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Resenha Crítica - Matar ou Morrer

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FACULDADE DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS-FACEMP
	
MARBIANE TALINE TAVARES DO NASCIMENTO
 DISCIPLINA DE INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO – RESENHA CRÍTICA DO LIVRO MATAR OU MORRER – LUIZA NAGIB 
Santo Antônio de Jesus
2015.1
MARBIANE TALINE TAVARES DO NASCIMENTO
DISCIPLINA DE INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO – RESENHA CRÍTICA DO LIVRO MATAR OU MORRER – LUIZA NAGIB
Trabalho apresentado à Faculdade de Ciências Empresariais- FACEMP, como requisito parcial de avaliação da disciplina Introdução ao Estudo do Direito, sob orientação do Professor (a) Zully Borges, no curso de Direito.
Santo Antônio de Jesus
2015.1 
MATAR OU MORRER – O CASO EUCLIDES DA CUNHA
NAGIB, Luísa de Matar ou Morrer – O caso de Euclides da Cunha. 2ª Ed. Editora Saraiva Janeiro 2009.
Narrada em terceira pessoa, essa é a historia de um trágico triângulo amoroso, formado pelo escritor, jornalista e professor de Lógica Euclides da Cunha, conhecido com notoriedade pela publicação em 1902 do livro Os Sertões, Anna Ribeiro, sua esposa e Dilermando de Assis, amante de Ana. Cuja história, retrata também sobre aspectos de ideias contidas no comportamento da sociedade brasileira da época, que enxergava a figura da mulher de forma inferior aos homens onde a mulher não tinha direitos e era considerada absolutamente incapaz na vida civil, todavia, souberam subjugar Anna (esposa de Euclides) que fora rejeitada, até mesmo pela sua mãe e os demais familiares, por seu comportamento, de ter se apaixonado e se envolvido com outro homem num momento em que ela se sentia triste e infeliz em seu casamento, pela ausência de seu marido, que estaria sempre distante e quando próximo, era agressivo, estupido e covarde, o que fazia com que vivessem sempre em desavenças, onde por várias vezes sua esposa pediu para deixa-la ir embora, mas apesar de tudo ele não aceitava se separar, pois naquela época seria uma vergonha absurda para ele e principalmente aos olhos da sociedade, já que ele possuía uma vida política ativa e era muito conhecido por todos. Também nos mostra o processo judiciário do ocorrido. 
 
Esse enredo começa no ano de 1889, quando o jovem cadete Euclides da Cunha, que fora expulso da escola militar por atirar sua arma no chão durante a inspeção do Ministro de Guerra, que havia sido combinado por parte de um pequeno grupo em forma de protesto, porém somente ele cumpriu o combinado e foi punido por tal ato. Estava ali na casa do Major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, considerado um dos heróis da proclamação da República, para tentar rever sua situação, mas naquele mesmo dia ele viu pela primeira vez Anna Emília Ribeiro, que trocaram olhares de interesses um para com o outro, ao sair da casa do major Euclides deixa um bilhete para Anna dizendo “Entrei aqui com a imagem da República e parto com a sua imagem”. Depois disso casaram-se no Rio de Janeiro no dia 10 de Janeiro de 1890. Ele tinha 24 anos e ela 17. Tiveram sua primeira filha que morreu de varíola aos quatro meses. Depois vieram Sólon, Euclides Filho e Manoel Afonso. Mas Anna não era feliz em seu casamento, quando Euclides se desligou do exército começara as primeiras desavenças e daí não mais parou, a situação dele ia piorando a cada dia.
Em 1904 Euclides embarcou no navio para Amazônia com o espírito aventuresco, onde foi cumprir a tarefa de demarcar a fronteira entre o Brasil e o Peru, no alto Purus (Acre). E largando sua família para trás, não deixando nada de dinheiro para as despesas domésticas, permitindo que Anna e seus filhos padecessem em grandes dificuldades. Anna era uma mãe 
muito amorosa mas foi obrigada a internar os dois filhos mais velhos, ficando apenas com o caçula. Anna permaneceu no Rio com o caçula, mudando-se para a pensão Monat, onde também moravam Lucinda e Angélica, tias de Dilermando. Em 1905 Dilermando surgiu na pensão com o intuito de entregar uns livros a sua tia Lucinda. Órfão de pai e mãe, ao ouvir a história de Dilermando, Anna que estava na sala ao lado de sua tia, deu a ideia dele ir morar na pensão. E com isso começou um grande romance entre ambos.
Euclides seu marido permanecia na Amazônia, e quase não dava noticias à mulher. Um dia Anna foi surpreendida pelo por um telegrama do marido dizendo que estava a bordo na baía e ordenando que o buscasse. O marido já desconfiava da traição, mas resolveu fazer vistas grossas, porém o que ele não contava, era que a barriga de Anna crescesse e já com três meses era notável para todos. A partir disto, Anna era vítima de agressões físicas e verbal todos os dias. Ao dar a luz ao filho que dera nome de Mauro, fruto da traição, Euclides manteve Anna em cárcere privado no seu próprio quarto, separando mãe e filho, não permitia que os empregados à ajudassem nem que alimentassem a criança, que, com sete dias faleceu por inanição.
Dilermando que estava morando no Rio grande do sul, veio ao Rio de Janeiro em suas férias e ficou sabendo de tal atrocidade, mas ao reencontrar Anna, a paixão estaria ainda mais forte e Anna engravidou pela segunda vez de seu amante. Nasceu Luiz o segundo filho de Dilermando e Anna, que por sinal era muito parecido com o pai. O mesmo concluiu seus estudo no Rio grande do Sul, voltou para o Rio de Janeiro, dessa vez na condição de tenente. Anna sai de casa com os filhos e vai para a casa de Dilermando e de seu irmão Dinorah, passando a noite com ele, e disposta a morar com o mesmo. Só que ao amanhecer de domingo, seu marido Euclides sai em busca de sua procura, armado e disposto a lavar sua honra, descobriu onde estava localizada a residência do amante e fora até lá, chegando na porta, tocou a campainha e foi atendido por Dinorah, mas logo ele já entrou na sala gritando “Vim para matar ou morrer” e foi em busca de seu rival, foi ao quarto, derrubou a porta, e sem hesitar atirou varias vezes em Dilermando, deixando-o ferido, que assim mesmo atingido revidou e como era muito certeiro, acabou matando Euclides da Cunha. 
Dilermando foi investigado pela polícia, passou por julgamento e ficou provado que ele agiu em legítima defesa, por tanto não ficou preso. Anna o perdoou, pois sabia de verdade o que tinha ocorrido, e ambos que na época eram rejeitados pela sociedade, casaram e tiveram mais filhos com o passar do tempo. Dilermando foi vítima novamente, mas agora foi de Euclides Filho que quis vingar a morte de seu pai, outra vez ele revidou e acabou matando, o filho de Anna, sua tão amada esposa, foi investigado novamente e a justiça decretou que ele agiu em legítima defesa, então permaneceu em liberdade. Anna mais uma vez o perdoou, porém com o passar do tempo ele começou a mudar seu comportamento com ela, e a mesma resolveu investigar, e descobriu que estava sendo traída, saiu de casa com seus filhos, sem nem mesmo lhe dizer adeus. Ele com o passar do tempo teve um filho com a sua atual mulher, e Anna seguiu a vida dura com os filhos em Paquetá, depois de muitos anos que adoecera, Anna teve que voltar ao Rio de Janeiro e foi internada no hospital sendo dependente de seu ex-marido, mas faleceu aos 76 anos de idade. Dilermando seis meses após também faleceu ao dar vários infartos e derrame cerebral. 
A tragédia só teve início e foi provocado pelo próprio Euclides, quando ele resolve sair de casa pensando em fazer justiça com suas próprias mãos, ele sim, foi o principal causador de sua própria morte. “[...] ele não era mais do que um apaixonado pela sua reputação.” (Nagib, 2009 p. 52) Eis então, que em seu momento de ira e revolta ele decide agir de maneira criminosa, pois ao conseguir uma arma de fogo emprestada de seu vizinho, ele já tinha em mente, a intenção de cometer o crime, sem mesmo pensar nas consequências, já que não gozava das suas faculdades mentais em perfeito estado, naquele momento, afinal ele era o marido traído e só desejava lavar a sua honra, derramando o sangue de quem devera ter provocado tudo aquilo na sua vidaconjugal, outrossim, sabia ele do risco de morte que corria, ademais, quando entrou na sala da casa de Dilermando o mesmo gritara “Vim para matar ou morrer”,. Isso só nos confirma, que Euclides, estava ali, iniciando um combate, onde sabia que poderia viver ou morrer. O que resultou no seu óbito. 
 Contudo, em toda tragédia que aconteceu, a mais prejudicada e sofrida foi Anna, que tivera por diversas vezes, várias perdas, como mãe, como mulher e como filha também. A questão de ser rejeitada pela sociedade da época, em que por meios, “Das páginas policiais do jornais e nos editorias, que tentavam influenciar opinião pública contra o rapaz” também acabava achincalhando-a, como a tal mulher adúltera que provocou a morte do marido, entre outros. Nisso resultou toda a rejeição até mesmo de sua própria mãe, que por medo de manchar a reputação da família, virou as costas para Anna. Ela que nem mesmo podia se defender, pois “Naquela época as mulheres não tinham voz nem razão. Não possuíam força nem vontade própria.” Foi um momento muito difícil e duro na vida daquela mulher, ela que já havia passado por muitos sofrimentos e dessa vez estava se sentindo sozinha, mas, felizmente uma mulher por nome Nair, mulher essa “Anos depois, Nair de Teffé se tornaria primeira-dama do Brasil, ao casar-se com o Marechal Hermes da Fonseca, presidente da República de 1910 à 1914”, que não tinha vínculos de consanguinidades resolveu ajuda-la emprestando dinheiro e à acolhendo-a.
O livro retrata também da investigação preliminar no Processo Penal. É dessa forma investigativa que a polícia faz seu trabalho e por meio de relatório, deixa claro que Dilermando, é quem havia tramado matar o senhor Euclides, “O promotor formulou o enquadramento penal da conduta do denunciado (artigos 294,§2º, e 39,§5º, do Código Penal) e arrolou cinco testemunhas e cinco informantes para serem ouvidos durante a instrução processual.” Mas, “O advogado afirmou que Dilermando agira impelido pelo estado de necessidade, em legítima defesa própria e de outem, visto que achando-se em sua residência, foi agredido a tiros de revólver por Euclides da Cunha, que também atirou contra Dinorah Candido de Assis.” Os jurados que eram 12, haviam votado e teria dado empate, pois 6 voltaram a favor da condenação e 6 contra, “ Ao ser indagado se o réu cometeu o crime por motivo reprovável, sete jurados responderam que sim. Em seguida, ao votar os quesitos da defesa própria e de outrem. Vê-se portanto, que um jurado mudou de opinião, pois legítima defesa não poderia ser considerada motivo reprovável.” Depois ocorreu outro júri que foram de 7 jurados assim não haveria empate e Dilermando foi absorvido definitivamente com 5 votos a seu favor e 2 contra. Dessa maneira foi apurado na justiça o caso da morte de Euclides da Cunha. Onde só podemos confirmar que o grande escritor e tão querido, aos olhos da sociedade, fora mesmo, o responsável por sua própria morte.
O interessante dessa história também é que a autora nos conta o poder de influência que a mídia já tinha desde e os tempos remotos até os dias atuais, mas, igualmente, nos mostrou que a justiça também fora feita em meios à verdade. 
Essa é a história de um triângulo amoroso que aborda romance, traição e tragédia, e possui partes deliciosas de serem lidas e desfrutadas. Quem gosta de romance com perigo, com certeza ficará satisfeito em ler essa obra, que a autora Luiza Nagib escreveu, adendo nos mínimos detalhes do processo penal, para quem é apaixonado em investigações criminais, outrossim, em como funciona um tribunal. Recomendo muito a leitura, à futuros operadores do Direito, para os que já operam o Direito, Policiais e a todos aqueles que gostarem de ler também sobre como funcionava o passado do nosso país em vários aspectos. (Político, sociais, econômico, justiça entre outros). 
Luíza Nagib Eluf, Advogada, professora e escritora, brasileira, nascida no dia 30 de Março de 1955, natural de São Paulo-SP, filha de Munira Nasser e Alfredo Nagib, casada com Jorge Eluf Neto, desde dezembro de 1978, tem dois filhos. Foi Promotora e Procuradora de Justiça do Ministério Publico do Estado de São Paulo em Maio de 1983 a Outubro de 2012. Formada em Direito pela Universidade de São Paulo, em 1979. Autora do romance “Retrato”, editora Conex, São Paulo, 2005. Autora também do livro “Matar ou morrer – o caso Euclides da Cunha”, editora Saraiva, janeiro de 2009. Integrante da Academia de Letras de São João da Boa Vista/SP, na cadeira de Carlos Drumont de Andrade, com posse em 2 de agosto de 2014. 
 
 
Santo Antônio de Jesus
2015
Referências
ELUF, Luisa Nagib. Matar ou Morrer – O caso de Euclides da Cunha. 2ª Ed. Editora Saraiva Janeiro 2009.
 
Matar ou Morrer: http://www.editorasaraiva.com.br/produtos/show/isbn:9788502083257/titulo:matar-ou-morrer-o-caso-de-euclides-cunhaacessado em 31-05-2015 
Luiza Eluf - Currículo: www.luizaeluf.com.br/index.php?option=com_content&view.acessadoem 31/05/2015 
Como fazer uma resenha ABNT: http://www.todasascoisasdomeumundo.com.br/2013/09/como-fazer-uma-resenha-abnt-regra-da.htmlacessadoem02-06-2015

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