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An o9o E nsi no Fu nd am en tal Léc io Co rde iro Líng ua Por tug ues a Man ual do E duc ado r – For ma ção Con tinu ada MANUAL DO EDUCADOR ... FORMAÇAO CONTINUADA 1 LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 1 Edição atualizada conforme a: BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR EDUCAÇÃO Ê A BASE MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO RESOLUÇÃO N° 2, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2017 06/08/19 15 :44 1 o Ano Ensino Fundamental 1 LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 2 Manual do Educador Língua Portuguesa em Contexto Lécio Cordeiro Licenciado em Letras pela UFPE e pós-graduado em Linguística e Ensino. Au tor de Contextualizando a Gramática e das coleções Gêneros, Leitura e Análise e Gramática Diferente, todas dedicadas aos alunos do 62 ao 92 anos. É editor do En sino Fundamental li e do Ensino Médio da Editora Construir, do Sistema de Ensino Sucesso e da Formando Cidadãos Editora. Editor. Lécio Cordeiro. Revisão de texto: Departamento Editorial. Projeto gráfico e editoração eletrônica: Box Design Editorial. Coordenação editorial: +♦♦♦♦ �,PJ!!.,�t�i�i�L�� Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campeio Júnior, 37 Mustardinha - CEP 50760-330 - Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178- CNPJ: 00.726.498/0001-74 IE: 0214538-37. Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omissão e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. • O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a f�� Resolução n2 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. As palavras destacadas de amarelo ao longo do livro sofreram modificações com o novo Acordo Ortográfico. ISBN professor: 978-85-403-1469-6 ISBN aluno: 978-85-403-1468-9 Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei n2 9.61 O, de 19 de fevereiro de 1998. Impresso no Brasil 3ª edição 06/08/19 15 :44 1 Apresentação Inúmeros estudos no campo da Linguística e da Linguística Aplicada - além da própria realidade, avaliada oficialmente pelo Saeb e pelo Enem, entre outros instrumentos - têm imposto um grande desafio aos professores e pesquisadores da área da educação linguística: repensar o ensino voltado para a metalingua gem gramatical\ que, devido a vários fatores, não se mostra mais suficiente para atender às inúmeras demandas comunicativas que en volvem os aprendizes neste grande ambiente multimodal em que estão inseridos: a socieda de densamente semiotizada em que vivemos (BRASIL, 2000). Como bem lembram Dionísio e Vasconcelos (2013, p. 19), "nossa história de indivíduos letrados começa com nossa imer são no universo em que o sistema linguístico é apenas um dos modos de constituição dos textos que materializam nossas ações sociais". Segundo Rojo (2009, p. 87), entre os anos 1970 e 1990, com a chamada virada pragmá tica, "propostas, programas e materiais didáti cos passaram a se pronunciar decisivamente em favor da presença do texto, e mais, de uma diversidade de textos, em especial das mídias de grande circulação, em sala de aula". Assim, os currículos de Língua Portuguesa se descen tralizaram dos conteúdos gramaticais e passa ram a se caracterizar como centrados em pro cedimentos - eixos procedimentais de leitura e de produção de textos (ROJO, 2009). Desse modo, nas últimas décadas do século passado começaram a se configurar os atuais paradig mas para o ensino da língua materna. As trans formações sociopolíticas pelas quais passou a sociedade nos últimos anos desse período, impulsionadas sobretudo pela globalização, e a impressionante capacidade de multiplicação do conhecimento decorrente das novas tecno logias da informação e da comunicação gera ram a necessidade de novos parâmetros para a formação dos cidadãos2 • Assim, consensualmente o objetivo maior está definido já faz algum tempo: desenvolver a competência linguística do aluno de forma a ampliar sua habilidade comunicativa e facilitar seu trânsito entre as mais diferentes situações de uso efetivo da língua. Em outras palavras, é nossa missão, enquanto agentes de socializa ção, promover o letramento dos nossos alunos, levá-los a compreender como essa competência funciona e como podem fazer para que funcione melhor. Entre os imperativos dessa "nova realidade" está a indispensável necessidade de trabalhar a leitura e a escrita com ênfase na multiplicida de de gêneros textuais. Mas não só isso. É fun damental abrir espaço nas nossas aulas para atividades de reflexão sobre a língua e a lingua gem, que visam não à metalinguagem técnica, mas à concepção de que um ensino eficaz se processa por meio do percurso ( uso ---. reflexão ---. uso ) Ou seja: esse trânsito não é possível se não for feito a partir dos textos. Como não existe texto sem gramática, o grande desafio é con seguir unir toda essa teoria, as gramáticas e as boas intenções e transformar tudo em prática 1 Não identificamos essa prática com o ensino tradicional. Percebemos a tradição como um conjunto de práticas pedagógicas cristalizadas ao longo dos anos, o que não implica, portanto, um posicionamento pejorativo. Como bem lembra Mendonça (2009: 201), "aspectos dessa tradição podem ser hoje questionados com o devido distanciamento, que nos possibilita um olhar menos envolvido e mais objetivo, mas isso não significa desprezar todo o trabalho feito em determinados momentos da nossa educação. Por exemplo, na escola tradicional, também há práticas de letramento significativas, algumas das quais deveriam ser resgatadas, mesmo com outra roupagem. É o caso da recitação de poemas, dos saraus na escola, em que os alunos eram solicitados a conhecer textos poéticos, memorizá-los e declamá-los, para uma audiência de colegas, professores e pais. Era, enfim, um evento de letramento significativo dentro da vida escolar". 2 Cf. Brasil (2000) e Rajo (2009). (3 LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 3 06/08/19 15 :44 1 - clara, interessante e eficiente. Esta coleção foi escrita justamente com esse propósito, pois muito se discute sobre a viabi lidade de se ensinar gramática na escola, mas esse não é o maior problema. A grande ques tão é ter bastante claro o que devemos ensinar, como devemos ensinar e com que finalidade. É essa compreensão que vem norteando o nosso trabalho pedagógico há quase dez, tanto nos livros didáticos que temos publicado quanto em nossa prática nas salas de aula. Talvez por isso, desde a publicação da primeira edição, em 2013, esta coleção tem rendido muitos elogios, tanto dos estudantes quanto dos professores, que se mantêm fiéis à nossa proposta peda gógica desde então. Para nossa felicidade, a excelente recepção nos quatro cantos do País nos mostrou que estamos no caminho certo, buscando uma verdadeira renovação nas for mas de ensinar e aprender a nossa língua. Nesta segunda edição, buscamos manter o mesmo princípio que norteou o nosso trabalho LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 4 desde o início. Isto é, propor uma abordagem ampla da competência comunicativa por meio das três bases fundamentais: leitura, análise linguística e produção textual Durante esta reformulação, procuramos acrescentar ainda mais temas transversais, conscientes de que o aperfeiçoamento dessa competência deve conduzir, necessariamente, à formação de cidadãos flexíveis, democráticos e protagonistas, capazes de realizar leituras múlti plas - a leitura na vida e a leitura na escola. Por tudo isso, agradecemos a todos os pro fessores e estudantes que acreditam no nosso trabalho e permitem a nossa participação na sua vida. Nada disso teria sentido sem o apoio de todos vocês. Muito obrigado! Desnecessário dizer que este trabalho não se finda aqui. Ele se estenderá à sua prática diária, como agente de letramento. Seria um equívoco supor que a abordagem feita nos livros dos alu nos é suficiente para alcançar essa formação. Como acontece em todo trabalho coletivo, osucesso será resultado da participação efetiva de todos. Nada fará sentido se não buscarmos juntos o mesmo objetivo incansavelmente. Nesse sentido, para facilitar nosso diálogo, elaboramos este Manual do Educador. Nele procuramos trazer subsídios para ampliar ain da mais sua prática e enriquecer a abordagem do livro do aluno. Desnecessário dizer, também, que todos os comentários feitos são sugestões e que nos colocamos sempre a disposição para dialogar com todos e todas em busca de aper feiçoamento. Tenham certeza de que cada su gestão e crítica será recebida e analisada com carinho. Lécio Cordeiro leciocordeiro@editoraconstruir.com.br 06/08/19 15 :44 1 E 8-"' " � � :, ..e: O que ensinar? No que se refere ao ensino de língua, um questionamento é inevitável: por que ensinar o português aos brasileiros, que o têm como lín gua materna? É aparentemente uma contradi ção: há utilidade em ensinar o que o aluno já sabe? Se aprofundarmos ainda mais esta ques tão, podemos nos fazer outra pergunta, conse quência natural da primeira: então, quando se ensina língua, o que se ensina de fato? Ora, todos os falantes refletem em algum mo mento sobre a língua que falam. O que ensinar? Em várias ocasiões ela é alvo de avaliações posi tivas, negativas, estéticas, críticas. É essa a base da atividade epilinguística. Cabe a nós, como agentes de letramento e socialização, ajudar os alunos a sistematizar essas avaliações para que ampliem a sua competência comunicativa. Na prática, isso não quer dizer que as aulas de análise sintática devem ser substituídas por aulas de linguística, análise do discurso, filoso fia da linguagem, etc. Como bem lembra Mar- LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 5 cuschi {2008), isso seria substituir uma meto dologia inadequada por outra. Na verdade, essa sistematização envolverá uma série de estra tégias que, por meio da epilinguagem, levarão os alunos a perceber que a língua é perpassada por uma infinidade de saberes, crenças, práti cas, papéis sociais, intenções, relações de po der, etc. Esse conhecimento lhes mostrará que a língua não é neutra, e essa consciência per mitirá que, de posse dos recursos que ela mes ma lhes oferece, eles possam alcançar efeitos de sentido muito mais amplos. É claro que muito disso eles já sabem. Não é na escola, por exemplo, que eles aprendem que devem se dirigir a determinadas pessoas por meio de senhor, senhora, e que com ou tras podem usar você. Mas há uma infinidade de conhecimento que lhes é revelado apenas no ambiente escolar. Ou seja, devemos levá -los não a aprender a língua, mas a ampliar sua competência comunicativa. (s 06/08/19 1 5 :44 1 Língua e gramática Trabalhar com uma língua natural signifi ca lidar com um objeto científico "escondido", como supostamente defendia Ferdinand de Saussure. Em conformidade com os preceitos existencialistas, o teórico argumentou no Cur so de linguística geral {Cultrix, 1972:15) que, para revelar e estudar esse objeto, precisamos dispor previamente de um ponto de vista sobre ele. Segundo ele, "bem longe de dizer que o ob jeto precede o ponto de vista, diríamos que é o ponto de vista que cria o objeto". Seguindo esse raciocínio, Marcuschi {2008, p. 50) observa que "o ensino, seja lá do que for, é sempre o ensino de uma visão do objeto e de uma relação com ele. Isto vale para o nosso objeto: a língua". A forma como a percebemos aponta diretamente para os fenômenos linguísticos aos quais nos dedicamos nesta Coleção: o texto, os gêneros, a compreensão e a análise gramatical. Acontece, porém, que várias teorias lançam pontos de vista sobre nosso objeto. Para ilus trar bem essa pluralidade de concepções de língua, vale recontar o famoso mito da caverna, de Platão. Mas, como dizia Machado de Assis, quem conta um conto aumenta um ponto. No mito original, algumas pessoas vivem presas no interior de uma caverna, sempre de costas para a entrada. O único contato que têm com a realidade são as sombras das pessoas que passam pela entrada da caverna refletidas na parede. Imagine, entretanto, que, por alguma razão, três dessas pessoas só pudessem ver esses vultos em períodos específicos do dia: a uma só é permitido ver as sombras pela ma- nhã; à outra, à tarde; e à outra, à noite. Como jamais puderam sair dessa clausura, essas pessoas veriam a realidade de forma bastan te reduzida. Para a primeira, ela seria diáfana; para a segunda, crepuscular; e para a terceira, obscura. Qual delas estaria certa? Consideran do-se o posicionamento adotado, todas elas seriam adequadas. Era exatamente sobre isso que Saussure certamente falava: o ponto de vista, de fato, cria o objeto. Por outro lado, há de se perceber que a vi são que cada uma delas tinha sobre a realida de, apesar de adequada, era incompleta. Os lin guistas são como os presos da caverna. Fazem suas pesquisas e seus questionamentos e todo resultado a que chegam é - e sempre será - incompleto. Externalizar esse "objeto escondi do" e teorizar sobre ele é tarefa extremamente penosa, um verdadeiro trabalho de Sísifo1 . E se concebermos a linguagem como o fez Pinker2, essa tarefa perdurará talvez por todo o sempre. Não obstante, os estudos linguísticos apon tam normalmente em quatro grandes direções no sentido de desvendar esse "objeto escondi do". Cada uma delas conduz a uma noção de gramática bastante específica: a. A língua é uma estrutura. Essa definição pri vilegia a análise interna dos elementos lin guísticos (fonemas, morfemas, sintagmas e proposições) e sua relação entre si. Cabe à gramática descrever as diferentes maneiras de organização dessa estrutura. b. A língua é um somatório de "usos exempla res". Essa noção leva à concepção de que l O mito de Sísifo narra a trajetória de um homem ardiloso que, tendo enganado a morte e meia dúzia de deuses, foi condenado a rolar uma rocha imensa até o cume de uma escarpada montanha. Mas sempre que chegava ao alto, a pedra despencava, e ele era obrigado a recomeçar a estafante e ininterrupta tarefa. 2 "O funcionamento da linguagem está tão distante de nossa consciência quanto os fundamentos lógicos da postura de ovos para as moscas" (Pinker, 2004:13). __ 6 __ x Manual do Educador j LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 6 06/08/19 15 :44 1 a gramática deve prescrever, em termos de certo ou errado, a forma como devemos falar e escrever. Não há aqui qualquer relação com a realidade de uso dos falantes, mas com um conceito de norma ideal restrita apenas a essa gramática. e. A língua é um conjunto de processos men tais e estruturantes. Por essa perspectiva, a língua direciona sua finalidade para a cria ção e expressão do pensamento, levando à noção de gramática cognitiva-funcionalista. Se reduzido, esse ponto de vista a resumiria à sua condição exclusiva de fenômeno men tal e sistema de representação conceituai. d. A língua é uma atividade sociointerativa si tuada, perspectiva que se volta para a so ciointeração relacionada a aspectos histó ricos e discursivos. Por essa perspectiva, a gramática é estrutura, cognição, funciona mento, história e, fundamentalmente, intera ção entre os sujeitos. Ao longo da produção desta Coleção, a de finição de língua como uma atividade socioin terativa situada guiou toda a abordagem dos conteúdos, pois está mais do que provado que se mostra a mais abrangente para a consecu ção dos nossos objetivos. Leitura, produção e análise linguística A proposta de língua que norteia a coleção deixa clara nossa visão acerca da leitura, da produção de textos e do trabalho com a gra mática. Dessa forma, esses três pilares são trabalhados de maneira interligada. Há uma in fluência recíproca entre eles: um repercute no outro e todos são importantes para a produção de sentido. Tendo isso em vista, procedemos a uma análise bastantecriteriosa de textos: literá rios e não literários, verbais e não verbais, etc. Nosso critério sempre se pautou na escolha de textos cuja leitura e análise despertasse o interesse do aluno e, concomitantemente, con- LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 7 tribuísse efetivamente para a sua formação enquanto cidadão. Feito isso, passamos a gra mática tradicional em revista e procuramos ao máximo fazer uma abordagem teórico-prática que considerasse as demandas comunicativas da nossa sociedade e, sobretudo, observasse nuanças importantes do português brasileiro que até então têm sido veementemente igno radas pelos livros didáticos. Como dissemos, é uma continuação, revista e ampliada, do estudo iniciado em Contextualizando a gramática. O professor que trabalhou com este livro encon trará aqui bastantes subsídios para renovar sua prática de ensino de língua portuguesa. 06/08/19 15 :44 1 A reformulação Inúmeros propósitos nos levaram a reformu lar esta coleção, mas o principal foi, sem dúvida, o desejo de continuar participando ativamente da transformação pela qual vem passando o ensino de língua portuguesa em benefício da formação cidadã dos nossos alunos. A percep ção clara desse objetivo guiou todos os passos dados durante todo o trabalho. Desde o início, o desafio e a responsabilidade de produzir um trabalho sério e honesto impu seram a necessidade de assumir um posiciona mento definido a respeito do ensino da leitura, da produção de textos e da análise linguística, ponto de vista que já apresentamos em deta lhes anteriormente. Feito isso, passamos a pro jetar um esboço da coleção de modo a contem plar efetivamente esses três eixos norteadores e as diretrizes recomendadas pelos PCN. Nesse esboço, montamos a estrutura dos livros ten do como base a leitura de Schneuwly e Dolz (2004), que trazem uma proposta de agrupa mento dos gêneros a partir de noções como domínio social de comunicação, capacidades de linguagem, tipologias textuais, etc. Eles pro põem um trabalho espiralado com gêneros e tipos organizados em sequências didáticas. Grosso modo, a ideia é apresentar aos alunos ciclicamente tipos e gêneros textuais de forma a habilitá-los a conhecer e dominar, ao final do processo, o máximo de competências possível. 8 J Manual do Educador J LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 8 Essa sugestão de organização dos conteúdos em sequências didáticas nos pareceu a mais viável para guiar a coleção. Por meio dela, po demos abranger vários gêneros e trabalhá-los em espiral, sempre buscando uma abordagem gradativamente mais profunda. É o que reflete a estrutura dos livros e dos capítulos. Cada livro da Coleção está dividido em oito capítulos, segmentados em duas partes e no meados conforme o gênero e os temas trans versais abordados. Seguindo a proposta de Schneuwly e Dolz, na etapa de elaboração do esboço, selecionamos os gêneros que seriam trabalhados ao longo dos livros e os agrupamos conforme a sua tipologia textual. A partir daí, pudemos traçar um roteiro de abordagem dos conteúdos que possibilitasse um trabalho inte grado com os três eixos norteadores da nossa prática e passível de realização em tempo hábil. Todo o planejamento foi pensado para contemplar aproximadamente 37 aulas teórico-práticas por bimestre, consideran do o ano com 180 dias letivos e 5 aulas por semana, incluídas aí as avaliações. Como há 8 capítulos em cada livro, a intenção é trabalhar 2 capítulos por bimestre, ou seja, 1 capítulo a cada 18 aulas. " .,,;_ .e: <J) 06/08/19 15 :44 1 A produção textual e a leitura Em substituição às denominadas "aulas de redação", o professor de Língua Portuguesa atualmente lida com o desafio de trabalhar a leitura e a escrita sob um termo mais maduro e abrangente: "produção textual". Maduro porque implica as diversas etapas da construção do conhecimento envolvidas na confecção de um texto; abrangente porque não mais se restrin ge à composição escrita metódica baseada em esquemas limitados. Nesse caso, os conceitos de texto também têm recebido, na escola, significados plurais e mais firmados nas práticas cotidianas, quando se aplicam aos textos verbais e não verbais e ao serem levados para a sala de aula exemplos reais de gêneros e tipos textuais. Essa nova prática pedagógica com certeza representa um avanço na educação de alunos críticos e ca pazes de bem lidar com os recursos disponíveis de sua língua, para proveito próprio e da socie dade. Sim, quando falamos em produção textual, nos referimos a todas as atividades necessá rias para que se construa um enunciado (ou um LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 9 conjunto destes), desde a observação analítica de um acontecimento ou leitura atenta de um artigo científico ou cartum, por exemplo, até a seleção das palavras e da organização estru tural que caracterizarão o produto final. De acordo Bortone e Braga Martins (2008), saber escrever é hoje, mais do que nunca, uma necessidade de sobrevivência em sociedades como a nossa, em que tudo, ou quase tudo, é intermediado pela escrita. A escola, infeliz mente, costuma ensinar a produção textual de forma inadequada, e isso, em vez de contribuir para que o sujeito adquira proficiência na es crita, ajuda a promover bloqueios e temores em relação a essa prática. O sistema escolar, ao avaliar a redação do aluno, preocupa-se em ver somente os erros gramaticais, como ortografia, acentuação e pontuação. Embora todos esses elementos gramaticais possam incidir sobre a coerência e coesão textual, por si só não são elementos suficientes para organizar a tessi tura do texto. Nessa perspectiva, a prática da escrita escolar não observa a autoria do aluno, a criatividade, a progressão temática, a função 06/08/19 15 :44 1 social e a intencionalidade do autor do texto. Ao trabalhar com a redação escolar, comete-se uma série de equívocos, entre eles: • Solicitar que o aluno escreva sem um desti natário real. • Solicitar que o aluno escreva para completar o tempo da aula. • Solicitar que o aluno escreva para se atribuir uma nota. • Solicitar que o aluno escreva aquilo que o professor quer. Sabemos das deficiências que muitos dos nossos alunos enfrentam no processo de lei tura e escrita e do empenho reforçado que um ensino que abarque tais objetivos requer. Ainda assim, é papel da escola tornar seus alunos efi cientes produtores de textos, acompanhando -os em todas as etapas necessárias. O ensino de Língua Portuguesa nos quatro anos finais do Ensino Fundamental apresenta características próprias, devidas tanto ao per fil escolar do alunado desse nível quanto às demandas sociais que a ele se apresentam, ao final do período. Primeiramente, espera-se que o aluno ingres sante nesse segmento já tenha cumprido satis- __ 1_o_X Manual do Educador J LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 10 fatoriamente uma primeira e decisiva etapa de seu processo de letramento e alfabetização, ten do, inclusive, se apropriado de algumas práticas mais complexas e menos cotidianas (relacio nadas a esferas públicas de uso da linguagem), seja de leitura e escrita, seja de compreensão e produção de textos orais. Essas práticas apre sentam padrões linguísticos e textuais que, por sua vez, demandam novos tipos de reflexão so bre o funcionamento e as propriedades da lin guagem em uso, assim como a sistematização dos conhecimentos linguísticos correlatos mais relevantes. Portanto, cabe ao ensino de língua materna, nesse nível de ensino-aprendizagem, aprofundar o processo de inserção qualificada do aluno na cultura da escrita: • Aperfeiçoando sua formação como leitor e produtor de textos escritos. • Desenvolvendo as competências e habilida des de leitura e escrita requeridas por esses novos níveis e tipos de letramento. • Ampliando sua capacidade de reflexãoso bre as propriedades e o funcionamento da língua e da linguagem. • Desenvolvendo as competências e habilida de associadas a usos escolares, formais e/ ou públicos da linguagem oral. 06/08/19 15:44 1 Em segundo lugar, a trajetória desse aluno em direção à autonomia relativa nos estudos e ao pleno exercício da cidadania pode ser consi derada, por um lado, mais delineada; e, por ou tro, ainda não satisfatoriamente consolidada. O que deverá implicar, no processo de ensino aprendizagem escolar desses anos, um maior peso relativo para esses eixos de formação. Finalmente, o destino do aluno, ao final des se período de escolarização obrigatória, é bas tante diversificado. E, muitas vezes, implica a interrupção temporária ou mesmo definitiva de sua educação escolar, motivo pelo qual o En sino Fundamental deve garantir a seus egres sos um domínio da escrita e da oralidade su ficiente para as demandas básicas do mundo do trabalho e do pleno exercício da cidadania, inclusive no que diz respeito à fruição da litera tura em língua portuguesa. Tais circunstâncias atribuem a esses anos do Ensino Fundamental uma responsabilidade ainda maior, no que diz respeito ao processo de formação tanto do lei tor e do produtor proficiente e crítico de textos quanto do locutor capaz de uso adequado e efi ciente da linguagem oral em situações privadas ou públicas. LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 11 Considerando-se tanto as demandas de co municação e/ou conhecimentos linguísticos implicadas no quadro acima descrito quanto as recomendações expressas por diretrizes, orien tações e parâmetros curriculares oficiais. O en sino de Língua Portuguesa, nos quatro últimos anos do Ensino Fundamental, deve organizar se de forma a garantir ao aluno: • O desenvolvimento da linguagem oral, a apropriação e o desenvolvimento da lingua gem escrita, especialmente no que diz res peito a demandas oriundas seja de situa ções e instâncias públicas e formais de uso da língua, seja do próprio processo de ensi no-aprendizagem escolar. • O pleno acesso ao mundo da escrita. • A proficiência em leitura e escrita, no que diz respeito a gêneros discursivos e tipos de texto representativos das principais funções da escrita em diferentes esferas de atividade social. • A fruição estética e a apreciação crítica da produção literária associada à língua portuguesa, em especial a da literatura bra sileira. E 8 ::, .e 06/08/19 15 :44 1 • O desenvolvimento de atitudes, competên cias e habilidades envolvidas na compreen são da variação linguística e no convívio democrático com a diversidade dialetal, de forma a evitar o preconceito e valorizar as diferentes possibilidades de expressão lin guística. • O domínio das normas urbanas de prestígio, especialmente em sua modalidade escrita, mas também nas situações orais públicas em que seu uso é socialmente requerido. • As práticas de análise e reflexão sobre a língua, na medida em que se revelarem pertinentes, seja para a (re)construção dos sentidos de textos, seja para a compreensão do funcionamento da língua e da linguagem. Nesse sentido, as atividades de leitura e es- crita, assim como de produção e compreensão oral, em situações contextualizadas de uso, devem ser prioritárias no ensino-aprendiza gem desses anos de escolarização e, por con seguinte, na proposta pedagógica dos livros di dáticos de Português (LDP) a eles destinados. Por outro lado, as práticas de reflexão, assim como a construção correlata de conhecimentos linguísticos e a descrição gramatical, devem justificar-se por sua funcionalidade, exercen do-se, sempre, com base em textos produzidos em condições sociais efetivas de uso da língua, e não em situações didáticas artificialmente criadas. No trabalho com o texto, em qualquer de suas dimensões (leitura e compreensão, pro dução de textos orais e escritos, construção de conhecimentos linguísticos), é fundamental a diversidade de estratégias, assim como a ar ticulação entre os vários aspectos envolvidos, de forma a garantir a progressão nos estudos. Além desses, em cada um dos componentes de Língua Portuguesa outros critérios afiguram -se fundamentais para garantir à coleção um __ 1_2_J Manual do Educador J LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 12 desempenho ao menos satisfatório, em termos metodológicos. Já as atividades de compreensão e interpre tação do texto têm como objetivo final a for mação do leitor (inclusive a do leitor literário) e o desenvolvimento da proficiência em leitura. Portanto, só podem constituir-se como tais na medida que: • Encararem a leitura como uma situação de interlocução leitor/autor/texto socialmente contextualizada. • Respeitarem as convenções e os modos de ler próprios dos diferentes gêneros, tanto li terários quanto não literários. • Desenvolverem estratégias e capacidades de leitura, tanto as relacionadas aos gêne ros propostos, quanto as inerentes ao nível de proficiência que se pretende levar o aluno a atingir. Por fim, as propostas de produção escrita devem visar à formação do produtor de texto e, portanto, ao desenvolvimento da proficiência em escrita. Nesse sentido, não podem deixar de: • Considerar a escrita como uma prática so cialmente situada, propondo ao aluno, por tanto, condições plausíveis de produção do texto. • Abordar a escrita como processo, de forma a ensinar explicitamente os procedimentos envolvidos no planejamento, na produção, na revisão e na reescrita dos textos. • Explorar a produção de gêneros ao mesmo tempo diversos e pertinentes para a conse cução dos objetivos estabelecidos pelo nível de ensino visado. • Desenvolver as estratégias de produção re lacionadas tanto ao gênero proposto quanto ao ao grau de proficiência que se pretende levar o aluno a atingir. 06/08/19 15 :44 1 A leitura antecede e acompanha a produção textual A leitura regular e de qualidade não serve apenas como arcabouço de modelos de textos a serem apreendidos pelo estudante. A prática da leitura, aliada aos constantes exercícios, fará com que o aluno assimile, em seu cotidiano, as melhores formas de posicionar seus pensa mentos em um texto. Dessa forma, o professor deve, antes de tudo, ensinar seus alunos a serem bons leitores. Essa árdua tarefa não se esgota, é contínua em todas as aulas e está atrelada aos momentos de pro dução textual propriamente ditos: leitura e es crita são habilidades que dialogam entre si, se complementam e se aperfeiçoam. É notório, todavia, o distanciamento ocorrido, cada vez mais, entre os jovens e os textos escri tos em suas práticas cotidianas. Ainda que a Internet, principal espaço de compartilhamento de informações atualmente, ofereça a leitura de diversos textos verbais, as imagens (especial mente vídeos) e as músicas têm tornado o con tato com os textos escritos menos assíduo. LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 13 Não duvidamos da importância de outras formas de veiculação de informação e conteú do. De fato, o valor da mensagem pode estar além da forma com que é conduzida e, em mui tos casos, essa forma acrescenta interesse à própria mensagem. No entanto, não podemos negar que alguém habituado a dialogar com textos nos seus variados formatos e veículos torna-se um melhor leitor, pois abrange sua ca pacidade de recepção estética. Assim, os textos escritos devem continuar fazendo parte da rotina dos alunos e, tal inicia tiva, deve ser incentivada pela escola a ser to mada durante as aulas. Tanto este manual como o livro do aluno com o qual ele interage estão permeados de exemplos, exercícios e orientações de abordagem atrelados aos diferentes tipos de texto, em suas formas ver bais e não verbais. Acreditamos na diversidade de conteúdo como uma importante ferramenta para o aperfeiçoamento do trabalho do educador bem como do aprendizado do aluno.o " -" " o iil ::: :, .e: 06/08/19 15 :44 1 Referências AZEREDO, José Carlos de (2008). Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha/lnstituto Antônio Houaiss. BAGNO, Marcos (2001 ). Dramática da língua portuguesa. São Paulo: Loyola. __ (2011 ). 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São Paulo: Cortez, 2010, pp. 207-220. __ 1_4_x Manual do Educador j 1 LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 14 06/08/19 15 :44 1 Competências específicas de língua portuguesa para o ensino fundamental 1. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico, social, variável, hete rogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da co munidade a que pertencem. 2. Apropriar-se da linguagem escrita, reco nhecendo-a como forma de interação nos diferentes campos de atuação da vida so cial e utilizando-a para ampliar suas pos sibilidades de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos (inclusive es colares) e de se envolver com maior auto nomia e protagonismo na vida social. 3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em dife rentes campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criti cidade, de modo a se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e senti mentos, e continuar aprendendo. 4. Compreender o fenômeno da variação lin guística, demonstrando atitude respeitosa diante de variedades linguísticas e rejei tando preconceitos linguísticos. 5. Empregar, nas interações sociais, a varieda de e o estilo de linguagem adequados à si tuação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso/gênero textual. LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 15 6. Analisar informações, argumentos e opi niões manifestados em interações sociais e nos meios de comunicação, posicionan do-se ética e criticamente em relação a conteúdos discriminatórios que ferem di reitos humanos e ambientais. 7. Reconhecer o texto como lugar de mani festação e negociação de sentidos, valores e ideologias. 8. Selecionar textos e livros para leitura inte gral, de acordo com objetivos, interesses e projetos pessoais (estudo, formação pes soal, entretenimento, pesquisa, trabalho etc.). 9. Envolver-se em práticas de leitura lite rária que possibilitem o desenvolvimen to do senso estético para fruição, valori zando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de aces so às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiên cia com a literatura. 1 O. Mobilizar práticas da cultura digital, dife rentes linguagens, mídias e ferramentas di gitais para expandir as formas de produzir sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender e refletir sobre o mun do e realizar diferentes projetos autorais. 06/08/19 15 :44 1 Língua Portuguesa no Ensino Fundamental - anos finais: práticas de linguagem, objetos de conhecimento e habilidades Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, o adolescente/jovem participa com maior criti cidade de situações comunicativas diversifi cadas, interagindo com um número de inter locutores cada vez mais amplo, inclusive no contexto escolar, no qual se amplia o número de professores responsáveis por cada um dos componentes curriculares. Essa mudança em relação aos anos iniciais favorece não só o aprofundamento de conhecimentos relativos às áreas, como também o surgimento do desafio de aproximar esses múltiplos conhecimentos. A continuidade da formação para a autonomia se fortalece nessa etapa, na qual os jovens as sumem maior protagonismo em práticas de lin guagem realizadas dentro e fora da escola. No componente Língua Portuguesa, amplia -se o contato dos estudantes com gêneros tex tuais relacionados a vários campos de atuação e a várias disciplinas, partindo-se de práticas de linguagem já vivenciadas pelos jovens para a ampliação dessas práticas, em direção a no vas experiências. Como consequência do trabalho realizado em etapas anteriores de escolarização, os ado lescentes e jovens já conhecem e fazem uso de gêneros que circulam nos campos das práticas artístico-literárias, de estudoe pesquisa, jorna lístico/midiático, de atuação na vida pública e campo da vida pessoal, cidadãs, investigativas. Aprofunda-se, nessa etapa, o tratamento dos gêneros que circulam na esfera pública, nos __ 1_6_x Manual do Educador j LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 16 campos jornalístico-midiático e de atuação na vida pública. No primeiro campo, os gêneros jornalísticos - informativos e opinativos - e os publicitários são privilegiados, com foco em estratégias linguístico-discursivas e semióti cas voltadas para a argumentação e persuasão. Para além dos gêneros, são consideradas práti cas contemporâneas de curtir, comentar, redis tribuir, publicar notícias, curar etc. e tematizadas questões polêmicas envolvendo as dinâmicas das redes sociais e os interesses que movem a esfera jornalística-midiática. A questão da con fiabilidade da informação, da proliferação de fake news, da manipulação de fatos e opiniões têm destaque e muitas das habilidades se rela cionam com a comparação e análise de notícias em diferentes fontes e mídias, com análise de sites e serviços checadores de notícias e com o exercício da curadoria, estando previsto o uso de ferramentas digitais de curadoria. A prolife ração do discurso de ódio também é tematizada em todos os anos e habilidades relativas ao trato e respeito com o diferente e com a participação ética e respeitosa em discussões e debates de ideias são consideradas. Além das habilidades de leitura e produção de textos já consagradas para o impresso são contempladas habilidades para o trato com o hipertexto e também com ferramentas de edição de textos, áudio e vídeo e produções que podem prever postagem de no vos conteúdos locais que possam ser significa tivos para a escola ou comunidade ou aprecia- 06/08/19 15 :44 1 ções e réplicas a publicações feitas por outros. Trata-se de promover uma formação que faça frente a fenômenos como o da pós-verdade, o efeito bolha e proliferação de discursos de ódio, que possa promover uma sensibilidade para com os fatos que afetam drasticamente a vida de pessoas e prever um trato ético com o deba te de ideias. Como já destacado, além dos gêneros jor nalísticos, também são considerados nesse campo os publicitários, estando previsto o tra tamento de diferentes peças publicitárias, en volvidas em campanhas, para além do anúncio publicitário e a propaganda impressa, o que su põe habilidades para lidar com a multissemiose dos textos e com as várias mídias. Análise dos mecanismos e persuasão ganham destaque, o que também pode ajudar a promover um con sumo consciente. No campo de atuação da vida pública ga nham destaque os gêneros legais e normativos - abrindo-se espaço para aqueles que regulam a convivência em sociedade, como regimentos (da escola, da sala de aula) e estatutos e có digos (Estatuto da Criança e do Adolescente e LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 17 Código de Defesa do Consumidor, Código Na cional de Trânsito etc.), até os de ordem mais geral, como a Constituição e a Declaração dos Direitos Humanos, sempre tomados a partir de seus contextos de produção, o que contextua liza e confere significado a seus preceitos. Tra ta-se de promover uma consciência dos direi tos, uma valorização dos direitos humanos e a formação de uma ética da responsabilidade (o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho). Ainda nesse campo, estão presentes gêne ros reivindicatórios e propositivos e habilida des ligadas a seu trato. A exploração de canais de participação, inclusive digitais, também é prevista. Aqui também a discussão e o deba te de ideias e propostas assume um lugar de destaque. Assim, não se trata de promover o si lenciamento de vozes dissonantes, mas antes de explicitá-las, de convocá-las para o debate, analisá-las, confrontá-las, de forma a propiciar uma autonomia de pensamento, pautada pela ética, como convém a Estados democráticos. Nesse sentido, também são propostas análises linguísticas e semióticas de textos vinculados 06/08/19 15 :44 1 a formas políticas não institucionalizadas, mo vimentos de várias naturezas, coletivos, produ ções artísticas, intervenções urbanas etc. No campo das práticas investigativas, há uma ênfase nos gêneros didático-expositivos, impressos ou digitais, do 6° ao 9° ano, sendo a progressão dos conhecimentos marcada pela indicação do que se operacionaliza na leitu ra, escrita, oralidade. Nesse processo, proce dimentos e gêneros de apoio à compreensão são propostos em todos os anos. Esses textos servirão de base para a reelaboração de co nhecimentos, a partir da elaboração de textos -síntese, como quadro-sinópticos, esquemas, gráficos, infográficos, tabelas, resumos, en tre outros, que permitem o processamento e a organização de conhecimentos em práticas de estudo e de dados levantados em diferen tes fontes de pesquisa. Será dada ênfase es pecial a procedimentos de busca, tratamento e análise de dados e informações e a formas variadas de registro e socialização de estudos e pesquisas, que envolvem não só os gêneros já consagrados, como apresentação oral e ensaio __ 1_s_J Manual do Educador J LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 18 escolar, como também outros gêneros da cul tura digital - relatos multimidiáticos, verbetes de enciclopédias colaborativas, vídeos-minuto etc. Trata-se de fomentar uma formação que possibilite o trato crítico e criterioso das infor mações e dados. No âmbito do Campo artístico-literário, tra ta-se de possibilitar o contato com as manifes tações artísticas em geral, e, de forma particu lar e especial, com a arte literária e de oferecer as condições para que se possa reconhecer, valorizar e fruir essas manifestações. Está em jogo a continuidade da formação do leitor li terário, com especial destaque para o desen volvimento da fruição, de modo a evidenciar a condição estética desse tipo de leitura e de escrita. Para que a função utilitária da litera tura - e da arte em geral - possa dar lugar à sua dimensão humanizadora, transformadora e mobilizadora, é preciso supor - e, portanto, garantir a formação de - um leitor-fruidor, ou seja, de um sujeito que seja capaz de se impli car na leitura dos textos, de "desvendar" suas múltiplas camadas de sentido, de responder 06/08/19 15 :44 1 às suas demandas e de firmar pactos de lei tura. Para tanto, as habilidades, no que tange à formação literária, envolvem conhecimentos de gêneros narrativos e poéticos que podem ser desenvolvidos em função dessa aprecia ção e que dizem respeito, no caso da narrati va literária, a seus elementos (espaço, tempo, personagens); às escolhas que constituem o estilo nos textos, na configuração do tempo e do espaço e na construção dos personagens; aos diferentes modos de se contar uma histó ria (em primeira ou terceira pessoa, por meio de um narrador personagem, com pleno ou parcial domínio dos acontecimentos); à polifo nia própria das narrativas, que oferecem níveis de complexidade a serem explorados em cada ano da escolaridade; ao fôlego dos textos. No caso da poesia, destacam-se, inicialmente, os efeitos de sentido produzidos por recursos de diferentes naturezas, para depois se alcançar a dimensão imagética, constituída de proces sos metafóricos e metonímicos muito presen tes na linguagem poética. Ressalta-se, ainda, a proposição de objeti vos de aprendizagem e desenvolvimento que concorrem para a capacidade dos estudantes de relacionarem textos, percebendo os efeitos de sentidos decorrentes da intertextualidade temática e da polifonia resultante da inserção - explícita ou não - de diferentes vozes nos textos. A relação entre textos e vozes se ex pressa, também, nas práticas de compartilha mento que promovem a escuta e a produção de textos, de diferentes gênerose em diferen tes mídias, que se prestam à expressão das preferências e das apreciações do que foi lido/ ouvido/ assistido. Por fim, destaque-se a relevância desse campo para o exercício da empatia e do diálogo, tendo em vista a potência da arte e da literatura como expedientes que permitem o contato com diversificados valores, comportamentos, cren ças, desejos e conflitos, o que contribui para reconhecer e compreender modos distintos de LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 19 ser e estar no mundo e, pelo reconhecimento do que é diverso, compreender a si mesmo e de senvolver uma atitude de respeito e valorização do que é diferente. Outros gêneros, além daqueles cuja abor dagem é sugerida na BNCC, podem e devem ser incorporados aos currículos das escolas e, assim como já salientado, os gêneros podem ser contemplados em anos diferentes dos in dicados. Também, como já mencionado, nos Anos Fi nais do Ensino Fundamental, os conhecimen tos sobre a língua, sobre as demais semioses e sobre a norma-padrão se articulam aos de mais eixos em que se organizam os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de Lín gua Portuguesa. Dessa forma, as abordagens linguística, metalinguística e reflexiva ocorrem sempre a favor da prática de linguagem que está em evidência nos eixos de leitura, escrita ou oralidade. Os conhecimentos sobre a língua, as de mais semioses e a norma-padrão não devem ser tomados como uma lista de conteúdos dissociados das práticas de linguagem, mas como propiciadores de reflexão a respeito do funcionamento da língua no contexto dessas práticas. A seleção de habilidades na BNCC está relacionada com aqueles conhecimen tos fundamentais para que o estudante possa apropriar-se do sistema linguístico que orga niza o português brasileiro. Alguns desses objetivos, sobretudo aqueles que dizem respeito à norma, são transversais a toda a base de Língua Portuguesa. O conhe cimento da ortografia, da pontuação, da acen tuação, por exemplo, deve estar presente ao longo de toda escolaridade, abordados con forme o ano da escolaridade. Assume-se, na BNCC de Língua Portuguesa, uma perspectiva de progressão de conhecimentos que vai das regularidades às irregularidades e dos usos mais frequentes e simples aos menos habi tuais e mais complexos. 06/08/19 15 :44 1 Língua Portuguesa - 6° ao 9° Ano PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO - Trata-se, em relação a este Campo, de ampliar e qualificar a participação das crianças, adolescentes e jovens nas práticas relativas ao trato com a informação e opinião, que estão no centro da esfera jornalística/midiática. Para além de construir conhecimentos e desenvolver habilidades envolvidas na escuta, leitura e produção de textos que circulam no campo, o que se pretende é propiciar experiências que permitam desenvolver nos adolescentes e jovens a sensibilidade para que se interessem pelos fatos que acontecem na sua comunidade, na sua cidade e no mundo e afetam as vidas das pessoas, incorporem em suas vidas a prática de escuta, leitura e produção de textos pertencentes a gêneros da esfera jornalística em diferentes fontes, veículos e mídias, e desenvolvam autonomia e pensamento crítico para se situar em relação a interesses e posicionamentos diversos e possam produzir textos noticiosos e opinativos e participar de discussões e debates de forma ética e respeitosa. Leitura Produção de textos 20 J Manual do Educador J LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 20 Apreciação e réplica Relação entre gêneros e mídias Estratégia de leitura: apreenderas sentidos globais do texto Efeitos de sentido Relação do texto com o contexto de produção e experimentação de papéis sociais 06/08/19 15 :44 1 HABILIDADES Vários são os gêneros possíveis de serem contemplados em atividades de leitura e produção de textos para além dos já trabalhados nos anos iniciais do ensino fundamental (notícia, álbum noticioso, carta de leitor, entrevista etc.): reportagem, reportagem multimidiática, fotorreportagem, foto-denúncia, artigo de opinião, editorial, resenha crítica, crônica, comentário, debate, vlog noticioso, vlog cultural, meme, charge, charge digital, political remix, anúncio publicitário, propaganda,jing/e, spot, dentre outros. A referência geral é que, em cada ano, contemplem -se gêneros que lidem com informação, opinião e apreciação, gêneros mais típicos dos letramentos da letra e do impresso e gêneros multissemióticos e hipermidiáticos, próprios da cultura digital e das culturas juvenis. Diversos também são os processos, ações e atividades que podem ser contemplados em atividades de uso e reflexão: curar, seguir/ser seguido, curtir, comentar, compartilhar, remixar etc. Ainda com relação a esse campo, trata-se também de compreender as formas de persuasão do discurso publicitário, o apelo ao consumo, as diferenças entre vender um produto e "vender" uma ideia, entre anúncio publicitário e propaganda. (EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio, posicionando-se contrariamente a esse tipo de discurso e vislumbrando possibilidades de denúncia quando for o caso. (EF69LP02) Analisar e comparar peças publicitárias variadas (cartazes, folhetos, outdoor, anúncios e propagandas em diferentes mídias, spots, jingle, vídeos etc.), de forma a perceber a articulação entre elas em campanhas, as especificidades das várias semioses e mídias, a adequação dessas peças ao público-alvo, aos objetivos do anunciante e/ou da campanha e à construção composicional e estilo dos gêneros em questão, como forma de ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros. (EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente. (EF69LP04) Identificar e analisar os efeitos de sentido que fortalecem a persuasão nos textos publicitários, relacionando as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados, como imagens, tempo verbal, jogos de palavras, figuras de linguagem etc., com vistas a fomentar práticas de consumo conscientes. (EF69LP05) Inferir e justificar, em textos multissemióticos - tirinhas, charges, memes, gifs etc. -, o efeito de humor, ironia e/ou crítica pelo uso ambíguo de palavras, expressões ou imagens ambíguas, de clichês, de recursos iconográficos, de pontuação etc. (EF69LP06) Produzir e publicar notícias, fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens, reportagens multimidiáticas, infográflcos, podcasts noticiosos, entrevistas, cartas de leitor, comentários, artigos de opinião de interesse local ou global, textos de apresentação e apreciação de produção cultural - resenhas e outros próprios das formas de expressão das culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts culturais, gameplay, detonado etc.- e cartazes, anúncios, propagandas, spots,jingles de campanhas sociais, dentre outros em várias mídias, vivenciando de forma significativa o papel de repórter, de comentador, de analista, de crítico, de editor ou articulista, de booktuber, de vlogger (vlogueiro) etc., como forma de compreender as condições de produção que envolvem a circulação desses textos e poder participar e vislumbrar possibilidades de participação nas práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo midiático de forma ética e responsável, levando-se em consideração o contexto da Web 2.0, que amplia a possibilidade de circulação desses textos e "funde" os papéis de leitor e autor, de consumidor e produtor. LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd21 06/08/19 15 :44 1 Língua Portuguesa - 6° ao 9° Ano (Continuação) PRÁTICAS DE LINGUAGEM CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO Produção de textos Oralidade *Considerar todas as habilidades dos eixos leitura e produção que se referem a textos ou produções orais, em áudio ou vídeo Oralidade Análise linguística/semiótica 22 J Manual do Educador J LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 22 OBJETOS DE CONHECIMENTO Textualização Revisão/edição de texto informativo e opinativo Planejamento de textos de peças publicitárias de campanhas sociais Produção de textos jornalísticos orais Planejamento e produção de textos jornalísticos orais Participação em discussões orais de temas controversos de in teresse da turma e/ou de relevância social Construção composicional 06/08/19 15 :44 1 HABILIDADES (EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e circulação - os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação -, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/ alterando efeitos, ordenamentos etc. (EF69LP08) Revisar/editar o texto produzido - notícia, reportagem, resenha, artigo de opinião, dentre outros-, tendo em vista sua adequação ao contexto de produção, a mídia em questão, características do gênero, aspectos relativos à textualidade, a relação entre as diferentes semioses, a formatação e uso adequado das ferramentas de edição (de texto, foto, áudio e vídeo, dependendo do caso) e adequação à norma culta. (EF69LP09) Planejar uma campanha publicitária sobre questões/problemas, temas, causas significativas para a escola e/ou comunidade, a partir de um levantamento de material sobre o tema ou evento, da definição do público-alvo, do texto ou peça a ser produzido - cartaz, banner, folheto, panfleto, anúncio impresso e para internet, spot, propaganda de rádio, TV etc. -, da ferramenta de edição de texto, áudio ou vídeo que será utilizada, do recorte e enfoque a ser dado, das estratégias de persuasão que serão utilizadas etc. (EF69LP1 O) Produzir notícias para rádios, TV ou vídeos, podcasts noticiosos e de opinião, entrevistas, comentários, vlogs, jornais radiofônicos e televisivos, dentre outros possíveis, relativos a fato e temas de interesse pessoal, local ou global e textos orais de apreciação e opinião - podcasts e vlogs noticiosos, culturais e de opinião, orientando-se por roteiro ou texto, considerando o contexto de produção e demonstrando domínio dos gêneros. (EF69LP11) Identificar e analisar posicionamentos defendidos e refutados na escuta de interações polêmicas em entrevistas, discussões e debates (televisivo, em sala de aula, em redes sociais etc.), entre outros, e se posicionar frente a eles. (EF69LP12) Desenvolver estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/ redesign (esses três últimos quando não for situação ao vivo) e avaliação de textos orais, áudio e/ou vídeo, considerando sua adequação aos contextos em que foram produzidos, à forma composicional e estilo de gêneros, a clareza, progressão temática e variedade linguística empregada, os elementos relacionados à fala, tais como modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc., os elementos cinésicos, tais como postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc. (EF69LP13) Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões polêmicas de interesse da turma e/ou de relevância social. (EF69LP14) Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores, tema/questão polêmica, explicações e ou argumentos relativos ao objeto de discussão para análise mais minuciosa e buscar em fontes diversas informações ou dados que permitam analisar partes da questão e compartilhá-los com a turma. (EF69LP15) Apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes, respeitando os turnos de fala, na participação em discussões sobre temas controversos e/ou polêmicos. (EF69LP16) Analisar e utilizar as formas de composição dos gêneros jornalísticos da ordem do relatar, tais como notícias (pirâmide invertida no impresso X blocos noticiosos hipertextuais e hipermidiáticos no digital, que também pode contar com imagens de vários tipos, vídeos, gravações de áudio etc.), da ordem do argumentar, tais como artigos de opinião e editorial (contextualização, defesa de tese/opinião e uso de argumentos) e das entrevistas: apresentação e contextualização do entrevistado e do tema, estrutura pergunta e resposta etc. LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 23 06/08/19 15 :44 1 Língua Portuguesa - 6° ao 9° Ano (Continuação) PRÁTICAS DE LINGUAGEM CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO Análise linguística/semiótica OBJETOS DE CONHECIMENTO Estilo Efeito de sentido CAMPO DE ATUAÇÃO NA VIDA PÚBLICA - Trata-se, neste Campo, de ampliar e qualificar a participação dos jovens nas práticas relativas ao debate de ideias e à atuação política e social, por meio do(a): • compreensão dos interesses que movem a esfera política em seus diferentes níveis e instâncias, das formas e canais de participação institucionalizados, incluindo os digitais, e das formas de participação não institucionalizadas, incluindo aqui manifestações artísticas e intervenções urbanas; • reconhecimento da importância de se envolver com questões de interesse público e coletivo e compreensão do contexto de promulgação dos direitos humanos, das políticas afirmativas, e das leis de uma forma geral em um estado democrático, como forma de propiciar a vivência democrática em várias instâncias e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade (o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho); • desenvolvimento de habilidades e aprendizagem de procedimentos envolvidos na leitura/escuta e produção de textos pertencentes a gêneros relacionados à discussão e implementação de propostas, à defesa de direitos e a projetos culturais e de interesse público de diferentes naturezas. Envolvem o domínio de gêneros legais e o conhecimento dos canais competentes para questionamentos, reclamação de direitos e denúncias de desrespeitos a legislações e regulamentações e a direitos; de discussão de propostas e programas de interesse público no contexto de agremiações, coletivos, movimentos e outras instâncias e fóruns de discussão da escola, da comunidade e da cidade. Leitura 24 J Manual do Educador J LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 24 Reconstrução das condições de produção e circulação e adequação do texto à construção composicional e ao estilo de gênero (Lei, código, estatuto, código, regimento etc.) 06/08/19 15 :44 1 HABILIDADES (EF69LP17) Perceber e analisar os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários, os aspectos relativos ao tratamento da informação em notícias, como a ordenação dos eventos, as escolhas lexicais, o efeito de imparcialidade do relato, a morfologia do verbo, em textos noticiosos e argumentativos, reconhecendo marcas de pessoa, número, tempo, modo, a distribuição dos verbos nos gêneros textuais (por exemplo, as formas de pretérito em relatos; as formas de presente e futuro em gêneros argumentativos; as formas de imperativo em gêneros publicitários), o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (comoa elaboração do título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados (tempo verbal, jogos de palavras, metáforas, imagens). (EF69LP18) Utilizar, na escrita/reescrita de textos argumentativos, recursos linguísticos que marquem as relações de sentido entre parágrafos e enunciados do texto e operadores de conexão adequados aos tipos de argumento e à forma de composição de textos argumentativos, de maneira a garantir a coesão, a coerência e a progressão temática nesses textos ("primeiramente, mas, no entanto, em primeiro/segundo/terceiro lugar, finalmente, em conclusão" etc.). (EF69LP19) Analisar, em gêneros orais que envolvam argumentação, os efeitos de sentido de elementos típicos da modalidade falada, como a pausa, a entonação, o ritmo, a gestualidade e expressão facial, as hesitações etc. Trata-se também de possibilitar vivências significativas, na articulação com todas as áreas do currículo e com os interesses e escolhas pessoais dos adolescentes e jovens, que envolvam a proposição, desenvolvimento e avaliação de ações e projetos culturais, de forma a fomentar o protagonismo juvenil de forma contextualizada. Essas habilidades mais gerais envolvem o domínio contextualizado de gêneros já considerados em outras esferas - como discussão oral, debate, palestra, apresentação oral, notícia, reportagem, artigo de opinião, cartaz, spot, propaganda (de campanhas variadas, nesse campo inclusive de campanhas políticas) - e de outros, como estatuto, regimento, projeto cultural, carta aberta, carta de solicitação, carta de reclamação, abaixo-assinado, petição online, requerimento, turno de fala em assembleia, tomada de turno em reuniões, edital, proposta, ata, parecer, enquete, relatório etc., os quais supõem o reconhecimento de sua função social, a análise da forma como se organizam e dos recursos e elementos linguísticos e das demais semioses envolvidos na tessitura de textos pertencentes a esses gêneros. Em especial, vale destacar que o trabalho com discussão oral, debate, propaganda, campanha e apresentação oral podem/devem se relacionar também com questões, temáticas e práticas próprias do campo de atuação na vida pública. Assim, as mesmas habilidades relativas a esses gêneros e práticas propostas para o Campo jornalístico/ midiático e para o Campo das práticas de ensino e pesquisa devem ser aqui consideradas: discussão, debate e apresentação oral de propostas políticas ou de solução para problemas que envolvem a escola ou a comunidade e propaganda política. Da mesma forma, as habilidades relacionadas à argumentação e à distinção entre fato e opinião também devem ser consideradas nesse campo. (EF69LP20) Identificar, tendo em vista o contexto de produção, a forma de organização dos textos normativos e legais, a lógica de hierarquização de seus itens e subitens e suas partes: parte inicial (título - nome e data - e ementa), blocos de artigos (parte, livro, capítulo, seção, subseção), artigos (caput e parágrafos e incisos) e parte final (disposições pertinentes à sua implementação) e analisar efeitos de sentido causados pelo uso de vocabulário técnico, pelo uso do imperativo, de palavras e expressões que indicam circunstâncias, como advérbios e locuções adverbiais, de palavras que indicam generalidade, como alguns pronomes indefinidos, de forma a poder compreender o caráter imperativo, coercitivo e generalista das leis e de outras formas de regulamentação. LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 25 06/08/19 15 :44 1 Língua Portuguesa - 6° ao 9° Ano (Continuação) PRÁTICAS DE LINGUAGEM CAMPO DE ATUAÇÃO NA VIDA PÚBLICA Leitura Produção de textos Oralidade Oralidade Análise linguística/semiótica 26 J Manual do Educador J LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 26 OBJETOS DE CONHECIMENTO Apreciação e réplica Textualização, revisão e edição Discussão oral Registro Análise de textos legais/normativos, propositivos e reivindicatórios Modalização 06/08/19 15 :44 1 HABILIDADES (EF69LP21) Posicionar-se em relação a conteúdos veiculados em práticas não institucionalizadas de participação social, sobretudo àquelas vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e práticas próprias das culturas juvenis que pretendam denunciar, expor uma problemática ou "convocar" para uma reflexão/ação, relacionando esse texto/produção com seu contexto de produção e relacionando as partes e semioses presentes para a construção de sentidos. (EF69LP22) Produzir, revisar e editar textos reivindicatórios ou propositivos sobre problemas que afetam a vida escolar ou da comunidade, justificando pontos de vista, reivindicações e detalhando propostas Gustificativa, objetivos, ações previstas etc.), levando em conta seu contexto de produção e as características dos gêneros em questão. (EF69LP23) Contribuir com a escrita de textos normativos, quando houver esse tipo de demanda na escola - regimentos e estatutos de organizações da sociedade civil do âmbito da atuação das crianças e jovens (grêmio livre, clubes de leitura, associações culturais etc.) - e de regras e regulamentos nos vários âmbitos da escola - campeonatos, festivais, regras de convivência etc., levando em conta o contexto de produção e as características dos gêneros em questão. (EF69LP24) Discutir casos, reais ou simulações, submetidos a juízo, que envolvam (supostos) desrespeitos a artigos, do ECA, do Código de Defesa do Consumidor, do Código Nacional de Trânsito, de regulamentações do mercado publicitário etc., como forma de criar familiaridade com textos legais - seu vocabulário, formas de organização, marcas de estilo etc. -, de maneira a facilitar a compreensão de leis, fortalecer a defesa de direitos, fomentar a escrita de textos normativos (se e quando isso for necessário) e possibilitar a compreensão do caráter interpretativo das leis e as várias perspectivas que podem estar em jogo. (EF69LP25) Posicionar-se de forma consistente e sustentada em uma discussão, assembleia, reuniões de colegiados da escola, de agremiações e outras situações de apresentação de propostas e defesas de opiniões, respeitando as opiniões contrárias e propostas alternativas e fundamentando seus posicionamentos, no tempo de fala previsto, valendo-se de sínteses e propostas claras e justificadas. (EF69LP26) Tomar nota em discussões, debates, palestras, apresentação de propostas, reuniões, como forma de documentar o evento e apoiar a própria fala (que pode se dar no momento do evento ou posteriormente, quando, por exemplo, for necessária a retomada dos assuntos tratados em outros contextos públicos, como diante dos representados). (EF69LP27) Analisar a forma composicional de textos pertencentes a gêneros normativos/ jurídicos e a gêneros da esfera política, tais como propostas, programas políticos (posicionamento quanto a diferentes ações a serem propostas, objetivos, ações previstas etc.), propaganda política (propostas e sua sustentação, posicionamento quanto a temas em discussão) e textos reivindicatórios: cartas de reclamação, petição (proposta, suas justificativas e ações a serem adotadas) e suas marcas linguísticas, de forma a incrementar a compreensão de textos pertencentes a esses gêneros e a possibilitar a produção de textos mais adequados e/ou fundamentados quando isso for requerido. (EF69LP28) Observar os mecanismos de modalização adequados aos textos jurídicos, as modalidades deônticas, que se referem ao eixo da conduta (obrigatoriedade/permissibilidade) como, por exemplo: Proibição: "Não se deve fumar em recintos fechados."; Obrigatoriedade: "A vida tem que valer a pena."; Possibilidade: "É permitido a entrada de menores acompanhados de adultos responsáveis", e os mecanismos de modalização adequados aos textos políticos e propositivos, as modalidades apreciativas, emque o locutor exprime um juízo de valor (positivo ou negativo) acerca do que enuncia. Por exemplo: "Que belo discurso!", "Discordo das escolhas de Antônio." "Felizmente, o buraco ainda não causou acidentes mais graves." LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 27 06/08/19 15 :44 1 Língua Portuguesa - 6° ao 9° Ano (Continuação) PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA - Trata-se de ampliar e qualificar a participação dos jovens nas práticas relativas ao estudo e à pesquisa, por meio de: • compreensão dos interesses, atividades e procedimentos que movem as esferas científica, de divulgação científica e escolar; • reconhecimento da importância do domínio dessas práticas para a compreensão do mundo físico e da realidade social, para o prosseguimento dos estudos e para formação para o trabalho; e • desenvolvimento de habilidades e aprendizagens de procedimentos envolvidos na leitura/escuta e produção de textos pertencentes a gêneros relacionados ao estudo, à pesquisa e à divulgação científica. Leitura 28 J Manual do Educador J LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 28 Reconstrução das condições de produção e recepção dos textos e adequação do texto à construção composicional e ao estilo de gênero Relação entre textos Apreciação e réplica Estratégias e procedimentos de leitura Relação do verbal com outras semioses Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão 06/08/19 15 :44 1 HABILIDADES Essas habilidades mais gerais envolvem o domínio contextualizado de gêneros como apresentação oral, palestra, mesa-redonda, debate, artigo de divulgação científica, artigo científico, artigo de opinião, ensaio, reportagem de divulgação científica, texto didático, infográfico, esquemas, relatório, relato (multimidiático) de campo, documentário, cartografia animada, podcasts e vídeos diversos de divulgação científica, que supõem o reconhecimento de sua função social, a análise da forma como se organizam e dos recursos e elementos linguísticos das demais semioses (ou recursos e elementos multimodais) envolvidos na tessitura de textos pertencentes a esses gêneros. Trata-se também de aprender, de forma significativa, na articulação com outras áreas e com os projetos e escolhas pessoais dos jovens, procedimentos de investigação e pesquisa. Para além da leitura/escuta de textos/ produções pertencentes aos gêneros já mencionados, cabe diversificar, em cada ano e ao longo dos anos, os gêneros/produções escolhidos para apresentar e socializar resultados de pesquisa, de forma a contemplar a apresentação oral, gêneros mais típicos dos letramentos da letra e do impresso, gêneros multissemióticos, textos hipermidiáticos, que suponham colaboração, próprios da cultura digital e das culturas juvenis. (EF69LP29) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação científica - texto didático, artigo de divulgação científica, reportagem de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa e digital), esquema, infográfico (estático e animado), relatório, relato multimidiático de campo, podcasts e vídeos variados de divulgação científica etc. - e os aspectos relativos à construção composicional e às marcas linguística características desses gêneros, de forma a ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros. (EF69LP30) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de forma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão. (EF69LP31) Utilizar pistas linguísticas - tais como "em primeiro/segundo/terceiro lugar", "por outro lado", "dito de outro modo", isto é", "por exemplo" - para compreender a hierarquização das proposições, sintetizando o conteúdo dos textos. (EF69LP32) Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas, digitais, orais etc.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, e organizar, esquematicamente, com ajuda do professor, as informações necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de ferramentas digitais, em quadros, tabelas ou gráficos. (EF69LP33) Articular o verbal com os esquemas, infográficos, imagens variadas etc. na (re)construção dos sentidos dos textos de divulgação científica e retextualizar do discursivo para o esquemático - infográfico, esquema, tabela, gráfico, ilustração etc. - e, ao contrário, transformar o conteúdo das tabelas, esquemas, infográficos, ilustrações etc. em texto discursivo, como forma de ampliar as possibilidades de compreensão desses textos e analisar as características das multissemioses e dos gêneros em questão. (EF69LP34) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, produzir marginálias (ou tomar notas em outro suporte), sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro comparativo, esquema, resumo ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise), mapa conceituai, dependendo do que for mais adequado, como forma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de conteúdos e informações e um posicionamento frente aos textos, se esse for o caso. LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 29 06/08/19 15 :44 1 Língua Portuguesa - 6° ao 9° Ano (Continuação) PRÁTICAS DE LINGUAGEM CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA Produção de textos Oralidade Análise linguística/semiótica Análise linguística/semiótica 30 J Manual do Educador J LPemC_ME_9A_2019_Paginas_lniciais.indd 30 OBJETOS DE CONHECIMENTO Consideração das condições de produção de textos de divulgação científica Estratégias de escrita Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição Estratégias de produção Estratégias de produção: planejamento e produção de apresentações orais Estratégias de produção Construção composicional Elementos paralinguísticos e cinésicos Apresentações orais Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais 06/08/19 15 :44 1 HABILIDADES (EF69LP35) Planejar textos de divulgação científica, a partir da elaboração de esquema que considere as pesquisas feitas anteriormente, de notas e sínteses de leituras ou de registros de experimentos ou de estudo de campo, produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigo de divulgação científica, artigo de opinião, reportagem científica, verbete de enciclopédia, verbete de enciclopédia digital colaborativa , infográfico, relatório, relato de experimento científico, relato (multimidiático) de campo, tendo em vista seus contextos de produção, que podem envolver a disponibilização de informações e conhecimentos em circulação em um formato mais acessível para um público específico ou a divulgação de conhecimentos advindos de pesquisas bibliográficas, experimentos científicos e estudos de campo realizados. (EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções composicionais e estilos. (EF69LP37) Produzir roteiros para elaboração de vídeos de diferentes tipos (vlog científico, vídeo-minuto, programa de rádio, podcasts) para divulgação de conhecimentos científicos e resultados de pesquisa, tendo em vista seu contexto de produção, os elementos e a construção composicional dos roteiros. (EF69LP38) Organizar os dados e informações pesquisados
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