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Cinema e Videodocumentário

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CINEMA E
VÍDEO DOCUMENTÁRIO
PROF. RODRIGO OLIVA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 1
CINEMA E
VÍDEO DOCUMENTÁRIO
PROF. RODRIGO OLIVA
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
CINEMA E
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PROF. RODRIGO OLIVA
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SUMÁRIO
AULA 01
AULA 02
AULA 03
AULA 04
AULA 05
AULA 06
AULA 07
AULA 08
AULA 09
AULA 10
AULA 11
AULA 12
AULA 13
AULA 14
AULA 15
AULA 16
 06
12
17
25
32
37
44
51
56
61
65
70
75
80
84
88
O INÍCIO DO CINEMA: PRÉ-CINEMAS
PRIMEIROS CINEMAS
O NASCIMENTO DA LINGUAGEM DO CINEMA 
E AS VANGUARDAS CINEMATOGRÁFICAS
FORMATOS, GÊNEROS E MOVIMENTOS ESTÉTICOS
O CINEMA CONTEMPORÂNEO E AS NOVAS FORMAS DO 
AUDIOVISUAL
OS FUNDAMENTOS DA LINGUAGEM AUDIOVISUAL: OS 
ASPECTOS VISUAIS DA IMAGEM AUDIOVISUAL
OS FUNDAMENTOS DA LINGUAGEM AUDIOVISUAL: A 
MONTAGEM E A NATUREZA DIEGÉTICA DO SOM
AS ETAPAS DA PRODUÇÃO DE UM FILME
ASPECTOS HISTÓRICOS DO DOCUMENTÁRIO
A LINGUAGEM DO DOCUMENTÁRIO
OS TIPOS DE DOCUMENTÁRIO
PRODUÇÃO DE DOCUMENTÁRIO: A PESQUISA
PRODUÇÃO DE DOCUMENTÁRIO: A ROTEIRIZAÇÃO
PRODUÇÃO DE DOCUMENTÁRIO: TÉCNICAS DE FILMAGEM
PRODUÇÃO DE DOCUMENTÁRIO: EDIÇÃO E FINALIZAÇÃO
ESTUDO DE CASO: EDUARDO COUTINHO E PETRA COSTA
CINEMA E
VÍDEO DOCUMENTÁRIO
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INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)!
Vamos dar início às atividades da disciplina de Cinema e Videodocumentário. O 
objetivo desta disciplina é potencializar sua capacitação sobre a linguagem audiovi-
sual e ampliar seus conhecimentos sobre a linguagem cinematográfica com ênfase 
no documentário. É importante destacar alguns tópicos fundamentais que discutire-
mos nesta jornada. Vamos iniciar nossos estudos com os componentes históricos 
do cinema, a partir da verificação de como o cinema se desenvolveu na história, prin-
cipalmente a partir dos pré-cinemas e das primeiras representações tecnológicas da 
imagem em movimento.
 Em seguida, será apresentado um estudo sobre os fundamentos básicos da lin-
guagem audiovisual. Veja bem, este conteúdo é importante, pois conecta a história do 
cinema aos estudos da linguagem e revelam as transformações pelas quais passa-
ram a imagem cinematográfica no decorrer dos tempos e, também, são fundamentais 
para a produção audiovisual. Entender a linguagem é essencial para o processo de 
codificação das imagens e produção das imagens em movimento.
Após a verificação dos componentes da linguagem e história do cinema, o gênero 
documentário será revelado em nossos estudos. Vamos abordar o documentário e 
suas transformações históricas. Compreender o documentário enquanto uma mani-
festação audiovisual e suas caracterizações e pontos diferenciadores com a ficção 
audiovisual. A partir dos estudos de Bill Nichols, serão examinadas as variadas tipolo-
gias estabelecidas por este autor, para definir uma modalidade de documentário. 
Ao estudar documentário é necessário enfatizar as marcas peculiares da lingua-
gem como a questão da indexação, da natureza da reportagem e das dissonâncias 
com a propaganda. A questão da voz no documentário se traduz pelo envolvimento 
ético de quem assina a produção e será destacada em nossos estudos.
 Prezado (a) aluno (a), como você compreende a problemática da manipulação da 
imagem do processo de produção do documentário. Você acredita na imagem do 
documentário? O que um documentário mostra que podemos afirmar que se trata de 
um documentário? Estes questionamentos estão imbricados na nossa trajetória de 
estudos. Destaca-se que o conceito de encenação, seus procedimentos e as ideias 
CINEMA E
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que estão por trás da dramatização, podem ajudar a resolver estes questionamentos. 
Ao final da disciplina, partiremos para uma discussão mais prática da produção 
audiovisual. Serão apresentados fundamentos que norteiam a produção de um docu-
mentário, a partir das etapas da pré-produção, produção e pós-produção audiovisual. 
Serão visualizados os componentes que fazem parte desses processos para que você 
se envolva na questão prática de uma produção. Para o documentário são importan-
tes os parâmetros da pesquisa, a discussão temática, produção e roteirização e suas 
particulares diferenças com a ficção. Também, será verificada a direção e edição para 
cinema e vídeo com detalhes sobre o processo de atuação técnica do diretor e do edi-
tor no processo da produção de um documentário. 
Para o fechamento da disciplina será feita a explanação de dois estudos de caso a 
partir da cinematografia de Eduardo Coutinho e de Petra Costa, ambos documentaris-
tas com formas e filmes inovadores no gênero. 
Caro (a) aluno (a), certamente com este material, você será imerso ao universo 
da linguagem cinematográfica e do gênero documentário. Também, será possível o 
reconhecimento da importância do documentário na atualidade, enquanto um gêne-
ro audiovisual e suas correlações com a ficção. Você será habilitado a construir um 
repertório para concretizar produções e ideias próprias. Esta viagem ao conhecimento 
do audiovisual lhe permitirá verificar as correlações e dissonâncias entre o documen-
tário e a ficção.
Bons estudos! 
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AULA 01
O INÍCIO DO CINEMA: 
PRÉ-CINEMAS 
Olá, aluno (a)! Vamos iniciar a primeira aula da disciplina de Cinema e Videodocu-
mentário apresentando alguns componentes que pautam o desenvolvimento histó-
rico do cinema, pois com eles teremos a possibilidade de começar a entender como 
se consolidou o nascimento da linguagem cinematográfica. É importante destacar 
que o desenvolvimento histórico do cinema é muito amplo, perpassa cento e vinte 
anos de história. Portanto, nesta aula e nas próximas você verificará alguns aspectos 
fundamentais desta evolução, justamente para criar um repertório de configurações 
sobre como se processa a linguagem audiovisual. De certa forma, esses aspectos são 
relevantes para que você possa criar um repertório, compreender o código audiovisual 
e ampliar seus conhecimentos que poderão ser utilizados tanto em processos cogniti-
vos, como também na produção e criação de materiais audiovisuais. 
O marco inicial do cinema vincula-se à primeira projeção cinematográfica, realizada 
no dia 28 de dezembro de 1895, pelos irmãos 
Lumiére, em Paris, na França. Todavia, aluno 
(a), é importante entender que essa data é 
meramente informativa, pois o cinema cami-
nhava em desenvolvimento paralelo em vários 
lugares. O que teve de inovador nos trabalhos 
dos Irmãos Lumiére, que determinam esta in-
formação? Primeiramente, o fato deles terem 
criado uma tecnologia chamada cinemató-
grafo - esta permitia a filmagem e captura da 
imagem, bem como também a projeção que 
não se limitava a uma pessoa e sim, para uma 
porção de pessoas agrupadas num único es-
paço. É possível então, visualizar a projeção 
de uma imagem em movimento em uma tela 
ampliada em local escuro. 
Irmãos Lumiere
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Auguste_e_Louis_Lumi%C3%A8re#/
media/Ficheiro:Fratelli_Lumiere.jpg
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Agora, prezado aluno (a), você pode estar sequestionando, mas houveram outras 
manifestações que demandaram o surgimento do cinema? Pois bem, existe uma série 
de experimentos tecnológicos que foram evoluindo as formas e representações da 
imagem em movimento e sonora. Dois pontos são importantes de destacar, primeira-
mente foi necessário o surgimento das tecnologias físicas e químicas da impressão 
fotográfica e segundo ponto, o componente sonoro não está vinculado à imagem nes-
te primeiro cinema de uma forma intrínseca à natureza da imagem audiovisual, como 
veremos mais para a frente em nosso caminhar pelo desenvolvimento histórico da 
linguagem do cinema. 
Este desenvolvimento de tecnologias anteriores ao marco inicial da primeira proje-
ção do cinema em 1895 é denominado de pré-cinemas. Então, na verdade, os pré-ci-
nemas são as grandes experimentações e potencialidades técnicas que permitiram 
registros e saltaram aos olhares das pessoas que viveram à época. Imagine aluno 
(a), o quanto as pessoas ficaram fascinadas com a possibilidade de verem imagens 
em movimento. Portanto, percebe-se que este momento está relacionado com expe-
rimentações que potencializaram técnicas que foram vistas por meio de aparatos de 
natureza científica. Neste momento, ainda não se tinha consolidado um regime com 
intenções comerciais do cinema, com salas amplas e teatrais e, sim, uma série de 
cientistas que estudam aspectos físicos e químicos das naturezas e mediações da 
imagem em superfícies e como o olhar capturava estas imagens. 
Segundo Arlindo Machado (1997, p. 14), não serão somente os cientistas que irão 
fazer parte deste primeiro momento das experiências do cinema. Uma série de envol-
ventes estão diretamente relacionados com estas experimentações que vão abarcar 
exotismo, espaços circenses, pois a novidade de expressões visuais interagia com a 
sociedade com fascinação e sedução, principalmente pelo fator da imagem em mo-
vimento.
História da invenção técnica do cinema não abrange apenas 
pesquisas científicas de laboratório ou investimentos na área 
industrial, mas também universo mais exótico, onde se incluem 
ainda o mediunismo, a fantasmagoria (as projeções de fantasmas 
de um Robertson, por exemplo), várias modalidades de espetáculos 
de massa (os prestidigitadores de feiras e quermesses, o teatro óptico 
de Reynault) os fabricantes de brinquedos e adornos de mesa e até 
mesmo charlatães de todas as espécies (MACHADO, 1997, p. 14).
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Passeando pela História vamos encontrar alguns marcos essenciais para entender os 
pré-cinemas e suas motivações sociais e culturais que culminaram com a expansão do 
cinema e, posteriormente, para o caminho do desenvolvimento da linguagem cinemato-
gráfica e do processo de industrialização. 
1.1 os pré-cinemas e Thomas Alva Edison
Caro (a) aluno (a), vamos verificar algumas destas representações para que você com-
preenda como se deu este desenvolvimento antes da consolidação do marco inaugural do 
cinema. Alguns críticos e estudiosos da linguagem cinematográfica consideram a primei-
ra representação do aparato da projeção cinematográfica, por meio do mito da caverna de 
Platão. Esta alegoria desenvolve uma ideia de como um grupo de pessoas isoladas dentro 
de uma caverna observavam as projeções das sombras nas paredes. Neste sentido, apre-
senta-se uma ideia de como vai se estabelecer o cinema enquanto forma de comunhão 
social, por meio de uma projeção em uma tela, para um grupo de pessoas. 
Outro momento histórico importante nos estudos da ótica foi o desenvolvimento da 
lanterna mágica ou câmera escura. Como parte das criações e invenções do período do 
Renascimento. A câmera escura tem na figura de Leonardo da Vinci, a sua maior repre-
sentação, pois ele não somente foi um grande pintor, como também um célebre inventor. 
A lanterna mágica permite a representação de uma imagem invertida e foi usada como 
técnica para muitas das obras pictóricas. Temos uma caixa, nos lados da caixa um ori-
fício, no lado oposto estará formada a imagem invertida do objeto situado à frente da 
pequena abertura. 
Imagem de uma lanterna mágica
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lanterna_m%C3%A1gica#/media/Ficheiro:Laterna_magica_Aulendorf.jpg
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Caro (a) aluno (a), é importante entender que neste momento não temos consolidada 
uma ideia de filme a partir de convenções narrativas. Estamos falando de aparatos técni-
cos. Para que o cinema se desenvolvesse foi necessário o surgimento da fotografia. Foi 
a partir de uma série de descobertas sobre o registro de uma imagem em suporte e seus 
componentes químicos e ópticos, bem como um estudo sobre o desenvolvimento do ne-
gativo fotográfico.
Outro momento importante é a criação do fenaquistiscópio. Desenvolvido por Joseph 
Plateau, em 1832, este equipamento tinha como princípio básico o entender como se 
dava a persistência da imagem na retina. Plateau foi um grande estudioso sobre questões 
de óptica e de fisiologia do olhar. O fenaquistiscópio era um aparelho feito por meio de um 
disco que era dividido em partes iguais. Em cada um desses segmentos, no lado interno 
deles há uma imagem ou desenho que mostra uma posição em uma sequência de mo-
vimentos (por exemplo, uma bailarina dançando). Quando o olhar para esses desenhos, 
por meio das fendas do disco em movimento de rotação é possível verificar as faces do 
movimento da imagem, como se fosse uma única imagem em movimento. 
Exemplo de um fenaquistiscópio
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fenacistosc%C3%B3pio#/media/Ficheiro:Phenakistoscope_3g07690u.jpg
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ISTO ESTÁ NA REDE
Caro (a) aluno (a), no youtube é possível verificar uma série de exemplos de 
fenaquistiscópio. É comum, nos ensinos de Arte, serem solicitados a confecção deste 
tipo de instrumento que muitos definem como um brinquedo óptico. 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=RnxCQ-KeOh4
Outro grande expoente dos pré-cinemas foi Etienne Jules Marey que inventou dois apare-
lhos que são considerados pioneiros das câmeras cinematográficas: o cronofotógrafo e o fuzil 
fotográfico. Marey era fisiologista, interessava em suas pesquisas compreender o movimento 
dos animais. Para isso, tinha como fundamentos decompor o movimento, congelá-lo sequen-
cialmente a partir de registros para documentar e analisar tais fenômenos. 
Para Marey, a reconstituição naturalista do movimento era sentida 
como “defeito”. Daí por que ele se sentia incomodado pelo “realismo” 
da imagem cinematográfica. Para combater essa “ilusão”, ele inventava 
expedientes destinados a desnaturalizar a cena: colocava seus “atores” 
contra um fundo negro, vestia-os inteiramente de preto para que ele se 
confundissem com fundo e, como único elemento de distinção, costurava 
fitas brancas refletoras em seus braços e pernas, bem como pontos 
metálicos nas articulações dos ossos. Quando o modelo se locomovia 
diante do cronofotógrafo, a máquina registrava apenas o traço desenhado 
por essas fitas e pontos, o que significava, em termos de resultados, uma 
espécie de gráfico em que o movimento era diagramado como uma 
espécie mais escrita cifrada (MACHADO, 1997, p. 16). 
 Perceba aluno (a), que nesta citação, o autor coloca algumas expressões entre 
aspas. Elas marcam esta ideia de algo que está na base dos princípios do que viria se con-
vencionar cinema posteriormente, já que 
estes experimentos eram puramente cien-
tíficos. Na verdade, quando ele apresenta 
a expressão atores, as pessoas que esta-
vam fazendo parte desta representação, se 
colocavam como sujeitos do experimento 
científico, mas não só sentido de atores que 
representam um papel para a câmera, as-
sim como a ideia de realismo ou mesmo de 
defeito, por meio do entendimento do signi-
ficava o experimento para Marey.Ilustração dos experimentos de Marey
CINEMA E
VÍDEODOCUMENTÁRIO
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ANOTE ISSO
 
Outro nome do pioneirismo do cinema foi Eadweard Muybridge, um fotógrafo inglês que 
fez várias experiências a partir do uso de várias câmeras. A partir destas capturas do 
movimento foi possível reconhecer os movimentos e as percepções que se projetavam 
no olhar quando da sequencialidade dessas imagens. Estes experimentos auxiliaram 
a reconhecerem depois a percepção da impressão do movimento como fundamento 
principal da linguagem do cinema. 
Portanto, prezado aluno (a), é importante a título de exemplificação entender como se 
consolidou a preparação para o momento inaugural do cinema, mas é relevante entender 
que foram muitos os participantes neste processo. Você já imaginou como se desen-
volveu as questões do negativo cinematográfico? Lembrando que estamos num campo 
totalmente analógico do cinema. 
Paralelo ao desenvolvimento de toda esta arqueologia dos primórdios do cinema, os 
Estados Unidos também tinham sua representação. Foi a partir da genialidade de um 
grande inventor que o cinema também se consolidou pioneiramente na América do Norte. 
Este desenvolvimento foi possível por meio da figura de Thomas Alva Edison, que viveu en-
tre 1846 e 1931. Edison é conhecido como pioneiro da lâmpada elétrica, mas ele também 
é responsável pela invenção do fonógrafo, telégrafo e uma série de outras tecnologias. E 
foi por Edison que a câmera cinematográfica foi inventada, definida como cinetógrafo, ela 
possibilitava a filmagem. Ele também cria uma máquina em 1894 chamada cinetoscópio 
que permitia a projeção de pequenos curtas, pelo preço de moedas, uma pessoa assistia a 
projeção da imagem. Este é o caráter diferenciador da invenção do cinema de Edison para 
os Irmãos Lumiére. Estes idealizaram o cinema como uma projeção e aparato tecnológico 
para várias pessoas, enquanto Edison para uma audiência somente. 
Nesta primeira aula é possível identificar estes primeiros movimentos que inauguram 
a arte do cinema e começam a criar uma identidade que vai se consolidando a partir da 
linguagem do cinema. Vimos que o desenvolvimento passa por questões científicas e de 
natureza técnica e tecnologia antes do cinema se centrar em propagar histórias e narra-
tivas. Na nossa jornada, vamos identificar os componentes que caracterizam o cinema e 
o documentário por meio deste processo evolutivo e de consolidação de sua linguagem. 
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AULA 2
PRIMEIROS CINEMAS
 Olá, aluno (a)! A nossa segunda aula vai contextualizar os primeiros anos do cine-
ma. É importante verificar como a linguagem cinematográfica começa a se desenvolver 
frente a uma série de recursos e inovações que os primeiros cineastas irão projetar. A 
partir de 1895, com a primeira projeção do cinema em Paris pelos Irmãos Lumiére que 
os historiadores começam a pontuar questões importantes sobre o desenvolvimento e a 
percepção dos fenômenos que pautam a linguagem cinematográfica. Olha só, caro aluno 
(a), até o presente momento, verifica-se que o cinema surge a partir de uma série de ex-
perimentos científicos, mas que deflagram também certa curiosidade na sociedade, pois 
estamos diante de uma representação de imagem cuja característica mais essencial é a 
impressão da realidade ou a impressão do movimento. 
 Se os Irmãos Lumiére são considerados pioneiros do cinema. Como são caracteri-
zados os seus filmes? Alguns pontos são importantes de destacar: 
 câmera parada; 
 filme preto e branco;
 caráter documental;
 não havia narrativa;
 filmava-se cenas do cotidiano. 
Acontecimentos do cotidiano são os assuntos que pautam os filmes dos Irmãos Lu-
miére: 
 a saída dos trabalhadores de uma usina; 
 a chegada de um trem na estação; uma criança chorando. 
São retratos de cenas que registravam movimentos e acontecimentos furtivos da vida. 
Todavia, é a partir destas experimentações das potencialidades do aparato cinematográ-
fico que estes primeiros cineastas começaram a descrever o caminho para a evolução do 
cinema. 
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ISTO ESTÁ NA REDE
 
Veja este vídeo! O filme chama-se O Regador Regado e foi dirigido pelos Irmãos Lumiére 
no ano de 1895. Verifique na imagem os componentes essenciais que demarcam as 
características destes filmes. Você verá que o aspecto da dramatização já ensaia o 
que virá a ser a linguagem do cinema. 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=G1kMuWOsf3k
É comum associar os filmes deste início de Primeiros Cinemas, entre os anos de 1895 
a 1910. A pesquisadora Flávia Cesarino Costa (2005) apresenta um estudo importante 
sobre este primeiro momento do cinema. Segundo Costa (2005, p. 40), esses primeiros 
filmes eram exibidos em feiras, circos, parques de diversão, teatros e variedades. Mas a 
sua popularização foi devido aos vaudevilles. 
Os irmãos Lumiére ofereciam um esquema de marketing muito 
interessante para os vaudevilles, que eram seu alvo predileto no mercado. 
Eles forneciam os projetores, os suprimentos de filmes e os operadores 
das máquinas, e se encaixavam nas programações locais, mas parte 
do sucesso do cinematógrafo Lumiére deve-se ao seu design. Enquanto 
o vitascópio pesava cerca de 500 Kg e precisava de eletricidade para 
funcionar, a máquina do Lumiére era ao mesmo tempo câmera e projetor, 
não utilizava a luz elétrica e era acionada por manivela. Devido ao seu 
pouco peso, podia ser transportada facilmente e assim filmar assuntos 
mais interessantes que os do estúdio, encontrados nas paisagens 
urbanas e rurais, ao ar livre ou locais de acesso complicado. Além 
disso, os operadores do Lumiere atuavam também como cinegrafistas 
e multiplicavam as imagens do mundo para fazê-las figurarem nos seus 
catálogos. (COSTA, 2005, p . 43).
Preste atenção! A partir da leitura da citação é possível perceber que estratégias de 
mercado começam a revelar um caminho comercial para as atividades de cinema. Dentro 
do teatro de variedades, onde havia espaço para certa diversidade de atuações e represen-
tações, o cinema começa a se espraiar.
Flavia Cesarino Costa (2005) aponta três caracterizações que identificam este momen-
to do Primeiro Cinema e são conceitos importantes de destacar e compreender, a saber: o 
cinema de atrações, o regime de mostração e a questão da domesticação. 
O conceito de cinema de atração é revelado por meio dos estudos de Ton Gunning, 
um respeitado pesquisador de cinema que se ateve aos estudos deste movimento. O que 
caracteriza este conceito é a ideia de exibicionismo. Imagine aluno (a), a grande sedução 
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que a produção de imagens em movimento causou nas pessoas. Se na atualidade, somos 
seduzidos por ela, imagine num tempo em que isto era visto como uma grande novidade. 
Então, era comum as pessoas acenarem para as câmeras quando percebiam que algum 
cinegrafista estava filmando. É importante destacar como neste período temos um ci-
nema bastante documental, especialmente o cinema inicia-se por aspectos que iremos 
tratar quando formos estudar o cinema e videodocumentário. Neste sentido, o cinema de 
atrações não se preocupa em criar situações espaciais ou temporais cujo intuito se atém 
a contar uma história. Era comum, por exemplo, apresentar uma situação meio mágica, 
com uma surpresa, um efeito, uma atuação que provocasse e chamasse a atenção de 
quem assistia o filme. 
Outra ideia que se aproxima do cinema de atrações é a mostração. Aqui temos a ideia 
central desta forma de apresentação que está contida nestes primeiros filmes. Não temos 
um personagem que dramatiza cenas em diálogos, ainda não temos som. Então, teremos 
mais personagens que mostravam situações cujas representações estavam coaduna-
das com o tempo presente do que em dizer suas ações e peripécias. Como já apontava, 
a câmera tinha um papel importante neste processode mostração, pois ela sempre se 
colocava em posição fixa, em frente à encenação, com iluminação uniforme e sobre um 
fundo que, na maioria das vezes era um cenário, uma parede pintada, como num teatro. 
Os atores ficavam distantes da câmera, não havendo ainda que se falar em profundidade 
de cena. É importante destacar que neste regime de imagens vão começar a surgir as 
experimentações, a câmera vai se mover, os planos vão se fechar e uma série de movi-
mentações vão começar a estruturar a linguagem do cinema.
Outro aspecto importante de destacar é a questão da domesticação, por mais que 
estejamos discutindo que houveram neste período intensa experimentação. Há também 
uma espécie de domesticação, principalmente no final do período dos primeiros cinemas, 
principalmente quando se começa a configurar os processos narrativos incluídos nos fil-
mes. Neste sentido, é importante perceber que vamos iniciar uma transição para o que 
se convencionou chamar de cinema, principalmente a partir das grandes narrativas. Este 
princípio da domesticação tem haver com uma série de filmes que tinham uma estrutu-
ra comum de conteúdos, principalmente com os mesmos regimes de conteúdos, como 
apresentar histórias onde o mocinho sempre vence no final. É quando o cinema entra no 
universo familiar e é controlado pelas elites, saindo daquela base marginal e selvagem. 
Este fator será determinante para uma série de complexidades e para o processo evoluti-
vo da linguagem. 
 
CINEMA E
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Fonte: elaborado pelo autor
 
Para finalizar esta primeira aula, prezado aluno (a), você já deve ter ouviu falar do cine-
asta George Meliés? Se não, eu recomendo que você procure buscar mais informações 
sobre ele e, se possível, assistir a todos os filmes deste incrível inventor. Mèliés é conside-
rado o pai do cinema de ficção científica, principalmente porque, na época dos primeiros 
cinemas, ele dirigiu uma série de filmes cuja marca era os efeitos. Muitas técnicas que 
vemos hoje nos filmes e feitas por recursos de computação gráfica, já tinham sido sedi-
mentadas e apresentadas de forma analógica por Meliés. Como um grande mago, Meliés 
mexia com o aparato cinematográfico e criava uma série de imagens fantásticas, sobre-
posições e sobreimpressões ele fazia aparecer e desaparecer personagens e isto criava a 
ideia do ilusionismo que faz parte da magia do cinema. 
É com Meliés que se cria o termo trucagens que nada mais é do que a ideia de desen-
volver efeitos visuais manipulando a câmera, manipulando o negativo e criando efeitos de 
ilusão. Conforme destaca Costa (2005, p. 213);
(...) A infinidade de trucagens que ele utiliza apontam para uma importan-
te característica de seus filmes: o trabalho lúdico com a ideia da simulta-
neidade e da progressão. Se o cinema começava a se encaminhar para o 
sintagma linearizado, o cinema de Méliès e de alguns de seus contemporâ-
neos permaneceu numa espécie de fusão retorcida do tempo, como se suas 
sequências representassem o emaranhamento de múltiplas linhas tempo-
rais. As aparições surpresas desses filmes revelam a instabilidade típica do 
cinema de atrações. A capacidade de manipular imageticamente o tempo, 
construindo durações fantásticas, poderia ser entendida até mesmo como 
uma forma de crítica das continuidades convencionais e lineares (COSTA, 
2015, p. 213).
Para ter uma experiência e verificar na prática o processo criativo de Georges Méliès é 
importante assistir ao filme Viagem à lua realizada pelo diretor no ano de 1902. Trata-se 
de um filme de curta-metragem, de 14 minutos. A lua é representada por um rosto meio 
Primeiros Cinemas 
DomesticaçãoMostração
Cinema de atração
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humano. Você vai verificar uma série de efeitos especiais, com cenários gigantes e repre-
sentações ousadas para a época. O filme é um épico, pois apresenta recortes narrativos 
da expedição e se apresenta como uma obra criativa e inovadora para o período. 
Viagem a Lua
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Le_voyage_dans_la_Lune#/media/Ficheiro:Le_Voyage_dans_la_lune.jpg
 
ANOTE ISSO
Uma dica de filme é assistir o filme Hugo Cabret. Neste filme incrível do diretor americano 
Martin Scorsese, um dos personagens do filme é representado pela figura do cineasta 
George Meliés. 
Caro aluno (a), nesta aula foi possível ver como o cinema se desenvolveu nos primeiros 
tempos. Importante perceber que esta evolução irá dimensionar uma série de arranjos a 
partir do tempo. Para você compreender estes aspectos, pois eles ampliam o potencial de 
repertório dos componentes que serão úteis para que você desenvolva projetos e pensa-
mentos sobre os componentes da imagem audiovisual. 
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AULA 3
O NASCIMENTO DA LINGUAGEM 
DO CINEMA E AS VANGUARDAS 
CINEMATOGRÁFICAS 
Olá aluno (a), vamos iniciar a Aula 03. Vocês viram na aula passada os primeiros apon-
tamentos sobre as primeiras técnicas e tecnologias do cinema. É importante compreen-
der estes aspectos, pois o cinema inicia, basicamente, com a estrutura visual, sem som 
conexo à natureza da imagem. Curiosamente, o som era apresentado presencialmente, 
às vezes, com dublagens, encenações orquestradas ou mesmo apresentações explica-
tivas, mas somente em 1932, com o filme O Cantor de Jazz, que temos um marca de 
inserção do som a imagem. 
Antes disso, o cinema passa por uma série de experiências num caminho evolutivo. 
Nesta aula 03, vamos verificar o nome dos movimentos estéticos e dos primeiros nomes 
que fazem parte da estrutura narrativa da linguagem do cinema, ou seja, o cinema come-
ça se tornar uma potência industrial. 
Antes de avançarmos sobre os estudos do cinema narrativo é importante refletir sobre um 
filme marcante ainda nos tempos dos primeiros cinemas que apresentou algumas dinâmicas 
inovadoras que mais tarde serão integradas ao cinema narrativo. É importante entender que 
neste período teremos uma série de inovações como vistas na aula passada, a saber o filme: 
O grande roubo do trem, dirigido por Edward Porter. Este filme é uma espécie de antecipação 
de um formato que se consolidará no cinema americano, o faroeste. Aqui nós teremos as pri-
meiras filmagens em locações, como os espaços internos do trem e também cenas externas, 
teremos movimentos de câmera e montagem com segmentos paralelos. 
O filme apresenta a história de um assalto a um trem, mostrando personagens de uma 
forma um pouco distante, mas que já começa a ser identificado certos estereótipos como 
mocinhos e bandidos, que serão base para filmes e representações de gênero posteriores. 
No plano final, há uma inovação, um dos vilões, depois de ser morto, aparece na tela e 
quebra a quarta parede, ergue a arma na direção da plateia, ressaltando essa capacidade 
do cinema de dialogar com a recepção. Porter foi um dos grandes cineastas inovadores 
do período inicial do cinema e merece destaque por antecipar muitas características ino-
vadoras da linguagem do cinema. 
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O grande assalto do trem
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Great_Train_Robbery_(1903)#/media/Ficheiro:Great_train_robbery_still.jpg
O grande assalto ao trem abre caminho para a compreensão do cinema a partir do 
elemento temporal e espacial que recai sobre os componentes da narrativa. Enquanto, 
verificamos uma base inicial fílmica que articula recursos de mostração, com foco em 
exposições de natureza mais documental, vamos perceber que, por outro lado, o cinema 
começa a ganhar a dimensão do contar histórias e o seu aparato técnico possibilitará 
uma série de recursos para consolidação das técnicas narrativas. 
Caro (a) aluno (a), muitos teóricos consideram que David W. Griffith foi o pai da lingua-
gem cinematográfica. Como você viu até aqui são muitos os participantesque envolve-
ram-se no processo evolutivo da imagem cinematográfica. No entanto, é importante res-
saltar que Grifith tem uma intensa representação na forma como se consolidou o cinema, 
que de certa forma, consumimos até hoje. O tipo de cinema de longa-metragem pode ser 
considerado uma dessas grandiosas contribuições, pois as produções, deste cineasta, 
eram feitas com suntuosidade, marcando aspectos épicos e narrativos.
Griffith dirigiu muitos filmes de curta-metragem também. E sua obra consolida vários 
elementos da linguagem cinematográfica, como o uso de closes; a invenção do plano 
americano, cuja característica essencial é o corte e o enquadramento do joelho na cabeça 
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da pessoa filmada; a montagem paralela que recria ações em espaços e tempos diferen-
tes, mas que se conectam na tessitura da narrativa fílmica. 
Griffith nasceu em 1875, nos EUA. Primeiramente, ele trabalhou com teatro para depois 
buscar carreira no cinema. Muitos dos curtas-metragens dirigidos por ele fazem parte do 
espectro do primeiro cinema discutido na Aula 01. Foram mais de 400 filmes dirigidos. Ao 
lado de Charlie Chaplin, ele foi um dos fundadores da United Artist, mas por volta do ano 
de 1924 resolveu seguir empreendimentos fora dos estúdios. Com uma série de altos e 
baixos em sua carreira, com fracassos e sucessos de bilheteria, Grifith faleceu em 1948.
O filme “O Nascimento de uma Nação” é considerado um dos grandes clássicos da 
História do Cinema. Lançado no ano de 1915, o filme dirigido por Griffith aborda a Guerra 
Civil Americana e a ascensão da Ku Klux Klan. Aqui temos as técnicas narrativas do cine-
ma, principalmente o uso recorrente da montagem paralela para contar a história de duas 
famílias divididas pela Guerra. O filme reconstrói aspectos da história americana, como o 
assassinato do presidente Abrahan Lincoln. O filme foi um grande sucesso de bilheteria, 
todavia muito criticado pelos aspectos de discussão racista, que sobrepujaram a obra,e 
até hoje são discutidos. 
ANOTE ISSO
 
Caro (a) aluno (a),
 
Procure assistir trechos dos filmes de David W. Gritith. Na internet, vocês encontram 
uma série de filmes de curta-metragem. O filme Intolerância e o Lírio Partido estão 
disponíveis. Ambos mostram todos os aspectos característicos da inovação narrativa 
que o diretor esboçou, e que criou uma gramática do cinema. Neste momento, abre-se 
o caminho para o cinema narrativo comercial, que vemos até hoje. 
3.1 As Vanguardas cinematográficas 
Caro (a) aluno (a), o nome vanguarda está relacionado a uma série de acontecimentos 
que trouxeram novidades no campo das artes. O cinema também foi atingido por esta 
designação, pois uma série de representações se articularam mostrando a evolução da 
linguagem no cinema, paralelamente ao desenvolvimento das formas cinematográficas 
narrativas a partir do processo de industrialização e da criação de um sistema de produ-
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ção audiovisual, surgem experimentações e inovações que trouxeram novas experiências 
e novas formas de diálogo do cinema com as artes. A potência do cinema enquanto mo-
vimento ganha uma dimensão de manifesto artístico. Várias expressões artísticas encon-
tram no cinema uma possibilidade de expressão. Estes movimentos estéticos atuam com 
características próprias e sinalizam formas de representação. Historicamente, estamos 
no período entre-guerras, onde muita movimentação se deu produzindo conhecimentos, 
debates que assolaram o universo da arte e das formas de comunicação, com intenções 
políticas, sociais e comportamentais. 
ANOTE ISSO
Caro (a) aluno (a), é muito importante compreender estes movimentos, pois você 
poderá ter ideias para os seus filmes a partir dos regimes estéticos que caracterizaram 
as vanguardas do cinema. Um filme de terror, por exemplo, certamente dialoga com 
alguma característica do cinema de expressionista. O livro História do Cinema Mundial, 
organizado por Fernando Mascarello (2006), nos apresenta um painel amplo sobre 
os vários movimentos e gêneros do cinema, a partir de vários pesquisadores da área 
do cinema no Brasil. Há também o livro História do Cinema Mundial, de Franthiesco 
Ballerino (2020), que traça um mapeamento das várias tendências e escolas de cinema 
do mundo. Ambos os livros podem ser apreciados na biblioteca virtual e são leituras 
essenciais para quem gostaria de ampliar mais seus estudos sobre cinema. 
O expressionismo alemão surgiu na Alemanha no período pós-Primeira Guerra Mun-
dial. Foi um movimento artístico que não se ateve somente ao cinema e atingiu a música, 
o teatro e a pintura. A maior contribuição deste gênero foi com os filmes do gênero terror, 
pois muitas características estéticas são apresentadas nos filmes e incorporadas no gê-
nero. Na parte fotográfica, os filmes expressionistas trabalham com a técnica do claro 
escuro, que consiste num tratamento onde se evidencia um contraste entre estas tonali-
dades para deixar bem delimitada a oposição luz e trevas. Outro aspecto são os cenários 
que figurativamente traçam formas distorcidas com angulações oblíquas.
Esse jogo estético de confrontos tem algumas justificativas, primeiramente estamos 
no contexto entre guerras e também o surgimento dos estudos do inconsciente de Freud, 
com a psicanálise, remete algumas ideias de como os personagens e os aspectos figurati-
vos dos filmes representavam - trazendo contrastes entre o racional e irracional, o natural 
e sobrenatural. 
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Este movimento influenciou e ainda influencia uma série de cineastas. Por isso, caro 
(a) aluno (a), certamente, você já viu algum filme de monstro ou com figuras de dráculas, 
muitas dessas representações surgiram neste movimento. Uma das mais famosas é a de 
Nosferatu, de F. W. Murnau, obra de 1922.
Cartaz do filme Nosferatu
Fonte: https://https://pt.wikipedia.org/wiki/Nosferatu,_Eine_Symphonie_des_Grauens#/media/Ficheiro:Nosferatu.jpg
ANOTE ISSO
Caro (a) aluno (a), outro nome do expressionismo alemão foi o cineasta Fritz Lang. 
Ele nasceu em Viena, em 1890. Entrou na indústria cinematográfica na Alemanha. Em 
1927 dirige o cultuado filme Metropolis, que antecipa imagens do futurismo. Em 1933 
muda-se para a França e finaliza o filme: O testamento do Dr. Mabuse. Em 1935 chega 
aos EUA onde dirige uma série de filmes para o Estúdio MGM. 
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Algumas personalidades do dadaísmo, como Marcel Duchamp participaram de expe-
riências no cinema. Duchamp juntamente com outros nomes do vanguardismo francês 
participaram deste filme notável chamado Entreatos (Entr’acte, 1924). Dirigido pelo cine-
asta René Clair foi um filme que inaugurava sessões de apresentação teatrais. O filme é 
um curta metragem, como se fosse uma espécie de videoclipe com cenas fragmentadas 
e movimento de câmera lenta e acelerada, com muita desconstrução de ideias. Uma das 
cenas marcantes é a acoplagem da câmera que reproduz o movimento em uma monta-
nha russa.
Cena do filme Estrea´cte
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Entr%27acte_(film)#/media/File:Satie_&_Picabia,_Clair_&_Biorlin_(prologue_de_Relache).jpg
O surrealismo é um movimento das artes que também teve e ainda tem uma confi-
guração expressiva no cinema. Salvador Dali, além de grande pintor, escreveu roteiros de 
filmes surrealistas. Este movimento tem como princípio, o Manifesto Surrealista escrito 
pelo poeta francês André Breton. Neste texto, Breton anunciava uma arte isenta de con-
trole, de preocupações formais, sem controle da razão. A partir disso, o cinema encontra 
um lugar poderoso para discutir o sonho, a irracionalidade, as narrativas que se conden-
sam de natureza não linear. 
Uma das cenas marcantes da história do cinema é a do corte do olho por uma navalhano filme Um Cão Andaluz (1928), do cineasta Luis Bunuel. Este filme desconecta a lógica 
com cenas de imagens desarticuladas. Bunuel terá uma trajetória no cinema com filmes 
em longa-metragens que recuperam traços e características deste movimento, que pauta 
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a dualidade entre o sagrado e o profano, no sentido non-sense e nas desconstruções. Bu-
nuel realiza filmes que criticam as estruturas sociais, como a burguesia, a religiosidade e 
a moral a partir de caracterizações surrealistas.
Caro (a) aluno (a), o surrealismo até hoje está presente no cinema. Muitos filmes são 
produzidos a partir deste movimento. Reflita quantas imagens surrealistas você já viu no 
cinema? Já ouviu falar do cineasta Darren Aronofsky? Em alguns dos seus filmes, como 
Cisne Negra ou Réquiem para um sonho, encontraremos influência do cinema surrealista. 
ISTO ESTÁ NA REDE
Cena do filme Um cão Andaluz
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Um_C%C3%A3o_Andaluz#/media/Ficheiro:Un_chien_andalou.jpg
O construtivismo terá um papel central no desenvolvimento da linguagem do cinema, 
principalmente por contar com um grupo de cineastas que estudaram aspectos teóricos 
da montagem do cinema. Além disso, eles sistematizaram teoricamente uma série de 
recursos. Dziga Vertov (1896 - 1954), Serguei Eisenstein (1898 - 1948) e Lev Kuleshov 
(1899 - 1979) são alguns dos nomes mais conhecidos. 
A grande contribuição destes cineastas foi identificar e valorizar os aspectos formais 
da linguagem do cinema. Mais do que contar histórias, eles enfatizaram estudos sobre os 
recursos técnicos que promovem por meio da câmera, e principalmente, da montagem, 
possibilidades para criar conflitos, representações e debates.
Ao estudar o efeito Kuleshov, caro (a) aluno (a), você vai compreender como a 
montagem cinematográfica produz efeitos de sentido. O experimento é simples, 
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Kuleshov filmou o rosto de um ator e fez uma edição com imagens diferentes. A 
associação feita entre o plano de rosto e a imagem posterior, cria uma representação 
diferente e provoca uma leitura diferente do filme. 
ISTO ESTÁ NA REDE
Caro (a) aluno (a), neste link você poderá assistir a dinâmica do Efeito Kuleshov e como 
se configura a produção de sentido a partir da justaposição de planos. 
link: https://www.youtube.com/watch?v=_gGl3LJ7vHc
Como você viu, a montagem é considerada determinante no processo de criação 
de um filme. Na aula 07 vamos estudar a montagem intelectual de Eisenstein, pois ela 
tem um papel essencial na construção da linguagem do cinema. Portanto, nesta aula 
03 foi possível identificar a consolidação da linguagem audiovisual e verificar alguns 
movimentos estéticos que, de certa forma, apresentam convenções e dinâmicas do 
código audiovisual. Aspectos importantes de se estudar para a criação do repertório 
audiovisual. Na próxima aula discutiremos gêneros, formatos e outros movimentos 
estéticos que simbolizaram os processos evolutivos do cinema. 
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AULA 4
FORMATOS, GÊNEROS E 
MOVIMENTOS ESTÉTICOS
Caro (a) aluno (a), nesta quarta aula vamos dar sequência aos estudos da 
linguagem audiovisual. Agora abordaremos os formatos audiovisuais, os gêneros 
cinematográficos e mais alguns movimentos estéticos que são importantes para 
os estudos do cinema e do audiovisual. Preste atenção! Compreender os formatos 
e os gêneros cinematográficos será determinante para você verificar como eles 
sistematizaram a dinâmica de variadas formas e, atualmente, convergiram com outras 
mídias, sempre com o objetivo de ampliar o seu repertório sobre o assunto. É importante 
destacar que muitas destas configurações são apresentadas, teoricamente, a partir 
dos estudos do cinema, apropriados aqui para pensarmos em uma estrutura maior, 
saltando para os estudos da linguagem audiovisual. 
4.1 O aparato cinematográfico e os formatos audiovisuais 
Quando falamos em formato, estamos diante de algumas categorizações sobre 
os aspectos da forma da linguagem, isto posto, é importante, aluno (a), compreender 
que toda e qualquer linguagem possui aspectos relativos ao conteúdo, que podemos 
entender como o assunto, o tema, sobre o quê o filme está dizendo e os aspectos 
expressivos, ou seja, a forma do fílmico. Nestas primeiras aulas, já mostramos vários 
destes componentes expressivos e vamos continuar ampliando eles. 
Um primeiro ponto a destacar é que o cinema surge como sucessor da fotografia. 
Neste primeiro momento, o dispositivo cinematográfico estava vinculado à película. 
Foi preciso descobrir a fotografia para que os grandes inventores do aparato 
cinematográfico começassem a verificar que projetando essas imagens, que estavam 
impressas em um negativo, a uma velocidade x, daria numa imagem projetada, a 
impressão da realidade, ou seja, a impressão do movimento. Então, os filmes eram 
feitos em rolos de negativo, chamados de película, projetados a uma velocidade de 24 
fotogramas por segundo. Quando você olha para um programa de edição, você não 
verifica um monte de pequenas imagens, pois este é o princípio básico da imagem em 
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movimento.
Imagem de uma película
Fonte: (Domínio público - pesquisa google docs)
O cinema de película foi se ajustando com o decorrer do tempo, ampliando, ficando 
mais retangular, e demonstrando uma série de evoluções pelas quais as próprias 
salas de cinema também passavam. Esta ideia de movimento da imagem por meio 
da relação número de fotogramas opera também a ideia, quanto menos fotogramas 
por segundo, imagem acelerada, quanto mais frames por segundo, imagem lenta. 
O cinema digital como veremos nas aulas seguintes, irá revolucionar o cinema de 
película. Hoje o que verificamos são tratamentos diferenciados, que aos poucos vem 
substituindo o cinema de base analógica. 
ANOTE ISSO
Prezado aluno (a), você percebe que a imagem em movimento evoluiu. Será que o 
cinema com o suporte da película tem espaço diante da inserção do digital? Esta é 
uma reflexão importante para compreender e perceber o impacto do cinema digital 
no processo de produção audiovisual. 
No meio do desenvolvimento dos formatos audiovisuais existiu uma tecnologia 
chamada de vídeo. Como você pode ter percebido, aluno (a), a palavra vídeo tem 
um uso bastante recorrente. Era muito comum, na década de 80 e 90, por meio de 
um aparelho chamado videocassete, as pessoas alugarem filmes, levarem para a 
casa e assistirem. Parece coisa antiga, mas faz parte de uma geração. Foi quando a 
imagem do cinema começou a chegar nas casas, não somente pela televisão. Fora 
isso, as pessoas começaram a comprar câmeras e filmar suas recordações, como 
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casamentos, festas de quinze anos, como recordação. Foi bem rápida a superação 
do vídeo. Ele teve seu auge, mas ficou relegado ao consumo como uma espécie de 
subproduto do cinema. Fora isso, a imagem projetada dos recursos de vídeo não 
ofereciam a profundidade de campo, a plasticidade que a imagem cinematográfica 
oferecia, então os videoartistas que buscaram representações por meio do vídeo 
acabaram encontrando nos museus e galerias de artes, maior repercussão de seus 
projetos. Sobre esta constituição de uma diferenciação da imagem do vídeo para a 
imagem do cinema, Arlindo Machado pontuou:
A primeira diferença básica entre a constituição da imagem fílmica e da 
imagem televisual ou videográfica está no fato de a primeira ser gravada 
em quadro fixo e na sua totalidade de uma só vez, enquanto a segunda é 
“escrita” sequencialmente por meio de linhas de varredura, durante um in-
tervalo de tempo. No filme, a imagem é inscrita em fotograma separados: 
entre um quadro e outro, o obturadorse fecha impedindo a entrada de luz, 
e uma nova porção de película virgem é empurrada para abertura. Esse 
movimento fragmentário, que denuncia a base fotográfica do cinema, é dis-
simulado entretanto por um dispositivo técnico, para que se possa recom-
por a ilusão do movimento. O vídeo, porém, retalha e pulveriza a imagem 
em centenas de milhares de retículas, criando necessariamente uma outra 
topografia que, a olho nu, aparece como uma textura pictórica diferente, 
estilizada e multi-pontuada, como os olhos das moscas (MACHADO, 1988, 
p. 41).
Hoje, o debate sobre esta evolução é acalorado frente à consolidação do cinema 
digital. Com os dispositivos móveis e uma série de câmeras e equipamentos digitais, 
os processos de produção e de formatos estão mudando e já se consolidaram, o que 
repercute em provocações sobre o dispositivo cinematográfico. Muito se discute 
sobre o filme do cinema, a partir desta substituição de formatos. Muitos profissionais 
da área do audiovisual precisaram, inclusive, se aperfeiçoar e se conectar a essas 
novas tecnologias.
Imagem de uma câmera digital
Fonte: (Domínio público - pesquisa google docs)
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Como se vê a linguagem audiovisual que tem, no cinema, vários de seus princípios 
acabou por moldar uma série de configurações de filmes, que são importantes de 
serem compreendidas. Por outro lado, o vídeo também incorporou alguns destes 
procedimentos e criou formas também, o que remonta a uma ideia importante de 
caracterização de aspectos da natureza híbrida da linguagem.
Caro (a) aluno (a), a seguir verifica-se quais são os principais formatos audiovisuais 
para que possamos entender estas caracterizações e verificar a amplitude deste 
debate, lembrando que os mesmos, em várias medidas, se recompõem e se reinventam 
a partir das produções dos cineastas e de linguagens com semelhanças, mas com 
aspectos diferenciadores. 
Formato Caracterizações
Documentário Linguagem audiovisual marcada pela entrevista, compromisso com 
a ética e com a verdade dos fatos. Caráter educativo, reflexivo, peda-
gógico. 
Ficção Seriada Linguagem audiovisual que se molda a partir da exposição de confli-
tos e ações dramáticas em episódios. Pautam assuntos do cotidiano. 
Evidenciadas em novelas, seriados e séries. 
Videoclipe Linguagem audiovisual marcada pelo componente musical. Caráter 
de natureza publicitária, amparada na performance do corpo. Nature-
za coreográfica e articulação som e imagem rítmica. 
Filme de Ficção - Longa 
metragem
Linguagem audiovisual marcada pela exposição narrativa em longo 
espaço temporal. Exposição de conflitos de personagens por meio do 
dispositivo tecnológico do cinema. 
Filme de Ficção - Curta 
metragem
Linguagem audiovisual marcada pela exposição narrativa em curto 
espaço temporal. Geralmente é trabalhando um arco de personagem 
somente. 
Filme Publicitário Linguagem sintética. Geralmente, são filmes curtos, com o objetivo de 
persuadir, apresentar produtos e serviços. 
Animação Linguagem audiovisual, cujas representações são feitas a partir de re-
presentações figurativas, desenhos e grafismos. 
Fonte: elaborado pelo autor
Como você pode notar, aluno (a), são variados tipos de formatos, a própria linguagem 
audiovisual acaba se enlaçando com variadas formas que se misturam diante de uma 
natureza ampla do que podemos chamar de universo fílmico. O que diferencia uma 
novela de uma série da Netflix? O que diferencia um videoclipe de uma web novela? 
O que diferencia um filme de ficção de um filme de documentário? Vamos verificar 
que existem muitas semelhanças em termos de componentes de linguagem, todavia, 
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são elementos formais e estruturais da linguagem que se diferenciam e acabam 
caracterizando os formatos, conforme, resumidamente, na tabela acima apresentada. 
É importante compreender, aluno (a) que este processo de mistura de aspectos 
característicos das linguagens chamamos de hibridização.
4.1 os gêneros cinematográficos e os movimentos estéticos
Caro (a) aluno, certamente você já ouviu falar em gêneros cinematográficos. 
Quando filmes possuem características próprias acaba por se configurar uma 
espécie de categorização de estilos e formas de representações. Este é outro detalhe 
importante para o processo de produção de um filme e também de identificação. É 
comum alguém perguntar: Que tipo de filme você gosta? E você pode responder. Eu 
curto drama, aventura e ficção científica, pois está representado os gêneros. 
Por que estudar os gêneros é importante? Caro (a) aluno (a), você vai verificar 
que produzir um filme, muitos recursos e mesmo ideias para a sua produção 
parte da identificação do gênero, também é uma questão ligada aos componentes 
mercadológicos. Quando você escolhe um filme para assistir em alguma plataforma 
de streaming, por exemplo, pode perceber que a disposição dos filmes estão sendo 
ofertadas por meio de gêneros. 
 
Fonte: elaborado pelo autor
 
São vários os tipos de gêneros, mas vamos falar sobre quatro deles para dialogar 
um pouco com o assunto:
 melodrama - filmes onde é bem marcada a estrutura do roteiro, apresentação 
Faroeste
Ficção 
Científica
Gêneros
Melodrama
Terror
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de conflitos, o bem sempre vence. A jornada do herói será bem delimitada, com o mocinho 
ou a mocinha tendo que enfrentar o vilão. Os personagens são marcadamente sentimen-
tais. Os melodramas se aproximam dos aspectos narrativos dos folhetins e das novelas, 
com um apelo para o sentimentalismo. Atualmente, verificamos que o melodrama, en-
quanto gênero, se infiltra em vários conteúdos dos audiovisuais, desde o telejornalismo, 
ao cinema, documentários e reportagens. 
 terror - filmes obscuros, influenciados pela vanguarda do expressionismo ale-
mão. Estabelecem roteiros cujas marcas criam representações do absurdo, do irracional 
e dos transtornos. Há sempre uma figura de vilão. Imagens escuras, cenários irregulares 
e caóticos. 
 faroeste - gênero lendário do cinema americano. Geralmente, o cenário são as 
pequenas comunidades, onde a leis e princípios são desrespeitados. No filme de faroeste 
há sempre um senso de justiça pelas próprias mãos. É comum a figura do bandido, do 
xerife, da mocinha e mocinho com aspectos que remontam a tradição do melodrama 
também. As paisagens desérticas e áridas compõem os cenários exuberantes do gênero.
 ficção científica - filmes pautados em representações do futuro. Atualmente, 
os filmes de ficção científica apresentam cenários distópicos, impregnados de tecnolo-
gias, onde o humano irá conviver com a máquina, ou mesmo será substituído por ela. 
Os filmes de ficção científica projetam uma dimensão do futuro, mas sempre traduzem 
questões e abordagens dessa convivência do humano com os aspectos de uma possível 
realidade.
ANOTE ISSO
Caro (a) aluno (a), assistir filmes é muito importante 
como atividades para ampliar o repertório com 
relação ao universo das imagens audiovisuais. O 
gênero de ficção científica tem despertado filmes e 
séries muito impactantes. Procure assistir e dialogar 
com seus colegas sobre o filme Aniquilação (imagem 
do cartaz), a série Black Mirror, o Conto de Aia. 
Na aula 02 falamos um pouco sobre algumas van-
guardas do início do cinema. As vanguardas não dei-
xam de ser classificadas como movimentos estéticos, 
todavia elas estiveram presas a uma concepção mais 
Cartaz do filme Aniquilação 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/
Aniquila%C3%A7%C3%A3o_(filme)#/media/
Ficheiro:Annihilation.jpg
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ampla, pois também repercutiram em outras artes. 
O cinema, em seu desenvolvimento, fez nascer uma série de movimentos estéticos 
que estavam presos a sua própria estrutura e não se espraiam em outrasáreas, com 
particularidades. 
Mostramos alguns destes movimentos e suas principais características. 
Movimento Estético Características Principais 
Neorealismo Italiano Filmes pós-Segunda Guerra Mundial. Estilo semi-documental. Uso de 
locações e atores amadores. Histórias sobre o cotidiano da reconstru-
ção da sociedade italiana após a Guerra, com temas sociais.
Cinema Experimental Filmes com ausência de narrativa. Imagens sem sincronia, com ruí-
dos, deformações nas imagens ou anamorfoses. Edição rítmica. Poe-
mas visuais com aspectos subjetivos. Redefinição de conceitos pos-
tulados pelo cinema narrativo. 
Cinema Noir Filmes com aspectos criminosos. Fotografia preto e branco. Angu-
lação diferenciada sem marcações retas. Apresentam aspectos da 
decadência humana. Geralmente, os filmes são narrados em primeira 
pessoa (off). As femmes-fatales caracterizam os filmes, mulheres ir-
resistíveis, amorais e sedutoras com ar de mistério. Elas se infiltram 
no universo do crime, seduzindo os homens. Geralmente, os protago-
nistas são os detetives que tem uma missão para ser revelada. 
Dogma 95 Estética do cinema contemporâneo. Seguidores de uma cartilha com 
10 regras, os filmes do Dogma 95, retiravam dos filmes os artifícios. 
A câmera só poderia estar na mão do cinegrafista. Som somente am-
biente. Filme somente colorido. Eles buscavam um retorno ao cinema 
primitivo e mais puro. 
Fonte: elaborado pelo autor
 Caro (a) aluno (a), como você percebeu nesta aula, tivemos bastante conteúdo. É 
relevante que você pesquise, interaja com os conceitos de formatos, gêneros e mo-
vimentos estéticos, e você vai perceber que a medida que for se envolvendo com o 
universo do cinema e das formas audiovisuais, este repertório amadurecendo, pois 
nestes cento e vinte anos de história do cinema e do audiovisual são inesgotáveis as 
formas e representações. 
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AULA 5
O CINEMA CONTEMPORÂNEO 
E AS NOVAS FORMAS 
DO AUDIOVISUAL
Olá aluno (a), continuamos nossa jornada pelo universo do cinema e das linguagens 
audiovisuais. Você percebeu nas aulas anteriores que foi apresentado uma série de con-
textualizações sobre a evolução da audiovisualidade frente ao cinema e o seu processo de 
desenvolvimento não somente científico, mas também histórico, estético e social. 
Nesta aula 05 aborda-se o tema do cinema contemporâneo, o que está em pauta 
atualmente, o debate mais aprofundado sobre o fim do cinema e uma apresentação 
sobre as novas formas do audiovisual, principalmente quando temos hoje o grande 
avanço das plataformas de streaming. Isto posto, vamos olhar para o presente, fazen-
do uma contraposição com aspectos relevantes que já estudamos. 
Quando falamos em contemporâneo, o que vem imediatamente ao nosso imaginá-
rio? O momento atual, aquilo que está ocorrendo no agora. Então, deste modo, vamos 
pensar sobre o cinema contemporâneo e seus desafios. Nosso primeiro olhar para 
este conceito se dará a partir da ideia de nacionalismo, ou seja, os filmes que são pro-
duzidos em várias partes do mundo. Este olhar para as formas de representação do 
cinema por meio da cultura será um ponto importante para pensarmos sobre como 
determinadas nações representam esteticamente seus filmes e como se utilizam de 
estratégias para chegarem em outros países.
ANOTE ISSO
 
Prezado aluno (a), a obra Cinema mundial Contemporâneo, organizada por 
Mauro Baptista e Fernando Mascarello, apresenta um painel sobre o cinema 
contemporâneo em variadas nacionalidades. Consulte a biblioteca virtual para 
apreciar as discussões que são tratadas neste livro. 
 
Podemos destacar, por exemplo, na cinematografia europeia alguns países com 
tradição no cinema, como a Itália e a França, já que várias correntes e vanguardas 
surgiram nestes países. A língua é um fator determinante e caracterizador dos fil-
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mes. Verificar os filmes pelas características 
deste espaço nacional é identificar uma série 
de registros culturais. Alguns cineastas so-
bressaem e são identificados como nomes 
fortes dentro de cinematográficas, por exem-
plo, Pedro Almodóvar no cinema espanhol; 
ou Lars Von Trier, no cinema dinamarquês. 
É muito comum na europa, coproduções en-
tre os países. E vamos encontrar filmes e re-
presentações em todas as nações. A Europa 
tem festivais de cinema muito importantes 
como o de Cannes, o de Veneza e o de Berlin 
que premiam as grandes e inovadoras pro-
duções, tanto do cinema europeu, quanto do 
cinema mundial. 
Na Ásia, o Japão se destacou, por muito tempo, com obras inovadoras. O jeito de 
filmar dos orientais pautados em câmeras baixas, ângulos inusitados, assuntos e te-
máticas impactantes foram construídos por cineastas, como Yazujiro Ozu e Akira Ku-
rosawa. Para nós, ocidentais, compreender um filme oriental, às vezes, é complexo, 
pois o contexto cultural organiza uma série de representações que nos causam certo 
desconforto ou mesmo estranhamento. Na década de 80 e 90, o cinema da China, de 
Taiwan e Hong Kong começaram a despontar, vários filmes ganharam prêmios em 
festivais internacionais. Destaque para a obra do cineasta Wong Kar Way que ganhou 
sucesso internacional com filmes como Amores Expressos, Happy Together, entre 
outros, promovendo um cinema estético e sensorial. Atualmente, a Coreia do Sul vem 
se destacando no ramo da indústria do cinema. Com políticas de apoio ao cinema, fil-
mes coreanos vêm sendo premiados e inovando em linguagens com temas de caráter 
universal. Recentemente, o filme Parasita ganhou o Oscar de melhor filme, sendo o 
primeiro filme de não língua inglesa a ganhar o maior prêmio da premiação. 
Atualmente, algumas cinematografias estão ganhando espaço, como cinema afri-
cano, o cinema libanês, o iraniano. Geralmente, são cinematografias que apontam 
para temáticas sociais, pautadas no centro da realidade. Questões da diáspora afri-
cana, os conflitos religiosos, as questões dos refugiados são revelados nesses filmes. 
Premiação do cineasta espanhol Pedro Almodóvar
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Almod%C3%B3var#/
media/Ficheiro:Premios_Goya_2019_-_Pedro_Almodovar.jpg
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Cartaz do filme senegalês Atlantique. 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Atlantique_(filme)#/media/Ficheiro:Atlantique_(filme).jpg
O cinema americano sempre tem atuação marcante, comercialmente integra um sis-
tema industrial de produção de filmes que opera em estratégias multinacionais. Países 
como a Índia e a Nigéria são grandes produtores de filmes também, mas diferentemente 
possuem um sistema mercadológico de divulgação de filmes para o público interno. 
O cinema contemporâneo brasileiro sempre teve desafios. Desde a retomada do cine-
ma brasileiro, depois do fechamento da Embrafilme, o cinema brasileiro teve uma série de 
reconhecimentos, como o filme Central do Brasil. Um filme que se tornou uma referência 
para o cinema brasileiro enquanto um produto transcultural, assim como Cidade de Deus. 
Atualmente, filmes como Bacurau e a Vida Invisível receberam premiações no Festival de 
Cannes, demarcando um espaço para o cinema brasileiro internacionalmente. 
 
ISTO ESTÁ NA REDE
O filme Central do Brasil é um marco na recente história do cinema brasileiro. 
Este filme ganhou vários prêmios em festivais internacionais, com a indicação ao 
Oscar de filme estrangeiro de atriz para Fernanda Montenegro. Caro (a) aluno (a), é 
importante verificar a construção deste filme, principalmente os aspectos estéticos, 
a referência ao Brasil e como o diretor cria as imagens do sertão e do ambiente 
urbano. Verifique também como é construído o arco de personagem de Dora, a 
protagonista do filme. 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=dKAXvToypDE
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Portanto, a partir desteviés, o cinema contemporâneo se pauta. Reconhecer ca-
racterizações do contemporâneo é precioso exercício. Caro (a) aluno (a), verifique os 
filmes, olhem suas características - esse olhar pelo viés da cultura vai trazer para você 
uma série de novos repertórios. 
 Outro aspecto importante sobre o cinema contemporâneo se dá pela própria 
evolução da linguagem. Como discutimos na aula 04, o cinema está deixando de ser 
analógico para ser digital. O cinema digital veio estruturar uma série de mudanças nas 
possibilidades da produção de filmes - são novas possibilidades, novas formas de se 
produzir, novos tipos de equipamentos e sistemas. É uma grande revolução, por outro 
lado, a base que é o fílmico, continua sendo a mesma.
 Vemos que a imagem digital e as formas digitais no contemporâneo estão de 
fato mudando o cinema. Andre Gaudreamont e Philipe Marion (2016, p. 24) dizem: 
 
Assim, o estudo da genealogia e da arqueologia do cinema nos 
parece essencial para a compreensão dos meios de comunicação 
contemporâneos. O cinema não é mesmo o campo por excelência 
da imagem móvel? Não é mesmo, de certa forma o modelo das 
hipermídias e da cultura midiática contemporânea? O que não 
impede que sua identidade seja abalada, por causa, especialmente, 
de inovações tecnológicas que afetam modalidades culturais que 
regem seus usos. No mínimo, a ordem do dia, em matéria de cinema, 
é claramente dominada pela grande mutação digital, pois faz alguns 
anos que o cinema já não é, de forma alguma, o que costumava ser! 
(GAUDREAMONT; MARION, 2016, p .24). 
Outro aspecto importante é que os processos digitais permitiram uma convergên-
cia maior do cinema com outras mídias. Este é um aspecto muito importante do mo-
mento presente: a convergência. Henry Jenkins, em seu livro Cultura da Convergência 
(2008) sinaliza como na atualidade as mídias estão se hibridizando e os conteúdos e 
aspectos da linguagem se misturam o tempo todo nessas novas configurações.
Encontramos imagens audiovisuais na internet, nos dispositivos móveis. Então 
essa forma cinema que, antigamente, ficava muito endereçada para televisão ago-
ra ela está em vários ambientes da internet. Então verificamos que a linguagem se 
conecta e se inter-relaciona. Jenkins chama de narrativa transmidiática, o atravessa-
mento dos conteúdos entra dentro de uma programa de televisão e pode também ser 
estruturado em um programa na internet. Neste sentido, não somente a convergência 
atua em aspectos da forma da linguagem, mas está imbricada nos conteúdos que 
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atravessam as mídias. 
Caro (a) aluno (a), este processo de hibridização e de convergência das imagens 
audiovisuais é muito recorrente na atualidade. Um primeiro filme que possibilitou uma 
série de discussões sobre este assunto foi Corra Lola, Corra. Este filme é híbrido por 
natureza, pois você encontra várias formas de apresentação da narrativa em vários 
formatos, que se misturam o tempo todo, em uma dinâmica de videoclipe, filme e 
animação. 
ANOTE ISSO
Prezado (a) aluno (a), você já ouviu falar sobre estes nomes: Michel Gondry, 
Spike Jonze e Darren Aronofsky. Várias questões que arquitetamos sobre este 
desenvolvimento da convergência da linguagem audiovisual, principalmente pela 
junção dos aspectos tecnológicos do desenvolvimento do digital são pontuados por 
estes cineastas em seus filmes. Pesquisem sobre eles, procurem seus filmes e você 
vai verificar como a obra deles são importantes marcos do nosso tempo presente. 
Atualmente, as novas formas do audiovisual ganham destaque. Você percebeu, alu-
no (a), que estamos operando uma grande arqueologia das mídias. Este termo está 
bastante em voga atualmente nos estudos da comunicação audiovisual, pois perce-
be-se uma intensa evolução e mudanças do que o cinema foi e de como hoje são as 
imagens em movimento. Já percebemos que o cinema como arqueologia das mídias 
passa por uma grande revolução, pois estamos caminhando para a exclusão do cine-
ma de película para o cinema digital. A internet e a convergência das mídias é outro 
ponto a ser destacado. E agora, com o avanço do streaming, a forma como se ofertam 
os filmes passam por outras lógicas. 
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AULA 6
OS FUNDAMENTOS DA 
LINGUAGEM AUDIOVISUAL: 
OS ASPECTOS VISUAIS 
DA IMAGEM AUDIOVISUAL
Olá aluno (a), depois da contextualização que pautaram nossas primeiras aulas 
sobre o desenvolvimento da linguagem do cinema. Agora, vamos iniciar sobre abor-
dagens de natureza mais técnica. Esta aula é muito importante, pois serão apresenta-
dos os princípios básicos que compõem a estrutura dos aspectos visuais da imagem 
audiovisual. Esses termos serão importantes para que você os compreenda e identi-
fique nos filmes, pois você passará a dialogar com eles no desenvolvimento das suas 
produções.
Primeiramente, é importante entender que estas configurações são teóricas e es-
tão condicionadas à visualidade e, principalmente, ao olhar e lugar da câmera frente 
ao objeto, personagens, pessoas ou cenários e paisagens que serão filmados. São 
três os componentes que iremos estudar:
 os enquadramentos;
 os movimentos de câmera;
 os ângulos de câmera. 
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Veja a imagem abaixo: 
Caro aluno (a), o que você pode destacar desta ima-
gem? 
Percebe-se o apelo visual, as cores, as tonalidades, a 
textura da imagem. Verifica-se uma cena, um espaço. 
No entanto, esta composição está enquadrada, existe 
uma série de elementos visíveis e outros extra-enqua-
dramento que acabam se prolongando para o nosso 
imaginário. Então, o enquadramento é notadamente 
importante no processo de construção da imagem au-
diovisual. Temos algumas nomenclaturas que são im-
portantes de conhecer, pois é recorrente os termos no 
uso da produção audiovisual. Importante destacar que 
as denominações são feitas a partir da figura humana 
retratada.
Tipos de Enquadramento 
ou Planos
Características 
Plano Geral Personagem enquadrado de corpo inteiro, ao fundo 
vemos uma grande paisagem ou um cenário. É um 
plano bem aberto. Geralmente utilizado em filmes 
que querem mostrar a direção de arte, os cenários e 
os figurinos.
Plano Conjunto ou Inteiro Personagem enquadrado de corpo inteiro, dos pés a 
cabeça. 
Plano Americano Personagem enquadrado na base dos joelhos até a 
cabeça. 
Plano Médio Personagem enquadrado na cintura até a cabeça. 
Primeiro Plano Personagem enquadrado da região peitoral até a ca-
beça. 
Close Enquadrado somente rosto do personagem
Super close Enquadrado algum detalhe do rosto do personagem, 
como por exemplo, um olho. 
Plano Detalhe Enquadramento de um detalhe do corpo, pode ser a 
mão, por exemplo. É utilizado também para estabele-
cer relações de enquadramento para objetos cênicos. 
Fonte: elaborado pelo autor
Exemplo de Enquadramento
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/
foto/mulher-segurando-tulipas-cor-de-
rosa-1386604/
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ANOTE ISSO
 
Caro (a) aluno (a), os tipos de enquadramento apresentados fazem parte do suporte 
teórico dos princípios básicos da linguagem do cinema. Todavia, eles não dão 
conta da infinidade de possibilidades que um diretor pode fazer ao manipular uma 
câmera. Se você tiver uma ideia de enquadramento, mas não conseguir expressar 
por meio desta tipologia, não se preocupe. Num roteiro ou num processo de 
produção audiovisual, procure definir bem como quer o enquadramento, às vezes, 
desenhando e rascunhando a imagem, poderá ajudar neste procedimento. 
A escolha do tipo de enquadramento geralmente no processo de produção audiovi-
sual é realizada pelo diretor do filme, que faz a decupagem do roteiro escrito em cenas 
e realiza o roteiro técnico prévio ao processo da filmagem. Importante destacar que 
esta escolha é carregada de aspectosideológicos e de produção de sentido. O diretor 
deve pensar atentamente como criar os planos para criar efeitos de sentido. Filmes 
que são mais contemplativos, possivelmente terão em sua base de decupagem, pla-
nos mais abertos. Filmes com aspectos mais rítmicos terão planos mais fechados.
Caro (a) aluno (a), veja as quatro imagens a seguir. Você é capaz de identificar qual 
o tipo de enquadramento? 
Imagem 01
Exemplo de Enquadramento
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/procurar/homem%20triste/
https://www.pexels.com/pt-br/procurar/homem%2520triste/
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 Imagem 02
Exemplo de Enquadramento
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-retrato-de-mulher-718978/
Imagem 03
Exemplo de Enquadramento
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-retrato-de-mulher-718978/
Imagem 04
Exemplo de Enquadramento
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-usando-hijab-206388/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-retrato-de-mulher-718978/
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Este exercício é muito importante. Aqui estamos verificando pela dinâmica da imagem 
fixa, mas comece nos enquadramento de filmes e note como se estabelecem estas no-
meações. Seguindo a nossa base teórica, percebe-se que a Imagem 01 trata-se de um pla-
no conjunto, pois o personagem está enquadrado dos pés a cabeça, olha como a moldura 
da tela compõe todo um conjunto de visualidades a partir deste aspecto do corpo, neste 
sentido temos um prolongamento do espaço lateral pelo banco e também uma profundi-
dade de campo em desfoque. A imagem 02 já apresenta um primeiro plano, geralmente o 
primeiro plano é utilizado em programas de telejornais. O elemento caracterizador deste 
plano é a região peitoral até a cabeça. Na imagem 03, temos como caracterizador o as-
pecto da amplitude do cenário e o personagem está enquadrado rodeado da paisagem. 
Trata-se do plano geral. Totalmente oposto a este plano, a imagem 04 já apresenta um 
plano mais fechado, neste caso o super close, pois trata-se de um detalhe do rosto. 
Outro aspecto da linguagem audiovisual importante de se estudar são os movimentos 
de câmera, pois veja, prezado (a) aluno (a), estudamos que o cinema começa inicialmente 
com a câmera parada. Todavia, percebe-se que o movimento da câmera permite também 
uma composição de imagem. 
Tipos de Movimento 
de Câmera
Características 
Panorâmica Movimento lateral da câmera presa ao seu eixo. 
Tilt Movimento de cima para baixo da câmera sem deslocamento 
da câmera. 
Travelling Movimento da câmera sobre um trilho, acompanhando o mo-
vimento de um personagem. Temos o travelling lateral e tam-
bém o vertical. 
Steadicam Movimento de acompanhamento do personagem por meio de 
um suporte (steadicam) que permite que a câmera seja aco-
plada ao corpo do cinegrafista. 
Zoom Movimento interno das câmeras de vídeo e digitais que per-
mite fazer um movimento de planos mais abertos para mais 
fechados e vice-versa. Zoom in é quando você sai de um plano 
mais aberto, por exemplo, de um plano geral para um close. 
Zoom out, quando você sai de um plano mais fechado para um 
mais aberto, tipo de plano conjunto para um plano aberto. 
Grua Movimento que acompanha a cena em espécies de voos ra-
santes. A câmera é acoplada em um aparelho tipo guindaste 
que permite a movimentação para várias dimensões 
Fonte: elaborado pelo autor
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Como você pode ver aluno (a), o movimento de câmera também é uma composi-
ção e marca da visualidade da imagem e combinação com os aspectos e dinâmicas 
do enquadramento. Utilizar um movimento de câmera é uma escolha também, assim 
como o diretor pode optar por deixar a câmera totalmente estática, presa a um tripé 
ou mesmo nos ombros do cinegrafista.
Outro aspecto importante são os ângulos da câmera. Comece a perceber que exis-
tem alguns motivos para inclinações que produzem sentido. Basta observar os filmes 
para perceber como é recorrente este uso. Os tipos de ângulos são os seguintes: 
🔻 ângulo normal;
🔻 ângulo alto ou plongê;
🔻 ângulo baixo ou contra-plongê;
🔻 ângulo zenital.
O ângulo normal obedece uma normativa elementar ao aspectos da altura do olhar 
do cinegrafista. Por sua vez, o ângulo alto ou plongèe filma o objeto ou pessoa de 
cima para baixo; o ângulo baixo ou contra-plongê filma o objeto ou pessoa de baixo 
para cima; e o plano zenital filma numa proporção de 90 graus, de cima para baixo 
totalmente (imagine uma cena onde parece que a câmera está filmando sobre o teto 
ou mesmo sobre o céu). Importante destacar que a utilização dos ângulos produzem 
sentidos bem marcantes e muito importantes de entender, principalmente quando se 
trata de ângulo alto e ângulo baixo: 
Efeito da 
Submissão
Efeito da 
valorização
Ângulo Baixo ou 
contra- plongê
Ângulo Alto
ou plongê
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ANOTE ISSO
 
Caro (a) aluno (a), a utilização de ângulos de câmera tem um papel essencial na 
produção de filmes e, principalmente, na produção de filmes. A lógica é a seguinte: 
se você quer diminuir o impacto, mostrando que o personagem ou objeto é 
inferiorizado, utilize o recurso do plongê, por outro lado, se você quer mostrar poder 
ou valorização do objeto ou personagem filmado, utilize o recurso contra-plongê. 
Para complementar esta aula, recomenda-se a leitura do capítulo 3, do livro Criação 
de Curta-Metragem em Vídeo Digital, disponível na biblioteca virtual. 
Para finalizar esta aula é importante destacar que, além de todos estes componen-
tes estudados, o enquadramento pode assumir o olhar do personagem. Imagine uma 
cena onde vamos ver as imagens de uma paisagem como se fosse o olhar de alguém 
que está dirigindo o carro. A linguagem tem um termo para este recurso, denominado 
de subjetiva. 
Exemplo de Subjetiva
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/pessoa-segurando-a-lente-da-camera-no-meio-da-rua-sob-o-ceu-azul-861233/
Portanto, aluno (a), fechamos mais esta aula, onde foram apresentados os prin-
cípios fundamentais da linguagem audiovisual. É importante estudar todos eles que 
você possa reconhecer nos filmes e, também, utilizar no processo de produção audio-
visual dos próprios materiais. Na próxima aula, vamos estudar como estes elementos 
são articulados aos princípios da montagem e da incorporação do som. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/pessoa-segurando-a-lente-da-camera-no-meio-da-rua-sob-o-ceu-azul-861233/
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AULA 7
OS FUNDAMENTOS DA 
LINGUAGEM AUDIOVISUAL:
A MONTAGEM E A NATUREZA 
DIEGÉTICA DO SOM
Caro (a) aluno (a), nesta aula vamos apresentar mais componentes da linguagem 
audiovisual, a partir dos estudos do cinema. Na última aula, foram discutidos os ele-
mentos que compõem a visualidade da imagem audiovisual, a partir do entendimento 
da noção de enquadramento, dos movimentos de câmera e dos ângulos. Elementos 
que são muito importantes de serem compreendidos.
Então, agora vamos deslocar nossa atenção para dois outros componentes: a mon-
tagem e seus princípios e o som. Este tem caracterizações que são essenciais, pois o 
cinema e os audiovisuais são imagens e sons juntos, apesar de muitas vezes parecer 
que a imagem tem um componente de maior destaque. Vamos verificar nesta aula 
que o som deve ser entendido como um componente também da imagem, colocan-
do-o no mesmo espaço e importância. 
Primeiramente, vamos estudar a montagem e seus princípios. Muitos teóricos afir-
mam que o componente mais importante da linguagem do cinema e do audiovisual é 
a montagem ou edição. Vocês imaginam como era o processo de montagem de um 
filme numa estrutura analógica? Com rolos de negativos, que eram grudados com 
durex e colados artesanalmente.
Atualmente com os recursos do cinema digital,

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