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Conceitos de Primeiros Socorros

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PRIMEIROS 
ATENDIMENTOS 
EM EDUCAÇÃO 
FÍSICA
Pedro Bulgarelli
Conceito de primeiros 
socorros
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os conceitos de primeiros socorros.
 � Reconhecer as possibilidades e as limitações do professor de educação 
física na prestação dos primeiros socorros. 
 � Relacionar a prática esportiva e as diferentes lesões.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar sobre os conceitos de primeiros socorros 
e a sua aplicação na educação física, compreendendo qual é o papel do 
profissional de educação física em situações de risco e acidentes. Um 
acidente pode ocorrer em diversas ocasiões e de diversas formas, inde-
pendentemente do local onde as pessoas se encontram. Esses acidentes 
podem apresentar também diferentes níveis de gravidade.
Durante o exercício da profissão, o professor de educação física poderá 
se encontrar em diversas situações de risco, seja em uma aula escolar ou 
em aulas em outros ambientes e com diferentes públicos. A estrutura 
e o local onde as aulas são aplicadas, a alternância da intensidade dos 
exercícios propostos, a utilização de implementos, a característica da 
atividade, seja coletiva ou individual, são aspectos que também poderão 
influenciar nas situações de risco. Você deverá estar preparado para 
prestar os primeiros socorros caso ocorra algum acidente enquanto você 
está aplicando suas aulas, pois a responsabilidade do zelo pelos alunos 
é do professor. 
Identificação interna do documento UY6K7J81L6-90ECJ31
O que são primeiros socorros? 
Imagine uma situação na qual você está andando pela rua e, repentinamente, 
a pessoa que está a sua frente tropeça em um buraco e cai no chão, gritando 
e com muita dor. Você, sem pensar duas vezes, presta apoio a essa pessoa, 
verificando o motivo do grito de dor, perguntando a ela se está tudo bem, se 
precisa que chame algum socorro ou se quer que chame alguém da família 
para auxílio. 
O ato que você acaba de executar é um ato de primeiros socorros, não que 
esse exemplo seja a maneira ideal e correta de prestar um atendimento de 
primeiros socorros, porém, a ideia e os objetivos são muito parecidos. 
Karren e outros autores (2014, p. 63) classificam como primeiros socorros 
o “[...] atendimento temporário e imediato de uma pessoa que está ferida ou 
que adoece repentinamente”. Essa classificação nos remete a um pensamento 
sobre as diversas vezes em que já prestamos atendimento de primeiros socor-
ros. Será que nessas vezes em que realizamos esse atendimento o fizemos de 
maneira correta e coerente?
Apesar da definição anterior estar colocada de forma simples e objetiva, a 
realidade que cerca o atendimento de primeiros socorros é bem mais complexa, 
sendo essa complexidade relativa à gravidade do acidente e às particularidades 
dele. É importante saber identificar a complexidade que envolve o acidente 
para que a assistência inicial preserve a vida da vítima, colocando-a na melhor 
situação possível para receber o atendimento especializado. 
Prestar o atendimento de primeiros socorros não faz de você um médico. É importante 
reconhecer suas funções e seus limites!
É importante que durante a prestação de atendimento de primeiros socorros 
você mantenha a calma e a concentração, mesmo se a condição em que se 
encontrar o coloque sob pressão, pois essa postura trará mais clareza na hora 
de realizar o atendimento, assim como para orientar as pessoas que estiverem 
ao redor. A seguir, são apresentados os principais objetivos do atendimento 
de primeiros socorros, de acordo com Andrade (2020, p. 3):
Conceito de primeiros socorros2
Identificação interna do documento UY6K7J81L6-90ECJ31
1. Contactar o serviço de atendimento emergencial do Corpo de Bombeiro 
(193) ou SAMU (192).
2. Fazer o que deve ser feito no momento certo, a fim de:
a. Salvar uma vida.
b. Prevenir danos maiores.
3. Manter o acidentado vivo até a chegada deste atendimento.
4. Manter a calma e a serenidade frente a situação inspirando confiança.
5. Aplicar calmamente os procedimentos de primeiros socorros ao acidentado.
6. Impedir que testemunhas removam ou manuseiem o acidentado, afastando-
-as do local do acidente, evitando assim causar o chamado “segundo trauma”.
7. Ser o elo de ligação (sic) das informações para o serviço de atendimento 
emergencial.
8. Agir somente até o ponto de seu conhecimento e técnica de atendimento. 
Saber avaliar seus limites físicos e de conhecimento. Não tentar transportar 
um acidentado ou medicá-lo.
Entre os itens apresentados no quadro anterior, providenciar assistência 
médica especializada é algo que devemos ter atenção especial. No Brasil, 
temos duas principais maneiras de acionar essa assistência, uma é o Serviço de 
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o outro é o Serviço de Emergência 
do Corpo de Bombeiros. O SAMU deve ser acionado pelo telefone por meio do 
número 192, enquanto o Corpo de Bombeiros deve ser acionado pelo número 
193. Porém, em qual momento devemos acionar o atendimento especializado 
é outro detalhe importante no momento em que se presta o atendimento 
de primeiros socorros. De certa forma, Karren e outros autores (2014) e o 
Ministério da Saúde (BRASIL, 2006) concordam que o apoio especializado 
deverá ser chamado em ocasiões de urgência, ou seja, quando realmente a 
vida da vítima estiver em risco ou em condições de risco de perda funcional. 
O que determinará se o acionamento será imediato ou se poderá levar 
alguns minutos é a avaliação do acidente e das condições das vítimas. Muitas 
vezes, chamar a assistência especializada sem a necessidade, ou para acidentes 
com baixa gravidade, o qual você poderá conduzir a vítima ao atendimento 
especializado, poderá interferir em outros acidentes e em outras vítimas que 
realmente necessitam de um apoio de urgência. 
Procedimentos gerais 
É pouco provável que você saia de casa preparado para realizar diversos aten-
dimentos de primeiros socorros. Porém, quando menos esperar, você pode se 
ver em uma situação na qual é a única pessoa capaz de oferecer apoio a uma 
vítima. Nesses casos, é necessário que você tenha um mínimo de preparo para 
3Conceito de primeiros socorros
Identificação interna do documento UY6K7J81L6-90ECJ31
efetuar de forma correta e responsável o atendimento de primeiros socorros. 
De uma forma geral, é importante que você identifique inicialmente o local em 
que se encontra a vítima e verifique se é um acidente ou um caso de doença 
repentina. É importante que, com essas informações, você tome cuidados 
para que a sua vida também não seja colocada em risco e, assim, você possa 
prestar o socorro com segurança (KARREN et al., 2014). 
Após identificar a situação em que você se encontra, é necessário iniciar 
o atendimento à vítima. Em relação ao atendimento, o guia Atendimento Pré-
-hospitalar ao traumatizado (2020), uma das obras mais conceituadas na área 
dos primeiros socorros, utiliza um protocolo de atendimento que pode ser ado-
tado como padrão. Inicialmente, é necessário realizar a avaliação primária do 
paciente. Essa avaliação determinará quais os caminhos a serem seguidos para 
um atendimento de qualidade e, principalmente, um atendimento responsável. 
A avaliação primária da vítima é dividida em seis avaliações, no mne-
mônico conhecido como XABCDE, já padronizado na ordem de urgência 
da avaliação. No entanto, antes de realizar a avaliação primária da vítima, é 
necessário observar o local onde o acidente ocorreu e agir apenas se for seguro 
o suficiente para prestar o atendimento. Lembre-se: a intervenção não pode 
colocar você em risco, transformando uma vítima em duas.
Caso seja seguro, deve-se iniciar o protocolo de avaliação primária – nesse 
caso, X significa hemorragia exsanguinante, isto é, uma hemorragia externa 
grave, que em pouco tempo faz o acidentado perder muito sangue (é a causa 
de morte mais frequente em traumas graves). Ao observar uma hemorragia 
externa, deve-se realizar um torniqueteao redor do corte, visando reduzir 
significativamente (ou interromper totalmente) a perda de sangue.
O segundo item a ser observado são as vias aéreas (A). Deve-se cuidar que 
o acidentado não tenha nenhum tipo de obstrução das vias aéreas, responsáveis 
por um grande percentual de mortes evitáveis após acidentes.
O terceiro item da sequência é a avaliação da ventilação (B, de breathing), 
que pode ser avaliada no aspecto visual (observação de movimentos respirató-
rios/torácicos) e/ou no aspecto auditivo/sensorial (pela ausculta da respiração e 
por sentir o ar saindo dos pulmões). Essa avaliação é fundamental para verificar 
se o paciente apresenta boa frequência respiratória e se está bem oxigenado.
O quarto item da sequência a ser avaliado é C, de circulação sanguínea, além 
de observar também o controle de hemorragias – nesse caso, as hemorragias 
são internas, isto é, aquelas em que não há extravasamento de sangue para 
fora do corpo. Isso pode ser verificado ao identificar no corpo os principais 
pontos de hemorragia interna, como pelve, abdome e membros inferiores, 
além de constatar alguns sintomas típicos da hemorragia interna, como pele 
fria, enchimento capilar lento e comprometimento da consciência. 
Conceito de primeiros socorros4
Identificação interna do documento UY6K7J81L6-90ECJ31
O quinto item da lista é a avaliação sobre o estado neurológico da vítima, 
visando encontrar alguma disfunção neurológica (D), ou seja, se ela apresenta 
sinais de coma ou estado de choque.
O último item da lista leva em consideração a exposição (E) total do pa-
ciente, o que envolve a exposição do corpo do indivíduo buscando encontrar 
novas lesões ou ferimentos. Nesse ponto, há um famoso ditado que diz que “a 
parte do corpo não exposta será sempre a parte mais severamente lesionada”, o 
que nem sempre é verdade, embora seja importante examinar e inspecionar o 
corpo todo do paciente em busca de novas lesões. Ainda, há a preocupação com 
o controle do ambiente onde o acidentado se encontra, evitando, por exemplo, 
uma hipotermia, sendo necessário cobrir a pessoa com uma roupa aquecida 
ou um cobertor. Portanto, nesse ponto, são necessários cuidado e bom senso. 
Ao final da avaliação, é preciso fazer a ligação ao serviço de emergência 
solicitando o socorro especializado. No momento da ligação, haverá questio-
namentos sobre o estado da vítima, por isso é necessária a avaliação primária.
Essa é a sequência de avaliações que ocorre no caso de a vítima estar 
responsiva. Quando temos uma situação inversa, na qual, após a primeira 
avaliação, detectamos que a vítima não está responsiva, é necessário seguir 
um protocolo diferente. Caso a vítima não responsiva também não apresente 
movimentos respiratórios e pulso central, é necessário iniciar o protocolo de 
ressuscitação cardiopulmonar (RCP).
Em casos extremos, como o da vítima não responsiva, é necessário solicitar o 
auxílio de mais uma pessoa no local, para que esta possa chamar o atendimento 
especializado enquanto você realiza os primeiros socorros. Por isso, é importante 
manter a calma, avaliar o local do acidente e as condições das vítimas. 
O Código Penal brasileiro aponta sobre a omissão de socorro:
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à criança abandonada ou extraviada ou à pessoa inválida ou 
ferida, em desamparo ou em grave e eminente perigo; ou não pedir, 
nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena – detenção de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta 
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte (BRASIL, 
1940, documento on-line).
5Conceito de primeiros socorros
Identificação interna do documento UY6K7J81L6-90ECJ31
Vale ressaltar que prestar atendimento de primeiros socorros de forma 
irresponsável, colocando a vida da vítima em risco, ou causando uma le-
são permanente, também poderá ser considerado crime. É importante que 
você tenha consciência de sua capacidade e suas limitações para realizar um 
atendimento de primeiros socorros. Em caso de dúvidas, esquecimento ou 
incapacidade, chamar o socorro especializado é considerado também como 
atendimento de primeiros socorros. 
Qual é o papel do professor de educação física 
em situações de urgência e emergência?
De acordo com o que está disposto no art. 3º da Lei nº 9.696, de 1º de setembro 
de 1998 (BRASIL, 1998, documento on-line):
[...] compete ao profissional de Educação Física coordenar, planejar, progra-
mar, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar traba-
lhos, programas, planos e projetos, em como prestar serviços de auditoria, 
consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de 
equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, 
científicos e pedagógicos, todos nas áreas da atividade física e do desporte. 
Sendo assim, as possibilidades de atuação do profissional de educação 
física são amplas, levando em consideração as funções que ele pode exercer, 
os espaços físicos em que ele pode atuar e os diferentes públicos que ele 
poderá atender. 
O Conselho Federal de Educação Física (CONFEF, 2015) publicou em 
2003 o Código de Ética dos Profissionais de Educação Física, documento que 
norteia a atuação dos professores de educação física e também dispõe sobre 
seu deveres e direitos; sua última atualização ocorreu em 2015. 
Entre os artigos dispostos no Código de Ética, alguns chamam a atenção em 
relação à preservação da vida. Compõe os princípios éticos do profissional de 
educação física o “[...] respeito à vida, à dignidade, à integridade e aos direitos 
do indivíduo” (CONFEF, 2015, documento on-line), bem como também é uma 
diretriz da profissão o “[...] comprometimento com a preservação da saúde do 
indivíduo e da coletividade, e com o desenvolvimento físico, intelectual, cultu-
ral e social de beneficiário de sua ação” (CONFEF, 2015, documento on-line).
É dever do professor no exercício de sua profissão: 
Conceito de primeiros socorros6
Identificação interna do documento UY6K7J81L6-90ECJ31
[...] assegurar a seus beneficiários um serviço profissional seguro, competente 
e atualizado, prestado com o máximo de seu conhecimento, habilidade e 
experiência; elaborar o programa de atividades do beneficiário em função 
de suas condições gerais de saúde; [...] manter o beneficiário informado sobre 
eventuais circunstâncias adversas que possam influenciar o desenvolvimento 
do trabalho que lhe será prestado; [...] promover o uso adequado dos materiais 
e equipamentos específicos para a prática da educação física (CONFEF, 2015, 
documento on-line).
Os trechos anteriores do referido Código de Ética deixam claro os seus 
princípios em relação ao cuidado com a saúde dos alunos. É muito importante 
que você tenha esse conhecimento, pois é sua a responsabilidade de promover 
as atividades de forma segura e responsável. Portanto, não importa a popu-
lação, a modalidade de exercício, a intensidade do exercício, os implementos 
utilizados e o local em que a atividade será realizada, é responsabilidade do 
professor os cuidados necessários para evitar colocar a sua vida e a vida de 
seus alunos em risco, assim como é sua responsabilidade realizar os primeiros 
socorros caso ocorra algum acidente.
Independentemente do tipo de acidente que ocorra, é necessário que o pro-
fissional de educação física, mesmo que na ausência de preparo adequado para 
prestar o primeiro atendimento, não perca o controle emocional nas situações 
de acidentes, pois é possível que ocorram situações graves de acidentes, como 
fraturas, concussões e paradas cardíacas, e manter-se calmo fará com que suas 
decisões se tornem mais assertivas, principalmente porque os casos graves 
exigirão um nível de preparo melhor do professor, bem como de uma estrutura 
que preveja isso, o que não é uma realidade comum a todos os professores. 
No ambiente escolar não é diferente, o acidente podeocorrer em diversos 
momentos, porém, nas aulas de educação física, temos uma probabilidade 
um pouco maior de ocorrer acidentes, em razão da dinâmica das aulas e da 
intensidade com a qual os alunos as realizam. Tendo essa preocupação, o Con-
selho Regional de Educação Física de São Paulo (CREF/SP) lançou, em 2013, 
uma cartilha com algumas recomendações sobre a conduta do profissional de 
educação física no ambiente escolar. Um aspecto que chama a atenção nesse 
documento é o destaque dado aos cuidados com as medidas de segurança, 
propondo que: 
7Conceito de primeiros socorros
Identificação interna do documento UY6K7J81L6-90ECJ31
Como profissional da área da saúde, o único obrigatoriamente presente em 
todas as escolas, o Professor de Educação Física deve zelar pela saúde e 
integridade de seus educandos. Desta forma, deve estar permanentemente 
atendo situações que possam eventualmente trazer prejuízo para o desenvol-
vimento dos educandos. Para tanto, é necessário que esteja permanentemente 
buscando atualizar e aprimorar seus conhecimentos, principalmente os que 
aumentem a segurança das atividades que propõe aos educandos. Alguns 
cuidados devem ser tomados: 
- Verificar as condições das instalações, equipamentos e materiais que serão 
utilizados nas aulas, não utilizando equipamentos que ponham em risco a 
integridade física dos educandos e de outros;
- Não permitir ao educando traje inadequado à prática da atividade física;
- Educandos que, durante o ano, apresentem problemas de saúde que requei-
ram dispensa das aulas práticas de Educação Física devem trazer, assim que 
possível, o atestado médico, contendo nome legível, carimbo e assinatura do 
médico, data, período e motivo da dispensa;
- Exigir do educando que obtiver dispensa médica que assista normalmente às 
aulas de Educação Física, pois será dispensado somente da prática, não da aula;
- Utilizar ferramentas para conhecer melhor seu educando (anamnese, ava-
liações, testes, etc.);
- Utilizar material e instalações adequadas à faixa etária dos educandos;
- Verificar com a direção da escola quais os procedimentos em caso de acidente;
- A direção e os pais devem ser imediatamente comunicados em caso de 
acidente;
- Estabelecer junto à Direção da Unidade Escolar os procedimentos de emer-
gência em caso de ocorrência de acidente com os educandos, determinando 
a rotina e a responsabilidade pelos procedimentos de primeiro atendimento 
(CREF/SP, 2013, p. 12-13).
Percebe-se que o profissional de educação física deverá ter um cuidado que 
vai além da prescrição de exercícios ou da elaboração de aulas. Isso se deve ao 
fato de que dentro de cada atividade proposta podem ocorrer diferentes tipos de 
lesões. Para alguns esportes, existem lesões mais comuns, enquanto que para 
outras atividades, os acidentes podem ocorrer de formas diferentes. É possível 
também ter um preparo específico para os acidentes que possam ocorrer de 
acordo com as condições em que as atividades propostas são realizadas. 
Acidentes durante a realização 
de atividades físicas
O profissional de educação física deve estar preparado para as mais diversas 
adversidades durante o exercício de sua profissão. Prever os riscos aos quais 
seus alunos podem estar sujeitos é importante em casos de acidentes e neces-
sidade em prestar os primeiros socorros. 
Conceito de primeiros socorros8
Identificação interna do documento UY6K7J81L6-90ECJ31
É fundamental que o professor de educação física conheça bem seus alunos 
e suas condições de saúde antes de prescrever alguma atividade física. O aluno 
poderá apresentar alguma patologia que possa ser influenciada negativamente 
pela prática de exercício, ou que exija adaptações específicas. Estamos falando 
do caso de idosos, hipertensos, diabéticos, pessoas com necessidades espe-
ciais (PNE) e lesionados, além das demais condições específicas que podem 
acometer qualquer indivíduo. 
É importante estar preparado para as adversidades comuns que acome-
tem essas pessoas, como no caso dos diabéticos, em que o seu aluno poderá 
apresentar casos de hipoglicemia e hiperglicemia e o cuidado no controle do 
índice glicêmico e como fazer esse controle são importantes e deverão ser 
de conhecimento do professor. Já os idosos apresentam maior desequilíbrio 
em razão das alterações fisiológicas que o organismo sofre no decorrer dos 
anos, como a diminuição da força, da flexibilidade e da mobilidade, levando 
a quedas que resultam em fraturas. 
Há também os indivíduos com hipertensão, que devem ter um cuidado 
especial ao serem colocados para realizar atividades físicas, sendo importante 
o acompanhamento da pressão arterial antes, durante e após a realização 
da atividade, com o objetivo de evitar esforço excessivo do coração, o que 
poderia levar a uma parada cardíaca ou a um derrame. Tais casos e condições 
devem ser considerados com atenção, pois a prescrição será mais eficiente e 
os alunos serão colocados em condições seguras para a prática de exercícios.
Atualmente, os profissionais de bacharelado em educação física têm como 
principais locais de atuação a área da saúde e da estética e as academias, 
desenvolvendo trabalhos em grupos ou individualizados. Nesse ambiente de 
trabalho, apesar de parecer muito seguro, podemos ter diversos acidentes, 
sendo os principais acidentes causados por trauma. 
Casos como quedas de anilhas e halteres nos pés e lesões ligamentares e 
musculares por excesso de sobrecarga ou pela má execução dos movimentos 
estão entre os mais comuns. Porém, outros tipos de acidentes podem ocorrer 
nesses ambientes; no caso das academias de ginástica, lesões por torções, 
principalmente de joelho e de tornozelo, podem ocorrer. 
Em alta no mercado da prática de atividades físicas, o treinamento funcional 
tem apresentado também alguns riscos de acidentes e lesões, principalmente 
se não orientados corretamente. Outro campo da educação física em que 
é muito comum encontrar situações de acidentes é a prática esportiva, em 
modalidades coletivas ou individuais e em diferentes níveis de rendimento.
9Conceito de primeiros socorros
Identificação interna do documento UY6K7J81L6-90ECJ31
No caso das modalidades individuais, temos como as mais praticadas 
a natação e as corridas. Nesses esportes, os acidentes mais comuns são os 
afogamentos e as quedas, respectivamente. As lesões que podemos encontrar 
na natação são as musculares e ligamentares, enquanto nas corridas podemos 
ter entorses, fraturas e concussões (caso, durante a queda, o indivíduo bata 
com a cabeça no chão). 
Durante a prática de modalidades esportivas coletivas, principalmente nos 
esportes de invasão, como futebol, basquete e handebol, os acidentes mais 
comuns são os de contato, uma vez que em diversos momentos os jogadores 
disputam a posição no campo ou na quadra. 
As lesões durante as práticas esportivas podem estar relacionadas a contusões, entorses, 
distensões musculares, rupturas de cartilagem e ligamentos, luxações e fraturas, 
variando o nível de gravidade de acordo com a intensidade do acidente. 
No futebol, é mais comum que as lesões citadas ocorram nos membros 
inferiores, com algumas exceções para os membros superiores, principalmente 
cabeça e ombro. No caso do basquete e do handebol, em razão de o jogo 
ser mais disputado por posição, as lesões mais comuns acabam sendo as de 
tornozelo, joelho e ombros.
Em esportes coletivos de não invasão e que são muito praticados pela 
população em geral, temos o voleibol, que também apresenta riscos, sendo que 
os principais ocorrem no tornozelo, em razão da grande quantidade de saltos, 
e no ombro, em razão da grande quantidade de ações de ataque realizadas. É 
fato que essas lesões podem ocorrer em qualquer momento durante a prática 
de atividades físicas, porém, em algumas atividades com características es-
pecíficas, podem elevar o risco para traumas específicos. 
Muitas pessoas têm buscado também a realização de esportes e atividades 
físicas de aventura, como caminhadas ecológicas,corridas de aventura, ma-
ratonas aquáticas, rapel, escalada, entre outras atividades, e todas as lesões 
citadas anteriormente também podem ocorrer com esse público. O importante 
é compreender os riscos para evitar o acidente. 
Conceito de primeiros socorros10
Identificação interna do documento UY6K7J81L6-90ECJ31
No caso do ambiente escolar, as preocupações e precauções listadas também 
devem ser levadas em consideração, pois, com exceção de idosos, jovens e ado-
lescentes podem apresentar as mesmas complicações de saúde e são expostos 
a atividades físicas iguais, podendo ter os mesmos acidentes e devendo ter os 
mesmos cuidados. Esse ambiente também é um local de prática de exercícios 
que pode proporcionar diversas situações de risco aos alunos. No Brasil, não 
costumamos ter escolas com espaços adequados para a prática de atividades 
física, normalmente as quadras são pequenas, a área de segurança é mínima 
ou inexistente e as arquibancadas e os alambrados ficam muito próximos das 
laterais do espaço. Tudo isso contribui para aumentar o risco de acidentes, 
levando em consideração apenas a estrutura física. Quando somamos isso à 
dinâmica das aulas, temos que levar em consideração a intensidade do exer-
cício proposto, a divisão da turma, a vontade e a energia com que os alunos 
executam as atividades e também a falta de noção espacial e temporal, no 
caso das idades mais novas, aumentando o número de acidentes por colisão. 
É muito importante que o professor de educação física tenha conhecimentos 
básicos de primeiros socorros para que possa, em caso de acidentes, prestar 
o atendimento correto aos alunos. Porém, é importante também reconhecer 
a condição como socorrista e seu preparo, para que a vítima do acidente não 
seja colocada em risco. Nesse ponto, é interessante avaliar a vítima de um 
acidente para saber a real necessidade do socorro imediato. Às vezes, durante 
uma aula de educação física escolar, por exemplo, uma torção ou uma contusão 
por contato podem não ser graves, dispensando a necessidade de acionar os 
serviços especializados, podendo ser feito o encaminhamento ao atendimento 
médico especializado em um segundo momento. É necessário sempre estar 
atento às condições em que as aulas e atividades são propostas, além de haver 
atenção aos principais riscos e lesões que podem ser causadas nessas condi-
ções. Assim, o professor poderá se preparar melhor para as eventualidades 
que podem ocorrer. 
ANDRADE, G. F. Noções básicas de primeiros socorros. Apostila. Universidade Federal 
Rural do Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https://portal.ufrrj.br/wp-content/uplo-
ads/2020/12/Cartilha-Nocoes-de-Primeiros-Socorros-e-Principais-Emergencias.pdf. 
Acesso em: 22 fev. 2022.
11Conceito de primeiros socorros
Identificação interna do documento UY6K7J81L6-90ECJ31
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Especializada. Regulação médica das urgências. Brasília: Editora MS, 2006. Disponível 
em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/regulacao_medica_urgencias.pdf>. 
Acesso em: 17 jul. 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de intervenção 
para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da 
Saúde, 2016.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 
1940. Código Penal. Brasília, DF, 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em: 18 jul. 2018.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei n. 9.696 de 1 de Setembro de 1998. Dispõe 
sobre a regulamentação da Profissão de Educação Física e cria os respectivos Con-
selho Federal e Conselhos Regionais de Educação Física. Brasília, DF, 1998. Disponível 
em: <http://www.camara.gov.br/sileg/integras/104896.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA – CONFEF. Resolução Confef n. 307/2015. 
Dispõe sobre o Código de Ética dos Profissionais de educação Física registrados no 
Sistema CONFEF/CREFs. Rio de Janeiro, RJ, 2015. Disponível em: <http://www.confef.
org.br/confef/resolucoes/381>. Acesso em: 18 jul. 2018.
CONSELHO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FÏSICA DA 4ª REGIÃO – CREF 4/SP. Recomendações 
sobre condutas e boas práticas do profissional de Educação Física na escola. São Paulo, SP, 
2013. Disponível em: <https://issuu.com/crefsaopaulo/docs/manual-recomendacoes- 
profissional-e>. Acesso em: 12 maio 2018.
KARREN, K. J. et al. Primeiros socorros para estudantes. 10. ed. Barueri: Manole, 2014.
National Association of Emergency Medical Technicians NAEMT. PHTLS: atendimento 
pré-hospitalar ao traumatizado. 9. ed. Burlington: Jones & Bartlett Learning, 2020.
Leituras recomendadas
CONSELHO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FÏSICA DA 4ª REGIÃO – CREF 4/SP. Código de 
ética. Disponível em: <https://www.crefsp.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/
codigo-de-etica/>. Acesso em: 12 maio 2018.
FLEGEL, Melinda J. Primeiros socorros no esporte. 4. ed. Barueri: Manole, 2012. 
Conceito de primeiros socorros12
Identificação interna do documento UY6K7J81L6-90ECJ31
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