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TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA DE OBRAS MACHADIANAS POR MEIO DO USO DE RECURSOS DIGITAIS

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Faculdade ANHANGUERA
LETRAS - PORTUGUÊS
Camila Peixoto Neves da Rocha
Transposição didática de obras machadianas por meio do uso de recursos digitais
Macaé - RJ
2022
Camila Peixoto Neves da Rocha
Camila Peixoto Neves da Rocha
Transposição didática de obras machadianas por meio do uso de recursos digitais
Produção Textual Interdisciplinar apresentado a Faculdade Anhanguera, como requisito parcial à aprovação no 5º semestre do curso de Letras - Português.
Macaé - RJ
2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	4
1	DESENVOLVIMENTO	5
2	PLANO DE AULA	8
CONSIDERAÇÕES FINAIS	10
REFERÊNCIAS	11
INTRODUÇÃO
A proposta de Produção Textual Interdisciplinar Individual (PTI) tem como temática a Transposição Didática de Obras Machadianas por Meio do uso de Recursos Digitais. 
A temática visa possibilitar a aprendizagem interdisciplinar dos conteúdos desenvolvidos nas disciplinas deste semestre: Prática e Produção de Textos; Letramentos e Alfabetização; Gestão Educacional; Literaturas de Língua Portuguesa II; Ed - Práticas de Estudo - Competências Socioemocionais; Estágio Curricular Obrigatório II: Ensino.
A SGA e, também, da situação-problema destacada, e a partir da SGA será elaborado um Plano de Aula, tendo como foco o trabalho com o uso de recursos digitais para o ensino de Obras Machadianas. O Plano de aula, foi desenvolvido em 2 (duas) aulas, que teve em conta a proposta da situação-problema, seguindo o modelo disponibilizado pela proposta.
Este PTI aborda o uso das mídias educacionais digitais como campo de inter-relação entre a educação e as tecnologias digitais, tornando o saber científico em objeto do saber a ser ensinado. O trabalho aponta a importância das mídias digitais educacionais produzidas na perspectiva da Educação para a formação ampla e integral do estudante.
As instituições de educação básica enfrentam o grande desafio da transfiguração do processo de ensino devido a imersão dos jovens em um mundo tecnológico digital, cada vez mais fluido e inovador, obtendo novas habilidades cognitivas, aprendendo fora dos intramuros escolares, sendo assim, a busca pelos professores na incorporação e transmissão dos conteúdos via internet, parte do princípio que qualquer conhecimento tem que ter validade dentro dos saberes científicos para posteriormente serem elaborados os objetos educacionais digitais transformando-se no saber ensinado (ROCHA; LIMA, 2021).
Em sua conclusão o PTI revela os diversos benefícios e meios educacionais digitais produzidos possibilitam caminhos norteadores no processo de ensino e aprendizagem.
1 DESENVOLVIMENTO
O constante desenvolvimento das tecnologias digitais e da Internet nos fez viver em um contexto digital baseado em conexões. A forma de aprender mudou e, portanto, a forma de ensinar. O conhecimento é online e os professores devem ser os que acompanham os alunos em seu processo de aprendizagem. A tecnologia sozinha não guia; portanto, o trabalho do professor é hoje mais importante do que nunca (ECO, 2001).
São muitos os professores que, por iniciativa própria, decidiram renovar-se com o objetivo de continuar a preparar os alunos para o mundo que os toca; no entanto, também há muitas reações contrárias que têm causado a rejeição dessas mudanças motivadas pelas tecnologias da vida e das escolas. Há um certo medo do uso das TIC e da Internet e suas consequências. Além disso, os meios de comunicação não contribuíram para projetar as vantagens da Internet, razão pela qual, à partida, parece ter-se instalado um sentimento de insegurança, que repercutiu no âmbito da educação formal (PÉCORA, 2000).
Os professores enfrentam o desafio de adquirir habilidades que os capacitem para ajudar os alunos a desenvolver as habilidades de que precisam: conhecimentos precisos, habilidades e atitudes para atingir os objetivos que são exigidos do próprio currículo formal (competência digital e aprender a aprender, entre outros) para se adaptarem às exigências do mercado de trabalho e, mais importante ainda, para descobrirem as suas verdadeiras motivações, interesses e preocupações (CORRÊA, 2008).
A tecnologia tem contribuído para que as obras literárias cheguem a mais destinatários, não só pela superação dos limites espaço-temporais dos contextos, mas também pela remoção de obstáculos e dificuldades na obtenção de algumas obras literárias. As tecnologias modernas também permitem um tratamento de obras literárias que antes não era possível. É o caso, por exemplo, da elaboração de concordâncias de uma obra ou de um conjunto de obras, em que não só o processo de elaboração, mas também os resultados e, sobretudo, a funcionalidade e utilidade da obra, são vistos de forma radical, transformadas pelo uso da tecnologia digital. Ao mesmo tempo, possibilitaram novas formas de literatura, obras que não poderiam ter sido criadas sem a ajuda da tecnologia digital. Tudo isso implica novas possibilidades não só de produção literária, mas também de interpretação literária, além da necessidade de uma nova reflexão sobre as funções da mediação literária (edição de texto, crítica literária, comentário ou transformação de obras literárias etc.) à luz do impacto desta tecnologia sobre ele (CALIL, 2002).
As novas tecnologias concederam a possibilidade de existir uma literatura exclusivamente digital. Contudo, existem obras literária que apesar de terem sido publicadas exclusivamente na Internet, não interativas, que poderiam ser publicadas em papel ou pano. E há as que necessitam do hipertexto da realidade virtual para sua existência, que sem a tecnologia digital seria impossível. Conhecer a literatura não originada digitalmente e as possibilidade dela por meio digital apontam para um aumento qualitativo quando pensamos na configuração da literatura em todas as suas nuances e instâncias (leitora, autoral, contexto, referente, canal, código), considerando ainda o discurso, seja ela formatado textual ou hipertextualmente, como componentes do processo literário (BELLEI, 2002).
Os recursos digitais oferecem novas oportunidades nos processos de ensino e aprendizagem ao incorporar imagem, som e interatividade como elementos que reforçam a compreensão e a motivação dos alunos. Graças a esses recursos, o desejo de aprender torna-se cada vez maior nos alunos, pois, acima de tudo, estimulam a aprendizagem colaborativa e estimulam a participação, a criatividade e o desenvolvimento do pensamento crítico.
A transposição de uma obra literária para um gênero digital oportuniza uma maior aproximação do aluno com o cânone literário porque adotando estratégias de apropriação da leitura por meio de aproximação temática entre texto e estudante no suporte eletrônico, o professor poderá tentar reestabelecer o contato entre ele e a literatura. À sequência didática, o professor encontrará uma proposta de estímulo à aproximação entre obra e estudante, o que visa dar à leitura que parta do meio eletrônico condições para que o estudante desperte seu interesse pelo texto literário e, em especial, pelo clássico, possibilitando-lhe a reflexão, o diálogo e o pensamento crítico em relação à sociedade na qual vive, uma vez que a instituição escolar encontra apoio para essas atividades em seus parâmetros curriculares.
Ter o aluno como protagonista do processo de aprendizagem é uma meta fundamental a ser atingida no novo cenário educacional do país, mas ainda temos enraizado na nossa cultura escolar, o modelo antigo, no qual o conhecimento em sala de aula está centrado no professor. Uma excelente forma de desenvolver o aluno como protagonista de seu aprendizado é utilizar as metodologias ativas de educação. Elas podem ser desenvolvidas de diferentes formas ao combinar modalidades presenciais e a distância, além da utilização de recursos tecnológicos. Um dos exemplos mais famosos e empregados é a sala de aula invertida. A grande vantagem da sala de aula invertida é que ela reduz o tempo de exposição na aula e a torna mais interativa por aumentar o tempode debate. Além disso, ela valoriza as experiências e o conhecimento prévio dos estudantes no processo de ensino e aprendizagem.
A utilização das TIC no processo de ensino-aprendizagem para a maioria dos professores e alunos oferece uma aprendizagem mais interativa, motivadora, desenvolve competências para a investigação, inovação e empreendedorismo, da mesma forma que socializa informação e conhecimento.
Uma inovação educacional implica a implementação de uma mudança significativa no processo de ensino-aprendizagem. Deve incorporar uma mudança nos materiais, métodos, conteúdos ou nos contextos envolvidos no ensino. O uso de tecnologia em sala de aula oferece uma melhora significativa da qualidade de ensino. Seja porque consegue captar a atenção dos alunos de forma diferenciada dos métodos tradicionais de ensino, seja porque desenvolve e estimula competências como o pensamento crítico e a curiosidade dos alunos.
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2
2 PLANO DE AULA
	PLANO DE AULA
	ESCOLA
	Colégio Estadual Borges Leal
	SÉRIE
	Ensino Médio – 1º ano
	NÚMERO DE AULAS
	90 minutos – 2 aulas
	CONTEÚDOS
	Biografia de Machado de Assis; Contexto histórico: Rio de Janeiro, 1840, fim do período regencial no Brasil; Realismo; - Conceitos de corrupção e delação.
	OBJETIVOS
	Descrever a vida e obra de Machado de Assis e a sua importância para a Literatura Brasileira; ler o Conto de Escola e identificar a formação ética e moral do indivíduo; relatar a deficiência do sistema escolar representada como uma prisão e a violência na relação entre professor e aluno descritas no conto.
	JUSTIFICATIVA
	A leitura do texto literário no ensino médio além de contribuir para a formação escolar, conecta o leitor com diferentes fases históricas, promove um encontro entre o leitor e seu eu, e também lhe proporciona descobertas de diversificadas formas de linguagens (dialetos, palavras arcaicas, gírias, etc.).
Numa era que se distingue pela utilização generalizada das tecnologias, impõe-se estudar a relevância da utilização dos recursos tecnológicos no ensino de Literatura, a fim de contribuir para a revitalização da disciplina, acenando com a possibilidade de mudança na formação do educador e do educando (SANTOS; SILVA, 2011, p. 361).
	PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
	Introdução ao tema: perguntar aos alunos sobre o significado de corrupção, dando a eles oportunidade de falar abertamente sobre suas opiniões e possíveis situações ocorridas. 
Desenvolvimento da aula - Etapa 1: abordar a vida de Machado de Assis; o período em que viveu, suas obras: poesias, romances e contos. O conto escolhido para o estudo é o Conto de Escola o qual se passa no Rio de Janeiro em 1840 no fim do período regencial no Brasil. Mencionar as fases das suas obras que passaram do romantismo para o realismo e como o autor foi importante para a literatura brasileira. 
Etapa 2: disponibilizar o texto do Conto de Escola de Machado de Assis orientando-os a fazer a leitura. Vídeo com explicação do Conto a partir do contexto histórico e social da época no Brasil. Abordar o movimento realista e disponibilizar o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=FwZEoOIT6Vg para que os alunos assimilem o realismo e suas características. Pedir aos alunos que respondam o que eles acharam dos personagens do Conto. Fazer uma análise psicológica sobre cada personagem, suas características e as situações envolvidas. Pedir a opinião deles sobre o sistema de educação da época, a violência e o castigo impostos pelo professor Policarpo e questionar como eles reagiriam se estivessem no lugar de Pilar, Raimundo e Curvelo. Fazer uma comparação com a escola atual nos seguintes parâmetros: A escola se parece com uma prisão? Seria melhor estar em uma sala de aula ou estar jogando vídeo game? Que tipos de professores nós temos hoje? Enfim, abordar os conceitos de corrupção e delação e como eles podem influenciar a formação ética e moral do indivíduo.
Atividades para os alunos: responder no Formulários Google o que seria corrupção no ambiente escolar atual e quais seriam as consequências do ato praticado. 
	RECURSOS DIDÁTICOS
	Biografia de Machado de Assis; Um exemplar de Os Melhores Contos – Machado de Assis – Editora Global - Cópias de Conto de Escola para todos os alunos; Notebook conectado à internet, caixas de som; Apresentação em vídeo sobre o fim do período regencial no Brasil, o contexto social do Rio de Janeiro da época e o link de vídeo do youtube sobre o movimento Realista; Google Classroom, Formulários Google.
	AVALIAÇÃO
	A avaliação é realizada pela reflexão da temática proposta, traduzindo assim a necessidade de discussão sobre o tema proposto, e a inserção das tecnologias digitais em sala de aula, assim como de metodologias ativas. Conscientizando os envolvidos no processo de ensino sobre a literatura literária para além das páginas dos livros, propondo o clássico da literatura: obras machadianas. A intenção é permitir aos educandos uma percepção da realidade, alinhada com a ficção, e que através da educação é possível vislumbrar possibilidades. A avaliação é tanto do contexto da temática, quanto da participação, criação, integração, percepção e participação nas mídias digitais.
	REFERÊNCIAS
	Aprenda as principais características do realismo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FwZEoOIT6Vg Acesso em: 28 de julho de 2022.
FILHO, Domício Proença. Os Melhores Contos de Machado de Assis. São Paulo: Global, 2018.
SANTOS, Zenildo; SILVA, Maria Vitória da. O ensino de literatura num espaço globalizado: a parceria das novas tecnologias no processo ensino-aprendizagem. In: Fólio – Revista de Letras, Vitória da Conquista, v. 3, n. 2, pp. 361-378, jul./dez. 2011.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo da transposição didática tecnológica digital tem como premissa a possibilidade de integração de softwares nos processos de ensino e aprendizagem, partindo do conhecimento científico ao saber a ser ensinado, esta nova configuração no ambiente escolar estimula o desenvolvimento de projetos de ensinos relacionados com a criação, produção e divulgação de objetos educacionais digitais.
O uso das tecnologias digitais no ambiente escolar da educação básica, tornam-se referências possuindo estudos pautados na formação humana integral dos estudantes, trazendo modelos que podem ser aplicados por professores e instituições em uma perspectiva interdisciplinar.
Diante da situação geradora de aprendizagem a proposta de trabalho de ensino permitiu a elaboração de atividades de produção textual organizado em atividades direcionadas vinculadas as disciplinas do semestre. A SGA trouxe a possibilidade de o graduando em letras entender como pode e deve ser aplicada a prática da temática em sala de aula. E ainda como a interdisciplinaridade da temática enriquece a aula, com aplicação de tecnologias, metodologias ativas em um plano de aula pensado em conjunto para atender a demanda que o professor identificou entre as relações com alunos, e como o trabalho integrado entre professor e alunos agrega valor a execução das atividades elaboradas.
REFERÊNCIAS
Artigo “Digital Storytelling como recurso didático no ensino de literatura brasileira”, (2010) (ANEXO 1).
Artigo “A tecnologia aliada à leitura de textos literários”, (2017), (ANEXO 2).
Artigo “A influência da tecnologia na literatura: um novo contexto nas práticas de leitura, produção e análise da literatura”, (2021) (ANEXO 3)
BELLEI, Sérgio Luís Prado. O livro, a literatura e o computador. São Paulo: Educ. & Florianópolis: UFSC, 2002.
CALIL, Ricardo. Ode à literatura na era do visual. Jornal Gazeta Mercantil, caderno fim de semana, 19, 20, 21 de maio de 2000.
CORRÊA, Alamir Aquino. Ciberespaço: mistificação e paranoia. Londrina: Universidade Estadual de Londrina, 2008.
ECO, Umberto. A literatura contra o efêmero. Tradução Sérgio Molina. São Paulo: Jornal Folha de São Paulo Mais! 18 de fevereiro de 2001.
PÉCORA, Alcir. Milênio para iniciantes: literatura. São Paulo: Folha de São Paulo Mais! 31 de dezembro de 2000.
ROCHA, E. M., & LIMA, J. M. da S. Impactose desafios do ensino on-line decorrentes da pandemia COVID-19. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i2.14526 Acesso em: 27 de julho de 2022.
SANTOS, Zenildo; SILVA, Maria Vitória da. O ensino de literatura num espaço globalizado: a parceria das novas tecnologias no processo ensino-aprendizagem. In: Fólio – Revista de Letras, Vitória da Conquista, v. 3, n. 2, pp. 361-378, jul./dez. 2011.

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