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Português -Triste Fim de Policarpo Quaresma

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Lima Barreto
Afonso Henriques de Lima Barreto, escritor e jornalista brasileiro, nasceu em 13 de Maio de 1881 na cidade do Rio de Janeiro e morreu em 1 de Janeiro em 1922 na mesma cidade.
Filho do tipógrafo João Henriques de Lima Barreto e da professora Amália Augusta Barreto, ficou órfão de mãe ao 6 anos de idade e logo depois seu pai foi trabalhar de almoxarife em um asilo de loucos chamado Colônia de alienados da Ilha do Governador. Sua família era pobre, humilde e descendentes de negros, eram em 4 irmão que, depois da morte da mãe, ficaram sob a responsabilidade do pai que passou a trabalhar muito mais para poder sustenta-los.
João Henriques era muito amigo do visconde de Ouro Preto que se tornou padrinho de Lima Barreto e isso permitiu que ele tivesse uma educação de qualidade. 
 
Estudou no Colégio Dom Pedro II onde concluiu seus estudos secundários; Em 1897 estudou na escola Politécnica onde cursou engenharia. Nesse mesmo período começou a passar por vários problemas por cauda das constantes internações de seu pai , vitima de loucura, então Lima Barreto teve que abandonar o curso para poder ajudar nas despesas da família.
Aos 21 anos, o escritor virou arrimo da família, constituída por três irmãos, pai e alguns agregados. Trabalhando como funcionário público e, ao mesmo tempo, tocando seu projeto literário com colaborações rotineiras em jornais e revistas. Em 1903 foi aprovado em concurso público e passou a trabalhar no setor burocrático da Secretaria de Guerra como escrevente , onde aposentaria em 1918.
Era também jornalista com uma intensa colaboração com imprensa e contribuindo com as revistas como Fon-Fon, Brás Cubas, Careta, Floreal, ABC e jornais como Correio da Manhã e Jornal do Comércio , publicando artigos e crônicas. 
 Em 1907, integrou o grupo de escritores e ilustradores que colaboravam com a revista Fon-Fon desde o primeiro número
A revista circulou de 13 de Abril de 1907 à 28 de Dezembro de 1945 e era a febre do momento. A revista falava sobre moda, comportamento, críticas, flagras , bafos sobre a sociedade carioca, cheia de fotos e ilustrações, literatura e charges políticas e sociais.
Logo depois, com amigos literatos, fundou e dirigiu a revista Floreal, que teve apenas quatro números. Foi nessa revista que ele redigiu o folhetim Recordações do Escrivão Isaías Caminha, publicado em livro somente em 1909.
Lima Barreto encontrou desde cedo na veia crítica sua principal marca. Se denunciava o racismo, também direcionava ataques contra a República, a imprensa e qualquer coisa que cheirasse a estrangeirismos.
Em 1911, escreveu Triste Fim de Policarpo Quaresma nas páginas do Jornal do Commercio, pagando do próprio bolso a edição em livro lançada em dezembro de 1915. 
Em 1915 começou a colaborar com a revista popular Careta e esse foi um importante meio de divulgação das ideias de Lima Barreto, pois é onde foi publicado a maior parte de suas obras. Essa colaboração durou até a sua morte. No ano de 1916 fez uma colaboração na revista ABC , onde publicou textos de viés socialista. 
Lima Barreto já tinha tido sua primeira crise de depressão aguda e alcoolismo e sido internado no Hospital de Alienados do em 1914, mas quatro anos depois suas crises pioraram e ele foi aposentado por invalidez da Secretária de Guerra em 1918.Não foi reconhecido na literatura de sua época, apenas após sua morte. Viveu uma vida boêmia, solitária e entregue à bebida. Quando tornou-se alcoólatra, foi internado duas vezes na Colônia de Alienados na Praia Vermelha, em razão das alucinações que sofria durante seus estados de embriaguez. No ano seguinte publicou um romance na Revista do Brasil . 
Os períodos de internação no hospício resultaram na composição de diversos diários e no romance inacabado Cemitério dos Vivos, cujos trechos seriam publicados em 1921, mesmo ano em que o autor apresentaria sua terceira candidatura à Academia Brasileira de Letras (nas duas tentativas anteriores, fora preterido; nesta última, o próprio escritor desistiria antes das eleições).
Já com a saúde muito debilitada Lima Barreto faleceu dia 1 de Novembro de 1922 ,aos 41 anos .
Obras
· 1909 - Recordações do Escrivão Isaías Caminha
· 1911 - Triste Fim de Policarpo Quaresma
· 1912 - As Aventuras do Dr. Bogoloff
· 1915 - Numa e a Ninfa
· 1919 - Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá
· 1920 - Histórias e Sonhos
· 1923 - Os Bruzundangas
· 1923 - Bagatelas
· 1948 - Clara dos Anjos (póstumo)
· 1953 - Diário Íntimo
· 1953 - Feiras e Mafuás
· 1953 - Marginália
· 1953 - Vida Urbana
· 1956 - Cemitério dos Vivos (póstumo e inacabado)
· 1956 - Coisas do Reino de Jambon
· 1956 - Impressões de Leitura
· 1956 - Correspondência 
· 1997 - O Subterrâneo do Morro do Castelo 
“ Desde muito pequeno já começou a ter muitas responsabilidades , perder a mãe não deve ser nada fácil e ainda ter o pai louco. Ter a necessidade de ser mais responsável e ter que trabalhar para sustentar seus irmão pode ter ajudado ele a chegar em um nível muito alto sobre a literatura, pois já tinha que lidar com essa área desde sempre. Muitos outros artistas e escritores passaram por dificuldades como as dele, de sofrer preconceito por ser negro e depois todo mundo perceber que ele era um grande talento, mesmo tendo vários livros publicados após sua morte o mérito é o mesmo .” 
Triste Fim de Policarpo Quaresma
Análise 
Autor: Lima Barreto
Data: Publicado como folhetim em 1911 e depois em 1915 como Livro.
Foco Narrativo: Em 3º Pessoa e um autor onisciente , ou seja , sabe de tudo o que acontece e o que se passa na cabeça dos personagens.
Tempo: A história de passo durante a republica velha , entre o final do século XIX e XX.
Linguagem: Utilizou uma linguagem coloquial, cheia de vícios de linguagens, mas com muita ironia , humor e autenticidade.
Tema: Crítica ao academicismo, sociedade carioca, falta de apoio ao homem rural, racismo e sociedade estrangeira. 
Divisão da Obra : As três partes em que são separadas o livro representam os três grandes sonhos do personagem.Na primeira Policarpo começa a apreender violão. Ele busca nas modinhas brasileiras o resgate da cultura.Na segunda, ele se muda para o sítio, buscando assim retirar das terras brasileiras seu sustento e acreditando que com tanta terra fértil, o melhor a ser feito era ser aproveitado. Já na terceira e última parte, o Major busca através de sua participação na revolta transformar o país.
Ação. Vivida por Policarpo Quaresma a ação é dinâmica e contínua. Os fatos acontecem de maneira relativamente cronológica embasados nas atitudes do protagonista, findando em sua condenação à morte por traição à pátria. A linearidade narrativa é quebrada entre o início da loucura, a internação e a saída de Policarpo do manicômio, quando depois de  quatro meses o narrador retoma esse momento para explicar os acontecimentos.
 Espaço. O Rio de Janeiro é o espaço para toda a ação do romance. O sítio “Sossego” fica num local denominado vila Curuzu, que constitui espaço secundário da obra.
Sobre: Através desse livro o autor tematiza o embate entre o real e o ideal. Em Policarpo, o patriotismo é o ideal
.Narra uma história que se passa em 1893, ano em que acontece a Revolta da Armada, no Rio de Janeiro: a Marinha se rebela contra o presidente Floriano Peixoto, querendo derrubar o governo. Também na época acontece a Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul, que durou até 1895: o grupo dos federalistas enfrenta os republicanos, que contavam com o apoio federal e que acabaram vencendo. Além disso, a obra faz várias referências à Guerra do Paraguai (1864-1870), na qual a Tríplice Aliança, formada por Brasil, Argentina e Uruguai, apoiada pela Inglaterra, combate o Paraguai, país que começava a se destacar economicamente e por isso ameaçava os países vizinhos. Nesta guerra, se destacam as batalhas do Curupaiti, ocorridaa 22 de setembro de 1866, onde as forças paraguaias foram vitoriosas e cinco mil soldados brasileiros morreram, e a de Humaitá, nome de uma fortaleza paraguaia, que só foi tomada definitivamente pelas tropas aliadas no ano de 1868
“ Uma estrutura muito bem formada , onde da para e entender até onde vai as verdades e as imaginações, mostra o grande nacionalismo de Policarpo e críticas em cima da sociedade carioca. Tem um certa comparação com o Dom Quixote por os dois não viviam a realidade e sim o que sonhavam e o que queriam acreditar.” 
Personagens : 
POLICARPO QUARESMA= Morava no subúrbio carioca, trabalhava como subsecretário no arsenal de guerra, muito nacionalista. , "um homem pequeno, magro, que usava pincenez, olhava sempre baixo, mas, quando fitava alguém ou alguma cousa, os seus olhos tomavam, por detrás das lentes, um forte brilho de penetração, e era como se ele quisesse ir à alma da pessoa".
ADELAIDE=Irmã de Policarpo, muito bonita mas mui apática. 
VICENTE COLEONI= Grande amigo de Policarpo, italiano, passa por dificuldades e recebe ajuda de Policarpo, com uma quitanda ele enriquece e como forma de agradecer a Policarpo pela ajuda faz de seu amigo padrinho de sua filha Olga.
OLGA= Afilhada de Policarpo, morava com o pai em um palacete, casa-se por conveniência , considerada idealista.
ANASTÁCIO= Empregado fiel, que se muda com Policarpo e Adelaide para o Sítio.
RICARDO CORAÇÃO DOS OUTROS= Professor de violão do Major Quaresma, alvo de muitos e fortes preconceitos porque o violão era visto como instrumento de vagabundos.
GENERAL ALBERNAZ= General aposentado, incompetente e interesseiro , tinha 5 filhas.
CONTRA-ALMIRANTE CALDAS= Amigo de Albernaz , com quem contava vários histórias inventadas, não fez nada de importante para a Marinha. 
DONA MARICOTA= Mulher de Albernaz .
ARMANDO BORGES= Médico , se casa com Olga , mas ela o despreza. É corrupto e ambicioso e preconceituoso 
FELIZARDO E CANDEEIRO = Funcionários do sitio.
TENENTE ANTÔNIO DUTRA= Escrivão cheio de ambições políticas, gordo e guloso, usa a imprensa da cidade para atacar Policarpo. 
DOUTOR CAMPOS= Médico, mas se torna político como presidente da câmara. Interesseiro e ardiloso.
ISMÊNIA= Noiva de Cavalcanti, mas não o amava o suficiente para se casar com ele. É largada pelo noivo antes de sua formatura e depois de ficar muito doente pede para ser enterrada de noiva.
GENELÍCIO= Futuro marido de Quinota, é bajulador, oportunista, sempre queria ter um cargo melhor.
INOCÊNCIO BUSTAMANTE= Servil, humildo só que interesseiro .
MARECHAL FLORIANO PEIXOTO= Presidente da república,conhecido como “marechal de ferro”. O marechal é alvo de crítica por parte do narrador.
“O livro possui uma grande variedade de personagens , de todas as classes sociais, interesses , intenções e gêneros.” 
Resumo
Primeira parte : 
Narra a história de Policarpo, que era um homem nacionalista, cheio de ideais e coragem. Era conhecido como Major , mas na verdade ele não era Major coisa nenhuma, isso era só apelido. Era muito respeitado pela vizinhança , mas causava um pouco de estranheza também por conta desse nacionalismo todo que ele tinha. Começou a aprender violão com o Ricardo Coração dos Outros , o que causou mais estranheza ainda em seus vizinhos por conta do violão ser conhecido como o instrumento de vagabundos; Seu professor sofria preconceitos por conta disso também. Gostava também de estudar Tupi-Guarani, gostava muito de coisas brasileiras , vestimenta , comida , linguagem e dizia que o violão era um instrumento nacional, mas isso se torna prejudicial na vida de Policarpo quando ele faz um oficio todo escrito em tupi , declarando que a língua deveria ser essa, então ele é internado em um hospício por 6 meses e só pode receber visitas de Olga. Ele busca o tempo todo resgatar a cultura brasileira. 
Segunda parte: 
Policarpo sai do hospício , compra um sítio “O Sossego” e se muda para lá com sua irmã. Já no sítio desperta uma outra paixão em Policarpo, pela terra , ele então decide começar a estudar botânica. Em um certo dia o Tenente Dutra pede ajuda para Policarpo com a festa da Conceição só que Policarpo nega ajuda, então os políticos da região começam a querer ferrar com Policarpo ,cobrando importas e taxas que na verdade não eram cobrados e tudo isso começou a desanimar Policarpo que pensava que uma reforma agrária ainda era muito pouco pelos seus desejos de progresso no Brasil. Ele queria grandes mudanças. Assim sendo, após Quaresma perder tudo o que havia investido no Sítio do Sossego, resolve voltar ao Rio de Janeiro com o intuito de se alistar como soldado voluntário, para salvar sua pátria, no movimento da Revolta da Armada, revolta esta que estava ocorrendo na cidade do Rio de Janeiro.
Terceira Parte ;
Policarpo volta para a cidade onde está ocorrendo uma revolta, Floriano convida Policarpo para participar da revolta , ele aceita assumindo o cargo de Major. Ricardo, amigo de Policarpo, por ser considerado um patriota rebelde, é convocado para fazer parte como voluntário recalcitrante. Preocupado, Ricardo pede ajuda ao Major, que não pode fazer nada. Durante a Guerra Policarpo dá ordens, vai para troca de tiros e mata um homem. Muito arrependido e não acreditando ter feito isso, escreve a sua irmã num sentimento de perdão e culpa. Ele acaba se ferindo e precisa ficar afastado por um tempo. Quando a revolta acaba Policarpo é preso e não aceita muito isso por amar tanto o seu pais e acabar de uma forma dessas. Sabendo da notícia da prisão Ricardo tenta salvar o major de qualquer jeito , procura o tenente Albernaz, o coronel Bustamante, que, mesmo sendo amigos de Policarpo, para não ficarem mal vistos, não fazem nada. Até que tem a ideia de procurar Olga, que mesmo contra a vontade de seu marido, vai até a prisão tentar liberar seu padrinho. Ao chegar lá e ouvir que seu padrinho é um traidor e bandido, Olga reflete que é melhor deixa-lo morrer com seu orgulho, como um herói. Os prisioneiros são levados, sem nenhum direito de julgamento e defesa, para sumário fuzilamento por ordem de Floriano Peixoto.
Policarpo ao perceber seu final trágico a que seria submetido escreve uma carta ao Presidente Floriano Peixoto, falando seu descontentamento com a atitude dele, e com a falta de respeito aos direitos humanos dos prisioneiros que deveriam ter um julgamento justo. Então Policarpo é enviado à Ilha das Cobras como prisioneiro de guerra. Por fim, Quaresma acaba tendo o mesmo fim trágico dos prisioneiros de guerra por cujos direitos protestou e defendeu.
“O livro fala sobre o nacionalismo de Policarpo Quaresma, conseguindo transmitis para o leitor certas sensações ao decorrer da história. Mostra o sonho de Policarpo em ter um país digno e que vê o Brasil com bons olhos , luta por isso na história mas acaba vivendo o que sonha e é internado por isso . No final acaba morto fuzilado mesmo tendo amado o seu país.
Esse livro tem um pouco haver com Dom Quixote , por causa dos personagens viverem aqui que querem em uma certa parte e deixar a realidade de lado .”

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