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Principios de Direito

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CATARINA - UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SOCIOECONÔMICAS - ESAG
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO EMPRESARIAL
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO - 1º TERMO NOTURNO
KESSY HIRTZ DELAZARI
ATIVIDADE DOMICILIAR INDIVIDUAL
FLORIANÓPOLIS
2022
SUMÁRIO
1. PESSOA JURÍDICA: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
2. BENS: CONCEITO E APLICAÇÃO
3. FATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS: CONCEITO, ELEMENTOS,
CLASSIFICAÇÃO, DEFEITOS E NULIDADE
4. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
5. CONCEITOS E FUNDAMENTOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
6. PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
7. PROCESSO ADMINISTRATIVO
8. LICITAÇÕES
9. NOÇÕES GERAIS DE DIREITO CIVIL
10. REFERÊNCIAS
1. PESSOA JURÍDICA: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
O conceito de pessoa jurídica teve início com o Direito Romano com a distinção entre
os institutos de direito público e direito privado, porém foi reconhecida em 1917 pelo código
de direito canônico. Dessa forma, pela Igreja passou-se a reconhecer como pessoa jurídica as
unidades corporativas e patrimoniais.
Para podermos entender o que é Pessoa Jurídica, primeiro é necessário conceituar o
que é “pessoa” e o que é “sujeito de direito” para o direito, desse modo “pessoa” para o
direito é um ente físico passível de direitos e obrigações e “sujeito de direito” é quem
participa da relação jurídica sendo titular de direitos e deveres, além disso o direito ao definir
sujeito de direito engloba nessa expressão não apenas pessoas físicas, mas empresas,
associações e ONGs.
Essas entidades abstratas passaram-se a definir também como sujeito de direito e
ganharam personalidade. Assim, o direito passou a entender como pessoa jurídica como um
conjunto de pessoas ou bens, dotados de personalidade jurídica própria e constituído na forma
da lei. Porém, para termos uma pessoa jurídica é necessário ter uma organização de pessoas
ou bens, liceidade de propósitos ou fins e capacidade jurídica reconhecida por norma.
As Pessoas Jurídicas são classificadas de três formas, pela nacionalidade, pela
estrutura interna e pela função.
● Nacionalidade:
○ Nacional: quando a organização é conforme a lei brasileira
○ Estrangeira: a qual não pode atuar no país sem autorização do Poder
Executivo, mediante a isto poderá se nacionalizar e transferir sua sede
para o Brasil
● Estrutura interna: são consideradas universitas personarum quando forem uma
associação de pessoas, atenderem aos fins e interesses dos sócios e universitas
bonorum quando forem formadas por um patrimônio e satisfazerem aos fins e
interesses do fundador.
● Função:
○ Pessoa Jurídica de Direito Público Interno: dividem-se em entes de
administração direta (União dos Estados, DF, Municípios),
administração indireta (INSS) e das demais entidades criadas por lei
(fundação pública).
○ Pessoa Jurídica de Direito Público Externo: são os Estados estrangeiros
e pessoas que são regidas pelo direito internacional público. Exemplos:
ONU, Mercosul, UNESCO
○ Pessoa Jurídica de Direito Privado: basicamente são todas as
associações instituídas por iniciativa de particulares. São divididas em
duas categorias: estatais (capital teve contribuição do poder público -
sociedade de economia mista ou empresas públicas) e particulares
(capital com recursos próprios). No caso das particulares, elas podem
aparecer de 6 formas diferentes: fundação, associação, cooperativa,
sociedade, organização religiosa, partidos políticos e as empresas
individuais de responsabilidade limitada.
2. BENS: CONCEITO E APLICAÇÃO
No direito, bens são valores materiais ou imateriais que têm valor econômico e são
suscetíveis a apropriação sendo possíveis servirem de objeto em uma relação jurídica. A
classificação dos bens tem o objetivo de facilitar a interpretação dos operadores do direito,
abaixo será descrito a classificação dos bens:
I. Bens Móveis e Imóveis (Código Civil - Seção I e II):
A. São bens imóveis aqueles que não podem ser movidos sem serem
destruídos e perderem suas características. Exemplo: casa. Os bens
imóveis tem uma subclassificação:
1. Por acessão física, industrial ou artificial - bens incorporados
diretamente no solo. Ex: construções
2. Por natureza ou por essência - imóveis por natureza. Exemplo:
espaço aéreo
3. Por disposição legal - determinados imóveis por ordenamento
jurídico. Ex: direito à sucessão aberta
B. São bens móveis aqueles que possuem movimento próprio e que podem
sofrer remoção sem que alterem suas características essenciais, como
por exemplo, os eletrodomésticos Este tipo de bem também possui
subclassificações:
1. Por antecipação: tornam-se móveis por uma força alheia. Ex:
plantação que é retirada do solo (colheita)
2. Por natureza: bens que se movem por conta própria. Ex:
animais
3. Por determinação legal: classificados pelo ordenamento jurídico
como móveis. Ex: energia elétrica
Um fato interessante é que aeronaves e navios são considerados bens imóveis pelo
ordenamento jurídico, apesar de serem móveis.
II. Bens Fungíveis e Infungíveis (Código Civil - Seção III)
A. De acordo com o Art 85 do Código Civil, são bens fungíveis aqueles
que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e
quantidade. Exemplo: dinheiro.
B. Já os bens infungíveis não podem ser substituídos por serem distintos
dos demais. Exemplo: carro
III. Bens Consumíveis e Inconsumíveis (Código Civil - Seção III)
A. São bens consumíveis que estão suscetíveis a destruição imediata da
própria substância como o dinheiro, alimentos. Já os bens
inconsumíveis são aqueles possíveis de serem reiterados após os usos
como roupas, por exemplo.
B. Um bem pode ter duas variações: um livro pode ser consumível para a
livraria que o vendê-lo, mas inconsumível por quem o compra porque
poderá lê-lo diversas vezes
IV. Bens Divisíveis e Indivisíveis (Código Civil - Seção IV)
A. Essa classificação refere-se a divisibilidade do bem, ou seja, é a
possibilidade o bem ser repartido sem alterar suas características,
diminuir seu valor ou ter prejuízo do uso.
B. De acordo com o Art. 87 do CC são bens divisíveis aqueles que podem
fracionar sem alteração na substância, diminuição considerável de
valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
C. Os bens que são naturalmente divisíveis podem se tornar indivisíveis
pelo ordenamento jurídico ou por vontade das partes.
V. Bens Singulares e Bens Coletivos (Código Civil - Seção V)
A. Essa classificação refere-se a individualidade do bem. De acordo com o
Art. 89 do CC são bens singulares aqueles que, embora reunidos,
consideram-se de per si, independente dos demais. Já os bens coletivos,
são formados por vários bens singulares que juntos transformam-se em
um conjunto. Podem ser coletivos por universalidade de fato, ou seja,
pertencentes a uma única pessoa (ligados pela vontade humana) e,
ainda, por universalidade jurídica, que refere-se a um complexo de
relações jurídicas de uma pessoa (ligados pela norma).
B. Exemplos de universalidade de fato: biblioteca e plantação e exemplos
de universalidade jurídica: herança e massa falida.
VI. Bens Reciprocamente Considerados (Código Civil - Capítulo II)
A. São aqueles que possuem relação com outros bens. Dessa forma, possui
o bem principal que existe por si e o bem acessório que depende da
existência do principal. Ex: o fruto (acessório) em relação à árvore
(principal).
B. Os bens acessórios possuem subclassificações: frutos, produtos,
benfeitorias, pertenças e partes integrantes.
VII. Bens Públicos (Código Civil - Capítulo III)
A. Conforme o Art. 98 do Código Civil são os bens de domínio nacional
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno, sendo todos
os demais bens particulares. Há exceções para bens pertencentes a
pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de
serviços públicos, esses são considerados bens públicos.
B. Os bens públicos possuem algumas características especiais, como:
inalienabilidade - não podem ser vendidos, exceto os bens dominicais;
impenhorabilidade - o bempúblico é impenhorável;
imprescritibilidade - os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
C. Classificação dos bens públicos se dá de acordo com a destinação:
1. Uso comum: uso comum de todos, sem benefício de um grupo
específico. Ex: ruas, praças.
2. Uso especial: destinados a necessidade pública. Ex: terrenos
destinados a serviço da administração pública.
3. Uso dominicais: patrimônio disponível. Ex: prédio desativado.
3. FATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS: CONCEITO, ELEMENTOS,
CLASSIFICAÇÃO, DEFEITOS E NULIDADE
4. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
A prescrição é quando se perde o direito de postular o direito que tinha porque
prescreveu, em outras palavras, é não poder reclamar judicialmente apenas
administrativamente porque perdeu o prazo. Um exemplo prático: uma pessoa X deve a outra
Y, mas a pretensão de cobrar a dívida está prescrita judicialmente. Então Y não pode entrar
com uma ação cobrando X, mas nada impede ele de ir diretamente a X tentar satisfazer o
débito.
E, a decadência é quando perde-se o próprio direito, ou seja, não se pode fazer mais
nada tanto judicialmente quanto administrativamente. Um exemplo prático: Uma pessoa X
comprou uma geladeira na loja “Tem de Tudo”, porém ao chegar em casa percebeu que a
geladeira tinha um defeito só que não foi trocar logo em seguida e deixou o prazo de 30 dias
para trocar passar. Ao chegar na loja nada podia ser feito, pois o prazo decaiu.
5. DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
O direito administrativo é um ramo do Direito Público que pode ser compreendido
como o conjunto de normas e princípios jurídicos que regem a atividade administrativa, as
entidades, os órgãos e agentes públicos, que atuam com o objetivo de atender as necessidades
da coletividade. No entanto, o direito administrativo pode ser entendido através de duas
ópticas: subjetiva e objetiva.
Segundo a ótica subjetiva, o direito administrativo pode ser entendido como um
conjunto de normas que regem as relações internas da Administração Pública e as relações
externas que são travadas entre ela e os administrados. Neste conceito, o sujeito ganha
destaque.
Já pelo olhar objetivo, o Direito Administrativo é o conjunto de normas que
regulamentam e regulam a atividade da Administração Pública de atendimento ao interesse
público. Aqui o destaque está na atividade ou, ainda, no objeto.
6. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
De acordo com o Artigo 37º da CRFB, “a administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. Esses
princípios servem para entender as bases que estruturam o ente público e são conhecidos
como LIMPE.
I. Princípio da Legalidade - cumprimento da lei
A. Administração pública só pode ser exercida se estiver de acordo com as
leis
B. Estipula limites das ações administrativas
C. Numa analogia ao que rege para o indivíduo que não será obrigado a
fazer ou deixar de fazer coisa senão em virtude de lei (art. 5º), para a
administração pública é o contrário, só é permitido o previsto em lei
II. Princípio da Impessoalidade - tratamento igualitário
A. A administração pública deve tratar todos os cidadãos (ãs) de forma
igualitária e sem discriminações.
B. Esse princípio explica a existência de concurso público para o ingresso
em cargos e funções administrativas, pois através deles assegura-se a
impessoalidade e a igualdade aos concorrentes
C. Reforça o art. 5 da constituição de que todos são iguais perante a lei,
mas dentro da administração pública
III. Princípio da Moralidade - seguindo os princípios éticos estabelecidos por
lei
A. Prevê que as decisões e atos dos agentes sejam feitos não só pela lei,
mas também por princípios morais que estão pautados nas normas
jurídicas (honestidade, boa fé, lealdade e probidade)
B. Objetivo: manter a ética do agente administrativo
IV. Princípio da Publicidade - a prestação de contas à população
A. Relacionado com as garantias básicas, pois todas as pessoas têm direito
a receber informações sobre os seus interesses especiais, coletivos ou
gerais
B. Visa a transparência na administração pública, evitar ocultamento de
informações e garantir a disponibilização de dados e informações com
o objetivo de prestar contas à sociedade
V. Princípio da Eficiência - boa gestão dos recursos e serviços públicos
A. Boa administração sem ferir o princípio da legalidade
B. É dever do servidor público oferecer o melhor serviço possível
C. A administração pública deve respeitar os princípios administrativo
Por fim, o LIMPE serve para que a administração pública (federal, estadual ou
municipal) atue de acordo com as leis brasileiras, respeitando os interesses públicos e da
sociedade para garantir uma boa gestão.
7. PROCESSO ADMINISTRATIVO
O processo administrativo consiste na sequência de atividades realizadas pela
Administração Pública com o objetivo final de dar efeito a algo previsto em lei. O processo
administrativo é regido pela lei nº 9.784/99, chamada Lei de Processo Administrativo. A
importância do processo administrativo é de que se não existisse, as ações do poder público
não seriam padronizadas, a atuação dos órgãos seria confusa, arbitrária e a sociedade não teria
conhecimento de como o poder público opera.
7.1 Etapas do Processo Administrativo
As fases do processo administrativo tem como objetivo propiciar uma decisão justa os
atos, fatos, situações ou direitos perante determinado órgão. As etapas do processo
administrativo são 5: instauração, instrução, defesa, relatório e julgamento.
I. Instauração
II. Instrução
III. Defesa
IV. Relatório
V. Julgamento

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