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Administração e Planejamento em Serviço Social

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APRESENTAÇÃO 
 
Estudante, 
 
Sou o professor Lindolfo Alves dos Santos Junior e falarei sobre minha formação, 
mas também sobre minha caminhada na EAD até hoje. Como formação, sou graduado 
em Administração Mercadológica pela Faculdade Maringá (2014) e pós-graduado em 
Gestão Industrial e Logística pelo Instituto Paranaense de Ensino (2015). 
Minha caminhada na Educação Superior começou direto na EAD, em 2014, na 
instituição regional conhecida como UniCesumar, situada na cidade de Maringá, no 
nordeste do Paraná. A princípio, sem qualquer experiência, iniciei como tutor 
administrativo, apoiando a coordenação em tarefas documentais, como aproveitamentos 
de estudos, validação de atividades complementares etc. 
Nessa carreira na EAD fui Professor Tutor para cursos de Gestão desde 2014, 
atuando com tutoria pedagógica, orientação, documentação, desenvolvimento de 
projetos de ensino, material para disciplinas e trabalho em estúdio (aulas ao vivo). 
Ultimamente tenho preenchido cargos de Coordenação de curso, Polo EAD e também 
sou Consultor de Tutoria. 
Estou muito feliz em participar deste momento de conhecimento com você! 
 
CURRÍCULO LATTES: http://www.lattes.cnpq.br/9389601449833227 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
 
Seja muito bem-vindo(a)! 
Estudante, começaremos nossa caminhada apresentando um lado inerente ao ser 
humano que muitas vezes pensamos ser uma habilidade que precisa ser desenvolvida: 
a habilidade de planejar. Nós humanos planejamos há centenas de anos, e tal 
planejamento vem de períodos anteriores às primeiras civilizações, com os nômades. O 
planejamento dos nômades representava sua capacidade de analisar o status de 
recursos do local ocupado e saber quando deveria partir para outro lugar, o que levar 
para se manter no percurso, enfim, algo que sem planejamento poderia custar a vida. 
Na primeira unidade trataremos de planejamento e Política Social, reforçando o 
conceito de que cabe ao serviço social humanizar tal planejamento, que a princípio está 
num escopo mais administrativo e se fazendo valer dos aprimoramentos no processo de 
tomada de decisão que um planejamento proporciona. 
Os tipos e níveis de planejamento são o ponto central da Unidade II, que também 
apresenta os conceitos do controle social e como tem por objetivo dar ao cidadão motivo 
da política social, controle fiscalizador, o permite engajar. 
Já na Unidade III a temática gira em torno da metodologia e do processo do 
Planejamento Social, em que trataremos do Marco Referencial como processo 
participativo que estabelece um snapshot ou uma fotografia das condições antes e 
depois, que servirão de parâmetro de análise dos objetivos da política a ser discutida. 
A Unidade IV finaliza o tema do planejamento abordando-o como instrumento na 
prática da profissão do Assistente Social, em suas intervenções. Vale ressaltar que o 
profissional de Serviço Social transforma sua intervenção pelas técnicas do 
planejamento de forma a compreender melhor as demandas que se originam da 
sociedade, das desigualdades promovidas pela abertura econômica e da globalização, 
e de como transformar tais desigualdades em qualidade de vida. 
 
Muito obrigado por estar aqui e bom estudo! 
 
UNIDADE I 
PLANEJAMENTO E POLÍTICA SOCIAL 
Professor Lindolfo Alves dos Santos Júnior 
 
 
Plano de Estudo: 
1. Natureza e determinações históricas do planejamento social. 
2. Desenvolvimento social e política social. 
3. Planejamento tecnocrático e gestão social. 
4. Avaliação de políticas sociais. 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conceituar a evolução, o desenvolvimento do Planejamento Social e sua importância. 
• Compreender o Planejamento Tecnocrático e a Gestão Social dentro das Políticas 
Sociais. 
• Estabelecer a importância da avaliação das Políticas Sociais. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Estudante, nesta unidade vamos descobrir a forte ligação entre planejar e se 
produzir bem estar social pelas políticas sociais. Começaremos tratando de conceitos de 
planejamento na esfera do Serviço Social, trabalhando com o fato de que planejar é 
inerente ao homem. 
 Desde os primeiros indícios de civilização que o homem vem desenvolvendo sua 
habilidade de planejar, pois em dado momento de sua evolução passou a se organizar 
em grupos que logo viraram famílias, tribos etc. Avançando a humanidade para os dias 
atuais temos o planejamento como conceito bastante amadurecido e incorporado em 
toda atividade humana, como a construção de um conjunto de ações intencionais cujo 
objetivo é o de aprimorar o tratamento de dados e informações que facilitem a tomada 
de decisão em projetos de qualquer nível de complexidade. 
 O planejamento é a base para os projetos que têm por objetivo o desenvolvimento 
social e este, por sua vez, sempre esteve ligado ao progresso da economia e da 
tecnologia, seja como forma de combater os problemas sociais causados pelos dois, ou 
como forma de lhes dar apoio e fomentar seu crescimento. 
 Quando tratarmos do desenvolvimento social, estudante, vamos falar mais sobre 
a influência do capitalismo e da expansão industrial pelo mundo como principais 
componentes para a atuação dos projetos e políticas sociais, tendo em vista que essa 
onda que o capitalismo e a industrialização promoveram deixou marcas profundas na 
sociedade, na forma de uma maior exploração dos que forneciam mão de obra naquele 
momento. 
 Na esfera pública, o planejamento é um instrumento político e decisório que, em 
certo momento, assumiu um caráter mais técnico e pouco ou nada participativo, 
conhecido por tecnocracia ou planejamento tecnocrático, que seria conduzido por 
especialistas, cientistas e técnicos, eximindo a necessidade de uma participação popular. 
 Dentro do escopo do planejamento existe um componente quase tão importante 
quanto sua criação e trata-se da avaliação de políticas sociais. A todo e qualquer 
planejamento se faz necessário um ritual constante de avaliação, de escolha e 
acompanhamento de certos indicadores e, no caso de projetos sociais não é diferente, 
embora seja mais complexo ao incorporar a avaliação do objeto do planejamento, as 
pessoas e suas necessidades.
1 NATUREZA E DETERMINAÇÕES HISTÓRICAS DO PLANEJAMENTO SOCIAL 
 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/brainstorming-group-people-working-concept-business-
593389664 
 
De forma geral, planejamento é importante em todo e qualquer ramo do 
conhecimento e área de atividade humana. Planejar aumenta o sucesso do que se tem 
como objetivo e reduz os riscos inerentes ao que se pretende planejar. Obviamente que 
existem centenas de metodologias, cada uma desenhada com alguma realidade 
específica em mente. 
 O profissional de serviço social deve ter em mente que planejar é um dos mais 
importantes componentes de sua intervenção e representa se antecipar estruturando as 
ações que necessita tomar para que tal intervenção se concretize satisfatoriamente. Mas 
a variedade de modelos de planejamento pode dificultar sua conceituação, tal como 
determinam Vanderley e Biajone (2019, p. 3): “Trazer à tona o início da utilização do 
planejamento não é tarefa fácil, pois existem muitas linhas sobre o tema. Mas 
explicitaremos algumas possibilidades”. 
 Estudante, pense que planejar é algo inerente ao ser humano e, embora essa 
afirmativa soe um tanto pretensiosa, fica fácil de se compreender, pois em um nível de 
simplicidade se pode compreender a antecipação de alguma ação como planejamento, 
tal como quando nos preparamos para sair de casa e checamos a previsão do tempo. 
 O ato de planejar nasceu com os seres humanos mais antigos, aqueles anteriores 
às primeiras civilizações, podemos citar os nômades. Agora você pode estar se 
questionando sobre o fato dos nômades terem esse conceito de se instalar numa 
localidade e mudar quando os recursos do local estivessem dilapidados como algo 
desorganizado e sem planejamento, masfato é que não se sobrevive sem um mínimo 
de planejamento. 
 Os nômades tinham que planejar os parâmetros do local seguro para instalar 
acampamento, eles tinham também que planejar o momento ideal de partir para uma 
nova localidade e, para isso, teriam que agrupar provimentos para tal viagem, enfim, até 
mesmo os nômades tinham seus planos. Avançando para as primeiras civilizações 
temos que: 
 
Há indícios que desde os primórdios da civilização já se utilizava do 
planejamento, pois o homem se organizava em grupo, seja em família ou tribos, 
e ao passo que vivia em grupo, era necessário uma organização, pois cada 
indivíduo possui anseios, objetivos diferentes e para manter a harmonia nas 
relações era indispensável pensar formas de convivência. Esse pensar que 
orientava as ações humanas, para alguns autores nada mais é do que um 
processo de planejamento (VANDERLEY; BIAJONE, 2019, p. 3) 
 
Podemos colocar como racional o ato de se planejar, pois passou a exigir ao 
homem uma análise menos subjetiva de suas circunstâncias, recursos e desafios a 
serem superados, tal como apresenta Baptista (2007, p. 14): “Já no início dos tempos, o 
homem refletia sobre as questões que o desafiavam, estudava as diferentes alternativas 
para solucioná-las e organizava sua ação de maneira lógica. Enquanto assim fazia, 
estava efetivando uma prática de planejamento”. 
 Estudante, de forma geral, quando nos deparamos com um problema, 
invariavelmente, o primeiro pensamento que surge é de que tal problema é insuperável. 
Mas basta uma breve análise objetiva da situação, considerar quais recursos existem 
para resolver ou, ao menos, amenizar o problema, que a situação ganha nova 
perspectiva, e isso também é uma qualidade inerente ao ser humano. 
 Neste sentido, Vanderley e Biajone (2019, p. 3) consideram que “Os desafios e 
obstáculos encontrados diariamente tornam necessário encontrar novos meios para 
transpô-los e o planejamento é uma importante ferramenta de prevenir e superar essas 
situações”. Outra qualidade inerente ao homem é sua elevada capacidade de se adaptar 
ao meio, embora o faça modificando as condições de seu meio ambiente, mas quando 
preciso se condiciona a uma condição mais agressiva. 
 Fato é que o homem sempre busca uma melhor forma de viver e, com isso, 
podemos observar planejamento como uma ação cotidiana deste homem moderno. Com 
o passar do tempo e da entrada do homem em sua era moderna, sua habilidade de 
planejar adquire novas possibilidades, passando a estudar os atos que antes eram 
apenas senso comum, ele os pesquisa cientificamente de forma a aprimorar o alcance 
de seus objetivos (VANDERLEY; BIAJONE, 2019). 
 Portanto, para o homem moderno planejar é habilidade básica e diária, e em 
diversos aspectos nem percebemos que estamos planejando algo. Uma boa forma de 
se compreender isso é pensar no ato de se pilotar um veículo: usamos de habilidade e 
conhecimento de sua operação para o conduzir pelas ruas da cidade, mas temos que 
planejar as trocas de marcha e na eventualidade de alguma situação diferente promover 
as devidas ações. Quando o motorista se depara com um trecho de seu percurso em 
congestionamento, seu planejamento pode o fazer tomar rotas alternativas ou entrar em 
contato com alguém e cancelar um compromisso, por exemplo. Fato é que o ser humano 
sabe planejar quando necessita. 
De acordo com Sampaio (2008 apud VANDERLEY; BIAJONE, 2019, p. 4), 
 
Planejamento é um processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto 
de ações intencionais, integradas, coordenadas e orientadas para tornar 
realidade um objetivo futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisões 
antecipadamente. Essas ações devem ser identificadas de modo a permitir que 
elas sejam executadas de forma adequada e considerando aspectos como o 
prazo, custos, qualidade, segurança, desempenho e outras condicionantes. 
 
Dentre os desafios que o homem enfrenta e para os quais precisa planejar para 
serem superados, a cada ano que a humanidade caminha em sua modernidade tais 
desafios se tornam maiores, mais desafiadores e, com isso, exigem mais planejamento. 
Ao profissional do Serviço Social planejar não deve ser encarado como habilidade 
subconsciente, pois, para se superar os desafios da vida moderna, tal planejamento 
precisa ser robusto, assim como afirma Almeida (2020, p. 8) ao tratar que “Para o serviço 
social, planejar a ação profissional é um instrumento fundamental no enfrentamento das 
questões sociais postas pelo capitalismo contemporâneo”. 
 Agora daremos uma pausa no progresso dos argumentos para conceituar o 
planejamento na ótica do Serviço Social através de um breve apanhado histórico a 
começar com os dizeres de Giovanella (1991 apud CARVALHO, 2016, p. 17): 
 
[...] as primeiras elaborações teóricas sobre planejamento, apresentadas de 
forma sistematizada referem-se à organização da produção industrial, coloca a 
previsão como um dos elementos da administração. Previsão é entendida aqui 
enquanto projeção, cálculo de futuro e a programação que objetiva facilitar a 
utilização de recursos e a escolha dos melhores meios a empregar para atingir 
o objetivo desejado de máxima eficiência, máximo lucro. Posicionamento 
fortemente marcado pelo liberalismo da ideologia dominante, neste período. 
 
Um marco que representa a relevância do planejamento como mola mestra da 
mudança social foi a Revolução Soviética de 1917, que promoveu um processo de 
cálculos e previsões nunca visto, e de forma a criar um planejamento de cunho social 
que permitiu uma alternativa de futuro (CARVALHO, 2016, p. 17). Esse novo aspecto do 
planejamento serviu para promover uma maior racionalidade para as necessárias 
transformações que a sociedade precisaria passar nos anos seguintes: 
 
Deste modo, a primeira proposta de planejamento social surge na forma de um 
plano setorial na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas quando, em 1918, 
é declarado o primeiro Plano Nacional de Eletrificação. Porém, somente após 
uma década de governo socialista é elaborado o primeiro plano global: 1º Plano 
Quinquenal (1928 a 1932) (CARVALHO, 2016, p. 17). 
 
Podemos elencar o capitalismo como um dos maiores e mais constantes desafios 
a serem enfrentados pelo planejamento social para a humanidade, embora seja sua 
criação. Mas a expansão do capitalismo colocou muito peso sobre os estudos sociais e 
com isso exigiu, tal como ainda exige, um planejamento cada vez mais robusto, e de 
acordo com Carvalho (2016, p. 18) onde o mundo era capitalista “[...] liberal ou 
concorrencial, predominava a doutrina de Adam Smith (1723 – 1790), segundo a qual o 
mercado deve ser regido pela livre concorrência, baseada na lei da oferta e da procura: 
quando a oferta é maior que a procura, os preços baixam". 
 O que a soma do capitalismo com a evolução do planejamento representa é que 
a evolução de um força uma evolução ainda maior do outro, como se disséssemos que 
o remédio deve ser mais forte que a enfermidade que necessita tratar. Portanto os 
momentos capitalistas se mostraram sempre marcos nas formas de planejamento: 
 
Era o momento chamado laissez faire. Somente após a crise mundial de 1929, 
o mercado auto-ajustável, que equilibraria oferta e demanda, simplesmente não 
funcionou, deflagrando uma crise responsável pelo desemprego de milhões de 
pessoas, e pelo alastramento da miséria e da criminalidade, que se espalhou 
dos Estados Unidos para o mundo todo (CARVALHO, 2016, p. 18). 
 
A princípio, o emprego do planejamento no Serviço Social representava muito 
mais um instrumento institucional como uma eficaz e eficiente forma de se alcançar 
determinado objetivo, tal como defendem Bonin e Krüger (2015 apud ALMEIDA, 2020, 
p. 9) “Até a década de 50, o serviço social aplicava o planejamento tradicional, de forma 
restrita e com orientações funcionalistas, sendo um documento estático e fechado às 
demandas da população cliente”. 
 Neste cenário,as ações resultantes de tal metodologia institucional de 
planejamento social surtiam mais efeito no embate de classes e, na sequência, na 
década de 60 o agravamento dos níveis de pobreza, em parte produzidos pela 
industrialização, e de acordo com Bonin e Krüger (2015 apud ALMEIDA, 2020, p. 9), 
“Esse quadro provoca a incorporação de novas atribuições profissionais pelos 
assistentes sociais, relativas à coordenação, planejamento e administração de 
programas sociais. Contudo, o exercício profissional se mantém dentro dos mesmos 
moldes”. 
 Ainda de acordo com Bonin e Krüger (2015 apud ALMEIDA, 2020, p. 9), 
 
Até aproximadamente 1980, a ação planejada do serviço social pode ser 
percebida em dois momentos: 
a. Antes da reconceituação, quando a ação profissional tinha uma 
perspectiva de ajuste do homem ao meio; 
b. Durante o processo de reconceituação, quando o serviço social 
questiona a realidade social e procura novos caminhos para intervir. 
 
Se aproximando aos dias da modernidade, fica mais reconhecível o emprego do 
planejamento, principalmente no contexto social e como seus conceitos modificaram 
profundamente a forma de atuação do profissional de Serviço Social, tal como defende 
Almeida (2020, p. 9): “O Código de Ética do Serviço Social de 1986 busca o rompimento 
com esse conservadorismo por meio da aproximação com a teoria marxista e propõe 
que o profissional tenha um conhecimento crítico da realidade e condições de elaborar, 
decidir e gerir a respeito das políticas sociais e programas institucionais”. 
Pelo movimento de reconceituação, o Serviço Social passou por extensa 
mudança, saindo de uma situação de extrema burocracia e tradicionalismo, partindo para 
uma identidade mais próxima da classe trabalhadora e não mais do Estado. De acordo 
com Almeida (2020), por esse movimento o Serviço Social passou a englobar o 
planejamento como chave para a sua maior efetividade. 
 Neste sentido, Baptista (2015, p. 15 apud ALMEIDA, 2020, p. 9) afirma que “Como 
um processo que envolve reflexão, exigindo uma análise sobre as intencionalidades, a 
dimensão político-decisória que dá suporte ético político à ação técnico-administrativa”. 
 Temos aqui, um cenário de adoção técnica dos conceitos de planejamento, tal 
como apresentam Schmitz e Schappo (2017, p. 1): 
 
As discussões teóricas sobre o planejamento no Serviço Social remetem-nos a 
textos e autores que abordam a temática enfocando diferentes aspectos sobre o 
trabalho do Assistente Social com este instrumental. Seguindo as diferentes 
perspectivas históricas predominantes na profissão, os profissionais, 
inicialmente, adotavam o planejamento a partir dos pressupostos funcionalistas 
e tecnicistas, sendo que após a Reconceituação adotou-se uma perspectiva 
mais crítica. Nesta, especialmente após a Constituição de 1988, o planejamento 
é compreendido como um instrumento fundamental para dar vazão as demandas 
e necessidades da população. 
 
A evolução do capitalismo não foi isolada, e sim acompanhada da evolução 
populacional e da formação dos grandes centros urbanos. Com isso, o planejamento 
empregado pelo serviço social tornou-se um instrumento poderoso e o único capaz de 
fornecer a coordenação necessária para atender a demandas sociais de larga escala. 
 Tendo em vista que tais demandas envolviam interesses de grupos distintos e 
visões divergentes de necessidades, Schmitz e Schappo (2017, p. 2) afirmam que “Estas 
muitas vezes dificultam processos democráticos ou que atendam os interesses dos 
usuários no âmbito institucional e na gestão das políticas públicas”. Perceba que, com 
esses embates, ficou evidente a necessidade de um profissional do Serviço Social 
posicionado no planejamento de forma a contribuir para o atendimento das demandas 
da sociedade. 
Teixeira (2009, p. 2) afere que “Cabe, entretanto, a gestores e técnicos, processar 
teórica, política e eticamente as demandas sociais, dando-lhes vazão e conteúdo no 
processo de planejamento e gestão, orientando a sua formatação e execução”. 
 Para o serviço social, o planejamento se constitui como a soma das prioridades a 
serem tratadas e de componentes que facilitem o processo de tomada de decisões de 
acordo com a realidade tida como problemática, tendo em vista uma realidade desejada. 
(SCHMITZ; SCHAPPO, 2017). Assim como o planejamento em qualquer outra instância 
preconiza o planejamento, para o serviço social, tende a promover melhores resultados, 
reduzir riscos e aproveitar melhor os recursos disponíveis, tal como complementam 
Schmitz e Schappo (2017, p. 2): 
 
Ele busca orientar um trabalho que não se restringe à improvisação, antecipa 
resultados, reduz incertezas, riscos, partindo sempre de determinadas 
intencionalidades, não se constituindo apenas em um processo técnico-
administrativo, mas também ético-político, envolvendo tomada de decisões. 
 
Portanto, o planejamento, quando considerado dentro do contexto das políticas 
sociais, passa a levar em conta elementos que as teorias tradicionais e empresariais de 
planejamento não permitem considerar, como os desejos e necessidades coletivas como 
parâmetro de grande relevância.
 
SAIBA MAIS 
 
Participação Social e sua importância: 
A participação da sociedade nas políticas sociais sempre se provou o caminho 
certo na efetividade de tais políticas, a Constituição Federal de 1988 deu legitimação a 
este aspecto e a sociedade brasileira pode observar uma evolução de sua importância 
nos anos seguintes. Neste sentido, Silva, Jaccoud e Beghin (201~, p. 374) apresentam 
que: 
 
O texto constitucional de 1988 é um marco na democratização e no 
reconhecimento dos direitos sociais. Articulada com tais princípios, a 
Constituição alargou o projeto de democracia, compatibilizando princípios da 
democracia representativa e da democracia participativa, e reconhecendo a 
participação social como um dos elementos-chave na organização das políticas 
públicas. 
 
E ainda de acordo com Silva, Jaccoud e Beghin (201~, p. 374) a participação 
popular se apresenta em 3 aspectos: 
 
a) a participação social promove transparência na deliberação e visibilidade das 
ações, democratizando o sistema decisório; 
b) a participação social permite maior expressão e visibilidade das demandas 
sociais, provocando um avanço na promoção da igualdade e da equidade nas 
políticas públicas; e 
c) a sociedade, por meio de inúmeros movimentos e formas de associativismo, 
permeia as ações estatais na defesa e alargamento de direitos, demanda ações 
e é capaz de executá-las no interesse público. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
REFLITA 
 
A respeito da busca pelo planejamento, seria este aspecto das Políticas Sociais 
negligenciado pelas ações em campo, mais diretas e interessantes? 
Leia o trecho a seguir e reflita: 
 
A experiência mostra que é difícil dar o primeiro passo, porque a maior parte dos 
empreendedores sociais têm uma tendência natural de concentrarem seus 
esforços na prestação de serviços e acabam não conseguindo dedicar-se às 
tarefas administrativas que, normalmente, são vistas como enfadonhas. Na 
maioria das vezes percebemos o descaso com que esses profissionais tratam a 
análise do planejamento das ações (VIANA, 2006, apud RIBEIRO; RAPOSO, 
2013, p. 10). 
 
#REFLITA#
2 DESENVOLVIMENTO SOCIAL E POLÍTICA SOCIAL 
 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/business-success-organizations-professional-team-
cooperative-1326468401 
 
A década de 1990 viu o mundo se transformar pelo comércio, pelo capitalismo e 
pela globalização. Mas não foi vista apenas evolução, o mundo assistiu o aumento da 
desigualdade social oriundo do poder econômico em ascensão, tal como assistiu a 
reação do Poder Público, muitas vezes lenta e ineficiente. 
 Todo Governo necessita do desenvolvimento econômico, a década de 1990 foi 
muito boa para demonstrar isso ao se observar o que cada país fez em prol de um 
destaque econômico internacional, pois sem ele,sem desenvolvimento econômico, se 
torna penoso promover qualquer política social. 
 O Estado deve fomentar a economia, mas jamais pode tirar de perspectiva que 
quanto maior for sua indústria, maiores serão suas desigualdades sociais a serem 
tratadas no desenvolvimento social pelas políticas sociais. Castro (2014 apud ROSSINI; 
ROTTA; BORKOVSKI, 2017, p. 8) define as políticas sociais como 
 
[...]a composição de um conjunto de programas e ações, caracterizadas pela 
garantia da oferta de bens e serviços, transferências de renda e regulação de 
elementos do mercado, buscando realizar dois objetivos conjuntos, sendo eles a 
proteção social e a promoção social. 
 
Em se tratando de discussões e estudos a respeito do tema desenvolvimento, a 
herança da década de 1990 é de uma discussão mais focada na economia, na 
infraestrutura, na indústria do país, deixando de lado o tratamento de temas que 
passaram a ser emergentes, como a sustentabilidade. Mas palavras de Demo (1995, 
apud ROSSINI; ROTTA; BORKOVSKI, 2017, p. 8): 
 
Por muito tempo o conceito desenvolvimento esteve vinculado ao progresso 
econômico e tecnológico, mas a partir de 1990, passou-se a incorporar os 
adjetivos humano e sustentável, reconhecendo-se que o desenvolvimento 
econômico por mais indispensável e estratégico que seja, precisa estar vinculado 
a finalidades sociais, preocupações estas, trazidas ao debate, pelo Programa 
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 
 
Claro que pouco tempo após se adentrar em uma onda de dominância capitalista, 
como a de 1990, o Estado passou a dar mais atenção a questões sociais pois perceberá 
que o desenvolvimento econômico não se resumia a infraestrutura e falta de perspectiva, 
tal como afirma Fagnani (2016, on-line): “A política social brasileira tem papel estratégico 
como força motriz do crescimento. Os direitos introduzidos pela Constituição Federal de 
1988 e as políticas sociais posteriores exigiram grande esforço para mobilização de 
recursos”. 
 Existe um ciclo ou círculo bastante coerente que coloca o desenvolvimento 
econômico como indutor do desenvolvimento social, pois, embora grande parte dos 
problemas a serem tratados pelas políticas sociais se originem da expansão e 
desenvolvimento econômico, dele surge o recurso que o Poder Público emprega para 
dar mais qualidade de vida à população. 
 Portanto, a economia tanto demanda desenvolvimento social quanto fomenta e 
apresenta sua necessidade de aprimoramento, e a cada ano os recursos demandados 
para se manter o desenvolvimento econômico crescem junto com o desenvolvimento 
econômico e do aumento das mazelas sociais. De acordo com Fagnani (2016, on-line) 
“Atualmente, o gasto social (três esferas de governo) representa 25% do PIB. Em função 
dessa dimensão, a política social pode contribuir em duas poderosas frentes, para 
incentivar o crescimento econômico”. 
 Um grande problema para o desenvolvimento social é lidar com algo que, de fato, 
não nasceu com a abertura econômica brasileira de 1990, mas que, no frigir dos ovos, 
possui a mesma dinâmica: as movimentações de população entre estados. Nesse 
sentido temos um elevado contingente de pessoas à procura de emprego nos grandes 
centros, amarradas a uma mão de obra de pouco conhecimento técnico. 
 Como efeito do desenvolvimento econômico, o contingente oriundo do campo ou 
de estados menos desenvolvidos promoveu um aumento na demanda por serviços 
públicos, com isso, um desgaste no já fragilizado serviço público. Ressalta-se aqui que 
nessa situação reside o dilema do capitalismo: ao induzir desenvolvimento da mesma 
forma que induz desigualdade e, de acordo com Fagnani (2016, on-line), “Nesse caso, 
há reais possibilidades de se enfrentarem deficiências estruturais na oferta de serviços 
públicos de boa qualidade. Como se sabe, apesar dos progressos, as marcas da crônica 
desigualdade social brasileira não foram apagadas”. 
 De maneira prática, temos que o Poder Público não pode apenas se preocupar 
em estruturar a indústria e deixar à míngua a sociedade que lhe prestará mão de obra, 
por exemplo. É preciso cuidar de dar condições de vida digna aos que trocarão sua mão 
de obra por um salário. Neste sentido, Assunção (2020, p. 9) afirma que em 1988 foi 
dado um passo vital para se construir um precedente melhor: “No nosso país, o primeiro 
arremedo de proteção de direitos veio a ocorrer muito recentemente, por meio da 
Constituição de 1988 e da criação da Seguridade social, a qual tem como pilares a saúde, 
a assistência social e a previdência”. 
 A Constituição Federal de 1988 representou um melhor posicionamento sobre as 
atribuições do Estado para com sua sociedade, seus cidadãos, assim como determina 
Assunção (2020, p. 9): 
 
Depois de muitas mobilizações pós-ditadura e com o processo de 
redemocratização do país, a aprovação da Constituição Cidadã de 1988 foi o 
grande passo em direção à delimitação dos deveres do estado e dos direitos dos 
cidadãos, porém, ainda convivemos com a fragilidade das políticas sociais no 
Brasil e a necessária luta diária para que ela seja considerada um motor de 
desenvolvimento da nossa sociedade. 
 
Perceba, estudante, que sempre existirá uma problemática a ser resolvida quando 
o assunto for o desenvolvimento social ou o desenvolvimento econômico. Os recursos 
financeiros são sempre limitados, o que força o Estado a decidir se aquece melhor a 
economia ou se alimenta de seus programas sociais. Assim, Souza (2019, on-line) afirma 
que “O ordenamento jurídico que sustenta a política de assistência social como direito 
constitucional subsiste dentro de um contexto de avanços do ideário neoliberal que reduz 
gastos na área social em prol do desenvolvimento econômico”. 
 Então, quando o Estado promove a economia, ele está condicionando suas 
prioridades neste panorama em detrimento das políticas sociais, embora a Constituição 
Federal de 1988 a estabeleça como direito fundamental. Assim, de acordo com Souza 
(2019, on-line), “A Constituição Federal de 1988 reconheceu a assistência social como 
um direito fundamental. O artigo 203 determina que “a assistência social será prestada 
a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social”. 
 As diretrizes da política de assistência social estão abrigadas no art. 204 da 
Constituição Federal e abordam a descentralização, política e administrativa, bem como 
o controle social e a participação popular. 
 Para compreender corretamente a construção dos direitos humanos, se faz 
necessário passar pelos principais momentos históricos, tal como afirma Assunção 
(2020, p. 9) “Na história das políticas sociais temos de, obrigatoriamente, fazer uma 
digressão com relação ao momento na história da humanidade onde as sociedades 
começaram a aventar a ideia de direitos.” Fazendo essa incursão retomamos momentos 
históricos singulares de constituição dos direitos humanos. 
 Pelo histórico brasileiro, temos que vieram dos trabalhadores a maioria dos 
direitos que temos hoje e dos “[...] marcos relacionados ao que se aventou, inicialmente, 
ser tratado como momentos introdutórios de concretização de direitos. Por isso, 
relataremos a importância da perspectiva Keynesiana e o chamado Welfare State ou 
Estado de bem-estar social” (ASSUNÇÃO, 2020, p. 9). 
 De forma geral, uma política social representa um planejamento institucional que 
visa corrigir um problema social, uma desigualdade, e seu desenvolvimento sempre será 
condicionado pelos acontecimentos do momento de sua criação: 
 
A constituição de políticas sociais, ainda que esteja vinculada a momentos e 
fatos históricos que as influenciaram, se dá de modo particular em cada contexto 
e realidade social. Como veremos, no caso do Brasil, isso ocorrerá de modo 
paulatino e posteriormente aos demais países europeus. Isso tem relação, 
dentre outros fatores, com a nossa realidade colonialista e escravocrata e com a 
predominânciade uma elite agrária que por longo tempo foi obstáculo para o 
desenvolvimento do país (ASSUNÇÃO, 2020, p. 9). 
 
Os grandes embates históricos, como a disputa entre o proletariado e a burguesia, 
formam os precursores das políticas públicas e, dentre estes grandes momentos, temos 
o desenvolvimento e expansão do capitalismo, em destaque, tal como afirma Azevedo 
et al. (2018, p. 14), 
 
Através da expansão do capitalismo no período industrial, ocorreu disputa entre 
a burguesia e o proletariado, pois a burguesia, para obter maiores lucros, 
explorava o trabalhador exigindo longas jornadas de trabalho em condições 
precárias e salários miseráveis, o que não possibilitava condições mínimas de 
subsistência ao indivíduo. 
 
Em cada grande evento histórico, como a Revolução Industrial, sempre ocorreu 
uma ebulição social colocando a população para lutar mais por seus direitos, assim como 
defende Azevedo et al. (2018, p. 8): 
 
Somado a este cenário, houve o alto índice de demissões com o advento da 
primeira Revolução Industrial, no final do século XVIII e início do século XIX, na 
Inglaterra. Em resposta, em diversos países, os trabalhadores fizeram greve em 
busca de melhores condições não somente de trabalho, mas também de vida. 
As políticas sociais surgiram, nesse cenário, como um meio de ampliar os direitos 
ou riquezas dos trabalhadores; em contrapartida, também era um instrumento 
de manutenção da força de trabalho e moeda de troca pela elite dominante. 
 
Portanto, se eventos históricos e sociais condicionam o surgimento das políticas 
sociais, em cada país deverá ter um pacote de leis e políticas sociais específico, 
desenhado para os propósitos que atendam a sua norma e promovam qualidade de vida, 
tal como defende Azevedo et al. (2018, p. 8): 
 
Por meio da pressão dos trabalhadores, o Estado passou a intervir e, para isso, 
utilizou-se de um papel de "neutralidade" entre burguesia e proletariado em prol 
da sociedade como um todo, que também tinha por objetivo a manutenção e o 
avanço da política econômica capitalista. O ápice desse processo ocorreu no 
período da década 1930, após a crise de 1929 em países como Estados Unidos, 
Inglaterra e na Europa e foi chamado de Welfare State ou Estado Bern-Estar 
Social, no qual ocorreu a maior aplicação dos direitos dos trabalhadores, como 
educação, saúde, habitação, lazer e vida privada, além de assegurar proteção 
no cotidiano das relações de trabalho. 
 
De certa forma, o Estado sempre acompanhou as evoluções da sociedade, 
embora venha fazendo isso muitas vezes no passo lento, muitas vezes tomando 
decisões e criando políticas na base da pressão popular, mas nas últimas décadas 
muitas políticas vêm sendo desenvolvidas. Neste sentido, Azevedo et al. (2018, p. 8) 
afirma que 
 
Nessa realidade, o Estado amplia suas funções econômicas e sociais e passa a 
controlar parcialmente e a assumir as despesas sociais, e políticas sociais 
podem ser compreendidas como contenção e também como ampliação dos 
direitos da classe trabalhadora, potencializando o controle da pobreza, mas 
nenhum governo as projeta para superar as desigualdades sociais geradas pelo 
sistema. Mas como foi referido, isso não ocorreu da mesma maneira em todos 
os países. 
 
O berço do Bem-Estar foi Europa e Estados Unidos da América, e nestes pode se 
desenvolver pelo pleno emprego e concedendo acesso amplo a políticas sociais de 
forma igualitária, mas na América Latina o cenário não foi tão promissor: 
 
Na América Latina, especialmente no Brasil, nunca ocorreu de fato o acesso 
universal às políticas sociais, o que ocorreu foi a criação de políticas focalizadas, 
isto é, destinadas a camadas específicas da população, por exemplo, a lei 
trabalhista para os trabalhadores, alimentação e vacinas para a infância, contra 
doenças específicas da população, como a tuberculose. Esses programas eram 
criados a cada novo governo de maneira diferente, segundo critérios 
burocráticos, eleitoreiros e assistencialistas, enquanto políticas de favor e não 
de direito (AZEVEDO et al., 2018, p. 8) 
 
O grande problema que países como o Brasil enfrentaram, no desenvolvimento 
ágil e assertivo das políticas sociais, foi o de encontrar um ambiente de interesses e 
burocracia elevada que desvirtuava os objetivos dessas políticas. Imagine, estudante, 
que a cada novo governo sempre vão ser lançados novos programas sociais que levam 
tempo para serem desenvolvidos e mais tempo para mostrar alguma efetividade e 
quando isso ocorre, entra novo governo e começa do zero. 
 A mentalidade eleitoreira muitas vezes imposta no desenvolvimento dos 
programas sociais e políticas públicas deixa de compreender a necessidade de 
continuidade e aprimoramento em detrimento da arbitrária descontinuidade de 
programas e políticas que ainda não alcançaram qualquer resultado, o que também 
demonstra desapego pela gestão dos recursos dos contribuintes. 
 
SAIBA MAIS 
 
Existe uma secretaria de governo somente para tratar do Desenvolvimento Social 
e que recebe o mesmo nome. De acordo com BRASIL (2020, on-line): 
 
A Secretaria Especial do Desenvolvimento Social integra a estrutura do 
Ministério da Cidadania, órgão responsável por políticas executadas pelos 
extintos ministérios do Desenvolvimento Social e do Esporte e instituído por meio 
do Decreto nº 9.674/2019, no dia 2 de janeiro de 2019 e Decreto nº 10.357/2020, 
no dia 20 de maio de 2020. 
Compete à secretaria assessorar o Ministro da Cidadania na formulação e 
coordenação de políticas, programas e ações voltados à renda de cidadania, 
assistência social, inclusão social e produtiva nos âmbitos rural e urbano, 
atenção à primeira infância e cuidados e prevenção às drogas. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
REFLITA 
 
Estudante, falamos sempre que cabe ao Estado interceder pela população, 
principalmente pelos que são menos favorecidos ou que sofrem com suas condições de 
vida. 
 Próximo a 1930, o Estado passou a atuar de forma neutra em relação ao embate 
entre proletariado e burguesia, mas seria a neutralidade uma forma de não se 
comprometer efetivamente com a sociedade proletária? Pense nisso! 
 
Fonte: o autor. 
 
#REFLITA# 
 
 
 
 
 
 
3 PLANEJAMENTO TECNOCRÁTICO E GESTÃO SOCIAL 
 
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Estudante, mesmo que planejar soe como uma tarefa que, em sua execução, 
segue preceitos e normas, não pense que é algo como um gabarito ou uma ficha 
cadastral em que se preenche lacunas e o resto é previamente programado. Existem sim 
diferentes abordagens para o planejamento, assim como existe para a gestão de 
empresas e até mesmo na construção de uma política pública. 
 Recapitulando o que significa planejamento, temos Ferreira (2010, p. 590 apud 
SILVEIRA, 2016, p. 36) tratando como um conceito mais aberto: “[...] é mais do que uma 
mera previsão ou projeção de um determinado trabalho, ou ainda, mais do que a 
resolução de problemas, ou até mesmo da elaboração de planos. Planejar envolve um 
processo de tomada de decisões”. 
 Façamos a seguinte analogia: imagine que duas pessoas receberam os mesmos 
ingredientes e a mesma receita para fazer um bolo de chocolate. Seria lógico pensar 
que, com o mesmo tipo de forno, mesmos ingredientes e mesma receita, o resultado, o 
bolo pronto, apresenta sabor idêntico, correto? Mas também é possível que cada bolo 
tenha seu próprio sabor, textura e até a cor. O mesmo princípio vale para o planejamento, 
em que gestores podem operar sob as mesmas condições e, mesmo assim, com as 
mesmas ferramentas e capacidade técnica, produzir com desempenho distinto. 
 Bolo de chocolate ou planejamento dependem tanto de habilidades quanto da 
vontade, da bagagem de quem o faz para se ter o resultado. Um gestor de formação 
mais conceitual produzirá um planejamento mais compreensivo, complexo, ao passo que 
um gestor de formação mais voltada à prática, à técnica,produzirá um planejamento 
técnico e minuciosamente descrito. Neste sentido, segundo Oliveira (2001, p. 33 apud 
SILVEIRA, 2016, p. 39), “O processo de planejar envolve, portanto, um “modo de 
pensar”; e um salutar modo de pensar envolve indagações; e indagações envolvem 
questionamentos sobre o que será feito, como, quando, quanto, para quem, por quê, por 
quem e onde será feito”. 
 Se aplicarmos as diferenças no modo de se planejar ao Governo teremos que 
considerar a ideologia partidária de quem planeja, assim como seu viés político, se 
conservador, se moderado etc., pois esses fatores vão condicionar seu estilo de 
planejamento, Assim, Avancini e Cordeiro (2004 apud SILVEIRA, 2016, p. 37) afirmam 
que: 
 
O planejamento é, antes de tudo, um instrumento político que vincula e 
concretiza as decisões de uma organização. É condição fundamental 
compatibilizar um método de racionalidade, um processo político decisório 
vinculado à tomada de decisão e benefício de uma maioria, lembrando-se que o 
método construído nem sempre consegue dar conta do que se deseja em termos 
políticos. 
 
Claro que o planejamento, quando dentro da esfera pública, não é o mesmo que 
aquele estudado e conceituado para o meio empresarial, pois no Governo existem leis e 
normas que vão impactar a atuação de quem desenha um projeto, tal como defende 
Theodoro (2014, p. 5): 
 
O planejamento no ambiente organizacional ou na implantação de políticas 
públicas parte dos mesmos princípios já conhecidos e praticados por todos, 
entretanto está submetido a um conjunto de leis, decretos, portarias, normas e 
códigos exatamente por tratar de questões que transcendem a decisão 
particular. 
 
Se a discussão é sobre o Termo planejamento apenas, existe uma grande 
amplitude de aplicações, pois planejar pode ser dentro da empresa ou como um conjunto 
de parâmetros que vai guiar as ações de um profissional autônomo, como o de Serviço 
social. Assim, de acordo com Avancini e Cordeiro (2004 apud SILVEIRA, 2016, p. 37), 
“A história do processo de planejamento como instrumento do agir profissional para 
provocar a mudança desejada, o planejamento começou a ser alvo de atenção em 
decorrência do desenvolvimento científico e da acentuada industrialização ocorrida no 
final do século XVIII e no desenrolar do século XIX”. 
O termo tecnocracia começou a ser utilizado na década de 1930 e se apresentou 
bem intuitivo ao dar representatividade a um momento em que o desenvolvimento social 
se muniu de cientistas. De acordo com Betoni (2020, on-line), 
 
Entende-se como tecnocracia um sistema social em que o poder político e a 
gestão da sociedade, em seus diversos aspectos, encontra-se na mão de 
especialistas, técnicos e cientistas. [...] Mais adiante, o termo foi também sendo 
apropriado para designar o protagonismo de outras categorias de especialistas 
– incluindo engenheiros, economistas, cientistas e militares – nas decisões 
públicas e instituições políticas. Nas Ciências Sociais, o termo tecnocracia é 
bastante ambíguo, ganhando interpretações e sentidos variados. 
 
Agora o Planejamento Tecnocrático, embora tenha buscado forte embasamento 
para garantir um desenvolvimento social robusto, toda essa confiança na técnica, no 
conhecimento promoveu a centralização, ou seja, uma menor ou inexistente participação 
popular em sua composição. De acordo com Theodoro (2014, p. 6), “O Planejamento 
tecnocrático é assumido por um técnico ou grupo de técnicos vinculados a uma 
instituição pública ou privada, para a realização de ações voltadas a uma problemática 
específica”. 
 Construir desenvolvimento social, políticas públicas pela ótica do planejamento 
tecnocrático, ao menos em teoria, sempre foi uma excelente ideia, pois preconiza em 
sua estrutura a informação de qualidade na composição de seus indicadores etc.: 
 
Com base em indicadores quantitativos e objetivos, intenciona operar sobre a 
estrutura social, econômica e política ou na estrutura institucional com ações 
puramente racionais e sob a perspectiva funcionalista de sociedade isto é, 
estruturada e na qual todos têm que se ajustar e os conflitos existentes devem 
ser amenizados e trabalhados de tal forma que não ofereçam ameaças estrutura 
instituída (COSTA, 2013 apud THEODORO, 2014, p. 6). 
 
A voz mais ouvida nesse planejamento é a voz da razão, sem ela, preção 
nenhuma da população se converte em desejo ou conquistas, com isso, temos aqui um 
modelo vertical descendente, que, de acordo com Theodoro (2014, p. 6), “[...] parte do 
princípio de que as decisões sobre a forma de organizar a sociedade ou uma instituição 
é de alçada e teor dos tecnocratas e não de todos os sujeitos envolvidos”. 
 Quando o tema da discussão é desenvolvimento social, políticas públicas para o 
desenvolvimento social o que se espera é incluir a sociedade nas conversas e 
deliberações, pois dela vem os anseios, desejos e problemas que se pretende aliviar ou 
corrigir. Portanto, no planejamento tecnocrático a participação popular é sempre 
requerida, mas não é substituída pelo embasamento técnico/científico à disposição. 
 O ideal seria usar de planejamento democrático e, com isso, ouvir mais e melhor 
a população. Comparando o planejamento democrático com o tecnocrático temos que o 
primeiro, aqui nomeado PD (Planejamento Democrático), tende a promover melhor os 
desejos e carências da população, enquanto o segundo, chamado aqui de PT 
(Planejamento Tecnocrático), busca seu embasamento em pesquisa científica e sem que 
a população participe. 
Portanto, no planejamento tecnocrático existe a noção de que a população não 
consegue contribuir de forma efetiva com os estudos realizados, pelo fato de que 
geralmente tem pouca aptidão científica. Segundo Goytisolo (1981, p. 741 apud NEVES, 
2016, p. 85), “[...] tecnocracia é uma forma de governo conduzida por especialistas (ou 
tecnocratas) baseada em uma concepção ideológica de mundo que opera a 
racionalização quantitativa de todas as atividades, dando primazia às econômicas e, em 
geral, às utilitárias”. 
 Outro ponto que a tecnocracia exclui a participação popular é na crença que existe 
ali, na sociedade, uma baixa aderência ao racional, algo extremamente valorizado, 
central a essa forma de planejamento, e neste sentido: 
 
[...]a racionalidade tecnocrática pressupõe a efetividade da cisão cartesiana 
entre res cogitans (mundo do pensamento) e res extensa (mundo inerte da 
matéria, no qual se incluem homens e sociedades humanas enquanto objeto 
de experimentação e racionalização). Caracterizando-se pela “tendência a 
centralizar toda a res cogitans em umas poucas mentes de especialistas, os 
tecnocratas, que assumem o comando do mecanismo construído para 
racionalizar a res extensa” (GOYTISOLO, 1981, p.741 apud NEVES, 2017, p. 
85). 
 
A tecnocracia representa a forma sistêmica com que a sociedade e o Estado se 
apropriam do Poder Público e como uma forma de se substituir a figura do político em 
detrimento do técnico, tanto no condicionamento quanto no processo de tomada de 
decisão (NEVES, 2017). 
 Em um primeiro momento podemos perceber a gestão social como precursora de 
temas como o da responsabilidade social. Em ambos os casos suas conceituações e 
ordenamentos buscam colocar a empresa. Agora, do ponto de vista social, 
governamental a gestão social é representada por todos os processos gerenciais 
desenhados com o objetivo de se administrar projetos sociais. 
 De maneira geral, se existe recurso limitado, necessidade de ser eficiente, eficaz, 
seja público ou privado, deve existir uma forma de gestão e, neste sentido, Silveira (2016) 
afirma que são diversas as áreas em que a gestão se faz presente, instrumental e seu 
emprego promove ações completas, organizadas, dinâmicas. 
 Agora para situações de projetos e planejamento social, a gestão deve ser bem 
mais específica, pois trata de situações e problemas sociais e não de concorrência, fatias 
de mercado,embora dentro de sua estrutura, residem todos os componentes da gestão 
empresarial. Neste sentido, Brant Carvalho (2013 apud AFFONSO 2018, p. 103) 
apresenta o seguinte panorama da Gestão Social: 
 
[..] gestão social se refere à gestão de políticas e programas sociais públicos. 
Seu significado é amplo e, de acordo com alguns estudiosos, seu conceito ainda 
está em processos de construção. Além de estar relacionado à governança das 
políticas e programas sociais, refere-se também à gerência técnico-
administrativa desses serviços e programas sociais, intervindo na qualidade de 
bem estar que o Estado oferece, na cultura política do fazer social; nas 
prioridades que constam na agenda política e programas sociais; nos processos 
de participação dos sujeitos sociais. 
 
A gestão social se aproxima muito do que se preconiza no planejamento 
democrático ao buscar criar um ambiente onde todos possíveis atores interajam na 
busca por construir algo de maior valor para com a população. Esses atores são o próprio 
poder público, a sociedade civil e a econômica. 
 Assim como nas empresas, no mundo empresarial, a gestão social está no topo 
da pirâmide, mas se, para o mundo empresarial, o objetivo é coordenar recursos a serem 
aplicados em projetos e planejamentos que visam lucro, a Gestão Social tem seu 
enfoque em uma contínua busca por uma melhor qualidade de vida da população. Assim, 
de acordo com Kauchakje (2007 apud AFFONSO, 2018, p. 104), “É a gestão de ações 
sociais públicas que visam atender às necessidades e demandas dos cidadãos, 
garantindo seus direitos por meio de políticas, programas e serviços sociais”. 
 Pela gestão social, um movimento originado na década de 1980, o Poder Público 
e a sociedade passam a ter maior sinergia, afinal, as demandas ecoam das 
necessidades e carências da população, portanto tê-la como parte da composição das 
políticas aumenta e muito suas chances de sucesso, de efetividade. De acordo com 
Maciel e Bordin (2015, p. 2), “Essa constatação decorre da dinâmica que se processa 
entre as iniciativas públicas estatais e a crescente incidência da sociedade civil 
organizada nas instâncias de participação e trato das demandas sociais”. 
 Ao contrário da Tecnocracia, a Gestão Social tratava o processo decisório, a 
criação dos projetos de forma descentralizada e compartilhada. Esse cenário mantinha 
a intenção de um Estado mínimo, tal como afirmam Maciel e Bordin (2015, p. 2): 
“Concomitantemente, na esteira destas iniciativas, se identificam os movimentos contra 
reformistas que defendiam a minimização do Estado e a crescente participação da 
sociedade civil nas demandas e necessidades sociais”. 
 Embora ter a participação da sociedade seja algo que conceitua a gestão social, 
sua ocorrência verdadeira veio apenas com muita luta, muito protesto, muita exigência 
da sociedade civil, que teve seu momento alto na década de 1990: 
 
E, dialeticamente, os movimentos pela defesa da participação democrática e 
participativa da causa pública. Essas iniciativas foram acompanhadas, 
igualmente, pela comunidade científica que passou, a partir da década de 90 do 
século XX, a tomar esta realidade como objeto de estudos e pesquisas, fazendo 
avançar a apropriação teórica da mesma (MACIEL; BORDIN, 2015, p. 2). 
 
A tão benéfica participação de diversos atores na gestão social é considerada, na 
verdade, uma exigência para que produza políticas sociais de qualidade, para que sua 
produção seja fonte de satisfação pela população e que entregue aquilo que a 
Constituição Federal de 1988 garante. Com isso, gestão social é sinônimo de gestão 
participativa, de diálogo entre os diferentes atores, cujo objetivo é atender o interesse de 
todos (AFFONSO, 2018). 
 Para Fischer (2002 apud AFFONSO, 2018, p. 104), a gestão social é 
caracterizada pela múltipla articulação dos níveis de poder. A gestão social faz a 
mediação, a articulação entre os diversos atores, negocia e prioriza o que deve ser feito, 
e ao contrário do universo corporativo, não representa uma função, um cargo a ser 
ocupado por uma pessoa, e sim por um coletivo misto. Se tratando de um sistema cujo 
lucro representa o bem estar da população, é fundamental que seja construído e gerido 
de maneira participativa, sinérgica e o Estado participa como regulador e a sociedade 
assume o controle social. 
 
SAIBA MAIS 
 
A inovação na Gestão Social depende de continuidade 
Estudante, é possível que muitos programas sociais já extintos pudessem ter encontrado 
seu tempo, seu sucesso se tivesse perdurado no tempo, ou passado ao governo 
seguinte. Médio e longo prazo são características comuns de projetos sociais que 
prometem profundas mudanças, existem exemplos no mundo todo desta perspectiva: 
 
Bogotá trabalhou por uma década e três governos para obter resultados em 
relação aos números da violência. Chicago, desde 1992, vem insistindo no 
projeto Imagine Chicago. Novas práticas precisam de tempo para ser 
experimentadas, criticadas, até que estejam aptas para fazer o diálogo com os 
conceitos estabelecidos e criar novos saberes (INOJOSA; JUNQUEIRA, 2008, 
p. 177). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
REFLITA 
 
Estudante, o governo brasileiro faz a gestão social, mas para quem? Para si mesmo, 
ou para a sociedade? O que o governo realmente prioriza em suas políticas sociais? 
Reflita! 
 
Fonte: o autor. 
 
#REFLITA# 
 
 
 
 
4 AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS 
 
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672069292 
 
Estudante, em nossa caminhada alinhamos alguns conceitos de planejamento, 
dentro e fora da esfera pública, e agora trataremos de um ponto do planejamento que é 
até um pouco mais relevante dentro das políticas públicas: a sua avaliação. 
 Com isso já podemos dizer que o motivo da grande importância da avaliação das 
políticas públicas é ligeiramente distinto da avaliação de um projeto corporativo, pois aqui 
a necessidade não é de se enxergar o bom uso dos recursos (isso fica na esfera da 
transparência e prestação de contas), mas sim de se averiguar qual o nível dos 
resultados encontrados em relação às metas propostas. 
 As políticas sociais são um importante instrumento de efetivação de propostas de 
bem estar que, mesmo asseguradas em Constituição, nem sempre são efetivas ou 
funcionais e com isso, não apresentam resultados satisfatórios, ou seja, não geram bem 
estar. De acordo com Assunção (2020, p. 105), 
 
Os direitos de cidadania que não se concretizam na realidade dos sujeitos vêm 
a ser assegurados mediante a criação de políticas sociais direcionadas para os 
cidadãos e às suas demandas mais fundamentais. Essas demandas são 
diversas e os públicos a que elas se dirigem são igualmente diversificados: 
crianças, adultos, idosos, pessoas com deficiência, mulheres e famílias no seu 
conjunto. 
 
Políticas sociais são mecanismos utilizados pelo Poder Público a fim de se 
proporcionar o atendimento das necessidades sociais da população, seus objetivos 
coletivos. Assim, de acordo com Barros e Lima (2017, p. 14), temos que “A definição de 
objetivos coletivos não é uma tarefa fácil, já que as escolhas coletivas são agregações 
de escolhas individuais. Escolhas individuais conscientes tipicamente requerem um 
acúmulo considerável de informação e bastante reflexão”. 
 O grande elemento de complexidade na construção das Políticas Sociais é 
exatamente o volume de feedback que se obtém em projetos coletivos e do fato de que 
nem sempre existe uma unanimidade. Assim, 
 
Além de todos os requisitos informacionais e de racionalidade comuns à escolha 
individual, a escolha coletiva requer certa simultaneidade na formulação das 
opiniões individuais e ainda a existência de um processo para consulta e 
agregação dessas opiniões (BARROS; LIMA, 2017, p.14). 
 
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que, juntos, somam 169 metas, 
provam esse conceito, pois foram construídosem mais de 4 décadas, e, de acordo com 
Barros e Lima (2017, p. 14), “Uma vez definidos, objetivos coletivos, invariavelmente, 
são traduzidos em alguma forma de legislação, algum tipo de contrato social, que 
estabelece formalmente o compromisso com os objetivos escolhidos”. 
 A sociedade está sempre em mutação, seus desejos, sua criatividade, suas 
necessidades latentes e sua curiosidade, o que configura um dos motivos de sua 
constante avaliação. A exemplo das empresas, que fazem todo planejamento para um 
lançamento de produto e que no percurso promovem mudanças devido a fatores como 
novos entrantes ou empresas falindo, mudança de comportamento, as políticas públicas 
sociais devem considerar um robusto pacote de indicadores que lhe mostrarão se o que 
foi desenhado está promovendo qualidade de vida e satisfação, ou se mudanças 
precisam ser feitas. 
 Estudante, imagine se em uma pequena cidade o município cria um programa de 
aleitamento materno que visa distribuir leite em pó a famílias com certa faixa de renda 
per capita e, devido ao empenho dos gestores, este município deseja tornar vitalício o 
programa. O que pode ocorrer? E se a população da cidade envelhecer e com isso o 
número de nascimentos for, a cada ano, menor? 
Portanto, avaliar uma política social significa avaliar se o valor dos indicadores 
está mais próximo do objetivo ou não. Quando a avaliação revela que os indicadores 
estão piores do que antes da implementação da política social é um grande indicativo da 
necessidade de sua extinção em detrimento da criação de uma outra. Neste sentido, 
Assunção (2020, p. 105) afirma que “Também é importante que haja avaliação e 
monitoramento das políticas sociais concomitantemente ao seu funcionamento, para que 
assim possam ser detectadas as suas fragilidades e os seus pontos fortes”. 
 Importante ressaltar que a métrica e forma de avaliação das políticas sociais será 
desenhada com a própria política em si e de acordo com Assunção (2020) esta avaliação, 
junto com seu monitoramento é um processo feito tanto por quem coloca a política em 
prática, quanto os seus gestores, pois é importante o estabelecimento do diálogo para 
que o feedback seja mais bem aproveitado. 
 Assim como em outros aspectos culturais, políticos e econômicos, o processo de 
avaliação das políticas públicas brasileiro tomou por modelo o trabalho realizado pelos 
norte-americanos. De acordo com Silva e Barros (2004, p. 1), mesmo assim não 
representou ter no Brasil um “Estado de Bem-Estar Social” autêntico, mas que com a 
 
[...] redemocratização da vida política, ainda que formal no país, implicou no país 
o desenvolvimento de concepções e práticas de avaliação, em função, por um 
lado, da necessidade de controle social dos gastos públicos e, por outro, da 
imposição feita pelas agências de financiamento internacionais. 
 
A avaliação é um processo empregado em toda atividade humana e no universo 
das políticas públicas apresenta peculiaridades. Segundo Silva e Barros (2004, p. 1), “[...] 
efetiva-se no momento em que se aplicam técnicas e métodos para verificar, a partir dos 
critérios de efetividade, eficácia e eficiência, as reais mudanças que determinada política 
ou programa social provocou numa realidade específica”. Portanto existe um tripé das 
avaliações de políticas públicas: Avaliação Política da Política; Avaliação de Processo e 
Avaliação de Impactos, descritos no quadro a seguir: 
 
Quadro 01 - Tipos de avaliação social 
Avaliação 
Política da 
Política 
Tem seu foco de análise no desenho de uma dada política ou programa, considerando-se 
tanto a proposta da política em si como o arcabouço institucional que deverá dar suporte a 
seu desenvolvimento. Pode-se afirmar que esse tipo de avaliação discute os princípios e a 
viabilidade de uma política ou programa ainda não implementado. [...] trata-se de uma 
avaliação ex-ante cuja finalidade é “proporcionar critérios racionais para uma decisão 
qualitativa crucial: se o projeto deve ou não ser implementado”. 
Avaliação 
de 
Processo 
Está voltada para analisar o processo de implementação de uma dada política, tendo por 
referência as diretrizes e metas estabelecidas inicialmente e os resultados já alcançados. 
Desta forma, esse modelo de avaliação objetiva, sobretudo, aferir a eficácia de um 
programa. Essa avaliação analisa, pois, o funcionamento de um determinado programa, 
por isso é realizada durante sua implementação, possibilitando inclusive seu 
redimensionamento, uma vez constatada a ocorrência de falhas, omissões ou equívocos. 
Avaliação 
de Impacto 
[...]provavelmente é a modalidade de avaliação mais adotada na atualidade, uma vez que 
analisa as efetivas mudanças ocorridas em uma realidade especifica a partir da 
implementação de um programa, ou seja, analisa os impactos do programa. Considerando-
se a dimensão temporal, esse tipo de avaliação pode ser realizado tanto durante como 
depois (Avaliação ex-post) da implementação de uma política ou programa. 
Fonte: adaptado de Silva e Barros (2004, p. 4) 
 
Arretche (2001 apud SILVA; BARROS, 2004, p. 6) apresenta uma visão mais 
prática da avaliação das políticas públicas, considerando como critério: eficiência, 
eficácia e efetividade. Começando pela avaliação da eficiência de um programa, temos 
que é feita a relação entre os custos das ações necessárias e os resultados alcançados. 
 Avaliar a eficácia de uma política pública significa comparar os objetivos e os 
instrumentos com os resultados aferidos. Para Silva e Barros (2004), avaliar a efetividade 
representa avaliar o impacto direto e indireto dos serviços que a política se dispõe a 
oferecer. Tal impacto é medido na vida da população destinada a receber o programa, 
portanto, trata-se das mudanças efetivas na realidade destas pessoas. 
 
SAIBA MAIS 
 
Avaliação das Políticas Públicas pelo ponto de vista Político 
Em geral as avaliações das políticas públicas, como o próprio nome indica, são 
centradas em se confirmar eficácia, efetividade e eficiência com relação ao seu objetivo, 
ou seja, avalia o direto impacto na população que pretende atender. Mas existe a análise 
que desconstrói a política de forma a se comprovar, dentre outros parâmetros, a 
proporção entre o que se é investido financeiramente, em estrutura física e humana em 
comparação com o impacto que gera e, de acordo com Boschetti (2009, p. 9). 
 
Do ponto de vista político, é importante que a análise contemple o papel do 
Estado em sua relação com os interesses das classes sociais, sobretudo na 
condução das políticas econômica e social, no sentido de identificar se atribui 
maior ênfase nos investimentos sociais ou prioriza políticas econômicas; se atua 
na formulação, regulação e ampliação (ou não) de direitos sociais; se possui 
autonomia nacional na definição das modalidades e abrangência das políticas 
sociais ou segue imperativos dos organismos internacionais; se investe em 
políticas estruturantes de geração de emprego e renda; se fortalece e respeita a 
autonomia dos movimentos sociais; se a formulação e implementação de direitos 
favorece os trabalhadores ou os empregadores. Enfim, deve-se avaliar o caráter 
e as tendências da ação estatal e identificar os interesses que se beneficiam de 
suas decisões e ações. 
 
 #SAIBA MAIS# 
 
REFLITA 
 
O planejamento não leva nenhuma política social ao sucesso, quem a leva é quem 
tem o poder de decidir seguir o caminho que o projeto indica, se este foi feito de maneira 
adequada. Reflita! 
 
Fonte: o autor. 
 
#REFLITA# 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Estudante, uma consideração que podemos fazer sobre o que estudamos e 
compreendemos nesta unidade é que, embora o planejamento seja tão natural ao ser 
humano quanto seu senso de coletividade, sua necessidade de estar em grupo, 
socializar, quando se trata de algo que evoluiu ao ponto de se institucionalizar, deixa de 
ser algo enraizado e passa a ser muitomais instituído. 
 A questão do planejamento social está muito evoluída no Brasil, mas ainda carece 
de maior penetração de seu sentido principalmente no que diz respeito à esfera pública 
e sua falta de senso de continuidade, pois a cada novo governo projetos são cancelados 
ou drasticamente modificados sem terem alcançado sua etapa de desenvolvimento ideal 
para tal, apenas porque novo governo entra com noções distintas de como se conduzir 
tais questões. 
 Mas fato é que, com planejamento, o desenvolvimento social no Brasil sempre 
avançou muito e contribuiu principalmente para a construção de políticas sociais, cada 
vez mais robustas e efetivas. Do lado da gestão social ainda podemos perceber a 
influência do que preconizam os conceitos de planejamento ao se tornar uma ferramenta 
de controle e efetivação das políticas propostas. 
 Por fim, o ponto importante que registro sobre a avaliação das políticas sociais 
está no lado do Poder Público, pois embora seja obrigatório que cada política tenha sua 
efetividade, eficácia e eficiência sempre avaliadas e validadas para com os objetivos 
propostos, é preciso que dentro do governo o processo esteja sendo conduzido de 
maneira coerente pois se for negligenciado não terá os recursos necessários para ser 
efetiva e corre até mesmo o risco de que uma política social seja encerrada e deixe de 
promover o bem estar social. 
 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Definindo Política Social, se possível! 
Estudante, em nosso material trabalhamos diversos conceitos em torno do tema 
Política Social, mas definir o que significa o termo não é a tarefa mais simples pois quem 
a estuda, quem a executa e quem a gerencia, frequentemente apresentam significados 
distintos, com isso recomendo a leitura do artigo de Maria Lucia Teixeira Werneck Vianna 
com o tema: “em torno do conceito de Política Social: notas introdutórias”. 
Disponível em: http://antigo.enap.gov.br/downloads/ec43ea4fMariaLucia1.pdf 
Boa leitura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
• Título: Gestão e Planejamento em Serviço Social 
• Autores: Silvia Santiago Martins, Klauze Silva, Andreia da Silva Lima, Gessika Mayara 
dos Santos. 
• Editora: Sagah 
• Sinopse: Este livro traz os conhecimentos necessários à incorporação dessas 
habilidades gerenciais e de planejamento, fundamentados na teoria social crítica e 
saudável ao cotidiano profissional, inclusive para aqueles que trabalham prioritariamente 
como executores terminais das políticas sociais. 
(Disponível em: <https://amzn.to/2Ux4XD2>)
FILME/VÍDEO 
 
• Título: Cidade de Deus 
• Ano: 2002 
• Sinopse: Buscapé (Alexandre Rodrigues) é um jovem pobre, negro e muito sensível, 
que cresce em um universo de muita violência. Buscapé vive na Cidade de Deus, favela 
carioca conhecida por ser um dos locais mais violentos da cidade. Amedrontado com a 
possibilidade de se tornar um bandido, Buscapé acaba sendo salvo de seu destino por 
causa de seu talento como fotógrafo, o qual permite que siga carreira na profissão. É 
através de seu olhar atrás da câmera que Buscapé analisa o dia a dia da favela onde 
vive, onde a violência aparenta ser infinita. 
• Link do vídeo: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-45264
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-45264
WEB 
• Avaliação de políticas públicas em saúde: 
A Fundação Fiocruz sempre investe pesado em pesquisa e produção científica e com 
isso decidiu estudar de forma profunda o impacto das políticas públicas em saúde nos 
jovens entre 15 e 29 anos com o objetivo de se conhecer os principais problemas de 
saúde nesta amostra. Saiba mais sobre a pesquisa no link a seguir: 
• http://www.observatorio.fiocruz.br/noticias/pesquisa-investiga-como-politicas-publicas-
em-saude-afetam-juventude-brasileira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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ALMEIDA, D. E. de. Planejamento em serviço social. Curitiba: Contentus, 2020. 
 
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BARROS, R. P. de.; LIMA, L. Avaliação econômica de projetos sociais. São Paulo: 
Fundação Itaú Social, 2017. Disponível em: https://www.itausocial.org.br/wp-
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Disponível em: http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/V6W3K9PDvT66jNs6Ne91.pdf. 
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Universidade Federal Fluminense, Rio das Ostras, 2016. Disponível em: 
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http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2015/pdfs/eixo8/gestao-social-contexto-e-campo-cientifico-no-brasil.pdf
http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2015/pdfs/eixo8/gestao-social-contexto-e-campo-cientifico-no-brasil.pdf
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https://www.congressoservicosocialuel.com.br/trabalhos2019/assets/4604-231541-36172-2019-04-08-sem-identificacao-o-processo-de-planejamento-na-gest%C3%A3o-da-pol%C3%ADtica-de-assist%C3%AAncia-social.pdf
 
UNIDADE II 
TIPOS E NÍVEIS DE PLANEJAMENTO 
Professor Lindolfo Alves dos Santos Júnior 
 
Plano de Estudo: 
1. Planejamento para o controle social e para o processo de mudança. 
2. Aproximações e diferenciações do planejamento participativo e estratégico. 
3. Reflexos dos diferentes tipos de planejamento no contexto das políticas sociais. 
4. Método Trevo. 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conceituar e contextualizar o controle social e o processo de mudança 
• Compreender os tipos de planejamento dentro do contexto social 
• Estabelecer a importância do planejamento estratégico situacional 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Estudante, podemos estabelecer Planejamento como a palavra de ordem nesta 
unidade e vamos trabalhar seu significado dentro da esfera do Serviço Social em 
diversos aspectos, a começar pelo planejamento para o controle social e para o processo 
de mudança, quando discutiremos conceitos e metodologias que, mesmo derivadas da 
Administração, encontraram seu formato específico nas políticas públicas. 
Assim, com esse embasamento, poderemos compreender melhor as relações e 
aproximações do planejamento participativo e estratégico e, com isso, seu objetivo maior 
de que somente com estratégia e participação que se pode vencer a injustiça da 
realidade social brasileira. 
 Dentro do escopo dos reflexos dos diferentes tipos de planejamento no contexto 
das políticas sociais abordaremos a implementação das políticas públicas e como sua 
produção teórica e prática cresceu no Brasil, em parte motivadas pelo aumento nos 
programas sociais. Por fim, tratemos para a discussão o Terceiro Setor e o Método Trevo 
e sua construção administrativa sustentável dentro das instituições sem fins lucrativos. 
 
 
 
1 PLANEJAMENTO PARA O CONTROLE SOCIAL E PARA O PROCESSO DE 
MUDANÇA 
 
 
Antes de partir para aspectos mais peculiares do planejamento dentro da esfera 
da assistência social devemos resgatar o conceito de planejamento e como entra, 
inalterado em sua base no universo do Serviço Social. Muitos consideram o 
planejamento como uma estratégia que visa minimizar problemas, utilizar melhor os 
recursos disponíveis, o que não se distancia dos conceitos acadêmicos e administrativos. 
 Mas dentro do ambiente público, das políticas públicas e sociais, existe sim uma 
diferenciação, digamos, um aporte de regras e conceitos que tornam o planejamento 
algo mais institucionalizado, normatizado. Neste sentido, Ferreira (2017, on-line) afirma 
que o planejamento é um conceito já existente no subconsciente: 
 
[...] ao discutir os conceitos e metodologias de planejamento, deve-se considerar 
inicialmente que esse é um tema com o qual todos já têm afinidade. O 
planejamento no ambiente organizacional ou na implementação de políticas 
públicas parte dos mesmos princípios já conhecidos e praticados por todos, 
entretanto está submetido a um conjunto de leis, decretos, portarias, normas e 
códigos exatamente por tratar de questões que transcendem a decisão 
particular. 
 
 
Não cabe, neste momento, julgar ou afirmar se o processo de planejamento, 
quando influenciado, dirigido por leis e normas, terá sua constituição mais ou menos 
robusta que um planejamento organizacional comum, mas fato é que a exigência de se 
seguir leis e normativas fará com que as expectativas sejam outras, mais travadas em 
algum indicador. De acordo com Ferreira (2017, on-line), 
 
Em via de regra envolve um conjunto de atores com visões e expectativas 
diversas e uma infinidade de fatores políticos-institucionais que norteiam o 
processo de tomada de decisão e regulam a prática cotidiana comum, cuja 
responsabilidade por seu êxito, passa a ser de uma coletividade,

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