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RESUMO 5p - POLÍTICAS SOCIAIS

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AULA 1 – A ORIGEM DAS POLÍTICAS SOCIAIS
· O QUE É POLÍTICA? Define-se como política a ciência de governar um povo, formando em Estado. Em um Estado democrático, essa governabilidade é exercida pelo poder público, por meio de representantes dirigidos ao poder, de forma direta ou indireta – mas com a participação do povo. “As nossas cidades são uma malha política. A água que bebemos, a segurança de nossas ruas, a dignidade de nossos pobres, a saúde de nossos velhos, a educação de nossos jovens e a esperança para nossos grupos minoritários tudo está em estreita ligação com as decisões políticas tomadas na Prefeitura, na Capital do Estado ou no Distrito Federal”. Então a política é a ciência da boa governança de um povo, envolve resolução de conflitos, tomada de decisões e exercício do poder. A política está ligada a convivência.
· O QUE É POLÍTICA SOCIAL? Compreender política social não é uma tarefa fácil, pois é um processo complexo e multi-determinado, ou seja, é vista de várias formas. São vistas como mecanismos de manutenção da força de trabalho em alguns momentos, em outros, como conquistas dos trabalhadores, ou como doação das elites dominantes e, ainda, como instrumento de garantia do aumento da riqueza ou dos direitos do cidadão. O ponto central é que as políticas sociais não são decorrência natural do Estado burguês, mas decorrem da capacidade de mobilização e organização da classe operária e do conjunto dos trabalhadores, a que, por vezes, o Estado responde com antecipações estratégicas. A Política Social é um produto histórico vinculado ao sistema capitalista, mediadora das necessidades de sobrevivência de um povo.
a) “Linha de ação coletiva que concretiza direitos sociais declarados e garantidos em lei (ECA, Constituição). O direito que as fundamenta é um direito coletivo e não individual. São de competência do Estado, como respostas às demandas da sociedade” (POTYARA PEREIRA)
b) “Expressão das relações e reproduções sociais no capitalismo, e como resposta dos trabalhadores. É um resultado também da luta de classes” (BEHRING)
c) “É o processo e resultado das relações complexas que se estabelecem entre Estado e sociedade civil, no âmbito dos conflitos e luta de classe que envolve o processo de produção e reprodução do capitalismo” (BEHRINE / BOSCHET)
d) “Política Social tem se apresentado como uma política fundamental para o ‘bem estar dos cidadãos’, além de se constituir em objeto de reivindicação dos mais diferentes movimentos sociais e sindicais” (MACHADO).
e) “É uma política própria das sociedades capitalistas contemporâneas, de ação e controle sobre as necessidades não satisfeitas pelo modo capitalista de produção”. 
f) “É uma política de mediação entre a valorização e acumulação do capital e as necessidades de manutenção da força de trabalho disponível para o mesmo”.
 
g) “A política social é uma gestão estatal da força de trabalho e do preço da força de trabalho”.
OBS: Política Pública é diferente de Política Social. A Política Social é um componetente das Políticas Públicas que é algo muito maior, nem toda Política Pública é social. POLÍTICAS PÚBLICAS são a forma como o governo traduz as necessidades e prioridades que os eleitores escolheram por meio de seus votos em ações práticas.
· SURGIMENTO DAS POLÍTICAS SOCIAIS – Não é possível datar e elencar, precisamente, quais foram as primeiras iniciativas consideradas como política social, contudo é possível afirmar que tais iniciativas surgiram com os movimentos de ascensão do capitalismo (Revolução Industrial), com as lutas de classe e a necessidade da intervenção do Estado. Sua origem é comumente relacionada aos movimentos de massa e ao estabelecimento dos Estados-nação na Europa Ocidental no final do século XIX, mas sua generalização está na passagem do CAPITALISMO CONCORRENCIAL para o MONOPOLISTA, em especial na sua fase tardia, após a 2ª Guerra Mundial (pós 1945). Em síntese, as políticas sociais tem relação com o surgimento do capitalismo, com a revolução industrial e o novo modelo de produção que inaugurou, com a exploração dos trabalhadores, com a luta de classes e a necessidade de intervenção do Estado frente as demandas.
O capitalismo, sistema econômico e social, fundamentado na acumulação de capital, foi se fortalecendo com o passar dos anos. Novos métodos de produção e também de urbanização foram se incorporando, a fim de atingir o objetivo principal: o LUCRO. Considerando tal evolução ao longo da história, podemos identificar fases ou etapas, assim denominadas:
1º) CAPITALISMO COMERCIAL – Período marcado pelas grandes navegações (França, Inglaterra, Espanha) procurando matéria prima em países colonizados. Havia muita troca comercial, essa fase foi chamada de mercantilismo. 
2º) CAPITALISMO INDUSTRIAL OU CONCORRENCIAL – Marcado pela revolução industrial, pelo liberalimo, pelo fordismo e pelo lucro exacerbado. 
3º) CAPITALISMO FINANCEIRO OU MONOPOLISTA – O capitalismo financeiro ou monopolista é uma fase marcada pela descoberta da eletricidade e do petróleo, por exemplo. Trata-se de um período da chamada segunda Revolução Industrial, uma segunda onda de inovações tecnológicas que foram surgindo. Trata-se de uma fase que “recoloca, em patamar mais alto, o sistema totalizante de contradições que conferem à ordem burguesa os seus traços basilares de exploração, alienações e transitoriedade histórica”. 
4º) CAPITALISMO FINANCEIRO INFORMACIONAL – É o mais atual, a industrialização se espalhou para outros países, tivemos inovações tecnológicas e etc. 
· A PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL – PROTEÇÃO SOCIAL é a ação coletiva de proteger indivíduos contra os riscos inerentes da vida humana. A proteção social deve acontecer dentro da política de ação social por meio de programas e projetos. O sistema de proteção social no Brasil foi constituído a partir de elementos históricos característicos do desenvolvimento capitalista no país. O país não foi berço da Revolução Industrial e as relações capitalistas foram se desenvolvendo de forma distinta dos países capitalistas centrais.
a) No Brasil de 1500 vieram com os colonizadores parte da pobreza européia, os degredados (com pena a cumprir) e os aventureiros. A IRMANDADE DA MISERICÓRDIA foi a primeira instituição de assistência baseada no modelo da Esmola. Essa instituição criou a “RODA DOS EXPOSTOS”, local onde as crianças eram abandonadas, posteriormente recolhidas, registradas e cuidadas pelas amas, que eram pagas para tanto.
b) MUDANÇAS NO FINAL DO SÉC. XIX. A partir do final do século XIX, o Brasil passa por uma transformação significativa na economia, devido à emergência do modo de produção de mercadorias. Como conseqüência, as cidades crescem, passam por uma forte urbanização, principalmente a cidade de São Paulo, que concentra uma grande parte da lavoura cafeeira. O fortalecimento da indústria determinou o desenvolvimento da vida urbana onde surgiram novas forças sociais e políticas como: A burguesia industrial, as classes médias urbanas, e a classe operária. A pobreza aumentava, sobretudo de forma regionalizada.
c) QUESTÃO SOCIAL NO INÍCIO DO SÉC. XX. Os escravos libertos e outras pessoas que só tinham suas mãos para trabalhar ficavam a mercê de sua própria sorte. Não havia políticas sociais... Tratada como caso de polícia, havia violência na repressão das manifestações e um total desinteresse com os fatos sociais.
d) ORGANIZAÇÃO DOS OPERÁRIOS. As primeiras indústrias surgiram no final do século XIX e foram crescendo, em 1900, o Brasil possuía em torno de 55 mil operários, uma classe composta, em sua maioria, cerca de 90%, por imigrantes europeus. Houve então uma participação dos movimentos operários nos avanços sociais. As mobilizações por meio de sindicatos buscavam melhores salários, redução da jornada de trabalho, descanso semanal, regulação do trabalho feminino e infantil, enfim, já haviam lutas para garantir os direitos desses trabalhadores.
e) 1911 – 1917: regulamenta-se a situação sanitária das empresas e o trabalho de mulheres e crianças.
1923: LEI ELOY CHAVES– 1ª lei de previdência social, uma caixa de aposentadoria e pensão para ferroviários. O financiamento era por conta dos empregadores e trabalhadores, o Estado não participava. Depois, com Vargas, o Estado passa a assumir essa gestão e expandir o plano para todos os trabalhadores.
1925 – Lei de férias, código de menores e outros
Na área da assistência, intensificam-se as ações da igreja. Só a partir da década de 1930 se instaura a proteção social por meio de políticas públicas.
f) ECONOMIA NO INÍCIO DO SÉC. XX – A economia brasileira pautava-se na agricultura cafeeira (estímulo à migração de braços para a lavoura do café). Política de valorização do café beneficiava os produtores, comerciantes e endividava o país. O país estava em pleno processo de urbanização e insatisfação dos pequenos comerciantes operários e classes médias urbanas com a situação de protecionismo a oligarquia cafeeira.
g) CRISE DE 1929 – Crise da Bolsa de Nova Iorque no Brasil repercutiu na queda dos preços do café gerando grande desemprego. Este período é marcado por extrema miséria no campo, crescimento do proletariado, influência de anarquistas, imigrantes e crescimento das classes médias urbanas: militares, pequenos industriais e comerciantes. Na busca por uma saída, colocam-se dois grupos com posições diferenciadas: 
· O primeiro deles, conservadores, propunha o enfrentamento da “questão social” como caso de polícia.
· O segundo grupo, mais progressista, apontava a necessidade de alterações no sistema econômico e de governo como condição para conter uma revolução popular.
Enquanto o Welfare State (Estado de Bem Estar Social) era estruturado em outros países, como no caso dos europeus, no Brasil o investimento estava direcionado ao desenvolvimento econômico, com aportes aos meios de transporte, indústrias, geração de energia, comunicações, dentre outros. As políticas sociais estavam alocadas em um segundo plano. O sistema de proteção social implantado no Brasil foi crescendo com as marcas da hegemonia de um modelo de desenvolvimento conservador, presente na trajetória brasileira.
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AULA 2 - A ORIGEM DAS POLÍTICAS SOCIAIS NO BRASIL
· EM 1923 - LEI ELOY CHAVES – A Lei Eloy Chaves é a base da previdência social brasileira:
Criou a CAIXA DE APOSENTADORIAS E PENSÕES, (CAPs) para os empregados das empresas ferroviárias;
A gestão cabia a um colegiado composto de empregados e empregadores, a participação do Estado era mínima;
As CAPs expandiram-se para outras categorias determinadas pela capacidade de mobilização e reivindicação dos trabalhadores por melhores condições de trabalho.
Mais tarde, com Vargas, o Estado cria o INSTITUTO DE APOSENTARIAS E PENSÕES (IAP) e passa a assumir essa gestão e expandir o plano para todos os trabalhadores.
· EM 1929 - CRISE DA POLÍTICA CAFÉ COM LEITE – Em 1929, lideranças de São Paulo romperam a aliança com os mineiros. Essa aliança era chamada de política café com leite por conta das oligarquias com produção de café em São Paulo e leite em Minas Gerais. Essa aliança era muito forte, saía dessas oligarquias até a escolha do presidente por causa do coronelismo. Mas em 1929 a aliança se desfez porque as não chegaram a um acordo sobre a presidência. As lideranças de São Paulo indicaram o paulista JÚLIO PRESTES como candidato à presidência da República. Em reação, o grupo liderado pelo Estado de Minas Gerais apoiou a candidatura oposicionista do gaúcho GETÚLIO VARGAS.
· ELEIÇÃO DE 1930 – Em 1º de março de 1930, foram realizadas as eleições para presidente da República que deram a vitória ao candidato governista JÚLIO PRESTES com 1.091.709 votos, contra 742.794 de GETÚLIO. Porém, Júlio Prestes não tomou posse, em virtude do Golpe de Estado desencadeado em 3 de outubro de 1930 e foi exilado. Chega ao fim a República Velha e Getúlio Vargas chega ao poder.
· ERA VARGAS – O governo de Vargas foi dividido em 3 momentos: GOVERNO PROVISÓRIO (1930 - 1934); GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934 - 1937) e ESTADO NOVO (1937 - 1945).
a) GOVERNO PROVISÓRIO (1930-1934) Início da Proteção Social no Brasil
· Questão social começa a ser tratada como caso de POLÍTICA. Antes disso era tratado como caso de POLÍCIA. 
· Forte presença dos “tenentes” nos principais cargos políticos do novo governo.
· Criação do Ministério da Educação e Saúde, em 1930.
· Criação do MINISTÉRIO DO TRABALHO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO em 1930.
· 1932: NOVO CÓDIGO ELEITORAL que trazia o Voto Secreto e Voto feminino.
· Em 1933, eleições para a Assembléia Constituinte, preparando para elaboração da nova constituição de 1934.
b) GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934 - 1937)
Em 1934 tivemos a promulgação da Constituição Federal de 1934, o país teve a primeira constituição com um capítulo voltado à ordem econômica e social, definindo, inclusive, o que era de responsabilidade do Estado. Nessa constituição temo o artigo 121 da que estabelece o direito do trabalhador e diz o seguinte:
“Art. 121 –A lei promoverá o amparo da produção e estabelecerá as condições do trabalho, na cidade e nos campos, tendo em vista a proteção social do trabalhador e os interesses econômicos do País”. §1º –[...]
a) Proibição de diferença de salário para um mesmo trabalho, por motivo de idade, sexo, nacionalidade ou estado civil;
b) Salário mínimo, capaz de satisfazer, conforme as condições de cada região, às necessidades normais do trabalhador.
c) Trabalho diário não excedente de oito horas, reduzíveis, mas só prorrogáveis nos casos previstos em lei;
d) Proibição de trabalho a menores de 14 anos; de trabalho noturno a menores de 16 e em indústrias insalubres, a menores de 18 anos e a mulheres.
e) O artigo 121 também tratava a questão das férias anuais, a indenização do trabalhador, o reconhecimento das CONVENÇÕES COLETIVAS DE TRABALHO (CCT) e também o amparo a maternidade e a infância.
f) Nesse período surge o CONSELHO NACIONAL DE SERVIÇO SOCIAL (CNSS) e com isso a gênese do Serviço Social no país. Foi o período que mais tivemos intervenção do Estado na questão social.
c) ESTADO NOVO (1937-1945)
A nova carta constitucional somada a um período ditatorial (Ditadura Vargas) fez com que os movimentos populares e sindicais fossem cada vez mais sucumbidos. Medidas foram criadas para desmobilizar o movimento sindicalista da época. Surge uma a CONSTITUIÇÃO DE 1937 e esta já apresentou alguns retrocessos na garantia de direitos sociais, como a limitação da educação universal, um maior controle dos sindicatos trabalhistas por parte do Estado, um aumento na centralização de decisões e ações em nível estadual e federal, deixando com que municípios não tivessem nenhum tipo de administração local de políticas sociais, não podia greve, não podia partidos políticos.
Nessa conjuntura, novos atores institucionais foram criados, como: a Legião Brasileira de Assistência (LBA); o Departamento Nacional da Criança; o Serviço Nacional de Aprendizagem (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI), isso no âmbito privado, em 1942. A partir da década de 1940, além dos tradicionais programas direcionados às crianças e idosos pobres, novos programas foram criados para o enfrentamento da pobreza. Esses tinham um cunho assistencialista, com ações pontuais, de características fragmentadas e extremamente seletivas.
Getúlio Vargas foi o ditador mais contraditório que o mundo já teve:
Por um lado criou as leis trabalhistas mais progressistas do mundo e implantou importantes políticas sociais;
Por outro lado, perseguiu todas as forças progressistas da época, que defendiam os direitos do povo. Tanto que perseguiu duramente os comunistas, mas foi apoiado por estes quando voltou ao poder “nos braços do povo”.
d) RESUMINDO: ACONTECIMENTOS MARCANTES NA POLÍTICA SOCIAL DE 1930 A 1943
1930: Criação do Ministério do Trabalho.
1932: Criação da Carteira de Trabalho.
1933: Criação do IAP – Instituto de Aposentarias e Pensões.
1930: Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública.
1930: Criação do Conselho Nacional de Educação e o Conselho Consultivodo Ensino Comercial.
1937: Criação do Departamento Nacional de Saúde.
1941: SAM – Serviço de Assistência ao Menor.
1942: Criação da LBA – Legião Brasileira de Assistência.
1943: Promulgação da CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas.
· FIM DO ESTADO NOVO
Em 1943, personalidades políticas e intelectuais produziram um documento chamado de MANIFESTO DOS MINEIROS, no qual era exigida a retomada da democracia no país e, conseqüentemente, o fim do Estado Novo. A pressão contra tal ditadura só foi crescendo. O presidente Vargas criou na época uma emenda constitucional permitindo a criação de partidos políticos para que disputassem uma nova eleição que seria realizada no ano de 1945. No ano de 1945, Vargas foi deposto por meio do alto comando do exército.
· DE 1945-1964 – O novo presidente era EURICO GASPAR DUTRA (1946) tinha uma inclinação a política liberal. Nesse período tivermos a nova CONSTITUIÇÃO DE 1946. Artigo 164: “É obrigatória, em todo o território nacional, a assistência à maternidade, à infância e à adolescência. A lei instituirá o amparo de famílias de prole numerosa.” Tivemos também a aprovação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS).
Em 1951 GETÚLIO VARGAS volta a presidência por voto direto. Nessa ocasião tivemos o aumento do salário mínimo em 100% e na saúde o aparelhamento de hospitais; ênfase na preparação de técnicos; incremento dos serviços de assistência médica domiciliar e de urgência. A Assistência Social: realizada pelos IAP’s, LBA, SESI e rede filantrópica. 
Em 1956 tivemos o famoso presidente JUSCELINO KIBICHEK, depois tivemos JÂNIO QUADRO e JOÃO GOULAR e assim até 1964 houve uma expansão dos direitos sociais na questão da filantropia, da seletividade, da fragmentação, do corporativismo, então foi uma expansão com características próprias.
· ANO DE 1964 – DITADURA MILITAR – Nessa época, a política social brasileira foi “conduzida de forma tecnocrática e conservadora, reiterando uma dinâmica singular de expansão dos direitos sociais em meio à restrição dos direitos civis e políticos, modernizando o aparato vanguardista” (BEHRING, 2007, p. 135). A autora ainda ressalta que esse enfrentamento da questão social nesse período foi feito por meio da assistência e, ao mesmo tempo, da repressão.
Vejamos o que foi marcante no período da ditadura militar na PREVIDÊNCIA, SAÚDE E ASSISTÊNCIA:
· INPS – INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL.
· Os acidentes de trabalho passam para a gestão desse órgão.
· Ampliação da previdência para trabalhadores rurais.
· Cobertura previdenciária para trabalhadores domésticos e autônomos.
· Criação da renda mensal vitalícia para idosos pobres. Recebiam meio salário mínimo, se tivessem contribuído para a Previdência Social por, pelo menos, um ano. 
· Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (1974).
· Medicalização da saúde em detrimento da saúde pública. 
· Assistência Social era implementada pela LBA.
Vejamos o que foi marcante no período da ditadura militar na HABITAÇÃO E TRABALHO
· Criação do Banco Nacional de Habitação (BNH).
· Criação dos fundos de indenização aos trabalhadores.
· DÉCADA DE 1980
Lutas intensas em torno da redemocratização do país:
 A insatisfação é generalizada;
 Os movimentos sociais saem às ruas (DIRETAS JÁ, por exemplo) e em 1985 chega ao fim a ditadura.
 Instala-se a discussão em torno de uma nova constituição que expressasse o anseio do povo brasileiro: um conjunto de direitos sociais básicos: saúde, educação, assistência social, habitação, entre outros. Surge então a CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988. “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição” (Art. 6°da CF/1988). Uma constituição com proposta de garantia aos direitos sociais elementares para toda a população. Essa constituição foi a mais abrangente na questão dos direitos sociais.
Outro aspecto importante foi a formação da SEGURIDADE SOCIAL que tem o seu tripé: PREVIDÊNCIA SOCIAL que é contributiva; SAÚDE que deve ser Universal e ASSITÊNCIA SOCIAL para quem dela necessitar.
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AULA 3 - A CONSTITUIÇÃO FEDERAL NA CONTRAMÃO DO PROJETO NEO-LIBERAL
· CONQUISTAS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – A Constituição de 1988 contou com a participação popular em sua elaboração. Reconhecida mundialmente como CARTA CIDADÃ:
· Ampliou os direitos trabalhistas das constituições de 1946 e 1967;
· Reduziu a jornada semanal de 48 para 44 horas;
· Ampliação da licença-maternidade;
· Reinstituiu o direito de greve;
· Instituiu a liberdade de associação sindical;
· Regulamentou o décimo-terceiro salário para aposentados e;
· O seguro-desemprego.
· Mais inovadores são os DIREITOS SOCIAIS: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição” (Art. 6°da CF/1988).
· CONTRADIÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – Por um lado a constituição de 1988 é uma grande conquista, é fruto da mobilização popular e da redemocratização da sociedade, mas mesmo com os avanços garantidos pela constituição, ela surgiu num contexto onde a OFENSIVA NEOLIBERAL cobrava a redução do Estado na regulação econômica e social. Esse PROJETO NEOLIBERAL representou uma ameaça a efetivação dos Direitos Sociais.
· IMPLANTAÇÃO DO PROJETO NEOLIBERAL Consagradas em 1990, no chamado CONSENSO DE WASHINGTON, caracterizavam-se: “por um conjunto, abrangente, de regras, de condicionalidades, aplicadas de forma cada vez mais padronizadas aos diversos países e regiões do mundo, para obter o apoio político e econômico dos governos centrais e dos organismos internacionais”. Assim, colocava-se a proposta de “desregulamentação” da economia que, basicamente defendia a abolição da regulação do Estado sobre os preços da economia em geral e sobre as relações capital-trabalho. Essa regulação, considerada como geradora de “distorções”, seria substituída pelo “livre jogo do mercado”, cujos mecanismos de regulação seriam automáticos, tecnicamente isentos, proporcionando assim uma distribuição de recursos mais “racional”. A proposta é de um MERCADO MÁXIMO e de um ESTADO MÍNIMO.
· DÉCADA DE 90 – AS REFORMAS DO ESTADO BRASILEIRO
· No Governo Collor inicia o processo de reforma. Ele faz a abertura da economia e traz a globaliação.
· No Governo seguinte, FHC, que seguia orientações da perspectiva neoliberal, enfatiza a crise do Estado. Ele atesta a falta de governabilidade e propõe uma “reforma do aparelho do Estado”.
· Há a deteriorização dos serviços públicos, cresce o discurso privatizante e o ataque ao funcionalismo público.
· DISCURSO NEOLIBERAL NO BRASIL
· Inoperância dos serviços públicos;
· Eficiência do setor privado;
· Necessidade de passar para iniciativa privada serviços que o Estado é ineficiente para conduzir. 
· POSTURA DO ESTADO
· Necessidade de retomar o crescimento econômico para alcançar desenvolvimento social.
· Instituição da política de privatizações de empresas estatais.
· Abertura da economia para a entrada de empresas multinacionais. 
· Mínima participação do Estado na Economia e nas questões sociais.
· Nesse processo de terceirização dos recursos públicos para iniciativa privada, inclusive o que diz respeito aos serviços públicos. Entra em evidência o que chamamos de 3º SETOR. 
· TERCEIRO SETOR – O 1º Setor é o Estado. O 2º Setor o Mercado e o Terceiro Setor, as ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS. É o que chamávamos de ONGs (Organizações não Governamentais), Entidades Filantrópicas e começa a acontecer a transferência de ações do Estado para essas organizações, ações que poderiam ser desenvolvidas pelo Estado, ficam a cargo do 3º Setor. Esse fenômeno ocorre mundialmente dentro de um processo maior de reorganização do capitale do mundo do trabalho na proporção em que as crescentes demandas para o atendimento às necessidades sociais da população não encontram soluções adequadas a partir das ações do Estado. Por essa razão inciou-se um processo gradativo de avanço das organizações do terceiro setor no espaço público.
Com a regulamentação do Terceiro Setor para a execução de políticas públicas, tem-se uma nova arquitetura institucional na área social. O VOLUNTARIADO e a VISÃO DE SOLIDARIEDADE são pontos-chave dessa nova arquitetura. A separação entre a formulação e execução de políticas foi aumentando cada vez mais. A formulação por vezes acontecia no espaço público, mas a execução no meio privado.
Ainda hoje temos essa transferência na educação, na saúde, e em outras políticas sociais. Muitas políticas sociais são executadas hoje via 3º setor, porque o Estado não dá conta da demanda. Como acontece a transferência para iniciativa privada de ações vinculadas as políticas sociais? A LEI 13.019, elaborada em 2014, traz o MARCO RELUTÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL. Tudo é feito sobre a égide dessa legislação. O Estado ou Município sabe que precisa entregar alguns serviços a população, então ele apresenta uma proposta de co-financiamento desses serviços por meio de um edital de chamamento público. As Organizações da Sociedade Civil que atendem todas as exigências, vão se candidatar a execução do serviço. Uma comissão de seleção vai avaliar as organizações que se candidataram e decidir qual delas está apta para realizar essa serviço. O passo seguinte é de formalização dessa parceria com a assinatura do prefeito e do presidente da instiuição, eles firmam um TERMO DE COLABORAÇÃO. Ela vai executar essa política com um co-financiamento e a prefeitura vai fazer o repasse de valores para a instituição. Haverá um GESTOR DE PARCERIA que vai avaliar a execução dessa parceria do público com o privado.
· BALANÇO DA SITUAÇÃO DA QUESTÃO SOCIAL PROVOCADA PELO NEOLIBERALISMO:
· DESESTABILIZAÇÃO DOS ESTÁVEIS: trabalhadores que ocupavam uma sólida posição na divisão do trabalho anterior, são ejetados do processo produtivo.
· INSTALAÇÃO DA PRECARIEDADE: atingindo com mais freqüência os jovens, que alteram períodos de atividades, de desemprego, de trabalho temporário e da ajuda social.
· REDESCOBERTA DOS SOBRANTES: daqueles que não tem lugar na sociedade, daqueles que não são “integráveis”. O resultado foi a informalidade no trabalho, o desemprego, o subemprego, a desproteção trabalhista e, conseqüentemente, uma “nova pobreza”.
· ENFRENTAMENTO DAS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL NA DÉCADA DE 90
· Estímulos à criação de fundos sociais de emergências;
· A mobilização da solidariedade individual e voluntária;
· Criação de organizações filantrópicas e organizações não-governamentais com apelo à solidariedade e à parceria que desresponsabilizava o Estado: Arrastando a questão social do âmbito público e inserindo-a no espaço de filantropia.
· CARACTERÍSTICAS DAS POLÍTICAS SOCIAIS NA DÉCADA DE 90
· Desmonte e desastre social.
· Privatizações das grandes empresas estatais.
· Privatização da Política de Assistência Social.
· Evolução negativa dos investimentos as políticas de:
a) EDUCAÇÃO E CULTURA (em bilhões de reais):
 •1995 ..... 14.010.293.873 / 1996 ..... 12.252.383.350 / 1997 ..... 12.220.174.739 / 1998 ..... 11.269.810.530
b) SAÚDE 
 •1995...... 19.962 / 1996 ..... 18.583 / 1997 ..... 21.489 / 1998 ..... 19.101
c) TRABALHO – As políticas do Ministério do Trabalho foram ano a ano reduzindo o orçamento de forma a afetar direta e rapidamente os trabalhadores: 
PROGRAMA “PREVENÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO”:
 •1995 –405.795 reais / 1998 –140.000 reais.
· NEOLIBERALISMO – O neoliberalismo, juntamente com o MODELO JAPONÊS TOYOTISTA de produção, desencadeou profundas alterações nas relações trabalhistas, na organização dos trabalhadores e na automação das empresas, o que possibilitou ao mercado uma maior competitividade entre as indústrias e, em contrapartida, uma maior margem de lucro aos gestores. 
· CONSEQUÊNCIAS – Analisando sob o ponto de vista da eficácia desse ideário, as conseqüências, a partir dos exemplos de alguns países, mostram que se por um lado ocorreu o “sucesso” pela queda da inflação (o que nem sempre ocorreu no Brasil), por outro criaram-se conseqüências sociais, políticas e econômicas gravíssimas.
“A extensão da recessão para atingir os objetivos pretendidos pelo ajuste neoliberal no Brasil, além de inimaginável, atingiria a sociedade de modo extremamente desigual” (SOARES, 2001, p. 42). 
Outra ordem de consequência das políticas neoliberais foi o agravamento da já iníqua situação de alocação dos recursos para as Políticas Sociais. Provocou-se uma recessão, aumentando o desemprego e piorando ainda mais a situação dos mais carentes, o que obviamente desencadeou uma elevação na demanda por benefícios e serviços sociais.
· POR FIM… As políticas sociais são criadas e implementadas com uma perspectiva de enfrentamento da questão social, tornando discriminado o acesso a serviços sociais. O seu surgimento está relacionado ao desenvolvimento do capitalismo industrial, da força de trabalho e das demandas sociais. No Brasil, as políticas sociais foram largamente influenciadas pelas mudanças econômicas e políticas; não se apoiaram nos pilares do pleno emprego, nem da universalização dos direitos sociais. As políticas sociais tenderam a se expandir em períodos autoritários, com fragilidades democráticas, sob a égide de um Estado autoritário, marcado pelo corporativismo e clientelismo, ao mesmo tempo em que desenvolveram ações com a finalidade de controlar as demandas populares. Institucionalizaram-se, também, ações normativas e assistenciais, ocorrendo, assim, um esvaziamento e controle do potencial de mobilização dos trabalhadores urbanos. 
· EM RESUMO, AS MARCAS DO NEOLIBERALISMO SÃO:
· ESTADO MÍNIMO
· PRIVATIZAÇÕES
· LIVRE COMÉRCIO E DESREGULAMENTAÇÃO DOS MERCADOS
· NOVAS TECNOLOGIAS E 3º REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
· MAIOR FLEXIBILIZAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS
· GLOBALIZAÇÃO
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AULA 4 - PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL NAS POLÍTICAS SOCIAIS
· IDEIAS DE CONTROLE SOCIAL – Temos duas idéias antagônicas: O CONTROLE QUE O ESTADO EXERCE SOBRE OS CIDADÃOS e o CONTROLE QUE OS CIDADÃOS EXERCEM SOBRE O ESTADO. Nós vamos nos ater no controle do cidadão sobre o Estado. A Constituição Federal de 1988 fez essa inversão e começou a falar sobre o controle social da sociedade civil sobre o Estado. Isso aumenta as vozes dos atores que participam das decisões que interessam à sociedade. Trata-se de um marco político, um processo de luta pela democratização da sociedade brasileira, em que temas como democracia, descentralização e participação da sociedade emergem com força.
· A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
· Instituiu o arcabouço jurídico que permitiu a consolidação do regime democrático no Brasil após anos de Ditadura Militar. Então caminhamos da repressão para uma processo de participação.
· Direitos sociais foram estabelecidos como resultado de um longo e conflituoso processo de mobilizações sociais e políticas que marcaram os anos 1970 e 1980. 
· Os movimentos sociais contrários aos governos autoritários e à efervescência política foram fundamentais para provocar o processo da redemocratização do país 
· Criou-se um contraponto entre um Estado ditatorial e uma sociedade civil insatisfeita que buscava mudanças.
· A partir da Constituição Federal de 1988, os CONSELHOS se institucionalizaram em praticamente todas as políticas sociais, representando uma nova forma de relação entre Estado e Sociedade. 
· A Constituição de 1988 possibilitou também a valorização da participação social não apenas quanto ao controle do Estado, mas também no processo de decisão das políticas sociais e na sua implementação, em caráter complementar.
· QUANDO INICIA A MOBILIZAÇÃO PELA PARTICIPAÇÃO? A necessidade da participação social foi apresentada primeiramente pelo MOVIMENTO DAREFORMA SANITÁRIA, nas lutas contra a privatização da medicina previdenciária e à regulação da saúde médica como fonte de lucro. Antes o direito a saúde era vinculado a previdência social por meio da contribuição. As lutas pela política de saúde articuladas à redemocratização do país foram o tema da 8ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE que teve como marca DEMOCRACIA É SAÚDE, aberta à participação de trabalhadores e da população pela primeira vez na história das conferências de saúde. Hoje é comum uma conferência com participação, mas para a época foi um marco e acabou se espalhando para as demais políticas sociais. 
Durante a 8ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE uniram-se forças sociais e políticas em torno de uma proposta para a política nacional de saúde e para a sociedade no projeto de Reforma Sanitária, tendo como uma formulação importante o SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. Então, além de ter sido a primeira conferência aberta a sociedade ela resultou no que foi chamado na época de SUDS (Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde) que depois virou SUS. 
Depois de um longo processo de lutas sociais em torno do direito à saúde, mobilizado pelo Movimento de Reforma Sanitária, a participação da comunidade e a descentralização tornam-se diretrizes do novo Sistema Nacional de Saúde na Constituição Federal de 1988. Esta participação foi regulamentada pela Lei n. 8.142/90, por intermédio das conferências e dos conselhos.
· O QUE É CONTROLE SOCIAL? – A expressão controle social é denominada como controle da sociedade civil sobre o Estado, no contexto das lutas sociais contra a ditadura e em torno da redemocratização do país. O autor deste conceito afirma que sociedade civil tornou-se sinônimo de tudo aquilo que se contrapunha ao Estado ditatorial: “Essa identificação foi facilitada não só porque, na linguagem corrente, ‘civil’ significa o contrário de militar, mas sobre tudo porque, no período final da ditadura, até mesmo os organismos ligados à grande burguesia começaram progressivamente [...] a se desligarem do regime militar, adotando uma postura de oposição moderada”.
CONTROLE SOCIAL é o exercício de democratização da gestão pública que permite a sociedade organizada e aos cidadãos, intervir nas políticas públicas, interagindo com o estado na definição das prioridades e para elaboração dos planos de ação dos municípios, estados e governo federal.
· O QUE É PARTICIPAÇÃO SOCIAL? Por meio da PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA, os cidadãos podem intervir na tomada da decisão administrativa, orientando a Administração para que adote medidas que realmente atendam ao interesse público e, ao mesmo tempo, podem exercer controle sobre a ação do Estado, exigindo que o gestor público preste conta de sua atuação. As idéias de PARTICIPAÇÃO e CONTROLE SOCIAL estão intimamente relacionadas.
PARTICIPAÇÃO POPULAR é uma forma de expressão da vontade individual e coletiva da sociedade com o objetivo de contribuir com propostas de mudança e interferir na tomada de decisão do poder público. A participação popular pode ser DIRETA ou INDIRETA. Direta quando o próprio cidadão está presente e se manifesta em diferentes níveis, indireta quando o cidadão não está presente mas é representado por outra pessoa, uma instituição ou movimento. Os principais espaços de participação popular são: os CONSELHOS e as CONFERÊNCIAS. 
· CONSELHOS – Os conselhos são espaços que possibilitam a participação de representantes governamentais e da sociedade civil na formulação, avaliação e controle das ações realizadas. Paridade diz respeito ao que é constituído por pares, com o objetivo de estabelecer igualdade. Os conselhos devem ter composição paritária, ou seja, 50% de representantes da sociedade civil e 50% de representantes do governo escolhidos de acordo com as atribuições escolhidas por profissionais no âmbito das políticas públicas. O governo define e nomeia seus representantes a partir
São canais institucionais, permanentes, autônomos, de composição paritária, ou seja, formados por representantes da sociedade civil e poder público. A principal atribuição é propor diretrizes das políticas sociais, fiscalizá-las, controlá-las e deliberar sobre elas.
a) Função Fiscalizadora: pressupõe acompanhamento e o controle dos atos praticados pelos gestores públicos.
b) Função Mobilizadora: refere-se ao estímulo à participação popular na gestão pública e às contribuições para a formulação e disseminação de estratégias de informação para a sociedade sobre as políticas públicas.
c) Função Deliberativa: refere-se à prerrogativa dos conselhos de decidir sobre as estratégias utilizadas nas políticas públicas de sua competência. Quando o governo propõe um programa, precisa debater no conselho e ter sua aprovação. 
d) Função Consultiva: relaciona-se à emissão de opiniões e sugestões sobre assuntos que lhes são correlatos.
Exemplo: Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho Tutelar e etc. 
· CONFERÊNCIAS – São espaços de debate coletivo e de deliberação. Nelas avaliamos as ações governamentais e decidimos o que fazer, como fazer, com qual recurso fazer e quem serão os responsáveis. As conferências são as instâncias máximas deliberativas de controle social. O objetivo das conferências é conferir e avaliar o que está sendo realizado e propor novas medidas para que as políticas de assistências possam melhorar.
· OUTROS INSTRUMENTO DE CONTROLE SOCIAL – Além dos CONSELHOS e CONFERÊNCIAS também houve a criação de novos mecanismos de democracia participativa como:
· AÇÃO POPULAR (Lei 4.717, de 29/6/65). Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade contra atos lesivos ao patrimônio público, seja por incompetência, vício de forma, ilegalidade do objeto, inexistência dos motivos ou desvio de finalidade.
· AUDIÊNCIA PÚBLICA – Debate entre os poderes (executivo, legislativo e Ministério Público) e a população sobre algum tema para a formulação de propostas. Podem ser inúmeros temas: Meio Ambiente, Educação, Saúde...
· PLEBISCITO – Consulta sobre questão específica, feita diretamente ao povo por meio de votação do tipo sim ou não.
· DEFENSORIAS PÚBLICAS – É uma instituição pública que presta assistência jurídica gratuita àquelas pessoas que não possam pagar por esse serviço.
· ORÇAMENTO PARTICIPATIVO – A política social só existe por meio de financiamento. Então a sociedade civil pode participar da discussão do orçamento e saber o que é investido em determinada política pública.
· OUVIDORIAS – 
· TRIBUNAIS DE CONTAS;
· MINISTÉRIO PÚBLICO – É o grande defensor dos interesses do conjunto da sociedade brasileira. Tem a obrigação, portanto, de defender o interesse público, conduzindo-se, sempre, com isenção, apartidarismo e profissionalismo.
· PODER LEGISLATIVO.
· LEI DE ACESSO A INFORMAÇÃO – O acesso a informação é uma garantia constitucional. É um princípio inerente à democracia, garantindo aos indivíduos, grupos e associações, o direito não apenas à representação política, mas também à informação e à defesa de seus interesses:
O art. 5º em seu inciso XXXIII: direito de receber dos órgãos públicos informações de interesse pessoal ou de interesse coletivo ou geral;
Lei 12.527 de 2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação Pública.
· DESAFIOS PARA O CONTROLE SOCIAL
· Fortalecimento da atuação dos Conselhos.
· Cumprimento das deliberações das conferências por parte dos Gestores.
· Apoiar os conselhos nas ações de mobilização social.
· Oferta de capacitações para conselheiros.
· Fortalecer o Conselho enquanto espaço de recebimento de denúncias.
· Melhorar a estrutura física e RH. O conselho precisa de uma estrutura física, de automóvel, de epaço
· Elevar a participação da sociedade civil na definição da agenda nos Conselhos.
· Elevar a representação de usuários e trabalhadores. Mesmo que nos textos legais esteja garantida a participação da população, denominada controle social, ainda falta muito para uma prática participativa eficiente.
· INTERSETORIALIDADE – Estamos nos referindo ao desenvolvimentode ações integradas entre as políticas setoriais, públicas e privadas, como: a educação, saúde, previdência social, habitação, idoso, criança e adolescente, pessoa com deficiência, meio ambiente, entre outras. O objetivo central é o rompimento de uma visão fragmentada da política, conectando-a à meta mais ampla. Ao falarmos em políticas setoriais, não podemos deixar de mencionar a importância do TRABALHO EM REDE. Muitos municípios já têm uma rede de serviços articulada.

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