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TEMA 3-Consciência socioambiental e sustentabilidade

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01/09/2022 20:23
Consciência socioambiental e sustentabilidade
Consciência socioambiental e sustentabilidade
Prof. Igor Musauer Kessous
Descrição
Definição dos conceitos de consciência socioambiental, sustentabilidade e aplicação de legislação ambiental.
Propósito
O estreitamento do futuro profissional com a legislação que rege a política ambiental brasileira contribui com o entendimento histórico da necessidade de conservação para que compreenda que a conservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável são bases para uma sociedade mais justa, desenvolvida e consciente com as futuras gerações.
Objetivos
Módulo 1
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Políticas e definições de consciência socioambiental e sustentabilidade
Reconhecer políticas internacionais e definições de consciência socioambiental e sustentabilidade.
Módulo 2
Legislação ambiental no Brasil
Identificar aspectos de leis e definições da legislação ambiental brasileira.
Módulo 3
Gestão comunitária do meio ambiente
Reconhecer a importância de cada um na gestão comunitária do meio ambiente.
Provavelmente você já ouviu falar em consciência socioambiental e sustentabilidade. Esses temas vêm sendo muito recorrentes nos veículos de comunicação, principalmente pela urgência de seu
entendimento pela sociedade em face da crise climática que estamos presenciando.
É inequívoco que os seres humanos tiveram — e têm — grande impacto na modificação do planeta Terra, tanto estruturalmente quanto climaticamente. Desde a Pré-História (período anterior a 3.500 a.C.), na ascensão dos humanos, são retratados eventos de colonização de novas regiões e o consequente “rastro” deixado, devido principalmente ao desenvolvimento da agricultura e à caça de animais. Contudo, somente após a Revolução Industrial, iniciada na segunda metade do século XVIII, esses “rastros” evoluíram de forma exponencial, com o crescimento de áreas urbanas e o forte
extrativismo de recursos naturais para fins lucrativos. Em conjunto com o desenvolvimento industrial das cidades, o “dano colateral” da degradação ambiental também ocorreu de forma exponencial, levando à contaminação de águas e solos e à poluição atmosférica. A emissão dos gases de efeito
Introdução
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estufa na atmosfera, como a de CO2 apresentada no gráfico a seguir, foi e vem sendo um dos maiores causadores da crise climática.
Gráfico: Emissão anual de gás carbônico na atmosfera. Extraído de: Our World in Data.org.
Dessa forma, é importante compreendermos que todos nós somos parte do planeta e podemos fazer nossa parte contribuindo para frear as mudanças climáticas. Por isso, a seguir, definiremos os conceitos consciência socioambiental e sustentabilidade, para que você, como cidadão, compreenda e leve adiante estes ensinamentos.
Posteriormente, você conhecerá a legislação ambiental brasileira e seu histórico, assim como a importância dos programas de gestão comunitária do meio ambiente. Avanços importantes foram realizados nas últimas duas décadas quanto à promoção de sustentabilidade e conscientização ambiental por parte da população, no Brasil e no mundo, contudo muito ainda pode ser feito e melhorado.
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Consciência socioambiental e sustentabilidade
1 - Políticas e definições de consciência socioambiental e sustentabilidade
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer políticas internacionais e definições de consciência socioambiental e sustentabilidade.
A consciência socioambiental
O termo “socioambiental” vem da união dos termos “social” e “ambiental”, uma vez que esses elementos e problemas, por vezes, são indissociáveis. Por exemplo, inúmeras doenças podem ser causadas pela falta de saneamento básico em determinadas regiões do Brasil.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de 88% das mortes causadas por diarreia ocorrem por falta de saneamento básico e higiene precária
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(WHO, 2009).
Comunidade em Ilhéus, BA, com esgoto a céu aberto.
Por outro lado, pensando no longo prazo, temos um aumento na frequência de ciclones tropicais atingindo principalmente o Sul dos Estados Unidos nos últimos anos, possivelmente devido ao aumento progressivo da temperatura dos oceanos.
Destruição provocada pela passagem do furacão Florence, nos Estados Unidos.
É fundamental que entendamos os problemas socioambientais não apenas em sua face ecológica, mas também considerando as consequências que podem ser levadas para a sociedade. A questão
socioambiental é diretamente relacionada à desigualdade social. Como retratado acima, são apresentadas diferentes escalas de problemas sociais associados a desordens ambientais. Contudo, efeitos de curto
prazo (como as doenças causadas por falta de saneamento) são sentidos com mais intensidade nas camadas mais pobres da sociedade, seja pela falta de (ou menor) acesso à informação, seja pelos maiores recursos aportados para este fim nas camadas mais ricas.
Saiba mais
A OMS aponta que cerca de um quarto da população mundial não tem acesso a condições básicas de saneamento e cerca de 500 milhões de pessoas defecam ao ar livre (WHO, 2021).
A evolução da cadeia produtiva resultou no desenvolvimento da medicina, da ciência, da tecnologia, da comunicação, entre outros, mas a falta de planejamento causada por essa produção desenfreada levou o
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nosso planeta a uma crise ambiental.
O processo de conscientização individual e coletivo da questão socioambiental representa o primeiro passo no combate dessa problemática.
Nesse contexto, a consciência socioambiental informa à sociedade as consequências do consumo desenfreado e o destino do “lixo” produzido.
O que é sustentabilidade?
A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU) definiu desenvolvimento sustentável como:
[...] o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.
(ONU, 2020)
Em outras palavras, o uso desenfreado de recursos finitos resultará na falta desses recursos — que por vezes são essenciais para a vida humana, como a água, por exemplo — para as gerações futuras, ou seja, um desenvolvimento insustentável.
A sustentabilidade possui três pilares dependentes entre si, nenhum pode existir sem o outro no longo prazo: o ambiental, o social e o econômico.
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Os três pilares da sustentabilidade.
Como alcançar o desenvolvimento sustentável?
O desenvolvimento deve ser planejado tendo em vista os recursos não renováveis (aqueles que são finitos).
É importante ressaltar que não somente nossa sociedade atual depende desse modelo de desenvolvimento, mas também nossas próximas gerações. O desenvolvimento sustentável leva mais em conta a qualidade da produção do que a quantidade, visando à reutilização de produtos e à redução do uso de matérias-primas.
Sendo assim, nos países em desenvolvimento como o Brasil, é importante ter em vista que, para se alcançar maiores patamares de riqueza, não é necessário seguir o sistema adotado pelos países desenvolvidos, o
que seria insustentável para o planeta, mas sim elaborar meios de produções mais sustentáveis.
Metas para um desenvolvimento sustentável
Parase alcançar o desenvolvimento sustentável das nações, é necessário ter metas claras. Nesse sentido, em 2015, os países-membros da ONU adotaram a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, dividida em 17 objetivos (SDGs – Sustainable Development Goals) que entraram em vigor no dia 1° de janeiro de
2016 e devem ser alcançados até 31 de dezembro de 2030.
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Os 17 objetivos globais de desenvolvimento sustentável.
- Erradicação da pobreza: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
Elaborar políticas sólidas para reduzir em pelo menos metade o número de pessoas em pobreza extrema. Além disso, deve-se assegurar a todos o acesso a serviços básicos.
- Fome zero e agricultura sustentável: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
Ampliar a produtividade agrícola de pequenos agricultores, por meio de novos investimentos. Garantir
repartição igualitária dos benefícios provenientes de recursos genéticos e conhecimento tradicional para comunidades locais.
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- Saúde e Bem-Estar: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as
idades.
Diminuir a mortalidade materna e infantil, acabar com epidemias e incentivar o acesso universal a serviços de saúde. Apoiar pesquisas científicas no âmbito da saúde, inclusive no desenvolvimento de vacinas.
- Educação de qualidade: Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
Garantir os ensinos primário e secundário de qualidade para todos. Eliminar a disparidade de gênero na educação e preparar os jovens para empregos na vida adulta. Incentivar a formação de professores por meio de cooperação internacional.
- Igualdade de gênero: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Acabar com qualquer tipo de discriminação de gênero, bem como a violência sofrida pelas mulheres. Assegurar o acesso à propriedade e a participação igualitária das mulheres na política, na economia e na vida pública.
- Água potável e saneamento: Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento
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para todos.
Melhorar a qualidade da água e reduzir a poluição. Incentivar e capacitar países para a promoção do saneamento básico. Proteger os recursos hídricos e incentivar a participação de comunidades locais na gestão das águas.
- Energia limpa e sustentável: Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos.
Incentivar o uso de energia renovável ampliando a infraestrutura e modernizando tecnologias.
- Trabalho decente e crescimento econômico: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho decente para todos.
Reduzir o número de jovens desempregados, erradicar trabalhos forçados ou análogos à escravidão, bem como o trabalho infantil. Assegurar a geração de emprego decente e o empreendedorismo.
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- Indústria, inovação e infraestrutura: Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.
Promover uma indústria sustentável e inclusiva, aumentando participação de países em desenvolvimento e menos desenvolvidos. Incentivar pesquisas científicas para o desenvolvimento tecnológico.
- Redução das desigualdades: Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles. Aumentar a renda dos mais pobres, incentivar a inclusão social independentemente de crenças,
posicionamento político, gênero, raça, cor e idade. Incentivar criação de políticas públicas para se alcançar uma maior igualdade.
- Cidades e comunidades sustentáveis: Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
Dar acesso à habitação, à segurança, ao transporte de forma sustentável a todos. Reduzir número de mortes atribuídas às catástrofes, à violência e à baixa qualidade de água.
- Consumo e produção responsáveis: Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
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Reduzir significantemente o desperdício de comida, a geração de resíduos (mediante reciclagem). Mudar produção e consumo para padrões mais sustentáveis, principalmente em países em desenvolvimento.
- Ação contra a mudança global do clima: Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.
Incentivar políticas e planejamento dos países no combate à crise climática. Incentivar o reforço da capacidade de adaptação a catástrofes climáticas.
- Vida na água: Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
Reduzir drasticamente a poluição marinha recorrente de atividades terrestres. Aumentar regiões de conservação em áreas costeiras, acabar com a pesca ilegal e destrutiva. Incentivar pesquisas científicas oceanográficas.
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- Vida terrestre: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
Promover uso sustentável em florestas e diminuir o desmatamento. Combater a desertificação e promover a restauração de florestas. Aumentar aportes financeiros para a conservação e o uso sustentável de
florestas.
- Paz, justiça e instituições eficazes: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
Reduzir a corrupção e assegurar o Estado de Direito a todos. Acabar com a exploração infantil e reduzir todas as formas de violência.
17 - Parcerias e meios de implementação: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Fortalecer a cooperação internacional para o auxílio a países menos desenvolvidos, bem como incentivar a capacitação em países em desenvolvimento. Ajudar países em desenvolvimento a alcançar a
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sustentabilidade.
Esses objetivos foram elaborados a partir de um conjunto de ideias discutidas por diversas nações em
diversas conferências realizadas ao longo de anos. Contudo, uma delas, realizada no Brasil, foi considerada um dos marcos globais para a sustentabilidade, a Rio-92.
Rio-92: um marco global na consciência socioambiental e sustentabilidade
Também conhecida como Cúpula da Terra ou Eco-92, a Rio-92 ocorreu na cidade do Rio de Janeiro em junho de 1992, cerca de 20 anos após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em
Estocolmo, Suécia, realizada em 1972, na década em que efetivamente se iniciaram as discussões de cunho ambiental.
Logo da Rio-92.
A Rio-92 foi o marco internacional na política ambiental do planeta, uma vez que os países signatários admitiram que era necessário modificar o modelo de desenvolvimento da humanidade para um modo sustentável, tendoem vista o esgotamento de diversos recursos para gerações futuras. Mais de 100 chefes de estado estiveram presentes e se reuniram, número nunca antes visto!
Nessa conferência, os países desenvolvidos se comprometeram a auxiliar os países em desenvolvimento
(como o Brasil) a alcançar um modelo de desenvolvimento sustentável e consumo reduzido, visto que, se os países em desenvolvimento e menos desenvolvidos usassem os mesmos padrões de desenvolvimento dos países desenvolvidos, não haveria recursos suficientes sem que ocorressem graves consequências no meio ambiente. Dessa forma, a Rio-92 resultou na produção dos seguintes documentos:
Agenda 21
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Propôs mudanças em padrões de consumo (principalmente recursos energéticos), a proteção ambiental, o desenvolvimento tecnológico e o combate ao desmatamento, à poluição e à desertificação de forma integrada e participativa. Além disso, aspectos sociais intrínsecos ao desenvolvimento sustentável como o combate à pobreza e às desigualdades. Foi o principal documento da conferência.
Carta da Terra
Estabeleceu princípios acerca da paz mundial, sustentabilidade, democracia, erradicação da pobreza e direitos humanos.
Convenções da Biodiversidade, Desertificação e Mudanças climáticas
Comprometeram-se a reduzir emissões de gases prejudiciais, conservar as espécies e combater a desertificação. Ainda, as nações concordaram que os lucros dos recursos genéticos fossem
repartidos.
Declaração de Princípios sobre Florestas
Determinou a soberania das florestas pelos países, inclusive na minimização de danos ambientais.
Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento
Abordou a proteção do meio ambiente tendo em vista aspectos econômicos.
Embora não tenha estipulado prazos concretos, a Rio-92 teve grande legado na consciência socioambiental do planeta como um todo, principalmente no embasamento de ações concretas nas conferências seguintes
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da ONU e na formulação dos SDGs, discutidos acima.
Vinte anos após a Rio-92, foi realizada a Rio +20, a fim de avaliar o progresso no tempo decorrido e renovar o compromisso ambiental com os países signatários. A erradicação da pobreza e a economia verde foram os principais temas dessa conferência.
Lideranças reunidas durante a Rio+20.
Resumindo
A construção da consciência socioambiental vem de um processo longo e complexo.
É necessário que o indivíduo observe ao seu redor e se sinta parte do ambiente no
qual está incluído. Preservá-lo vai além da conservação de florestas ou biodiversidade, é diretamente relacionado ao futuro da humanidade e de nossos descendentes.
Diversas organizações das esferas públicas e privadas vêm desenvolvendo políticas mais “verdes” devido à pressão de políticas públicas internacionais e nacionais,
entretanto, as ações conservacionistas devem ir além. Para isso, é necessário um
entendimento conciso de consciência socioambiental pela população, e você é parte disso!
Convenção da Diversidade Biológica
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Neste vídeo, o professor Igor Kessous apresenta a Convenção da Diversidade Biológica (CDB), estabelecida durante a Rio-92, e suas três bases principais: a conservação da diversidade, o uso sustentável da
biodiversidade e a repartição equitativa dos benefícios.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Leia atentamente as frases abaixo:
A consciência socioambiental é definida pela consciência exclusiva de chefes de Estado em relação à biodiversidade do planeta.
O desenvolvimento sustentável é o modelo de desenvolvimento no qual não se comprometem as necessidades das gerações futuras.
São os três pilares interdependentes da sustentabilidade: ambiental, social e econômico.
Para se alcançar o desenvolvimento sustentável, é necessário que os países menos desenvolvidos e em desenvolvimento usem os mesmos métodos de
produção dos países desenvolvidos.
A consciência socioambiental informa à população sobre as consequências dos meios de produção e a problemática ambiental associada.
Está correto o que se afirma em
A
I, III e IV.
B
II, III e V.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
As frases I e IV estão incorretas. No primeiro caso (I), o erro se encontra na atribuição da consciência socioambiental apenas aos chefes de Estado e à
biodiversidade, quando na verdade deve ser atribuída à população como um todo e considerar também outros aspectos além da biodiversidade, como o social, o
econômico e o ambiental. No segundo caso (IV), se os países em desenvolvimento e menos desenvolvidos adotassem os meios de produção dos desenvolvidos, isso seria insustentável para o planeta. As demais frases se
encontram corretas (II) de acordo com a definição de sustentabilidade da ONU,
(III) os pilares fundamentais dependentes entre si da sustentabilidade e (V) um viés de definição da consciência socioambiental.
C
III, IV e V.
D
II e III.
E
V apenas.
Questão 2
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU foram adotados em 2015 pelos países signatários como uma chamada universal à ação para acabar com a pobreza, preservar o planeta e garantir que até 2030 todas as pessoas desfrutem de paz e prosperidade. Sendo assim, assinale a alternativa correta em relação a
esses objetivos.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
O objetivo 15 visa “Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos
ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de
biodiversidade.”
A
O objetivo 1 — Erradicação da pobreza — refere-se a acabar com a pobreza em países africanos, visto que são os mais afetados pela fome e falta de saneamento.
B
O objetivo 7 — Energia limpa e acessível — refere-se a incentivar a criação de fontes energéticas oriundas de combustíveis fósseis.
C
O objetivo 6 — Água potável e saneamento — refere-se
exclusivamente ao incentivo dado por países desenvolvidos aos menos desenvolvidos na criação de redes de esgoto.
D
O objetivo 15 — Vida terrestre — refere-se à promoção e ao incentivo para reduzir o desmatamento, recuperar e proteger os ecossistemas terrestres.
E
O objetivo 16 — Paz, justiça e instituições eficazes — refere-se ao incentivo ao armamento da população no combate à violência das grandes cidades.
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2 - Legislação ambiental no Brasil
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar aspectos de leis e definições da legislação ambiental brasileira.
Início das discussões sobre meio ambiente no Brasil
Assim como a comunidade internacional se voltou para o desenvolvimento de políticas ambientais, principalmente do meio para o final do século XX, o Brasil deu início a uma série de leis e resoluções
voltadas para a política ambiental. Nosso país é detentor de uma das maiores biodiversidades do planeta e, além disso, possui profundos problemas relacionados à crise ambiental.
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Em 1981, foi criada a Política Nacional do Meio Ambiente, dando espaço para a formulação e discussão de ideias no âmbito nacional. No entanto, o debate ambiental que embasou este marco na política ambiental brasileira começou um pouco antes. Discutiremos a seguir, de forma resumida, algumas das mais
importantes leis e decretos a respeito do meio ambiente no Brasil.
Legislação anterior à Política Nacional do Meio Ambiente (1981)
Abaixo, listamos as principais leis e decretos criados com enfoque em algum aspecto relacionado ao ambiente antes da lei de 6938/81:
Decreto nº 23.793, de 23 de janeiro de 1934:
Primeiro Código Florestal, estabelecido no governo de Getúlio Vargas. Classifica florestas e regula a exploração destas na premissa de que são bens de comum interesse a todos os
brasileiros.
Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965:
Criação do novo Código Florestal Brasileiro. Definiu que as florestas brasileiras (e todos os tipos de vegetação) são um bem comum a todos os habitantes do Brasil. Definição dos limites mínimos de APPs (Áreas de Preservação Permanente), Reserva Legal e matas ciliares.
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Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967:
Determinou a proteção à fauna silvestre, seus locais de acasalamento e abrigo. Além disso, proibiu a caça (com possibilidade de exceções regionais), utilização, comércio ou
perseguição destes animais.
Lei nº 6.225, de 14 de julho de 1975:
Estabeleceu a proteção dos solos e o combate à erosão em determinadas regiões. Estipulou prazos para tomada de providências por parte dos proprietários das terras.
Decreto de Lei nº 1.413, de 14 de agosto de 1975:
Controle da poluição ambiental frente às atividades industriais. Determinou que indústrias instaladas no Brasil deverão corrigir possíveis danos ambientais causados e, em áreas críticas, instalar equipamentos controladores de poluição.
Lei nº 6.803, de 2 de julho de 1980:
Em continuação do decreto anterior, estabeleceu zoneamento urbano nas áreas críticas de poluição, ou seja, a divisão das cidades em zonas (estritamente industriais,
predominantemente industriais e de uso diversificado) no intuito da preservação da saúde e segurança humana.
Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981:
Criação de Áreas de Proteção Ambiental e Estações ecológicas. Dispôs sobre sanções aplicadas ao não cumprimento ou à violação de regras.
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Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981)
Diferentemente das legislações anteriores, a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, foi mais completa e concisa, sendo considerada um marco na política ambiental brasileira. Essa lei visou, como seu objetivo geral, preservar e recuperar o meio ambiente tendo em vista o desenvolvimento socioeconômico, a dignidade e a segurança nacional.
Dispôs a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) regida pelos seguintes princípios:
- ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
- racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
- planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
- proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
- controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII - recuperação de áreas degradadas;
- proteção de áreas ameaçadas de degradação;
- educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
(LEI Nº 6.938/81)
Objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente
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A Política Nacional do Meio Ambiente tem os seguintes objetivos:
Compatibilizar o desenvolvimento socioeconômico com a preservação ambiental.
Definir áreas prioritárias para a ação governamental.
Estabelecer critérios, normas e padrões de qualidade ambiental.
Apoiar pesquisas no âmbito do uso de recursos ambientais de forma responsável.
Incentivar as tecnologias para manejar, preservar e comunicar sobre o meio ambiente.
Preservar e restaurar recursos ambientais.
Impor ao poluidor/predador o dever de recuperar ou indenizar os danos causados, independentemente de culpa.
A PNMA regulamentou diversas atividades relativas ao uso de recursos ambientais e efetivou o direito de todos a um meio ambiente saudável e equilibrado de acordo com o desenvolvimento econômico e social brasileiro.
Legislação ambiental na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
O artigo 225 da Constituição assegura que todos têm o direito a um meio ambiente equilibrado, contudo possuem também o dever de preservar e defender o meio ambiente para gerações futuras.
Dessa forma, cabe ao Poder Público preservar, restaurar e manejar recursos ecológicos e o patrimônio
genético, definir espaços a serem protegidos, exigir estudos de impacto ambiental em obras causadoras de
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impacto, controlar produção de substâncias que comportem risco à saúde e à vida, incentivar a educação ambiental e proteger a fauna e a flora do país.
O infrator ou a empresa infratora relacionado a prejuízos ambientais é passível de sanções penais e administrativas.
A exploração de recursos minerais por organizações deve ser compensada com recuperação ambiental da área degradada. Além disso, atividades que lesam o meio ambiente levarão os infratores a sanções penais e administrativas.
A criação do Ibama (Lei nº 7.735/89)
Provavelmente você já ouviu falar do Ibama. Como fruto subsequente da PNMA e Constituição, pela Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Renováveis (Ibama) em substituição de outros órgãos e entidades autárquicas. Esse instituto foi proposto como uma autarquia federal com autonomia financeira, legal e administrativa.
O Ibama possui três finalidades básicas:
Agir como polícia ambiental.
Executar ações de licenciamento ambiental e controle da qualidade ambiental, deliberar o uso dos recursos naturais, fiscalizar e monitorar o meio ambiente.
Executar as ações ambientais da União em vigência no momento.
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Regulamento dos agrotóxicos (Lei nº 7.802/89)
Entre outras medidas, a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, dispõe sobre o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos. Estipula que novos agrotóxicos devem ser utilizados somente se forem
previamente registrados e estiverem de acordo com as exigências dos órgãos de saúde federais. Além disso, dispõe sobre os rótulos desses produtos bem como o descarte das embalagens.
Lei dos crimes ambientais (Lei nº 9.605/98)
A Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, dispõe sobre ações penais e administrativas aplicadas a pessoas físicas ou jurídicas que lesaram o meio ambiente. São exemplos dos crimes passíveis de punição de acordo com essa lei:
Crime contra a fauna
São passíveis de punição quem matar, caçar ou utilizar de qualquer forma espécimes da fauna sem permissão de autoridade competente. Tratando-se de espécies ameaçadas de extinção, a
pena é aumentadaem sua metade. Se for oriunda de caça profissional, a pena é aumentada em até três vezes. Além disso, aplica penalidades na inclusão de espécies não nativas no país, no abuso de animais e na pesca em locais proibidos.
Por outro lado, não são considerados crimes quando a caça é realizada para saciar a fome do caçador ou da família, para proteger propriedades de produção agropecuária (de acordo com autoridade competente) e tratando-se de animal nocivo.
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Aplica penalidades a destruidores de florestas de preservação permanente, de mata primária ou secundária, ou ainda em estágios de regeneração. Se o dano afetar espécies ameaçadas, ainda será considerado um agravante. Além disso, são passíveis de pena atos de danificação ou destruição de plantas de ornamentação ou nativas.
Poluição e outros crimes
Poluição que afete a saúde da vida humana, influencie na morte de animais ou danifique
vegetações é passível de punição. Além disso, essa seção dispõe sobre produtos ou substâncias tóxicas, serviços potencialmente poluidores sem regulação ou em desacordo com as normas e disseminação de doenças ou pragas que causem danos à agropecuária, ou ecossistemas.
Crimes contra o ordenamento urbano e patrimônio cultural
Aplicam-se penalidades também em relação à alteração de estruturas e edificações, incluindo-se aquelas de valor ecológico ou paisagístico, sem autorização. Pichações também são passíveis de punição.
Crimes contra a administração ambiental
Se o funcionário público sonegar dados de licenciamentos ambientais ou estudos técnico- científicos, omitir a verdade ou ainda fizer afirmações enganosas, é passível de penalidades. Também são considerados crimes dessa esfera dificultar a fiscalização ambiental do Poder Público e apresentar laudo ou licenciamento falso.
Crime contra a flora
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O novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012)
Quase 50 anos após o último Código Florestal Brasileiro, foi publicada a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, como uma atualização da lei anterior. Veja a seguir os princípios dessa lei, de forma resumida:
- Compromisso com a preservação das florestas e todas as formas de vegetação nativa.
- Reafirmação da função estratégica das atividades agrícola e pecuária na sustentabilidade e no desenvolvimento econômico do país e da população.
- Uso sustentável e proteção de florestas, águas e vegetação.
- Criação de políticas preservacionistas e de restauração da vegetação nativa.
- Incentivo à pesquisa científica para o uso sustentável, a preservação e a recuperação do solo, da água e das florestas.
– Fomento à preservação e à recuperação de florestas e ao desenvolvimento sustentável.
Essa nova lei tramitou na Câmara dos Deputados por mais de 12 anos e envolveu muitas polêmicas, principalmente quanto ao impasse entre os ruralistas e os ambientalistas. Na aprovação desse último
código, estimava-se que cerca de 9 a cada 10 produtores rurais estavam com situação irregular (mais de 80 milhões de hectares) de acordo com o último Código Florestal vigente. Dessa forma, houve uma pressão dos produtores para a flexibilização de medidas adotadas no código anterior, bem como nos limites de matas ciliares e desmatamento que, por outro lado, segundo os próprios produtores, também iria beneficiar pequenos agricultores.
Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL) foram pontos discordantes entre ambientalistas e ruralistas. O novo código propôs a redução pela metade em APPs, como em matas ciliares, por exemplo, para cursos d’água de 5 metros (de 30 metros em 1965 para 15 metros em 2012). Com
relação às RL, o novo regulamento estipulado para a região da Amazônia Legal foi 80% em área de florestas, 35% no cerrado e 20% nos campos gerais. As demais regiões devem preservar 20% de suas matas.
Comentário
A proposta, contudo, não considera a região da Mata Atlântica como prioritária, uma vez que restam apenas 12,4% da floresta inicial e é a região de maior concentração da
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população brasileira (72%), presente em 17 estados da federação.
Além disso, o novo Código Florestal propôs a absolvição de irregularidades em alguns casos. Pequenos produtores, de 20 a 400 hectares, foram excluídos da obrigatoriedade de reflorestamento em regiões
irregulares. Entretanto, a problemática vai de encontro à divisão de latifúndios em lotes menores atribuídos a diferentes membros de uma mesma família, isentando-os de obrigações de reflorestamento.
Protesto de ambientalistas em Brasília contra o novo Código Florestal.
Além da mobilização da bancada ambientalista contra diversas medidas adotadas nesse novo código, houve grande pressão popular contra essas mudanças, o que ocasionou alguns vetos e mudanças
propostas em leis posteriores.
Lei do Patrimônio genético (Lei nº 13.123/2015)
Também conhecida como a Nova Lei da Biodiversidade, a Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015, dispõe sobre o uso científico e de produção da biodiversidade brasileira e seu conhecimento tradicional associado, bem como a repartição de benefícios provindos dessas ações.
Mas o que é patrimônio genético?
O patrimônio genético é caracterizado pela informação genética e substâncias oriundas dos metabolismos da biodiversidade (animais, vegetais, fungos e micróbios). Por outro lado, o conhecimento tradicional é caracterizado por práticas ou informações utilizadas por indígenas, comunidades tradicionais (por exemplo, quilombolas) ou agricultores tradicionais sobre os usos associados à biodiversidade e, consequentemente, ao seu patrimônio genético.
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Um exemplo de uso do patrimônio genético ocorre na produção de cosméticos que usam ingredientes naturais.
O acesso ao patrimônio genético pode resultar na produção de alimentos, medicamentos, fontes de energia renováveis ou até mesmo cosméticos. A biodiversidade é um bem da humanidade e dos países aos quais
pertence.
A valorização dos conhecimentos tradicionais é essencial, e a repartição dos lucros com as comunidades que cedem esse conhecimento é uma forma justa de progresso, tendo em vista a economia de tempo e recursos na idealização de novos produtos.
Saiba mais
Fabricantes do produto oriundo da biodiversidade brasileira ou do conhecimento tradicional associado deverão repartir os benefícios e, para isso, ficou instituído o
Fundo Nacional para a Repartição de Benefícios (FNRB), de forma monetária ou não monetária.
A lei também se aplica para pesquisas científicas, que muitas vezes incluem o envio de materiais biológicos para outros países, como no caso de sequenciamento genético de espécies ou outros procedimentos
biotecnológicos. Para que haja a repartição dos benefícios e o controle das atividades envolvendo o patrimônio genético e conhecimento tradicional, deverão ser cadastrados:
- acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado dentro do País realizado por pessoa natural ou jurídica nacional, pública ou privada;
- acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado por pessoa jurídica sediada no exterior associada à instituição nacional de
pesquisa científica e tecnológica, pública ou privada;
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- acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado realizado no exterior por pessoa natural ou jurídica nacional, pública ou privada;
-remessa de amostra de patrimônio genético para o exterior com a finalidade de acesso, nas hipóteses dos incisos II e III deste caput; e
- envio de amostra que contenha patrimônio genético por pessoa jurídica nacional, pública ou privada, para prestação de serviços no exterior como parte de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico.
(LEI Nº 13.123/2015)
A lei demonstra que a preservação é relacionada ao uso sustentável e não à proibição do uso desses recursos. Sendo assim, essa lei foi importante para regulamentar e fiscalizar esses produtos e essas atividades, garantindo o desenvolvimento sustentável aliado à conservação da biodiversidade. Não é considerado nessa lei o patrimônio genético humano.
Tipos de Unidades de Conservação
Com a palavra, o professor Igor Kessous, que apresenta os tipos de unidades de conservação existentes no Brasil e as suas finalidades.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) foi um dos principais marcos na legislação ambiental brasileira. A lei compilou leis existentes e adicionou novas medidas na preservação e recuperação do ambiente, tendo em vista aspectos de
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desenvolvimento socioeconômico, dignidade e segurança nacional. Leia com atenção as frases a seguir:
Apoiar o desenvolvimento agropecuário do Brasil de forma extrativista.
Promover o desenvolvimento socioeconômico sustentável.
Incentivar os cidadãos para agir como polícia ambiental.
Apoiar pesquisas para o uso de recursos ambientais.
Impor ao poluidor a recuperação ou indenização pelos danos causados.
De acordo com a Lei nº 6.939, de 31 de agosto de 1981, são considerados alguns dos objetivos da PNMA os itens
Parabéns! A alternativa A está correta.
A
II, IV e V.
B
I, II e III.
C
I, IV e V.
D
IV e V.
E
II, III e IV.
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A Lei nº 6.939/1981 estipula sete objetivos da PNMA. Dentre eles, destacamos
três indicados na questão (numeração de acordo com a lei): 1- Compatibilização do desenvolvimento socioeconômico com a preservação ambiental; 4- Apoio de pesquisas no âmbito de uso de recursos ambientais; 7- Imposição ao poluidor da recuperação ou indenização pelos danos causados, referentes aos itens II, IV e V respectivamente. A legislação não objetiva dar o direito a todos os cidadãos de agir como polícia ambiental, nem incentivar qualquer prática extrativista.
Questão 2
De acordo com a Lei do Patrimônio Genético (Lei nº 13.123/2015), assinale a opção que melhor conceitue “patrimônio genético” e “conhecimento tradicional associado”.
A
O patrimônio genético é caracterizado exclusivamente pela informação genética de animais e plantas; o conhecimento
tradicional é caracterizado por práticas oriundas de comunidades tradicionais ou agricultores tradicionais sobre os usos associados à biodiversidade.
B
O patrimônio genético é caracterizado pela informação genética e pelas substâncias oriundas dos metabolismos da biodiversidade; o conhecimento tradicional é caracterizado por práticas oriundas dos indígenas sobre os usos associados à biodiversidade.
C
O patrimônio genético é caracterizado pela informação metabólica
de substâncias oriundas da biodiversidade; o conhecimento
tradicional é caracterizado por práticas oriundas de comunidades
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Parabéns! A alternativa E está correta.
De acordo com a Lei nº 13.123/2015, o patrimônio genético é caracterizado por “informação de origem genética de espécies vegetais, animais, microbianas ou espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo destes seres vivos” e o conhecimento tradicional associado à “informação ou
prática de população indígena, comunidade tradicional ou agricultor tradicional sobre as propriedades ou usos diretos ou indiretos associados ao patrimônio genético”.
tradicionais, indígenas ou agricultores tradicionais sobre os usos associados à biodiversidade.
D
O patrimônio genético é caracterizado pela informação genética de substâncias oriundas da biodiversidade de interesse econômico; o conhecimento tradicional é caracterizado por práticas oriundas de comunidades tradicionais, indígenas ou agricultores tradicionais sobre os usos associados à biodiversidade.
E
O patrimônio genético é caracterizado pela informação genética e pelas substâncias oriundas dos metabolismos da biodiversidade; o conhecimento tradicional é caracterizado por práticas oriundas de comunidades tradicionais, indígenas ou agricultores tradicionais sobre os usos associados à biodiversidade.
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3 - Gestão comunitária do meio ambiente
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância de cada um na gestão comunitária do meio ambiente.
Apresentação
Nos módulos anteriores, discutimos sobre o processo de consciência socioambiental, sustentabilidade e a legislação que rege a política ambiental brasileira. Como somos parte de um país de proporções continentais, é importante a inclusão da sociedade no manejo e na gestão do meio ambiente, uma vez que essa inclusão auxilia no entendimento dos indivíduos como parte daquele ambiente e também facilita o
trabalho de órgãos reguladores no cumprimento das leis estabelecidas. Sendo assim, apresentaremos neste módulo programas de gestão comunitária do meio ambiente, principalmente aqueles promovidos no Brasil pelo Ministério do Meio Ambiente e Organizações Não Governamentais (ONGs).
O que é gestão comunitária do meio
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ambiente?
Este modelo de gestão inclui a participação da comunidade na prestação de serviços e nas decisões sobre o manejo daquele local, juntamente com os órgãos reguladores do meio ambiente. Dessa forma, é possível descentralizar o poder dos órgãos públicos e assegurar a participação da sociedade no desenvolvimento sustentável e na preservação do meio ambiente.
Um dos pré-requisitos fundamentais para alcançar o desenvolvimento sustentável é a ampla participação da opinião pública na tomada de decisões.
(ONU, 1992)
Lembra-se da Agenda 21 mencionada no módulo 1? Na Seção III desse documento, foram estabelecidas medidas necessárias para o fortalecimento de comunidades no desenvolvimento sustentável. Essas medidas tiveram como premissa a ideia de que as pessoas, físicas e jurídicas, devem ter acesso à informação transparente acerca das medidas adotadas por autoridades nacionais, incluindo aquelas que impactam o meio ambiente e a proteção ambiental. Listaremos a seguir a importância de alguns dos
principais grupos no desenvolvimento sustentável local.
A importância das mulheres
Tendo em vista a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher proposta pela ONU, posteriormente também incluída nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a comunidade internacional enfatizou a participação das mulheres no manejo e na conservação de ecossistemas, assegurando o direito da propriedade às mulheres.
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Dessa forma, foi proposto aos governos promover o incentivo a ações inclusivas de mulheres no manejo nacionalde ecossistemas, o aumento da proporção de mulheres em cargos de chefia e principalmente a igualdade entre homens e mulheres em todos os aspectos, nesse caso, que tangem o desenvolvimento econômico socioambiental. Sendo assim, é importante propor atividades, desde a redução de analfabetismo até a diminuição da carga de trabalho de mulheres.
A importância das crianças e dos adolescentes
Considerando que crianças e adolescentes compreendem cerca de um terço da população mundial, é importante a participação destes no manejo comunitário para o sucesso no longo prazo do desenvolvimento sustentável. É importante que a juventude entenda que essas ações influenciam a sua vida atual e o seu futuro, bem como o futuro de toda a comunidade na qual estão inseridos. Assim, os países devem promover o diálogo com esse público, permitindo-lhes o acesso à informação e a participação
efetiva na tomada de decisões.
Além disso, é importante promover o incentivo à educação — principalmente no que engloba a
responsabilidade com o meio ambiente — e a eliminar a violação de direitos humanos de crianças e adolescentes, promovendo atividades de cuidado ambiental que atendam às suas comunidades.
A importância de populações indígenas
Historicamente, todos nós conhecemos a relação das populações indígenas com as florestas e o meio ambiente. Essas comunidades desenvolveram conhecimentos culturais e científicos sobre o uso e o manejo de recursos naturais de suas terras e é necessário que também desfrutem dos benefícios proporcionados.
Nesse sentido, para se alcançar a cooperação dos povos indígenas, é necessário que os governos primeiramente:
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1. Adotem políticas públicas referentes às terras e tradições indígenas.
Reconheçam suas terras e as protejam de quaisquer atividades ambientalmente incorretas.
Reconheçam as tradições culturais e os conhecimentos tradicionais na implementação de manejo ambiental dessas regiões.
Reconheçam a dependência de utilização dos recursos naturais de forma sustentável.
Fortaleçam mecanismos para solução de problemas relacionados ao manejo de terras.
Apoiem meios de produção sustentáveis.
Intensifiquem o intercâmbio de conhecimentos e experiências de manejo sobre o uso das terras e dos recursos naturais.
Comunidade indígena Pataxó.
Além disso, é necessária a participação de comunidades indígenas na criação de políticas públicas de manejo de recursos naturais a nível nacional, regional e local, bem como a avaliação das medidas adotadas anteriormente.
A importância das ONGs
Assim como os órgãos públicos de cada país, as Organizações Não Governamentais possuem papel fundamental na gestão comunitária do meio ambiente. A importância dessas organizações se dá
principalmente pela independência de governos, dando credibilidade e genuinidade em avaliações e planos de manejo. O papel das ONGs é também de fortalecer a comunicação com outras ONGs, órgãos internacionais, populações locais e governos sobre a questão ambiental. Geralmente essas organizações possuem conhecimento especializado para elaboração de desenvolvimento sustentável e saudável das
regiões.
São exemplos de ONGs que atuam na questão ambiental WWF, Greenpeace e SOS Mata Atlântica.
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O navio Rainbow Warrior do Greenpeace viaja pelo mundo combatendo a pesca predatória e ações de empresas e governos que possam prejudicar o meio ambiente.
A importância das autoridades locais
Ponto de recarga para veículos elétricos em ação de incentivo ao consumo sustentável da prefeitura de Cascavel, no Paraná.
O papel das autoridades locais na gestão comunitária é um fator determinante para o cumprimento dos objetivos da Agenda 21 quanto à gestão comunitária. Essas autoridades devem operar e manter a estrutura social, ambiental e econômica, além de supervisionar o planejamento e as ações de políticas ambientais locais. Devem também promover a educação da população a favor de um desenvolvimento sustentável,
propiciando o diálogo entre cidadão, empresas privadas e outras organizações locais.
A importância dos trabalhadores e dos sindicatos
Trabalhadores e seus sindicatos também são fatores essenciais na obtenção do desenvolvimento sustentável, uma vez que estão diretamente ligados a mudanças nos ramos industriais, totalmente conectados à proteção do meio ambiente e desenvolvimento socioeconômico. Sendo assim, devem contribuir para uma cooperação em conjunto com governos e patrões na busca do desenvolvimento sustentável.
A importância do comércio e da indústria
O comércio e a indústria desempenham um papel fundamental no desenvolvimento econômico de um país.
Além disso, são fundamentais na redução do impacto ambiental sobre o uso de recursos, mediante uma produção limpa e mais eficiente. Sendo assim, essas empresas devem considerar o manejo ambiental
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como uma de suas maiores prioridades em conjunto com seu desenvolvimento e de sua região. Dessa forma, a Agenda 21 propôs bases para a ação de uma produção mais limpa, sustentável e responsável.
A indústria e o comércio devem adotar medidas que promovam boas práticas ambientais, promover
políticas de produção mais limpa, considerando também sua influência sobre consumidores e fornecedores.
A importância da comunidade científica e tecnológica
O papel principal da comunidade científica se refere ao fomento intelectual de propostas e avaliações sobre o meio ambiente e desenvolvimento sustentável, fornecendo ao Estado e à população esses dados. Cabe à comunidade cientifica e tecnológica a melhora na comunicação e na cooperação, facilitando o uso apropriado dos dados e conhecimentos gerados. Os cientistas devem ser independentes de interesses
econômicos, de modo que não possuam restrições na divulgação dos dados, mesmo que estes influenciem na imagem e reputação de empresas e governos.
Desse modo, os órgãos competentes e a comunidade científica e tecnológica devem interagir mutuamente e propor novas estratégias de desenvolvimento baseadas no conhecimento gerado. Cabe aos órgãos
públicos proporcionar estrutura e fomento a essas pesquisas e, ao mesmo tempo, cabe à comunidade cientifica e tecnológica estabelecer soluções. Esse diálogo auxiliará a comunidade científica e tecnológica a definir prioridades de pesquisa e propor medidas para soluções construtivas.
A importância dos agricultores
Uma vez que a agricultura engloba grande parte da superfície terrestre (cerca de um terço), é importante a participação efetiva de grandes e pequenos agricultores na gestão comunitária. Devido ao aumento da demanda da população mundial, a agricultura cresceu de forma exponencial, tornando-se por vezes um
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problema ambiental, principalmente quanto ao uso de recursos naturais não renováveis e desmatamento. Dessa forma, é necessário que agricultores prezem por uma agricultura sustentável.
Devem ser estimuladas práticas tecnológicas de desenvolvimento sustentável para pequenos e grandes agricultores, que incluam a redução do uso de insumos e energia, além de promover a participação de agricultores na implementação de políticas ambientais, tendo em vista o desenvolvimento não só de sua lavoura, mas também o desenvolvimento ambiental, social e econômico da população e da região onde se encontram.
Exemplos de programas de gestão comunitária
Os programas de gestão comunitária podem e devem ser aplicados em todas as regiões do Brasil. Contudo, nos últimos anos, a região amazônica tem sidoo foco desse tipo de gestão, principalmente pela sua
importância internacional e pela grande presença de povos indígenas. Nesse sentido, o governo brasileiro propôs o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), visando à criação e manutenção de Unidades de Conservação (UCs) no longo prazo (2002-2039).
Saiba mais
Dentre os objetivos do ARPA, destaca-se a conservação da biodiversidade e
ecossistemas de forma interativa com as comunidades locais, a fim de alcançar um desenvolvimento sustentável participativo, financeiramente independente e descentralizado.
Um documento publicado em 2018 pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) apresentou alguns resultados referentes a diferentes objetivos de gestão comunitária:
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Consciência socioambiental e sustentabilidade
Em UCs dos estados Pará — inclusive na Reserva Extrativista do Xingu —, Tocantins, Acre, Roraima e Maranhão, foram promovidas ações de gestão territorial, a partir da troca de saberes entre
extrativistas e indígenas, da vigilância e proteção dos entornos de UCs e terras indígenas e da implementação de atividades sustentáveis.
Conservação e manejo de recursos naturais
Em UCs do Amazonas e do Amapá foram realizadas ações de conservação e monitoramento de quelônios (grupo das tartarugas) e jacarés, manejo do pirarucu (incentivando meios de renda alternativa) e gestão participativa da pesca.
Fortalecimento da organização comunitária
Em UCs de Roraima, do Amazonas, do Pará e do Acre foram realizados projetos de capacitação das comunidades locais para uso sustentável de recursos naturais e de incentivo da visitação em parques nacionais, bem como planos de fortalecimento das comunidades e iniciativas de vigilância, organização comunitária e educação ambiental.
Produção agroecológica
Em UCs do Acre, do Amazonas e de Mato Grosso foram realizados projetos de promoção de conhecimentos científicos e técnicos para o fortalecimento de culturas (como o cacau nativo), assim como projetos acerca da energia elétrica fotovoltaica — para conservação de produtos
perecíveis —, da prevenção de impactos sociais e ambientais e do desenvolvimento de atividades sustentáveis com ribeirinhos.
Gestão integrada de unidades de conservação e terras indígenas
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Consciência socioambiental e sustentabilidade
Em UCs do Amazonas e do Acre, foram desenvolvidos projetos de capacitação e fortalecimento de jovens lideranças, de forma protagonista, bem como projetos de gestão participativa por meio de ações práticas em suas comunidades.
Assim como o Arpa, outras iniciativas de gestão comunitária do meio ambiente estão apenas no começo, contudo, importantes resultados relativos ao manejo de recursos naturais e ao desenvolvimento sustentável já são observados. Para a continuidade e o aprimoramento dessas medidas, são necessários maiores
aportes de fundos para esses tipos de projeto, mediante editais dos governos e da comunidade internacional. Além disso, é importante estreitar o conhecimento acadêmico e as ações conservacionistas de forma a alcançar resultados mais consistentes e rápidos na conservação das florestas brasileiras e no desenvolvimento de suas comunidades associadas.
Agroecologia - Plantar Água
Agora, o professor Igor Kessous apresenta a agroecologia e explica como esse modelo de produção pode contribuir para a preservação do meio ambiente e de recursos naturais.
Formação e capacitação de lideranças
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Consciência socioambiental e sustentabilidade
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A gestão comunitária do meio ambiente visa, entre outros aspectos, à integração de governos, entidades e comunidades na gestão ambiental de determinado local. Sendo assim, é necessário que cada membro da comunidade entenda seu papel e contribua para o desenvolvimento sustentável. Assinale a alternativa correta a
respeito da importância dos indígenas na gestão comunitária do meio ambiente.
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A
Os povos indígenas desenvolveram através de gerações conhecimentos científicos e culturais sobre uso e manejo de suas terras. Dessa forma, por meio do intercâmbio de conhecimento,
também cooperam na criação de políticas públicas de manejo de recursos naturais e desenvolvimento sustentável.
B
Os povos indígenas têm grande importância principalmente por controlar a economia dessas regiões. Por isso, devem participar promovendo investimentos em políticas públicas de manejo de recursos naturais e desenvolvimento sustentável.
C
Os povos indígenas desenvolveram ao longo das gerações
tecnologias agrícolas necessárias para um desenvolvimento mais sustentável de suas terras. Dessa forma, devem ceder esses conhecimentos tecnológicos para o desenvolvimento de políticas públicas de manejo nesse âmbito.
D
Os povos indígenas foram muito prejudicados desde a colonização do Brasil. Dessa forma, é essencial que participem na gestão de suas terras remanescentes como forma de indenização histórico- cultural.
E
Os povos indígenas, por conhecerem as florestas, devem se aliar às ONGs, auxiliando-as a promover políticas públicas de meio ambiente a nível internacional.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
Os conhecimentos científicos e culturais dos povos indígenas foram desenvolvidos por gerações nas florestas brasileiras, contudo, ao longo do tempo, muitas dessas informações se mantiveram exclusivas desses povos. A partir do compartilhamento, essas informações, somadas a outros conhecimentos científicos, auxiliam na formulação de políticas públicas voltadas à conservação das terras.
Questão 2
A independência de órgãos públicos na avaliação de propostas de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável é essencial para a gestão comunitária do meio ambiente. Esse é um aspecto de suma importância
A
das mulheres.
B
das ONGs.
C
das empresas e indústrias.
D
dos agricultores.
E
dos indígenas e ribeirinhos.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
Considerações finais
Como vimos, o processo de consciência socioambiental é complexo e engloba diferentes esferas. A consciência socioambiental global foi o gatilho do desenvolvimento de políticas a níveis locais e nacionais para se alcançar a sustentabilidade.
Aprendemos sobre o desenvolvimento do pensamento conservacionista diante da crise climática que
estamos presenciando (e iremos presenciar). O processo de conscientização é a primeira etapa para se alcançar o desenvolvimento sustentável, prezando também pela capacidade de desenvolvimento das
futuras gerações. Para isso, os países signatários da ONU, após diversas conferências e reuniões ocorridas na segunda metade do século XX, como a Rio-92, propuseram alguns objetivos no intuito de se alcançar
esse modelo de desenvolvimento, pensando no bem-estar econômico, social e ambiental da sociedade.
Como vimos, a partir das discussões internacionais sobre a crise climática, o Brasil elaborou leis referentes ao manejo de recursos naturais e à proteção das florestas, de outros ecossistemas e da biodiversidade associada, abordando poluição, crimes ambientais, entre outros. O marco da legislação ambiental brasileira foi a Política Nacional do Meio ambiente, que englobou leis anteriores e embasou leis e medidas posteriores sobre a questão ambiental.
Finalmente,vimos que para alcançar o desenvolvimento sustentável é importante implantarmos um modelo de gestão participativa do meio ambiente, ou seja, uma gestão em que diversas esferas da sociedade
estejam envolvidas e tenham voz na ação e elaboração de medidas, trabalhando de forma cooperativa. Esse tipo de gestão ainda é importante para a descentralização do poder e do domínio das leis pelos órgãos
públicos, tornando as políticas mais justas e efetivas para toda a comunidade envolvida.
O Brasil e o mundo caminham no sentido do refinamento de propostas e medidas para o desejado desenvolvimento sustentável. Muito já foi feito, mas ainda há muito o que fazer!
É essencial que as ONGs possuam independência e autonomia, para assim compor a gestão comunitária do meio ambiente. Entretanto, é essencial a cooperação dessas organizações com demais ONGs, com órgãos internacionais, populações e governos na ação e formulação de políticas públicas ambientais.
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Podcast
Neste podcast, o especialista irá demonstrar que, mesmo após a elaboração de leis importantes sobre a conservação do meio ambiente, os órgãos reguladores vêm perdendo força. Esse aspecto envolve questões políticas, sociais e econômicas.
Referências
BRASIL. Câmara dos Deputados. Legislação brasileira sobre meio ambiente. 2. ed. Brasília, DF: Edições câmara, 2010.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Fortalecimento comunitário em unidade de conservação: desafios, avanços e lições aprendidas no Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA). Brasília, DF: MMA, 2018.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. ONU. Agenda 21. 1992. Consultado na internet em: 17 set. 2021.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. ONU. A ONU e o meio ambiente. 16 set. 2020. Consultado na internet em: 18 set. 2021.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. ONU. Sobre o nosso trabalho para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil. Consultado na internet em: 18 set. 2021.
SOS MATA ATLÂNTICA. Mata Atlântica. Consultado na internet em: 18 set. 2021.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO. Progress on household drinking water, sanitation and hygiene 2000-2020: five years into the SDGs. 2021.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO. The United Nations Children’s Fund. Diarrhoea: Why children are still
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Consciência socioambiental e sustentabilidade
dying and what can be done. 2009.
WWF-BRASIL. O que é desenvolvimento sustentável? WWF-Brasil. Consultado na internet em: 20 set. 2021.
Explore +
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto:
Assista ao vídeo sobre a Rio-92, disponível no YouTube: A Cúpula da Terra - Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992).
Leia na íntegra o documento Fortalecimento comunitário em unidade de conservação: desafios, avanços e lições aprendidas no Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), publicado pelo Ministério do Meio Ambiente e disponível no portal do ICMBio.
Veja no texto de Carolina Cunha, publicado no portal UOL, a relação do meio ambiente com pandemias, como no caso do Coronavírus: Coronavírus - Qual é a relação entre o meio ambiente e pandemias de vírus.
Acesse o portal das Nações Unidas no Brasil, no qual você encontra os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável na íntegra. Leia cada um para compreender melhor o que foi discutido neste estudo.
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