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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA Cinemática dos Mecânismos – Exercícios Teóricos sobre Engrenagens NOME: Bruno Garlet Alberti MATRÍCULA: 201820631 CAPÍTULO 1 (Questões 1 – 3 – 21 – 22 – 23) 1 Apresente uma definição de engrenagem. Engrenagem é um dispositivo mecânico composto de rodas dentadas que são ligadas a eixos e geram rotação e torque transmitindo potência. O Trabalho ocorre quando os dentes da roda dentada motora rolam sem escorregar sobre os dentes da roda dentada movida. Sua principal função é transmitir movimento com uma relação constante e elevada resistência a sobrecargas. São mecanismos muito utilizados em diversas máquinas e equipamentos industriais. 3 Liste cinco exemplos de aplicações das engrenagens. As aplicações de engrenagens são inúmeras, como por exemplo: na caixa de transmissão de automóveis, relógios mecânicos, pinhão-cremalheira, diferenciais de veículos, como também em direções automotivas entre várias outras aplicações. 21 Descreva o princípio fundamental do engrenamento. O princípio fundamental do engrenamento se refere ao fato em que o ponto primitivo deve ser fixo ao ponto de se haver constância na relação de velocidades angulares das rodas de engrenagens. Para isso, a normal comum às superfícies dos dentes no ponto de contato tem que intersectar a linha de centros sempre no ponto primitivo. Logo, duas quaisquer curvas podem ser consideradas para os flancos dos dentes, desde que, em cada instante, a normal comum às superfícies dos dentes passe continuamente no ponto primitivo, o qual divide o entre-eixo na relação inversa das velocidades angulares das rodas. Portanto, a relação de velocidades angulares das rodas motoras e movidas em cada instante é constante, levando em consideração o fato de que não possui escorregamento. 22 Defina relação de transmissão de uma engrenagem. A relação de transmissão entre engrenagens é dada pelo quociente entre as velocidades de rotação de dois corpos, que transmitem movimento de um para o outro. Representada pela razão entre os raios primitivos das engrenagens motora e movida. 23 Explique o conceito de ângulo de pressão. O ângulo de pressão define a direção da força que a engrenagem motora exerce sobre a engrenagem movida. É formado pela direção radial da engrenagem e a tangente ao perfil do dente onde passa a circunferência primitiva, ponto onde atua a força normal comum aos dois perfis. Normalmente as engrenagens são fabricadas com ângulos de pressão padronizados para diminuir o custo no processo de fabricação. São normalizados sendo os mais utilizados 20° e 25°. Capítulo 2 (Questões 15 – 25) 15 Explique o conceito de interferências de funcionamento. A interferência de funcionamento acontece quando os perfis dos dentes entre as engrenagens em contato não são tangentes, ou seja, os flancos dos dentes em contato acabam por ter uma tendência a se interpenetrarem, o que causa uma certa interferência no funcionamento do sistema. 25 Verifique se há interferências de funcionamento na engrenagem descrita no exercício 22. Comente o resultado obtido. O cálculo para descobrimos se há interferência de funcionamento é calculado pela expressão abaixo, considerando Z2=60 e 𝛼 = 20º: 𝑍1 ≥ −𝑍2 + √𝑍2 2 + 4(𝑍2 + 1) 𝑠𝑒𝑛²𝛼 𝑍1 ≥ −60 + √60² + 4(60 + 1) 𝑠𝑒𝑛220º 𝑍1 ≥ 15,405 Logo, sabemos que para o sistema não possuir interferência o número de dentes do pinhão deve ser maior ou igual a Z1. Como obtivemos Z1=15,405, consideramos 16 dentes. Conhecemos que o pinhão em questão possui 12 dentes, fazendo a devida comparação. Verificamos que o sistema possui interferência de funcionamento. CAPÍTULO 3 (Questões 3 – 12 – 13) 3 Distinga roda dentada de hélice direita de roda de hélice esquerda. As rodas dentadas helicoidais podem ser direitas ou esquerdas, de acordo com a inclinação dos dentes da engrenagem. A direção das hélices das rodas é definida pela regra da mão direita. Em uma engrenagem cilíndrica de dentes inclinados, o ângulo de inclinação dos dentes das duas rodas tem de ser o mesmo, porém, uma roda apresenta hélice direita e a outra hélice esquerda. A imagem abaixo ajuda na compressão do conteúdo. Figura 1 - (a) Roda cilíndrica exterior de dentes retos; (b) Roda cilíndrica exterior helicoidal com hélice esquerda; (c) Roda cilíndrica exterior helicoidal com hélice direita Fonte 1 - Cinemática e Dinâmica de engrenagens, Universidade do Minho Escola de Engenharia 12 Apresente e compare as expressões para os diâmetros de coroa e de raiz para engrenagens de dentado reto e de dentado inclinado. A expressão abaixo refere-se ao diâmetro da coroa e da raiz da engrenagem dentado reto e dentado inclinado. 𝑑𝑎 = 𝑑 + 2ℎ𝑎 𝑑𝑓 = 𝑑 + 2ℎ𝑓 Reto 𝑑𝑎 = 𝑚𝑡(𝑧 + 2𝑐𝑜𝑠𝛽) 𝑑𝑓 = 𝑚𝑡(𝑧 − 2,5𝑐𝑜𝑠𝛽) Inclinado As funções acabam por ser equivalentes, de modo que para as engrenagens de dentes inclinados são feitas algumas substituições relevantes. 𝑑 = 𝑚𝑡𝑧 ℎ = 𝑚𝑛 𝑚𝑛 = 𝑚𝑡𝑐𝑜𝑠𝛽 ℎ𝑓 = 1,25𝑚𝑛 13 Diga como se pode calcular a distância entre eixos numa engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais. É possível se calcular a distância entre eixos através da equação abaixo: 𝑎 = 𝑚𝑛(𝑍1 + 𝑍2) 2𝑐𝑜𝑠𝛽 Considerando mn o módulo real, Z1 e Z2 o número de dentes das engrenagens e 𝛽 o ângulo de hélice. Podemos ver que para o caso de engrenagens cilíndricas de dentes retos a distância entre os eixos resultante é normalizada, já para o caso de engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais não acontece da mesma forma. O ângulo de hélice primitiva pode ser ajustado de modo a permitir uma vasta gama de valores para a distância entre eixos. CAPÍTULO 4 (Questões 2 – 3) 2 Discuta as principais caraterísticas das engrenagens cónicas. As engrenagens cónicas são utilizadas em situações em que os eixos das rodas motora e movida são concorrentes podendo possuir dentes retos, helicoidais e espirais ou curvos, além de haver a possibilidade de apresentar eixos descentrados. Nas engrenagens cónicas as relações de transmissão são, em geral, mais baixas do que nas engrenagens cilíndricas, podendo atingir, no máximo valores da ordem de 6:1. Na maioria dos casos, as engrenagens cónicas funcionam em transmissões cujos eixos de rotação fazem entre si um ângulo de 90º. As engrenagens cônicas podem apresentar dentado reto, que são mais simples e mais frequentemente utilizados de entre os diversos tipos de dentes, porém mais ruidosa. Também podem ser de dentes helicoidais que são utilizadas principalmente para transmissão de movimento entre eixos que fazem entre si um ângulo de 90º. E também de dente espiral que são mais suaves, menos ruidosas e apresentam maior capacidade de carga em virtude da maior área de contato que proporcionam. A imagem abaixo representa exemplos de engrenagens cônicas: 3 Descreva as principais aplicações das engrenagens cónicas. O diferencial dos automóveis é o exemplo mais apropriado e conhecido como fonte de aplicação de engrenagens cónicas. O diferencial é uma associação de rodas dentadas que possibilita que as rodas motoras dos automóveis rodem com velocidades angulares distintas, independentemente da direção do movimento do automóvel. Outras aplicações também são em plantas geradoras de energia, aeronaves e espaçonaves e caixas de câmbio. Figura 2 - Engrenagem cônica de dentes retos; (b) Engrenagem Cônica de dentes helicoidais; (c) Engrenagem cônica de dentes espirais; (d) Hipoide Fonte 2 - Cinemática e Dinâmica de engrenagens, Universidade do Minho Escola de Engenharia CAPÍTULO 5 (Questões 3 – 18 – 25) 3 Numa engrenagem de parafuso sem-fim rodahelicoidal de entrada quadrupla. O parafuso sem-fim roda a 200 rpm e a roda tem 80 dentes. Assim, determine a velocidade de rotação da roda helicoidal. Para este caso em específico, para cada volta do parafuso sem fim, ele irá mover 4 dentes da roda helicoidal, sendo assim, o parafuso sem fim precisa rotacionar 20 vezes para que a roda helicoidal rotacione uma única vez. Portanto, como a velocidade de rotação do parafuso sem-fim é 200 rpm, a velocidade de rotação da roda helicoidal acaba por ser 20 vezes menor, ou seja, 10 rpm. 18 Uma engrenagem de parafuso sem-fim roda helicoidal redutora é acionada por um motor de 1,5 kW a 720 rpm. A velocidade de saída é de 40 rpm. O parafuso sem-fim tem uma única entrada e um ângulo de inclinação primitiva igual a 75º. O módulo real da engrenagem é igual a 4 mm. Assim, determine o número de dentes da roda e o diâmetro primitivo do parafuso sem-fim. Como o parafuso sem fim tem entrada única e a relação de transmissão é 18, o número de dentes da roda é 18. Logo para definirmos o diâmetro primitivo do parafuso sem fim utiliza-se a seguinte função: 𝑖 = 𝑤1 𝑤2 = 𝑑2 𝑑1 𝑡𝑔𝛽1 Considerando 𝑖 = 18, 𝑑2 = 𝑚 ∗ 𝑧 = 72 𝑚𝑚, 𝛽1 = 75º Logo, obtemos 𝑑1 = 14,928 25 Comente sobre reversibilidade da engrenagem descrita no exercício 22. Para definirmos a reversibilidade, devemos utilizar as seguintes condições abaixo: 0 ≤ 𝛽1 ≤ ∅ (Engrenagens irreversíveis) ∅ < 𝛽1 < 𝜋 2 − ∅ (Engrenagens reversíveis) 𝜋 2 − ∅ ≤ 𝛽1 < 𝜋 2 (Engrenagens irreversíveis) Lembrando que 𝛽1 pode ser obtido através da função abaixo: 𝑖 = 𝑤1 𝑤2 = 𝑑2 𝑑1 𝑡𝑔𝛽1 Considerando 𝑖 = 16, 𝑑1 = 50, 𝑑2 = 128. Obtivemos 𝛽1 = 80,91º. Porém, para que seja reversível, ∅ deve ser menor que 9,09º. Portanto, é importante definir o coeficiente de atrito de ∅ utilizando a seguinte tabela apresentada na imagem abaixo: Utilizamos também a função abaixo para determinarmos a velocidade de deslizamento: 𝑣𝑠 = 𝜋𝑑1𝑛1 60 𝑠𝑒𝑛𝛽1 Contudo, sabemos que 𝜇 = 𝑡𝑔∅, logo 𝜇 = 0,16. Ao analisarmos o gráfico, a curva passa quando a velocidade de deslizamento 𝑣𝑠 está em torno de 0,5 m/s. Como o valor de 𝜇 deve ser maior que 0,02, então o ângulo ∅ é menor que 9,09º. Por fim, a engrenagem então é reversível. Figura 3 - Variação do coeficeinte de atrito para engrenagens de parafuso sem-fim roda helicoidal lubrificadas e para diferentes materiais Fonte 3 - Cinemática e Dinâmica de engrenagens, Universidade do Minho Escola de Engenharia
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