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Marcelo Zandonade Xavier 20.1.3018 Em seu livro, Nações e nacionalismos desde 1780, Hobsbawm aponta que o marco dessa era, que convulsionou a europa no século XIX, foi a revolução francesa e seu princípio de nacionalidade. A partir de 1830, por todo continente passam a ser criados diversos Estados novos, dos quais eram criados, segundo o autor, a partir de 5 direções: A ênfase na comunidade cultural e linguística, que era uma inovação no século XIX; A ênfase no nacionalismo, cuja aspiração era a de formar ou tomar os Estados, e não as “nações” de estados já existentes; A reivindicação da paternidade de 1789; E, não menos, a sua ambiguidade terminológica e retórica (HOBSBAWM, 1991, p.125-126). Esse princípio, acaba por transformar o mapa político europeu ao longo do século, entre os anos de 1830-70, porém, o autor aponta que ele se diferencia do nacionalismo que viria a transformar por completo a política internacional, entre 1880-1914. A priori o abandono do "princípio do ponto crítico", em que somente um Estado com dimensões consideráveis poderia ser auto suficiente sem ser um empecilho externo ou interno, o qual guiou o período nascionalista liberal. Portanto, a partir dessa abolição ideológica, qualquer grupo de que se considere uma nação passaria a demandar sua autodeterminação, a consequência direta dessa multiplicação de grupos não históricos é o aumento crescente do potencial etinico-linguistico na união de povos sob uma nação. Nas classes industriais e burguesas a língua e a etnicidade se mostraram eficazes na consolidação de uma união nacional, como aponta o autor nos casos da classe média alemã e italiana no final do século XIX. Contudo, movimentos linguísticos não bastavam para movimentar as classes operárias, embora pudessem servir como símbolo, barreiras linguísticas não impediam a criação de movimentos operários. Mesmo no mundo atual, constantemente testemunhamos o retorno de movimentos nacionalistas que pregam, em suas feições, supremacia nacional acima de qualquer outra forma de manifestação social, os quais, ao defenderem como porta-vozes um interesse nacional único, passam a ferir a análise histórica do fenômeno nascionalista. De acordo com Hobsbawm, a ideia de critérios universais que definem uma nação e seu Estado de direito é inexistente, revelando um fenômeno ambíguo, fluido, mutável e difuso. A partir de sua formação, é o Estado que institui símbolos e rituais que concretizam a união daquele povo, incorporando sua(s) cultura(s) e protegendo seus direitos políticos, possibilitando aos indivíduos a afluência do sentimento de pertencimento e identidade a partir desses códigos sociais coletivos. Ao compreender o nacionalismo em sua forma primordial, com pensamentos que surgem a partir da revolução francesa, não podemos virar a cara para um nacionalismo plurinacional que, em meados do século XX, é apresentado na homologação da Declaração dos direitos do trabalhador e do explorado. Como dito anteriormente, operários explorados nas fábricas eram muito menos propensos a se unirem entre si apenas por questões etinico-linguisticas e, para aprofundar melhor a questão, esse trabalho abordará o tema a partir da ótica de E.H.CARR em seu livro A Revolução Russa de Lenin a Stalin. A revolução russa funda a República Soviética a partir de uma união de diversas nações livres, formando uma federação de repúblicas nacionais a qual passam a se unir sob os mesmos códigos e símbolos nacionais, contudo mantendo suas autonomias como estados independentes. Como aponta o autor “A revolução era essencialmente internacional, implicava a substituição da guerra entre potências rivais pela guerra entre as classes”(E.H.CARR, p 18), a dificuldade de tornar verdade os interesses de revolução mundial vinha sendo a guerra, tentativas de negociação e propaganda revolucionária no continente europeu era recebidos a “ouvidos moucos” e, o avanço do exército alemão em território russo pressionava a recém formada república a agir com decoro, um marco importante dessa época foi a criação do exército vermelho, um símbolo nacional até hoje comemorado. Com isso, podemos retirar um novo meio de nacionalismo, um nacionalismo internacional o qual foi sendo moldado a partir de conjunturas externas com dogmas e símbolos que foram criados em uníssono com nações já inseridas em uma conturbada política internacional do século XX. Para Carr, a nação e o nacionalismo visto apenas da ótica interna na formação da sociedade deixa passar a relação intersocial que, como no caso da União Soviética, permite uma união de diferentes nações passarem a se enxergar como um único grupo. Referências: CARR, E.H. A Revolução Russa de Lenin a Stalin 1917-1929. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. Capítulo 2 HOBSBAWM, Eric. Nações e nacionalismos desde 1780. Capítulo 4. OSTOS, N. Nação e nacionalismo. Apontamentos históricos para pensarmos o Brasil de hoje ROSEVICS, L. NACIONALISMO E SISTEMA INTERESTATAL, Perspectivas de pesquisa
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