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FUNÇÕES MOTORAS DO TRONCO CEREBRAL Profa. Dra. Edmara Aparecida Baroni UEM Por toda a extensão do tronco cerebral (TC), bulbo, ponte e mesencéfalo, existem neurônios dispersos e fazendo sinapses múltiplas entre si, formando as formações reticulares. Na Formação Reticular (FR), existem neurônios motores e sensoriais e um grande número de interneurônios pequenos que fazem conexões múltiplas dentro da própria FR. Estes interneurônios são contínuos com os interneurônios da ME. Embora a maioria dos neurônios na FR esteja uniformemente dispersa, alguns deles se agrupam para formar os núcleos específicos (núcleos vestibulares, núcleo intersticial, prestigial, rubro, subtalâmico e substância negra). Em geral, esses núcleos não são considerados parte da FR, ainda que operem em associação com ela. a. Função Excitatória da Formação Reticular: As porções superiores da FR (porções superiores do bulbo, ponte e mesencéfalo) e os núcleos vestibulares, que funcionam intimamente em associação, são intrinsicamente excitáveis, mas esta excitabilidade é controlada por impulsos inibitórios provenientes principalmente dos Gânglios da Base. Também algumas áreas do córtex cerebral enviam impulsos inibitórios à FR direta ou, principalmente, indiretamente através dos Gânglios da Base. Assim, a FR excitatória e os núcleos vestibulares transmitem impulsos contínuos para motoneurônios da ME, principalmente para os extensores ou antigravitacionais, e daí, aos músculos extensores a fim de enrijecer os membros. Em essência, os núcleos vestibulares e a FR excitatória fornecem energia nervosa aos motoneurônios extensores, para que estes possam apoiar o corpo contra a gravidade, permitindo que o indivíduo ou animal possa permanecer de pé. Assim, a FR excitatória e os núcleos vestibulares transmitem impulsos excitatórios que são responsáveis pela manutenção da postura. Quando se faz uma transecção do tronco cerebral a nível de mesencéfalo, entre os colículos superior e inferior, liberando o TC de influências inibitórias provenientes principalmente dos gânglios da base, ocorre um aumento imediato no grau de contração dos músculos extensores de todo o corpo. Este quadro é chamado de “rigidez de descerebração” e o animal apresenta hiperdistensão dos membros, do dorso e da cauda. Os impulsos excitatórios provenientes da FR parecem incidir sobre motoneurônios gama, uma vez que a secção de todos os nervos das raízes dorsais, tirando do jogo o reflexo miotático, faz com que o quadro de rigidez de descerebração desapareça. A FR excitatória e os núcleos vestibulares transmitem impulsos contínuos a motoneurônios extensores. Entretanto, o grau de atividade destes, é função do equilíbrio. Portanto, se um animal começa a cair para um lado, os músculos extensores daquele lado enrijecem e os do lado oposto se relaxam. O aparelho vestibular detecta alterações na orientação e movimento apenas da cabeça, e transmite as informações aos núcleos vestibulares. Entretanto, é importante que os centros nervosos recebam também informações acerca da posição da cabeça com relação ao corpo e das diferentes partes do corpo entre si. Estas informações são transmitidas aos núcleos vestibulares pelas fibras proprioceptivas provenientes dos músculos do pescoço e do restante do corpo, respectivamente. Dos núcleos vestibulares, estas informações são transmitidas, principalmente ao cérebro, que trabalha estas informações e faz os reajustes posturais adequados, graças a conexões indiretas com motoneurônios da ME e do TC, através dos feixes retículoespinhal, vestíbuloespinhal e rubroespinhal. b. Função Inibitória da Formação Reticular: As porções inferiores do bulbo são inibitórias, transmitindo impulsos que diminuem o tônus da musculatura esquelética de todo o corpo. A secção do TC imediatamente abaixo do núcleos vestibulares determina relaxamento muscular generalizado.
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