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ContabilidadeContabilidade
agropecuáriaagropecuária
AUTORIA
Ivã da Cruz de Araújo
Bem vindo(a)!
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), é com grande prazer que convido você a descobrir nesta
disciplina uma Contabilidade Linda, como gosto de chamá-la e sou apaixonado.
Como você já deve saber, a Ciência Contábil é uma ciência vasta, podendo ser
aplicada em todos os tipos de entidades. A partir de agora vamos caminhar juntos
pela disciplina de Contabilidade Agropecuária e descobrir um mundo contábil
voltado para o agronegócio.
Na Unidade I você aprenderá o conceito de agronegócio e as características das
propriedades e empresas rurais, ampliando seu conhecimento para que, na Unidade
II, possa entender como funcionam as culturas temporárias e culturas permanentes.
Em seguida, ainda na Unidade II, trataremos dos redutores do ativo não circulante:
depreciação, exaustão e amortização.
Na Unidade III você verá que a pecuária possui características peculiares e
conhecerá os sistemas de produção e reprodução, tipos de pastoreio, atividade de
cria, recria e engorda do gado, a divisão dos rebanhos em categorias, forma de
contabilização dos custos e apuração do resultado.
Para �nalizar, na Unidade IV você verá um modelo básico de plano de contas
aplicado às empresas rurais e aprenderá sobre o Imposto Territorial Urbano (ITR).
Fica aqui o meu convite para que você amplie seus conhecimentos contábeis e
cresça pessoal e pro�ssionalmente utilizando esta ciência fantástica.
Muito obrigado e bom estudo!
Sumário
Essa disciplina é composta por 4 unidades, antes de prosseguir é necessário que
você leia a apresentação e assista ao vídeo de boas vindas. Ao termino da quarta da
unidade, assista ao vídeo de considerações �nais.
Unidade 1
Conceitos básicos do agronegócio
Unidade 2
Contabilidade  agrícola
Unidade 3
Contabilidade pecuária
Unidade 4
Contabilidade gerencial e
declaração do imposto territorial
rural
Conceitos básicos do
agronegócio
AUTORIA
Ivã da Cruz de Araújo
Sumário
Introdução
1 - Conceitos e de�nições de agronegócio
2 - Caracterização de propriedades e empresas rurais
Considerações Finais
Introdução
Olá!
Essa unidade foi planejada e preparada cuidadosamente para que você conheça os
principais conceitos e de�nições da Ciência Contábil no campo da Contabilidade
Agrícola. Você verá também as principais características das propriedades e empresas
rurais, assunto de grande relevância para a compreensão desta área fantástica da
Ciência Contábil. Ressalto que conhecer tais conceitos e de�nições preparará você
para que os conteúdos seguintes, abordados nas demais unidades desta obra,
�quem mais claros e sejam melhores compreendidos. Não deixe de ler com atenção
e se aprofundar no assunto.
Boa leitura e bons estudos!
Plano de Estudo:
1. Conceitos e de�nições de agronegócio.
2. Caracterização de propriedades e empresas rurais.
Objetivos de Aprendizagem:
1. Conceituar e contextualizar o agronegócio no Brasil.
2. Compreender os tipos de propriedades e empresas rurais.
3. Estabelecer a importância do agronegócio e sua relação com a Ciência Contábil.
Conceitos e de�nições de
agronegócio
O agronegócio é a expressão criada para representar a fusão da agricultura e/ou
agropecuária e o negócio.
Figura 1 - O Agronegócio
Agricultura e 
Agropecuária Negócio Agronegócio+ =
Fonte: o autor.
O Brasil é um dos maiores produtores de alimento do mundo e tem no agronegócio
um importante setor da economia com grande participação no Produto Interno
Bruto (PIB)
O clima no país favorece a produção de alimentos e, aliado a isso, o investimento em
novas tecnologias faz do setor um grande mercado lucrativo. Conhecer esse mercado
e como a contabilidade é aplicada ao setor é de suma importância para você, futuro
contador.
A Contabilidade de Agronegócio
A Ciência Contábil, como você já deve saber, é composta por diversos campos de
estudo, como:
Contabilidade comercial;
Contabilidade de Custos;
Contabilidade tributária;
Auditoria;
Perícia Contábil;
Contabilidade Gerencial;
Contabilidade de Agronegócio.
Como você pode notar a Contabilidade estudada de forma genérica possui diversas
nomenclaturas, dentre elas a contabilidade de Agronegócio, se o campo de estudo
forem as empresas rurais. Pode-se ainda encontrar denominações ainda mais
especí�cas como:
Talvez você viva em uma região cuja atividade rural não seja tão explorada como em
algumas regiões do Brasil, porém conhecer estas atividades, bem como as empresas
que as praticam funcionam, permitirá a você, além de entender a contabilização no
agronegócio, compreender a ligação da área rural com a economia do País.
Convido você a ler com atenção os tópicos a seguir e conhecer os principais conceitos
ligados à Contabilidade de Agronegócio.
Contabilidade Agrícola;
Contabilidade da Pecuária;
Contabilidade da Zootécnica;
Contabilidade Agroindustrial.
Caracterização de propriedades e
empresas rurais
As empresas rurais são aquelas que exploram o cultivo da terra, criação de animais
e/ou a transformação de produtos agrícolas. Nesse momento você já deve ter
entendido que uma empresa rural explora a capacidade produtiva do solo a �m de
satisfazer necessidades humanas.
Conforme Crepaldi (2012, p. 1), “a agricultura representa toda a atividade de exploração
da terra, seja ela o cultivo de lavouras e �orestas ou com a criação de animais, com
vistas à obtenção de produtos que venham a satisfazer as necessidades humanas”.
As empresas rurais dividem-se em três grandes campos de atividade:
Atividade Agrícola;
Atividade Zootécnica;
Atividade Agroindustrial.
Atividade Agrícola
Trata-se da exploração do solo com a �nalidade de plantio e produção vegetal.
Segundo Crepaldi (2012), a atividade agrícola está relacionada à produção vegetal,
sendo dividida em dois grandes grupos: cultura hortícola e forrageira e a
arboricultura.
A cultura hortícola e forrageira
relaciona-se:
aos cereais, como feijão, soja,
arroz e milho;
às hortaliças, como verduras,
pimentão, tomate;
aos tubérculos, como batata,
cenoura e mandioca;
às �bras, como o algodão,
forragens e �ores.
Já ao campo da arboricultura
relaciona-se:
o �orestamento;
os pomares;
os vinhedos;
Atividade Zootécnica
Trata-se da criação de animais para serviços de lavoura, consumo doméstico ou para
�ns industriais e/ou comerciais. Alguns exemplos:
Avicultura (criação de aves);
Cunicultura (criação de coelhos);
Pecuária (criação de gado);
Piscicultura (criação de peixes);
Apicultura (criação de abelhas);
Entre outros pequenos animais.
Aqui, vale ressaltar que o Brasil possui grande participação na pecuária mundial,
sendo que o país possui um dos maiores rebanhos bovinos do mundo. Crepaldi (2017,
p.3) diz que “Pecuária é a arte de criar e tratar o gado”.
Atividade Agroindustrial
Já parou para pensar que muitos dos alimentos que você consome precisam de
vários processos e procedimentos até chegarem à sua casa, para, então, irem para sua
mesa? Veja o exemplo do café, antes de chegar a sua mesa, passa por vários
processos, dentre eles a colheita, secagem, torra, moagem e preparo. Esse processo
de bene�ciamento ou transformação denomina-se atividade agroindustrial.
A atividade agroindustrial, portanto, tem como sua principal função o bene�ciamento
ou a transformação de produtos agrícolas (arroz, soja, café) e transformação
zootécnica (mel e laticínios), como, por exemplo:
Transformação do produto agrícola a conserva de frutas, a moagem de trigo e
de milho, a debulha de milho, a moagem de cana-de-açúcar para produção de
açúcar mascavo, melado e rapadura, a moagem de grão, transformando-o em
farinha ou farelo.
Transformação de produtos zootécnicos como laticínios (queijo, manteiga e
requeijão), casulos de seda, mel acondicionado em embalagem de
apresentação, produção de adubos orgânicos, sucos de frutas acondicionados
em embalagens.
No caso de produtos �orestais: produção de carvão vegetal, produção de lenha
etc.
Atividades não consideradas como rural
A Instrução Normativa RFBnº 1.700, de 14 de março de 2017, em seu artigo 150
especi�ca as atividades não consideradas rurais:
I - a industrialização de produtos, tais como bebidas alcoólicas em geral,
óleos essenciais, arroz bene�ciado em máquinas industriais e fabricação
de vinho com uvas ou frutas; 
II - a comercialização de produtos rurais de terceiros e a compra e venda
de rebanho com permanência em poder da pessoa jurídica rural em
prazo inferior a 52 (cinquenta e dois) dias, quando em regime de
con�namento, ou 138 (cento e trinta e oito) dias, nos demais casos; 
III - o bene�ciamento ou a industrialização de pescado in natura; 
IV - o ganho auferido pela pessoa jurídica rural proprietária de rebanho,
entregue, mediante contrato por escrito, à outra parte contratante
(simples possuidora do rebanho) para o �m especí�co de procriação,
ainda que o rendimento seja predeterminado em número de animais; 
V - as receitas provenientes do aluguel ou arrendamento de máquinas,
equipamentos agrícolas e pastagens, e da prestação de serviços em
geral, inclusive a de transporte de produtos de terceiros; 
VI - as receitas decorrentes da venda de recursos minerais extraídos de
propriedade rural, tais como metal nobre, pedras preciosas, areia, aterro
e pedreiras; 
VII - as receitas �nanceiras de aplicações de recursos no período
compreendido entre 2 (dois) ciclos de produção; 
VIII - os valores dos prêmios ganhos a qualquer título pelos animais que
participarem em concursos, competições, feiras e exposições; 
IX - os prêmios recebidos de entidades promotoras de competições
hípicas pelos proprietários, criadores e pro�ssionais do turfe; 
X - as receitas oriundas da exploração do turismo rural e de hotel
fazenda.
Ciclo Operacional
O ciclo operacional compreende o período da compra do estoque até a venda das
mercadorias e produtos. Segundo Oliveira e Oliveira (2017, p. 45), no agronegócio “a
maioria das atividades tem duração menor que um ano. Contudo é comum na
atividade rural ciclos operacionais maiores que esse espaço de tempo como na
pecuária de corte, produção de búfalos, plantação de eucalipto e �orestamentos em
geral”.
Oliveira, G., e Oliveira, G., (2017, p. 46) a�rmam que:
O conceito de ciclo operacional pressupõe a quantidade de tempo
decorrido e não datas iniciais e �nais. Portanto, contas do ativo que se
transformam em caixa dentro de n meses/anos do ciclo operacional são
classi�cadas como circulante. Quando se a�rma que as contas do ativo
circulante são aquelas que se transformam em caixa dentro do exercício
social subsequente, tem-se como premissa que o balanço é encerrado
no “último dia do ciclo operacional” e que o exercício subsequente terá
exatamente a quantidade de tempo deste ciclo. (OLIVEIRA, D; OLIVEIRA
G, 2017, p. 46).
Ano Agrícola x Exercício Social
O exercício social é o período em que as empresas encerram suas demonstrações
contábeis. A maioria das empresas comerciais, industriais ou de serviços encerra seu
exercício social anualmente em 31 de dezembro. Aí surge a dúvida: quando é o
término do exercício social das empresas rurais? Coincide com o ano civil, como nas
demais empresas?
De forma geral, as empresas optam pelo mês de dezembro considerando redução ou
interrupção das atividades, o que também facilita o inventário de mercadorias. No
caso das empresas rurais, o Ano Agrícola é in�uenciado por variáveis peculiares ao
tipo de atividade explorada, fugindo à regra geral há pouco mencionada, seguida
pelas empresas comerciais, industriais e de serviços.
Nas empresas com atividades agrícolas, o exercício social segue o Ano Agrícola, ou
seja, o período em que se planta, colhe e comercializa a safra. Nas empresas com
atividade de pecuária, o nascimento do bezerro encerra o Exercício Social. Crepaldi
(2017) sugere que, neste caso, o bezerro é como se fosse o fruto na atividade agrícola.
Há empresas, por exemplo, que planejam o nascimento dos bezerros para um
determinado mês, quando, portanto, encerram seu Exercício Social.
Numa empresa rural com mais de uma atividade, a di�culdade aumenta e
geralmente considera-se a atividade com maior representatividade na receita. Veja
um exemplo:
Considerando o produto de maior receita, a empresa encerrará suas demonstrações
contábeis em outubro (31/10), data em que a Laranja, sua atividade com maior receita,
encerra seu ciclo operacional (compra até a venda).
Quadro 1 - Exemplo de determinação do exercício social na atividade Rural
Empresa
Produto
Agrícola
Aquisição de
Insumos
Recebimento das
Vendas
%
Receita Tipo
Laranja Abril Outubro 55% Sim
Café Novembro Abril 30% Sim
Maracujá Ano inteiro 15% Não
Fonte: o autor.
Porém nem tudo são �ores e a empresa rural tem um outro problema para resolver.
Ela precisa cumprir obrigações �scais, o que a obriga a elaborar demonstrações
contábeis coincidentes com o ano civil (01/01 a 31/12). Dessa forma, a empresa rural
precisa cumprir a legislação �scal e, para �ns gerenciais, elaborar um balanço com
base no ano agrícola.
Forma Jurídica: PF x PJ
Assim como em outras atividades na área rural, é possível exercer as atividades como
pessoa física ou como pessoa jurídica. A pessoa física é a pessoa natural, ou seja, o ser
humano cuja vida termina com o falecimento. As pessoas jurídicas são pessoas
constituídas por lei para uma �nalidade especí�ca e com personalidade distinta
daquela que a constituiu. Elas geralmente denominam-se empresas e podem ter �ns
lucrativos ou não.
Marion (2017 p. 7) a�rma que:
No Brasil prevalece a exploração na forma de pessoa física, por ser
menos onerosa que a de pessoa jurídica, além de proporcionar mais
vantagens de ordem �scal principalmente em relação a pequenas
atividades. As pessoas físicas tidas como pequeno e médio produtores
rurais não precisam para �ns de imposto de renda, fazer escrituração
regular em livros contábeis e podem utilizar apenas um livro caixa e
efetuar a escrituração simpli�cada. Todavia, as pessoas físicas tidas
como grande produtor rural serão equiparadas às pessoas jurídicas para
�ns contábeis devendo fazer a escrituração regular por intermédio de
pro�ssional contábil quali�cado, utilizando como base o método das
partidas dobradas (lançamento a débito e a crédito simultaneamente).
(MARION, 2017, p. 7).
Empresas com �ns lucrativos:
Empresas comerciais;
Indústrias;
Prestadoras de serviços.
Empresas sem �ns lucrativos:
Cooperativas;
Empresas com cunho religioso;
Associação �lantrópica;
Associação de pais e mestres;
Associação de produtores;
Associação de Moradores;
Demais associações.
Veja que, por uma questão lógica e prática, muitos produtores optam pela atividade
como pessoa física. Vale lembrar que esta opção é para os empresários rurais de
pequeno e médio porte. Tal conceito é determinado com base na receita do produtor,
cujo montante é �xado pela legislação do imposto de renda.
O Código Civil de�ne como empresário aquele que exerce pro�ssionalmente
atividade econômica organizada, o produtor rural, desta forma, também pode ser
chamado de empresário conforme as seguintes formas jurídicas:
Autônomo: será assim chamado o produtor sem registro na Junta Comercial.
Empresário Individual: se inscrito na Junta Comercial, o que não é obrigatório.
Sociedade Empresária: Sociedade Limitada ou Sociedade por Ações, inscrita na
Junta Comercial.
Tipos de Investimento e Associações
De acordo com Marion (2017), na agropecuária é possível identi�car dois tipos de
investimentos: Capital Fundiário e Capital de Exercício.
Capital Fundiário é aquele que cuja possibilidade de retirar da terra não existe, como,
por exemplo: terra, edi�cações, cultura permanente, pastos etc. Capital de Exercício é
o instrumento essencial para que o negócio funcione. Podem não se destinar à venda
(permanentes) ou serem recursos �nanceiros que serão transformados em dinheiro
ou consumidos a curto prazo. Exemplos: tratores, equipamentos, animais de trabalho,
gado para reprodução etc.
Desses dois tipos de investimentos surgem formas de associações, como:
Arrendamento: quando o proprietárioaluga seu terreno (capital fundiário) para
uma outra pessoa exercer atividade de exploração agrícola, pecuária ou
agroindustrial.
Comodato: quando o proprietário cede suas terras para outra pessoa exercer
atividades rurais sem receber nada em troca por isso.
Condomínio: copropriedade cujos proprietários compartilham dos resultados
das atividades lá exercidas. Entende-se como resultado lucros e prejuízos.
Ativo Biológico
Sabe-se que o ativo representa o conjunto de bens e direitos de uma entidade. Ele se
divide em Ativo Circulante e Não Circulante, sendo este último dividido em quatro
subgrupos:
Realizável a longo prazo;
Imobilizado;
Investimentos;
Intangível.
Quero apresentar a você, no último tópico deste conteúdo, o conceito de Ativo
Biológico, que você provavelmente não viu em outras disciplinas. O comitê de
pronunciamento contábil, em seu pronunciamento de nº 29, de�niu o Ativo Biológico
como animal e/ou planta vivos.
O quadro a seguir apresenta exemplos destes ativos, os produtos agrícolas oriundos
destes ativos biológicos, bem como os produtos resultantes do processamento após a
colheita.
Quadro 2 - Ativos Biológicos
Ativos Biológicos ProdutoAgrícola
Produtos resultantes do
processamento após a colheita
Carneiros Lã Fio, tapete
Plantação de árvores
para madeira
árvore
cortada Tora, madeira serrada
Gado de leite Leite Queijo
Porcos Carcaça Salsicha, presunto
Plantação de algodão Algodãocolhido Fio de algodão, roupa
Cana-de-açúcar Canacolhida Açúcar
Plantação de fumo Folhacolhida Fumo curado
Arbusto de chá Folhacolhida Chá
Videira Uvacolhida Vinho
Árvore frutífera Frutacolhida Fruta processada
Palmeira de dendê Frutacolhida Óleo de Palma
Seringueira Látexcolhido Produto da borracha
Fonte: Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2009)
SAIBA MAIS
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, em seu pronunciamento
CPC29, traz alguns conceitos interessantes e que precisam de atenção.
Produção agrícola é o produto colhido de ativo biológico da entidade.
Ativo biológico é um animal e/ou uma planta vivos. A transformação
biológica compreende o processo de crescimento, degeneração,
produção e procriação que causa mudança qualitativa e quantitativa no
ativo biológico. Despesas de venda são despesas incrementais
diretamente atribuíveis à venda de ativo, exceto despesas �nanceiras e
tributos sobre o lucro. Grupo de ativos biológicos é um conjunto de
animais ou plantas vivos semelhantes. Colheita é a extração do produto
de ativo biológico ou a cessação da vida desse ativo biológico.
Fonte: Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2009).
REFLITA
A contabilidade no Brasil é reconhecida como ferramenta gerencial ou
simplesmente uma mera formalidade exigida pelo �sco?
Fonte: o autor.
Livro
Filme
Contabilidade  agrícola
AUTORIA
Ivã da Cruz de Araújo
Sumário
Introdução
1 - Culturas temporárias e culturas permanentes
2 - Depreciação: conceito, métodos, cálculo e contabilização
3 - Amortização: conceito, métodos, cálculo e contabilização
4 - Exaustão: conceito, métodos, cálculo e contabilização
5 - Contabilização e apuração do resultado: CPC 29
Considerações Finais
Introdução
Olá!
Essa unidade foi elaborada para você compreender os tipos de culturas existentes.
Após entender as particularidades contábeis que cada cultura exige você verá os
conceitos, métodos e a contabilização de depreciação, amortização e exaustão, itens
importantíssimos e que exigem atenção especial. Por �m, será apresentada a forma
de contabilização e apuração do resultado com base no pronunciamento do Comitê
De Pronunciamentos Contábeis (CPC 29).
Vale lembrar que na unidade anterior você aprendeu conceitos importantes do
agronegócio, principalmente a de�nição de Ano Agrícola e Exercício Social e já está
preparado(a) para seguir se aprofundando em contabilidade de agronegócio.
Boa leitura e bons estudos.
Plano de Estudo:
1. Culturas Temporárias e Culturas Permanentes.
2. Depreciação: Conceito, Métodos, Cálculo e Contabilização.
3. Amortização: Conceito, Métodos, Cálculo e Contabilização.
4. Exaustão: Conceito, Métodos, Cálculo e Contabilização.
5. Contabilização e Apuração do Resultado: CPC 29.
Objetivos de Aprendizagem:
1. Conceituar os tipos de culturas.
2. Compreender os conceitos, métodos, cálculo e contabilização de depreciação,
amortização e exaustão.
3. Apresentar a forma de contabilização e apuração do resultado das culturas
temporárias e permanentes.
Culturas temporárias e culturas
permanentes
O tipo de cultura existente na propriedade dita os procedimentos contábeis a serem
seguidos. Com relação à Contabilidade Agrícola temos dois tipos de cultura: 
Cultura Temporária
A cultura temporária é basicamente aquela em que, após a colheita, o replantio é
necessário. Nesse tipo de cultura o período entre o plantio e a colheita é curto ou
médio, geralmente inferior a um ano.
Marion (2017, p. 17) diz que culturas temporárias são “aquelas sujeitas ao replantio
após a colheita. Normalmente, o período de vida é curto. Após a colheita, são
arrancadas do solo para que seja realizado novo plantio”. Exemplos:
Soja;
Arroz;
Feijão;
Milho;
Abacaxi;
Cana-de-açúcar;
Mandioca.
Quanto a contabilização, Crepaldi (2012, p. 109) apresenta características deste tipo de
cultura:
a) Cultura Temporária.
b) Cultura Permanente.
Os custos na cultura temporária serão contabilizados em uma conta do
Ativo Circulante com o título de Culturas Temporárias. Esses custos
podem ser: sementes, fertilizantes, defensivos, mão de obra etc.
acumulados até o término da colheita. Após o término da colheita, o
saldo da conta de Culturas Temporárias será transferido para a conta de
Produtos Agrícolas, na qual serão somados posteriormente à colheita os
custos para deixar o produto à disposição para venda. Ao ser vendido o
produto, transfere-se o valor correspondente ao volume vendido de
Produtos Agrícolas para a conta de Custos de Produtos Vendidos, sendo
assim, é possível calcular o resultado apurando-se o lucro bruto.
(CREPALDI, 2012, p. 109).
Note que a separação de custos e despesas se faz necessária e segue o mesmo
esquema utilizado nas indústrias quanto ao custo ligado ao processo produtivo, e os
gastos sendo classi�cados como despesas assim que o produto estiver pronto para
venda. No caso da cultura temporária, os gastos serão classi�cados como Custos da
Cultura até a colheita. Assim que o produto estiver disponível para venda, os gastos
serão classi�cados como despesas.
Marion (2017, p. 17) sugere a utilização da conta Cultura em Formação para apropriar
os custos da cultura:
Esses produtos são contabilizados no Ativo Circulante, como se fossem
um “Estoque em andamento” numa indústria. Dessa forma, todos os
custos serão acumulados numa subconta com o título especí�co da
Cultura em Formação (arroz, ou trigo, ou, alho ou cebola, ou...) da conta
“Culturas Temporárias”. Os custos que compõem essa rubrica são:
sementes, fertilizantes, mudas, demarcações, mão de obra, encargos,
energia elétrica, encargos sociais, combustível, seguro, serviços
pro�ssionais, inseticidas, depreciação de tratores e outros imobilizados
da cultura em apreço. (MARION, 2017, p. 17).
Cultura Permanente
A Cultura Permanente, segundo Crepaldi (2012), é aquela que não é sujeita ao
replantio após a colheita, já que permite mais de uma colheita ou produção e possui
vida útil acima do ano. Geralmente é atribuído o período mínimo de quatro anos para
a cultura permanente. Exemplos:
Café;
Laranja;
Seringueira;
Limão;
Cana-de-açúcar;
Silvicultura (essências �orestais, plantações arbóreas);
Frutas arbóreas (maçã, pera, jaca, uva, jabuticaba, goiaba).
Com relação aos custos, Marion (2017, p. 20) apresenta as particularidades de tipo de
cultura:
No caso da cultura permanente, os custos necessários para a formação
da cultura serão considerados no Ativo Não Circulante – Imobilizado. Os
principais custos são: adubação, formicidas, forragem fungicidas,
herbicidas, mão-de-obra, encargos sociais, manutenção, arrendamento
de equipamentose terras, seguro de cultura, preparo do solo, serviços de
terceiros, sementes, mudas, irrigação, produtos químicos, depreciação de
equipamentos utilizados na cultura etc. (MARION, 2017, p. 20).
Como já mencionado, a Cultura Permanente deve �gurar o Ativo Não Circulante –
Imobilizado, visto que sofrerá depreciação ou exaustão para apropriação destes custos
para a colheita do ano. Dessa forma, todos os gastos utilizados para formação da
Cultura Permanente devem ser lançados na Cultura Permanente em Formação
(Imobilizado), e dentro dessa conta utilizar subcontas para especi�car o tipo de
cultura: guaraná, café etc. Perceba que aqui a formação é da Cultura Permanente e
não da colheita. 
Sendo assim, os gastos, tais como mão de obra, encargos sociais, produtos químicos,
custos com irrigação, entre outros utilizados na Formação da colheita serão
acumulados na conta Colheita em Andamento do Ativo Circulante. Vale reforçar que
aqui se acrescenta o custo com depreciação ou exaustão da Cultura Permanente
Formada. Fique tranquilo(a) que nos próximos tópicos a depreciação a exaustão serão
melhor explicadas.
@freepik
A partir do momento em que a
Cultura estiver formada, transfere-se
o saldo da conta Cultura Permanente
em Formação para a conta Cultura
Permanente Formada. Doravante, os
gastos serão acumulados para
apuração do resultado da primeira
produção/colheita e não serão mais
registrados no Ativo Não Circulante –
Imobilizado. 
Após a colheita cria-se a conta Produtos Agrícolas, também do Ativo Circulante, que
receberá o saldo da Conta Colheita em Andamento, bem como os gastos necessários
para deixar o produto pronto para venda, como, por exemplo, o acondicionamento
dos produtos em embalagens. Conforme o produto for sendo vendido, transfere-se o
valor da Conta Produtos Agrícolas para a conta Custo dos Produtos Vendidos, que será
utilizada para a apuração do resultado da colheita.
Depreciação: conceito, métodos,
cálculo e contabilização
Conceito de Depreciação
Os bens utilizados nas atividades e na manutenção da empresa rural, que servirão por
vários ciclos operacionais, devem ser depreciados para que a redução do valor
correspondente seja incorporada aos custos dos produtos. Esses bens estarão
registrados no Ativo Não Circulante Imobilizado ou Intangível.
A lei 6.404/76 – Lei das Sociedades por Ações – em seu art. 183, conforme redação
dada pela lei 11.941/2009, obriga que a diminuição do valor dos elementos dos ativos
imobilizados e intangível seja registrada na conta “depreciação, quando corresponder
à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou
perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência”.
O quadro a seguir apresenta alguns detalhes sobre depreciação, amortização e
exaustão, estes serão abordados nos tópicos seguintes.
Métodos, Cálculos e Contabilização
Há várias maneiras de calcular a depreciação, porém algumas são pouco utilizadas.
Método linear ou método de linha reta
Nesse método utilizam-se taxas anuais com base na vida útil do bem, considerando
que ele fornecerá benefícios iguais em cada período.
Por exemplo:
Quadro 1 - Terminologias e Aplicação de Redução do Imobilizado e Intangível
TERMINOLOGIA APLICAÇÃO EXEMPLOS
Depreciação Bens Corpóreos Equipamentos, Máquinas, veículos, Cultura Permanente
Exaustão Recursos Naturais Exauríveis Reservas Florestais, Petrolíferas
Amortização Bens Intangíveis Marcas e Patentes, Contratos
Fonte: o autor.
Imagine uma empresa que adquiriu um bem com vida útil de 4 anos por 400.000,00
e não possui valor residual.
Depreciação 400.000,00 x 25% = 100.000,00 ao ano
Ou então:
O valor residual é o valor que o bem está valendo ao �nal dos 4 anos de utilização.
Caso o bem tenha o valor residual, basta reduzir do total e aplicar a taxa de
depreciação apenas na diferença.
O Comitê de Pronunciamento Contábeis, em seu pronunciamento CPC 27, de�ne
valor residual de um ativo como “o valor estimado que a entidade obteria com a
venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a
idade e condição esperadas para o �m de sua vida útil”.
Exemplo:
Custo do Bem – Valor Residual = valor depreciável
Método da soma dos dígitos dos anos
Conforme Crepaldi (2012, p. 133),
Este é um método de depreciação acelerada que leva em consideração
não apenas a obsolescência, mas também o incremento de utilização de
um ativo no início. No início da vida de um ativo, o consumo é
provavelmente maior do que o consumo em outra época. Isso é
atribuível a menor quantidade de avarias e menos necessidade de
manutenção. Quando o ativo �car mais velho, a probabilidade de menor
utilização é maior e os custos de manutenção maiores, o que resulta em
o ativo tornar-se menos produtivo com o passar do tempo. Assim, estes
fatores fornecem a base para maiores débitos de depreciação quando o
ativo é novo e menor nos últimos anos. (CREPALDI, 2012, p. 133).
Exemplo: Imagine uma empresa que adquiriu um bem com vida útil de 5 anos por R$
90.000,00 e não possui valor residual.
Como são 5 anos:  1+2+3+4+5 = 15
Taxa = = 25% ao ano
100%
4 anos
Cota de Depreciação : = 100.000, 00 ao ano
400.000, 00
4 anos
Unidades produzidas e método das horas trabalhadas
Nesse método considera-se a vida útil do bem em horas ou em capacidade produtiva.
Considere uma máquina adquirida por R$ 200.000,00, possuindo vida útil com uma
capacidade produtiva estimada em 1.000.000 de unidades. Sabendo-se que produzirá
200.000 unidades por ano, calcule a depreciação de cada ano. A máquina tem
estimativa de operar 20.000 horas, utilizada na razão de 4.000 horas por ano. Não
considere valor residual.
Em função da capacidade produtiva:
Valor do bem: R$ 200.000,00 
Produção total estimada: 1.000.000 unidades 
Depreciação por unidade produzida: R$ 200.000/1.000.000 = R$ 0,20 por unidade 
Quota anual: 200.000 unidades x R$ 0,20 = R$ 40.000,00 
Em função das horas estimadas:
Valor do Bem: R$ 200.000,00 
Horas estimadas: 20.000 
Depreciação por hora = R$ 200.000 / 20.000 = R$ 10,00 
Depreciação anual = R$ 10,00 x 4.000 = R$ 40.000,00
Contabilização da depreciação
Para registrar os valores de depreciação apurados, utilizam-se as contas Depreciação
(Custo ou Despesa) e Depreciação Acumulada (Ativo Não Circulante – Conta
Redutora):
D – Depreciação (Conta de Resultado) 
C – Depreciação Acumulada (Redutora do Ativo)
Quadro 2 - Cálculo Depreciação
Ano Fator Valor do Bem Quota
1º 5/15 x R$ 90.000 = R$ 30.000,00
2º 4/15 x R$ 90.000 = R$ 24.000,00
3º 3/15 x R$ 90.000 =R$ 18.000,00
4º 2/15 x R$ 90.000 = R$ 12.000,00
5º 1/15 x R$ 90.000 = R$ 6.000,00
Fonte: o autor.
Balanço Patrimonial
Ativo Não Circulante 
Bens Depreciáveis R$ 400.000,00 
(-) Depreciação Acumulada (R$ 100.000,00)
Amortização: conceito, métodos,
cálculo e contabilização
Conceitos, Métodos e Cálculo
A amortização deve ser aplicada na recuperação de capital aplicado na aquisição de
contratos. Dessa forma, como a�rma Marion (2017), a amortização ocorre para os
casos de aquisição de direitos sobre empreendimentos de propriedade de terceiros.
O autor cita como exemplo os casos de aquisição de direitos de extração de madeira
de �oresta pertencente a terceiros ou de exploração de pomar alheio por prazo
determinado, por preço pré-�xado. A exceção, prevista na legislação brasileira, é que
se a �oresta pertencer a terceiros, mas for explorada em função de contrato por prazo
indeterminado, caracterizam-se as quotas de exaustão e não de amortização.
A principal diferença entre depreciação e amortização é que essa é aplicada sobre
bens físicos e de propriedade da empresa rural, enquanto esta é aplicada sobre
direitos com prazo limitado.
Exemplo:
Considere uma empresa que adquire o direito de explorar um pomar de goiabas por 4
anos pelo valor de R$ 40.000,00.
Exemplo de Bens Amortizáveis:
Benfeitorias em bens de terceiros com cláusula de ressarcimento que devem ser
registradas no Ativo Imobilizado. Direitos classi�cados no Ativo Intangível:
Concessões públicas:estradas, ferrovias, telefonias;
Direitos autorais;
Direitos de uso de marca;
Contratos de exploração de �orestas de terceiros.
Contabilização da amortização
Para registrar a amortização:
D – Amortização (Conta de Resultado) 
C – Amortização Acumulada (Redutora do Ativo) 
= 10.000
40.000, 00
4 anos
Exaustão: conceito, métodos,
cálculo e contabilização
Conceito, Métodos e Cálculos
Exaurir quer dizer esgotar, portanto a exaustão está relacionada com a perda de valor
dos bens e direitos do Ativo pela exploração, sendo ela a extração ou o
aproveitamento.
Crepaldi (2012) a�rma que na exaustão a empresa registra, anualmente, a diminuição
gradativa do valor de aquisição do bem (jazida, lavra ou reserva �orestal), em função
da quantidade extraída, avaliados pelo custo de aquisição corrigido na conta Exaustão
Acumulada.
É válido lembrar que Recursos Florestais próprios de frutos sofrem depreciação, já as
�orestas de terceiros para corte ou de fruto sofrem amortização, porque, neste caso, o
que se amortiza é o contrato (direito de uso), e �orestas próprias de corte sofrem
exaustão, uma vez que serão esgotadas.
Bens exauríveis são Recursos Minerais e Recursos Florestais. A quota anual de
exaustão é de�nida com base no tipo de recurso.
Recursos minerais
Considera-se o prazo de exploração previsto ou através da divisão da extração anual
pela capacidade.
Exemplo:
Calcule o prazo de exploração de uma jazida (local com itens de exploração mineral)
adquirida por R$ 1.200.000, com mais R$ 800.000,00 gastos para viabilizar o início da
exploração, que será de 40 anos.
2.000.000  x 2,5% = 50.000
ou
Total a exaurir: 1.200.000 + 800.000 = 2.000.000
= 2, 5% ao ano
100%
40 anos
= 50.000, 00
2.000.000
40 anos
Recursos �orestais
De acordo com o art. 328 do RIR/99, poderá ser computada, como custo ou encargo,
em cada período, a importância correspondente à diminuição do valor de recursos
�orestais resultante de sua exploração.
O cálculo para �oresta plantada será, portanto, através da capacidade total, ou seja,
número de árvores extraídas dividido pelo número de árvores existentes no início do
período de apuração.
Para �orestas naturais, o cálculo será pelo percentual entre os recursos �orestais
extraídos no período e o volume dos recursos �orestais existentes no início do mesmo
período.
Contabilização da Exaustão
Para contabilizar a exaustão, utiliza-se uma conta de resultado e uma conta redutora
do ativo:
D – Exaustão (CR) 
C – Exaustão Acumulada (redutora do Ativo)
= taxa de exaustão
Número de árvores extraídas no período
Número de árvores existentes no periodo
= taxa de exaustão
Área explorada no período
Área total dos recursos no período
Contabilização e apuração do
resultado: CPC 29
Esquema de Contabilização da Cultura
Temporária 
Figura 1 - Esquema de Contabilização - Cultura Temporária
Produtos Colhidos
Ativo Circulante
Produtos Agrícolas
Arroz
Beneficiamento, 
acondicionamento, 
etc.
oooo
ooxx ooxx
Ativo Circulante
Cultura Temporária
Arroz
Plantio, adubação, 
mão de obra, 
herbicidas, etc. 
oooo oooo
A contrapartida será geralmente no 
Caixa, Fornecedores ou Depreciação 
Acumulada
xxxxx
As despesas também irão para a DRE.
Transferir custos da Conta Produtos Agrícolas 
para a Apuração Resultado ao Exercício
Venda do Produto
Formação da Colheita 
e Colheita
Fonte: o autor.
Note que a conta Cultura Temporária absorve todos os gastos até o �nal: a colheita.
Quando, então, o saldo desta conta será transferido para a conta Produtos Agrícolas
que receberá os custos que ocorrerem após a colheita, mas que são necessários para
que o produto �que pronto para venda, como, por exemplo, gastos com o
acondicionamento dos produtos colhidos.
Após o produto estar pronto para venda, os gastos passam a ser classi�cados como
despesas. Estas, por sua vez, irão para contas especí�cas que posteriormente serão
encerradas para apuração do resultado exercício.
Lançamentos contábeis na cultura temporária
Pela formação da colheita
D – Cultura Temporária (arroz, soja etc.) - Ativo Circulante 
C – Caixa, Fornecedores, depreciação acumulada
Pela colheita (Produtos Colhidos)
D – Produtos Agrícolas (Ativo Circulante) 
C – Cultura Temporária (Ativo Circulante)
Pela Venda
D – Caixa, Bancos, Clientes (Ativo Circulante) 
C – Venda de Produtos Agrícolas (Conta de Resultado)
Pela Apuração do Resultado
D – Custo dos Produtos Vendidos (Conta de Resultado) 
C – Produtos Agrícolas (Ativo Circulante)
Lançamentos contábeis na cultura permanente
Os lançamentos contábeis na cultura permanente são: 
1º - Formação da Cultura: registram-se os gastos com a formação da Cultura
Permanente na Conta Cultura Permanente em Formação (Ativo Não Circulante -
ANC)
D – Cultura Permanente em Formação (ANC) 
C – Caixa, Fornecedores etc. (Ativo Circulante - AC)
2º - Término da Formação: transferem-se os gastos da conta Cultura Permanente em
Formação para Conta Cultura Permanente Formada, também do Ativo Não
Circulante.
D – Cultura Permanente Formada (ANC) 
C – Cultura Permanente em Formação (ANC)
3º - Período de Formação do Produto: cria-se a Conta Colheita em Formação (Ativo
Circulante).
D – Colheita em Formação (Ativo Circulante - AC) 
C – Caixa, Fornecedores, Depreciação Acumulado
4º - Término da Colheita: após o término da colheita transfere-se o saldo da Conta
Colheita em Formação para a Conta Produtos Agrícolas (Ativo Circulante).
D – Produtos Agrícolas (AC) 
C – Colheita em Formação
5º - Venda dos Produtos.
D – Caixa, Clientes etc. 
C – Venda de Produtos Agrícolas – café, laranja
6º - Apuração do Resultado
D – Custo dos Produtos vendidos (Conta de Resultado) 
C – Produtos Agrícolas (AC)
Vale reforçar que gastos que acrescentam vida útil à cultura ou que bene�ciam mais
de uma safra devem ser imobilizados para serem depreciados. No caso de empresas
com mais de uma atividade os custos indiretos devem ser rateados.
Livro
Filme
Contabilidade pecuária
AUTORIA
Ivã da Cruz de Araújo
Sumário
Introdução
1 - Sistemas de produção
2 - Pastagem
3 - Tipos de pastoreio
4 - Alimentação suplementar
5 - Reprodução
6 - Especialização das propriedades pecuárias
7 - Divisão do rebanho em categorias
8 - Cálculo do custo do bezerro
9 - Contabilização e apuração do resultado: CPC 29
Considerações Finais
Introdução
Olá!
Na unidade anterior você conheceu a Contabilidade Rural voltada para agricultura,
agora é hora conhecer como utilizar esta área da ciência contábil ligada à pecuária.
 Essa unidade foi elaborada para que você entenda a pecuária e seus processos, tais
como a produção, a reprodução, os custos do bezerro e a apuração do resultado.
Conhecer estes processos, bem como entender como a contabilidade trabalha com a
pecuária, ampliará seus conhecimentos contábeis enriquecendo ainda mais sua
formação acadêmica e pro�ssional.
Boa leitura e bons estudos.
Plano de Estudo:
1. Sistemas de Produção.
2. Pastagem.
3. Tipos de Pastoreio.
4. Alimentação Suplementar.
5. Reprodução.
6. Especialização das Propriedades Pecuárias.
7. Divisão do Rebanho em Categorias.
8. Cálculo do Custo do Bezerro.
9. Contabilização e Apuração do Resultado: CPC 29.
Objetivos de Aprendizagem:
1. Conceituar Pecuária.
2. Compreender a pastagem, tipos de pastoreio, alimentação suplementar.
3. Conhecer processos como reprodução, Divisão dos Rebanhos.
4. Aprender a calcular o custo do bezerro.
5. Entender a contabilização e a apuração do resultado.
Sistemas de produção
Ao ouvir a palavra gado você, se não trabalha nesta área, provavelmente deve associar
a boi ou vacas. Porém gado são animais criados em campo para serviços de lavoura,
consumo  e para �ns industriais e/ou comerciais, tais como:
Bovinos: bois, vacas.
Caprinos: bodes, cabras.
Equinos: cavalos, asnos, zebras, pôneis.
Ovinos: carneiros, ovelhas.
Muares: burros, mula.
Bubalinos: búfalos.
Marion e Segatti (2012) referem-se à pecuária como a arte de criar gado. Explicam que
os bovinos, também chamados Gado Vacum, servemàs seguintes �nalidades:
trabalho, reprodução, corte e leite. Utilizaremos neste material os bovinos como
exemplo.
Os sistemas de reprodução do bovino são divididos em:
Extensivo.
Semi-intensivo.
Intensivo.
Sistemas de Reprodução Extensivo
O sistema de reprodução extensivo caracteriza-se por processos mais simpli�cados,
em que  a Unidade Animal (UA) por hectare (ha) é menor.
Para Marion e Segatti (2012 p. 6), nesse sistema de reprodução
Geralmente os animais são mantidos em pastos nativos ou cultivados na
dependência exclusiva dos recursos naturais. Este sistema caracteriza-se
por baixa lotação variando de 0,4 a 0,8 UA/ha/Ano, em áreas contíguas
sem planejamento adequado de lotação e disponibilidade de forragens.
O manejo sanitário baseia-se simplesmente em calendários o�ciais e
vacinação da região em que está inserida a propriedade. O manejo
zootécnico é ausente ou pouco presente, não se preocupando com o
suprimento de forragem no período adverso do ano(seca). É um sistema
utilizado ainda em áreas recém-desbravadas, onde a produção de
forrageira exerce forte pressão sobre recursos naturais. (MARION;
SEGATTI, 2012, p. 6).
Sistema de Reprodução Semi-Intensivo
Com relação ao Sistema de Reprodução Semi-intensivo, Marion e Segatti (2012)
explicam que a falta de inviabilidade técnica e econômica do sistema extensivo,
devido a degradação das forrageiras ou pastagens, obriga o pecuarista que pretende
manter-se na atividade a implantar forrageiras que sofrem pastoreio racional através
de subdivisões das pastagens, levando a uma maior capacidade de suporte por
unidade área, chegando até a 4,0 UA/ha/ano.
Nesse sistema as pastagens/forrageiras recebem normalmente corretivos de solo
(calcário), adubação química. Além de um manejo mais adequado do rebanho, exige
vacinas obrigatórias entre outros processos, como vermifugação, mineralização e
acompanhamento zootécnico do rebanho.
Sistema de Reprodução Intensivo
Esse sistema, devido ao aumento da população e redução da área útil, com o intuito
de obter maior produtividade e rentabilidade aliadas à tecnologia, exige maiores
cuidados.
Marion e Segatti (2012, p. 7) explicam que este sistema consiste
Na formação de pastagens arti�ciais adequadamente adubadas e até
irrigadas, com forrageiras adequadas à região, propiciando a divisão dos
pastos para o estabelecimento do rodízio (permite repouso e recuperação
das pastagens). Na melhoria tanto das condições de alimentação
(arraçoamento, sal, minerais etc.), associando pasto + suplementação, ou
pasto +con�namento, como da ordem higiênico-sanitária, o que foi
possível pela redução da distância entre o curral e o rebanho. Na
introdução de novas raças produtivas, adequadas à região, em
substituição aos gados nativos. (MARION; SEGATTI, p. 7).
Pastagem
A pastagem é o local onde o animal pasta e come ervas não ceifadas.  Divide-se em:
Pastagem natural.
Pastagem arti�cial.
Pastagem Natural
Também denominado pasto nativo, a pastagem natural é aquela cuja área não foi
cultivada, mas é possível o aproveitando do potencial da natureza e geralmente não
apresenta problemas com erosão. São exemplos de pastagens naturais:
Campos.
Capins Naturais.
Pastagem Arti�cial
São áreas cultivadas que exigem preparo do solo para que sirvam para criação de
animais. As principais forrageiras utilizadas nos pastos arti�ciais são as gramíneas,
leguminosas e cactáceas.
SAIBA MAIS
Veja a seguir as principais forrageiras utilizada nos pastos arti�ciais:
Gramíneas: capim, colonião, mombaça, tanzânia, brachiaria, capim,
pangola, tifton, coast cross entre outros.
Leguminosas: alfafa, soja perene, siratro, guandu, leucena, aracleis,
amendoim forrageiro.
Cactáceas: palma, mandacaru, xiquexique.
Outras: mandioca, batata-doce, cana-de-açúcar, silagem de milho
etc.
Fonte: Marion e Segatti (2012).
Tipos de pastoreio
O pastoreio é a forma como o pecuarista controla a utilização do pasto, inclusive
planejando número de cabeças por hectare. Basicamente há dois tipos de pastoreio: o
rotativo, que funciona como sistemas de rodízio, e o pastoreio contínuo.
Pastoreio Rotativo: nesse tipo de pastoreio é feito um rodízio para manter o
pasto em repouso para que ele se recupere e seja, posteriormente, aproveitado
com qualidade nutricional. Divide-se a área em partes menores para que o
rodízio destas áreas seja implantando.
Pastoreio Contínuo: esse tipo de pastoreio consiste em deixar o gado no mesmo
pasto permanentemente.
Em ambos os tipos de pastoreios, geralmente, há um controle para separar os animais
em lotes de acordo com suas categorias, como, por exemplo, vacas de cria, animais
para engorda etc.
Alimentação suplementar
Basicamente, o objetivo da alimentação suplementar é fornecer para o gado
nutrientes necessários para seu crescimento saudável. Esses nutrientes, tais como
proteínas, minerais, vitaminas e carboidratos, melhoram a produtividade dos bovinos
durante o período de seca.
No período de seca as pastagens crescem com baixos índices nutricionais, o que
requer suplementação para não prejudicar a qualidade do gado.
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Conhecer as melhores estratégias
para manter, com menor custo
possível, uma boa alimentação para
gados de corte e de leite é
extremamente necessário para o
empresário rural. Este, por sua vez,
deve procurar informação
especializada e tomar medidas que
melhor se enquadrem em sua
propriedade e produção,
principalmente por haver diversas
variáveis que in�uenciam em cada
caso, como, por exemplo, a diferença
de climas nas regiões do país.
Reprodução
Parte fundamental também na pecuária, a reprodução consiste em multiplicar a
espécie através de manipulação planejada. Buscar conhecimento para aprimorar
técnicas de reprodução deve ser uma constante do empresário rural, que deve sempre
buscar melhorar a qualidade e rendimento das próximas gerações.
Métodos de Reprodução
De acordo com Marion e Segatti (2012), os métodos de reprodução mais encontrados
são: 
Seleção: trata-se do acasalamento de bovinos escolhidos dentro do plantel,
considerando suas características raciais, produtividade etc., visando a melhoria
da qualidade nas gerações vindouras.
Consanguinidade: tendo como objetivo o aprimoramento de uma raça, faz-se o
acasalamento de animais com alto grau de parentesco, como pai-netas, �lho-
mãe etc.
Cruzamento: reprodução entre animais da mesma espécie, porém de raças
diferentes.
Formas de Reprodução
Há três formas utilizadas para reprodução, sendo a monta natural livre a mais
utilizada. Crepaldi (2012, p. 231) a�rma que há três formas:
A Monta Natural Livre é mais usada; nela, o reprodutor permanece o
tempo todo com as vacas. Neste caso, a perda de cio é menor pelo fato
de o próprio macho identi�car as fêmeas (vacas e novilhas) nesta fase. A
relação de touro/vaca é menor (um touro para 20 a 25 vacas) pelo possível
desgaste ocasionado por sucessivas montas numa vaca em cio; por este
motivo são pouco utilizados animais de alto valor genético nesse tipo de
manejo. 
[...] 
Monta Natural controlada ou inseminação arti�cial é o sistema em que a
vaca observada em cio é levada ao reprodutor ou inseminada. As
vantagens deste tipo de manejo são de poder-se anotar corretamente as
datas da cobertura ou inseminação arti�cial, possibilitar maior controle
de infecções relacionadas à reprodução, de melhor aproveitamento de
um bom reprodutor, graças ao aumento da relação touro/vaca. Como
desvantagens, veri�ca-se a necessidade de mais e melhor mão de obra e
perda de cios por de�ciência na observação deste cio. 
[...] 
A monta natural parcialmente controlada é o sistema em que o
reprodutor permanece junto com as vacas certo período do dia. É
também um sistema de manejo que se aplica a gado de leite, uma vez
que por ocasião das ordenhas, pela manhã e à tarde, o reprodutor é
então colocado junto com as vacas. Facilita a identi�cação de cios feita
pelo próprio reprodutor e não permite seu desgaste, uma vez que, após
uma ou duas montas, a vaca em cio é separada do reprodutor.
(CREPALDI, 2012, p. 231).
Especializaçãodas propriedades
pecuárias
A especialização das atividades pecuárias possui três fases principais que são
executadas individualmente ou em combinações.
Cria.
Recria.
Engorda.
A cria é a produção principal, o bezerro é vendido após o desmame. Geralmente a
matriz produz um bezerro por ano e o desmame ocorre num período igual ou inferior
a 12 meses. A recria consiste em, após desmamar o bezerro (entre 13 a 23 meses),
produzir e vender o novilho magro para engorda. A engorda é a atividade que, a partir
do novilho magro, produz o novilho gordo para venda.
Divisão do rebanho em categorias
A divisão do rebanho segue critérios como idade, peso e sexo e facilita a forma como o
rebanho deve ser manejado, bem como interfere no controle da pastagem.
Classi�cação por Idade
O rebanho é dividido em:
Bezerro;
Novilha: antes da primeira parição;
Vaca – Matriz: após a primeira parição;
Novilho: estágio do desmame;
Boi: bovino adulto castrado;
Garrote: macho inteiro não castrado;
Touro: reprodutor.
Classi�cação Contábil do Gado
O Parecer Normativo nº 57/76 do Fisco indica a classi�cação a ser utilizada para o Ativo
Imobilizado:
Podemos considerar como integrante do ativo imobilizado as contas a
seguir indicadas, tendo em vista o disposto no art. 241 - RIR/75, Decreto
76.186/75, verbis: "Integram o ativo imobilizado, para os efeitos de
correção monetária, os bens que se destinem à exploração do objeto
social ou à manutenção das atividades da pessoa jurídica." 
2.1.1. Gado Reprodutor, indicativa de touros puros de origem, touros puros
de cruza, vacas puras de cruza, vacas puras de origem e plantel
destinados à inseminação arti�cial; 
2.1.2. Gado de Renda, representando bovinos, suínos, ovinos e equinos
que a empresa explora para a produção de bens que constituem objeto
de suas atividades; 
2.1.3. Animais de Trabalho, compreendendo equinos, bovinos, muares,
asininos destinados a trabalhos agrícolas, sela e transporte.
Quanto ao Ativo Circulante, o parecer diz que devem ser classi�cados neste grupo
animais pequenos destinados à revenda ou para consumo e gados. Exemplos:
Aves;
Gado bovino;
Suínos;
Ovinos;
Caprinos;
Coelhos;
Peixes.
Vale reforçar que na pecuária o período de curto e longo prazo é de�nido com base no
ciclo operacional da atividade. Desta forma, e seguindo a Lei 6.404/76 (Lei das
Sociedades Anônimas), o curto prazo leva em média três a quatro anos.
Para evitar o trânsito entre Ativo Circulante e Ativo Não Circulante
desnecessariamente deve-se con�rmar a real capacidade de reprodução
do animal para, só então, reclassi�cá-lo como imobilizado. Até esta
con�rmação este permanece no Estoque -  Ativo Circulante.
Cálculo do custo do bezerro
Como você já sabe controlar os custos de qualquer empresa, qualquer processo ou
atividade é de suma importância. Na pecuária esse controle também se faz necessário,
o que exige planejamento e muito controle.
O método de custo é de�nido por Crepaldi (2012) como o método que considera, para
efeito de registro, os valores de aquisição ou de produção. Já o método de valor de
mercado considera o preço de mercado do plantel, reconhecendo-o sempre que
houver ganho econômico, uma vez por ano, considerando que o rebanho cresce
naturalmente.
Para �ns didáticos, no próximo tópico você verá como contabilizar pelo método de
custo, porém não deixe de ler nos livros sugeridos o método de contabilização pelo
método de mercado.
 Os principais Custos do Rebanho em Formação são:
Salários e encargos sociais;
Manutenção e conservação;
Combustíveis;
Energia Elétrica;
Seguros;
Depreciação de Instalações;
Depreciação e exaustão de pastos bem como de outros ativos;
Serviços pro�ssionais;
Fretes;
Peças de Reposição;
Manutenção de cercas;
Depreciação de matrizes;
Depreciação de reprodutores;
Materiais de inseminação;
13º Salário;
Férias. 
A empresa pode ainda adotar a departamentalização e dividir as contas em
departamentos de serviços que acumularia os gastos com Assistência Técnica e
Almoxarifado e Departamento Produtivo para, por exemplo, os processos de cria, recria e
engorda.
Marion (2017) a�rma que o método de custo assemelha-se ao mesmo aplicado à empresa
industrial, sendo que todo o custo da formação do rebanho é acumulado ao plantel e
registrado no Estoque - Ativo Circulante (Ativo Biológico). Quando o estoque for vendido
ocorrerá a baixa, debitando-se o Custo do Gado Vendido.
Crepaldi (2017) menciona o Sistema de Custeio por Absorção como método de apropriação
dos custos, que segue quatro passos:
a. Separação dos gastos do período e classi�cação em custos e despesas.
b. Classi�cação dos Custos em diretos e indiretos.
c. Apropriação dos custos diretos aos produtos.
d. Ratear e apropriar os custos indiretos à produção.
A importância de separar custos e despesas é que as despesas irão diretamente para o
resultado (Demonstração do Resultado do Exercício), enquanto os custos serão
apropriados aos estoques. No próximo tópico você verá a contabilização deste processo e
�cará ainda mais claro porque classi�car os gastos em custos e despesas é tão importante.
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Cabe à Contabilidade avaliar os
gastos e classi�cá-los como custos ou
despesas. Um bom plano de contas é
de suma importância para auxiliar na
contabilização desses gastos. Os
gastos com administração da
empresa (fazenda) podem ser, por
exemplo, lançados como despesas, já
os custos podem ser diretos, quando
de fácil identi�cação com o produto,
ou indiretos, quando houver a
necessidade de rateio (divisão dos
custos indiretos entre os produtos).
Contabilização e apuração do
resultado: CPC 29
Prezado(a) aluno(a), como você sabe a Ciência Contábil tem como principal objetivo
fornecer informações para tomada de decisão, estudando e controlando o patrimônio das
entidades. Na empresa rural, os processos, embora um pouco diferentes, utilizam os
mesmos princípios contábeis aplicados nas empresas comerciais e industriais.
Contabilização pelo Método de Custo
Como você viu no tópico anterior, esse método consiste em acumular os custos de
formação do rebanho na conta Estoque – Ativo Biológico – Ativo Circulante, que, por
ocasião das vendas, é baixado e levado ao resultado como Custo do Gado Vendido,
apurando o lucro no momento da venda.
Considere uma empresa que no ano X1 apurou os seguintes fatos:
a. Nascimento de 12 bezerros: 6 machos e 6 fêmeas;
b. A empresa possui reprodutores no valor de R$ 4.800,00 e matrizes de R$ 4.000,00.
c. Custo com rebanho no período no valor de R$ 12.000,00, sendo: 
• Salário dos Vaqueiros de R$ 5.000,00; 
• Rações de R$ 3.000,00; 
• Manutenções de R$ 2.000,00; 
• Depreciação de Matrizes e Reprodutores de R$ 1.000,00. 
• Exaustão de pastagens no valor de R$ 1.000,00.
Considere que esses custos já estão registrados em contas especí�cas e que falta apenas
serem transferidos para a formação do rebanho.
Teríamos então:
No Balanço Patrimonial teríamos:
Pela Formação do Rebanho:
D – Custo do Rebanho em Formação (AC)             R$ 12.000,00 
C – Salário dos Vaqueiros                                             R$ 5.000,00 
C – Rações                                                                        R$ 3.000,00 
C – Manutenções                                                            R$ 2.000,00 
C – Depreciação de Matrizes e Reprodutores        R$ 1.000,00 
C – Combustíveis                                                            R$ 1.000,00
D – Bezerros de 0 a 8 meses (AC) 
C – Custo do Rebanho em Formação R$ 6.000,00 (AC)
D – Bezerras de 0 a 8 meses (AC) 
C – Custo do Rebanho em Formação R$ 6.000,00 (AC)
Note que o custo unitário do bezerro seria de
R$ 12.000,00 / 12 =  R$ 1.000,00.
Essa mesma empresa no ano X2 apresentou os seguintes fatos:
a. Nascimento de mais 12 bezerros: 6 machos e 6 fêmeas;
b. Custo com rebanho no período no valor de R$ 24.600,00, sendo: 
• Salário dos Vaqueiros de R$ 8.600,00. 
• Rações de R$ 8.000,00. 
• Manutenções de R$ 4.000,00. 
• Depreciação de Matrizes e Reprodutores de R$ 1.000,00. 
• Combustíveis novalor de R$ 3.000,00.
A contabilização dos custos seria igual, porém teríamos um custo unitário calculado
considerando novos bezerros:
R$ 24.600,00 / 24 bezerros =  R$ 1.025,00
Agora temos dois processos que precisam de atenção:
A conta Custos do Rebanho em Formação estará com Saldo de R$ 24.600,00.
O Saldo das Contas de Bezerros de 0 a 8 meses e Bezerras de 0 a 8 meses será transferido
para contas Novilhos de 9 a 18 meses e Novilhas de 9 a 18 meses
C – Bezerras de 0 a 8 meses 
D – Novilhos de 9 a 18 meses ........... R$ 12.000,00
Quadro 1 - Balanço Patrimonial
Balanço Patrimonial
Ativo 31/12/x0 31/12/x1
Ativo Circulante    
Ativo Biológico    
Bezerro de 0 a 8 meses 0 6.000,00
Bezerra de 0 a 8 meses 0 6.000,00
Ativo Não Circulante    
Imobilizado (Ativos Biológicos)    
Reprodutores 4.800,00 4.800,00
(-) Depreciação Acumulada   (600,00)
Matrizes 4.000,00 4.000,00
(-) Depreciação Acumulada   (400,00)
Total de Ativos Biológicos 8800 19.800,00
Fonte: o autor.
C – Bezerras de  0 a 8 meses
D – Novilhos de 9 a 18 meses ........... R$ 12.000,00
Temos, então, o Custo do ano X2 e o nascimento de mais 12 bezerros que precisam ser
contabilizados. É preciso, portanto, apropriar o custo unitário de 1.025 por cabeça para os
bezerros que já são novilhos e também apropriar os custos para os bezerros nascidos em
X2.
Referente X1: 12 cabeças de R$ 1.000,00 cada + (12 x 1.025) = 24.300,00 
Referente X2: 12 cabeças x R$ 1.025,00 = 12.300,00 
Total do Rebanho: 36.600,00
E assim sucessivamente.
Contabilização da Morte de Bezerros
Considere ainda o exemplo citado no tópico 9.1, porém no ano X3.
Quadro 2 - Balanço Patrimonial
Balanço Patrimonial
Ativo 31/12/x0 31/12/x1 31/12/x2
Ativo Circulante      
Ativo Biológico      
Bezerro de 0 a 8 meses 0 R$ 6.000,00 R$ 12.150,00
Bezerras de 0 a 8 meses 0 R$ 6.000,00 R$ 12.150,00
Novilhos de 9 a 18 meses 0   R$ 6.150,00
Novilhos de 9 a 18 meses 0   R$ 6.150,00
Ativo Não Circulante      
Imobilizado (Ativos Biológicos)      
Reprodutores R$ 4.800,00 R$ 4.800,00 R$ 4.800,00
(-) Depreciação Acumulada   - R$ 600,00 (R$ 1.200,00)
Matrizes R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00
(-) Depreciação Acumulada   - R$ 400,00 (R$ 800,00)
Total de Ativos Biológicos 8800 R$ 19.800,00 R$ 43.400,00
Fonte: o autor.
nasceram 20 bezerros, sendo metade machos e metade fêmeas.
morreram 10 bezerros, no início de X3, referente ao lote de bezerros de 0 a 8
meses.
o custo do rebanho em X3 �cou em R$ 40.000,00.
Para �ns de avaliação, o custo unitário dos bezerros de 0 a 8 meses no início de X3 é
R$ 1.025,00. O custo dos bezerros mortos totaliza R$ 10.250,00 e será tratado como
perda do período (irá direto para o Resultado).
Veja como o custo deve ser calculado:
Resultado
Considere um rebanho com custo unitário de R$ 14.000,00 e com preço de venda da
cabeça por R$ 20.000,00. A empresa vendeu um boi.
D – Caixa 
C – Venda de gado ..... R$ 20.000.00
D – Custo do Gado Vendido 
C – Bovinos para Corte (Estoque – Ativo Circulante) ..... R$ 14.000,00
Ref x1: 12 cabeças 
Ref x2: 12 cabeças 
Ref x2: (10 mortes) 
Ref x3: 20 cabeças 
Total: 34 cabeças que receberão custos.
R$ 40.000,00/34 cabeças = R$ 1.176,47 (custo unitário a ser apropriado ao
rebanho vivo).
Referente X1: 12 cabeças de R$2.025,00 cada + (12 x 1.176,47) = R$ 38.417,64 
Referente X2: 2 cabeças x R$ 1.025,00 + (2x 1.176,48)  = R$ 4.402,96 
Referente X3: 20 cabeças x R$ 1.176,47 = R$ 23.529,40 
Total do Rebanho: R$ 66.350,00
Rebanho Transferido para o Imobilizado
Quando o touro e/ou a vaca forem transferidos como reprodutores, devem sair do
Ativo Circulante e serem registrados no Ativo Não Circulante – Imobilizado. Nesse caso
começarão a sofrer depreciação. Os reprodutores são depreciados em oito anos e as
matrizes, em dez.
Quadro 3 - DRE
Demonstração do Resultado do Exercício
Receita Bruta R$ 20.000,00
(-) Custo do Gado Vendido (R$ 14.000,00)
Lucro Bruto R$ 6.000,00
Fonte: o autor.
REFLITA
Você acha que o consumo de carne bovina causa problemas ao meio
ambiente?
Fonte: o autor.
Livro
Filme
Contabilidade gerencial e
declaração do imposto
territorial rural
AUTORIA
Ivã da Cruz de Araújo
Sumário
Introdução
1 - Planejamento na atividade rural
2 - Controles para a geração da informação
3 - Fato gerador do ITR
4 - Imóvel rural imune
5 - Contribuinte do imposto territorial rural
6 - Responsável pelo crédito tributário
7 - Domicílio tributário
8 - Declaração do imposto sobre propriedade territorial rural
9 - Distribuição da área do imóvel rural
10 - Distribuição da área não utilizada na atividade rural
11 - Cálculo do valor da terra nua
12 - Característica especí�ca da DITR para a atividade pecuária
13 - Apuração e contabilização do imposto territorial rural
Considerações Finais
Introdução
Olá!
Nas unidades anteriores você conheceu as particularidades das culturas temporárias
e permanentes. Já entendeu que contabilidade na pecuária possui procedimentos
peculiares e que exigem conhecimento contábil de diversas áreas, entre elas a
contabilidade comercial e a contabilidade de custos. Agora, nesta unidade, você
aprenderá sobre o planejamento e a tributação aplicados à contabilidade de
agronegócio.
Por �m aprenderá que contabilidade de agronegócio pode e deve ajudar os
empresários rurais com informações importantes, seguras, con�áveis e tempestivas
para tomada de decisão.
Boa leitura e bons estudos!
Plano de Estudo:
1. Planejamento na Atividade Rural.
2. Controles para a geração da informação.
3. Fato Gerador do ITR.
4. Imóvel Rural Imune.
5. Contribuinte do Imposto Territorial Rural.
6. Responsável pelo Crédito Tributário.
7. Domicílio Tributário.
8. Declaração do Imposto sobre Propriedade Territorial Rural.
9. Distribuição da Área do Imóvel Rural.
10. Distribuição da Área não utilizada na Atividade Rural.
11. Cálculo do Valor da Terra Nua.
12. Característica Especí�ca da DITR para a Atividade Pecuária.
13. Apuração e Contabilização do Imposto Territorial Rural.
Objetivos de Aprendizagem:
1. Entender a importânciado planejamento rural.
2. Compreender formas decontroles e geração de informações para tomada de
decisão.
3. Compreender as formasde tributação e suas particularidades rurais.
Planejamento na atividade rural
Quando se fala em planejamento na atividade rural, além dos controles já conhecidos
e também abordados em outras áreas da contabilidade é preciso saber que um bom
planejamento requer informações tempestivas e seguras. Conhecer a propriedade e o
produto a ser desenvolvido é extremamente importante para que bons resultados
sejam alcançados, porém há vários outros itens que precisam ser analisados:
Como você vê, muitos itens precisam ser analisados para que um planejamento seja
realizado, aumentando, assim, a produtividade, qualidade e, consequentemente, os
resultados da empresa.
De�nir objetivos bem de�nidos, como, por exemplo, aumentar a
produtividade;
Conhecer as informações contábeis da empresa;
Estabelecer metas para custos e despesas;
Conhecer o calendário de cada atividade da empresa;
O solo é um dos componentes mais importantes para o meio de
produção rural. É a base do processo produtivo, necessitando,
portanto, de cuidados especiais;
O uso de insumos agrícolas sem desperdícios;
Um bom controle de estoque;
Medidas para controle de pragas;
Utilizar a tecnologia;
Atualize seu planejamento sempre que necessário.
Controles para a geração da
informação
Ter informações seguras e con�áveis facilita a tomada de decisão, aplicar a
contabilidade gerencial na empresa rural permite controles mais efetivos, bem como
fornece informações importantes para o empresário. Conhecer itens como margem
de contribuição e ponto de equilíbrio do produto favorece a criação de metas e
objetivos mais claros.
Vale lembrar que na ciência contábil um bom plano de contas permite registros que
fornecerão informações detalhadas para a empresa. Na empresa rural, embora o
plano de contas tenha a mesma �nalidade que nas empresas industriais oucomerciais, ele possui características peculiares devido às atividades exercidas.
Plano de Contas
A seguir um modelo de plano de contas com as principais particularidades exigidas
para atividades rurais. Vale deixar claro que muitas contas comuns não foram
incluídas, visto que o objetivo aqui é demonstrar um exemplo para empresas rurais.
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A margem de contribuição é o que
sobra das vendas para pagar os
gastos �xos, portanto, através desta
informação é possível, por exemplo,
identi�car o produto que mais
contribui para empresa gerar bons
resultados e conhecer, desta forma,
qual produto deve ter sua produção e
vendas intensi�cados. 
O ponto de equilíbrio apresenta a
partir de que momento a empresa
passa a gerar lucro, dando
perspectivas dos resultados, antes
mesmo das demonstrações
contábeis estarem disponíveis. 
Quadro 1 - Ativo Circulante
ATIVO CIRCULANTE
1. Disponibilidades 6.1.4. Novilhas de 13 a 24 meses
1.1. Caixa Geral 6.2. Rebanho bovino para corte
1.2. Bancos c/ Movimento 6.2.1. Gado de engorda
2. Clientes 6.2.2. Touros descartados
2.1. Duplicatas a Receber 6.2.3. Matrizes descartadas
3. Créditos Diversos 6.3. Rebanho bovino em trânsito
3.1. Títulos a Receber 6.3.1. Reses em trânsito
3.2. Empréstimos a Receber 6.3.2. Reses a classi�car
3.3. Adiantamentos 6.3.3. Reses em pastagens de terceiros
3.3.1. Adiantamento de Salários 6.3.4. Reses em con�namento
4. Impostos e Contribuições a Recuperar 6.4. Rebanho de equinos
4.1. ICMS a Recuperar 6.5. Rebanho de ovinos
5. Aplicações Financeiras 7. Estoques
5.1. Certi�cados de Depósitos Bancários 7.1. Estoques de produtos agrícolas
6. Rebanhos 7.1.1. Arroz
6.1. Rebanho bovino em formação 7.1.2. Soja
6.1.1. Bezerros de 0 a 12 meses 7.2. Estoques de sementes
6.1.2. Bezerras de 0 a 12 meses 7.3. Almoxarifado
6.1.3. Novilhos de 13 a 24 meses 7.4. Insumos para a pecuária
Fonte: o autor.
Quadro 2 - Ativo Não Circulante
ATIVO NÃO CIRCULANTE
1. Realizável a Longo Prazo 3.4. Bens Móveis
1.1. Títulos da Dívida Agrária 3.4.1. Caminhões
2. Investimentos 3.4.2. Tratores e Retroescavadeira
2.1. Empresas Controladas 3.4.3. Móveis e utensílios
2.2. Empresas Coligadas 3.5. Rebanhos
3. Imobilizado 3.5.1. Reprodutores
3.1. Terras 3.5.2. Gado
3.1.1. Terras da Granja - Fazenda 3.6. Matrizes
2. Pastagens 3.6.1. Gado
3. Edi�cações da produção pastoril 3.6. Semoventes de Produção
3.1. Mangueiras 3.6.1. Gado leiteiro
3.1.1. Balança 3.7. Depreciação e exaustão
3.1.2. Currais 3.7.1. (-) Depreciação acumulada
3.1.3. Con�namentos 3.7.2. (-) Exaustão acumulada
3.2. Edi�cações da produção agrícola 4. Intangível
3.2.1. Silos e Secadores 4.1. Fundo de Comércio Adquirido
3.2.2. Depósitos 4.2. Bens Incorpóreos
3.3. Construções residenciais 4.2.1. Marcas e Patentes
3.3.1. Residência sede 4.2.2. (-) Amortização Acumulada
3.3.2. Residência de funcionários  
Fonte: o autor.
Quadro 3 - Passivo e PL
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
1. Empréstimos e Financiamentos
2. Patrimônio Líquido
2.1. Capital Social
3. Resultados Acumulados
3.1. Lucros a Destinar (Conta Transitória)
3.2. (-) Prejuízos Acumulados
3.3. Resultado Parcial do Exercício
Fonte: o autor.
Quadro 4 - Receitas
RECEITAS
1. Receita de Vendas 4.1. Variações Monetárias Ativas
1.1. Pecuária e outros animais 5. Variações Cambiais Ativas
1.1.1. Venda de gado 5.1. Empréstimos
1.2. Produtos pecuários 6. Outras Receitas Financeiras
1.3. Produtos agrícolas 6.1. Juros de Aplicações Financeiras
1.3.1. Arroz 6.2. Aluguéis e Arrendamentos
1.3.2. Soja 6.3. Parcerias agrícolas
2. Deduções da Receita Bruta 6.4. Serviços veterinários prestados
2.1. Vendas Canceladas 7. Reversão de Provisões
2.2. Devolução de Produtos 8. Contas de Apuração
2.3. Devolução de Mercadorias 8.1. Exercício agrícola
3. Impostos e Contribuições s/ Vendas 8.2. Exercício pastoril
3.1. ICMS 8.3. Exercício
4. Receitas Financeiras 8.4. Lucro do Exercício
Fonte: o autor.
Quadro 5 - Custos e Despesas
CUSTOS DESPESAS
1. Custos de rebanhos 4.3 Outros
1.1. Custo do rebanho bovino 3.1. Despesas de Pessoal
1.1.1. Aquisição de gado 3.1.1. Ordenados, Salários e Comissões
1.1.2. Transporte 3.1.2. Férias
1.1.3. Mão-de-obra na aquisição e marcação 4. Despesas c/ Fretes
1.1.4. Alimentação 4.1. Combustíveis
1.2. Custo do rebanho equino 4.2. Manutenção de Veículos
1.2.1. Aquisição 53. Outras Despesas
1.2.2. Transporte 5.1. Depreciações e Amortizações
1.2.3. Mão-de-obra na aquisição e marcação 6.4. Tributos e Contribuições Federais
1.2.4. Alimentação 6.5. Tributos e Contribuições Estaduais
2. Custos de culturas agrícolas 6.6. Tributos e Contribuições Municipais
2.1. Custo da cultura de arroz 6.7. Multas Fiscais
2.1.1. Sementes >6.8. Juros s/ Tributos e Contribuições
2.1.2. Adubos e defensivos 7. Materiais e Suprimentos
2.1.3. Mão-de-obra de plantio 8.1. Material de Escritório
2.1.4. Transporte plantio e colheita 9. Despesas Financeiras
2.1.5. Mão-de-obra de colheita 9.1. Juros Passivos
2.1.6. Irrigação 9.2. Despesas Bancárias
3. Variações por perdas 10. Provisões p/ Perdas e Ajustes de Ativos
3.1. Variações nos rebanhos 11. Baixas do Ativo Não Circulante
3.1.1. Norte de gado bovino 11.1. Baixas de Investimentos
3.3. Variações nas culturas 11.2. Baixas do Imobilizado
3.3.1. Perdas na cultura de arroz 12. Contas de Apuração
3.3.2. Perdas na cultura de soja 12.1. Exercício agrícola
4. Outros custos 12.2. Exercício pastoril
4.1. Depreciações 12.3. Exercício avícola
4.2. Manutenção de máquinas e equipamentos 12.4. Prejuízo do Exercício
Fonte: o autor.
Fato gerador do ITR
O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) é um imposto federal conforme a
Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, art. 1º; Decreto nº 4.382, de 19 de setembro de
2002; Regulamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (RITR/2002), art.
1º; Instrução Normativa (IN) SRF nº 256, de 11 de dezembro de 2002, art. 1º.
Tem como fato gerador, conforme a legislação mencionada, a propriedade, o domínio
útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município,
em 1º de janeiro de cada ano.
REFLITA
Você acha justo a cobrança de Imposto Territorial Urbano (ITR)?
Fonte: o autor.
Imóvel rural imune
Antes de veri�car os casos de imunidade ao ITR você precisa saber a diferença entre
empresa imune e isenta. A imunidade é determinada pela Constituição Federal, que
não permite a tributação do que estiver relacionado. A isenção ocorre através de leis
ordinárias. Enquanto na imunidade o fato gerador não ocorre, na isenção há o fato
gerador, porém o ente competente dispensa a cobrança do tributo.
De acordo com Instrução Normativa (IN) SRF nº 256, de 11 de dezembro de 2002,
imóvel imune, ou seja, que não está sujeito ao recolhimento de ITR, é: 
I - a pequena gleba rural, desde que o proprietário, titular do domínio útil
ou possuidor a qualquer título a explore só ou com sua família, e não
possua outro imóvel;
II - os imóveis rurais pertencentes à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios;
III - os imóveis rurais pertencentes às autarquias e às fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, desde que vinculados às suas
�nalidades essenciais ou às delas decorrentes; e
IV - os imóveis rurais das instituições de educação e de assistência social,
sem �ns lucrativos, desde que vinculados às suas �nalidades essenciais.
§ 1º Pequena gleba rural é o imóvel com área igual ou inferior a:
I - cem hectares, se localizado em município compreendido na Amazônia
Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;
II - cinquenta hectares, se localizado em município compreendido no
Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental;
III - trinta hectares, se localizado em qualquer outro município.
§ 2º As regiões e os municípios a que se refere o § 1º estão relacionados no
Anexo I a esta Instrução Normativa.
§ 3º Sujeita-se à incidência do imposto a pequena gleba rural que tenha
área explorada por contrato de arrendamento, comodato ou parceria.
§ 4º Para o gozo da imunidade,as instituições mencionadas no inciso IV
do caput devem prestar os serviços para os quais houverem sido
instituídas e os colocar à disposição da população em geral, em caráter
complementar às atividades do Estado, sem �ns lucrativos, e atender aos
seguintes requisitos:
I - não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a
qualquer título;
II - aplicar integralmente, no País, seus recursos na manutenção e
desenvolvimento dos seus objetivos institucionais;
III - não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços
prestados;
IV - manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros
revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão;
V - conservar em boa guarda e ordem, pelo prazo de cinco anos, contado
da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas
receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de
quaisquer outros atos ou operações que venham a modi�car sua
situação patrimonial;
A lei menciona ainda a isenção dos impostos para:
VI - apresentar, anualmente, declaração de rendimentos, em
conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita Federal
(SRF);
VII - assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que
atenda às condições para o gozo da imunidade, no caso de incorporação,
fusão, cisão ou encerramento de suas atividades, ou a órgão público; e
VIII - outros requisitos, estabelecidos em lei especí�ca, relacionados com
o funcionamento das entidades a que se refere este parágrafo.
I - o imóvel rural compreendido em programa o�cial de reforma agrária,
caracterizado pelas autoridades competentes como assentamento, que,
cumulativamente, atenda aos seguintes requisitos:
a) seja explorado por associação ou cooperativa de produção;
b) a fração ideal por família assentada não ultrapasse os limites da
pequena gleba rural, �xados no § 1º do art. 2º; e
c) o assentado não possua outro imóvel;
II - o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, titular do
domínio útil ou possuidor a qualquer título, cuja área total em cada
região observe o respectivo limite da pequena gleba, �xado no § 1º do art.
2º, desde que, cumulativamente, o proprietário, o titular do domínio útil
ou o possuidor a qualquer título:
a) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiros;
e
b) não possua imóvel urbano.
§ 1º Sujeitam-se ao pagamento do ITR os imóveis rurais que tenham
áreas exploradas por contrato de arrendamento, comodato ou parceria.
§ 2º Entende-se por ajuda eventual de terceiros o trabalho, remunerado
ou não, de natureza eventual ou temporária, realizado nas épocas de
maiores serviços.
§ 3º Para �ns do disposto no inciso II do caput, deve ser considerado o
somatório das áreas dos imóveis rurais por região em que se localizem, o
qual não poderá suplantar o limite da pequena gleba rural da respectiva
região.
Contribuinte do imposto territorial
rural
O contribuinte do ITR é o proprietário do imóvel rural, o titular ou possuidor a
qualquer título. Enquadra-se aqui, portanto, o usufrutuário por ocupação autorizada
ou não pelo poder público.  
Não se enquadra como contribuinte do ITR o arrendatário, comodatário ou parceiro
de imóvel rural explorado devido a contratos de arrendamento, comodato ou
parceria. 
Responsável pelo crédito
tributário
A Instrução Normativa (IN) SRF nº 256, de 11 de dezembro de 2002 cita como
responsável pelo crédito tributário:
O sucessor, a qualquer título, nos termos dos arts. 128 a 133 da Lei nº 5.172, de 25 de
outubro de 1966 - Código Tributário Nacional (CTN), exceto nos casos de:
I - aquisição de imóvel rural pelo Poder Público, pelas suas autarquias e
fundações, e pelas entidades privadas imunes; 
II - desapropriação de imóvel rural por necessidade ou utilidade pública
ou interesse social, inclusive para �ns de reforma agrária, seja ela
promovida pelo Poder Público ou por pessoa jurídica de direito privado
delegatária ou concessionária de serviço público.
Domicílio tributário
O domicílio tributário do contribuinte é o município de localização do imóvel, sendo
vedada a eleição de qualquer outro.
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No caso de imóvel rural com área em
mais de um município deve-se
considerar domicílio tributário aquele
onde está a sede da propriedade.
Caso não exista, considerar aquele
onde está a maior parte da área da
propriedade.
Declaração do imposto sobre
propriedade territorial rural
A cada ano o sujeito passivo deve apresentar, conforme modelo aprovado pela
Receita Federal, a Declaração do Imposto Sobre Propriedade Territorial Rural (DITR)
para cada imóvel. Enquadra-se aqui o contribuinte isento ou imune.
Distribuição da área do imóvel
rural
Conforme Instrução Normativa (IN) SRF nº 256, de 11 de dezembro de 2002, considera-
se área rural utilizada pela atividade rural a parte da área aproveitável do imóvel que
no ano anterior tenha: 
Caso ainda não declarado pelo alienante, o adquirente deve informar na declaração a
efetiva utilização da área adquirida no ano anterior ao de ocorrência do fato gerador.
Entende-se como alienante aquele que transferiu o domínio ou a propriedade.
Art. 17. Área efetivamente utilizada pela atividade rural é a porção da área
aproveitável do imóvel rural que, observado o disposto nos arts. 23 a 29,
tenha, no ano anterior ao de ocorrência do fato gerador do ITR:
I - sido plantada com produtos vegetais;
II - servido de pastagem, nativa ou plantada, observados, quando
aplicáveis, os índices de lotação por zona de pecuária a que refere o art.
24;
III - sido objeto de exploração extrativa, observados, quando aplicáveis, os
índices de rendimento por produto a que refere o art. 26 e a legislação
ambiental;
IV - servido para a exploração de atividade granjeira ou aquícola;
V - sido objeto de implantação de projeto técnico, nos termos do art. 7º
da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993.
Art. 18. Observado o disposto nos arts. 23 a 29, considera-se utilizada pela
atividade rural a porção da área aproveitável do imóvel rural que, no ano
anterior ao de ocorrência do fato gerador do ITR:
I - esteja comprovadamente situada em área de ocorrência de
calamidade pública decretada pelo Poder Público local e reconhecida
pelo Governo federal, da qual tenha resultado frustração de safras ou
destruição de pastagens;
II - tenha sido o�cialmente destinada à execução de atividades de
pesquisa e experimentação que objetivem o avanço tecnológico da
agricultura;
III - tenha permanecido em descanso para a recuperação do solo, desde
que por recomendação técnica expressa, constante de laudo técnico;
IV - tenha sido ocupada com pastagens ainda em formação, às quais não
se aplicam os índices de lotação por zona de pecuária a que se refere o
art. 24.
§ 1º Para �ns do disposto no inciso I, o estado de calamidade pública
deverá ter sido decretado no ano anterior ao de ocorrência do fato
gerador do ITR.
§ 2º A área destinada a descanso para a recuperação do solo deverá ser
passível de comprovação em procedimento �scal.
Área Tributável
Conforme Instrução Normativa (IN) SRF nº 256, de 11 de dezembro de 2002, considera-
se área tributável:
Art. 9º Área tributável é a área total do imóvel rural, excluídas as áreas: 
I - de preservação permanente; 
II - de reserva legal; 
III - de reserva particular do patrimônio natural; 
IV - sob regime de servidão �orestal ou ambiental; 
V - de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim
declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e
que ampliem as restrições de uso previstas para as áreas de preservação
permanente e de reserva legal; 
VI - Comprovadamente imprestáveis para a atividade rural, declaradas
de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou
estadual. 
VII - cobertas por �orestas nativas, primárias ou secundárias em estágio
médio ou avançado de regeneração; 
VIII - alagadas para �ns de constituição de reservatório de usinas
hidrelétricas autorizada pelo poder público. 
Distribuição da área não utilizada
na atividade

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