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Página 1 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV Semiologia Ortopérdica Ombro Revisão Anatomia Músculos do manguito rotador: Subscapular; Supraespinhal; Infraespinhal; Redondo menor. Músculos estabilizadores dinâmicos do ombro na cavidade glenoide. Responsáveis por movimentos de rotação interna (anteriores contraem) e externa (posteriores contraem). Ruptura do manguito geralmente começa no supraespinhal, redondo menor raramente é acometido. Arco coracoacromial: Sofre muito impacto. Articulações do ombro: • Glenoumeral: fossa glenoide da escápula e cabeça do úmero. • Acromioclavicular; • Esterno-clavicular; • Escapulotorácica; • Umeroacromial. Escapulotorácica e umeroacromial: não são articulações verdadeiras (com cápsula, etc.), são superfícies de deslizamento. ARTICULAÇÃO GENOUMERAL Estabilizadores estáticos • Cápsula articular • Ligamentos Glenoumerais (espessamentos da cápsula); • Lábio glenoidal. Estabilizadores dinâmicos • Manguito Rotador; • Musculatura periescapular. INSPEÇÃO ESTÁTICA Paciente desnudo da cintura para cima. Observar sinais de lesão traumática: • Edema; • Equimose; • Deformidades: Sinal da dragona= luxação anterior. Ombro quadrado; Sinal da Tecla= luxação acromioclavicular. Clavícula mais alta; • Deformidades da coluna cervical e torácica com repercução na escápula. Luxação: perda da congruência total da articulação. Entorce: excesso de translação, com estiramento ligamentar, sem perda da congruência, volta ao lugar. Alterações musculares Atrofias: • Supra e infra: lesão no nervo supraescapular; • Deltóide e redondo menor: lesão no nervo axillar; Hipotrofias: comum nas lesões maciças e crônicas do manguito. Escapula alada: • Alada com protusão da borda medial da escápula: lesão músculo serrátil anterior (nervo torácico longo); • Alada com rotação lateral: Disfunção do trapézio (nervo acessório). Trapézio não consegue segurar a escápula. Exemplo: disfunção temporária do trapézio. Neuropraxia, nervo inteiro estruturalmente. INSPEÇÃO DINÂMICA Amplitude de movimento • Comparar com lado oposto; • Comparar ativo e passivo. Diferencia déficit de força nas roturas e doenças Página 2 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV neuromusculares de antálgico que pode ser eliminada pela anestesia local. Movimentos do ombro • Abdução: plano coronal no eixo biacromial. Vai de 0 a 180 graus. Na glenoumeral, até 90 graus. • Elevação: no plano da escapula (angulada 45 graus anteriormente). Passa a utilizar a escápula, indo de 0 a 180 graus. • Adução: realizada com braço em flexão de 30 graus. De 0 a 75 graus • Flexão: no plano sagital; de 0 a 180 graus • Extensão: no plano sagital; de 0 a 60 graus. • Rotação externa: com cotovelo em 90 graus; de 0 a 75-90 graus. • Rotação interna: apor o dorso da mão às costas. • Rotação interna e externa com abdução de 90 graus: cotovelo em 90 graus. 0-90 graus de ext e 0-90 graus de interna. A avaliação abrange a elevação ativa, elevação passiva, rotação externa e rotação interna. Flexão: peitoral maior (clavicular) e deltóide, auxiliados pelo coracobraquial e bíceps. Extensão: latíssimo dorso, deltóide. Abdução: deltóide (central) auxiliado pelo supraespinhal. Adução: peitoral maior e latíssimo dorso, redondo maior. RI: subescapular, peitoral maior, latíssimo, redondo maior. RE: infraespinhal, redondo menor. PALPAÇÃO • Relevo osteoarticular, ventres musculares. • Crepitação articular do ombro: processo articular crônico da bursa ou tendões. Em geral, indolor na maioria dos casos não é patológico. • Entre tendão do supraespinhal e acrômio - > bursa subacromial. Bursa: bolsa com líquido sinovial. Testes especiais De impacto • Sinal de Neer: impacto do Tubérculo maior contra o Acrômio. Dor na elevação de 70 a 120 graus. Manguito Rotador • Supraespinhal. Teste de Jobe. Deve-se rodar internamente o braço. • Infraespinhal: Teste do Infraespinhal de Patte. Rotação externa contra resistência. • Subescapular: Teste de Gerber. Rotação interna máxima. Dorso da mão nas costas no máximo de rotação interna. Paciente deve tentar ativamente afastar a mão. Instabilidade • Anterior: Teste da apreensão. Abdução, RE e extensão passivas forçadas do braço. Ao mesmo tempo, com o polegar da outra mão, pressão posterior na cabeça do úmero. Tentativa de jogar a cabeça para anterior. Não sente dor, mas paciente fica apreensivo. Página 3 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV • Posterior: teste da Fukuda. Adução, flexão e RI passivas. Tentativa de jogar a cabeça para posterior. • Multidirecional/lassidão ligamentar: Sinal do sulco. Formação de um sulco na cabeça do úmero quando puxa. Se > 1cm: Frouxidão (sinal e não sintoma= instabilidade). Bíceps • Speed test - tendinopatia da cabeça longa do bíceps ou alteração. Flexão ativa do MS em extensão e RE (supinação) contra resistência. Dor com ou sem impotência funcional no sulco intertubercular (pode palpar). • Popeye: sinal da ruptura da cabeça longa do bíceps quando paciente o contrai. Cirurgia apenas por estética. Artrose acromioclavicular • Cross arm test. Dor na palpação do local da articulação acromioclavicular ao cruzar o braço a frente do corpo. Compressão vascular • Manobra de Adson. Face voltada para o MS. Inspira e prende enquanto examinador abduz palpando pulso radial. Diminuição pulso sugere compressão desfiladeiro torácico. Variação: Adson ao contrário – cabeça para lado oposto. Cotovelo Revisão Anatomia O cotovelo é uma articulação em dobradiça composto por 3 articulações: • úmero-ulnar; • úmero-radial; • rádio-ulnar. Avaliar a queixa como em todos os exames físicos. Excluir dor por radiculopatia cervical. Dor, questionário LINCIDEF. INSPEÇÃO LATERAL • Articulação subcutânea, de mais fácil inspeção; • Avaliar atrofias musculares e aumentos de volume; • Recesso infracondilar preenchido (abaixo epic. lateral) pode ser derrame articular, sinovite ou problemas com a cabeça do rádio; • Bursite olecroneana, fica muito mais evidente (pode ser por bursite inflamatória; queda, ou com também entrada de bactérias, necessitando de pulsão) Curiosidade: fat pad sign Derrame articular na cápsula desloca coxins gordurosos que ocupam a fossa do olecrano e do Página 4 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV coronoide. Ambos relacionados com fratura intra- articular. (fratura oculta). • Em crianças sempre pede dois lados do raio x. • Mancha preta: sinal indireto de sangue na articulação que desloca os coxins gordurosos e provoca a mancha. Fratura mais comum na criança: supracondiliana de cotovelo. INSPEÇÃO ANTERIOR Ângulo de carregamento: medido com o cotovelo estendido em supinação do antebraço. • Normal: 10° de valgo nos homens e 13° nas mulheres. • Permite ao cotovelo adaptar-se intimamente à depressão da cintura, imediatamente acima da crista ilíaca. • A limitação de extensão do cotovelo não permite a avaliação correta do ângulo de carregamento. Cubitus valgo: por aumento anormal do ângulo de carregamento. Pode ocorrer por lesões fisárias secundárias a fratura do epicôndilo lateral. Cubitus varus: “deformidade em rifle”, ocorre diminuição do ângulo de carregamento (é a mais comum). Comumente visto em sequela de fratura supracondiliana na infância. Valgo afasta dalinha média, varo ao contrário. INSPEÇÃO POSTERIOR Normalmente se observa a ponta do olécrano. Podem ser vistos nódulos reumatóides, tofos gotosos, bursites, etc. Tofo gotoso: depósito extrarticular de ácido úrico. Geralmente em superfícies extensoras. INSPEÇÃO MEDIAL Poucas informações. Visível apenas epicôndilo medial; Nervo ulnar somente visto quando se desloca durante a flexão ou quando muito espessado como na Hanseníase. PALPAÇÃO ÓSSEA Crepitação: Pode ser causada por espessamento da sinóvia ou da bolsa olecraniana, por fraturas ou por osteoartrose. Cabeça do rádio: se o paciente é capaz de executar completamente a supinação e a pronação, 3/4 da cabeça do rádio serão palpáveis. Palpada em uma depressão abaixo da musculatura extensora do punho. Epicôndilos: Dor à palpação dos epicôndilos: lembrar epicondilites. • Epicondilite lateral (Cotovelo do tenista): entesopatia da origem comum dos extensores (muito mais comum!); • Epicondilite medial (Cotovelo do golfista): entesopatia da origem comum dos flexores. Entesopatia: doença da entese (região óssea de onde se insere um tendão de musculo ou ligamento). Cinta para diminuir tensão na origem. Palpação de tecidos moles Face posterior: • Bolsa olecraniana (bursite, nódulos reumatóides). • Músculo tríceps: biarticular. • Articulação úmero-ulnar. • Borda postero-medial do olécrano. Página 5 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV Face medial: • Grupo muscular: origem no epicôndilo medial: pronador redondo, flexor radial do carpo, palmar longo, flexor ulnar do carpo. • Nervo ulnar: sulco entre o epicôndilo medial e o processo olecraneano; (compressões por artrose, sinovites, ...); • Ligamento colateral medial: estabilizador do valgo, pesquisar dores. Importante: valgo testa ligamentos mediais e varo testa ligamento laterais. Face lateral: • Músculos extensores do punho: origem no epicôndilo lateral: braquiorradial, extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo; • Complexo ligamentar: ligamentos anular, colaterais radial e ulnar. Face anterior: Fossa cubital: espaço triangular, lateralmente margeada pelo braquiorradial e medialmente pelo pronador redondo. • A base do triângulo é formada por uma linha imaginária ligando os dois epicôndilos. • Conteúdo (de lateral para medial): nervo cutâneo lateral do antebraço, tendão do bíceps, artéria braquial, nervo mediano. ESTABILIDADE DO COTOVELO Ligamento medial (ulnar): resiste ao valgo Ligamento lateral (radial): é restritor ao varo; mais comum de lesionar. Ligamento colateral lateral: estabilidade posterolateral. Ligamento colateral medial: estabilidade posteromedial GRAU DE MOBILIDADE • Flexão: 140°; • Extensão: 0°; • Supinação: 80°; • Pronação: 80°; • Flexão e extensão: articulações úmero- ulnar e úmero-radial; • Pronação e supinação: articulação rádio- ulnar do cotovelo e punho. Déficit de supinação é pior que o de pronação; • Flexão/extensão e prono/supinação: manter o cotovelo rente à cintura, fixando o braço nesta posição; • O arco de flexo-extensão do cotovelo essencial para a realização das atividades diárias é de 30° de extensão e 130° de flexão; • Prono-supinação útil mínima é de 50° para cada lado; A pronação é um movimento mais necessário do que a supinação (para se alimentar e escrever), porém sua perda poderá ser compensada pela abdução do ombro. Por outro lado, a limitação da supinação poderá comprometer a realização da higiene pessoal e a abertura de portas. Movimentos do ombro não compensam a limitação da supinação. EXAME NEUROLÓGICO Testes musculares Flexão: • Braquial= nervo musculocutâneo. Principal responsável pela flexão. • Bíceps= nervo musculocutâneo (quando antebraço em supinação). Flexores secundários: • Braquiorradial= nervo radial. • Pronador redondo= nervo mediano. • Flexor ulnar do carpo= nervo ulnar. Extensão: • Extensores primários: tríceps= nervo radial. • Extensores secundários: anconeu= nervo radial. Supinação: Supinadores primários • Bíceps= nervo musculocutâneo. O principal responsável pela supinação. • Supinador= nervo radial. Supinadores secundários: braquiorradial= nervo radial. Pronação: Pronadores primários: • Pronador redondo= mediano. • Pronador quadrado= mediano (int. anterior). Página 6 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV Pronador secundário: flexor radial do carpo= mediano. Exame dos reflexos Reflexo bicipital - C5: • Sem resposta: lesão neurológica ao nível de C5, em qualquer ponto desde a raiz até sua inserção no músculo bíceps. • Resposta aumentada: traduz uma lesão de neurônio motor superior (AVCs, mielopatia). • Resposta diminuída: lesão baixa, a nível de neurônio motor inferior (danos nervosos periféricos secundários a hérnia discal cervical). Observar que o cérebro exerce ação inibitória ou reguladora sobre o reflexo mais baixo do neurônio motor, impedindo sua hiperatividade. Reflexo braquiorradial - C6 Reflexo tricipital - C7 Todos esses são reflexos tendinosos profundos, reflexos de neurônios motores inferiores, transmitidos à medula, às células do corno anterior, e que retornam aos músculos via nervos periféricos. Teste especiais Epicondilite lateral: a extensão ou supinação resistidas exacerbam a dor. Teste de Cozen: dorsiflexão do punho contra resistência com o cotovelo fletido 90° e o antebraço em pronação. Epicondilite medial: flexão de punho contra resistência. Síndrome do túnel cubital: percussão do nervo no túnel cubital (“Tinel”), com parestesia no território de inervação. Mão Revisão Pregas cutâneas, são consequência de movimentos fisiológicos. • Prega distal: Flexão metacarpofalângica; • Prega média: Flexão metacarpofalângica; • Prega proximal: Oponência trapézio, Metacárpica. Página 7 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV INSPEÇÃO ESTÁTICA Repouso: mão com articulação MTF e IF com flexão progressivamente maior do indicador para o dedo mínimo. Dorso da mão: observar saliências formadas pelas cabeças dos metacarpos, sendo a do terceiro dedo a mais saliente. Região palmar: pele mais grossa e aderida aos planos profundos. Tumores: • Os tumores mais frequentes da mão são os de partes moles e correspondem aos cistos sinoviais. • O tumor ósseo mais frequente na mão é o encondroma. • Tumores malignos são raros. Cisto sinovial: herniação da cápsula, líquido sinovial sai e acaba acumulando no tendão. Aparência de geleia. É mais comum dorsal do punho. Opera-se em caso de dor, esteticamente, ou em caso de compressão de estruturas neurovasculares. Volares (região anterior do punho) tem taxa de recidiva de 10%. PALPAÇÃO DE PARTES MOLES Palpação Dorsal Túneis do dorso do punho • Primeiro: abdutor longo e extensor curto do polegar. • Segundo: assoalho da tabaqueira. Extensor radial curto e longo do carpo. • Terceiro: extensor longo do polegar que passa pelo tubérculo de Lister e se direciona ao polegar, forma a tabaqueira anatômica junto com o compartimento 1. Retináculo: estrutura fibrosa que serve como uma polia para os tendões. Tem função de segurar o tendão do músculo, próximo as articulações. Para não ter atrito direto com o tendão, tem a bainha sinovial (sinovite mais certo que tendinite). Face volar do antebraço Lacertus fibrosus= aponeurose bicepital Palpação Ventral Pinça digital entre os dedos mínimo e polegar. Palmar longo: ausência em 5-15%da população. Túnel do carpo Túnel osteofibroso revestido por sinóvia. 9 tendões. Delimitado por 4 proeminências ósseas: • Proximal: pisiforme e tubérculo do escafoide. • Distal: hámulo do hamato e pelo tubérculo do trapézio. • Teto: ligamento transverso do carpo (retináculo dos flexores). • Assoalho: ossos do carpo, cápsula e ligamentos volares. Conteúdo: nervo mediano, 4 tendões flexores superficiais e 4 profundos dos dedos e 1 flexor longo do polegar. Síndrome do túnel do carpo: hipoestesia na região do nervo mediano, e hipotrofia na eminência tênar. Página 8 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV Parte fibrosa: ligamento carpal transverso. Tenossinovite com espessamento dos tendões: nervo mediano sofre compressão. • Parestesia no território inervado por ele (polegar, 2, 3 e metade do 4 dedo). • Cisto sinovial também pode ocupar o espaço e comprimir esse nervo. • Muito comum na gestação, devido a retenção de liquído, o que geralmente se resolve após a gestação. • Perda motora da musculatura tenar (dificuldade na prensa). • Síndrome crônica: atrofia. • Corta um ligamento, já libera a compressão desse túnel. (Cortes sempre seguindo as linhas cutâneas). Osso sesamoide, é redirecionador de força. Pisiforme é sesamoide do flexor ulnar do carpo. Dedo em gatilho Quando a primeira polia arciforme (A1) torna-se estreita para passagem dos tendões flexores. Pela dificuldade do tendão em entrar no túnel osteofibroso, forma-se um pseudonódulo no tendão. Serie de polias, arciformes (na diáfise) e cruciformes (nas articulações). Tendão com atrito na A1, gera espessamento do tendão e polia, causando nodulação. Atrito leva a hipertrofia. Espessamento da polia passa o tendão e não retorna. Forma congênita em crianças quase sempre no polegar. Mais comum no 4 dedo, o que não é congênito. Incisão de polia para resolver o problema. Aumento de volume articular IFP: nódulo de Bouchart= por sinovite secundária à AR. IFD: nódulo de Heberden= por osteoartrose. Artrose ou artrite psuriática (na distal). Artrite reumatoide: poupa a interfalana distal. PALPAÇÃO DE PARTES ÓSSEAS Tabaqueira anatômica Importante no exame físico de suspeita de fratura do escafoide. Limites: tendões do 1º e 3º compartimentos. 20% de fraturas de escafoide não aparece no raio- x. Investiga-se com ressonância. No sus, coloca uma tala e pede retorno em 15 dias. Osso com baixa irrigação: alto índice de osteonecrose. Palpar o fundo da tabaqueira para descartar fratura. *Pseudoartrose: osso não consolida. Estado avançado de não uniam. Pode ter diferenciação do músculo ao redor, com formação de capsula articular, com liquido sinovial, e para de doer. Complexo ulnocarpal Sabe-se que a ulna não se articula verdadeiramente com o carpo, encontrando-se nessa região, entre a extremidade da ulna e o carpo, encontramos estruturas que formam o complexo ulnocarpal: • Fibrocartilagem triangular (menisco do punho, principal causa de dor na região ulnar no punho; • Ligamentos ulnocárpicos. Canal de Guyon: Página 9 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV • Teto: ligamento Piso-hamato; • Limite lateral: hamato; • Limite medial: pisiforme; • Conteúdo: nervo e artéria ulnar. Entre hâmulo do hamato e psiforme: ligamento. Síndrome do canal de Guyon: compressão do nervo ulnar. Ciclistas com apoio constante. Perda de abdução e adução (interósseos). DEFORMIDADES ESPECÍFICAS Dedo em martelo Ocorre por lesão do tendão extensor terminal em sua inserção na falange distal, levando a incapacidade de estender a IFD. Causa: flexão súbita da falange distal. Tratamento com tala por 6 semanas e não pode tirar em nenhum momento. Dedo em botoeira Ocorre por lesão do tendão extensor central em sua inserção na base da falange média. A incapacidade de extensão da IFP provoca a flexão dessa articulação. Comum em artrite reumatoide. As bandas laterais, por perderem seus elementos de contensão deslocam-se ventralmente, como se fosse a casa de um botão, que seria a articulação IFP. Deformidade em pescoço de cisne Deformidade em extensão da IFP com flexão da IFD. Envolve várias lesões. várias lesões. Associada a artrite reumatoide, por lesão dos elementos contensores do aparelho extensor. Pode ser lesão secundaria ao dedo em martelo, em razão de toda força se concentrar na IFP. MOVIMENTAÇÃO PASSIVA Prono-supinação • Cotovelo em 90 graus e junto ao corpo, para neutralizar rotação do ombro; • Pronação: 80 graus; • Supinação: 90 graus. Punho Duas articulações: radiocárpica e médiocárpica. Na extensão a mediocárpica contribui com 66% do movimento. Na flexão a radiocárpica é responsável por 60% do movimento. • Flexão: 80 graus; • Extensão: 80 graus; • Desvio ulnar: 30 graus; • Desvio radial: 30 graus. Dedos • Abdução digital: 4 Interósseos dorsais; Abdutor quinto dedo; • Adução digital. 3 Interósseos palmares. Ambos os movimentos: inervação ulnar. EXAME NEUROLÓGICO Avalia-se a integridade do SNC e periférico pelo estudo da força muscular no exame da movimentação ativa e da sensibilidade e dos reflexos. Extensão dos dedos Página 10 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV Todos os extensores são radiais. Comum lesão em fratura do úmero. Teste: estabilizar o punho, e pede-se ao paciente que estenda as articulações metacarpofalângeas contra resistência no dorso da falange proximal. Extensor do polegar • Nervo radial; • Extensor longo do polegar: extensão da articulação interfalângica; • Extensor curto do polegar: extensão da metacarpofalangena. Flexão dos dedos • Flexor superficial dos dedos: n. mediano; • Flexor profundo dos dedos: 2° e 3° dedos - > n. mediano. 4° e 5° dedos -> n. ulnar. Realiza-se testes separados para os superficiais e profundos. Importante, pois muito frequente na emergência. O flexor profundo se comporta como um sincício (massa muscular única), e ao bloquear um dedo, impedimos a ação do músculo para os outros dedos. Assim, ao pedir para o paciente fletir o dedo, somente o flexor superficial irá agir fletindo a IFP Bloqueando a IFP em extensão e pedindo ao paciente para fletir o dedo, apenas o flexor profundo irá agir fletindo a IFD. Flexão do polegar • Flexor longo do polegar age fletindo a interfalangeana= nervo mediano. • Flexor curto do polegar age fletindo a metacarpofalangena. Superficial= nervo mediano; Profundo= nervo ulnar. Teste geral para os nervos • Nervo mediano: Fazer “OK”. Para fazer isso precisa ter flexor profundo do indicador e flexor longo do polegar. • Nervo ulnar: fazer “TESOURA”. Precisa abdução e adução dos dedos. • Nervo radial: fazer “JÓIA”. Extensor do polegar. Sensibilidade • Radial (rosa); • Mediano (azul); • Ulnar (amarelo). Testes especiais Teste de Allen Objetivo: avaliar a permeabilidade das artérias radial e ulnar. Pede-se ao paciente para abrir e fechar a mão vária vezes, com vigor e rapidez, enquanto o examinador comprime a artéria radial e ulnar na região do punho. Com os vasos comprimidos, pede-se para o paciente abrir a mão e, então, libera-se uma das artérias mantendo a outra pressionada. O exame da perfusão da mão indicará se a artéria examinada está ocluída ou permeável. A seguir, procede-se o exame para outra artéria. Teste de Tinel – STC (síndrome do túnel do carpo). Percussão suave de um trajeto nervoso. Positivo se choque no trajeto distal. Página 11 Flávia Sanagiotto RossMedicina UNOESC - TXXXV Teste de Phalen – STC Avalia síndrome do túnel do carpo. Flexão máxima dos punhos por 1 minuto. Positivo se dormência no território do mediano (principalmente 3° dedo). Phalen invertido: extensão máxima. Teste de Durkan Teste mais sensível e específico para STC. Compressão por 30s. Teste de Finkelstein Avalia tenossinovite do 1° compartimento dorsal (abdutor longo e extensor curto do polegar) De Quervain. Polegar aduzido e fletido. Positivo se dor na estilóide radial ao desvio ulnar passivo do punho. Tornozelo e Pé Objetivo Localização das estruturas anatômicas envolvidas na gênese da dor. Pedir ao paciente para apontar o local da dor. Observar terminologias adequadas. Conhecimento da anatomia e do funcionamento. Inversão (torcer para dentro): Lesiona lateral. Eversão (torcer para fora): Lesiona medial. Torcer apenas rotacional: Lesão da sindesmose (entre tíbia e fíbula). ANATOMIA DA SUPERFÍCIE Fáscia plantar avulsiona o 5º metatarsal. Ruptura do tendão de Aquiles geralmente na parte média mais hipovascularizada. Fáscia plantar: parte principal e banda lateral que é responsável pela quebra do 5º metatarsal. Cabeças do metatarso podem estar doendo a palpação. EXAME FÍSICO Exame do pé sem carga • Paciente sentado sobre a mesa; • Pernas pendentes; • Examinador em um banco ou escada da mesa; • Pé vai estar com leve equinismo e ligeira inversão; • Pode usar posição prona; • Lembrar de seguir a sequência lógica: inspeção; palpação; manipulação. Exame das estruturas de superfície Tegumento (dorsal e plantar): • Pele; • Tecido celular subcutâneo; • Fáscias profundas adjacentes: Espessamento e Umidade normal; Coloração geral e Pigmentações; Condições vasculares (varicosidades) e Tróficas (úlceras); Edemas e Temperatura; Calos e Verrugas. Sensibilidade cutânea: raízes de L4, L5 e S1. Reflexo Aquileu: S1. Suprimento sanguíneo: Página 12 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV • Palpação dos pulsos (artéria pediosa e tibial posterior - retromaleolar); • Perfusão dos tecidos; • Qualidade e vitalidade dos tecidos. Anexos • Descrição das unhas e região periungueal; • Distribuição dos pelos. Exame das estruturas profundas Tornozelo: • ADM; • Palpação; • Posição e torção dos maléolos; • Eixo da perna e tornozelo e pé. Tendinopatia: • Em cima – tendinopatia não insercional do calcâneo. • Em baixo – tendinopatia insercional. • Pode estar associada a deformidade de Haglund (causa hipertrofia da Bursa). Fascite plantar: • Paciente sente dor na primeira pisada. • Alivia com movimento constante. • Tratamento com alongamento da fáscia, pois ela está encurtada. • Elevação da parte de trás do pé ajuda. • Calcificação da origem do flexor dos dedos- principal causa de esporão (melhor fazer USG) • Corticoide no tendão leva a degeneração a longo prazo. Deformidades nos dedos • Joanete pode predispor a dedo em garra por compensação. • Rx ortopédico AP + Perfil com carga. • Rx de trauma AP+ Obliquo. EXAME DO PÉ COM CARGA Observação do paciente em ortostáse e, depois, deambulando. Teste de Thompson Avalia a integridade do tríceps sural • Decúbito ventral e joelho com 90°; • Compressão na panturrilha (na transição musculotendínea de preferência); • Normal= encurtamento da massa muscular e movimentação do tendão; • Ruptura= nenhum movimento é observado. Página 13 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV Teste da gaveta anterior do tornozelo • Avalia integridade do fibulotalar anterior + cápsula articular ântero-lateral; • Uma mão segura a tíbia a outra envolve o calcanhar; • Força anterior; • Se lesão, haverá deslocamento anterior do talo no interior da pinça bimaleolar; • Surge zona de depressão na face antero lateral do tornozelo (sinal do vácuo); • Depende da avaliação contralateral para interpretação correta. Teste do estresse em varo do tornozelo • Testar a integridade do ligamento fibulocalcâneo e da cápsula lateral do tornozelo; • Uma mão fixa a extremidade distal da perna; • A outra faz força varizante no calcanhar; • Depende da avaliação contralateral para interpretação correta. Teste do estresse em valgo do tornozelo • Testar integridade do ligamento deltóide; • Ruptura do ligamento sem fratura é raro; • Uma mão aplica força valgizante no calcanhar; • A outra segura a perna; • Positivo se excursão exagerada em valgo. Mas é difícil de comprovar positividade mesmo com radioscopia. Teste da gaveta posterior da fíbula • Testar a integridade dos ligamentos da sindesmose tibiofibular distal; • Uma mão segura o tornozelo; • Polegar da outra mão aplica força para deslocar posteriormente a fíbula; • Se lesão dos ligamentos tibiofibulares distais. Dor viva na região correspondente à articular. Fíbula desloca levemente para trás. Manobra da hiperextensão do tornozelo e dos artelhos • Usada para distender a fáscia plantar tornando-a mais superficial e plapável em toda sua extensão; • Com uma mão apreende os artelhos e produz sua extensão máxima, ao mesmo tempo que produz dorsiflexão máxima do tornozelo; • Dor aguda nos quadros inflamatórios. Sinal dos “muitos dedos” • Indica presença de deformidade em abdução do antepé; • Se relaciona com a pronação do retropé em virtude da insuficiência do tibial posterior; • Positivo se mais de um artelho na visão posterior. Teste da compressão látero-lateral do antepé • Detecção de processos inflamatórios e expansivos dos espaços intermetatarsais; • Aplica-se força de compressão nas cabeças dos metatarsos para aproximá- las; • Pode ser potencializada com a pressão plantar na região de interesse; • Sinal de Mulder → dor + estalido característico (clique) + ressalto doloroso devido a movimentação brusca do neuroma no espaço entre as cabeças dos metatarsos. Página 14 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV Neuroma de Morton: entre 3° e 4° dedo. Dor, parestesia na região interna desses dois dedos. Joelho Ligamentos • Ligamento cruzado anterior: estabilidade anterior; • Ligamento cruzado posterior: estabilidade posterior; • Ligamento côndilo medial: estabilidade em valgo; • Ligamento côndilo lateral: estabilidade em varo. Meniscos Dor femoropatelar Joelho tem compartimento medial, lateral e articulação femoropatelar. Dor na interface do fêmur e da patela. Patela se articula com a Tróclea. Condromalácia: sobrecarga na patela que leva a alterações degenerativas na cartilagem. Cartilagem do joelho: mais grossa do corpo (suporta muita tensão). Instabilidade femoropatelar Luxação da patela é diferente da luxação do joelho. Geralmente luxa para lateral (joelho fisiológico tem um certo grau de valgo- 5 a 7 graus). INSPEÇÃO Avaliar paciente em pé: frente e perfil; andando frente e de costas. • Alinhamento (varo/valgo, torcional) ; • Atrofias (comum no pós-operatório); • Derrame articular; • Equimoses, cicatrizes; • Recurvato X flexo; • Flambagem; • Trofismo muscular; • Osgood-Schlatter. Varo X Valgo Recurvo X Flexo Página 15 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV Recurvato com hiperextensão. Arco de movimentos Observar arcos de movimentos, sempre comparando com o joelho contralateral. Flexo: deficiência. • Flexo \ extensão: 5° a 140°. • Rotação lateral \ Rotaçãomedial: 10°. • Translação anterior \ posterior: 2mm. • Varo \ valgo: 5mm. Durante a marcha, avaliar claudicação e flambagem. Claudicação: distúrbio da marcha. “Mancar”. Mais comum é a antálgica, paciente não deixa soltar o peso na perna que sente dor. Flambagem: insuficiência de ligamento. Joelho “chaqualha” durante pisa. Trofismo Muscular Desuso, comum no pós-operatório. Se existente, deve ser mensurada na coxa e na perna. Com o joelho em extensão total, usa-se como referência a patela ou a interlinha articular, sempre comparando com o lado contralateral. Ex: circunferência da coxa 10cm acima do polo superior da patela. Quando quadríceps contrai, a patela sobe e anda lateralmente. Ligamento segura Tendência de luxar lateralmente PALPAÇÃO Essencialmente, palpamos: • Tubérculo de Gerdy; • Cabeça da fíbula; • Epicôndilos femorais; • Facetas M e L da patela; • Polo sup e inf da patela; • Tuberosidade tibial; • Interlinhas articulares. Atrofia muscular: se existente, deve ser mensurada tanto na coxa como na perna. Com o joelho em extensão total, usa-se como referência a patela ou a interlinha articular, sempre comparando com o lado contralateral. (Ex: circunferência da coxa 10cm acima do polo superior da patela.). Normal do crescimento Cisto de Baker Cápsula articular com comunicação com a bursa. Processo intra-articular -> aumento da produção de líquido sinovial -> extravasamento e formação do cisto benigno. Não é necessária cirurgia. Página 16 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV Derrame articular Após trauma, sugere hemartrose e caracteriza lesão grave (geralmente, aumento de volume rápido). Derrames que aparecem tardiamente sugerem sinovite reacional. Pode ser graduado fazendo-se a simples compressão da região suprapatelar: • Grau 1 - Ausência de líquido; • Grau 2 - Discreta elevação da patela; • Grau 3 - Presença de rechaço patelar; • Grau 4 - Derrame articular intenso,a patela não toca a tróclea à compressão. Sinal da tecla= patela afunda. Pulsão de tratamento é feita na parte superior da capsula. TESTES ESPECIAIS Ligamentos • LCA: Lachman; gaveta anterior. • LCP: gaveta posterior; Godfrey. • LCM: teste em valgo. • LCL: teste em varo. Meniscos • Smille: dor na interlinha. • Steimann: sentado, roda interno e externo. • Appley: decúbito ventral, igual, mas “aplicando” força. Patelofemoral Teste da compressão patelar. Palpação da patela + compressão sobre o sulco femoral → contração concomitante do quadríceps. A dor e a crepitação refletem condromalácia/artrose patelofemoral. A dor localizada nos polos proximal e distal representa processos inflamatórios do tendão quadricipital e do tendão patelar, respectivamente, e é característica das tendinites ou entesites locais. AVALIAÇÃO LIGAMENTAR Ligamentos Colaterais Entorse de primeiro grau: lesão de um número mínimo de fibras do ligamento, com aumento da sensibilidade local, mas não apresenta instabilidade. Abertura de 5 mm ou menos (apenas estiramento do ligamento, raramente é cirúrgico). Entorse de segundo grau: lesão de um número maior de fibras ligamentares, com maior limitação de função e sensibilidade aumentada e uma leve ou moderada instabilidade. Abertura de 5 a 10 mm. Entorse de terceiro grau: ruptura total do ligamento e uma grave instabilidade presente. Abertura de 10 mm ou mais. Maioria dos casos, lesão do colateral medial cicatriza sozinha. Teste em Valgo- Ligamento Colateral Medial Decúbito dorsal, paciente relaxado e o quadril a 0 graus de extensão, com a coxa apoiada na mesa. Realizada em extensão máxima do joelho, em 0 a 30 graus. Uma das mãos segurando o pé ou tornozelo e outra apoiada na face lateral do joelho. Teste em Varo- Ligamento Colateral Lateral Mesma posição do teste em valgo, mas apoiando uma das mãos na face medial do joelho Realizado em extensão, 0 a 30 graus. Página 17 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV Esse teste também poderá ser classificado, como no anterior, em leve, moderado e grave. Ligamentos Cruzados Ligamento Cruzado Anterior • Manobra da Gaveta Anterior: joelho em 90 graus de flexão e as duas mãos segurando a parte posterior tibial com os polegares ao nível da tuberosidade tibial, sendo realizada uma força anterior, tracionando a tíbia para a frente. • Manobra de Lachman: o examinador estabiliza o joelho com leve grau de flexão (30 graus), com uma mão no fêmur (logo acima da patela) e a outra na tíbia (na região da tuberosidade tibial), excursionando-a anteriormente. Gradua- se igualmente a gaveta anterior. É considerado o teste mais sensível para lesão no LCA. Positivo quando não sente resistência (parada mole). Ligamento Cruzado Posterior • Teste da Gaveta Posterior: O joelho é flexionado em torno de 90 graus e o quadril fletido a 45 graus. O pé fica apoiado pelo quadril do examinador, sendo que este faz força no sentido posterior para testar a integralidade do LCP. • Teste de Godfrey: o paciente é examinado em posição supina, com ambos os joelhos e quadris a 90 graus de flexão e os calcanhares apoiados pela mão do examinador. Se observa a queda posterior da tíbia em relação ao joelho contralateral MENISCOS Todas as manobras, com exceção daquelas que palpam a periferia dos meniscos (manobra de Smillie), tem como princípio básico a “rotação da perna sobre o fêmur”. • Rotação interna da perna o corno posterior do menisco lateral é comprimido. • Rotação externa da perna o corno posterior do menisco medial é comprimido. Essas rotações determinam o pinçamento da área lesada ou o deslocamento de um fragmento solto do menismo. Lesão é mais comum no corpo e corno posterior. Difícil a palpação. Sinal de Smille A dor a palpação da interlinha correspondente é o sinal de Smillie para a lesão meniscal. Dor interlinha lateral: lesão menisco lateral. Dor interlinha medial: lesão menisco medial. Manobra de Steinmann Com o paciente sentado sobre a mesa, com os joelhos fletidos em 90 graus e pendentes, faz-se a Página 18 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV rotação interna e externa da perna, segurando pelo pé. A presença de dor ou estalido junto a interlinha articular é sinal de lesão do menisco correspondente. Manobra de Apley Considerado como uma modificação da manobra de Steinmann. Paciente em decúbito ventral, aplica-se (“apley”) força de compressão sobre o menisco, com as rotações da perna sobre o fêmur. As lesões meniscais são caracterizadas pela presença de dor ou estalidos junto às interlinhas articulares durante a fase de compressão do teste. A contra-prova da positividade do teste faz-se quando se repete a manobra aplicando força de distração, quando a dor desaparece ou diminui de intensidade. Maior sensibilidade. AVALIAÇÃO FEMOROPATELAR Teste de compressão Palpação da patela + compressão sobre o sulco femoral. Contração concomitante do quadríceps. A dor e a crepitação refletem condromalácia/ artrose patelofemoral. Pernas estendidas, relaxadas e em posição neutra. Empurra-se a patela distalmente, no interior do sulco troclear e solicita contração de quadríceps. Positivo: condromalácia. Teste de apreensão Paciente deitado em decúbito dorsal horizontal na mesa de exame, com o joelho fletido a 30º sobre a coxa do examinador e com o quadríceps relaxado. O examinador desloca a patela lateralmente a partir de uma pressão na borda medial. Se “apreensão”do examinado, sugestivo de instabilidade femoropatelar. Quadril Quadril é apenas a articulação entre pelve e fêmur. Cabeça do fêmur dentro do acetábulo, mostra um quadro de artrose -> redução do espaço articular - > formação de osteófitos. Labrum acetabular: estrutura fibrocartilaginosa (semelhante ao menisco) que circunda a cartilagem hialina ao redor do perímetro do acetábulo, exceto em uma área ao redor da fossa acetabular. Aumenta e estabiliza a cavidade, de onde sai a capsula articular do quadril. Fratura de colo (dentro da cápsula) maiores chances de pseudoartrose. Página 19 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV Glúteo médio: função de abdução que mantém a perna estável enquanto está o apoio está em uma perna só. Anamnese • Características epidemiológicas, início e duração da dor; • Estalido; • Ressaltos. Ressalto • Interno: iliopssoas contra parede anterior do acetábulo e cabeça do fêmur. • Externo: banda ilitibial contra o trocanter maior. O ressalto lateral do quadril, também chamado de ressalto ou estalido da banda iliotibial (BIT), deve- se ao atrito da borda posterior desta ou da borda anterior do músculo glúteo máximo sobre a face lateral do grande trocanter durante movimentos do quadril, principalmente flexão e extensão. Apesar dessa passagem da BIT pelo grande trocanter ser fisiológica, nos casos de aumento da tensão lateral pode ocorrer o ressalto, que por vezes torna-se um quadro inflamatório e doloroso, com irradiação para a face lateral da coxa ou para a região glútea ipsilateral. Pacientes com ressaltos sintomáticos são quase sempre jovens e ativos fisicamente. O ressalto pode ser voluntário ou involuntário e palpável e/ou audível e por vezes é visível. O ressalto deve ser diferenciado de causas intra- articulares de estalido no quadril, como corpos livres, osteocondromatose sinovial e lesão do labrum acetabular. Radiografia simples da articulação coxofemoral é, geralmente normal. Exames como a ultrassonografia e a ressonância magnética são úteis no diagnóstico diferencial. Localização da dor • Coluna lombar e sacroilíaca: espinha ilíaca posterossuperior e nádegas; • Peritrocantérica: lateral do quadril; • Intra-articular: dor em região inguinal, “sinal C“. EXAME FÍSICO • Inspeção; • Palpação; • Mobilidade; • Testes específicos. INSPEÇÃO ESTÁTICA E DINÂMICA (MARCHA) Visões anterior, posterior e lateral: alterações de pele, trofismo muscular, contraturas, desvios posturais. Marcha antálgica: diminuição da fase de apoio no lado acometido, com elevação do lado acometido. Sinal de Trendelenburg: perna cai para o lado contrário da lesão do glúteo médio. Abdutor magno: impede que o quadril caia PALPAÇÃO Face anterior • Crista e tubérculo ilíaco. • Espinha ilíaca anterossuperior. • Tubérculo púbico e sínfise púbica. • Trígono femoral. Face lateral • Trocanter maior. Página 20 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV • Inserções musculares. • Bursa trocantérica. • Aponeurose do trato iliotibial. Face posterior Decúbito lateral, quadril em flexão. • Crista ilíaca posterior. • Espinha ilíaca posterossuperior. • Tuberosidade isquiática. • Nervo ciático. • Articulação sacroilíaca. Face medial Músculo adutor longo. MOBILIDADE Flexão Decúbito dorsal, fletir o quadril até a coxa se aproximar do tronco. Movimento passivo ou ativo. ADM: 0-130 graus. Principal Iliopssoas e segundo quadríceps – flexor do quadril. Extensão ADM: 0-30 graus. Movimento passivo ou ativo. Abdução Decúbito dorsal Uma das mãos estabiliza a pelve e a outra abduz o membro. Movimento passivo ou ativo. ADM: 0 a 45 graus. Adução Decúbito dorsal Tornozelo cruza a linha média com o membro contralateral elevado. Movimento passivo ou ativo. ADM: 0 a 30 graus. Rotação interna Decúbito dorsal. Examinador segura o tornozelo e promove flexão e rotação interna do membro. Página 21 Flávia Sanagiotto Ross Medicina UNOESC - TXXXV ADM: 0 a 30 graus. Rotação externa Decúbito dorsal. Examinador segura o tornozelo e promove a flexão e rotação externa do membro. ADM: 0 a 45 graus. TESTES ESPECIAIS Teste de Tredelenburg- teste de insuficiência do glúteo médio. Examinador: atrás do paciente. Manobra: apoio unilateral no quadril a ser examinado por mais de um minuto (extinguir a ação do quadrado da coxa). Positivo: inclinação da pelve (> 2 cm), com elevação no lado testado. Teste do impacto anterior (faduri) Flexão, Adução e Rotação Interna Manobra: decúbito dorsal. Flexão do quadril 90 graus, adução ultrapassando a linha média e rotação interna máxima. Positivo: limitação ou dor à rotação interna máxima. Se dor: sugestivo do IFA (impacto femoroacetabular) Acetábulo com hipercobertura – Pincer Cam- colo do fêmur é maior – principal indicação de cirurgia por vídeo de quadril. Misto – as duas alterações anatômicas. Bursite Trocantérica Síndrome dolorosa do trocanter maior. Dor mais comum do quadril na região lateral. Tendinopatia associada a bursite -> síndrome dolorosa. Teste de Patrick (fabere)- Articulação do quadril ipisilateal e sacroilíaca contralateral Flexão, Abdução e Rotação Externa Manobra: decúbito dorsal, com membro em flexão, abdução e rotação externa. Examinador exerce força sobre o membro e sobre a sacroilíaca oposta. Positivo: dor posterior (sacroilíaca) ou dor em virilha ipsilateral (quadril). Recomenda não fazer mais pressão nesse lado, dormir para o outro lado, com travesseiro entre as pernas de preferência para não tensionar o trato iliotibial.
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