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ESTADO DE MATO GROSSO DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO ESCOLA PÚBLICA DE TRÂNSITO ANO - 2022 Governador do Estado Mauro Mendes Ferreira Presidente do DETRAN Gustavo Reis Lobo de Vasconcelos Gerente da Escola Pública de Trânsito Renata Neves T. de Barros Freitas Equipe Técnica - Analistas do Serviço de Trânsito Ana Lúcia de Almeida Ederson Aparecido Aires Carlini Elbes Evangelista da Silva Juliana Silva do Carmo Leila Peres de Castro Marlon Santos de Souza Selba Elisa Badotti Elaboração Ana Lúcia de Almeida Estagiário Lucas Olsson Cerqueira – Acadêmico de Engª da Computação - UNIC Pablo Borges Paz - Acadêmico de Cinema e Audiovisual - UFMT © EPT-MT, 2022 Gerência da Escola Pública de Trânsito de Mato Grosso Av. Dr. Hélio Ribeiro, 1000 - Res. Paiaguás, Cuiabá - MT, 78000-000 http://escola.detran.mt.gov.br/. É proibida a reprodução, mesmo que parcial por qualquer processo eletrônico, reprográfico etc, sem autorização expressa da EPT DETRAN. Lei 9610/98 SUMÁRIO SUMÁRIO-3 CARTA AO CURSISTA-5 UNIDADE I - Direção defensiva e educação no trânsito-6 Seção 1. Educação no trânsito: conceitos e elementos da direção defensiva-6 Seção 2. Fator Humano: imprudência, imperícia e negligência-8 Seção 3. Riscos, perigos e acidentes-9 UNIDADE II - CONVIVIO SOCIAL NO TRÂNSITO-10 SEÇÃO 1. Tipo de comportamento humano no trânsito: fúria-10 Seção 2. Ética x moral (Desengajamento)-11 UNIDADE III - SEGURANÇA NO TRÂNSITO-14 Seção 1. Equipamentos de segurança do condutor motociclista-14 Seção 2. Veículos-16 Seção 3. Primeiros atendimentos em acidentes de trânsito-17 UNIDADE IV - O CONDUTOR-20 Seção 1. Condições de condutor-20 Seção 2. Postura do condutor-21 Seção 3. Atenção e concentração-24 UNIDADE V. CONDIÇÕES DE TRÂNSITO-26 Seção 1. Importância de Sinalização no trânsito-26 Seção 1.1. Sinalização Vertical-27 Seção 1.2. Sinalização Horizontal-31 Seção 1.3. Dispositivos de sinalização auxiliares-38 Seção 1.4. Dispositivos luminosos-41 Seção 1.5. Gestos do agente de trânsito e do condutor-44 Seção 2. Velocidade-46 Seção 3. Curvas-50 Seção 4. Declives (decida) e Aclives (subida)-50 Seção 5. Ultrapassagens-51 Seção 6. Estreitamento de pista, pontes e desmoronamentos-52 Seção 7. Acostamento-52 Seção 8. Condições de pista-52 Seção 9. Pista escorregadia-53 Seção 10. Passeios e Calçadas-53 Seção 11. Vegetação e árvores-53 É proibida a reprodução, mesmo que parcial por qualquer processo eletrônico, reprográfico etc, sem autorização expressa da EPT DETRAN. Lei 9610/98 Seção 12. Cruzamento-54 Seção 13. Hora do rush-54 UNIDADE - VI Adversidades Ambientais-55 Seção 1. Chuva-56 Seção 2. Aquaplanagem-57 Seção 3. Neblina-57 Seção 4. Vento-58 Seção 5. Fumaça-58 Condições Adversas da iluminação-58 Seção 6. Poluições-61 Seção 7. Desenvolvimento urbano-65 UNIDADE VII - Prevenção de acidentes-66 Seção 1. Tipos de colisões-66 Seção 2. Medidas preventivas-77 Seção 3. Observações gerais de segurança no trânsito-77 PALAVRAS FINAIS-78 REFERÊNCIAS-79 ANEXO I - Sinalização de Regulamentação-80 ANEXO II - Sinalização de Advertência-82 5 CARTA AO CURSISTA Caro (a) estudante: Seja bem-vindo ao curso de Direção Defensiva. É uma alegria imensa tê-lo conosco nesta jornada de conhecimento sobre segurança de trânsito. O Curso tem o objetivo de oportunizar aos condutores já habilitados condições para a prática da direção segura no trânsito e, para tanto, está organizado em sete unidades. A Unidade I traz conceitos e elementos da direção defensiva. Visa ajudar você, condutor, a identificar as habilidades (elementos) que necessita desenvolver para praticar a direção segura. Na Unidade II, o objetivo é possibilitar a compreensão dos conceitos de ética, moral e comportamento humano no trânsito para que, ao identificar sentimentos, atitudes e comportamentos inadequados, você seja capaz de adotar posturas corretas, abandonando comportamentos antiéticos e imorais durante o ato de dirigir. A Unidade III destaca a necessidade de se conhecer os equipamentos de segurança indispensáveis para a condução de veículos. Não deixe de estudar e se aprofundar nos conhecimentos aqui apresentados, pois, correta manutenção do veículo e dos equipamentos são imprescindíveis. A Unidade IV traz informações atinentes ao condutor, com apresentação de figuras que ilustram a postura correta ao volante, de forma a auxiliá-lo a identificar a necessidade de adotar novos comportamentos no trânsito. Na Unidade V, que enfoca as condições de trânsito, serão apresentadas algumas complicações que podem surgir durante a condução de veículos automotores. A unidade VI atém-se às adversidades ambientais, enfatizando a importância de redobrar os cuidados e a atenção no trânsito. Na Unidade VII, a prevenção de acidentes é o tema central. Enfatiza, também, os principais tipos de colisão e suas características. A proposta do curso é disponibilizar a você conhecimentos que o levem a refletir sobre sua prática na direção de veículos, de forma que seja capaz de compreender a sua importância na construção do trânsito seguro; identificar os vários aspectos que envolvem a direção defensiva; perceber a necessidade de adotar comportamentos e práticas de direção defensiva. Bons Estudos! 6 UNIDADE I - Direção defensiva e educação no trânsito Seção 1. Educação no trânsito: conceitos e elementos da direção defensiva De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, Art. 1º, § 1º, trânsito é definido como “a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga”. Transitar é uma necessidade humana onde ora somos condutores, ora pedestres ou passageiros. Por isso, existe uma complexidade de fatores relacionados ao trânsito. Por isso, raramente, um acidente tem uma única origem, sendo, geralmente, decorrente da soma de vários fatores. Nesse cenário, a educação surge com o objetivo de facilitar a convivência social entre os diversos grupos de usuários do trânsito. Ao observar a realidade brasileira, é possível identificar muitas negligências quanto aos limites impostos pela legislação de trânsito, desrespeito, provocações, demonstrações de superioridade, agressividade e violência. Segundo MARTINS (2007 p.18) “isso decorre da particularidade do ser humano possuir vários tipos de comportamento, ou seja, maneira de agir adquirida na vida social, que o distingue de outras espécies”. A mudança deste cenário passa, necessariamente, pela educação no trânsito. Estudos realizados evidenciam que o comportamento do condutor no trânsito é fruto da educação recebida, da cultura em que ele está inserido e dos valores sociais que foram construídos ao longo da sua história. Educar para o trânsito é preservar a vida, evitar acidentes, exercitar o respeito pelo outro, onde cooperação e responsabilidade são fundamentais na transformação do comportamento do condutor no trânsito. Tornar o trânsito mais seguro deve ser o objetivo de todos nós. Como? Através da prática da direção defensiva. Direção defensiva é também conhecida como direção segura, pois permite ao condutor do veículo reconhecer antecipadamente as diversas situações de perigo que o cerca, prever o que pode acontecer e tomar as decisões necessárias, em tempo hábil, para evitar acidentes. Ao final deste curso, você terá as ferramentas necessárias para dirigir de forma segura. Mas não se esqueça que será preciso a prática constante dos conhecimentos construídos até que dirigir com segurança se torne um comportamento natural, um hábito constante. Quais seriam essas ferramentas? Vamos aprender um pouco mais? Elementos da Direção Defensiva 7 As habilidades necessárias para a direção e pilotagemdefensiva estão organizadas em: • conhecimento; • atenção; • previsão; • habilidade; • ação. Qual a importância desses elementos? Conhecimento: conhecer as normas de trânsito, as características do veículo, os equipamentos, acessórios e identificar as condições adversas do trânsito é uma necessidade que fará a diferença na vida do condutor. Mais do que memorizar legislação, é necessário desenvolver tanto as habilidades aprendidas como novas habilidades que surgirem, afinal, a indústria automobilística também está se aperfeiçoando para melhorar a mobilidade no trânsito. Pesquisar, perguntar, aprender a aprender auxiliará você nesta jornada de construção do conhecimento. Conhecimento é poder! Atenção: Desenvolver a atenção é imprescindível no trânsito, pois, constantemente, surgem situações que exigem do condutor a atenção a tudo que está à sua volta a fim de evitar transgressões às regras e, principalmente, a ocorrência de acidentes de trânsito. Previsão: na direção e pilotagem defensiva, a previsão ocorre simultaneamente com a atenção. Enquanto o condutor observa atentamente, o cérebro prevê e antecipa situações de perigo que podem acontecer. São exemplos de previsão no trânsito: • O condutor está dirigindo e vê uma bola rolando pela via: imediatamente prevê que uma criança distraída pode vir logo em seguida, correndo atrás da bola. • Ao dirigir pela via, você passa por alguns veículos estacionados e percebe que, em alguns deles, há pessoas dentro: logo prevê que alguém possa tentar desembarcar, abrindo, subitamente, a porta do veículo. Habilidade: A habilidade é consequência do conhecimento adquirido e praticado no dia a dia, resultando em manobras corretas do veículo nas diversas situações que surgirem durante o ato de dirigir, de forma que o condutor pratique a direção ∕ pilotagem defensiva. Ação: A ação é uma combinação de DECISÃO e HABILIDADES. Com os CONHECIMENTOS adquiridos e dedicando toda a atenção no trânsito ao ato de dirigir, o 8 condutor conseguirá PREVER situações de risco. Logo, o condutor toma uma atitude (ação). A ação correta é o principal objetivo a ser alcançado pela direção ou pilotagem defensiva. Figura 1: Alerta sobre a importância de tomar decisões seguras. Seção 2. Fator Humano: imprudência, imperícia e negligência Estudos realizados pelo Departamento de Trânsito do Estado de Mato Grosso (DETRAN/MT), a partir das ocorrências de trânsito registradas no estado, demonstram que a maioria dos acidentes tem como causa principal o fator humano. O número de mortes em acidentes de trânsito no estado de Mato Grosso aumentou 15% no ano de 2020, conforme dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SESP-MT). Apesar do ano de 2020 ter sido marcado pela ocorrência da pandemia da Covid-19 e mesmo com a redução de fluxo de veículos por conta das medidas de isolamento social, houve um aumento nos acidentes graves e no número de mortos nas rodovias federais que cortam Mato Grosso. Segundo dados do DETRAN-MT, a maioria desses acidentes teve como causa a imprudência no trânsito. Nesse cenário, percebemos a necessidade de os condutores adotarem novos comportamentos, independente do estado em que residem ou transitam, para construirmos um ambiente mais seguro para todos. Abaixo, destacamos fatores humanos que contribuem para a ocorrência dos acidentes no trânsito: Imprudência – é a atitude do condutor que se expõe aos riscos desnecessariamente, sem medir as consequências. Exemplos: transgredir de forma intencional as regras básicas de segurança, dirigir em alta velocidade, não levar em consideração as condições adversas existentes. Imperícia – pode ser definida como a falta de habilidade ou inexperiência do condutor. São exemplos de imperícia no trânsito quando o motorista ∕piloto não sabe como reagir diante de situações adversas, quando não sabe a manobra correta para executar numa curva. 9 Negligência – é o descaso, displicência ou desleixo do condutor, que conhece as regras, mas não lhes dá a devida importância. São exemplos de negligência um condutor que dirige acima do limite de velocidade estabelecido para a via, que transita com veículo em mal estado de conservação, um proprietário de veículo que permite que condutor não habilitado dirija seu veículo. Seção 3. Riscos, perigos e acidentes Perigo – condição com potencial de causar uma situação de tragédia ou perda de algo ou alguém. No trânsito, dirigir em alta velocidade constitui uma situação de perigo, quando o condutor não respeita as leis de trânsito. Riscos – um evento ou situação de um condutor que está exposto ao perigo. É uma probabilidade de um acidente acontecer. Exemplo: não usar o cinto de segurança expõe o condutor de ter seu corpo arremessado para fora do carro, em caso de colisão com outro veículo. Acidente – evento inesperado e indesejado, causado pelo risco ao qual o condutor foi exposto, podendo, até, ocasionar danos graves. Figura 2: Demonstração da importância de ter atitudes responsáveis. Nesta Unidade, estudamos que educação é uma necessidade da sociedade em que estamos inseridos. No trânsito, ela assume papel preponderante, auxiliando na construção de um trânsito mais seguro, a partir da atuação consciente e responsável do condutor, através da direção defensiva. A prática da direção defensiva, por sua vez, requer: atenção, previsão, habilidade e ação correta para evitar riscos, perigos e acidentes. 10 UNIDADE II - CONVIVIO SOCIAL NO TRÂNSITO SEÇÃO 1. Tipo de comportamento humano no trânsito: fúria A pandemia da Covid-19, causada pelo SARS-COV 2, juntamente com as medidas de isolamento social adotadas para evitar a propagação do vírus, foi responsável por modificar a rotina de milhões de pessoas no mundo todo, aumentando significativamente o consumo de bebidas alcoólicas, os casos de depressão, ansiedade e suicídio. É neste contexto de retorno à “nova normalidade” social que estamos inseridos. Importante perceber que todas essas mudanças emocionais se manifestam também no trânsito. Dados do setor de Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de trânsito (RENAEST) do DETRAN-MT demonstram que no ano de 2020 o maior número de infrações cometidas pelos condutores foi transitar em velocidade maior que a permitida. Segundo MAGALHÃES (2021) “para cada 1 km∕h de aumento de velocidade média, estima -se que a incidência de acidente no trânsito cresce 3%, e o risco de morte cresce de 4 a 5%”. Daí percebemos a necessidade de que os condutores adotem as práticas da direção segura, especialmente neste tempo pós pandemia. Dentre os vários comportamentos dos condutores que se apresentam no trânsito, vamos nos ater aqui ao comportamento de fúria. O que é fúria no trânsito? É quando o condutor expressa comportamento agressivo direcionado a outro motorista, como reflexo da soma de estresse físico, psicológico e social. Quem nunca presenciou uma briga entre motoristas, uma discussão envolvendo um motociclista que passou no corredor e um motorista de ônibus? Estes são apenas alguns dos vários exemplos de fúria no trânsito que observamos, com frequência, no trânsito. Este fenômeno é também conhecido como “road rage“. O que podemos fazer para evitar a fúria no trânsito? • Jamais responda a agressões no trânsito! • Torne o congestionamento no trânsito menos estressante ouvindo músicas, palestras e audiobook. • Não assuma a condução de veículo estando irritado ou com raiva. Espere, para depois dirigir. 11 Tentou várias estratégias e, mesmo assim, identifica em seu comportamento de condutor o sentimento de fúria no trânsito? É importante que procure ajuda de um profissional, pois, sua vida e a vida das outras pessoas deve ser considerada uma prioridade. Seção 2. Ética x moral (Desengajamento)É comum ouvirmos discussões sobre ética e moral na sociedade brasileira quando nos deparamos com comportamentos indesejados ou reprovados socialmente. No entanto, muitos costumam confundir esses conceitos. A ilustração a seguir apresenta palavras-chave para nos ajudar na compreensão dos conceitos de ética e de moral. Figura 3: Diferença entre ética e moral. Fonte: Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso – TCE/MT Mas afinal, como podemos relacionar os conceitos de ética e moral no trânsito? Quando vemos um condutor fazer uma ultrapassagem indevida, muitas vezes, acreditamos que o motorista é um irresponsável e essa atitude incorreta é considerada uma “falta de ética”, mas, na realidade, essa atitude foi imoral. O comportamento ético do condutor é o motivo pelo qual 12 agimos de forma clara e segura. A moral é a manifestação dos nossos atos na prática do dia a dia, ou seja, uma atitude é reflexo da ética que o condutor possui. Vejamos a seguinte situação: um motorista que dirige de acordo com a velocidade permitida, respeitando as placas de sinalização. Temos aqui um condutor em que a moral e a ética estão em perfeita harmonia. Porém, se o motorista age de acordo com a legislação apenas em locais em que há fiscalização (eletrônica ou não), ele está agindo com moral, porém sua ética está comprometida. Veja a diferença: o motorista agir por compromisso com a segurança ou por medo de punições. O termo “ética” no trânsito “significa” o veículo maior cuidar (respeitar) do menor: o caminhão respeita o carro, o carro respeita o motociclista, o motociclista respeita o ciclista, o ciclista respeita (cuida) do pedestre. Se todos os condutores praticassem essa direção segura de respeito, certamente, teríamos menos acidentes e mortes no trânsito. Estudos realizados demonstram que os comportamentos de risco e as transgressões às regras de trânsito são preocupantes, visto que os condutores que não respeitam os limites de velocidade, a sinalização e o uso do cinto de segurança se envolvem mais em acidentes de trânsito (MAGALHÃES & LOUREIRO, 2007). Estudos mostram, ainda, que esses condutores buscam justificar suas condutas erradas como forma de controlar o registro das ocorrências nas quais se envolveram (PERFEITO &HOFFMANN, 2003; THIELEN, 2010). Esse comportamento de falta de ética tem sido estudado concomitante aos conceitos de desengajamento moral. Tal comportamento (de desengajamento moral) tem sido entendido como sendo a manifestação das ideologias morais que o condutor utiliza para justificar o comportamento inadequado que teve no trânsito e busca convencer a si mesmo e aos outros que tais atitudes e pensamento eram adequados para determinada situação, mascarando, assim, o ato infracional cometido. Por isso, é comum o condutor atribuir a responsabilidade pela multa ao aparelho medidor, à sinalização, ao órgão de trânsito, ao policial e aos outros motoristas (MAGALHÃES, 2014). Na sua opinião, a maioria dos brasileiros tem ética no trânsito? Precisamos compreender que os equipamentos de fiscalização de trânsito só existem devido ao comportamento do condutor e somos nós que pagamos por cada um deles. Se todos praticássemos a ética ao dirigir um veículo, a realidade seria diferente. Os gastos com equipamentos de fiscalização seriam aplicados em outras áreas sociais, como saúde, educação, habitação. Se todos atuássemos com ética no trânsito não precisaríamos de “punições “para fazer o que é certo e, consequentemente, teríamos um país melhor! Como praticar a ética e a moral no trânsito? 13 Agir com ética e moral no trânsito requer assumir boas práticas, como: •GENTILEZA: seja gentil! • RESPEITO: respeite os espaços destinados aos pedestres, faixa de travessias. • LIMITES: respeite os limites de velocidade. Postura Ética Postura sem Ética Nesta Unidade, estudamos que o convívio social no trânsito é manifestação do comportamento individual dos condutores oriundo da educação recebida, valores e cultura apreendida. Se o comportamento do condutor for de fúria, provavelmente, acontecerá atos de violência no trânsito resultando, muitas vezes, em vítimas fatais. Para modificar esta situação, é necessária a adoção de atitudes éticas. Na próxima Unidade, você poderá aprofundar seus conhecimentos para a prática da direção segura, identificando outros fatores que contribuem para esse exercício. Quero ou não quero. Reage por desejos. Lei da vantagem. Esperteza. Os fins justificam os meios. Devo ou não devo. Reage por responsabilidade. Penso no coletivo. Age por prudência. 14 UNIDADE III - SEGURANÇA NO TRÂNSITO Todos os conteúdos aqui estudados têm como objetivo principal reduzir o número de acidentes nas vias brasileiras a partir da prática de direção defensiva. Inúmeras mudanças ocorrem a todo momento e saber utilizar os equipamentos é requisito fundamental. Vamos conhecer um pouco mais? Seção 1. Equipamentos de segurança do condutor motociclista São equipamentos de segurança: capacete, luva, bota, óculos e viseira. Capacete: reduz em até 70% o risco de morte em casos de acidentes. Lembre-se que o condutor de moto tem seu corpo muito exposto, por isso é preciso saber escolher o modelo que irá proporcionar a melhor proteção. Não se esqueça de observar o prazo de validade do capacete e se é aprovado pelo INMETRO. Dê preferência a modelos que possuam faixas refletivas, principalmente para utilização no período noturno. Vestimentas: roupas adequadas oferecem uma boa proteção em casos de queda, bem como evitam que o corpo do condutor sofra ferimentos ao entrar em contato com as partes quentes da motocicleta. A vestimenta ideal é aquela que protege os braços e pernas, sem folga que se agite com os ventos, mas que permita a liberdade dos movimentos corporais. As roupas de couro são as que oferecem a proteção ideal. O tecido “jeans” também é recomendado, por ser composto por um tecido resistente. A fim de evitar acidentes, é prudente que os motociclistas exibam em suas vestimentas e no capacete detalhes ou adesivos refletivos, nas cores verde ou laranja, para que os demais condutores enxerguem o motociclista. Luvas: as luvas de couro e as sem forro proporcionam melhor aderência às manoplas, protegendo o motociclista do frio e dos impactos em casos de queda. Além disso, pode ocorrer de outros veículos lançarem pedras que podem ferir as mãos, se estas estiverem desprotegidas. Botas: os pés do motociclista estão sempre muitos expostos, portanto, devem estar bem protegidos para o adequado apoio na motocicleta. As botas devem possuir cano alto o suficiente para proteger os tornozelos. Indica-se a sola de borracha, por permitir maior aderência. Se houver cordões, é necessário tomar cuidado com a amarração para que não solte. Viseiras e óculos de proteção: as viseiras já fazem partem do capacete e protegem os olhos e parte da face contra impacto de chuvas, poeira, insetos, sujeira e detritos jogados por outros veículos. Em alta velocidade, o impacto de um pequeno objeto causa um grande estrago se o piloto não estiver suficientemente protegido. 15 Os óculos comuns não proporcionam uma proteção adequada e também mantém a face muito exposta, além de não impedir o lacrimejamento nos olhos causado pela ação dos ventos. Cinto de Segurança: o cinto de segurança já se tornou um hábito para grande parte dos motoristas, pois estudos comprovam que sua utilização é benéfica para todos e evita muitas mortes. É importante destacar que: Em caso de acidente, o uso correto do cinto de segurança pode aumentar em, até, 25 vezes a chance de sobrevivência dos ocupantes, porque: • evita que eles colidam contraas partes internas do veículo; • impede que sejam arremessados uns contra os outros; • diminui o risco de lesão interna grave e, até, fatal. Figura 4: Importância do uso do cinto de segurança. Convém destacar que: • menores de 10 anos devem ocupar o banco traseiro do automóvel, utilizando cinto de segurança e bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação • O cinto de segurança deve ser utilizado por todas as pessoas que estão no veículo, inclusive no banco traseiro. Se algum passageiro estiver sem cinto, o motorista será responsabilizado. • Os cintos devem ser mantidos limpos, em bom estado e prontos para o uso. • É apropriado retirar dos bolsos canetas, óculos e outros objetos, pois, em caso de colisão, esses objetos podem provocar ferimentos graves. 16 devidamente ajustados. Necessário também utilizar o dispositivo de trava de segurança das portas. • mulheres gestantes devem utilizar o cinto de segurança de três pontos, com a faixa inferior passando por baixo do ventre. Seção 2. Veículos De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, Art.27: “Art .27 Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o condutor deverá verificar a existência e as boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino.” Esse artigo confere ao proprietário do veículo uma grande responsabilidade, a qual não pode ser transferida para outra pessoa, mesmo em caso de empréstimo do veículo. De acordo com o Manual de Direção Defensiva do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), alguns itens do veículo exigem atenção, como: combustível, nível de óleo, água do radiador, palheta do limpador, faróis e lanternas, pneus. Nesse sentido, o condutor deve ler o manual do fabricante do seu veículo, pois esse é um aspecto fundamental para garantir a segurança. Qual a importância da Inspeção Veicular? A inspeção veicular está prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) cujo objetivo é a garantia de que todos os veículos que estejam em circulação nas vias brasileiras estejam dentro das normas ambientais e de segurança. Os maiores benefícios da inspeção veicular são a redução de acidentes causados por automóveis em mau estado de conservação e a melhoria na qualidade de vida de todos. Além disso, também contribui para a redução nos custos com manutenção e consumo de combustível. 17 Figura 5: Importância da atitude individual no trânsito. Seção 3. Primeiros atendimentos em acidentes de trânsito A direção defensiva tem como objetivo principal evitar acidentes no trânsito. No entanto, sabemos que muitas pessoas morrem ou sofrem lesões irreversíveis em decorrência de acidentes de trânsito, por isso é importante conhecermos as atitudes corretas a serem tomadas diante da necessidade de auxiliar eventuais vítimas de acidentes. Vamos aprender um pouco mais? Quais são as primeiras providências a serem tomadas em casos de presenciar um acidente no trânsito? Se você encontrar no local do acidente cenas de sofrimento, nervosismo e pânico, pessoas inconscientes ou situação semelhante que exijam providência imediata, você precisará agir com calma, conhecimento de causa e autocontrole. Nesse sentido, é importante: transmitir confiança, tranquilidade e segurança para alívio dos acidentados que estiverem conscientes; agir rapidamente, porém, dentro dos seus limites e conhecimentos; utilizar os conhecimentos básicos de primeiros socorros. 18 Para sinalizar o local do acidente, é necessário: • acionar o pisca-alerta dos veículos próximos ao local; • definir um local para melhor colocação do triângulo de sinalização e posicioná- lo; • espalhar alguns arbustos ou galhos de árvores no leito da via; • abrir o capô e porta–malas do veículo para chamar a atenção. O número de mortes no trânsito ainda é muito alto e, em muitos casos, as mortes acontecem por falta de prestação dos primeiros cuidados às vítimas a tempo ou por estes terem sido prestados de forma incorreta. As técnicas de primeiros socorros são importantíssimas, por isso, sempre que tiver oportunidade, busque aprofundar seus conhecimentos. Este curso não é especifico sobre primeiros socorros, mas iremos auxiliá-lo para que possua algumas noções. Enquanto não chega o atendimento especializado, as vítimas de acidentes ficam entre a vida e a morte, indefesas e incapazes de cuidar de si. É nesse momento que elas necessitam de ajuda imediata, para que se mantenham vivas e se evite o agravamento da situação. O artigo 135 do Código Penal Brasileiro deixa claro que: “Art. 135 Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).” FIQUE ATENTO! É fundamental sinalizar o local do acidente para garantir a prestação de socorro às vítimas e evitar a ocorrência de novo acidente. 19 A omissão de socorro e a falta de pronto atendimento eficiente às vítimas de acidentes de trânsito são consideradas as principais causas de morte ou de danos irreversíveis que até poderiam ser evitados. Receber atendimento logo após o acidente é de suma importância para garantir a sobrevivência e recuperação dos feridos. Quem deve prestar socorro às vítimas: Segundo o Conselho Federal de Medicina, é recomendado que o socorro seja prestado pela pessoa mais capacitada no momento e mais próxima do local do evento de emergência, podendo ser: 1) socorrista; 2) médico ou outro profissional de saúde presente no local; 3) pessoas leigas, mas que conhecem noções de primeiros socorros ou suporte básico de vida; 4) pessoas leigas, mas que não tenham noções de primeiros socorros. a situação de emergência justifica as limitações. A situação de emergência justifica o atendimento a uma vítima de acidente de trânsito mesmo que essa seja dada de forma limitada, quer seja pelo nível de conhecimento de quem está ajudando ou pela precariedade das condições dos locais. Mesmo que você não tenha os conhecimentos necessários para realizar um bom socorro, você pode acionar o serviço especializado. • Acidentes leves e sem vítima - pode ser feito um boletim de ocorrência no site virtual da Polícia Militar; • Acidente em rodovia estadual – efetuar ligação para o telefone 198 - Batalhão de Polícia Rodoviária; • Acidentes em estradas federais – efetuar ligação para o telefone 191; • Em casos de emergência (afogamento, queimadura graves, problemas cardiorrespiratórios) – acionar o SAMU pelo telefone 192; • Incêndio, busca ou salvamento – efetuar ligação para o telefone 193. Estudamos nesta Unidade que, para termos segurança no trânsito, é necessário conhecer, saber utilizar e manter os equipamentos de segurança em bom estado de conservação. Para praticar, você precisa ler os manuais de instrução, se for necessário. Lembre- se que, em casos de emergência, a omissão de socorro às vítimas de acidentes é falta grave. 20 Nessas situações, deve-se manter a calma e acionar o socorro necessário, através dos telefones específicos (190, 191, 198 ou 193). Você, condutor, é o principal agente que pode fazer a diferença no trânsito. Por isso, na próxima Unidade, vamos aprender sobre a postura que deve ter ao se deparar com situações adversas durante seu trajeto com o veículo.UNIDADE IV - O CONDUTOR Seção 1. Condições de condutor Nesta Unidade queremos construir com você, condutor, a compreensão de que todos nós somos constituídos por uma dimensão físico, emocional, espiritual e social e, por isso, precisamos ficar atentos para que tenhamos condições em todas essas dimensões ao conduzir um veículo. Nesta perspectiva, é importante destacar que, em decorrência da pandemia da Covid-19, aos poucos, estamos reconstruindo uma “nova” forma de viver, portanto é necessário 21 que o condutor esteja disposto a ter uma convivência colaborativa, levando em consideração a cultura, os valores, os seus sentimentos e emoções para praticar a direção defensiva, de forma a mitigar a violência e a agressividade no trânsito. O comportamento do motorista envolve muito mais do que desenvolver habilidades cognitivas e mecânicas, como muitas pessoas pensam. O condutor também tem motivação, atitudes, crenças e valores que se relacionam durante o ato de dirigir. Nesse sentido, buscamos aqui proporcionar a construção de uma formação mais humanística de respeito e civilidade no espaço urbano. São várias as situações que envolvem o condutor, sejam físicas ou mentais (doenças físicas e problemas emocionais), e que podem ser momentâneas ou definitivas (problemas físicos, corrigidos ou adaptados ao veículo). Existem, também, condições adversas ao condutor, sendo as mais comuns: física, fadiga, sono, visão ou audição deficiente, perturbação física ou exterior (doenças), mentais; estados emocionais (tristeza ou euforia), preocupações, medo, insegurança, inabilidade. Se você, condutor, se sentir indisposto, cansado ou com dores, procure auxílio médico e evite dirigir. Se a perturbação for emocional, oriunda de morte na família ou notícias ruins, consiga alguém para dirigir no seu lugar, vá de taxi, uber ou carona solidária. É mais seguro para você e para os outros. Seção 2. Postura do condutor A postura correta do condutor durante a direção contribui para que esteja alerta e pronto para resolver as situações adversas que aparecerem durante o trajeto. Por isso, alguns cuidados são necessários, tais como: • Cinto de segurança - deve estar bem colocado, deve passar pelo ombro e atravessar o peito, sem tocar no pescoço, para evitar o enforcamento e fraturas no caso de acidentes. • Pernas e joelhos - devem alcançar os pedais de tal forma que, mesmo se estiver pressionado, os joelhos continuem flexionados. Os joelhos devem estar no nível dos quadris ou acima para evitar, assim, sobrecarga da coluna lombar. • Pés - os calcanhares devem estar apoiados no assoalho do veículo, evitando a sobrecarga da coluna lombar. • Encosto da cabeça - deve estar justado de acordo com a altura do motorista, de preferência, na altura dos olhos. Em casos de acidentes, se o encosto da cabeça estiver muito baixo, a cabeça do condutor pode ser arremessada para 22 trás e o pescoço se chocar contra o encosto, o que pode causar lesões na medula. • Braços - devem ficar levemente flexionados ao segurar o volante. Se o condutor estiver com os braços esticados, o volante deve ficar à altura dos punhos, evitando lesões, se houver casos de colisões frontais. • Assento - deve-se manter o ângulo do assento entre 100 e 110 graus, apoiando a coluna e mantendo-a relaxada. A dica principal é que o condutor sempre recue o bumbum até encostá-lo no banco, para a coluna ficar reta. Para auxiliar você a compreender melhor este conteúdo, observe as ilustrações abaixo: Figura 6: Postura do condutor ao dirigir. 23 Figura 7: Postura correta do condutor ao dirigir. As ilustrações demonstram a postura adequada do condutor ao assumir a direção de veículo automotor, na perspectiva de garantir maior conforto e melhor visibilidade do espaço público. Em motocicleta Ao pilotar uma motocicleta, é recomendado que o condutor estique mais os braços para que as costas fiquem mais retas. Jamais deve ficar com a cabeça próxima do guidão e com as costas curvadas. Ao pilotar: mantenha seus olhos atentos para frente Por ser a motocicleta um veículo sem proteção externa, o seu condutor deve transitar com a máxima atenção, adotando postura correta, mantendo-se sempre alerta e com os olhos atentos para frente. 24 Figura 8: Campo visual do motociclista. Figura 9: Postura correta do motociclista ao pilotar. Seção 3. Atenção e concentração A atenção e a concentração são habilidades extremamente importantes para o condutor na prática da direção defensiva. Portanto, ao dirigir um veículo, o condutor não pode ingerir bebidas alcoólicas ou outros tipos de drogas que afetam a percepção do motorista. 25 Muitas ações executadas no ato de dirigir são realizadas de forma mecânica pela maioria dos condutores, após anos de prática. Por esse motivo, às vezes, o motorista se esquece de tomar alguns cuidados, o que pode ocasionar o envolvimento em acidentes de trânsito. Estudos realizados demostram que as pessoas com dificuldade de manter o foco por muito tempo têm maiores chances de cometer multas e sofrer as penalidades, pois, a atenção é um elemento essencial no trânsito. Sempre que você se sentir um pouco desatento, volte a sua atenção para o foco (a via); o painel de sinalização da moto; os retrovisores e tudo o que estiver à sua volta. Faça isso sempre que perceber que você está desatento, pois são nesses momentos de distração que os acidentes acontecem. Estudamos nesta Unidade que a postura do condutor é imprescindível para uma direção segura, contribuindo, assim, para reduzir os altos índices de acidentes no trânsito. Lembre-se: para dirigir é necessária atenção e concentração, por isso a postura física e mental do condutor precisa estar voltada para o trânsito e tudo que está à sua volta. Motociclistas necessitam ter atenção redobrada, pois seu corpo fica constantemente exposto e, em casos de queda, poderá sofrer sérias lesões. Na próxima Unidade vamos dar mais um passo nesta jornada de conhecimento rumo à direção defensiva. Vamos conhecer as condições de trânsito que você, em algum momento da sua vida, poderá enfrentar. Esperamos que, quando isso acontecer, você tenha condições de praticar a ação correta e, assim, preservar a sua vida e a de outras pessoas. 26 UNIDADE V. CONDIÇÕES DE TRÂNSITO Antes de iniciar um percurso, você, como condutor, deve procurar informações sobre as condições das vias, das estradas, das rodovias e do perímetro urbano em que você vai trafegar, para planejar melhor o seu itinerário de trajeto, assim como o tempo que você precisa para chegar ao seu destino com segurança. São várias as condições adversas no trânsito. Abordaremos aqui algumas delas para que você tenha ideia de possíveis problemas que possa enfrentar no seu trajeto, como: • Importância da sinalização no trânsito; • Velocidade; • Curvas; • Declives; • Aclives; • Ultrapassagens; • Estreitamento de pista, pontes e desmoronamentos; • Acostamento; • Condições da pista; • Pista escorregadia; • Passeios e calçadas; • Vegetação; • Cruzamentos; • Hora do Rush. Seção 1. Importância de Sinalização no trânsito A sinalização é um sistema de comunicação para ajudar você, condutor, a dirigir com segurança. As várias formas de sinalização mostram o que é permitido e o que é proibido fazer, advertem sobre os perigos na via e também indicam direções a seguir e pontos de interesse. A sinalização é projetada e construída com base no comportamento humano, independente das habilidades individuais do condutor e o estado particular de conservação de cada veículo. Por isso, você deve respeitar sempre a sinalização e adequar seu comportamento aos limites do veículo. A sinalização é de fundamental importância para o deslocamento regular em viasurbanas, por isso precisamos conhecer e praticar a leitura e a identificação de seus símbolos 27 Figura 11: Sinalização de regulamentação. Fonte: Pisme Sinalização para que possamos utilizar o espaço corretamente. Quem desrespeita a sinalização está cometendo uma infração de trânsito. Atenção! A sinalização indica regras de trânsito por meio de formas, cores e símbolos, orientando o condutor a adotar uma conduta mais segura. É o conjunto de sinais e dispositivos de segurança colocados na via pública com informações direcionadas a condutores e pedestres. Envolve placas, linhas, legendas, gestos e outros, que servem para orientar o condutor e o pedestre quanto ao seu deslocamento. A sinalização orienta e oferece segurança e conforto aos usuários da via, além de melhorar o fluxo no trânsito. Segundo o art. 87 do CTB , os sinais de trânsito classificam-se em: • Verticais; • Horizontais; • Dispositivos de sinalização auxiliar; • Luminosos; • Gestos do agente de trânsito e do condutor. Seção 1.1. Sinalização Vertical Esse tipo de sinalização viária utiliza placas onde o meio de comunicação (sinal) está na posição vertical, fixada ao lado ou suspensa sobre a pista, transmitindo mensagens de caráter permanente e, eventualmente, variáveis, por meio de legendas e/ou símbolos conhecidos. A sinalização vertical é classificada de acordo com sua função, compreendendo os seguintes tipos: sinalização de regulamentação, sinalização de advertência e sinalização de indicação. Sinalização de Regulamentação A sinalização de regulamentação tem por finalidade informar aos usuários as condições, proibições, obrigações ou restrições no uso das vias. A forma padrão do sinal de regulamentação é a circular, com exceção da placa de Parada Obrigatória (octogonal) e Dê a Preferência (Triangular), e as cores são vermelha, preta e branca. Figura 10: Sinalização vertical. Fonte: Sest Senat 28 Figura 12: Sinalização de advertência. Fonte: Pisme Sinalização Figura 11: Sinalização de advertência – exceções. No anexo desta apostila, você encontrará todo o conjunto de Sinais de Regulamentação descritos no Código de Trânsito Brasileiro e no Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito – Volume I – Sinalização Vertical de Regulamentação. Sinalização de Advertência: A sinalização de advertência tem por finalidade alertar os usuários da via para condições potencialmente perigosas, indicando sua natureza. A forma padrão dos sinais de advertência é quadrada, devendo uma das diagonais ficar na posição vertical. À sinalização de advertência estão associadas as cores amarela e preta, com exceção das placas “Obras” na cor laranja e “Semáforo à Frente”, que possui símbolo nas cores preta, vermelha, amarela e verde, conforme apresentadas abaixo: Há, também, a sinalização especial de advertência, que são sinais empregados nas situações em que não é possível a utilização das placas de advertência. Referem-se a sinalização especial de faixas ou pistas exclusivas de ônibus; sinalização especial para pedestres; e sinalização especial para rodovias, estradas e vias de trânsito rápido. No anexo desta apostila, você encontrará todo o conjunto de Sinais de Advertência descritos no Código de Trânsito Brasileiro e no Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito – Volume II – Sinalização Vertical de Advertência. FIQUE ATENTO! Na Sinalização de Regulamentação as mensagens são imperativas e o desrespeito a elas constitui infração. 29 Figura 13: Placas de identificação. Figura 14: Placas educativas. Sinalização de Indicação A sinalização de indicação tem por finalidade identificar as vias e os locais de interesse, bem como orientar condutores de veículos quanto aos percursos, os destinos, as distâncias e os serviços auxiliares, podendo também ter como função a educação do usuário. Suas mensagens possuem caráter informativo ou educativo e elas se dividem nos seguintes grupos: • Placas de identificação: posicionam o condutor ao longo do seu deslocamento, ou com relação a distâncias ou ainda aos locais de destino. São elas: placas de identificação de rodovias e estradas; de municípios; de regiões de interesse de tráfego e logradouros; de pontes, viadutos, túneis e passarelas; quilométrica; de limite de municípios, divisa de Estados, fronteira e perímetro urbano; e de pedágio. • Placas de orientação de destino: indicam ao condutor a direção que o mesmo deve seguir para atingir determinados lugares, orientando seu percurso e/ou distância. São elas: placas indicativas de sentido (direção); placas indicativas de distância; e placas diagramadas. • Placas educativas: têm a função de educar os usuários da via quanto ao seu comportamento adequado e seguro no trânsito. Podem conter mensagens que reforcem normas gerais de circulação e conduta. São elas: placas para condutores (área de estacionamento, serviço telefônico) e placas para pedestres (travessia de pedestres). 30 Figura 15: Placas de serviços auxiliares. Figura 16: Placas de atrativos. turísticos. Figura 17: Placas de postos de fiscalização. • Placas de serviços auxiliares: indicam aos usuários de via os locais onde os mesmos podem dispor dos serviços indicados, orientando sua direção ou identificando estes serviços. Apresentam a forma retangular, com a cor de fundo e da orla externa azul, as legendas, orla interna, setas e tarjas na cor branca, pictograma com fundo branco com figura na core preta, exceto a placa de indicação de “Pronto Socorro” onde o símbolo/figura deve ser vermelho. • Placas de atrativos turísticos: indicam aos usuários da via os locais onde os mesmos podem dispor dos atrativos turísticos existentes, orientando sobre sua direção ou identificando estes pontos de interesse. São elas: placas de identificação de atrativo turístico; placas indicativas de sentido de atrativo turístico; e placas indicativas de distância de atrativos turísticos. • Placas de postos de fiscalização: As placas de postos de fiscalização indicam ao condutor a existência, adiante, de polícia rodoviária, posto de pesagem ou fiscalização fazendária. Apresentam a forma retangular, com a cor de fundo e da orla externa em azul, e as legendas, orla interna, setas e tarjas em branco. 31 Seção 1.2. Sinalização Horizontal A sinalização horizontal é um subsistema da sinalização viária que se utiliza de linhas, marcações, símbolos e legendas, pintados ou apostos sobre o pavimento das vias. Tem como função organizar o fluxo de veículos e pedestres; controlar e orientar os deslocamentos em situações com problemas de geometria, topografia ou frente a obstáculos; complementar os sinais verticais de regulamentação, advertência ou indicação. Em casos específicos, tem poder de regulamentação. Essa sinalização tem forte poder de comunicação, portanto você deve reconhecê-la e compreendê-la facilmente. A sinalização horizontal mantém alguns padrões cuja mescla e a forma de coloração na via definem os diversos tipos de sinais. O padrão de formas estabelece: • Contínua: são linhas sem interrupção pelo trecho da via onde estão demarcando; podem estar longitudinalmente ou transversalmente apostas à via. • Tracejada ou Seccionada: são linhas interrompidas, com espaçamentos respectivamente de extensão igual ou maior que o traço. • Setas, Símbolos e Legendas: são informações escritas ou desenhadas no pavimento, indicando uma situação ou complementando sinalização vertical existente. 32 Simples Contínua Ultrapassagem proibida para os dois sentidos O padrão de cores se apresenta: A sinalização horizontal é classificada em: Marcas longitudinais; Marcas transversais; Marcas de canalização; Marcas de delimitaçãoe controle de estacionamento e/ou parada; Inscrições no pavimento. Marcas longitudinais Separam e ordenam as correntes de tráfego, definindo a parte da pista destinada normalmente à circulação de veículos, a sua divisão em faixas, a separação de fluxos opostos, faixas de uso exclusivo de um tipo de veículo, reversíveis, além de estabelecer as regras de ultrapassagem e transposição. a) Linhas de divisão de fluxos opostos – Cor amarela Separam os movimentos veiculares de sentidos contrários e regulamenta a ultrapassagem e os deslocamentos laterais. Amarela Utilizada na regulação de fluxos de sentidos opostos; na delimitação de espaços proibidos para estacionamento e/ou parada e na marcação de obstáculos. Utilizada na regulação de fluxos de mesmo sentido, na delimitação de trechos de vias, destinados ao estacionamento regulamentado, na marcação de faixas de pedestres, símbolos e legendas. Utilizada para proporcionar contraste entre a marca viária e o pavimento das ciclofaixas e/ou ciclovias e nos símbolos de hospitais e farmácias (cruz). Azul Vermelha Utilizada nas pinturas de símbolos de pessoas portadoras de deficiência física, em áreas especiais de estacionamento ou de parada para embarque e desembarque. Utilizada para proporcionar contraste entre o pavimento e a pintura de outra das cores, geralmente usada em pavimentos de concreto. Branca Preta 33 Simples Seccionada Dupla Contínua/Seccionada Ultrapassagem permitida para os dois sentidos Ultrapassagem permitida somente no sentido A. Dupla Seccionada Dupla Contínua Ultrapassagem permitida para os dois sentidos. Redobre a atenção. Ultrapassagem proibida para os dois sentidos. Redobre a atenção. Contínua Seccionada Proibida a ultrapassagem e a transposição entre as faixas. Permitida a ultrapassagem e a transposição entre as faixas. b) Linhas de divisão de fluxos de mesmo sentido – Cor branca Separam os movimentos veiculares de mesmo sentido e regulamenta a ultrapassagem e a transposição. c) Linha de bordo – Cor branca Delimita a parte da pista destinada ao deslocamento de veículos. d) Linha de continuidade Proporciona continuidade a outras marcações longitudinais, quando há quebra no seu alinhamento visual. Utiliza cor branca quando dá continuidade a linhas brancas e cor amarela quando dá continuidade a linhas amarelas. A A B B A 34 Marcas Transversais Ordenam os deslocamentos frontais dos veículos e os harmonizam com os deslocamentos de outros veículos e dos pedestres, assim como informam os condutores sobre a necessidade de reduzir a velocidade e indicam travessia de pedestres e posições de parada. Em casos específicos têm poder de regulamentação. a) Linha de retenção – Cor branca Indica ao condutor o local limite em que deve parar o veículo. b) Linhas de estímulo à redução de velocidade – Cor branca Conjunto de linhas paralelas que, pelo efeito visual, induzem ao condutor a reduzir a velocidade do veículo. c) Linha de “Dê a Preferência” – Cor branca Indica ao condutor o local limite em que deve parar o veículo, quando necessário, em locais sinalizados com a placa R-2 (Dê a Preferência). 35 Tipo Zebrada Tipo Paralela d) Faixa de travessias de pedestres – Cor branca Regulamentam o local de travessias de pedestres. e) Marcação de cruzamentos rodocicloviários – Cor branca Regulamentam o local de travessias de ciclistas. f) Marcação de área de conflito – Cor amarela Assinala aos condutores a área da pista em que não devem parar e estacionar os veículos, prejudicando a circulação. 36 Figura 18: Separação de fluxo de tráfego do mesmo sentido. Marcas de canalização Orientam os fluxos de tráfego em uma via, direcionando a circulação de veículos. Regulamenta as áreas de pavimento não utilizáveis. Devem ser na cor branca quando direcionam fluxos do mesmo sentido e na proteção de estacionamento e na cor amarela quando direcionam fluxos de sentidos opostos. Marcas de delimitação e controle de estacionamento e/ou parada Delimitam e propiciam melhor controle das áreas onde é proibido ou regulamentado o estacionamento e a parada de veículos, quando associadas à sinalização vertical de regulamentação. De acordo com sua função as marcas de delimitação e controle de estacionamento e parada são subdivididas nos seguintes tipos: a) Linha de indicação de proibição de estacionamento e/ou parada – Cor amarela Delimita a extensão da pista ao longo da qual aplica-se a proibição de estacionamento ou de parada. Figura 19: Separação de fluxo de tráfego de sentido oposto. Calçada 37 b) Marca delimitadora de parada de veículos específicos – Cor amarela Delimita a extensão da pista ao longo da qual aplica-se a proibição de estacionamento ou de parada. c) Marca delimitadora de parada de estacionamento regulamentado – Cor branca Delimita o trecho de pista no qual é permitido o estacionamento estabelecido pelas normas gerais de circulação e conduta ou pelo sinal R-6b. Inscrições no pavimento Melhoram a percepção do condutor quanto às condições de operação da via, permitindo-lhe tomar a decisão adequada, no tempo apropriado, para as situações que se lhe apresentarem. São subdivididas nos seguintes tipos: a) Setas direcionais – Cor branca Orientam os fluxos de tráfego na via. ÔNIBUS Calçada Calçada Calçada Estacionamento Regulamentado Calçada Figura 20: Paralelo ao meio fio . Linha simples tracejada. Figura 21: Paralelo ao meio fio. Linha simples contínua. Figura 22: Em ângulo. Linha simples contínua. 38 b) Símbolos – Cor branca Indicam e alertam o condutor sobre situações específicas na via. c) Legendas Advertem acerca de condições particulares de operações da via e complementam os sinais de regulamentação e advertência. Seção 1.3. Dispositivos de sinalização auxiliares Os dispositivos auxiliares são elementos aplicados ao pavimento da via, junto a ela, ou nos obstáculos próximos, de forma a tornar mais eficiente e segura a operação da via, tem as funções de: Incrementar a visibilidade da sinalização, do alinhamento da via e de obstáculos à circulação; Reduzir a velocidade do trânsito; Reduzir os acidentes e minimizar sua severidade; Alertar os condutores quanto a situações de perigo potencial, em caráter permanente, ou temporário; Fornecer proteção aos usuários da via e da ocupação lindeira; Controlar o acesso de veículos em determinadas vias, áreas e passagens de nível. Os Dispositivos Auxiliares são agrupados em nove conjuntos distintos, de acordo com a sua função. Abaixo, são listados os mais comuns: ÔNIBUS ESCOLA PARE Km/h DEVAGAR 80 80 Km /h 39 Dispositivos delimitadores e Dispositivos de canalização Os Dispositivos Delimitadores são utilizados para orientar o condutor quanto aos limites do espaço destinado ao rolamento e a sua separação em faixas de trânsito. Os mesmos dispositivos são utilizados como Dispositivos de Canalização e são apostos em série sobre a superfície pavimentada juntamente com as marcas de canalização. Dispositivos de Sinalização de Alerta Marcadores de obstáculos O marcador de obstáculo alerta o condutor quanto à existência de obstáculo na via capaz de afetar sua segurança, como pilares e vigas de viadutos, passarelas e qualquer outra estrutura disposta na via ou na área adjacente a ela. Marcadores de perigo O marcador de perigo alerta o condutor quanto à presença de situações potencialmente perigosasna pista ou próximo a ela, tais como vértice de bifurcação, ilha, refúgio para pedestres, pilar de viaduto e cabeceira de ponte estreita, entre outras. Tachas Tachões Balizadores e Cilindros delimitadores Obstáculo com passagem só pela esquerda Obstáculo com passagem só pela direita Obstáculo com passagem por ambos lados Figura 23: Dispositivos delimitadores e Dispositivos de canalização. Fonte: Manual de Sinalização,Volume IV -CONTRAN Utilizado na parte superior do obstáculo Figura 24: Marcadores de obstáculos. Fonte: Manual de Sinalização,Volume IV -CONTRAN 40 Marcadores de alinhamento O marcador de alinhamento alerta o condutor do veículo sobre alteração no alinhamento horizontal da via, utilizado frequentemente junto a curvas e estreitamentos de pista. Alterações nas características do pavimento Há recursos que, quando utilizados nas pistas, alteram suas condições normais, quer pela sua elevação, com a utilização de dispositivos físicos colocados sobre ela, quer pela mudança nítida das características da própria superfície do revestimento. São utilizados com o objetivo de: a) Reduzir a velocidade; b) Alterar a percepção do usuário quanto a alterações de ambiente e uso da via, induzindo-o a adotar comportamento cauteloso; c) Incrementar a segurança e criar facilidades para a circulação de pedestres e/ou ciclistas. Conheça algumas das características no pavimento mais comuns: Ondulação Transversal Faixa Elevada para Travessia de Pedestres; Figura 25: Marcadores de perigo. Figura 26: Marcadores de alinhamento. 41 Sonorizador Pavimento Colorido Dispositivos de contenção veicular São dispositivos instalados na via com o objetivo de conter, absorver energia de impacto e redirecionar os veículos desgovernados, reduzindo a gravidade do acidente, impedindo que estes invadam zonas perigosas ou alcancem um obstáculo fixo, protegendo, desta forma, os usuários da via e reduzindo as consequências do acidente. Seção 1.4. Dispositivos luminosos São dispositivos utilizados para proporcionar melhores condições de visualização da sinalização. Quando conjugados a equipamentos eletrônicos, permitem a variação das mensagens. Dispositivos de uso temporário; São dispositivos utilizados em situações especiais e temporárias, tais como operação de trânsito, evento, obra, serviço e situação de emergência ou perigo, com o objetivo de alertar os condutores e pedestres, bloquear e/ou canalizar o trânsito, proteger trabalhadores e equipamentos, entre outras situações. São dispositivos de uso temporário: Figura 27: Defensa metálica. Figura 28: Barreira de concreto. Figura 28: Dispositivos luminosos. 42 Cone; Cilindro canalizador de tráfego; Balizador móvel; Canalizador móvel; Barreira plástica; Barreira - barreira móvel - barreira fixa; Tapume; Tela plástica; Gradil portátil para serviços; Gradil portátil para pedestres e ciclistas; Elemento luminoso complementar; Fita zebrada; Bandeira sinalizadora; Faixa dispositivos de controle de acesso. Sinalização semafórica A sinalização semafórica é um subsistema da sinalização viária que se compõe de indicações luminosas acionadas alternada ou intermitentemente através de sistema elétrico/eletrônico, cuja função é controlar os deslocamentos. De acordo com o DENATRAN (2015), existem dois grupos: • Sinalização semafórica de regulamentação: tem a função de efetuar o controle do trânsito num cruzamento ou seção de via, através de indicações luminosas, alternando o direito de passagem dos vários fluxos de veículos e/ou pedestres. • Sinalização semafórica de advertência: tem a função de advertir da existência de obstáculo ou situação perigosa, devendo o condutor reduzir a velocidade e adotar as medidas de precaução compatíveis com a segurança para seguir adiante. A sinalização semafórica de advertência deve ser formada por um ou dois focos amarelos em funcionamento intermitente. O foco deve piscar de um em um segundo. Figura 29: Dispositivos de uso temporário. Fonte: Manual de Sinalização,Volume IV -CONTRAN 43 Segue abaixo tabela de orientação quanto a ação do usuário da na via: Sinalização de obras A sinalização de obras tem como característica a utilização dos sinais e elementos de sinalização vertical, horizontal, semafórica e de dispositivos e sinalização auxiliar combinados de forma que: Os usuários da via sejam advertidos sobre a intervenção realizada e possam identificar seu caráter temporário; Figura 30: Tabela de orientação quanto a ação do usuário da na via. Fonte: Manual de Sinalização,Volume V -CONTRAN 44 Sejam preservadas as condições de segurança e fluidez do trânsito e de acessibilidade; Os usuários sejam orientados sobre caminhos alternativos; Sejam isoladas as áreas de trabalho, de forma a evitar a deposição e/ou lançamento de materiais sobre a via. Na sinalização de obras, os elementos que compõem a sinalização vertical de regulamentação, a sinalização horizontal e a sinalização semafórica têm suas características preservadas. A sinalização vertical de advertência e as placas de orientação do destino adquirem características próprias de cor, sendo adotadas as combinações de cores laranja e preta. Entretanto, mantém as características de forma, dimensões, símbolos e padrões alfanuméricos. Seção 1.5. Gestos do agente de trânsito e do condutor Algumas vezes, nos depararmos com situações adversas de trânsito como, por exemplo, um semáforo com problemas, blitz ou pista em obras. Nesses momentos, a atuação do agente de trânsito se faz presente. As ordens emanadas por gestos de uma autoridade de trânsito prevalecem sobre regras de circulação e as normas definidas por outros sinais de trânsito. Portanto, é de grande importância que os motoristas tenham o conhecimento e domínio destes gestos realizados. Para que não fique mais dúvidas, confira abaixo os gestos e seus respectivos códigos na legislação de trânsito: Sinal Gesto Significado Figura 31: Sinalização de obras. Fonte: Manual de Sinalização,Volume IV -CONTRAN 45 Braço levantado verticalmente, com a palma mão para a frente. Ordem de parada obrigatória para todos os veículos. Quando em intersecções, os veículos que se encontram nela não são obrigados a parar. Brações estendidos horizontalmente, com a palma da mão para frente. Ordem de parada para todos os veículos que estão transitando em sentido transversal da direção indicada pelos brações estendidos, qualquer que seja o sentido de seu deslocamento. Braço estendido horizontalmente com a palma da mão para frente, do lado do trânsito a que se destina. Ordem de parada para todos os veículos que estão transitando em sentido transversal a direção indicada pelo braço estendido. Braço estendido horizontalmente, com a palma da mão para baixo, fazendo movimentos verticais. Ordem de diminuição da velocidade. Braço estendido horizontalmente, agitando uma luz vermelha para um determinado veículo. Ordem de parada para os veículos aos quais a luz é dirigida. Braço levantado, com movimento de antebraço da frente para a trás e a palma da mão voltada para trás. Ordem para os veículos seguirem. Sinais sonoros de agentes da Autoridade de Trânsito Os sinais sonoros emitidos através de apito somente devem ser utilizados em conjunto com os gestos dos agentes. Dois silvos breves Um silvo breve Um silvo longo Figura 32: Gestos do agente de trânsito. 46 Gestosde condutores São sinais auxiliares, indicativos de manobras, que devem ser usados somente mediante falha do sistema de iluminação do veículo ou com comunicação auxiliar em locais com obras, em manobras de estacionamento e conversão (veículos grandes) ou em local onde ocorreu algum sinistro de trânsito. Ordem de prevalência da sinalização Os sinais de trânsito estão listados e classificados, no artigo 87, do Código de Trânsito Brasileiro. O artigo 89 do CTB apresenta, dentre os sinais existentes, qual é a ordem de importância entre eles, estabelecendo uma ordem de prevalência: “A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência: I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros sinais; II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais; III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.” Seção 2. Velocidade Você, condutor consciente, tem a obrigação de dirigir em velocidade compatível com as condições da via, respeitando os limites estabelecidos. Quanto maior a velocidade, maiores serão os riscos, mais graves os acidentes e maior será a probabilidade de morte no trânsito. SIGA DIMINUIR A MARCHA PARE Indica parada obrigatória. Liberar o trânsito/sentido indicado pelo agente. Quando necessário que os condutores diminuam a velocidade dos seus veículos. Conversão (virar) à esquerda. Conversão (virar) à direita. Redução da velocidade ou parar. 47 Quanto maior a velocidade, mais rápidos devem ser os movimentos de controle, reflexo e decisões. Maior velocidade exige atenção redobrada, já que diminui o peso do veículo em relação ao solo, reduzindo suas condições de aderência e prejudicando a segurança. A primeira e relevante informação é que os limites de velocidade dependerão do tipo de via em que se está trafegando, ou seja, se é via urbana ou rural. Limites de velocidade das vias urbanas Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, os limites de velocidade máxima estabelecidos para as vias urbanas são: Vias de trânsito rápido - 80 Km/h; Vias arteriais - 60 Km/h; Vias coletoras - 40 Km/h; Vias locais - 30 Km/h. Limites de velocidade das vias rurais No caso das vias rurais elas se classificam em rodovia e estrada, falaremos primeiro do limite de velocidade nas rodovias. É preciso saber que o CTB apresenta a seguinte distinção: rodovias de pista dupla e rodovias de pista simples, conforme exemplificado a seguir. A velocidade máxima permitida para: Rodovia de pista dupla: 110 Km/h - Automóveis, camionetas e motocicletas. 90 Km/h - Demais veículos. Rodovia de pista simples: 100 Km/h - Automóveis, camionetas e motocicletas. 90 Km/h - Demais veículos. Estradas: 60 Km/h – Todos os veículos. Figura 33: Limite de velocidade nas vias urbanas. 48 Se, na via, houver uma placa que indique uma maior ou menor velocidade, a placa deve ser respeitada. Na ausência de sinalização, vale o estabelecido no Código de Trânsito Brasileiro. Embora os limites de velocidade sejam os que estão nas placas de sinalização, há determinadas circunstâncias momentâneas nas condições da via – tráfego, condições do tempo, obstáculos, aglomeração de pessoas – que exigem que você reduza a velocidade e redobre sua atenção para dirigir com segurança. Excesso de velocidade é considerada, conforme a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como: Velocidade excessiva: acima do limite legal estabelecido; Velocidade inadequada: dentro do limite legal, mas em dissonância com as condições da via, condutor ou veículo. O excesso de velocidade é universalmente conhecido como o principal fator contribuinte tanto para o número quanto para a gravidade dos acidentes de trânsito, uma vez que interfere diretamente na frenagem e no campo de visão do condutor. Para a frenagem é utilizado o sistema de freios para reduzir a velocidade ou parar totalmente o veículo. A frenagem brusca deve ser evitada, podendo somente ser utilizada para evitar uma colisão ou atropelamento. Precisamos conhecer as distâncias pertinentes ao processo de frenagem. Distância de Reação (DR) – É a distância percorrida pelo veículo, desde o instante em que o perigo é visto, até o momento em que o motorista toma a atitude de acionar os freios. O acionamento dos freios é realizado após um tempo de reação (ver, processar a informação e acionar os freios). Em condições normais, o tempo médio de reação do motorista é de 1 (um) segundo, podendo variar de pessoa para pessoa. FIQUE ATENTO! É proibido transitar com o veículo em velocidade inferior à metade (50%) da velocidade máxima estabelecida para a via, retardando ou obstruindo o trânsito, a menos que as condições de tráfego e meteorológicas não o permitam, salvo se estiver na faixa da direita. 49 Distância de Frenagem (DF) – É a distância percorrida pelo veículo desde o acionamento do mecanismo do freio, até a parada total do veículo. São inúmeras as variáveis que influenciam, uma vez que ela está relacionada diretamente ao tipo de via, de pneu do veículo e de freio, às condições de pavimento, à existência de detrito ou água na pista, a velocidade em que o condutor está trafegando. Distância de Parada (DP)- É a distância percorrida pelo veículo desde que o perigo é visto até a parada completa do veículo. A Distância de Reação (DR), somada à Distância de Frenagem (DF), resulta na Distância de Parada (DP). Podemos ver acima a distância percorrida pelo veículo até parar totalmente, conforme a velocidade empregada. Portanto, quanto mais antecipadamente a situação de perigo for visualizada, mais rápido será o tempo de reação e menor distância será necessária para a parada total. Por esta razão, é muito importante que se transite dentro da velocidade compatível e regulamentada na via, pois essa atitude favorecerá a amplitude do seu campo de visão. Distância precorrida em uma frenagem de emergência Reação Parada total Frenagem Campo de visão x velocidade Figura 34: Diistância percorrida em uma frenagem de emergênica Figura 35: Comparativo entre campo de visão e velocidade. percorrida em uma frenagem de emergênica 50 Para se obter um campo de visão ideal de 100° é necessário trafegar a 40 Km/h. Quanto maior for a velocidade empregada, menor será o campo de visão. Quando for necessário realizar uma frenagem de emergência, proceda da seguinte forma: Freie fortemente. Considerando sua velocidade na pista, caso ocorra travamento nas rodas, solte um pouco o pedal; Vá soltando o pedal, conforme o carro for parando; Mantenha a direção firme e pise no pedal da embreagem para o motor não apagar. Um bom conjunto de freios deve imobilizar o veículo no menor espaço possível e reduzir a possibilidade de acarretar o travamento das rodas. O sistema de freios chamado ABS (sigla para Anti-lock Braking System) monitora a velocidade das rodas e interfere no circuito de modo que, por mais força que seja aplicada no pedal, as rodas recebam um limite de pressão, evitando que sejam bloqueadas durante a frenagem e, consequentemente, haja o descontrole do veículo. Seção 3. Curvas Ao fazermos uma curva, sentimos os efeitos de uma força centrífuga que nos “joga” para fora da curva e exige um certo esforço para não deixar o veículo sair da trajetória. Quanto maior for a velocidade, mais sentimos essa força, o que pode fazer com que percamos o controle do veículo de controle, podendo ocasionar o capotamento ou colisão com outros veículos. Para sua segurança siga as placas de sinalização e pratique os procedimentos abaixo: • Reduza a velocidade com antecedência, usando o freio, e, se for necessário, reduza a marcha antes de entrar na curva e iniciar o movimentodo volante. • Comece a fazer as curvas com movimentos suaves e contínuos no volante, acelerando gradativamente e respeitando a velocidade máxima permitida. À medida que a curva for terminando, retorne o volante à posição inicial, também com movimentos suaves. •Procure fazer a curva movimentando o menos que puder o volante, evitando movimentos bruscos e oscilações na direção. Seção 4. Declives (decida) e Aclives (subida) Quando você perceber a existência de um declive na pista deverá adotar os seguintes procedimentos antes da descida: 51 Teste os freios e mantenha o câmbio engatado numa marcha reduzida durante a descida; Nunca desça com o veículo desengrenado; Não desligue o motor nas descidas, pois, com ele desligado, os freios não funcionam de forma adequada e o veículo podem atingir velocidade descontrolada. Além disso, a direção poderá travar se você desligar o motor. Nos aclives, você, condutor, deve acelerar o veículo ao começar a subir e ir reduzindo as marchas conforme a necessidade. Lembre-se de que em um aclive a visibilidade é reduzida, pois você não pode ver quem vem vindo do outro lado da subida, e de que toda a potência do motor está sendo usada para vencer a força da gravidade. Portanto, nunca tente ultrapassar numa ladeira. Seção 5. Ultrapassagens Observe e pratique a ultrapassagem apenas onde for autorizada. A sinalização de permissão ou proibição é definida a partir de cálculos dos profissionais envolvidos na construção e manutenção da via. Por isso, a importância de obedecer a legislação para evitar acidentes. Nas subidas, só ultrapassar quando já estiver disponível a terceira faixa para veículos lentos. Para ultrapassar, acione a seta para esquerda, mude de faixa a uma distância segura do veículo à sua frente e só retorne à faixa normal do trânsito quando puder enxergar o veículo ultrapassado pelo retrovisor. Nos declives, a velocidade de todos os veículos é muito maior. Por isso, para ultrapassar, redobre a atenção e não exceda a velocidade permitida. Caso outros veículos podem queiram ultrapassar você, não dificulte a ultrapassagem, pelo contrário, facilite-a, mantendo constante a velocidade do seu veículo ou, até mesmo, reduzindo. 52 Seção 6. Estreitamento de pista, pontes e desmoronamentos Pontes estreitas ou sem acostamento, desmoronamento ou a presença de objeto na via provoca o estreitamento na pista. Assim que você perceber a sinalização indicando-os, redobre sua atenção, reduza a velocidade e a marcha e, quando for possível a passagem do veículo, aguarde o momento oportuno, alternando a passagem com outros veículos que vêm em sentido oposto. É praticamente comum aqui no Brasil notícias de desmoronamento ou a necessidade de manutenção nas pontes, principalmente nos meses chuvosos. Por isso, é necessário que o condutor redobre a atenção ao conduzir os veículos. Controlar a velocidade e redobrar a atenção, vai evitar que o motorista seja surpreendido e sofra um acidente. Seção 7. Acostamento É uma parte da via, diferenciada da pista de rolamento, destinada à parada ou ao estacionamento de veículo em situações de emergência ou à circulação de pedestres. É proibido trafegar com veículos automotores no acostamento, pois isso pode causar acidente com outros veículos que estiverem parados. Pode ocorrer em trechos da via um desnivelamento do acostamento em relação à pista de rolamento, “ um degrau” entre um e outro, o que vai exigir atenção redobrada do condutor. Concentre no alinhamento da via e permaneça a uma distância segura do seu limite, evitando que as rodas caiam no acostamento causando assim a perda do controle do veículo. Se for preciso parar no acostamento procure um local onde não haja desnível. Reduza a velocidade de forma suave para evitar possíveis colisões e sinalize com a seta. Após parar o veículo, sinalize com o triangulo de segurança e o pisca- alerta. Seção 8. Condições de pista As condições adversas da pista compreendem todos aqueles fatores que podem prejudicar o desempenho do ato de dirigir, aumentando a possibilidade da ocorrência de um acidente. As condições da própria via envolvem falta de acostamento, desvios, má sinalização, buracos, desníveis, lombadas, irregularidade ou poças de água. Por isso, é essencial estar consciente Figura 36: Parada em acostamento 53 das condições da pista antes mesmo de iniciar o percurso, a fim de que você possa praticar uma direção segura. Seção 9. Pista escorregadia Este fenômeno pode ocorrer em pista molhada ou pista seca. As precauções a serem utilizadas para evitar acidentes exigem do condutor conhecimento sobre aquaplanagem (hidroplanagem) e derrapagem. Lembre-se de que um acidente é sempre a soma de vários fatores, por isso, não esqueça dos equipamentos de segurança e dos outros fatores que já estudamos até aqui. A derrapagem pode ser causada pelas más condições dos pneus, quando não mais existem os sulcos antiderrapantes, por uma freada brusca ou até mesmo pela existência de óleo ou outro material espalhado na pista. Nessas situações, caso o condutor tentar parar o veículo que está em alta velocidade, de uma hora para outra, não vai conseguir interromper a força de locomoção do veículo, o que fará com que o carro deslize, saindo do seu controle. Para evitar sofrer uma derrapagem, mantenha sempre a velocidade compatível com as condições da via, esteja sempre atento e mantenha os pneus e o sistema de freio do carro em boas condições. Seção 10. Passeios e Calçadas É a parte da calçada ou da pista de rolamento que é destinada, exclusivamente, para utilização de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas, quando devidamente sinalizada como ciclovia. As calçadas são para uso exclusivo dos pedestres e só podem ser utilizados pelo veículo para ter acesso a lotes ou garagens. Mesmo nesses casos, deve ser feito com muito cuidado para não ocasionar atropelamento. Você deve prestar atenção também nas vias sem calçadas ou com as calçadas deterioradas, pois, essa situação leva os pedestres a utilizarem a pista de rolamento, expondo-se ao perigo. Seção 11. Vegetação e árvores Árvores e vegetação nos canteiros centrais de avenidas ou nas calçadas, bem como às margens das rodovias e estradas, podem esconder a sinalização. Por não ver essas placas, os motoristas podem ser induzidos a fazer manobras que tragam risco de colisões entre veículos ou de atropelamento de pedestres e de ciclistas. Ao notar árvores ou vegetação que possam 54 estar encobrindo a sinalização ou dificultando a visibilidade, redobre a sua atenção, reduzindo a velocidade, se for o caso, para poder identificar restrições de circulação ou situações de risco. Seção 12. Cruzamento Em um cruzamento, a circulação de veículos e de pessoas se altera a todo instante. Quanto mais movimentado, haverá mais conflito entre veículos, pedestres e ciclistas, aumentando os riscos de colisões e atropelamentos. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de forma que possa parar o seu veículo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência. Em cruzamentos sinalizados, a sinalização é que determina de quem é a preferência de passagem. O condutor que for ingressar numa via, procedente de um lote lindeiro a essa via, deverá dar preferência aos veículos e pedestres que por ela estejam transitando. Seção 13. Hora do rush É a parte do dia em que ocorre a maior concentração de usuários nas vias urbanas e o uso dos transportes públicos é mais elevado. Tal fenômeno acontece diariamente nos centros urbanos, quando a maioria das pessoas está se deslocando do trabalho para casa, ou vice-versa, ou nas vias rurais,
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