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Ação de Farmacos no SNC

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1 LARISSA BONANI 
Ações dos fármacos no SNC 
ESPECIFICIDADE E INESPECIFICIDADE DAS AÇÕES DOS 
FÁRMACOS NO SNC 
Específico: o efeito de um fármaco no SNC é considerado 
específico quando ele afeta um mecanismo molecular 
reconhecível e único para as células alvo que apresentam 
receptores para este composto. 
Inespecífico: o fármaco é considerado inespecífico quando 
produz efeitos em uma variedade de células alvo 
diferentes, afetando assim um conjunto diverso de 
sistemas neurobiológicos. 
Em geral, essa diferenciação é afetada pela relação entre 
dose e resposta do fármaco e da célula ou dos mecanismos 
estudados. Mesmo que o fármaco seja altamente específico 
quando testado em concentrações baixas, ele pode 
produzir ações inespecíficas com doses mais altas. 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DEPRESSÃO 
A depressão e os transtornos de ansiedade são as doenças 
mentais mais comuns, acometendo mais de 10-15% da 
população em algum período de suas vidas. 
Tanto a ansiedade quanto os transtornos depressivos são 
tratáveis com terapia medicamentosa que tem sido 
desenvolvida desde a década de 1950. 
 Com a descoberta de fármacos mais seletivos e seguros, o 
uso de antidepressivos e ansiolíticos mudou do domínio da 
psiquiatria para outras especialidades clínicas, como o 
atendimento primário. 
EPIDEMIOLOGIA DA DEPRESSÃO 
• De acordo com dados da OMS, a depressão deve se 
tornar a doença mais comum nos próximos 20 anos, 
acometendo mais pessoas do que o câncer e as doenças 
cardíacas. 
• Atualmente, ela é considerada o 5º. maior problema de 
saúde mundial e a maior causa de adoecimento e invalidez 
em adolescentes ao redor do mundo. Num futuro próximo, 
a depressão será a doença que mais gerará custos 
econômicos e sociais para os governos, devido aos gastos 
com tratamento para a população e às perdas por 
afastamento do trabalho. 
SINTOMAS DE DEPRESSÃO 
A depressão, em geral, é classificada como depressão maior 
(depressão unipolar) ou depressão bipolar (doença 
maníaco-depressiva). 
O risco durante a vida de depressão unipolar é de 
aproximadamente 15%. As mulheres são duas vezes mais 
acometidas do que os homens. 
Os episódios depressivos são caracterizados por humor 
deprimido ou triste, preocupação pessimista, diminuição do 
interesse pelas atividades normais, alentecimento e falta de 
concentração, insônia ou aumento do sono, perda ou 
ganho significativo de peso devido à alteração dos padrões 
alimentares e de atividade, agitação ou atraso psicomotor, 
sentimentos de culpa e inutilidade, diminuição da energia e 
da libido e ideias suicidas, que ocorrem na maioria dos dias 
por um período de pelo menos duas semanas. 
Em alguns casos, a queixa principal dos pacientes envolve 
dor somática ou outros sintomas físicos e pode representar 
um desafio de diagnóstico para médicos de atenção 
primária. 
 Os sintomas depressivos também podem ocorrer 
secundários a outras doenças, como hipotireoidismo, 
doença de Parkinson e doenças inflamatórias. 
Além disso, a depressão frequentemente complica o 
tratamento de outras doenças (p. ex., traumatismo grave, 
câncer, diabetes e doenças cardiovasculares, especialmente 
infarto do miocárdio). 
SINTOMAS 
Os sintomas da depressão podem ser: 
• indigência, apatia e pessimismo; 
• baixa autoestima, sentimento de culpa, de 
inadaptação e de feiura; 
• indecisão e perda de memória. 
Sintomas biológicos: 
• retardo do pensamento e da ação; 
• perda da libido; 
• distúrbio do sono e perda de apetite 
MOTIVOS BIOLOGICOS 
Os neurotransmissores ajudam a controlar as emoções. 
 Os mensageiros principais são a serotonina, 
noradrenalina e dopamina. 
Os sítios delas aumentam ou diminuem, mudando nossas 
emoções. Assim, quando alguém está deprimido, os 
mensageiros químicos não estão em equilíbrio. Ainda não 
está claro porque isso ocorre em algumas pessoas e não em 
outras, mas parece que a depressão ocorre em famílias. 
Outros desencadeadores da depressão são eventos 
estressantes ou perdas, doenças físicas, níveis hormonais, 
uso de certos medicamentos, drogas e álcool. Além disso, 
têm-se observado grande aumento de casos de depressão 
em jovens e crianças. 
 
2 LARISSA BONANI 
TIPOS DE DEPRESSÃO 
• Depressão leve: causa apenas mudanças de vida; 
• Depressão moderada: causa mudanças de vida e 
necessita de auxílio médico; 
• Depressão grave: urgência no tratamento 
(sintomas físicos, delírios e alucinações, 
pensamentos suicidas). 
 O tipo de depressão que desencadeia a modalidade de 
tratamento, sendo estes: o Medicamento antidepressivo; o 
Psicoterapia; o Medicamento antidepressivo associado à 
psicoterapia. 
ANTIDEPRESSIVOS 
• Depressão; 
• Quadros ansiosos em geral; 
• TEPT, TOC, somatizações e conversões; 
• Transtornos de personalidade; 
• Agitação na demência, autismo e retardo mental; 
 • Dores crônicas e fibromialgia; 
• Alguns quadros orgânicos funcionais: síndrome do 
intestino irritável, dispepsia funcional; 
 • Algumas cefaleias; 
• Cessação de tabagismo (Bupropiona). 
• Noradrenalina: atenção e memória, lentificação 
psicomotora, fadiga, humor deprimido; 
• Serotonina: humor deprimido, sintomas ansiosos, 
fissuras, obsessões; 
 • Dopamina: prazer, sintomas psicóticos. 
A escolha do antidepressivo vai depender de diversos 
fatores como: 
• Paciente 
• Idade 
• Tolerância 
• Efeitos colaterais 
• Sabe-se que a emoção está relacionada com os 
neurotransmissores, onde qualquer alteração destes 
neurotransmissores leva o indivíduo a ser depressivo. 
 • Assim, foi desenvolvida a “Teoria das monoaminas”. 
MONOAMINAS 
Estas são os neurotransmissores. Diz-se que a depressão é 
causada por um déficit funcional das monoaminas 
transmissoras em certos locais do cérebro (NOR e 5-HT). Ex. 
a mania resulta de um excesso funcional de 
neurotransmissores. 
Significado do indivíduo ser um maníaco depressivo: 
significa uma reversão rápida de emoções, onde, num dado 
momento o indivíduo encontra-se depressivo e em outro 
momento ele está muito bem. Então, a mania é um excesso 
de neurotransmissores, e a depressão é a falta dos 
mesmos. 
 Com isso, há medicamentos para cada caso, havendo 
medicamentos que irão atuar sobre a serotonina, sobre a 
noradrenalina. 
 
 
 
 
3 LARISSA BONANI 
DIAGNOSTICO 
O diagnóstico da depressão é clínico, sendo investigado por 
um profissional de saúde mental e observado a presença de 
alguns sintomas (pelo menos 5, de acordo com o *DSM V) 
por mais de duas semanas. 
*DSM V- é um sistema diagnóstico e estatístico de 
classificação dos transtornos mentais, segundo o modelo 
categorial, destinado à prática clínica e à pesquisa em 
psiquiatria. 
ANTIDEPRESSIVOS 
Os Antidepressivos atuam diretamente no cérebro, 
modificando e corrigindo a transmissão neuroquímica em 
áreas do sistema nervoso, que regulam o estado de humor 
(nível de vitalidade, energia, interesse, emoções e a 
variação entre a alegria e tristeza) quando o humor está 
afetado negativamente num grau significativo. 
Ou seja, atuam corrigindo algum déficit de 
neurotransmissor, tanto de noradrenalina quanto de 
serotonina (5-HT), aumentando, assim, o humor. 
• Antidepressivos tricíclicos (TCA): primeiro grupo de 
antidepressivos lançados no mercado. Ex. 
Imipramina, Amitriptilina, Clomipramina, 
Nortriptilina, Maproptilina. 
• Inibidores Seletivos de Re-captação da Serotonina 
(ISRSs). Ex. Fluoxetina, Paroxetina, Sertralina, 
Citalopram, Fluvoxamina. 
• Inibidores da Re-captação de 5-HT e NA (IRSNs): 
mais utilizados. Ex. Venlafaxina, Duloxetina, 
Milnaciprano. 
• Inibidores da monoamina oxidase (IMAO): menos 
utilizados atualmente. Ex. Moclobemida. 
• Antidepressivos “atípicos”: são os estabilizadores 
de humor. São aqueles que não se encaixam em 
nenhuma das classes mais comuns, que são os 
ATD, inibidores da monoaminoxidase e também os 
inibidores seletivos da recaptaçãode serotonina. 
Ex. Trazodona, Mianserina, Mirtazapina. 
AÇÃO E MECANISMO 
• Existem inúmeros mecanismos que visam aumentar o 
tempo de ação dos neurotransmissores monoaminérgicos, 
no caso, serotonina e noradrenalina (em menor escala a 
dopamina). 
• Seus mecanismos incluem atuar como antagonistas de 
receptores 5-HT, inibir a proteína de recaptura, 
aumentando o tempo de ação dos neurotransmissores na 
fenda sináptica ou até inibindo a enzima responsável por 
degradar as monoaminas, no caso, inibição da monoamino-
oxidase (MAO). 
• Acreditava-se que somente aumentando os níveis de 
neurotransmissores monoaminérgicos era capaz de tratar a 
depressão. Porém, diferentemente da maioria das terapias, 
existia uma latência entre o início da administração e o 
início da resposta clínica, que variava de 3 a 4 semanas. 
• A hipótese atualmente é com base nos receptores, onde a 
causa da depressão seria devido a algum erro nos 
receptores e, quando aumentar os níveis dos 
neurotransmissores, estimularia o organismo a produzir 
novos receptores e desencadear a resposta clínica. Desta 
forma, justificaria o tempo para se ter a resposta clínica. 
• As náuseas são sintomas que aparecem logo ao iniciar o 
uso de antidepressivos e tende a cessar com o tempo, 
aproximadamente, na 4ª semana de uso ou até menos. 
ADVERSOS 
 • Estes efeitos são decorrentes da elevação de serotonina- 
antieméticos- ondansetrona, um antagonista 
serotoninérgico. 
• O álcool é contraindicado para todos os medicamentos 
que possuem ação central, por aumentar o risco de 
depressão do sistema nervoso central, o que levaria a 
perda da consciência, convulsão e depressão do centro 
cardiorrespiratório. 
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS 
A Imipramina e a Amitriptilina são os antidepressivos 
tricíclicos mais conhecidos. Os antidepressivos tricíclicos 
foram os mais utilizados. Eles apresentam 3 anéis 
aromáticos. 
 
 
 
4 LARISSA BONANI 
 
LOCAIS DE AÇÃO 
A recaptação ocorre porque há uma proteína 
carreadora/transportadora e o antidepressivo tricíclico vai 
competir pela ligação por essa proteína, impedindo que o 
neurotransmissor se ligue. Em razão disso ocorre um 
acúmulo do neurotransmissor na fenda sináptica e com isso 
irá haver uma redução do desequilíbrio do 
neurotransmissor que induziu a depressão. 
As características dos antidepressivos tricíclicos são: 
• Os TCA inibem a captação de noradrenalina e 
serotonina. 
• Estão quimicamente relacionados com as 
fenotiazinas. 
• São amplamente utilizados como antidepressivos. 
• A maioria tem ação prolongada; com metabólitos 
ativos. 
• Superdosagem: confusão mental, mania, disritmias 
cardíacas. 
• Interagem com álcool, anestésicos, agentes 
hipotensivos, AINES, não devem ser administrados 
com IMAO 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA 
A interação é aumentada porque os antidepressivos 
tricíclicos não atuam apenas em receptores da 
noradrenalina e da serotonina, eles também atuam em 
outros receptores*. 
Em razão disso, que estão sendo pouco utilizados, sendo 
mais utilizados os inibidores de serotonina, 
especificamente, sendo estes a Paroxitina e Fluoxetina. 
*Os antidepressivos tricíclicos também são inibidores 
competitivos da acetilcolina nos receptores muscarínicos 
centrais e periféricos. 
 
 
 
ADT- IMIPRAMINA- MODELO DE ESTUDO 
• Mecanismo da Imipramina: é metabolizada formando um 
metabólito ativo, a desmetilmipramina. Estes metabólitos 
ativos tem ação de prolongar os efeitos dos fármacos. 
• Os ADT atuam além dos receptores da noradrenalina e 
serotonina, eles também atuam nos receptores 
muscarínicos da acetilcolina e receptores histamínicos. Por 
isso que há muitas interações medicamentosas, bem como 
efeitos colaterais. 
Efeitos colaterais ADT 
• sedação (bloqueio do receptor H1); 
• hipotenção postural (bloqueio α adrenérgico); 
• boca seca; 
• visão turva; 
• constipação; 
• arritmias ventriculares: doses excessivas; 
• mania e convulsões: doses excessivas. 
Devido a quantidade de efeitos colaterais, os ADT estão 
sendo gradativamente retirados do mercado e estão sendo 
substituídos por outros com efeitos menos pronunciados 
em relação a estes. 
A Imipramina possui menos efeitos sedativos e 
anticolinérgicos do que os terciários ADTs amina, 
amitriptilina e clomipramina. 
COMO RECEITAR IMIPRAMINA? 
• Pela Notificação de Receita tipo “B1” – Cor Azul Para 
medicamentos relacionados nas listas B1 (Psicotrópicas); 
• Validade após prescrição: 30 dias; 
 • Válida somente no estado emitente; 
• Quantidade Máxima/Receita: 60 dias de tratamento. 
• A Imipramina pode ser administrada de uma só vez por 
dia. Depressão mental: iniciar com 75 mg à noite (na hora 
de dormir); ajustar a dose de acordo com a resposta clínica. 
Dose ótima geralmente é de 150 mg, na hora de dormir. 
MODELO DE ESTUDO 
• A Imipramina é a substância ativa do antidepressivo de 
nome comercial Tofranil. • Pode ser encontrado nas formas 
farmacêuticas de drágeas de 10 e 25 mg ou cápsulas de 75 
ou 150 mg e deve ser ingerido com alimento para diminuir 
a irritação gastrointestinal. 
• São necessárias de 2 a 6 semanas de tratamento para 
obter-se os efeitos antidepressivos. 
 • Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas; possível 
sonolência, motivo pela qual se deve ter precaução ao 
 
5 LARISSA BONANI 
dirigir. Não suspender a medicação de forma abrupta, 
porém gradualmente. 
• Limite de dose para adultos: pacientes em casa: 200 mg 
por dia; 
 pacientes hospitalizados: 300 mg por dia; 
 idosos: 100 mg por dia. Idosos: depressão mental - iniciar 
com 10 mg por dia e ir aumentando gradualmente a dose 
até atingir 30 a 50 mg por dia (em doses divididas) em um 
prazo de 10 dias.

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