baias, galinheiros, 
cocheiras, canis, viveiros, bem como as condições de higiene e trato para cada um deles. 
Com relação às atividades desenvolvidas para comercialização, somente deverão 
ser inventariadas aquelas onde é ou será permitida a visitação pública, devendo todas 
estar dentro dos rigores da lei. 
Para a agricultura comercializada, deverão ser identificadas: culturas perenes, 
culturas temporárias, horticultura, fruticultura, extração vegetal e florestal, entre outras 
existentes. Também será necessário o levantamento das condições de plantio: canteiros, 
uso de insumos, combate de pragas e/ou ervas daninhas, técnicas de processamento 
pós-colheita, técnicas de armazenamento (galpões, câmaras frigoríficas, silos, etc.), 
técnicas de embalagem (mecânica e/ou manual); formas de arar a terra (mecanizada ou 
por tração animal). Importante ainda identificar as unidades de produção mensal/anual 
utilizadas em cada uma das culturas (quilo, arrobas, toneladas, sacos de 50 ou 60 kg, 
centos de frutos, cachos, litros, metros cúbicos). A época em que o plantio, poda, colheita 
e replantio são feitos também deve constar do levantamento. 
Além desses itens, a área de armazenamento, embalagem e equipamentos 
devem ser cuidadosamente analisados e descritos, levando-se em conta: a metragem de 
silos, galpões, tuias, barracões, etc. (em metros quadrados); o dimensionamento de 
bancadas de trabalho, se o mesmo é proporcional ao número de trabalhadores; se a 
ventilação do local é adequada ao número de pessoas; as condições de higiene 
oferecidas, como luvas, toucas, botas, etc; a existência de energia elétrica; se a 
iluminação é satisfatória para o desempenho dos trabalhadores; se possui um kit de 
primeiros socorros; descrever como é feito o armazenamento das embalagens e das 
ferramentas de trabalho, bem como de produtos químicos e orgânicos; verificar se há 
desinfecção e limpeza do ambiente na entressafra e aspectos e conservação geral do 
ambiente. 
Outro item que precisa ser observado é a questão da localização, atentando para 
a proximidade das instalações de manuseio de alimentos com as de animais, das áreas 
residenciais e de lazer. As formas ou pontos de venda também devem ser descritos: 
 
 
 
 
 
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exposiçõese/ou feiras (local, data, periodicidade); parcerias com a prefeitura local, 
cooperativas ou iniciativa própria; características do evento (se em barracas, com outros 
produtos ou atividades, etc); venda para centros de distribuição (CEASA’s) ou ainda; 
vendas para o comércio local (quitandas, supermercados, etc). 
Para as atividades comercializadas com animais de médio e grande porte, 
como gado, ovelhas, cabritos, animais exóticos, deverá ser observado e inventariado: 
• A comercialização de derivados, a exemplo de leite, manteiga, lã, ovos, 
tecidos: a média da produção anual ou mensal (em moeda corrente); unidades de 
produção mensal ou anual dos derivados (expressas em quilo, arrobas, toneladas, litros, 
entre outros); tipo das instalações de processamento e conservação dos produtos 
(abatedouros, câmaras frigoríficas, embalagens, etc); plantel disponível (descrever em 
números cada espécie); 
• Comercialização com reprodução animal: média de reprodução mensal ou 
anual (em moeda corrente); reprodução artificial e/ou cobertura; tipo das instalações 
(câmaras refrigeradoras, embalagens, transporte, etc); 
• Comercialização de animais em pé: média da produção mensal ou anual (em 
moeda corrente); média de animais comercializado mensal ou anual e tipologia dos 
animais comercializados (montaria, corte, reprodução); 
• Comercialização com carne de corte: média da produção mensal ou anual (em 
moeda corrente); unidades de produção mensal ou anual, expressas em quilo, arrobas, 
toneladas, peças inteiras; tipo das instalações de processamento e conservação dos 
produtos (abatedouros, câmaras frigoríficas, embalagens, etc) e o plantel disponível, 
descrevendo em números cada espécie comercializada; 
• A área de trabalho, processamento, armazenamento, embalagem e transporte 
também devem ser cuidadosamente identificados: tamanho de galpões, abatedouros, 
barracões, cozinhas industriais, entre outras, em metros quadrados; o tipo de ventilação 
existente (natural ou artificial); as condições de higiene dos ambientes; energia elétrica e 
iluminação nas áreas de trabalho; existência de sanitários (com ou sem chuveiros); água 
corrente; kit de primeiros socorros; bancada de trabalho dimensionada para as tarefas 
 
 
 
 
 
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específicas; equipamentos disponibilizados para o trabalho dos funcionários; 
armazenagem de ferramentas de trabalho; descrever o armazenamento de embalagens e 
produtos químicos; observar periodicidade de desinfecção e limpeza do ambiente e 
aspectos e condições gerais do ambiente; 
• Localização das instalações: identificar a proximidade das instalações de 
processamento de alimentos com as de animais em pé; das instalações gerais de 
comercialização com as áreas destinadas para residências, hospedagem e lazer; 
presença de cercas, porteiras ou outros elementos que empeçam a passagem de animais 
para áreas destinadas para residências, hospedagem e lazer. 
 
As atividades comercializadas com criação de animais de pequeno porte, 
como peixes, aves e rãs, entre outros, também deverão ser inventariadas, atentando para 
a descrição das atividades de produção (média de produção mensal ou anual em moeda 
corrente e em quilos/toneladas), descrevendo as atividades desenvolvidas (reprodução, 
de desova, de engorda) e ainda, as condições de tanques e/ou represas naturais ou 
artificiais. As instalações de processamento, armazenagem e embalagem também devem 
ser inventariadas, coletando dados sobre: dimensão em metros quadrados de galpões, 
barracões, cozinhas industriais, etc; a ventilação local; as condições de higiene dos 
ambientes; energia elétrica e iluminação nas áreas de trabalho; sanitários; água corrente; 
kit de primeiros socorros; bancadas de trabalho dimensionadas para as tarefas 
específicas; equipamentos disponibilizados para o trabalho dos funcionários; 
armazenagem de ferramentas de trabalho e produtos químicos; descrição do 
armazenamento de embalagens; câmara frigorífica, freezer, geladeiras; observar se há 
desinfecção e limpeza e com que frequência e; aspectos e conservação geral do 
ambiente. 
Para o caso da existência de realizações técnico-científicas contemporâneas, as 
quais permitem ou permitirão visitação pública, estas deverão ser descritas dentro do 
processo do inventário turístico rural. Tais realizações podem ser: exploração de minérios, 
agrícola e/ou pastoril, fazenda modelo, estações experimentais; zoo, aquários, viveiros; 
entre outras. Após o levantamento total das atividades comercializadas e não 
 
 
 
 
 
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comercializadas da propriedade, o pesquisador estará de posse de valiosas informações 
que servirão de base para o planejamento da atividade turística no meio rural. 
 
2.6 - Recursos humanos 
 
Identificar o quadro de recursos humanos de uma propriedade rural também faz 
parte do levantamento para a realização do inventário turístico rural. 
Neste item, o pesquisador deverá descrever: 
• Funcionários registrados residentes: número de funcionários, atividades 
exercidas, qualificação profissional, faixa salarial, início das atividades, origem e correntes 
migratórias, habilidades extraprofissionais, número de membros familiares, aptidões 
artísticas, artesanais e/ou musicais; 
• Funcionários registrados não residentes: número de funcionários, atividades 
exercidas, qualificação profissional, faixa salarial, início das atividades, origem e correntes 
migratórias, aptidões artísticas, artesanais e/ou musicais; 
• Trabalhadores sob regime de parcerias (meeiros): número de parceiros, 
atividades exercidas, qualificação profissional, base contratual (porcentagem na 
produção), tempo de contrato, origem e correntes migratórias, aptidões artísticas, 
artesanais e/ou musicais; 
• Empresas terceirizadas: base contratual, atividades desenvolvidas e 
periodicidade; 
Esse levantamento minucioso possibilitará um amplo conhecimento sobre os 
recursos humanos existentes na propriedade para que possam ser identificadas as 
pessoas que poderão trabalhar e contribuir no desenvolvimento da atividade turística 
rural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.7 - Aspectos étnico-culturais e históricos 
 
Identificar os aspectos étnico-culturais e históricos existentes auxiliará no 
planejamento de possíveis atividades turísticas a serem implantadas na propriedade rural. 
Para a descrição dos aspectos étnico-culturais e históricos devem ser levantados: 
• Histórico e antecedentes legais: colonização predominante na região; histórico 
passado e/ou recente; manifestações culturais relevantes (inclusive indígena); 
• Histórico da propriedade: edificações centenárias (casas, tulhas, senzalas, 
moinhos, galpões, capelas, engenhos, etc); acervo histórico (mobiliário, ferramentas de 
trabalho, maquinários, artes plásticas e/ou esculturas, documentos pessoais como cartas, 
fotografias, mapas, documentação jornalística, utensílios domésticos, vestimentas, 
brinquedos, etc); edificações passíveis de tombamento; tombamento regulamentado 
(verificar documentação); 
• Antecedentes étnico-culturais de proprietários fundadores e recentes, de 
colonos migrantes/emigrantes: ascendência; idioma (características idiomáticas locais, 
idiomas estrangeiros); religiões, seitas, credos ou outras crenças influenciadas pelos 
antepassados; verificar a existência de alguma manifestação religiosa que atraia 
espontaneamente um número considerável de pessoas/seguidores; tradições familiares 
ou locais; hábitos e costumes familiares ou locais; demais características peculiares do 
local com relevância para a história da propriedade ou região; 
• Atividades espontâneas: roda de viola, contos e roda de ‘causos’,festas de 
peão, danças folclóricas; festas folclóricas (atuações existentes como São João, Santo 
Antonio, Catira, Rancho, Folguedos, entre outras); atividades esportivas (futebol, pesca, 
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caça); adesão (local e/ou regional); periodicidade; projetos existentes e/ou vontade; 
identificar talentos que não são aproveitados; 
• Festas e tradições locais e/ou regionais (proprietários e colonos): festas 
folclóricas, cívicas, profanas; crenças e crendices; prática de medicina fitoterápica; 
tocadores de berrante, sanfonas, instrumentos musicais originais/rústicos; contadores de 
‘causos’; benzedores; peões; identificar talentos que não estão sendo aproveitados; 
• Artesanato local: tipo (cerâmica, marcenaria, tapeçaria, cestaria, renda, couro, 
instrumentos musicais, brinquedos, bordados, entre outros); projetos existentes e 
vontade; identificar talentos que não estão sendo aproveitados; produção para deleite 
(hobby), clubes de cooperados, doação para entidades religiosas, oficinas mantidas pela 
prefeitura com finalidade social/assistencial, entre parentes e/ou vizinhos, etc; quantidade 
de peças produzidas mês/ano; custos da produção; manufaturados com produtos 
reciclados a partir dos descartáveis da própria propriedade; origem da matéria-prima 
(barro, lã, sisal, madeira, outras), bem como se a extração é local ou adquirida em 
fornecedores locais e/ou regionais. 
As instalações e construções com potencialidade turística não podem deixar de 
ser inventariadas, sendo que devem ser descritas as condições estruturais, de uso, de 
aproveitamento atual, localização, proximidade, etc. Essa descrição deve ser feita 
individualmente, detalhando o tipo arquitetônico relevante, a quantidade de cômodos 
disponíveis, o estado físico de conservação (hidráulica, elétrica, sanitária, pintura, 
ferragens, madeiras, esquadrias com proteção de tela, etc), uso original e atual e, 
proximidade com as demais construções. 
Deve-se ainda identificar as demais construções existentes na propriedade, tais 
como, casa sede, administração, casa de funcionários (colonos), abrigo para animais 
(cocheiras, baias, galinheiros), oficinas, quiosques, piscinas, churrasqueiras, ranchos, 
mirantes, sanitários, entre outras. Essas informações são essenciais para se ter um 
dimensionamento do conteúdo étnico-cultural e histórico da propriedade, bem como de 
suas construções que poderão contribuir para a atividade turística local. 
 
 
 
 
 
 
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2.8 - Atividades turísticas em desenvolvimento 
 
Embora mesmo não tendo um planejamento para o desenvolvimento da atividade 
turística, muitas propriedades a realizam em caráter informal, esporádico ou ainda, pré-
programado. Sendo assim, atividades recreacionais, de lazer ou físicas devem fazer parte 
do levantamento, dividindo-se em: 
• Atividades agropecuárias com suporte: atividades desenvolvidas na 
agricultura (hortas orgânicas e/ou medicinais, pomares); ordenha, tosquia, trato; descrição 
de como as atividades são desenvolvidas, bem como se o produto colhido é cobrado ou 
está incluído no preço da atividade; demanda (se local, regional, hóspedes ocasionais, 
entre outros); disponibilidade de ferramentas e material para a atividade; monitoramento 
realizado por locais ou terceirizados; 
• Trilhas: realizada com guia ou não; classificação pelas dificuldades 
apresentadas (declive, mato, mosquitos, animais silvestres e/ou peçonhentos, buracos, 
degraus, pontes, corrimões); traçado natural (feito pela população local) ou artificial 
(criada especialmente para a atividade turística); projeto de manejo (trilhas alternativas 
para a manutenção e/ou recuperação da trilha principal); periodicidade de limpeza e 
conservação; tempo do percurso; primeiros socorros; orientação existente de monitores 
(quanto ao vestuário, alimentação, comportamento); atrações especiais; monitoramento 
local ou terceirizado; 
• Cavalgadas: condições físicas dos animais; trato; local de pasto; condições 
dos equipamentos (selas, arreios); paisagens circundantes; pistas com ou sem obstáculo; 
monitoramento; orientação de monitores (quanto ao vestuário, alimentação, 
comportamento); primeiros socorros; atrações especiais; 
• Pesca: represas artificiais/naturais ou rios; materiais para a atividade (iscas 
artificiais ou naturais, varas, cadeiras, água potável); locais sombreados ou especiais; 
locais para limpeza e preparo do pescado; cuidados com a água (salubridade); 
manutenção da área circundante, evitando a proximidade de animais peçonhentos; 
legislação específica; 
 
 
 
 
 
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• Ordenha: preparo anterior (materiais); acesso aos animais mansos; higiene; 
locais para manuseio e processamento dos produtos (limpeza e higiene); 
Outras atividades ou serviços ainda podem ser comercializados na propriedade, 
os quais podem ser abertos ao público em geral, vizinhos, hóspedes, convidados 
especiais, parceria com escolas, agremiações, etc. Dessa forma, inventariá-los também 
se faz necessário e, para tal, podem ser divididos em: 
• Atividades de lazer: desportivas, saúde, estéticas, culturais, culinária, 
exploração em cavernas, observação de pássaros, entre outras; 
• Produtos para venda ou aluguel: artigos religiosos, antiguidades, rústicos, 
móveis, ferramentas; equipamentos como materiais de pesca (iscas), escalada (cordas), 
observação (binóculos); política de preços (por ingresso ou por participação nas 
atividades); serviços terceirizados (monitores, motoristas, etc); 
• Meios de hospedagem (já existentes na propriedade): número de Unidade 
Habitacional (UH) com e/ou sem banheiro (quarto disponível); número de UH com e/ou 
sem cozinha (casa, chalé); número de leitos; área de camping sem infraestrutura; área de 
camping com base (sanitários, cozinhas, barracas disponíveis); custos; política preço 
aplicada (incluindo refeições, monitores, guias, transportes, equipamentos, etc); 
• Gastronomia típica: comidas e bebidas; origem cultural; composição básica, 
produção local; apresentação dos cardápios oferecidos; quantidade e tipos de alimentos 
oferecidos; consumidores locais, regionais, hóspedes, ocasionais; custos de produção; 
política de preço (pelo cardápio ou por participação em outras atividades); 
• Artesanato local: tipo (cerâmica, marcenaria, entre outros); custos da 
produção; política de preços (considerando-se que haja uma política de comercialização, 
verificar o repasse ao artesão, para a compra da matéria-prima, para um núcleo de 
produção). 
 
Para que se possa efetuar a comercialização do artesanato, das comidas e 
bebidas típicas, há necessidade de um local adequado para isso, portanto, devem ser 
 
 
 
 
 
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inventariados tais locais, identificando se a comercialização é feita em instalações dentro 
da propriedade, em barracas de feiras (locais ou regionais), para o comércio do entorno 
ou outro local. 
Portanto, depois de efetuado o levantamento da propriedade e de seu entorno, ou 
seja, elaborado o inventário turístico rural, o pesquisador e o proprietário estarão de posse 
de uma ferramenta importantíssima para o desenvolvimento de projetos turísticos rurais 
visando o desenvolvimento sustentável. Importante se faz lembrar que osinventários 
podem ser desenvolvidos tanto para propriedades que queiram iniciar a atividade turística 
rural como para aquelas que pretendem remodelar a atividade já existente. 
 
GLOSSÁRIO 
 
Atrativo turístico: é o recurso turístico que tem capacidade própria ou combinada com 
outros para atrair turistas. 
 
Oferta Turística: é o conjunto de atrativos turísticos, serviços e equipamentos e toda 
infraestrutura de apoio ao turismo de um determinado destino utilizado em atividades 
designadas turísticas. 
 
Recursos turísticos: trata-se da matéria-prima com a qual se pode planejar atividades 
turísticas; podem ser naturais ou culturais. 
 
Equipamentos de apoio: são aquelas instalações que existem para atender outras 
necessidades da comunidade, porém são de muita utilidade (algumas imprescindíveis) 
para o turismo. Postos de gasolina, rede gastronômica, rede de diversões, hospitais, 
farmácias, bancos, casas de câmbio, lojas de souvenirs e de objetos afins ao local (maiôs 
na praia, esquis na montanha). 
 
Serviços de apoio: são aqueles que atendem outros segmentos da sociedade, mas são 
usados pelo turista. Alimentação, assistência médica, serviços mecânicos e de socorro, 
expedição de documentos, bombeiros, telefone, rádio PX. 
 
 
 
 
 
 
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Inventariar: significa registrar, relacionar, contar e conhecer aquilo de que se dispõe e, a 
partir disso, gerar informações para pensar de que maneira se pode atingir determinada 
meta. 
 
Lixo rural: são todos os tipos de lixo normal, ou seja, a matéria orgânica do dia-a-dia 
(restos de alimentos), materiais recicláveis, pilhas, baterias, lâmpadas, cosméticos, 
adubos químicos, embalagens de agrotóxicos, produtos veterinários, dejetos de suínos e 
aves, entre outros. 
 
Espeleologia: Ciência que estuda as cavidades naturais da superfície terrestre 
(cavernas, grutas, sumidouros). Por extensão, o termo também se aplica ao esporte que 
tem como objetivo explorar estas cavidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
------------------ FIM DO MÓDULO II ------------------ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
TURISMO RURAL 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na bibliografia consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
1 - ELABORAÇÃO DE PROJETOS 
 
 
Elaborar um projeto é, antes de qualquer coisa, contribuir para a solução de 
problemas, transformando ideias em ações. O projeto turístico aborda um elemento 
específico do turismo e o estuda de forma detalhada. É qualquer propósito de ação 
definido e organizado, de forma racional que permite determinar os custos e benefícios de 
um investimento. Estabelece os passos, os envolvidos, os recursos necessários, os 
responsáveis pelas atividades, os estudos de viabilidade. 
Os projetos compõem os programas e o conjunto de programas constitui um 
plano. Ou seja, o projeto também pode ser entendido com o nível máximo de 
detalhamento da ação de um plano. Conforme Zardo (2005), para cada segmento turístico 
podem ser elaborados projetos específicos, a exemplo: 
• Planejamento e organização do turismo, projetos de desenvolvimento turístico 
nacional, regional, municipal, roteiros turísticos temáticos; conscientização e 
sensibilização turística; formação de produtos turísticos; análise de vocações turísticas; 
estudo de demanda turística; infraestrutura turística (parques, sinalização, vias de acesso, 
etc;. 
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• Eventos, projetos de captação de eventos; execução de eventos; organização 
de eventos alternativos; eventos em áreas naturais; 
• Transportes, projetos de criação de empresa de transporte turístico; formatação 
de roteiros turísticos – rodoviários, ferroviários, aéreos, marítimos –; adequação dos 
projetos turísticos existentes; criação, adequação e otimização de equipamentos e 
infraestrutura turística de transportes; comercialização e promoção de produtos e serviços 
de transportes turísticos; 
• Lazer e recreação, projetos de parques temáticos; atividades de lazer 
alternativo; espaços e equipamentos de lazer, atividades de lazer e recreação para meios 
de hospedagem; 
• Meios de hospedagem, projetos de meios de hospedagem em áreas urbana e 
rural e/ou natural; meios de hospedagem alternativos; comercialização e promoção de 
produtos e serviços de meios de hospedagem; 
• Gastronomia, projetos de elaboração de pratos típicos; organização de eventos 
gastronômicos; formatação de gastronomia como produto turístico; elaboração de 
cardápios diferenciados com enfoque turístico; planejamento de SPA’s, restaurantes, 
cruzeiros marítimos; 
• Agenciamento, projetos de concepção e execução de empresas de 
agenciamento; elaboração de roteiros turísticos nacionais e internacionais; formatação de 
produtos turísticos (rodadas de negócios com transportadoras turísticas, meios de 
hospedagem, passeis turísticos, entre outros serviços turísticos); 
• Docência e pesquisa em turismo, projetos de: pedagogia para instituições de 
ensino superior; pesquisa científica em turismo. 
 
Dessa forma, elaborar um projeto é desenvolver uma ferramenta de trabalho para 
aperfeiçoar recursos e minimizar erros, de forma a centralizar diversas informações em 
um único local. 
 
 
 
 
 
 
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2 - O PROJETO DE TURISMO RURAL 
 
Existem vários tipos de projetos baseados em seus objetivos e cada um deles 
pode e tem informações que se fazem importantes dependendo da situação em que estão 
inseridos. Um projeto, seja de formatação de produto turístico ou de estudo de mercado e 
análise de viabilidade de um empreendimento turístico, deve ser adaptável às condições 
reais e permitir que alterações sejam feitas sem o comprometimento do objetivo geral. 
Outro ponto importante quando da elaboração de projetos turísticos é que, em 
determinada situação, seu maior benefício é mostrar a inviabilidade do negócio, ou seja, 
por meio dos estudos realizados para sua elaboração pode ser diagnosticado, de alguma 
forma, a inviabilidade financeira do negócio ou ainda, em razão de sua implantação gerar 
grandes impactos sócio-ambientais e culturais ou ainda, ausência de demanda potencial. 
Portanto, os estudos para a elaboração de projetos turísticos devem ser feitos 
obedecendo a conceitos éticos, dentro da realidade em que o projeto estará inserido, de 
tal forma que o resultado dos mesmos nem sempre terá como consequência sua 
execução. 
De acordo com Oliveira (2000) e Paraná (2005), os passos que compõem um 
projeto são: 
• Título: o qual deve ser claro e objetivo; 
• Identificação do proponente e partes envolvidas: relacionar as informações 
de cada contato; 
• Apresentação e/ou justificativa: explanar sobre a necessidade da elaboração 
e/ou implementação do projeto. Deve conter dados sobre a situação atual da 
propriedade/empreendimento em estudo (dados estes que podem ser reunidos por meio 
da elaboração do inventário turístico). Também devem fazer parte deste item dados 
referentes ao mercado e caracterização do público alvo, de tal forma que o início da 
atividade mostre-se justificável pela presençade uma demanda; 
 
 
 
 
 
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• Objetivos – gerais e específicos: no objetivo geral deve-se discorrer sobre a 
situação final pretendida e, nos específicos, os fatores que decorrem de sua 
implementação. De uma forma prática, o objetivo geral responde à pergunta ‘onde se quer 
chegar’ e os específicos, dizem o que se pretende fazer; 
• Metas e atividades: as metas devem ser expressas quantitativa e 
qualitativamente e devem ser relacionadas de forma cronológica pelas etapas que 
compõem o projeto. As atividades são as ações básicas do projeto, ou seja, o que deverá 
ser feito, implementado ou modificado. Devem ser detalhados os custos de cada 
atividade, bem como a meta e etapa do projeto em que está inserida; 
• Metodologia: refere-se à parte do projeto que diz como os objetivos serão 
alcançados. Deve ser clara e objetiva, informando e descrevendo as etapas do projeto, ou 
seja, como o mesmo será implantado; 
• Cronograma: trata-se da disposição gráfica das etapas em que as atividades 
deverão ser realizadas, permitindo a visualização da sequência em que ocorrerão. O 
cronograma deverá ser montado de acordo com a disponibilidade financeira, época do 
ano, prioridades, etc; 
• Orçamento: deve ser elaborado um resumo estimado do quanto se gastará 
com a implementação do projeto, fornecendo índices importantes como, por exemplo, a 
estimativa de retorno de investimento. Para tanto, deverão ser estimados os custos 
operacionais e demais custos existentes, a demanda real pelo produto e/ou serviço a ser 
oferecido e ainda, o custo cobrado do turista; 
• Sustentabilidade: nesse item devem ser considerados os fatores ambientais, 
sociais, culturais e econômicos, de forma integrada, de tal maneira que demonstrem que 
mesmo depois dos objetivos terem sido atingidos, o empreendimento turístico continuará 
funcionando; 
• Monitoramento/avaliação: o monitoramento é o acompanhando constante, 
em tempo real, das ações para implantação do projeto, para que o planejamento 
executado seja seguido ou adequado a novas situações quando houver necessidade. A 
avaliação trata-se de uma verificação do que foi ou ainda está sendo realizado, a fim de 
 
 
 
 
 
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diagnosticar se existem falhas no planejamento. Dessa forma, será possível identificar se 
as metas estão sendo atingidas e avaliar se os objetivos específicos estão sendo 
alcançados. 
Diante do exposto, alguns estudos anteriores à elaboração do projeto são 
fundamentais, dentre eles, a realização do inventário turístico da propriedade. Porém, 
além da realização do inventário, existem outros exames que são tão importantes quanto 
e que não devem ser esquecidos quando se pretende desenvolver um projeto turístico. 
Sendo assim, os próximos itens tratam de estudos que devem ser realizados antes da 
elaboração do projeto propriamente dito. 
 
2.1 - Diagnóstico do Local 
 
O diagnóstico é uma análise da situação atual da propriedade, por meio das 
informações coletadas com a realização do inventário turístico. Compreende análise da 
oferta de atrativos, dos serviços e infraestrutura, dos recursos humanos e do volume de 
turistas que a localidade é capaz de suportar sem que haja efeitos negativos. Ou seja, ele 
descreve em poucas palavras a situação de mercado – as oportunidades e ameaças – e 
sintetiza os atrativos turísticos e os pontos fortes e fracos da propriedade. É por meio do 
diagnóstico que se conhece a situação atual e, com base nessas informações é possível 
determinar o que se pretende realizar. 
 
2.2 - Pesquisa e Estudo de Mercado 
 
Para que exista mercado são necessárias três condições: que exista uma 
necessidade; o desejo de satisfazê-la e a capacidade aquisitiva para custeá-la. 
O mercado, segundo Balanzá e Nadal (2003), pode ser abordado de três pontos 
de vista: 
 
 
 
 
 
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a) Do ponto de vista econômico: onde existe uma oferta e uma demanda que 
coincidem, uma determinada quantidade de mercadoria disponível para 
compra/venda em um momento determinado e a fixação de um preço; 
b) Do ponto de vista físico: quando se consideram os lugares onde se realizam 
as compras/vendas, sendo que estes podem ser fixos e não fixos; 
c) Do ponto de vista do marketing: em que inclui os dois pontos anteriores, 
enfatizando a importância dos bens e/ou serviços e, principalmente das 
pessoas. O marketing estuda o mercado do ponto de vista dos consumidores, 
averiguando seus desejos e preferências para tratá-los como uma oferta 
determinada e satisfazê-los. 
 
Para definir o mercado é necessário conhecer as características dos bens e/ou 
serviços e a quantidade deles que haverá em um local determinado e durante um tempo 
estabelecido, além das características dos consumidores atuais, otimizando-as. Para se 
conseguir essas informações, são utilizadas as pesquisas de mercado, as quais 
proporcionam dados relevantes sobre os clientes reais, clientes potenciais, produtos e/ou 
serviços e concorrentes. “En materia de proyectos turísticos, el estudio del mercado y la 
localización son los dos aspectos que requieren mayor atención, pues de ellos depende la 
rentabilidad futura del proyecto” (TABARES, 1999, p.7). 
A pesquisa e estudo de mercado são a base de qualquer projeto de implantação 
ou programa de marketing turístico, sem as quais torna-se impossível conhecer a imagem 
do produto perante o consumidor e as tendências da demanda. Dessa forma, este estudo 
se ampara na: 
• Análise da demanda, feita através de pesquisas em dados estatísticos, 
projeções e outras fontes bibliográficas, como também com a realização de pesquisa 
junto ao público alvo. A demanda real é aquela que já frequenta a região e, potencial, 
aquela que embora tenha condições ainda não frequenta a região; 
• Observação da concorrência, diagnosticando o que já foi feito, como e para 
quem foi feito. 
 
 
 
 
 
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A pesquisa deve fornecer as seguintes informações (OLIVEIRA, 2000): 
a) Quem viaja ou deseja viajar? (público): identificar a origem, motivação, 
tempo de permanência, faixa etária, situação sociocultural, etc; 
b) Por que viajam? (necessidades / motivações): identificar a razão da viagem, 
sob dois aspectos: fonte motivadora (pessoal, familiar, organizacional); grau de 
escolha (livre escolha, obrigatoriedade, turismo de negócios, etc); 
c) O que buscam? (benefícios): as expectativas, necessidades e motivações 
são heterogêneas e difíceis de determinar. Os principais benefícios procurados 
são: mudança de ambiente, repouso, tratamento, aquisição e troca de 
conhecimento, projeção social, funcionalidade, praticidade, economia; 
d) Como preferem fazer turismo? (atividades): identificar quais as atividades 
que gostariam de praticar durante sua estada no local, como por exemplo, 
atividades de turismo de aventura (escalada, caminhas, etc), culturais (dança, 
música, teatro, etc), desportivas (pesca, cavalgada, etc), entre outras; 
e) Onde querem ir? (local): as atividades de turismo podem ser praticadas tanto 
na cidade como no campo; 
f) Quando querem ir? (época): está relacionada com a motivação da viagem. 
Deve-se identificar a época mais propícia que pode estar relacionada à estação 
climática ou férias escolares, por exemplo; 
g) Quanto querem / podem gastar? (valor): o visitante analisa o custo-benefício 
ao decidir seu destino. Dessa forma, deve-se identificar se o preçoestá 
compatível com o que o turista pretende pagar e, ainda, o preço dos 
concorrentes. 
 
 
 
 
 
 
 
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O quadro abaixo exemplifica o modelo teórico para um dos públicos possíveis: um 
grupo da ‘melhor idade’, da zona oeste de São Paulo (OLIVEIRA, 2000). 
Público Grupo da ‘melhor idade’ 
Necessidade Ocupação de tempo livre 
Benefícios Socialização, contato com a natureza, resgate cultural 
Atividades Dirigidas e com facilidade de acesso 
Local Até 150 km de São Paulo 
Época Durante a semana e sábados 
Valor R$ 15,00 o passeio de um dia, com almoço e lanche 
R$ 45,00 a diária completa, com 4 refeições 
 
É preciso observar que, muitas vezes, o público alvo diagnosticado pela pesquisa 
é caracterizado de forma muito superficial, não considerando para esta aglutinação 
fatores diretamente relacionados com a motivação turística. Dessa forma, cuidados com 
generalizações banais devem ser tomados, como por exemplo, chamar de público alvo o 
segmento ‘escolas’, isto porque não é possível montar uma estrutura que satisfaça 
completamente alunos da pré-escola pública, como de uma 8ª série de uma escola 
privada. 
 
2.3 - Organização das Atividades 
 
Existe uma série de atividades que podem ser desenvolvidas em ambientes rurais 
visando proporcionar momentos de lazer, diversão e aprendizagem aos visitantes, criando 
ocasiões autênticas de vivência no meio rural. Muitos desses momentos podem acontecer 
espontaneamente, como uma roda de viola, uma prosa com algum funcionário. Porém, 
em muitas delas é necessária a formatação de uma pré-programação para que os 
 
 
 
 
 
hóspedes possam desfrutar do que a propriedade tem de melhor, com conforto e 
segurança. 
A seguir são apresentadas algumas dicas para o desenvolvimento de atividades 
voltadas para o turismo rural segundo Molleta (1999) e Oliveira (2000): 
 
Atividades agropecuárias: consideradas foco do 
turismo rural, pois o turista vem em busca de sua observação e 
interação. Para tanto, devem ser criadas oportunidades para a 
participação do visitante no trabalho diário de uma propriedade 
rural, como por exemplo: ordenha; marcação de gado; tosquia; 
banho dos animais; colheita; plantio; manejo da horta; agricultura 
alternativa; fabricação de queijo; cozimento de doces; fabricação 
de linguiça; preparo de pães e biscoitos; fabricação de bebidas 
como vinho, cachaça ou produção de melado e açúcar mascavo. 
 
Da lida com animais: 
1) As criações em confinamento, como frango e porcos, devem ser mantidas 
longe da habitação e da fonte d’água, pois proporcionam um cheiro muito 
desagradável, além de atrair uma grande quantidade de insetos; 
2) Ordenha: em grupos muito grandes, não se deve estimular o manuseio do 
animal, porém, quando este é feito, deve-se solicitar a lavagem adequada das 
mãos e do úbere da vaca (higiene). Quando a atividade é somente de 
observação, é interessante preparar um local reservado e seguro para os 
turistas. O preparo anterior do local pode incluir montagem de uma mesa com 
copos, café e chocolate, para que os turistas possam degustar o leite fresco; 
3) Manejo com rebanhos: a participação de visitantes no grupo que conduzirá 
o rebanho para determinada zona da propriedade é muito apreciada. Para 
isso é importante a utilização de cavalos treinados em levar pessoas que não 
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estão habituadas com essa atividade. Também é importante uma prévia 
explicação do que irá ocorrer e qual a tarefa do grupo de turistas; 
4) Manejo com animais de grande porte: como banho, pesagem, vacinação 
ou doma são atividades que podem ser acompanhadas pelos turistas, mas 
como observadores, destacando que deve ser preparado um local seguro 
para estas pessoas; 
5) Manejo com animais de pequeno porte: distribuir a alimentação para 
galinhas, patos ou coelhos são atividades próprias para crianças. 
 
Do preparo da terra para agricultura: 
1) Manual: mostrar como é feito o trabalho do preparo, utilizando-se 
equipamentos manualmente. Importante que o turista experimente o uso 
desses materiais e que essa atividade seja acompanhada por uma 
explicação do que está sendo feito, época do ano mais indicada, fases de 
crescimento, condições do solo, necessidade ou não de alguma correção 
para aumentar a fertilidade (adubos e/ou fertilizantes); 
2) Colheita na lavoura ou monocultura: o turista aprecia a atividade da 
colheita e, para tanto, é importante observar detalhes como cuidados com 
a exposição de agrotóxicos (normalmente a imagem do produto colonial 
está associada a um produto sem aditivos químicos; dessa forma, o seu 
uso deve ser evitado ou suas aplicações devem ser feitas longe do período 
em que o turista irá manusear o vegetal); o turista não está preparado para 
ficar muito tempo exposto ao calor, ou ainda, realizando trabalhos 
pesados; utilizar equipamentos adequados e em bom estado de 
conservação; 
3) Colheita de frutas e verduras: para muitas pessoas, essa é uma atividade 
que traduz uma vida saudável e é tida como um retrato perfeito da vida no 
campo. Portanto, o uso de agrotóxicos nestas áreas deve ser evitado. É 
interessante o cultivo de frutíferas e hortaliças típicas da região ou que 
 
 
 
 
 
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estejam bem presentes na cultura do povo local, cuidando para que 
existam plantas produzindo o ano todo. Além da colheita, o plantio, bem 
como os cuidados dispensados para essas plantas também podem ter a 
participação dos visitantes. O plantio de ervas aromáticas e de plantas 
medicinais é bastante apreciado; portanto, para enriquecer a experiência 
do turista é interessante a criação de um catálogo em que são 
especificados os empregos de cada espécie e, ainda, as mudas podem ser 
vendidas ou levadas como recordação do local visitado. 
 
Da fabricação de produtos agropecuários e artesanato: 
1) Em geral, o turista gosta de participar de atividades relacionadas com a 
produção de queijo, manteiga, doce de leite, geleia, compota e outros. No 
entanto, os princípios básicos de higiene dos manipuladores devem ser 
obedecidos, como: o uso de aventais, de tocas para cobrir os cabelos, 
solicitação da retirada de anéis, relógios ou pulseiras e ainda, efetuar a 
lavagem das mãos. Os equipamentos utilizados devem ser adequados e 
estar em bom estado de conservação, assim como os utensílios 
necessitam estar bem limpos e ainda, aconselha-se o uso de métodos 
tradicionais para a produção; 
2) A fabricação de objetivos utilizando-se técnicas e materiais próprios da 
região em cada estabelecimento também é um atrativo para o turista. A 
venda desses objetos, bem como dos demais produtos produzidos na 
propriedade rural pode ser realizada dentro da propriedade. Para isso é 
importante a criação de um espaço próprio, uma espécie de ‘lojinha’, onde 
os produtos estarão em demonstração ao público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividades culturais: as origens, a história e costumes da região devem ser 
considerados no momento da formatação do processo 
turístico junto à propriedade rural. Identificar e estimular 
talentos da localidade, contratar grupos folclóricos para 
cantar e dançar durante o horário noturno e convidar um 
contador de histórias da região passa a ser um grande 
atrativo para este tipo de atividade, bem como um 
diferencial com relação às demais propriedades da região. 
Importante:essas pessoas deverão estar tipicamente vestidas para causar boa impressão 
ao visitante. 
Atividades recreativas: ações que não estão relacionadas com a lida no campo, 
mas que de alguma forma também são realizadas para o entretenimento do turista. Neste 
caso pode-se citar: pescaria, passeios a cavalo, passeios de charrete, passeios a pé em 
trilhas, banho de açude, observação de pássaros, visitas a pontos históricos da região, 
soltar pandorgas (pipas); tirar fotografias; cursos de artesanato; cursos de cozinha 
tradicional, entre outras. 
 
Dos passeios a cavalo: 
 
1) Dar preferência a cavalos de meia idade, de fácil manejo e com boa saúde 
e resistência. Formar grupos de até 8 pessoas com acompanhamento de 
alguém da propriedade, também com experiência em lidar com indivíduos 
da cidade. 
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2) Os equipamentos como arreios e selas devem estar em boas condições e, 
ainda, devem ser dadas explicações quanto ao uso do equipamento e do 
trato com o animal antes do passeio, visando à segurança do turista em 
primeiro lugar. 
 
Da pescaria: 
 
1) A pescaria poderá ser praticada em locais como rios, açudes, lagos. Em 
alguns casos podem ser construídos açudes artificiais, com a utilização de 
espécies de peixes nativos da região para o seu povoamento, evitando-se 
futuros problemas com desequilíbrio ecológico; 
2) Usar equipamentos em bom estado de conservação e o mais simples 
possível, pois não se trata de uma pescaria profissional, de tal forma que o 
uso de redes, tarrafas ou equipamentos sofisticados é desaconselhado; 
3) É importante possuir um local específico para a limpeza e preparo do 
pescado, bem como disponibilizar todos os materiais necessários ao 
turista para a pesca, como por exemplo, varas, iscas, etc; 
4) Na pescaria de lazer, o mais importante não é a pesca em si e, sim, o 
contato com a natureza e a percepção de outras noções de tempo que não 
são impostas pelo relógio. Dessa forma, locais com sombra são ideais 
para a atividade. 
 
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Das trilhas: 
 
1) As trilhas poderão ser autoguiadas ou com guias. As autoguiadas são aquelas 
em que o turista é capaz de realizá-las sozinho ou em grupo, sem a companhia de um 
guia. São geralmente trilhas mais amenas e possuem indicações no percurso. As guiadas 
normalmente são mais complexas, com um grau de dificuldade e aventura maior, 
necessitando da companhia de um guia especializado; 
2) As trilhas devem ser classificadas pelo grau de dificuldade que as mesmas 
apresentam, bem como o tempo de percurso; 
3) A segurança é um item muito importante em todas as atividades e em trilhas. 
Esses cuidados devem ser redobrados por meio da construção de degraus, pontes e 
corrimão, sempre com o mínimo impacto ao ambiente; 
4) A limpeza do percurso, bem como a existência de um kit de primeiros 
socorros são cuidados preventivos que devem ser tomados para com animais silvestres 
(insetos e animais peçonhentos), bem como possíveis acidentes na trilha; 
5) É interessante que se faça o reconhecimento das espécies da fauna e flora 
local, com placas de identificação durante a trilha; 
6) Antes de se iniciar a atividade (guiada ou não) deve-se dar orientações 
quanto à alimentação, roupa, comportamento e cuidados que devem ser tomados durante 
a trilha, para evitar surpresas desagradáveis e/ou transformar um momento de lazer em 
tristeza e frustração. 
 
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2.4 - Plano de Marketing 
 
 
O plano de marketing é um elemento de gestão operacional. Isto significa que 
deve ser possível realizá-lo e ser viável para a propriedade, porque de nada serve um 
plano com dificuldades de realização ou pouco realista. Os momentos da divulgação e da 
comercialização são fundamentais para viabilizar qualquer empreendimento turístico. 
Dessa forma, criar estratégias para efetuar a divulgação e comercialização do produto 
com a maior eficiência deverá estar entre os objetivos do empreendedor. 
O desenvolvimento do marketing para a propriedade é um dos fatores mais 
relevantes e mais problemáticos no processo de desenvolvimento do turismo rural, isto 
porque, em muitos casos, os empreendedores não divulgam seu produto ou o fazem com 
recursos consideráveis, porém, sem o retorno esperado. 
Inúmeros fatores, entre eles a falta de caracterização e foco do produto, 
desconhecimento da demanda, são causas de problemas relacionados ao marketing do 
turismo rural. Para que o produto turístico rural obtenha sucesso, após organizar a 
propriedade para receber os turistas, é importante divulgá-la, quer de forma isolada ou em 
conjunto com outras propriedades. 
Sendo assim, torna-se importante a aplicação do marketing-mix, ou seja, um 
conjunto de quatro atividades ou variáveis operacionais que se desenvolvem do seguinte 
modo: cria-se um produto ou serviço, seu preço é definido, o produto ou serviço é 
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comercializado mediante uma boa distribuição e é comunicada a sua existência 
(BALANZÁ; NADAL, 2003). 
É importante ressaltar que qualquer ação do mix só será eficiente se for 
direcionada para algum público pré-definido por meio de um estudo de mercado: 
 
1) Política de bens/serviços (produto): o produto da empresa é sempre a base 
central de todas as ações do mix e, para tanto, elementos como os 
componentes, características e tipologia do produto, devem ser definidos para 
se desenvolver essa política de marketing; 
2) Política de preços: é uma política muito importante, já que dela depende a 
rentabilidade do empreendimento. A elaboração do preço pode estar baseada 
em 3 fatores: concorrência (preço cobrado pelos concorrentes), oferta e seus 
custos (custos reais + lucro esperado do próprio empreendimento), demanda 
(capacidade de consumo do público alvo). O que se recomenda é uma 
combinação dos três fatores; 
3) Política de comercialização: é preciso analisar dois elementos básicos: as 
vendas e a distribuição. Quanto às vendas, estas podem ser feitas de forma 
direta (quando o proprietário faz todos os contados e realiza pessoalmente a 
venda) ou indireta (quando os intermediários se intercalam – operadores, 
agentes de viagem, representantes de vendas, etc). No caso de vendas 
indiretas deverá ser elaborado um esquema de porcentagem e/ou comissões. 
Quanto à distribuição, deverão ser identificados os mercados que se deseja 
adentrar (mercado-alvo) e os canais de distribuição do produto; 
4) Política de comunicação: as atividades de comunicação são: publicidade 
(campanha publicitária – tipo, mensagem básica, plano de mídia); relações 
públicas; patrocínio; propaganda e demais atividades necessárias. 
 
 
 
 
 
 
 
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2.5 - Infraestrutura 
 
Para se desenvolver o turismo rural, além de identificar os atrativos da localidade, 
é preciso organizar a infraestrutura necessária para receber com qualidade as pessoas 
que lá chegarão. Além da infraestrutura básica, o acesso é um item que merece atenção 
especial quando do planejamento da atividade. Com relação ao acesso, é importante 
lembrar que,quando o local está preparado para atrair um fluxo contínuo de turistas, é 
preciso ter acesso em boas condições e com sinalização adequada e de acordo com a 
paisagem local. Apesar de a rusticidade ser um dos diferenciais deste produto turístico, o 
acesso até o local não deve contemplar tal característica, pois nem sempre o turista está 
disposto a colocar seu veículo em estradas com péssimo estado de conservação. 
A sinalização é um elemento fundamental do atendimento, pois se o cliente não 
chegar ou se perder várias vezes os impactos negativos sobre ele já se farão sentir. Esta 
sinalização deverá ser feita em forma de placas indicativas ou mapas explicativos. No 
caso das placas, deverá ser dada atenção especial com relação ao tipo de material usado 
(de preferência materiais duráveis, bonitos e adaptados à paisagem). 
Quanto às instalações específicas para manter o turista na propriedade 
(equipamentos e serviços turísticos), apesar do diferencial do turismo rural estar apoiado 
na rusticidade e na autenticidade da vida no campo, vale lembrar que tais características 
não podem ser confundidas com improviso ou desconforto. Portanto, o empreendedor de 
turismo rural deverá oferecer um bom local de hospedagem, uma excelente refeição e um 
repouso tranquilo. 
Com relação à hospedagem, no turismo rural esta pode ser resolvida de várias 
formas: 
• Na própria sede da propriedade: adaptando quartos com todo o conforto, com o 
mínimo de mobiliário (cama, espelho, mesinha de cabeceira, armário, cadeira, cesto de 
lixo, ponto de luz central e outro perto da cama); 
• Construção nova: as dependências devem ser confortáveis, adequadas, em 
harmonia com o meio ambiente e com o contexto cultural local. Dessa forma, as 
 
 
 
 
 
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construções para hospedagem devem estar de acordo com as demais existentes, 
mantendo um equilíbrio arquitetônico. Alojamento em casa de campo típica, explorando a 
rusticidade, a autenticidade, o aconchego, o conforto e o atendimento personalizado são 
ingredientes fundamentais para receber um hóspede em um empreendimento rural; 
• Banheiro: são necessárias boas condições de higiene, iluminação e ventilação 
natural, água quente nos chuveiros e revestimento do piso. A cada dia que passa, um 
número maior de pessoas prefere dispor de um banheiro privativo. As águas servidas dos 
sanitários e chuveiros devem ir para uma fossa séptica; 
• Sala de estar: é um ambiente onde hóspede e proprietário poderão ter maiores 
momentos de interação. Deverá estar equipada com sofás, poltronas e outros mobiliários 
que tornem o ambiente rústico e acolhedor; 
• Área externa: os cuidados com limpeza e paisagismo são fatores importantes 
para a formação de uma boa impressão do empreendimento por parte do visitante. 
Organizar locais para descanso, com bancos, redes ou balanços duplos, perto de árvores 
e pequenos jardins dão um ar muito agradável para o local; 
• Local das refeições: utilizar um local amplo, arejado e com boa iluminação. A 
existência de grandes aberturas que permitam uma maior visão da paisagem local é 
interessante e causa impacto positivo nos turistas. A decoração deve ser acolhedora, 
procurando sempre utilizar móveis próprios do meio rural, mas em perfeito estado de 
conservação. A cozinha e seus equipamentos devem obedecer às exigências de higiene 
e saneamento básico de qualquer local onde são produzidos os alimentos. 
De um modo geral, a rusticidade aliada ao conforto deverá estar em todos os 
locais da propriedade, sendo importante lembrar que tais espaços devem ser 
dimensionados de acordo com a capacidade de turistas que se pretende atender, a fim de 
proporcionar um acolhimento agradável e hospitaleiro em todos os momentos da estada 
do cliente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.6 - Recursos Humanos 
 
 
De nada adianta investir em melhorias de infraestrutura e marketing se a 
propriedade não dispuser de recursos humanos para atender aos turistas. Sendo assim, 
as pessoas que irão trabalhar no atendimento aos visitantes deverão receber treinamento 
relacionado à segurança e ao tratamento com os turistas. Deverão ter conhecimento da 
propriedade como um todo, ou seja, uma visão geral do produto turístico oferecido. As 
características especiais do funcionário deverão ser aproveitadas para as atividades 
desenvolvidas. 
Para que o turista sinta-se bem e aproveite da melhor maneira possível sua 
estada, todos os funcionários deverão estar cientes de suas responsabilidades e 
desempenhar sua função com disposição e satisfação. Para tanto, o empreendedor rural 
precisa atentar para a remuneração destes funcionários, que será diferenciada do 
trabalhador rural que não possui o contato com o visitante. Portanto, a elaboração de 
projetos de turismo rural deverá ser feita alicerçada em estudos prévios da propriedade 
rural, seu entorno e, principalmente, no público que se deseja atender. Quanto mais rico 
em informações forem os estudos prévios, maiores serão as certezas de sucesso da 
implementação do projeto e, consequentemente, do empreendimento rural. 
 
 
------------------ FIM DO MÓDULO III ------------------ 
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Curso de 
TURISMO RURAL 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
“A arte de vencer é a arte de ser ora 
audacioso, ora prudente” (Napoleão Bonaparte) 
 
 
 
 
 
 
O homem da cidade tem procurado novas opções para escapar da vida agitada 
das grandes metrópoles. Os destinos turísticos tradicionais de sol e mar têm apresentado 
desgastes em razão do fluxo constantes de turistas, levando, em alguns casos, a 
localidade receptora ao congestionamento e agitação existente nos grandes centros. 
Dessa forma, o homem urbano tem buscado destinos mais calmos, principalmente os 
localizados no espaço rural, uma vez que existe uma associação entre qualidade de vida 
e meio rural reforçando o interesse das pessoas por tais destinos que, além da 
tranquilidade, representam possibilidades de contato com experiências de modos de vida 
diferentes daqueles encontrados nas cidades. 
Além disso, a sociedade vem descobrindo o valor da manutenção da paisagem 
rural e, dessa forma, a questão ambiental recebe mais atenção, tornando elementos como 
a fauna, flora e hidrografia, símbolos de sustentabilidade e de futuro para a humanidade. 
Essa realidade, tanto da necessidade por parte do homem urbano de espaços mais 
tranquilos e com maior qualidade de vida, bem como o interesse pela preservação do 
meio ambiente, tem propiciado a revalorização do modo de vida e o surgimento de novas 
funções econômicas, sociais e ambientais no espaço rural. Atividades não-agrícolas como 
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o turismo passam a fazer parte do dia-a-dia do campo, como forma de garantia de 
permanência do homem no espaço rural. 
Deste modo, a revitalização econômica e social dos territórios rurais, a 
valorização dos patrimônios e produtos locais, além da preservaçãodo meio ambiente e 
gestão da diversidade das paisagens, são contribuições relacionadas ao turismo rural. 
Porém, para que o turismo rural possa constituir-se de fato em fator de desenvolvimento 
local, são necessárias ações de estruturação do produto turístico rural, consolidando-o 
como uma opção de lazer para o turista e importante oportunidade de geração de renda 
para o empreendedor rural (BRASIL, 2008). 
Contudo, antes de se falar do empreendedor rural propriamente dito, torna-se 
necessário conhecer e entender o que é ser empreendedor. Então, o que é ser um 
empreendedor? Ser empreendedor é ser sonhador, é conseguir transformar uma ideia em 
uma realidade rentável. Schumpeter (apud BASTIANI; SILVA, S.I.), concebe o 
empreendedor como o agente de mudanças que desempenha o papel de motor do 
sistema econômico através da introdução da inovação em alguma atividade e o 
aproveitamento de oportunidades de negócios. 
Segundo Dornelas (2005 apud FARAH et al, 2008, p. 2), os empreendedores são 
“pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, 
não se contentam em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas, 
referenciadas e imitadas, querem deixar um legado”. Sendo assim, o empreendedor 
reúne características de comportamento, como por exemplo, tomar iniciativa, organizar e 
reorganizar mecanismos sociais e econômicos com o objetivo de transformar recursos e 
situações para proveito prático assumindo o risco do sucesso ou fracasso do negócio 
(FARAH et al, 2008). 
De acordo com diversos estudos realizados, foram detectadas características 
comportamentais de pessoas com espírito empreendedor, ressaltando que dificilmente 
uma pessoa reunirá todas as características detectadas. Tais características são: 
capacidade de assumir riscos calculados; aproveitar oportunidades, ter iniciativa e força 
de vontade; buscar informações e conhecimento do ramo empresarial; saber planejar e 
 
 
 
 
 
ter senso de organização, liderança, comprometimento pessoal e otimismo; ser 
persistente e possuir espírito empreendedor e ter autoconfiança e independência pessoal. 
Existem motivos diversos que levam uma pessoa a ter seu próprio negócio. Os 
empreendedores podem ser classificados em dois tipos básicos de motivação: 
empreendedores por oportunidade, motivados pela percepção de um nicho de mercado 
em potencial e empreendedores por necessidade, motivados pela falta de alternativa 
satisfatória de ocupação e renda. 
Alguns motivos comumente apontados pelo empreendedor são: vontade de 
ganhar mais dinheiro do que a condição de empregado lhe permite; desejo de sair da 
rotina e poder desenvolver suas próprias ideias; desejo de ser patrão e não ter que dar 
satisfação de seus atos a ninguém; necessidade de provar a si mesmo e a outros sua 
capacidade de empreendedorismo e desejo de criar algo que lhe traga benefícios próprios 
e à sociedade. Seja qual for a motivação, é importante estar ciente da necessidade de 
estudos e planejamento prévios que auxiliam na formatação do negócio, evitando os erros 
mais comuns que levam ao fracasso de uma iniciativa promissora. 
 
1 - CONHECENDO O EMPREENDEDOR DE TURISMO RURAL 
 
A sensibilização para a consciência sustentável precisa proporcionar ao 
proprietário rural oportunidades de reflexão sobre as perspectivas de sua atividade 
turística em longo prazo. Buscar de forma imediata e desordenada por rendimentos fáceis 
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não é saudável e poderá induzir a frustrações futuras. Antes de se lançar como 
empreendedor de turismo rural, o proprietário deverá buscar por orientações junto aos 
órgãos competentes da área ou até mesmo profissionais especializados, de modo que 
perceba e aceite a importância de se evitar a degradação sócio-cultural, possibilitando 
que os visitantes sejam atraídos pelo diferencial rural. 
A incorporação de atividades turísticas na rotina da propriedade resultará em 
impactos que deverão ser gerenciados, visando minimizar os mesmos. A sensibilização 
do proprietário rural com relação às mudanças que serão provocadas na localidade, em 
razão do desenvolvimento da atividade turística, deve ser um dos primeiros passos em 
direção a uma atividade sustentável, com o mínimo de impacto possível ao ambiente. 
 
“O empreendedor precisa ser capaz de entender o processo de 
planejamento para poder inventariar os recursos e, a partir deles e 
do interesse da demanda, prever materiais, equipamentos e 
infraestrutura necessários para proporcionar atividades recreativas 
internas e externas, adaptadas aos distintos públicos alvos do 
negócio” (SESCOOP, 2002, p. 80). 
 
O proprietário rural, antes de iniciar qualquer processo de adaptações físicas na 
propriedade, deverá buscar o que o turista gostaria de encontrar no local, bem como 
identificar o perfil de seu público alvo. Precisa ainda ser capaz de avaliar o espaço físico 
disponível na propriedade e desenvolver com bom senso, um estilo harmônico, de acordo 
com a conceituação do negócio que pretende criar. Após identificar as adaptações 
necessárias, devem-se quantificar os recursos financeiros necessários para a realização 
das mesmas. Essa não é uma decisão fácil de ser tomada em razão de o risco envolvido 
gerar certa insegurança por parte do futuro empreendedor, que na maioria das vezes não 
está habituado a ele. 
Sendo assim, alguns instrumentos de análise de projetos e elementos de 
matemática financeira podem ser úteis para estudar as possibilidades de retorno e 
confiança. A avaliação da quantia a ser investida tem que levar em consideração o preço 
que o cliente estará disposto a pagar e qual a rentabilidade que esse preço lhe 
proporcionará, que serviços deverão ser oferecidos levando-se em conta os desejos do 
 
 
 
 
 
cliente e sua compatibilidade com o preço e quantos funcionários serão necessários para 
prestar um serviço com qualidade e segurança (SESCOOP, 2002). 
Porém, caso o empreendedor rural já possua algum conhecimento sobre a 
operação de meios de hospedagem, todos esses aspectos poderão ser previstos por ele 
próprio. Dessa forma, vale ressaltar que treinamentos técnico-operacionais 
complementares são de grande utilidade, uma vez que o bom funcionamento de 
empreendimentos de hospedagem é respaldado por um conjunto de práticas comerciais, 
administrativas e operacionais oportunas. 
Sendo assim, o desenvolvimento de habilidades do empreendedor rural irá além 
de conhecimentos técnico-teórico. O mesmo deverá possuir uma capacidade de análise 
crítica, para que possa reconhecer tendências, considerar aspectos estruturais, distinguir 
variáveis que farão com que o estabelecimento obtenha características organizacionais 
adequadas e, ainda, decidir e atuar com eficácia. 
É importante destacar que a sobrevivência do empreendimento turístico rural 
deve ser resguardada pela capacidade de domínio do negócio. Dessa forma, o 
empreendedor rural deve passar por um processo de formação paulatino e continuado, e 
não somente adquirir informações. Para ter sucesso, precisa estar disposto a 
compreender como funcionam as motivações do turista urbano, quais são seus objetivos 
e preparar adequadamente os seus funcionários para uma prestação de serviço de alta 
qualidade, com atendimento personalizado e voltado para a satisfação das necessidades 
e desejos do cliente/turista. 
 
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2 - OBJETIVOS E HABILIDADES DO EMPREENDEDOR DE TURISMO RURAL 
 
Saber reconhecer quaissão as características de um empresário de turismo rural 
é o primeiro passo para que se possa ter segurança em relação ao sucesso do negócio. 
Para tal, devem ser conhecidas todas as aptidões, qualidades positivas e negativas do 
empreendedor, que possam ser aproveitadas para o empreendimento de turismo rural. 
Então, quais são as características de um empreendedor? 
 
• Autoconfiança: ter consciência de seu valor, ser seguro em relação a si 
mesmo e, com isso, poder agir com firmeza e tranquilidade; 
• Automotivação: poder buscar a realização pessoal através do trabalho, com 
entusiasmo e independência; 
• Comunicação: capacidade para expressar e transmitir ideias, pensamento e 
emoções, com clareza e objetividade; 
• Criatividade: capacidade de buscar soluções viáveis e adequadas para a 
solução de problemas; 
• Energia: força vital que comanda as ações dos indivíduos; 
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• Flexibilidade: capacidade para compreender situações novas estando 
disponível para rever posições, para aprender; 
• Iniciativa: capacidade para agir de maneira oportuna e adequada sobre a 
realidade, apresentando soluções, influenciando acontecimentos e antecipando 
situações; 
• Integridade: qualidade do caráter ligada à retidão de princípios, imparcialidade, 
honestidade, coerência e comprometimento (com as pessoas, os negócios e 
consigo mesmo); 
• Liderança: capacidade para mobilizar as energias de um grupo de forma a 
atingir objetivos, através de uma relação de parceria, estimulando o 
crescimento das pessoas num clima de motivação e moral elevados; 
• Sensibilidade administrativa: capacidade para perceber, identificar e avaliar 
variações diversas nas pessoas, no ambiente e nos processos, podendo, 
assim, interferir de maneira oportuna, buscando soluções adequadas para a 
prevenção ou, eventualmente, a correção de problemas; 
• Perseverança: capacidade de manter-se firme e constante em seus 
propósitos, porém sem perder a objetividade e clareza frente às situações; 
• Persuasão: capacidade para apresentar suas ideias e/ou argumentos de 
maneira convincente; 
• Planejamento: capacidade para mapear o ambiente, analisar recursos e 
condições existentes, buscando estruturar uma visão de longo prazo dos rumos 
a serem seguidos para se atingir os objetivos; 
• Relacionamento interpessoal: habilidade de conviver e interagir 
adequadamente com as outras pessoas; 
• Resistência às frustrações: capacidade de suportar situações de não-
satisfação de necessidades pessoais e profissionais, sem se comportar de 
maneira derrotista negativa ou confusa; 
 
 
 
 
 
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• Negociação: capacidade para fazer acordos cooperativos como meio de obter 
o ajustamento de interesses entre as partes envolvidas. 
 
O empreendedor de turismo rural deve estar acompanhando o desenvolvimento 
das atividades de perto, com uma visão clara e prática dos objetivos a serem atingidos e 
da melhor maneira de persegui-los. Sendo assim, o desenvolvimento de ações 
direcionadas torna-se importante para estar sempre oferecendo o melhor serviço ao 
cliente. São exemplos de algumas dessas ações direcionadas (SESCOOP, 2002): 
• Ter um cadastro de visitantes, de quem procura informações por telefone, 
contatos por email, etc; 
• Estabelecer os direitos e deveres de cada uma das pessoas envolvidas no 
trabalho com o público; 
• Desenvolver planilhas para o controle de receitas e custos de cada uma das 
atividades da propriedade, evitando misturá-las; 
 
Dessa forma, torna-se interessante e conveniente que o empreendedor de 
turismo rural possua ou desenvolva as seguintes características: 
• Possuir alguma ligação com o meio rural; 
• Ter visão de longo prazo; 
• Possuir simpatia por práticas de mínimo impacto; 
• Ser receptivo a novas ideias; 
• Conseguir colocar-se na posição de turista; 
• Ter capacidade para coleta, associação e análise de informações; 
• Possuir simpatia pelo trabalho em grupo; 
• Entender o processo de planejamento do turismo rural; 
 
 
 
 
 
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• Ter capacidade e investimento; 
• Possuir confiança e autoestima; 
• Ter capacidade de esforçar-se pela satisfação das necessidades do 
consumidor, prevendo as necessidades do mesmo e desenvolvendo a 
habilidade de atender as suas expectativas; 
• Possuir carisma, bom senso; 
• Ser hospitaleiro; 
• Ter capacidade de ordenar e coordenar pessoas e resolver conflitos; 
• Ser comunicativo; 
• Ter interesse em manter as atividades produtivas e ainda; 
• Amar o meio rural. 
 
A presença de pontos favoráveis ao empreendimento contribui de forma 
significativa para o sucesso do empreendedor rural. Esses pontos são (SESCOOP, 2002): 
• Forte carisma do empreendedor e demais funcionários ligados com a atividade 
turística; 
• Hospitalidade: atendimento diferenciado; 
• Grande riqueza histórica e cultural; 
• Mídia a favor: valorização da ruralidade; 
• ‘Era do stress’: busca pelos cidadãos urbanos de maneiras de atenuar a 
agitação do dia-a-dia; 
• Grande diversidade de público-alvo; 
• Possibilidades reais de importantes parceiras locais; 
• Custo operacional relativamente reduzido; 
 
 
 
 
 
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• Possibilidade de investimento gradativo; 
• Otimização de espaço, equipamentos, infraestrutura e recursos humanos; 
• Possibilidade de agregação de valor à produção e ao ambiente rural; 
• Solidificação de destinos com a união e associação de proprietários rurais; 
• Venda de produtos rurais diretamente ao consumidor final. 
 
Portanto, ao decidir pelo investimento na atividade turística no meio rural, o futuro 
empreendedor deverá ter definido com clareza o objetivo principal que o levou ao turismo 
rural, seja por causa da afinidade com a atividade, da possibilidade de realização pessoal 
e profissional, do retorno financeiro esperado ou qualquer outro objetivo particular. 
Sendo assim, deverá identificar as habilidades pessoais e profissionais de seus 
parceiros que possam ser cultivadas no sentido de contribuir com o sucesso de seu 
empreendimento e, ainda, aprimorar suas habilidades de gerenciamento e de controle dos 
serviços turísticos de sua propriedade. 
Porém, algumas dificuldades são enfrentadas pelos empreendedores quando 
decidem pela implantação do turismo rural. São elas (SESCOOP, 2002): 
• Mão-de-obra local desqualificada; 
• Sazonalidade da oferta: oscilação entre períodos produtivos e não-produtivos, 
mudanças das características físicas do ambiente decorrentes das estações, 
etc; 
• Sazonalidade da demanda: oscilação entre períodos de alta e baixa demanda; 
• Sinalização e acessos deficientes, em decorrência da necessidade de apoio 
governamental; 
• Sucesso: descaracterização do empreendimento frente ao crescimento 
descontrolado de turistas. 
• Comercialização e divulgação inadequadas ou ineficientes. 
 
 
 
 
 
Entretanto, dentre as dificuldades encontradas pelo empreendedor de turismo 
rural, à questão da qualificação profissional deve ser dada atenção especial, pois sem um 
grupo de funcionários qualificados e capacitados para o correto desenvolvimento de suas 
funções e atendimento do turista, o sucesso do empreendimento será inviabilizado. 
 
3 - QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PARA O TURISMO RURALA essência do turismo rural é um clima de informalidade e de absoluta 
familiaridade. Entretanto, a estrutura administrativa do empreendimento deve funcionar 
com precisão e eficiência. Dessa forma, a equipe de trabalho em cada propriedade deve 
preparar-se para atender às exigências da atividade turística, além de estar intimamente 
ligada às lidas da rotina da propriedade. 
Para tanto, o profissional que trabalha com o turismo rural deve possuir 
qualificação para tal. E, por qualificação profissional entende-se todo o estudo e 
treinamento que eleva o nível de escolaridade e a capacitação da população para o 
trabalho. Compreende, além da educação formal, todo o treinamento e capacitação, 
conferidos em cursos rápidos ou mais prolongados, ou no treinamento em serviço. 
Além da formação profissional, a mão-de-obra de turismo, especialmente aquelas 
que têm contato direto com os turistas, precisa ter noções de relações públicas e da forma 
de resolver reclamações. Também deve dispor de conhecimentos sobre a região de tal 
forma que possa responder às perguntas dos turistas sempre que tal lhe seja solicitado. 
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Um bom profissional do turismo rural, além da qualificação adquirida por meio de 
estudos, deve apresentar algumas características, a saber (MOLETTA, 1999): 
• Ter uma boa vivência com as tarefas do meio rural e seus equipamentos; 
• Saber interagir com o grupo de turistas de forma autêntica e respeitando os 
hábitos dos seus integrantes; 
• Conhecer a região e sua história; 
• Buscar um jeito próprio para contar tais histórias e fatos ocorridos na 
propriedade; 
• Ter capacidade de liderança, iniciativa e empatia com o grupo; 
• Dominar a situação, transmitindo entusiasmo e motivação para o grupo; 
• Ter capacidade de tomar decisões adequadas em situações de emergência; 
• Possuir noções de primeiros socorros; 
• Transparecer um profundo respeito à natureza; 
• Valorizar a sua cultura, cultivando hábitos e tradições. 
 
Essas características descritas anteriormente possuem influência direta sobre o 
grau de confiabilidade do cliente e também funcionam como diferencial do produto 
ofertado. Por outro lado, durante a permanência do visitante na propriedade, algumas 
situações devem ser observadas (MOLETTA, 1999): 
 
• Orientar todos os trabalhadores da propriedade para as questões de como 
atender bem o turista e dar informações corretas; 
• Atender o turista como se fosse o primeiro e único, com todo o respeito e 
cordialidade; 
 
 
 
 
 
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• Quanto ao contato humano, faz parte do produto turístico rural o clima de 
hospitalidade, tendo um maior e melhor impacto quando realizado pelo 
proprietário. Porém não se deve esquecer de que os hóspedes sejam casais, 
famílias ou grupos, buscam – e em muitos casos necessitam – um local 
agradável para se relacionarem; 
• É importante que haja períodos livres, sem aproximação do pessoal da casa e, 
além disto, existem aquelas pessoas que gostam de explorar sozinhas, o 
ambiente; 
• Os visitantes geralmente têm hábitos bastante diferenciados dos habitantes do 
meio rural. Portanto, esta troca de informações e possível aceitação devem ser 
dadas na medida em que o contato se aprimora; 
• É importante salientar que existem certos costumes dos visitantes que devem 
ser respeitados pelo proprietário e demais funcionários, pois, antes de tudo, 
trata-se de uma pessoal que está pagando pelos serviços e, principalmente, 
está dispondo de seu tempo mais precioso: o tempo para o lazer; 
• Estar atento aos aspectos da apresentação pessoal da equipe de trabalho, 
como, por exemplo, postura, higiene e vestimenta, de acordo com a atividade 
que se está realizando; 
• O atendimento está relacionado com um conjunto de fatores e situações em 
que o hóspede se sinta bem-vindo. Isto quer dizer que, desde o momento da 
reserva junto a uma agência de turismo ou por telefone, a boa sinalização, os 
aspectos externos e internos do ambiente até o contato humano na 
propriedade devem passar características de hospitalidade, ou seja, de bem 
receber e servir; 
• Para proporcionar o melhor aproveitamento dos momentos em uma 
propriedade rural, recomenda-se a elaboração de um roteiro de atividades. 
Porém, deve ficar claro que o cumprimento dessa programação não tem que 
ser rígido, pois o que realmente importa não é a quantidade de atividades 
 
 
 
 
 
realizadas e, sim, oportunizar situações de uma interação eficaz entre o turista 
e o meio rural; 
• Também é importante estabelecer um padrão de qualidade no atendimento e 
na execução de qualquer tarefa na propriedade rural, tomando o cuidado para 
não transformar o atendimento em algo mecanizado, sem autenticidade. 
 
Portanto, vale lembrar que o desenvolvimento do turismo rural coloca em prova a 
credibilidade e o comprometimento do empreendedor/administrador rural; o espírito de 
equipe de toda a organização; a cultura organizacional de todo o empreendimento e o 
resultado da capacitação dos recursos humanos, nos momentos de interação entre turista 
e equipe receptiva. 
Importante ainda salientar que o turismo rural deve seguir os princípios básicos de 
qualquer empresa moderna, sendo necessário buscar o constante aperfeiçoamento dos 
serviços turísticos, incluindo-se o quesito de formação e capacitação profissional. 
 
4 - DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM EMPREENDIMENTO DE 
TURISMO RURAL SUSTENTÁVEL 
 
 
As Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural no Brasil – documento 
elaborado por técnicos, agentes e atores da atividade turística do meio rural – têm como 
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base a valorização da ruralidade, a conservação do meio ambiente, os anseios 
socioeconômicos dos envolvidos e articulação interinstitucional e intersetorial, definindo 
algumas ações norteadoras para o envolvimento do poder público, iniciativa privada, 
organizações não-governamentais e comunidades. Tal documento vem contribuir para o 
desenvolvimento do espaço rural, por meio do segmento do turismo rural, inserido no 
contexto do Plano Nacional de Turismo proposto pelo Ministério do Turismo. 
Para que o turismo rural possa vir a tornar-se efetivamente uma atividade 
ordenada e fortalecida no Brasil, são necessárias ações regulamentadoras e articuladas, 
desenvolvidas por agentes governamentais em parceria com o setor privado e 
comunidade, além de infraestrutura adequada e de capacitação profissional. 
O Ministério do Turismo (BRASIL, 2004) definiu o número de diretrizes para o 
desenvolvimento do turismo rural no Brasil, que resumidamente podem ser assim 
entendidas: 
 Diretriz 1 – Ordenamento: tem como objetivo adequar e estabelecer normas, 
critérios e procedimentos técnicos e legais que orientem e estimulem a 
atividade, por meio de estratégias de identificação da legislação pertinente; 
desenvolvimento de estudos comparados das legislações vigentes; promoção 
de discussões institucionais e intersetoriais para normatização da atividade; 
estabelecimento de normas, regras e procedimentos específicos para a 
atividade; classificação e cadastramento dos serviços; e ainda, identificação 
da demanda; 
 
 Diretriz 2 – Informação e Comunicação:tem por objetivo produzir, 
disponibilizar e disseminar informações para orientar o planejamento, gestão e 
promoção da atividade, por meio de estratégias de fomento à produção e 
disseminação de conhecimento; criação e disponibilização de rede de 
informação e fortalecimento e consolidação do turismo rural no Brasil; 
 
 Diretriz 3 – Articulação: tem o objetivo de estimular e promover a 
cooperação entre os envolvidos no processo de desenvolvimento e 
 
 
 
 
 
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fortalecimento da atividade, utilizando-se das estratégias de valorização e 
fortalecimento de fórum com representatividade nacional; estímulo à criação e 
fortalecimento de instituições e órgãos representativos e estabelecimento de 
convênios, acordos e parcerias. 
 
 Diretriz 4 – Incentivo: tem como objetivo viabilizar e disponibilizar recursos 
visando à implantação, adequação e melhoria de infraestrutura, produtos e 
serviços, por meio das estratégias de identificação de fontes de cooperação e 
captação; negociação de crédito diferenciado; simplificação de mecanismos 
de concessão de crédito; definição de critérios de alocação de recursos para 
financiamento de infraestrutura, fomento e apoio a iniciativas de pequenos e 
microempreendedores; elaboração e efetivação de estratégias e ações 
eficientes para a promoção e comercialização de produtos e serviços e, ainda, 
criação de mecanismos que priorizem a qualidade de produtos e serviços; 
 
 Diretriz 5 – Capacitação: seu objetivo é preparar agentes e atores envolvidos 
na atividade que atuem voltados para a qualidade, contando com as 
estratégias de identificação das diferentes necessidades de capacitação; 
avaliação de programas, metodologias e possíveis parcerias; elaboração 
conjunta de políticas, programas, planos e projetos específicos de 
profissionalização; promoção de cursos de qualificação e de aperfeiçoamento 
profissional, bem como de apoio e promoção de eventos locais, regionais, 
nacionais e internacionais; 
 
 Diretriz 6 – Envolvimento das comunidades: tem por objetivo motivar e 
envolver a comunidade de forma participativa, sensibilizando-a sobre os 
benefícios do turismo rural ordenado e integrado e valorizando os talentos 
locais. Esta diretriz tem como estratégias a identificação dos territórios com 
vocação para o turismo rural, promoção de encontros e de intercâmbios e 
planejamento do desenvolvimento regional; 
 
 
 
 
 
 Diretriz 7 – Infraestrutura: seu objetivo é adequar e implantar infraestrutura 
básica e turística no meio rural, de forma integrada ao ambiente e às 
especificidades sociais e culturais locais. As estratégias para essa diretriz são: 
mapeamento regional, identificação das responsabilidades e competências 
dos envolvidos e implantação de infraestrutura. 
 
Com base nas diretrizes e estratégias apresentadas acima, o Ministério do 
Turismo visa organizar o turismo rural como atividade capaz de agregar valor a produtos e 
serviços no meio rural, de contribuir para a conservação do meio ambiente e para a 
valorização da ruralidade brasileira. 
 
5 - LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE 
TURÍSTICA NO MEIO RURAL 
 
 
Uma das maiores preocupações no que diz respeito ao Turismo Rural é a 
inadequação da legislação vigente que não tem acompanhado as transformações 
ocorridas no meio rural. Os principais entraves legais, especialmente para os agricultores 
familiares que desenvolvem o turismo rural em suas propriedades, são relativos às 
legislações fiscal, tributária, trabalhista, sanitária e previdenciária. 
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Dependendo do tipo de empreendimento turístico existe um conjunto variado de 
normas legais que devem ser atendidas e respeitadas para o desenvolvimento rural 
sustentável. Algumas delas são descritas nos itens a seguir (BRASIL, 2008). 
 
5.1 - Prestação de Serviços Turísticos 
 
As seguintes leis devem ser observadas: 
• Lei nº 6.505/77: dispõe sobre as atividades e serviços turísticos e estabelece 
condições para o seu funcionamento; 
• Lei nº 8.181/91: dá nova denominação a EMBRATUR, dá outras providências 
e sua regulamentação; 
• Lei nº 8.078/1990: o Código de Defesa do Consumidor (CDC) foi estabelecido 
como forma de proteção e defesa dos direitos dos consumidores em suas 
relações de consumo garantidas pela Constituição Federal. Integralmente, o 
CDC é um instrumento fundamental ao segmento por garantir direitos a turistas 
que se sentirem lesados no consumo de produtos e serviços ecoturísticos. 
Cabe destacar que a Lei estabelece as normas da ABNT como parâmetros 
para questões de comercialização e consumo de produtos e serviços. Ao ter 
valor em decisões judiciais, as normas da ABNT para o Turismo de Aventura 
passam a ser observadas também no Ecoturismo, principalmente quando 
envolver riscos controlados. 
 
É preciso estar atento às questões de responsabilidade civil. O empreendedor 
deve prevenir acidentes, utilizando sinalização, treinando funcionários para acompanhar 
os turistas em certas atividades, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
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5.2 - Legislação Ambiental 
 
• Lei nº 6.938/81: institui o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), que 
integra os sistemas ambientais municipal, estadual e federal; 
• Lei nº 9.605/98: Lei dos Crimes Ambientais, que regulamenta crimes e 
infrações administrativas contra o meio ambiente; 
• Lei nº 9.985/00: aprovou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
(SNUC), estabelecendo critérios e normas para a criação, implantação e 
gestão das unidades de conservação – UC’s. 
É válido destacar que o SNUC garante direitos às populações locais que habitem 
as UC’s de proteção integral (onde não é permitida a exploração direta dos 
recursos naturais), principalmente para as tradicionais e as indígenas. 
• Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981: Área de Proteção Ambiental (APA) são 
áreas submetidas ao planejamento e à gestão ambiental e destinam-se à 
compatibilização de atividades humanas com a preservação da vida silvestre, a 
proteção dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida da população 
local; 
• Decreto 98.897 de 30 de janeiro de 1990: Reservas Extrativistas (RESEX) são 
áreas destinadas à exploração autossustentável e conservação dos recursos 
naturais renováveis, por população extrativista; 
• Resolução nº 303, de 20 de março de 2002 – CONAMA: dispõe sobre os 
parâmetros e limites das Áreas de Preservação Permanente (APP); 
• Lei nº 4.771/65: Código Florestal 
o Reserva Legal: 
• Art. 16 – dispõe sobre a porcentagem de área para reserva legal 
de acordo com acordo com a região do país; 
 
 
 
 
 
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• Art. 44 – dispõe sobre as medidas a serem adotadas pelo 
proprietário ou possuidor de imóvel rural com área de floresta 
nativa natural, primitiva ou regenerada ou outra forma de 
vegetação nativa em extensão inferior ao estabelecido, para 
recompor a reserva legal; 
• Art. 99 das Disposições Finais da Lei n° 8.171/91 – obriga o 
proprietário rural, quando for o caso, a recompor em sua 
propriedade a Reserva Florestal Legal, mediante o plantio, em 
cada ano, de pelo menos 1/30 avos da área total para 
complementar a referida Reserva Florestal. 
 
o Proteção do patrimônio espeleológico:embora as cavernas ou 
cavidades naturais subterrâneas sejam um bem de origem natural 
são consideradas patrimônio cultural brasileiro. Caso possuam 
vestígios arqueológicos ou paleontológicos de relevância histórico-
cultural, poderão estimular visitas motivadas por seus aspectos 
culturais. 
 
5.3 - Legislação sobre a Proteção do Patrimônio Histórico-Cultural 
 
• Lei nº 6.513 de 20/12/77: dispõe sobre a criação de áreas especiais e de 
locais de interesse turístico; sobre o inventário com finalidades turísticas dos 
bens de valor cultural e natural; acrescenta inciso ao art. 2º da Lei nº 4.132, de 
10 de setembro de 1962; altera a redação e acrescenta dispositivo à Lei nº 
4.717, de 29 de junho de 1965; e dá outras providências. 
 
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), desde o ano de 
sua criação, baseia-se em legislação específica para a gestão dos bens culturais 
nacionais tombados, representativos de diversos segmentos da cultura brasileira. No caso 
 
 
 
 
 
do meio rural, destaca-se o Decreto-lei nº 25 de 30 de novembro de 1937, que conceitua 
e organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional e dispõe sobre o 
tombamento. 
 
5.4 - Legislação Fiscal 
 
Para estar em situação legal é preciso constituir empresa para o desenvolvimento 
de qualquer atividade de turismo. O empreendedor pode escolher entre as seguintes 
modalidades: sociedade limitada, firma individual, associação e cooperativa. 
 
5.5 - Legislação Previdenciária 
 
O empreendedor contribui como pessoa jurídica – regime dos artigos. 22 e 23 da 
Lei nº 8.212/91 – se não for enquadrado no SIMPLES17, ou pessoa física – artigos. 12 e 
21 da referida lei. 
 
5.6 - Legislação Tributária 
 
• Tributos federais: IR, CSLL, PIS/PASEP, CONFINS e IPI. 
Os empresários de Turismo Rural podem optar pela adesão ao SIMPLES. 
Todavia, deve ficar atento para as vedações constantes do art. 9º da Lei nº 9.317/96. 
• Tributos estaduais e municipais: ICMS e ISS. 
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Pagamento de ICMS pelo fornecimento de mercadorias de qualquer natureza, 
exceto a alimentação inclusa na diária de um hotel-fazenda, por exemplo. Já o ISS tributa 
os serviços turísticos propriamente ditos – agenciamento, organização, promoção e 
execução de programas de turismo, passeios, excursões, guias de turismo e congêneres 
e administração de meios de hospedagem. 
 
5.7 - Legislação trabalhista 
 
 
O empreendedor rural pode valer-se dos artigos. 2º e 17 da Lei nº 5.889, que 
resolvem o problema dos empregados que exercem atividades tipicamente urbanas no 
meio rural, permitindo sua classificação como rurais. Além disso, o empreendedor pode 
reivindicar ao seu favor um regime simplificado das obrigações trabalhistas com base nos 
artigos. 10, 11, 12 e 13 da Lei nº 8.941, de 5 de outubro de 1999. 
 
5.8 Legislação Sanitária 
 
• Serviços de alimentação: Resolução RDC n° 216 da ANVISA (Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária) – dispõe sobre as boas práticas para serviços 
de alimentação. 
• Transformação dos produtos: Resolução RDC n° 218 – dispõe sobre 
regulamento técnico de procedimentos higiênico-sanitários para manipulação 
de alimentos e bebidas preparados com vegetais. 
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• Registro dos produtos: Verificar Decreto 5.741, de 30 de março de 2006 – 
regulamenta a Lei Agrícola (nº 9.712/98) e cria o Sistema Unificado de Atenção 
à Sanidade Agropecuária (SUASA). Com esse sistema a inspeção se torna 
integrada, ou seja, em vez de cada serviço municipal, estadual e federal 
atuarem isoladamente, passam agora a fazer parte de um único sistema. 
 
5.9 Acessibilidade 
 
 
O Ministério do Turismo adota como parte da sua política estrutural a inclusão das 
pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. A partir desse contexto, busca 
promover a acessibilidade dos espaços, equipamentos, serviços e informações turísticas. 
Versam sobre o assunto, entre outras, as seguintes legislações: 
 
a) Lei nº 10.048/2000 – prioriza o atendimento às pessoas que especifica e dá 
outras providências; 
b) Lei nº 10.098/2000 – estabelece normas gerais e critérios básicos para a 
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com 
mobilidade reduzida; 
c) Decreto nº 5.296/2004 – regulamenta a Lei nº 10.048/2000, que dá prioridade 
e atendimento às pessoas, e a Lei n.º 10.098/2000, que estabelece normas 
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gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com 
deficiência ou com mobilidade reduzida; 
d) Lei nº 10.741/2003 – dispõe sobre o Estatuto do Idoso; 
e) Lei nº 11.126/2005 – dispõe sobre o direito da pessoa com deficiência visual 
de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhada de 
cão-guia; 
f) Decreto nº 5.904, de 21 de setembro de 2006 – regulamenta e Lei nº 11.126, 
de 27 de junho de 2005, que dispõe sobre o direito da pessoa com deficiência 
visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhada 
de cão-guia e dá outras providências; 
g) Decreto nº 5.626/2005 – regulamenta a Lei nº 10.436/2002, que dispõe sobre 
a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098/2000; 
h) Portaria nº 310/2006 – aprova a Norma Complementar nº 01/2006, que trata 
de recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência, na programação 
veiculada nos serviços de radiodifusão de sons e imagens e de retransmissão 
de televisão; 
i) NBR15320:2005 – acessibilidade à pessoa com deficiência no transporte 
rodoviário; 
j) NBR14021:2005 – transporte - acessibilidade no sistema de trem urbano ou 
metropolitano; 
k) NBR14022:1998 – acessibilidade à pessoa portadora de deficiência em ônibus 
e trólebus, para atendimento urbano e intermunicipal; 
l) NBR15250:2005 – acessibilidade em caixa de auto-atendimento bancário; 
m) NBR15290:2005 – acessibilidade em comunicação na televisão; 
n) NBR9050:2004 – acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e 
equipamentos urbanos; 
 
 
 
 
 
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o) NBR13994:2000 – elevadores de passageiros – elevadores para transporte de 
pessoa portadora de deficiência; 
p) NBR14273:1999 – acessibilidade da pessoa portadora de deficiência no 
transporte aéreo comercial. 
 
Recomendações gerais e prazos para o desenvolvimento da acessibilidade - 
é importante observar as orientações contidas no documento Turismo e Acessibilidade: 
Manual de Orientações, incorporando recomendações e legislações pertinentes: 
• A acessibilidade no meio urbano deve ser observada no Plano Diretor 
Municipal, nos Planos Diretores de Transporte e de Trânsito, no Código de 
Obras, no Código de Postura, na Lei de Uso e Ocupação do Solo e na Lei do 
Sistema Viário, conforme Decreto nº 5.296/2004; 
• Para a concessão de Alvará de Funcionamento e da Carta de Habite-se deve 
ser observado o cumprimento da acessibilidade previsto respectivamente no § 
1º e § 2º do art. 13 do Decreto nº 5.296/2004 e nas normas técnicas de 
acessibilidade da ABNT; 
• A aprovação de financiamento de projetos com a utilização de recursos 
públicos, entre eles os de natureza arquitetônica e urbanística, os tocantes à 
comunicação e informação e os referentes ao transportecoletivo, por meio de 
qualquer instrumento (convênio, acordo, ajuste, contrato ou similar), fica sujeita 
ao cumprimento das disposições do Decreto nº 5.296/2004, conforme disposto 
no inciso III do artigo 2º; 
• As edificações de uso público já existentes devem estar adaptadas para a 
acessibilidade das pessoas com deficiência (§ 1º, art. 19, Decreto nº 
5.296/2004) a partir junho de 2007; 
• Os estabelecimentos de uso coletivo têm o prazo até dezembro de 2008 para 
realizarem as adaptações para acessibilidade (§ 8º, art. 23, Decreto nº 
5.296/2004); 
 
 
 
 
 
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• Todos os veículos do transporte coletivo rodoviário, aquaviário, 
metroferroviário, ferroviário e aéreo deverão ser fabricados de acordo com as 
Normas de Acessibilidade até dezembro de 2007 (art. 40 e art. 42, § 2º, 
Decreto nº 5.296/2004); 
• Os serviços de transporte coletivo aéreo e os equipamentos de acesso às 
aeronaves devem estar acessíveis e disponíveis para serem operados por 
pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida até dezembro de 2007 
(art. 44, Decreto nº 5.296/2004); 
• Toda a frota de veículos do transporte coletivo rodoviário, metroferroviário e 
ferroviário deve estar acessível a partir de dezembro de 2014 (art. 38, § 3º e 
art. 42, Decreto nº 5.296/2004); 
• As empresas concessionárias e permissionárias dos serviços de transporte 
coletivo aquaviário devem garantir a acessibilidade da frota de veículos em 
circulação, inclusive de seus equipamentos, a partir de junho de 2009 (art. 41, 
Decreto nº 5.296/2004); 
• A acessibilidade aos portais e endereços eletrônicos da Administração Pública 
deve estar acessível às pessoas com deficiência visual a partir de dezembro de 
2005 (art. 47, Decreto nº 5.296/2004); 
• Para a obtenção de financiamento público, é exigido o cumprimento da 
acessibilidade para as pessoas com deficiência visual, em portais e endereços 
eletrônicos de interesse público, a partir de junho de 2005 (art. 48, Decreto nº 
5.296/2004); 
• Os pronunciamentos do presidente da República em rede de televisão devem 
ser acessíveis por meio de janela de Libras a partir de junho de 2005 
(parágrafo único, art. 57, Decreto nº 5.296/2004). 
 
Importante referir que, para a plena aplicabilidade do Decreto nº 5.296/2004 e da 
Lei nº 10.098/2000, os governos federal, estadual e municipal devem fortalecer a 
 
 
 
 
 
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legislação sobre a acessibilidade nas respectivas instâncias para garantir que todas as 
pessoas tenham o mesmo direito de acesso aos espaços públicos, aos equipamentos, 
atrativos e serviços turísticos. Sendo assim, nas regiões turísticas, onde as questões da 
acessibilidade são reais para os próprios habitantes e para os turistas, todo o esforço 
deve ser feito pelos gestores públicos e agentes locais para inserir nas políticas de 
turismo as necessidades de acessibilidade de todos os cidadãos. 
O setor turístico também deve empreender ações visando à inserção das pessoas 
com deficiência no mercado de trabalho pela prestação de serviços turísticos, em 
cumprimento à legislação. Compete ao Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa 
Portadora de Deficiência – CONADE, aos Conselhos Estaduais, Municipais e do Distrito 
Federal e às organizações representativas de pessoas com deficiência acompanhar e 
sugerir medidas para o cumprimento da acessibilidade. 
 
GLOSSÁRIO 
Ruralidade: A noção de ruralidade está associada ao valor que a sociedade 
contemporânea concebe ao rural, contemplando suas características mais gerais como: a 
produção territorializada de qualidade, a paisagem, a biodiversidade, a cultura e certo 
modo de vida identificado pela atividade agrícola, a lógica familiar, a cultura comunitária e 
a aproximação com os ciclos da natureza. 
 
Unidades de Conservação (UC): parques nacionais e estaduais, reservas biológicas, 
ecológicas, extrativistas, estações ecológicas e áreas de preservação ambiental. 
 
 
 
 
------------------ FIM DO MÓDULO IV ------------------ 
 
 
 
 
 
 
 
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----------------- FIM DO CURSO! -----------------

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