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Sistemas de Tratamento de Águas Residuárias Discente: Hilton do E. Santo Brandão Docente: Msc. Alberto Filho VÁRZEA GRANDE-MT 2022 Hilton do Espirito Santo Brandão email: eng.hiltonbrandao@gmail.com Fone:(65) 99204-5441 Engenharia Ambiental e Sanitária mailto:eng.hiltonbrandao@gmail.com 1) Quais as características que os efluentes devem ter para serem lançados em rios das classes: "especiais, I, II, II e IV"? Segundo o art. 34° e § 4° da resolução CONAMA n° 357, de 17 de março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências, as condições de lançamento de efluentes é: I - pH entre 5 a 9; II - temperatura: inferior a 40ºC, sendo que a variação de temperatura do corpo receptor não deverá exceder a 3ºC na zona de mistura; III - materiais sedimentáveis: até 1 mL/L em teste de 1 hora em cone Imhoff. Para o lançamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes; IV - regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do período de atividade diária do agente poluidor, exceto nos casos permitidos pela autoridade competente; V - óleos e graxas: 1 - óleos minerais: até 20mg/L; 2- óleos vegetais e gorduras animais: até 50mg/L; VI - ausência de materiais flutuantes. 2) Quais os níveis de tratamento de esgoto? Explique o que cada nível efetua e as tecnologias existentes atualmente para esses níveis de tratamento. O tratamento de esgoto doméstico em 4 níveis básicos: o nível preliminar, tratamento primário e tratamento secundário que tem quase a mesma função, e tratamento terciário ou pós- tratamento. Cada um deles tem, respectivamente, o objetivo de remover os sólidos suspensos (lixo, areia), remover os sólidos dissolvidos, a matéria orgânica, e os nutrientes e organismos patogênicos (causadores de doenças). Nível preliminar: são utilizadas grades, peneiras ou caixas de areia para reter os resíduos maiores e impedir que haja danos as próximas unidades de tratamento, ou até mesmo, para facilitar o transporte do efluente. Tratamento primário: são sedimentados (decantação) os sólidos em suspensão que vão se acumulando no fundo do decantador formando o lodo primário que depois é retirado para dar continuidade ao processo (as ETES de Cerquilho não possuem essa fase). Tratamento secundário: os microorganismos irão se alimentar da matéria orgânica convertendo-a em gás carbônico, água e outros gases. Tratamento terciário ou pós-tratamento: são removidos os poluentes específicos como os micronutrientes (nitrogênio, fósforo…) e patogênicos (bactérias e fungos). Isso quando se deseja que o efluente tenha qualidade superior, ou quando o tratamento não atingiu a qualidade desejada. Quando se trata de efluentes industriais lançados nas redes do SAAEC, é exigido da empresa um tratamento preliminar, no caso de haver substâncias muito tóxicas ou que não pode ser removida pelo tratamento oferecido pela ETE, a indústria é obrigada a construir a sua própria ETE para tratar seu efluente. As tecnologias existem que pode serem usadas para esses tratamentos são: Lagoa facultativa, disposição no solo por infiltração rápida, reator anaeróbio de manta de lodo e fluxo ascendente, lagoa aerada, reator com biofilme e filtro biológico e lodos ativados. 3) Quais os tipos de lagoas de estabilização existentes? Descreva as características de cada uma. As lagoas podem ser classificadas em: anaeróbias; facultativas (ocorrem processos aeróbios e anaeróbios); aeróbias; e maturação. Lagoa anaeróbia: Este tipo de lagoa se caracteriza por não apresentar oxigênio dissolvido abaixo da superfície da água. Durante o processo anaeróbio, diversas bactérias se desenvolvem para transformar a poluição orgânica em metano. Já a lagoa facultativa é, provavelmente, a mais simples em termos de operação. O seu processo ocorre através da retenção dos esgotos por um período de tempo suficiente para que os processos de estabilização da matéria orgânica se desenvolvam. As lagoas anaeróbias apresentam reações lentas, e por isto, necessitam de um tempo longo de detenção para que as reações ocorram. Como consequência, as lagoas anaeróbias requerem grandes áreas para suas construções. Lagoa aeróbia: Uma característica da lagoa aerada é a utilização de equipamentos de aeração, normalmente, aeradores superficiais, para “fornecer” oxigênio para o meio liquido. Os aeradores superficiais criam turbulências necessárias para o oxigênio contido na atmosfera adentre ao meio liquido, garantindo, assim, oxigenação para os microrganismos que estão na lagoa. Lagoa de maturação: Por fim, o ultimo sistema de lagoas a ser apresentado é a lagoa de maturação, responsável, principalmente, pela remoção de bactérias, coliformes, vírus e ovos de helmintos. Este tipo de lagoa possibilita um polimento no efluente de qualquer dos sistemas de lagoas de estabilização descritos anteriormente, ou de qualquer sistema de tratamento de esgotos. O principal objetivo das lagoas de maturação é a remoção de patógenos, e não da DBO. As lagoas de maturação são alternativas bastante econômicas à desinfecção do efluente. 4) Conceitue os tipos de esgotamento sanitários. O Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) é definido como um conjunto de obras e instalações destinadas a propiciar coleta, transporte, tratamento e o retorno do esgoto da comunidade, de forma adequada quanto ao padrão sanitário. Para que isso ocorra de forma adequada, existem regras e normas que devem ser entendidas e seguidas. No Brasil, estas normativas são chamadas de NBR e existem algumas no que diz respeito ao esgotamento sanitário. A NBR 9648, por exemplo, normatiza o despejo líquido constituído de esgoto doméstico, industrial e pluvial. 5) Diferencie a poluição pontual da difusa. Explique porque a poluição difusa é mais difícil de ser controlada. A poluição é dita pontual quando sua fonte pode ser claramente identificada. Por exemplo, tubulações (canos!) que partem de uma indústria e descarregam efluentes em um rio são consideradas fontes pontuais de poluição. Por ter origem identificável, é possível localizar tais fontes e fiscalizá-las de forma relativamente fácil. Por outro lado, uma fonte não pontual de poluição, também chamadas de poluição difusa, são fontes de poluição que não são facilmente identificáveis. Por exemplo, a entrada de solo (terra) em um rio por meio da erosão não é facilmente identificável porque inúmeras são as propriedades rurais que contribuem para a entrada de terra nele. O mesmo pode ser considerado com fertilizantes e pesticidas. A poluição difusa é mais dificil de ser controlada por que não é fácil identificar com precisão a exata origem desses poluentes. 6) Calcule a vazão média de efluentes de um condomínio de 824 pessoas. QPC = 280L/hab.dia. Qmédia = ( 824 x 280 x 0,8 ) / 86400 Qmédia = 2,1362 l/s 7) Quais as características físicas e químicas dos esgotos domésticos? Dê uma breve descrição de cada característica. Principais características físicas dos esgotos domésticos: Temperatura : Ligeiramente superior à da água de abastecimento, Variação conforme as estações do ano (mais estável que a temperatura do ar), Influência na atividade microbiana, Influência na solubilidade dos gases e Inlluência na viscosidade do líquido. Cor: Esgoto fresco: ligeiramente cinza, Esgoto séptico: cinza escuro ou preto. Odor : Esgoto fresco: odor oleoso, relativamente desagradável, Esgoto séptico: odor fétido (desagradável), devido ao gás sulfídrico e a outros produtos da decomposição, Despejos industriais: odores característicos.Turbidez: Esgoto fresco: odor oleoso, relativamente desagradável, Esgoto séptico: odor fétido (desagradável), devido ao gás sulfídrico e a outros produtos da decomposição e Despejos industriais: odores característicos Principais características químicas dos esgotos domésticos: pH : Indicador das características ácidas ou básicas do esgoto. Uma solução ó neutra em pH 7. Os processos de oxidação biológica normalmente tendem a reduzir o pH. Alcalinidade: Indicador da capacidade tampão do meio (resistência ás variações do pH). Devido à presença de bicarbonato, carbonato e Ion hidroxila (OH'). Cloretos: Provenientes da água de abastecimento e dos dejetos humanos. Óleos e Graxos: Fração da matéria orgânica solúvel em hexanos. Nos esgotos domésticos, as fontes são óleos e gorduras utilizados nas comidas. Nitrogênio total : O nitrogênio total inclui o nitrogênio orgânico, amónia, nitrito e nitrato. É um nutriente indispensável para o desenvolvimento dos mictorganismos no tratamento biológico. O nitrogênio orgânico e a amónia compreendem o denominado Nitrogênio Total Kjeldahl (NTK). 8) Conceitue DBO, DQO e OD, explique as relações entre esses parâmetros de águas residuárias. Oxigênio dissolvido (OD): Indicador da concentração de oxigênio dissolvido na água em mg L-1. O oxigênio é um gás pouco solúvel em água e a sua solubilidade depende da pressão (altitude), temperatura e sais dissolvidos, normalmente a concentração de saturação está em torno de 8 mg L-1 a 25oC entre 0 e 1.000 m de altitude). Demanda bioquímica de oxigênio (DBO): indicador que determina indiretamente a concentração de matéria orgânica biodegradável através da demanda de oxigênio exercida por microrganismos através da respiração. A DBO é um teste padrão, realizado a uma temperatura constante de 20 °C e durante um período de incubação também fixo, 5 dias. É uma medida que procura retratar em laboratório o fenômeno que acontece no corpo d´água. Assim uma amostra é coletada em duplicata, e em uma das amostras é medido o oxigênio dissolvido após a coleta; o oxigênio da outra amostra é medido após 5 dias, período em que a amostra fica em uma incubadora a uma temperatura de 20 ºC. A diferença de concentração de oxigênio representa a demanda bioquímica de oxigênio (oxigênio consumido para oxidar a matéria orgânica via respiração dos microrganismos). É um indicador estimativo, já que as condições: turbulência das águas, aeração e insolação etc. não são consideradas. Quando a água possui muita matéria orgânica e microrganismos, é necessário diluir a amostra e introduzir nutrientes. Para efluentes indústrias que não possuem oxigênio suficiente e nem microrganismos, é necessário além da diluição e introdução de nutrientes, adicionar "semente", ou seja uma porção de esgoto com microrganismos e DBO conhecido para corrigir o resultado final. Demanda química de oxigênio (DQO): Indicador de matéria orgânica baseado na concentração de oxigênio consumido para oxidar a matéria orgânica, biodegradável ou não, em meio ácido e condições energéticas por ação de um agente químico oxidante forte. Esta técnica apenas estima a concentração de matéria orgânica em termos de oxigênio consumido já que nos corpos d´águas as condições não são tão energéticas, além do fato de que algumas espécies inorgânicas, tais como nitritos, compostos reduzidos de enxofre e substâncias orgânicas, como hidrocarbonetos aromáticos, compostos alifáticos de cadeia aberta e piridinas não são oxidadas. A principal vantagem da DQO é a rapidez, pouco mais de duas horas, enquanto que a DBO leva 5 dias. Dada uma amostra de esgoto, a relação usual entre os principais parâmetros representativos do consumo de oxigênio para a estabilização da matéria orgânica (DBO.s, DBO i! e DQO). 9) Explique o que é equivalente populacional em efluentes industriais. É um importante parâmetro caracterizador dos despejos industriais é o equivalente populacional, que traduz a equivalência entre o potencial poluidor de uma indústria (comumente em termos de matéria orgânica) e uma determinada população, a qual produz, essa mesma carga poluidora. Assim, quando se diz que uma indústria tem um equivalente populacional de 20.000 habitantes, equivale a dizer que a carga de DBO do efluente industrial corresponde à carga gerada por uma localidade com uma população de 20.000 habitantes. 10) Explique o fenômeno de eutrofização. Quais os níveis existentes? A eutrofização é um fenômeno que ocorre como consequência do aumento da quantidade de nutrientes no ambiente aquático. Pode ocorrer por causas naturais, mas acontece também como resultado da ação humana. Provoca danos graves no ambiente aquático, tais como mortandade das espécies que ali vivem e proliferação de algas e cianobactérias, que podem produzir substâncias nocivas à saúde. De forma a se poder caracterizar o estágio de eutrofização em que se encontra um corpo d'água, possibilitando a tomada de medidas preventivas e /ou corretivas, é interessante a adoção de um sistema classificatório. Usualmente, tem-se os seguintes níveis de trofia: -oligotrófico (lagos claros e com baixa produtividade) -mesotrófico (lagos com produtividade intermediária) -eutrófico (lagos com elevada produtividade, comparada ao nível natural básico) De forma a se caracterizar com uma particularidade ainda mais elevada os corpos d'água, há outras classificações com outros níveis tróficos, tais como: ultraoligotrófico, oligotrófico, oligomesotrófico, mesotrófico, mesoeutrófico, eutrófico, eupolitrófico, hipereutrófico.
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