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Farmacologia dos Antidepressivos

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Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
6° fase Medicina 
Farmacologia 
UCXVI 
Antidepressivos 
Estrutura do neurônio 
 
No contexto dos antidepressivos: as monoaminas ou 
catecolaminas (serotonina, dopamina, noradrenalina) 
liberadas pelas fibras pré-sinápticas dos neurônios 
ativam receptores (são agonistas), desencadeando 
respostas excitatórias ou inibitórias ao SNC. 
 Teoria das monoaminas: no paciente depressivo, 
há uma deficiência dessas monoaminas → 
depressão e ansiedade 
 Podem ser em diversos locais (hipotálamo, sistema 
límbico, gânglios da base, etc) 
A serotonina (5-HT) é, entre as monoaminas, o alvo 
principal. Provoca a sensação de bem-estar e só é 
ativada na presença de dopamina. 
 Importante efetividade na resposta ansiolítica 
e/ou antidepressiva – os medicamentos 
relacionados devem aumentar sua eficiência ou 
sua quantidade no alvo 
 Os medicamentos que interferem na 5-HT são 
adjuvantes no tratamento de ansiedade e/ou 
depressão 
O neurônio precisa estar em bom funcionamento para 
que o tratamento tenha sucesso! 
 Boa parte das fibras precisam de bainha de mielina 
íntegra → por meio dos componentes da dieta 
(ácidos graxos, vitamina B12/cianocobalamina) 
o IBPs diminuem a absorção de B12 
 Os neurotransmissores precisam ser produzidos: 
o 5-HT: a partir do AA triptofano (AA essencial – 
dieta proteica), sendo transportada até os 
botões dos axônios para ser armazenada nas 
vesículas 
 Vitamina B1 (tiamina): importante para oxidar 
glicose em ATP para que a célula possa produzir as 
substâncias importantes, como fosfolipídeos 
A degradação das catecolaminas é feita pelas enzimas 
COMT e MAO-A, localizadas na fenda sináptica e no 
citosol do botão axônico 
 Entretanto, a principal forma de “descarte” das 
catecolaminas é por meio da recaptação 
 A serotonina é recaptada na fenda sináptica por 
bomba de transporte e realocada no citosol da 
fibra pré-sináptica 
o Tal processo demanda energia (ATP) 
 Poucas moléculas são realmente degradadas pelas 
enzimas COMT e MAO-A 
 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
6° fase Medicina 
Sinapse 
 Principal estímulo que vai agir na fibra: Glutamato 
 Principal estímulo que vai inibir a fibra: GABA 
o Benzodiazepínicos potencializam o GABA → 
rebaixam demais o SNC 
Glutamato estimula a fibra pré-sináptica → abre 
canais de sódio → célula passa a ser positiva → abre 
canais cálcio voltagem-dependente → cálcio estimula 
as vesículas a exocitose → libera neurotransmissores 
na fenda sináptica → fibra pós-sináptica é encontrada 
pelos neurotransmissores 
 Os medicamentos que bloqueiam canais de sódio 
vão ↓ a despolarização, fazendo com que as fibras 
neuronais tenham também ↓ atividade 
 Com a baixa disponibilidade de cálcio, poucas 
vesículas se abrem→ menor depressão do SNC 
Temos receptores nos dendritos (inibitórios e 
excitatórios) e nos axônios (predominantemente 
inibitórios) 
 Auto-regulação: se a serotonina em excesso na 
fenda sináptica ativar o receptor 5-HTI da fibra pré 
→ uma proteína G inibitória será ativada → diminui 
entrada de cálcio → menor liberação de 
neurotransmissores 
o Do sistema 5-HT: receptor 5-HTI, presentes 
nas fibras nervosas, são do tipo inibitório. 
Estão presentes no botão axônico, tendo o 
papel de auto-regulação 
o NA: receptor alfa2 
o Dopamina: receptor D1 
 Os receptores auto regulatórios podem sofrer 
dessensibilização por meio das medicações: após 
20-30 dias de uso → param de funcionar → a 
liberação de catecolaminas volta ao normal → 
acumula 5-HT na fenda 
o Caracteriza-se pelo tempo de latência para o 
efeito do antidepressivo 
Distribuídos em diversas áreas do cérebro, com 
diversas funções: 
Receptores Local Efeito 
5-HTI SNC, veias Inibitório 
5-HT2 SNC, SNP Excitatório 
5-HT3 SNP Excitatório 
5-HT4 SNC, coração, 
bexiga, TGI 
Excitatório 
5-HT5 SNC Inibitório 
5-HT6 SNC Excitatório 
5-HT7 SNC, veias, TGI Excitatório 
Os antidepressivos, ao aumentarem a quantidade de 
serotonina → causam náuseas e vômitos ao agirem no 
tronco cerebral 
Os efeitos adversos variam muito entre as pessoas! 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
6° fase Medicina 
Depressão 
 A depressão é uma condição clínica comum, 
crônica e recorrente. 
 Está frequentemente associada a incapacitação 
funcional e comprometimento da saúde física 
 Os pacientes deprimidos apresentam limitação da 
sua atividade e bem-estar, além de uma maior 
utilização de serviços de saúde 
Caracteriza-se por humor deprimido e/ou perda de 
interesse em praticamente todas as atividades por 
pelo menos duas semanas, acompanhado de pelo 
menos três ou quatro dos seguintes sintomas: 
 Insônia ou sonolência 
 Sentimentos de desvalorização ou excesso de 
culpa; 
 Fadiga ou falta de energia; 
 Redução da capacidade de pensar ou concentrar-
se; 
 Alteração significativa no apetite ou peso; 
 Retardo ou agitação psicomotora; 
 Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. 
Diretrizes da AMB: 
 
Iniciar com terapias cognitivas, atividade física e 
alimentação adequada → sem melhora: tratamento 
farmacológico (sem histórico pessoal de depressão) 
Sintomas emocionais: diminuição da capacidade de 
sentir prazer, perda de interesse pelas atividades 
habituais, tristeza, pessimismo, crises de choro, 
desamparo, ansiedade, sentimento de culpa e 
manifestações psicóticas (p. ex., alucinações auditivas 
e delírios). 
Sintomas físicos: fadiga, dor (particularmente 
cefaleia), transtorno do sono, diminuição ou aumento 
do apetite, perda do interesse sexual e queixas 
gastrintestinais (GI) e cardiovasculares (principalmente 
palpitações). 
Sintomas intelectuais ou cognitivos: diminuição da 
capacidade de concentração ou pensamento lento, 
memória deficiente para eventos recentes, confusão e 
indecisão. 
Distúrbios psicomotores: retardo psicomotor 
(movimentos físicos, processos do pensamento e fala 
alentecidos) ou agitação psicomotora 
 A depressão tem correlação com: polimorfismos 
genéticos, grelina, leptina, microbiota intestinal, 
ansiedade, obesidade, diabetes, doenças 
cardiovasculares, hormônios sexuais, sistema 
imune inato, cortisol, etc 
Fisiopatologia da depressão maior 
A Hipótese Monoaminérgica da depressão sugere que 
a depressão está relacionada com uma deficiência na 
quantidade ou na função da serotonina (5-HT), 
norepinefrina (NE) e dopamina (DA) corticais e límbicas 
→ sustenta também a hipótese neurotrófica 
 Tem medicamentos que atuam diretamente sobre 
ela (sobre 5-HT, DA, NE) 
A Hipótese Neurotrófica: BDNF fatores de crescimento 
dos nervos, atua na regulação da plasticidade neural, 
resiliência e neurogênese. Os dados sugerem que a 
depressão está associada a uma perda do suporte 
neurotrófico, e que as terapias antidepressivas efetivas 
aumentam a neurogênese e a conexão sináptica nas 
áreas corticais, como o hipocampo. 
 Não tem medicamentos que atuam diretamente 
sobre o BNDF, apenas indiretamente 
 O objetivo do tratamento longo (1-2 anos) seria 
aumentar a árvore dendrítica por meio do 
aumento do BNDF 
 ↓ BNDF: falta de atividade física, pouco estímulo 
amoroso na infância, stress (cortisol) 
 ↑ BNDF: enriquecimento ambiental, exercício 
físico, estímulo mental, interações sociais, 
antidepressivos 
Plasticidade neuronal 
A depressão pode ser explicada por uma deficiência de 
serotonina e PRINCIPALMENTE de receptores para a 5-
HT. 
Receptores são excitados graças à inibição de 
recaptação de serotonina pelo fármaco → proteína 
CREB é ativada → estimula a fita de DNA → transcrição 
de BDNF* (fator de crescimento neuronal – produção 
de dendritos → mais receptores para receber os 
neurotransmissores) 
 Essa transcrição gênica é um processo demorado! 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
6° fase Medicina 
Tratamento farmacológico 
Os antidepressivos são efetivos no tratamento das 
depressões moderadas e graves, quer melhorando os 
sintomas (resposta), quer eliminando-os (remissão 
completa), porém não diferentesde placebo em 
depressões leves. 
Uma revisão sistemática de tratamento antidepressivo 
em transtorno depressivo associado com doença física 
mostrou taxas de resposta semelhantes 
 Exemplo: dor neuropática (tratamento com 
anticonvulsivantes e antidepressivos) 
Os diferentes antidepressivos têm eficácia semelhante 
para a maioria dos pacientes deprimidos, variando em 
relação ao perfil de efeitos colaterais e potencial de 
interação com outros medicamentos. 
 Tentar passar o medicamento mais seguro ao 
paciente 
 1° LINHA: ISRS 
As metanálises sobre efeitos colaterais no uso agudo 
de antidepressivos têm se concentrado na comparação 
entre os inibidores seletivos de recaptação da 
serotonina (ISRS) e os tricíclicos. O uso de ISRS está 
associado com menor índice de abandono de 
tratamento comparado com os tricíclicos. 
 A prescrição de antidepressivos está associada com 
diminuição do risco de suicídio. 
 Consultas com frequência semanal no início do 
tratamento estão associadas a maior adesão e 
melhores resultados em curto prazo. 
o Os efeitos adversos costumam aparecer nos 
primeiros dias, e a depender da gravidade, 
pode ser necessário fazer a troca 
o Todos causam boca seca (ISRS) 
 A resposta ao tratamento agudo com 
antidepressivo é observada entre 2-4 semanas 
após o início do uso; contudo, o início da resposta 
costuma ocorrer na primeira semana 
o OBS.: primeiros 30 dias, vigilância 24h 
o Prescrever antidepressivo + antipsicótico 
Estratégias para pacientes que não respondem ao 
tratamento: 
 Aumento de dose; 
o Ideal começar com a dose mínima efetiva ou 
meio comprimido 
 Potencialização com lítio (estabilizador de humor – 
também utilizado em mania) 
o Atua como o sódio, causa despolarização na 
célula 
o É um fármaco com baixa margem de 
segurança (suicídio) 
 Associação de antidepressivos (porém soma 
muitos efeitos colaterais); 
o JAMAIS de mesma classe 
 Troca de antidepressivo; 
 Eletroconvulsoterapia (ECT); 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
6° fase Medicina 
 Associação com psicoterapia 
 Atividade aeróbica 
A chance de que um próximo tratamento 
antidepressivo funcione decresce a cada nova tentativa 
que falha. Importante explicar isso ao paciente! 
Fases do tratamento: 
 Aguda: 6-12 semanas; recuperação completa dos 
sintomas 
 Continuação: 4-9 meses; prevenir a recaída 
 Manutenção: > 1 ano; prevenir a recorrência de 
um episódio depressivo 
o Pacientes com maior chance de recorrência 
A suspensão abrupta de medicações antidepressivas 
está associada ao aparecimento de sintomas de 
descontinuação (síndrome de retirada). 
 Infrarregulação dos receptores pós-sinápticos e 
baixa concentração de serotonina na fenda 
sináptica 
 
Mecanismo de ação dos antidepressivos 
Podem se dividir em 4 principais, com mecanismos de 
ação diferentes: 
 Inibidores da MAO (em desuso) 
 Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina 
(ISRS) 
 Antidepressivos Tricíclicos (ATC/ADT) 
 Inibidores da Recaptação de Serotonina e 
Noradrenalina (IRSN) 
ISRS: inibem a bomba de transporte de recaptação de 
5-HT, aumentando sua concentração na fenda 
sináptica 
 De uma forma geral é o principal neurotransmissor 
 Os fármacos tendem a interferir menos nos outros 
receptores (consequentemente, menos efeitos 
colaterais) 
 Exemplos: fluoxetina, paroxetina, citalopram, 
escitalopram, sertralina 
 Fármacos de eleição no SUS 
IRSN: bloqueiam os transportadores de NE e 5-HT 
 Efeitos adversos: hipertensão, taquicardia (por 
conta do bloqueio da NE) 
 Exemplos: venlafaxina, duoloxetina, 
desvenlafaxina 
ATC: inibem os transportadores de NE, 5-HT e DA (em 
menor proporção) 
 Bloqueiam outros tipos de receptores: 
o Alfa adrenérgicos a1 (consequência: 
hipotensão por vasodilatação) 
o Histaminérgicos H1 (consequência: sedação, 
sono, fome) 
o Muscarínicos M3 (consequência: constipação, 
retenção urinária, boca seca) 
 Exemplos: amitriptilina, nortriptilina, imipramina 
Na depressão, o conceito é de que o neurônio de 5HT 
apresenta deficiência relativa do neurotransmissor 
5HT. Além disso, o número de receptores de 5HT está 
suprarregulado, inclusive os autorreceptores 5HT1A 
pré-sinápticos e os receptores de 5HT pós-sinápticos. 
Quando se administra um ISRS, ele bloqueia 
imediatamente a bomba de recaptação de serotonina. 
Todavia, isso provoca elevação significativa de 
serotonina na área somatodendrítica do neurônio 
serotoninérgico (ativação de autorreceptores) e 
também nos terminais axônicos (receptores 5HT) 
A consequência do aumento da serotonina na área 
somatodendrítica do neurônio serotoninérgico (5HT), 
consiste na dessensibilização ou na infrarregulação dos 
autorreceptores 5HT1A somatodendríticos 
Uma vez infrarregulados os receptores 
somatodendríticos, ocorre aumento na liberação de 
5HT no terminal axônico. Esse retardo resulta do 
tempo necessário para que a 5HT somatodendrítica 
infrarregule os receptores 5HT1A e ative o fluxo de 
impulsos neuronais no neurônio 5HT – explica porque 
os antidepressivos não aliviam imediatamente a 
depressão. 
Após os ISRS bloquearem a bomba de recaptação 
[SERT], e aumentarem a concentração de serotonina 
(5HT), observa-se as respostas antidepressivas. A etapa 
final consiste na dessensibilização dos receptores pós-
sinápticos de 5HT. Essa dessensibilização pode mediar 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
6° fase Medicina 
a redução de alguns efeitos colaterais conforme a 
tolerância se desenvolve. 
Todos os ISRS compartilham a mesma característica 
farmacológica importante: a inibição seletiva e potente 
da recaptação de serotonina, também conhecida como 
inibição do transportador de serotonina ou SERT. 
 Promove diminuição da síntese e invaginação de 
receptores de neurotransmissores 
 Aumento da síntese de vários fatores 
neurotróficos, como o BDNF (fator neurotrófico 
derivado do cérebro) – plasticidade neural e 
neurogênese. 
O principal efeito adverso de todos os antidepressivos 
é a diminuição do libido sexual (mais relevante nos 
homens que nas mulheres – promovem o retardo da 
ejaculação) 
 
Indicações de tratamento 
antidepressivo 
 Episódio depressivo moderado a grave e Distimia: 
Os medicamentos antidepressivos são a primeira 
linha de tratamento independente da presença de 
fatores ambientais 
 Episódios depressivos leves (primeiro episódio) 
o Antidepressivos não estão indicados; 
o Educação, suporte e simples solução de 
problemas são recomendados; 
o Monitorar a persistência ou o 
desenvolvimento de episódio depressivo 
moderado a grave 
 Episódios depressivos leves persistentes: Teste 
terapêutico com medicamento antidepressivo 
 Episódio depressivo leve em paciente com história 
prévia de episódio depressivo moderado a grave: 
Considerar tratamento com antidepressivo. 
 Episódios depressivos leves a moderados: 
Psicoterapias específicas para depressão (cognitiva 
e interpessoal) são alternativas efetivas aos 
medicamentos, dependendo da disponibilidade de 
profissionais e preferência do paciente. 
Escolha do Medicamento Antidepressivo: 
1. Individualizar o tratamento considerando os 
aspectos específicos do paciente; 
a. Tentar associar as queixas dos pacientes aos 
efeitos adversos. Exemplo: se insônia → ADT, 
pois causa sonolência 
2. Na ausência de fatores especiais, escolher 
antidepressivos bem tolerados, seguros quando 
tomados em excesso e mais prováveis de serem 
tomados nas doses prescritas. Há mais evidências 
em relação a estes critérios para os ISRS. No 
entanto, mirtazapina, reboxetina e venlafaxina são 
também seguros e bem tolerados. 
3. Para episódios depressivos graves em pacientes 
hospitalizados, considerar o uso dos tricíclicos ou 
venlafaxina preferencialmente; 
4. Levar em conta também os seguintes fatores: 
a. Resposta prévia a um fármaco particular; 
b. Tolerabilidade e efeitos adversos em relação 
a um fármaco de uso prévio; 
c. Perfil de efeitos colaterais (p.ex. ganho de 
peso, sedação, alteraçõesna sexualidade); 
d. Baixa letalidade se risco de suicídio atual ou 
passado; 
i. Risco de suicídio: não dar ATC; não tem 
antídoto (bloqueiam canais de sódio → 
parada cardiorrespiratória) 
e. Doença física concomitante que pode 
dificultar o uso de um antidepressivo 
específico; 
f. Uso de medicamentos concomitantes que 
possa interagir com o medicamento 
antidepressivo e outras drogas; 
i. Álcool: liberação de dopamina 
(euforizante) → atividade inibitória do 
GABA → risco de surto psicótico 
ii. Anfetaminas 
g. Doença psiquiátrica concomitante que possa 
responder a um antidepressivo específico 
(p.ex. transtorno obsessivo-compulsivo e 
ISRS); 
h. Preferência do paciente; 
i. Custo 
A opção por tratamento medicamentoso é influenciada 
pela gravidade e apresentação dos sintomas, presença 
de comorbidades clínicas e preferência do paciente. 
A efetividade dos AD pode ser considerada comparável 
entre classes e intraclasses, considerando os 
transtornos depressivos em geral, clínica da depressão. 
Sendo assim, a escolha do AD baseia-se em alguns 
fatores: 
 Perfil de efeitos colaterais, segurança e 
tolerabilidade. 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
6° fase Medicina 
 Resposta anterior individual ou em membros da 
família. 
 Preferência do paciente. 
 Evidências disponíveis. 
 Custo do tratamento. 
 Apresentação clínica dos sintomas depressivos. 
Uma vez iniciado o tratamento, se após 4 a 8 semanas 
não houver pelo menos uma melhora moderada, 
deve-se reavaliá-lo, verificar a adesão, fatores 
farmacocinéticos e farmacodinâmicos. 
Caso a resposta seja parcial, é mandatório otimizar o 
tratamento, aumentando a dose até a máxima 
permitida e tolerada. Diante de resposta insatisfatória 
ou ausente, as opções de manejo incluem: 
 Aumento da dose. 
 Troca por AD mais eficaz. 
 Potencialização com lítio ou tri-iodotironina (T3). 
 Associação de AD. 
 Eletroconvulsoterapia. 
Tipos de agentes antidepressivos 
 Inibidores da monoaminoxidase (IMAO) 
 Inibidores não seletivos de recaptura de 
monoaminas (ADTs) - ATC 
 Inibidores seletivos de recaptura de serotonina 
(ISRS) 
 Inibidores seletivos de recaptura de 5-HT/NE 
(ISRSN) 
 Inibidores de recaptura de 5-HT e antagonistas 5-
HT2A 
 Estimulantes da recaptura de 5-HT (ERS) 
 Inibidores seletivos de recaptura de NE (ISRN) 
 Inibidores seletivos de recaptura de DA (ISRD) 
 Antagonistas de alfa-2 adrenorreceptores 
o 5-HT: serotonina; NE: noradrenalina; DA: 
dopamina 
TODOS os antidepressivos podem desencadear: 
 Intoxicação em uso de doses elevadas: Síndrome 
serotoninérgica (tremor, hipertermia, colapso 
cardiovascular) 
o IRSN: síndrome colinérgica 
o ATC: outras síndromes 
 Suspensão abrupta do tratamento: Síndrome de 
retirada – as manifestações clínicas iniciam entre o 
segundo ao décimo dia – pico entre 3° ao 5° dia: 
sintomas de gripe, distúrbios sensoriais, 
gastrintestinais (náuseas) e psíquicos (angústia, 
desespero, síndrome do pânico, sensação de 
morte), dor torácica 
o Há pouco neurotransmissor na fenda 
sináptica e, consequentemente, pouca chance 
de excitar a fibra pós 
o Ideal: retirada de ¼ de dose por semana 
Inibidores da enzima monoamina 
oxidase - IMAO 
 Foram os primeiros a serem introduzidos na clínica 
 Causam inibição da MAO – esta inativa as aminas 
biogênicas (NA, 5HT, DA) 
Mecanismo de ação: inibição da MAO resulta em um 
aumento na concentração desses neurotransmissores 
na fenda sináptica e nas vesículas de armazenamento. 
 Raramente são utilizados devido à sua toxicidade – 
interações medicamentosas e alimentar. 
 Exemplo: Moclobemida (Aurorix®) 
o Baixa eficácia 
Antidepressivos tricíclicos 
Mecanismo de ação: bloqueiam a recaptação de 
aminas pelas terminações nervosas ao competirem 
pelo sítio de ligação da proteína transportadora, 
principalmente de NA e 5-HT, e em menor proporção 
para a DA. Bloqueio de receptores 5-HT1. 
 Uma das maiores desvantagens dos ATC tem sido a 
multiplicidade de ações farmacológicas: ações 
antimuscarínicas, anti-histamínicas e 
bloqueadora dos receptores -adrenérgicos que 
contribuem, exclusivamente, para a toxicidade 
destes fármacos. 
 ATC além da síndrome serotoninérgica, bloqueio 
canais de sódio – toxicidade cardíaca. 
Exemplos: 
 Imipramina (Tofranil ® 10,25 mg / 75-300 mg/dia) 
 Clomipramina (Anafranil ® 10,25,75 mg / 75-250 
mg/dia) 
 Amitriptilina (Tryptanol ® 25,75 / 75-300 mg/dia) 
 Nortriptilina (Pamelor ® 10,25,50,75 / 50-
150mg/dia) 
Farmacocinética: A vida média de eliminação varia 
(imipramina de 4 a 34 horas, amitriptilina de 10 a 46h, 
clomipramina de 17 a 37 e nortriptilina de 13 a 88h) e 
o estado de equilíbrio é atingido em cerca de 5 dias. 
 A farmacocinética varia entre os sexos e a 
concentração pode diminuir antes da 
menstruação. 
 Mulheres lactantes podem tomar: imipramina e 
amitriptilina, ou nortriptilina e clomipramina. 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
6° fase Medicina 
 
ATC: tomar sempre à noite, por conta de um dos 
efeitos colaterais ser a sonolência (mais indicado para 
pacientes com insônia, por exemplo); 
 Muscarínicos/anticolinérgicos: boca seca, retenção 
urinária, constipação 
 Serotoninérgicos: disfunção sexual 
Alguns efeitos colaterais sofrem tolerância ao longo do 
tempo, outras não. 
Inibidores seletivos da recaptação de 
5-HT 
Mecanismo de ação: inibem seletivamente a 
recaptação de serotonina – potencializam a 
neurotransmissão serotoninérgica 
Farmacocinética: todos apresentam alta fixação 
plasmática. Fluoxetina tem metabólito ativo – ação 
prolongada. Fluoxetina, paroxetina - diminuem o seu 
próprio metabolismo e de outros fármacos por 
inibirem sua metabolização (isoenzimas P450). 
Sertralina e citalopram → cinética linear. 
As interações mais comuns com os ISRSs são 
farmacocinéticas. Paroxetina e fluoxetina são potentes 
inibidores da CYP2D6 – cuidado ao associar com ATC. A 
fluvoxamina, um inibidor da CYP3A4, pode causar 
elevação dos níveis de substrato dessa enzima 
administrados concomitantemente, como diltiazem, e 
induzir bradicardia ou hipotensão. 
Outros ISRSs, como o citalopram e o escitalopram, são 
relativamente desprovidos de interações 
farmacocinéticas. 
Medicamentos: 
 Fluoxetina (Prozac® 10,20 mg / 20-60 mg/dia) - 
Paroxetina (Pondera ® 10,15,20,25,30 mg / 10-60 
mg/dia) 
 Sertralina (Zoloft ® 25,50,75,100 mg / 50-200 
mg/dia) 
 Citalopram (Procimax® 20,40mg / 20-40 mg 1 x dia) 
 Escitalopram (Lexapro ® 10,20 mg / 10-20 mg 1 x 
dia) 
 Fluvoxamina (Luvox ® 100 mg / 100-300 mg/dia) 
Efeitos adversos: náuseas, vômitos, diarreias, perda ou 
ganho de peso, insônia ou sonolência, disfunções 
sexuais (perda de libido, retardo na ejaculação), boca 
seca, agitação, reações dermatológicas. 
 Tratamento para homens com ejaculação precoce: 
antidepressivos (qualquer classe) 
TROCA DE CLASSE: se o paciente usou por mais de 60 
dias uma classe se não houve melhora dos sintomas 
(falha terapêutica) OU tentou 3 medicamentos da 
mesma classe, não tolerando os efeitos adversos 
TROCA SEM CLASSE: se o paciente não tolerou os 
sintomas adversos de um fármaco, deve-se mudar para 
outro DE MESMA CLASSE, PREFERENCIALMENTE. 
Embora os ISRS compartilhem do mesmo mecanismo 
de ação, cada paciente reage de maneira muito 
diferente a um ISRS em comparação com outro. Alguns 
pacientes apresentam uma resposta terapêutica a 
determinado ISRS e não a outro, enquanto outros 
pacientes toleram um ISRS e não outro. 
Cada ISRS exerce outras ações farmacológicas 
secundárias além do bloqueio do SERT. Esses perfis de 
ligação secundários podem explicar as diferenças na 
eficácia e na tolerabilidade observadas em pacientes 
individuais. 
Tais dados fornecem a base racional para que os 
médicos tentem mais de um desses agentes - “eles 
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NÃO são todos iguais” ainda que o mecanismo 
principal de ação seja o mesmo. 
5-HT: utilizarpela manhã, pois na maioria dos 
pacientes causa insônia (se causar sono, pode trocar 
para a noite – e muito deverão utilizar outra fármaco 
para o tratamento da insônia) 
 Primeiras doses causam sono – orientar! 
Fluoxetina (Prozac): 
 Além de atuar como ISRS também exerce ações 
antagonistas de 5HT2C 
o Os receptores 5HT2C são pós-sinápticos e 
regulam a liberação (inibem) tanto de 
dopamina quanto de noradrenalina. 
 O bloqueio dos receptores 5HT2C estimula a 
liberação de dopamina e de noradrenalina no 
córtex pré frontal e exerce ações pró-cognitivas, 
porém particularmente antidepressivas. 
 Pacientes com apatia → potencializa a resposta! 
 Assim, muitos pacientes, mesmo com a primeira 
dose, percebem que a fluoxetina produz um efeito 
energizante e de redução da fadiga, havendo 
também melhora na concentração e na atenção. 
 Esse mecanismo talvez seja mais apropriado para 
pacientes deprimidos que apresentam redução do 
afeto positivo, hipersonia, retardo psicomotor, 
apatia e fadiga. 
 Obs: pacientes com agitação, insônia e ansiedade 
podem ter o quadro agravado. 
Sertralina (Zoloft): 
 Inibição ISRS e inibição do transportador de 
dopamina (DAT) e a ligação aos receptores sigma-
1 (σ1) 
 Indicado para pacientes com “depressão atípica”, 
o que melhora os sintomas de hipersonia, baixa 
energia e reatividade do humor. 
 As ações σ1 da sertralina não estão bem 
elucidadas, mas podem contribuir para seus 
efeitos ansiolíticos e, em particular, para seus 
efeitos na depressão psicótica e na depressão 
delirante, nas quais a sertralina pode ter efeitos 
terapêuticos vantajosos, em comparação com 
alguns outros ISRS 
 Muitos pacientes relatam dor/pressão no peito 
como efeito adverso ESPECÍFICO da Sertralina 
Paroxetina (Aropax): 
 Este ISRS é utilizado por muitos clínicos em 
pacientes com sintomas de ansiedade. A 
paroxetina tende a ser mais tranquilizante e, até 
mesmo, sedativa no início do tratamento. Talvez as 
ações anticolinérgicas leves da paroxetina 
contribuam para esse perfil clínico 
 A paroxetina também tem propriedades inibitórias 
fracas sobre o NAT (transportador de 
noradrenalina), que podem contribuir para sua 
eficácia na depressão, particularmente em doses 
altas. 
 A paroxetina inibe a enzima óxido nítrico sintase – 
pode contribuir para a disfunção sexual, em 
especial nos homens. 
o Há aumento da resistência vascular periférica 
→ hipertensão 
o Óxido nítrico é essencial para a ereção 
peniana 
 A paroxetina pode causar reações de abstinência 
súbita e severa se descontinuada abruptamente: 
acatisia, inquietação, sintomas gastrintestinais, 
tontura e formigamento. 
Citalopram (Cipramil, Proximax): este ISRS (mistura 
enantiomêros R e S) mais tolerado. Tem ação anti-
histamínicas leves (R) – recomendado para idosos. 
Entretanto, tem uma ação terapêutica um tanto 
inconsistente na menor dose, o que costuma exigir o 
aumento da dose para otimizar o tratamento. Todavia, 
o aumento da dose é limitado, em virtude do potencial 
de prolongamento do QTc. Todos esses achados 
sugerem que não seja adequado que o citalopram 
contenha o enantiômero R 
 Enantiômero R: causa uma leve sedação (tomar à 
noite), apesar de não ter muito efeito 
antidepressivo 
 Importante: alteração cardíaca no ECG, tanto no 
Citalopram quanto no Escitalopram 
 Bocejos excessivos 
Escitalopram (Lexapro) (S - puro): menor dose já 
apresenta efetividade. O escitalopram é o ISRS, cujas 
ações farmacológicas são quase todas explicadas, mais 
provavelmente, pela inibição pura do SERT. O 
escitalopram é considerado, talvez, o ISRS mais bem 
tolerado (exceto quando desencadeia bocejar 
acentuado), com as menores taxas de interações 
medicamentosas mediadas por CYP. 
 Tomar de dia 
 Menos efeitos adversos que o Citalopram 
 Bocejos excessivos 
Os ISRS têm revolucionado a psiquiatria não somente 
em função de sua eficácia no tratamento da depressão, 
mas também devido à sua capacidade de aliviar outras 
desordens associadas a disfunções serotoninérgicas: 
ansiedade, obesidade, bulimia, agressão, síndromes 
obsessiva-compulsiva, tensão pré-menstrual, 
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ejaculação precoce, distúrbios do estresse pós-
traumático. 
Constituem queixas comuns de pacientes usuários de 
fármacos ISRS, IRSN e ATCs: o retardo no orgasmo e 
a impotência orgásmica (anorgasmia). 
 Em excesso: síndrome serotoninérgica; aumento 
da temperatura corporal, rabdomiólise, morte 
 Em relação com drogas de abuso (anfetaminas e 
metanfetaminas): promovem a liberação de 5-HT e 
NE + bloqueio da recaptação → reação grave para 
causar a intoxicação por serotonina 
 Em relação com álcool: num primeiro momento, 
promovem liberação de dopamina + bloqueio da 
recaptação → psicose 
Os ISRS partilham do mesmo mecanismo de ação, 
perfis terapêuticos e de tolerabilidade semelhantes → 
pacientes reagem de modo diferente a cada um dos 
fármacos deste grupo. 
Segundo a experiência dos prescritores é de que alguns 
ISRS são mais bem tolerados e eficazes em 
determinadas situações que outros. 
Também a nível do seu metabolismo pelo citocromo 
P450, os ISRS apresentam diferenças importantes, e 
que são determinantes do seu perfil de segurança e 
tolerabilidade 
Inibidores da recaptura de 5-HT/NE 
(IRSN) 
 NÃO TEM SUS 
3 representantes: 
 Duloxetina (Cymbalta ® 30,60 mg / 60-120 mg/dia) 
o Depressão + dor neuropática 
o Exemplo: prebagalina (2° linha) 
 Venlafaxina (Efexor ® 37,5-150mg / 75-375mg/dia) 
 Desvenlafaxina (Pristiq® 50, 100mg) 
o Transtornos depressivos e de ansiedade 
generalizada (1° linha para pacientes com 
muito estado de sonolência e apatia) 
o Desvenlafaxina é mais pura → menor dose 
A duloxetina e venlafaxina e seu metabólito ativo 
Odesmetilvenlafaxina são inibidores da recaptação de 
serotonina e noradrenalina. 
Alteram a sensibilidade de receptores beta-
adrenérgicos após dose única, diferente de outros 
antidepressivos que levam à dessensibilização (down 
regulation) desses receptores após doses repetidas. 
Podem ser utilizados para incontinência urinária. 
Efeitos adversos: cefaleia, náuseas, anorexia, tonturas, 
sonolência ou insônia, ansiedade, irritação, fadiga, 
xerostomia, alterações libido, hipertensão (em alguns 
pacientes, por conta do aumento de NE) 
Os inibidores da recaptação de serotonina-
noradrenalina (IRSN) combinam a inibição substancial 
do SERT produzida pelos ISRS com vários graus de 
inibição do transportador de noradrenalina (NAT). 
Duloxetina (Cymbalta®): tratamento de diversas 
síndromes dolorosas – fibromialgia. 
Venlafaxina (Efexor®): apresenta diferentes graus de 
inibição da recaptação de 5HT, em comparação com a 
recaptação de NA (desvenlafaxina (Pristiq®) – 
metabólito ativo tem maior potência de inibição sobre 
o receptor NAT). 
Dados contraditórios: venlafaxina ou outros IRSN 
terem maior eficácia do que os ISRS na depressão 
maior. A venlafaxina também está aprovada para o 
tratamento de ansiedade. 
EA raro e significativo: sudorese e elevação da pressão 
arterial. 
Inibidores da receptação de 
noradrenalina e de dopamina 
Bupropiona (Zyban®): inibe a recaptação tanto da 
dopamina (DAT) quanto da noradrenalina (NAT). 
A bupropiona é metabolizada em vários metabólitos 
ativos, alguns dos quais não apenas são inibidores do 
NAT mais potentes do que a própria bupropiona e 
inibidores igualmente potentes do DAT, como também 
se concentram no cérebro. 
Quando há um aumento brusco de Dopamina pode 
induzir ao uso abusivo, porém, a bupropiona promove 
aumento gradual de dopamina no estriado e no 
nucleus accumbens de maneira suficiente para reduzir 
a fissura (abstinência da nicotina), porém não o 
suficiente para provocar uso abusivo – indicada 
tratamento da dependência de nicotina (na prática 
clínica: pouco efetivo – depende da vontade do 
paciente). 
 Associação em pacientes em falha terapêutica de 
um 1° antidepressivo (adjuvante) 
o Ou já está na dosemáxima 
o Ou o aumento de dose causa intolerância aos 
efeitos adversos 
 Terapêutica de manutenção (exemplo: começa a 
baixar a fluoxetina, introduz a bupropiona) 
 Por não interferir na serotonina, NÃO tem o efeito 
adverso de disfunção sexual 
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6° fase Medicina 
As observações clínicas de pacientes deprimidos 
também são consistentes com a inibição do DAT e do 
NAT como mecanismo de ação da bupropiona, pois 
esse agente parece ser particularmente útil, como 
melhora dos sintomas de perda de alegria, felicidade, 
interesse, prazer, energia, entusiasmo, vigilância e 
autoconfiança. 
Em geral, a bupropiona é ativadora ou, até mesmo, 
estimulante. Poucas queixas de disfunção sexual. 
A combinação de bupropiona com um ISRS ou um IRSN 
tem justificativa teórica como estratégia para cobrir 
todo o espectro de sintomas, desde os sintomas de 
redução do afeto positivo até aqueles de aumento do 
afeto negativo. 
Bloqueadores de receptores 5HT2 e 
alfa-2 
 1° escolha para tratar insônia em pacientes com 
histórico de abuso de álcool 
 Ocorre aumento da atividade noradrenérgica e 
serotonérgica central. 
Mirtazapina (Remeron®) e Mianserina (Tolvon) 
 A mirtazapina bloqueia os receptores α2, e 
também exerce ações antagonistas potenciais 
adicionais sobre os receptores 5HT2A, 5HT2C, 
5HT3 e de histamina H1. 
 As ações anti-histamínicas H1 da mirtazapina e da 
mianserina devem aliviar teoricamente a insônia 
noturna e melhorar a ansiedade durante o dia, 
porém também podem causar sonolência diurna. 
Em combinação com as propriedades antagonistas 
de 5HT2C, e as ações anti-histamínicas (H1) 
também podem causar ganho de peso. 
 Utilizar pela noite 
O antagonismo de alfa-2 (α2) - promove o aumento da 
liberação de monoaminas e exerce a ação 
antidepressiva. Convém lembrar que a noradrenalina 
desativa sua própria liberação ao interagir com 
autorreceptores α2 pré-sinápticos nos neurônios 
noradrenérgicos. 
Por isso, quando se administra um antagonista α2, a 
noradrenalina não pode mais desativar sua própria 
liberação, e em heterorreceptores (Interneurônios) α2 
pré-sinápticos (neurônios serotoninérgicos) os 
antagonistas α2 bloqueiam a desativação da liberação 
de serotonina pela noradrenalina. Dessa maneira, os 
neurônios serotoninérgicos são desinibidos e a 
liberação de serotonina aumenta. 
Um segundo mecanismo para aumentar a liberação de 
serotonina após a administração de um antagonista α2 
pode ser ainda mais importante. Convém lembrar que 
os neurônios noradrenérgicos do locus coeruleus 
inervam os corpos celulares dos neurônios 
serotoninérgicos na rafe do mesencéfalo e estimulam 
a liberação de serotonina dos terminais axônicos 
serotoninérgicos por meio de um receptor α1 pós-
sináptico no corpo celular serotoninérgico. 
Assim, quando antagonistas α2 provocam a liberação 
de noradrenalina na rafe, isso também causa a 
estimulação dos receptores α1 pós-sinápticos nos 
corpos celulares neuronais serotoninérgicos na rafe 
provocando a liberação de mais serotonina dos 
terminais axônicos distais, como os do córtex. Por isso, 
as ações dos antagonistas α2 produzem duplo 
aumento na liberação de 5HT e de NA. 
Outros 
Trazodona (Donaren): 
 Antagonista/inibidor da recaptação de serotonina 
(AIRS) e antagonista de receptores 5HT2 e de 
receptores α1-adrenérgicos. 
 As doses baixas: hipnótico – tratamento insônia 
em pacientes que apresentam episódio depressivo 
maior e pode aumentar as taxas de remissão, 
devido à melhora de outros sintomas, como perda 
de energia e humor deprimido. 
 Baixa efetividade no tratamento da depressão se 
utilizado isoladamente. 
Inibidores seletivos de recaptura de NE 
(ISRN) 
Reboxetina (Prolift) e Viloxazina (Vivalan): 
 A reboxetina – inibidores da recaptação de 
noradrenalina (IRNAs). 
 Apresenta atividade seletiva sobre a recaptação de 
noradrenalina, com atividade antagonista alfa-2. 
 Não possui efeitos significativos sobre receptores 
colinérgicos, histamínicos, alfa-1-adrenérgicos, ou 
na inibição da monoaminoxidase. 
o Não utilizados comumente para depressão 
o Indicados mais para pacientes que querem 
ficar mais “acordados”, melhorar a 
concentração 
Agonista do receptor de melatonina 1 
(MT1) e melatonina 2 (MT2) 
Agomelatina (Valdoxan): 
A agomelatina é um antidepressivo que exerce ações 
agonistas nos receptores de melatonina 1 (MT1) e 
melatonina 2 (MT2) e ações antagonistas nos 
receptores 5HT2C. Os receptores 5HT2C estão 
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6° fase Medicina 
localizados não apenas na rafe do mesencéfalo e no 
córtex pré-frontal, onde regulam a liberação de 
dopamina e de noradrenalina, mas também no núcleo 
supraquiasmático (NSQ) do hipotálamo, ciclo 
circadiano (sono/vigília). 
A agomelatina, ao estimular os receptores de 
melatonina no NSQ e ao bloquear simultaneamente os 
receptores 5HT2C nessa mesma região, parece 
ressincronizar os ritmos circadianos, reverter a 
defasagem de fase observada na depressão e, 
portanto, exercer o efeito antidepressivo 
Foi constatado que o antagonismo 5HT2C com 
agonismo MT1/MT2 produz diversos efeitos 
biológicos: 
 Aumento da neurogênese e do BDNF; 
 Reajuste das fases sono/vigília e claro/escuro; 
 Diminuição da liberação de glutamato induzida por 
estresse; 
 Regulação das cascatas de transdução de sinais 
corrente abaixo e genes circadianos; 
ressincronização dos ritmos circadianos 
 Ações antidepressivas 
Hypericum perforatum: erva de são 
joão 
O extrato de H. perforatum é utilizado no tratamento 
da depressão leve a moderada, com perfil de 
tolerabilidade superior aos antidepressivos sintéticos. 
Existem evidências de que o hipérico reduza os níveis 
séricos de vários fármacos, provavelmente por indução 
das enzimas hepáticas (citocromo P 450 - isoenzima 
CYP1A2) 
 Importante: mulheres que utilizam ACO 
Mecanismo de ação: 
 Fraca inibição MAO-A e MAO-B 
 Inibição da recaptação de serotonina, 
noradrenalina e dopamina. 
Efeitos adversos: irritação TGI, fotossensibilidade, 
cefaleia, agitação.

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