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PRINCÍPIOS PROCESSUAIS Cianorte – Pr, 2021 Prof. Me. Luís Fernando Centurião Argondizo CURSO DE DIREITO DIREITO PROCESSUAL CIVIL I •O QUE É PRINCÍPIO? PRINCÍPIOS PROCESSUAIS ARGONDIZO, L. F. C., 2021. • Segundo MIGUEL REALE (2002); “[...] princípios gerais de direito são enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, quer para a sua aplicação e integração, quer para a elaboração de novas normas”. • Para RENATO NALINI et al., 2011: [...] “os princípios gerais do direito são as normas jurídicas mais gerais (fundamentais), que orientam todo o sistema jurídico. Decorrem do próprio fundamento da legislação positiva, já que, mesmo quando não são expressos, constituem os pressupostos lógicos necessários das normas legais, consistindo na manifestação máxima do espírito de uma legislação”. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Na lição de EDUARDO CAMBI (2011): “Os princípios são reconhecidos como pilares axiológicos do sistema jurídico e, consequentemente, possuem força normativa imediata. Não exercem apenas a função secundária de preenchimento das lacunas na lei. São fontes primárias do direito, subjacentes às regras, expressando juridicamente os valores fins de uma sociedade”. PRNCÍPIOS PROCESSUAIS • Para ROBERT ALEXY (2015): “Princípios são normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida possível dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes. Princípios são, por conseguinte, mandamentos de otimização, que são caracterizados por poderem ser satisfeitos em graus variados [...]”. •O QUE SÃO REGRAS??? PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • As regras são prescrições específicas que disciplinam determinadas situações “no âmbito daquilo que é fática e juridicamente possível. Embora as duas espécies normativas (princípios e regras) sejam cogentes, as regras se esgotam em si mesmas, pois descrevem o que se deve e o que não se deve; o que se pode e o que não se pode. (ALEXY, 2015). PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Esclarece ainda ALEXY (2015): “[...] as regras são normas que são sempre ou satisfeitas ou não satisfeitas. Se uma regra vale, então, deve se fazer exatamente aquilo que ela exige; nem mais, nem menos.[...].Toda norma é ou uma regra ou um princípio.” • “As regras se esgotam em si mesmas, não tendo nenhuma força constitutiva fora do que elas mesmas significam. As regras dizem como se deve ou não se deve agir, em situações específicas, previstas pelas próprias regras (CAMBI, 2011). PRINCÍPIOS PROCESSUAIS •CONCLUSÕES: • PRINCÍPIOS e REGRAS não se confundem; • PRINCÍPIOS e REGRAS são espécies do gênero norma jurídica, embora não tenham as mesmas características (MEDINA, 2015); • Cada espécie normativa (PRINCÍPIO e REGRA) desempenha funções diferentes e complementares, não se podendo sequer conceber uma sem a outra (ÁVILA, 2015). PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL – Due process of law • PREVISÃO: CF/88, ART. 5º, INC. LIV • “Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. • Princípio fundamental do processo civil, base sobre a qual todos os outros princípios se sustentam (NERY JR, 2000). PRINCÍPIOS PROCESSUAIS •De acordo com DANIEL AMORIM ASSUMPÇÃO NEVES (2015): “É pacífico o entendimento de que o devido processo legal funciona como um SUPRAPRINCÍPIO, um PRINCÍPIO-BASE, norteador de todos os demais que devem ser observados no processo”. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Trata-se de um princípio com raízes no due process of law do direito norte-americano, mais recentemente estudado pela doutrina sob o título de “garantias de um processo justo” ou “equitativo” (MEDINA, 2015). • As garantias que decorrem do princípio em tela são consideradas MÍNIMAS, operando em todos os momentos ou fases processuais (MEDINA, 2015). PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Entre as garantias fundamentais que decorrem do princípio do devido processo legal é possível destacar: • A inafastabilidade da jurisdição (CF, art.5, XXXV); • A duração razoável do processo (CF, art.5, LXXVIII); • O contraditório e a ampla defesa (CF, art.5, LV); • A motivação das decisões judiciais (CF, art. 93, IX); • A isonomia (CF, art.5º, caput). PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Esse princípio é GÊNERO do qual todos os demais princípios constitucionais do processo são ESPÉCIES (NERY JR, 2000). • Segundo JÔNATAS LUIZ MOREIRA DE PAULA (2015): “Tanto o princípio do devido processo legal como o princípio da legalidade exercem o papel de FONTE PRINCIPAL do sistema processual”. • “O primeiro ordenamento que teria feito menção a esse princípio foi a Magna Charta de João Sem Terra, do ano de 1215 (NERY JR, 2000). PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • De acordo com NELSON NERY JR (2000): “O princípio do devido processo caracteriza-se pelo trinômio VIDA-LIBERDADE-PROPRIEDADE, ou seja, tem-se o direito de tutela àqueles bens da vida em seu sentido mais amplo e genérico”. • Tudo o que disser respeito à tutela da vida, liberdade ou propriedade está sob a proteção do devido processo legal. Ex. liberdade de expressão; liberdade de crença; liberdade de imprensa e etc... PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • DEVIDO PROCESSO LEGAL EM SENTIDO MATERIAL (SUBSTANTIVE DUE PROCESS): • O devido processo legal substancial é uma face do due process of law que exterioriza a formação do direito material (PAULA, 2015). • O devido processo legal não indica somente proteção processual; vai muito além, a ponto de tutelar também o direito material. • O substantive due process visa proteção dos direitos fundamentais do cidadão. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Na lição de DANIEL AMORIM A. NEVES (2015): “No sentido substancial o devido processo legal diz respeito ao campo da elaboração e interpretação das normas jurídicas, evitando-se a atividade legislativa abusiva e irrazoável e ditando uma interpretação razoável quando da aplicação concreta das normas. Proporcionalidade razoabilidade. Ex. No direito administrativo, o PRINCÍPIO DA LEGALIDADE nada mais é do que manifestação do cláusula substantive due process. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS •OUTRO EXEMPLO – AGORA NUMA RELAÇÃO PRIVADA: •CASO GEISY ARRUDA – ESTUDANTE EXPULSA DE UNIVERSIDADE PAULISTA POR USAR VESTES CURTAS – SINDICÂNCIA INTERNA – REGULAMENTO INTERNO – CONTRÁRIO A DIREITOS FUNDAMENTAIS - AUSÊNCIA DE DIREITO DE DEFESA - EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • DEVIDO PROCESSO LEGAL EM SENTIDO FORMAL – PROCEDURAL DUE PROCESS • No SENTIDO FORMAL encontra-se a definição tradicional do princípio, dirigido ao processo em si, obrigando-se o juiz no caso concreto a observar os princípios processuais na condução do processo (NEVES, 2015). Ex. Publicidade dos atos processuais; contraditório; produção de provas; diálogo do juiz com as partes; defesa técnica por advogado; decisão fundamentada; juiz imparcial; cooperação e etc... PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS • CASUÍSTICA: • SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS. UNIÃO BRASILEIRA DE COMPOSITORES. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS. RECURSO DESPROVIDO. I. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS. As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos, estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados. II. OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS COMO LIMITES À AUTONOMIA PRIVADA DAS ASSOCIAÇÕES. A ordem jurídico-constitucional brasileira não conferiu a qualquer associação civil a possibilidade de agir à revelia dos princípios inscritos nas leis e, em especial, dos postulados que têm por fundamento direto o próprio texto da Constituição da República, notadamente em tema de proteção às liberdades e garantias fundamentais. O espaço de autonomia privada garantidopela Constituição às associações não está imune à incidência dos princípios constitucionais que asseguram o respeito aos direitos fundamentais de seus associados. A autonomia privada, que encontra claras limitações de ordem jurídica, não pode ser exercida em detrimento ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros, especialmente aqueles positivados em sede constitucional, pois a autonomia da vontade não confere aos particulares, no domínio de sua incidência e atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as restrições postas e definidas pela própria Constituição, cujaeficácia e força normativa também se impõem, aos particulares, no âmbito de suas relações privadas, em tema de liberdades fundamentais. III. SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS. ENTIDADE QUE INTEGRA ESPAÇO PÚBLICO, AINDA QUE NÃO- ESTATAL. ATIVIDADE DE CARÁTER PÚBLICO. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL.APLICAÇÃO DIRETA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS À AMPLA DEFESA E AO CONTRADITÓRIO. [..]. IV. RECURSO EXTRAORDINÁRIO DESPROVIDO. (STF – RE 201819 / RJ - RIO DE JANEIRO, DJ. 11/10/2005). PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • PRINCÍPIO DO ACESSO À JUSTIÇA: • INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO! • PREVISÃO LEGAL: • ART. 5º, XXXV, CF/88 - “A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. • ART.3º, NCPC – “Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito”. (NOVIDADE NO CPC/15). PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Para JÔNATAS DE PAULA (2015): “O acesso a justiça torna-se princípio processual na medida que o prevê como garantia fundamental do cidadão e como instrumento que irá provocar o pronunciamento da tutela jurisdicional”. • O DESTINATÁRIO PRINCIPAL deste princípio é o legislador, mas ele alcança também a todos indistintamente, vale dizer, não pode o legislador e ninguém mais obstaculizar o acesso à justiça. Ex. Deve ser considerada inconstitucional a imposição de taxas judiciárias em valores exorbitantes, dificultando o acesso à justiça. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Esse princípio não só é visto como uma “porta de acesso” ao sistema jurisdicional; também implica no acesso e desenvolvimento de toda a dinâmica processual para obtenção da “justiça” do caso concreto (PAULA, 2015). • Para MEDINA (2015): O princípio “não se limita a obstar que alguma lei impeça o acesso à jurisdição, mas vai além, para assegurar o direito de exigir do Estado tutela jurisdicional. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS •E A LEI DA ARBITRAGEM NÃO FERE O PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO? POR QUÊ? •LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996. •CPC/15, § 1º, ART. 3º PRINCÍPIOS PROCESSUAIS http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 9.307-1996?OpenDocument • Segundo NELSON NERY JUNIOR (2000): “O fato de as partes constituírem convenção de arbitragem não significa ofensa ao princípio constitucional do direito de ação. Isto porque somente os direitos disponíveis podem ser objeto de convenção de arbitragem, razão pela por que as partes, quando o celebram, estão abrindo mão da FACULDADE de fazerem uso da jurisdição estatal, optando pela jurisdição arbitral”. • O STF JÁ DECIDIU QUE A ARBITRAGEM É CONSTITUCIONAL - SE 5206 AgR / EP – ESPANHA - AG.REG.NA SENTENÇA ESTRANGEIRA – DJ. 12/12/2001. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS •E A JUSTIÇA DESPORTIVA??? • CF/88, ART. 217, §§ 1º e 2º. • JURISDIÇÃO DE CURSO FORÇADO?! PRINCÍPIOS PROCESSUAIS •E O INSS??? É PRECISO FAZER PEDIDO ADMINISTRATIVO DE BENEFÍCIO E TER A NEGATIVA ANTES DE RECORRER AO JUDICIÁRIO? PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Em julgado recente do Supremo Tribunal Federal, proferido sob a sistemática da REPERCUSSÃO GERAL (RE 631.240/MG, julgado em 27/08/2014), ficou decidido que, em regra, o segurado/dependente somente pode propor a ação pleiteando a concessão do benefício previdenciário se anteriormente formulou requerimento administrativo e este foi negado. • A exceção ocorre quando se pleiteia a revisão do benefício, hipótese na qual não se exige o prévio requerimento administrativo. Ressalte-se que esse entendimento da Suprema Corte não exige o exaurimento da via administrativa, mas apenas que o instituto de previdência tenha se negado a fornecer o benefício pleiteado. PRINCÍPIO PROCESSUAIS • Todos têm direito de buscar a tutela jurisdicional do Estado visando à solução de conflitos decorrentes da vida em sociedade; • O Estado, a quem a Constituição outorgou o poder de solucionar os litígios em caráter definitivo, não pode delegar ou se recusar a exercer essa função. • É proibida a justiça pelas próprias mãos; veda-se, com regra, a AUTOTUTELA no Direito brasileiro. Exemplos de exceções: desforço imediato na defesa posse; legítima defesa. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • DIREITO A TUTELA ADEQUADA E EFETIVA: • TUTELA ADEQUADA: A tutela jurisdicional deve ser ADEQUADA para a tutela de direitos; • O processo tem de ser capaz de promover a realização do direito material. O meio tem de ser idôneo à promoção do fim (MARINONI;ARENHART; MITIDIERO, 2015). • PRINCÍPIO DA ADAPTIBILIDADE DO PROCEDIMENTO!!! PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Na lição de MARINONI, ARENHART E MITIDIERO (2015): “O novo Código, além de prever procedimentos diferenciados ao lado do procedimento comum, introduz várias técnicas processuais no procedimento comum capazes de moldar o processo às necessidades do direito material afirmado em juízo. Ex. possibilidade de inversão do ônus da prova (CPC, art.373, §§ 1º e 3º); • Na nova sistemática é DEVER do juiz adaptar o processo ao caso concreto, a partir da legislação, a fim de viabilizar a tutela adequada aos direitos. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • TUTELA EFETIVA: A tutela jurisdicional deverá ser também EFETIVA; A efetividade da tutela diz respeito ao resultado do processo (MARINONI;ARENHART; MITIDIERO, 2015). • E continuam: “Mais precisamente, concerne à necessidade de o resultado da demanda espelhar o mais possível o direito material, propiciando-se às partes sempre a tutela específica ou o resultado prático equivalente”. • PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO INTEGRAL (CDC, ART. 6º, INC. VI. A IDEIA É RESTITUIR AO AUTOR O STATUS QUO ANTE. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS •O DIREITO À TUTELA EFETIVA COMPREENDE A NECESSIDADE: • 1) DE ENCARAR O PROCESSO A PARTIR DO DIREITO MATERIAL; • 2) DE VIABILIZAR NÃO SÓ A TUTELA REPRESSIVA, MAS FUNDAMENTALMENTE A TUTELA PREVENTIVA; EX. CPC/15, ART.497, P.Ú. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • O Direito fundamental de acesso à justiça, além da vertente formal perante o judiciário, implica também acesso a ordem jurídica justa, razão pela qual cabe ao Judiciário promover políticas públicas de tratamento adequado dos problemas jurídicos e dos conflitos de interesses, que ocorrem em larga escala na sociedade (MEDINA, 2015). • EXEMPLO: Resolução Nº 125 de 29/11/2010 - Dispõe sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências. • Incentivo e aperfeiçoamento dos mecanismos consensuais de solução de litígios; PRINCÍPIOS PROCESSUAIS •PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO OU DA COLABORAÇÃO PROCESSUAL •PREVISÃO: CPC/15 – ART. 6º • “Todos os SUJEITOS do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Dentre as importantes inovações havidas no Novo CPC, em matéria de princípios, já nos seus artigos iniciais destaca-se o princípio da cooperação, que impõe ao órgão jurisdicional a obrigação de observar, na condução do processo, uma postura colaborativa e dialética, devendo se portar como verdadeiro agente colaborador, participante ativo do contraditório, e não um mero fiscal de regras. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • De acordo com o princípio da cooperação, todos os sujeitos que de alguma forma atuam no processo têm o dever de colaborar para que o resultado da prestação jurisdicional seja justa e efetiva. • O dever de colaboração é intersubjetivo e pode atingir não só as partes, mas a própria sociedade, que se faz presente, por exemplo,através do amicus curiae ou mesmo pelos grupos que participam das audiências públicas nas questões decididas pelo Judiciário em temas de grande repercussão social (WAMBIER, et al., 2015). PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Não obstante, o órgão jurisdicional, outrossim, DEVE desempenhar o papel de ativo colaborador do processo, agente efetivo do contraditório. • Na lição de DANIEL AMORIM A. NEVES (2015, p. 106), “o juiz passa a ser um integrante do debate que se estabelece na demanda, prestigiando esse debate entre todos, com a ideia central de que, quanto mais cooperação houver entre os sujeitos processuais, a qualidade da prestação jurisdicional será melhor”. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Dessa forma, o magistrado deixa de funcionar no processo apenas como um mero fiscal das regras legais para assumir uma postura dialogal com as partes. • Não restam dúvidas, “o objetivo do princípio da cooperação é exigir do juiz uma participação mais efetiva, entrosando-se com as partes de forma que o resultado do processo seja o resultado dessa atuação conjunta de todos [...]” (NEVES, 2015). PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Destarte, de acordo com a doutrina pátria, o princípio da cooperação impõe ao órgão judicante responsável pela condução do processo, essencialmente, os seguintes deveres: • 1) DEVER DE ESCLARECIMENTO; • 2) DEVER DE CONSULTAR E AUXILIAR AS PARTES; • 3) DEVER DE PREVENÇÃO. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Para Didier Junior (2009), “o DEVER DE ESCLARECIMENTO consiste no dever do tribunal de se esclarecer junto às partes quanto às dúvidas que tenha sobre suas alegações, pedidos ou posições em juízo, para evitar decisões tomadas em percepções equivocadas/apressadas”. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Já o DEVER DE CONSULTAR E AUXILIAR as partes impõe ao magistrado que consulte e dialogue com as partes antes de decidir sobre qualquer questão, possibilitando que essas influenciem a respeito do deslinde da causa (MARINONI; ARENHART; MITIDIERO, 2015). • Por fim, o DEVER DE PREVENÇÃO que nada mais é do que a obrigação do juiz de apontar às partes eventuais deficiências no processo e possibilitar suas devidas correções, evitando-se, com isso, declaração de nulidade (NEVES, 2015). PRINCÍPIOS PROCESSUAIS • Enfim, deve, portanto, o magistrado, esclarecer-se com as partes quando necessário, ouvi-las antes de decidir qualquer questão de fato ou de direito relevante, e adotar uma postura de prevenção, apontando as deficiências do processo para que estas possam ser sanadas, abandonando a velha postura da inércia, consciente de sua missão imprescindível de realizar justiça. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS Luís Fernando Centurião Argondizo e-mail: luis@prof.unipar.br CONTATO WhatsApp: (44)99999-2768 ARGONDIZO, L. F. C., 2021. lf_centuriao Luís Fernando Centurião Argondizo
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