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Parasitologia Clínica

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
PARASITOLOGIA 
CLÍNICA
Prof.ª Daiany Darlly Bello Redivo 
Prof.ª Gabriela Deretti Kasmirski
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Daiany Darlly Bello Redivo 
Prof.ª Gabriela Deretti Kasmirski.
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
R317p
Redivo, Daiany Darlly Bello
Parasitologia clínica. / Daiany Darlly Bello Redivo; Gabriela 
Deretti Kasmirski. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
218 p.; il.
ISBN 978-65-5663-165-3
ISBN Digital 978-65-5663-160-8
1. Parasitologia. - Brasil. I. Kasmirski, Gabriela Deretti. II. 
Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 616.96
APReSeNTAçãO
Olá, acadêmico! Convido você para que, juntos, possamos iniciar o 
estudo do Livro sobre a Parasitologia Clínica. Este livro é divido em três uni-
dades, que têm como objetivo conjunto, apresentar de forma clara e objetiva 
a epidemiologia das parasitoses, como podemos realizar seu diagnóstico, 
bem como sua profilaxia, em busca de proporcionar uma melhor qualidade 
de vida à comunidade.
As parasitoses são muito frequentes em nosso meio, principalmente 
em áreas onde a capacidade socioeconômica é reduzia. Além disso, muitos 
são os fatores que favorecem o seu aparecimento, como a falta de higiene 
e saneamento básico. Com isso, nosso dever como profissionais da área da 
saúde e detentores desse conhecimento, é o de obter o máximo de informa-
ção possível para auxiliar no combate às parasitoses, que são muito presen-
tes em nosso meio e que causam tantos problemas de saúde. 
Na primeira unidade, estudaremos os conceitos relacionados à parasi-
tologia, para que consigamos entender a nomenclatura utilizada quando esta-
mos relacionando as parasitoses e as patologias por elas causadas, conhecendo 
melhor o parasita, o hospedeiro e as ações, muitas vezes de agressão, que ocor-
rem da interação desses dois elementos. Estudaremos também as principais 
parasitoses ocasionadas por Helmintos do filo Nematoda e do filo Platyhelminthes, 
onde estudaremos todas as características individuais de cada parasitose. 
A segunda unidade, nos traz o conhecimento sobre os protozoários, 
que também causam problemas quando em contato com o homem, por isso 
vamos estudar um pouco de epidemiologia dessas parasitoses, a morfologia 
do parasita, que se torna essencial para o seu diagnóstico, seu ciclo biológico, 
problemas de saúde que ele pode causar e medidas profiláticas. Tenha certe-
za acadêmico, que será um estudo bem completo para que possamos auxiliar 
a todos no combate contra as parasitoses. 
Na terceira unidade, aprofundaremos o conhecimento no que diz 
respeito às técnicas e metodologias mais empregadas no setor de parasito-
logia, abordando diversas técnicas como Hoffman e Faust, as quais avaliam 
a presença de ovos pesados e larvas de helmintos, e cistos de protozoários e 
ovos leves, respectivamente. 
Preparado para essa imersão em conhecimento? Então, vamos lá!
Profª. Daiany Darlly Bello Redivo 
Profª. Gabriela Deretti Kasmirski
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
SumáRIO
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA E HELMINTOS .................................... 1
TÓPICO 1 — CONCEITOS APLICADOS À PARASITOLOGIA ................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 REGRAS DE NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO .............................................................. 5
3 CLASSIFICAÇÃO DE HOSPEDEIROS E VETORES .................................................................. 5
4 MECANISMOS DE INFECÇÃO E DISSEMINÇÃO PELO ORGANISMO ............................ 6
5 CICLO BIOLÓGICO MONOXÊNICO E HETEROXÊNICO ...................................................... 8
6 FATORES INERENTES AO PARASITA E AO HOSPEDEIRO .................................................. 9
7 MECANISMOS DE AGREÇÃO ..................................................................................................... 10
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 12
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 13
TÓPICO 2 — ENTEROPARASITOSES CAUSADAS POR HELMINTOS – 
 FILO NEMATODA ...................................................................................................... 15
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 15
2 ASCARIS LUMBRICOIDES ............................................................................................................. 15
2.1 MORFOLOGIA ............................................................................................................................. 16
2.2 TRANSMISSÃO ............................................................................................................................ 18
2.3 CICLO BIOLÓGICO ..................................................................................................................... 18
2.4 SINTOMATOLOGIA .................................................................................................................... 19
2.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO ................................................................................................ 20
3 ENTEROBIUS VERMICULARIS ..................................................................................................... 20
3.1 MORFOLOGIA ............................................................................................................................. 21
3.2 TRANSMISSÃO ............................................................................................................................22
3.3 CICLO BIOLÓGICO ..................................................................................................................... 22
3.4 SINTOMATOLOGIA .................................................................................................................... 23
3.5 PROFILAXIA E DIAGNÓISTICO .............................................................................................. 24
4 TRICHURIS TRICHIURA ................................................................................................................ 25
4.1 MORFOLOGIA ............................................................................................................................. 26
4.2 TRANSMISSÃO ............................................................................................................................ 28
4.3 CICLO BIOLOGICO ..................................................................................................................... 28
4.4 SINTOMATOLOGIA .................................................................................................................... 29
4.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO ................................................................................................ 30
5 STRONGYLOIDES STERCORALIS ................................................................................................ 31
5.1 MORFOLOGIA ............................................................................................................................. 32
5.2 TRANSMISSÃO ............................................................................................................................ 33
5.3 CICLO BIOLOGICO ..................................................................................................................... 34
5.4 SINTOMATOLOGIA .................................................................................................................... 36
5.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO ................................................................................................ 37
6 ANCYLOSTOMA SP. ......................................................................................................................... 37
6.1 MORFOLOGIA ............................................................................................................................. 38
6.1.1 Ancylostoma duodenale .......................................................................................................... 38
6.1.2 Necatur americanos ................................................................................................................ 39
6.1.3 Ancylostoma brasiliensis ........................................................................................................ 39
6.1.4 Ancylostoma caninum ............................................................................................................ 39
6.1.5 Ovo de Ancylostoma sp. ........................................................................................................ 39
6.2 TRANSMISSÃO ............................................................................................................................ 40
6.3 CICLO BIOLÓGICO ..................................................................................................................... 40
6.4 SINTOMATOLOGIA .................................................................................................................... 43
6.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO ................................................................................................ 44
7 TOXOCARA SP. ................................................................................................................................. 45
7.1 MORFOLOGIA ............................................................................................................................. 45
7.2 TRANSMISSÃO ............................................................................................................................ 46
7.3 CICLO BIOLOGICO ..................................................................................................................... 46
7.4 SINTOMATOLOGIA .................................................................................................................... 48
7.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO ................................................................................................ 48
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 50
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 57
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 58
TÓPICO 3 — ENTEROPARASITOSES CAUSADAS POR HELMINTOS – 
 FILO PLATYHELMINTHES ...................................................................................... 61
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61
2 SCHISTOSSOMA MANSONI .......................................................................................................... 61
2.1 MORFOLOGIA ............................................................................................................................. 62
2.2 TRANSMISSÃO ............................................................................................................................ 64
2.3 CICLO BIOLÓGICO ..................................................................................................................... 64
2.4 SINTOMAS .................................................................................................................................... 65
2.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO ................................................................................................ 66
3 FASCÍOLA HEPÁTICA ...................................................................................................................... 66
3.1 MORFOLOGIA ............................................................................................................................. 67
3.2 TRANSMISSÃO ............................................................................................................................ 68
3.3 CICLO BIOLÓGICO ..................................................................................................................... 68
3.4 SINTOMAS .................................................................................................................................... 69
3.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO ................................................................................................ 69
4 TAENIA SP. .......................................................................................................................................... 70
4.1 MORFOLOGIA ............................................................................................................................. 71
4.2 TRANSMISSÃO ............................................................................................................................ 72
4.3 CICLO BIOLÓGICO ..................................................................................................................... 73
4.4 SINTOMAS .................................................................................................................................... 74
4.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO ................................................................................................ 75
5 HYMENOLEPIS NANA ..................................................................................................................... 76
5.1 MORFOLOGIA .............................................................................................................................76
5.2 TRANSMISSÃO ............................................................................................................................ 77
5.3 CICLO BIOLÓGICO ..................................................................................................................... 77
5.4 SINTOMAS .................................................................................................................................... 78
5.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO ................................................................................................ 78
6 ECHINOCOCCUS GRANULOSUS ................................................................................................. 79
6.1 MORFOLOGIA ............................................................................................................................. 79
6.2 TRANSMISSÃO ............................................................................................................................ 80
6.3 CICLO BIOLÓGICO ..................................................................................................................... 80
6.4 SINTOMAS .................................................................................................................................... 82
6.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO ................................................................................................ 82
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 84
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 86
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 89
UNIDADE 2 — PROTOZOOLOGIA ................................................................................................ 91
TÓPICO 1 — ENTEROPARASITOSES CAUSADAS POR FLAGELADOS ............................ 93
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 93
2 GIÁRDIA SP. ...................................................................................................................................... 97
2.1 MORFOLOGIA ............................................................................................................................. 98
2.2 TRANSMISSÃO ............................................................................................................................ 99
2.3 CICLO BIOLÓGICO ................................................................................................................... 100
2.4 SINTOMATOLOGIA .................................................................................................................. 101
2.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO .............................................................................................. 102
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 104
3 TRICHOMONAS SP. ...................................................................................................................... 109
3.1 MORFOLOGIA ........................................................................................................................... 110
3.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 111
3.3 CICLO BIOLÓGICO ................................................................................................................... 112
3.4 SINTOMATOLOGIA .................................................................................................................. 113
3.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO .............................................................................................. 113
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 116
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 117
TÓPICO 2 — ENTEROPARASITOSES CAUSADAS POR ENTAMOEBA HISTOLYTICA 
 E DEMAIS AMEBAS DE INTERESSE CLÍNICO ............................................... 119
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 119
2 ENTAMOEBA HISTOLYTICA E DEMAIS AMEBAS DE INTERESSE CLÍNICO ............... 119
2.1 MORFOLOGIA ........................................................................................................................... 120
2.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 122
2.3 CICLO BIOLÓGICO ................................................................................................................... 122
2.4 SINTOMATOLOGIA .................................................................................................................. 124
2.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO .............................................................................................. 126
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 127
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 128
TÓPICO 3 — ENTEROPARASITOSES CAUSADAS POR HEMOPARASITAS .................. 131
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 131
2 TRYPANOSSOMA CRUZI .............................................................................................................. 131
2.1 MORFOLOGIA ........................................................................................................................... 133
2.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 134
2.3 CICLO BIOLÓGICO ................................................................................................................... 135
2.4 SINTOMATOLOGIA .................................................................................................................. 136
2.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO .............................................................................................. 137
3 PLASMODIUM SP. ......................................................................................................................... 138
3.1 MORFOLOGIA ........................................................................................................................... 139
3.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 140
3.3 CICLO BIOLÓGICO ................................................................................................................... 140
3.4 SINTOMATOLOGIA .................................................................................................................. 142
3.4 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO .............................................................................................. 143
4 TOXOPLASMA SP. ......................................................................................................................... 144
4.1 MORFOLOGIA ........................................................................................................................... 145
4.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 147
4.3 CICLO BIOLÓGICO ...................................................................................................................148
4.4 SINTOMATOLOGIA .................................................................................................................. 149
4.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO .............................................................................................. 150
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 153
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 156
UNIDADE 3 — MÉTODOS UTILIZADOS NO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 DAS PARASITOSES ............................................................................................. 159
TÓPICO 1 — DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE PARASITOSES 
 CAUSADAS POR HELMINTOS............................................................................ 161
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 161
2 FASE PRÉ-ANALÍTICA E SUA IMPORTÂNCIA NO RESULTADO DOS EXAMES ....... 161
2.1 COLETA, ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DE AMOSTRAS ................................. 161
3 PESQUISA LABORATORIAL DE HELMINTOS ..................................................................... 163
3.1 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE ASCARIS LUMBRICOIDES .................................. 164
3.2 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE ENTEROBIUS VERMICULARIS .......................... 166
3.3 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE TRICHURIS TRICHIURA ..................................... 168
3.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE STRONGYLOIDES STERCORALIS .................... 170
3.5 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE ANCILOSTOMÍDEOS .......................................... 171
3.6 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE TOXOCARA CANIS .............................................. 173
3.7 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE SCHISTOSOMA MANSONI ................................ 174
3.8 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE TAENIA SOLIUM, TAENIA SAGINATA 
 E HYMENOLEPIS NANA .......................................................................................................... 177
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 181
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 182
TÓPICO 2 — DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE PARASITOSES CAUSADAS 
 POR FLAGELADOS E AMEBAS ........................................................................... 185
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 185
2 PESQUISA LABORATORIAL DE FLAGELADOS .................................................................. 185
2.1 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE GIARDIA SP............................................................ 185
2.2 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE TRICHOMONAS SP. ............................................ 188
2.2.1 Preparo dos reagentes para a coloração de Giemsa em laboratório .......................... 190
2.2.2 Coloração de amostras utilizando May-Grunwald-Giemsa ....................................... 191
3 PESQUISA LABORATORIAL DE AMEBAS ............................................................................ 193
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 196
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 198
TÓPICO 3 — DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE PARASITOSES CAUSADAS 
 POR HEMOPARASITAS ......................................................................................... 199
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 199
2 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE HEMOPARASITOSES .......................................... 199
2.1 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE TRYPANOSOMA CRUZI ...................................... 199
2.2 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE PLASMODIUM SP. ............................................... 202
2.3 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE TOXOPLASMA SP. ............................................... 206
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 207
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 213
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 214
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 215
1
UNIDADE 1 — 
INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA E 
HELMINTOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender os principais conceitos aplicadas na área de parasi-
tologia clínica; 
• possibilitar o conhecimento da epidemiologia e ciclo biológico 
das principais enteroparasitoses causadas por Helmintos do filo 
Nematoda e Platyhelminthes, e os principais sintomas que po-
dem ser ocasionados ao homem quando contaminado;
• fornecer as condições necessárias para identificar, através das carac-
terísticas morfológicas os principais helmintos de interesse clínico;
• relacionar o ciclo biológico dos parasitas com os sintomas apre-
sentados pelo hospedeiro; 
• estudar as principais formas de profilaxia para os parasitas mais 
comumente encontrados, a fim de promover campanhas de edu-
cação e prevenção em saúde.
2
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – CONCEITOS APLICADOS À PARASITOLOGIA
TÓPICO 2 – ENTEROPARASITOSES CAUSADAS 
 POR HELMINTOS – FILO NEMATODA
TÓPICO 3 – ENTEROPARASITOSES CAUSADAS 
 POR HELMINTOS – FILO PLATYHELMINTHES
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
CONCEITOS APLICADOS À 
PARASITOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, para começarmos o estudo da disciplina, devemos pri-
meiramente entender qual o objetivo do estudo da parasitologia. A parasitologia 
é a ciência que tem por finalidade, o estudo da morfologia e biologia dos parasi-
tas, que são organismos que vivem no interior ou exterior de outro hospedeiro 
retirando dele nutrientes e servindo como abrigo para o seu desenvolvimento 
(CIMERMAN; CIMERMAN, 2005). Estudaremos então, a relação entre eles, para 
que isso seja possível, o conhecimento da patologia ocasionada por esse parasita, 
a sua epidemiologia, de como podemos realizar o seu diagnóstico e quais as me-
didas profiláticas que precisam ser tomadas para evitar a sua disseminação. 
É na relação entre todas as espécies e o conjunto do meio ambiente que 
precisamos nos inserir para podermos entender melhor o objetivo da parasitolo-
gia. Os parasitos ou parasitas fazem parte da nossa vida e necessitam ser conheci-
dos dentro de uma visão ampla, não só ambiental, como social. A coabitação das 
espécies no planeta é regulada pela interdependência das espécies, em que uma 
precisa da outra para sua sobrevivência, buscando alimentos e proteção e recicla-
gem dos componentes orgânicos (NEVES, 2016). 
Através dessa associação entre as espécies, podemos caracterizar o concei-
to de parasitismo, que é uma associação entre organismos de espécies distintas, 
em que se observa uma associação íntima e duradoura, além de uma dependên-
cia metabólica entre os mais diferentes reinos, buscando a manutenção davida. 
De fato, os parasitos dependem de outros seres vivos, eventualmente dos seres 
humanos, que por alguma razão, podem se tornar seus hospedeiros (REY, 2010).
A importância da parasitologia no Brasil e em todos os países de con-
dições climáticas iguais, tanto do ponto de vista clínico quanto do sa-
nitário, decorre do grande número de parasitoses neles existentes, das 
quais algumas são esporádicas, outras endêmicas em certas áreas e 
outras epidêmicas (MORAES, 2008, p. 5).
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA E HELMINTOS
4
Você sabe a diferença entre endemia e epidemia?! Então, vamos lá!
Endemia: é a prevalência de uma doença com relação à área, cuja incidência permanece 
constante por vários anos, é o número de casos esperados de uma doença em uma popu-
lação, numa determinada época (exemplo: no inverno espera-se que mais da metade da 
população tenha gripe) (NEVES, 2016).
Epidemia: é a ocorrência de doenças que ultrapassam a incidência esperada e que de-
rivam de uma fonte comum de infecção ou propagação. Exemplo: aparecimento de um 
único caso, em que havia muito tempo que não aparecia naquela cidade ou região, como 
a varíola em Blumenau) (NEVES, 2016).
IMPORTANT
E
O acometimento dessa relação entre as espécies é, usualmente, mais en-
contrado em locais e populações de baixa renda, devido às condições precárias de 
saúde e habitação. Não podemos falar em condições precárias de saúde sem falar 
em saneamento básico. Sabemos que hoje a realidade do saneamento é precária 
em muitas cidades. Segundo dados do Trata Brasil – Saneamento é Saúde (2016), 
o Brasil está entre as dez maiores economias do mundo, mas ainda não conseguiu 
levar serviços de saneamento básico a todos os brasileiros. Segundo a última es-
tatística por eles apresentada, em 2016, 35 milhões de brasileiros não têm acesso 
à água tratada. Sobre a coleta de esgoto, 49% da população, não possui coleta 
de esgoto, somente 44% dos esgotos são tratados no Brasil, segundo o Sistema 
Nacional de Informação sobre Saneamento (BRASIL, 2016). Através dessa triste 
realidade, as parasitoses são um problema de saúde pública que assola as pessoas 
por todo o país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 
2015) ocorreram 407 mil internações por diarreia e doenças da falta de saneamen-
to, as mais acometidas por esse grande problema são a população que vive em 
condições precárias, em periferias das cidades e, principalmente, crianças.
Com base nessa triste realidade, cabe ao acadêmico e a nós, profissionais 
da área da saúde, buscarmos o conhecimento sobre o ciclo biológico desses para-
sitas, a fim de adotar e disseminar o conhecimento através de políticas públicas, 
sobre medidas profiláticas de educação em saúde, para que consigamos diminuir 
os números de pessoas acometidas por parasitoses. Primeiramente, precisamos 
conhecer cada parasita, para entendermos melhor como podemos atuar de forma 
efetiva contra as parasitoses. Estamos juntos nessa batalha, então vamos lá!
TÓPICO 1 — CONCEITOS APLICADOS À PARASITOLOGIA
5
Procure conhecer qual a realidade do saneamento básico da sua cidade, atra-
vés do site do IBGE: https://www.ibge.gov.br/.
NOTA
2 REGRAS DE NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO
O número de seres vivos existentes na natureza é tão grande que, para 
serem estudados, tiveram que ser agrupados conforme sua morfologia, fisiologia, 
estrutura, filogenia etc. Esse agrupamento obedeceu a leis e possui um vocabu-
lário próprio. A designação científica é regulada por regras de nomenclatura dis-
cutidas em congressos e denominadas “Regras Internacionais de Nomenclatura 
Zoológica”. A unidade taxonômica denomina-se táxon, que pode corresponder 
a diversos níveis de classificação na zoologia, são sete: reino, filo, classe, ordem, 
família, gênero e espécie (NEVES, 2016).
 
A nomenclatura das espécies deve ser latina e binominal, sendo o parasita 
designado por dois nomes: o primeiro representa o gênero (deve ser escrita com a 
primeira letra maiúscula); o segundo, a espécie considerada (deve ser escrita com 
letra minúscula, mesmo quando for nome de pessoa), quando a espécie possuir 
subespécie, essa palavra virá em seguida à da espécie, sem nenhuma pontuação, 
devendo ambos os nomes ser grifados ou escritos em itálico, para distingui-los dos 
nomes comuns existentes. Sendo assim, os gêneros são colocados em uma mesma 
família e as famílias que mostram certo parentesco, em uma ordem. As ordens, 
por sua vez, agrupam-se em classes e as classes afins em filos. O conjunto dos filos 
constitui um reino (REY, 2010). Citarei como exemplo uma classificação zoológica 
de um helminto: Reino – Animal, Filo – Nematoda, Classe – Secernentea, Ordem – 
Ascaridada, Família – Ascarididae, Gênero – Ascaris, Espécie – Lumbricoides. 
Nos próximos tópicos desta unidade, para cada espécie de interesse pa-
rasitólogo no Brasil, estudaremos sobre sua epidemiologia, morfologia, mecanis-
mos de transmissão, o ciclo biológico diferencial de cada parasita, os sintomas 
que podem ser ocasionados por ele quando ocorrer o parasitismo, os métodos de 
profilaxia que podem ser utilizados para combater a essa parasitose e a forma de 
realizar o diagnóstico preciso e diferencial de cada um deles. 
3 CLASSIFICAÇÃO DE HOSPEDEIROS E VETORES
Neste tópico, mostraremos alguns aspectos da relação entre as espécies na 
natureza e da relação entre os seres humanos. Para que um parasita consiga so-
breviver ao meio, necessita da presença de outro ser vivo, para que consiga obter 
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA E HELMINTOS
6
dele os nutrientes e as condições necessárias para o seu desenvolvimento. Pode-
mos denominar de hospedeiro qualquer animal ou planta que abriga um para-
sita, esse hospedeiro ainda pode ser classificado em definitivo ou intermediário. 
• Hospedeiro definitivo: é aquele que abriga o parasita na sua fase adulta ou 
na sua forma reprodutiva final, fornecendo as condições necessárias para sua 
reprodução e manutenção da vida desse parasita. É nesse hospedeiro que 
ocorre a reprodução sexual do parasita no qual que temos a presença de ga-
metas que levará à variabilidade genética. 
• Hospedeiro intermediário: é aquele que abriga o parasita em sua fase larval 
(jovem), usualmente é um molusco ou artrópode no qual o parasita realiza a 
reprodução assexual, tendo a ausência de fusão de gametas, gerando cópias 
idênticas (NEVES, 2016).
 
Quando falamos em transmissão de doenças parasitárias, essa pode 
ocorrer de forma direta, através do contato direto entre dois seres vivo ou 
através de vetores. Vetor é um artrópode, molusco ou outro veículo que permite 
a transmissão do parasita entre dois hospedeiros que podem ser classificados, 
segundo Neves (2011), como: biológico, mecânico e inanimado ou fômite. 
• Vetor biológico: é aquele que além de ser transmissor, o parasito se repro-
duz ou se desenvolve nele, temos como exemplo os moluscos e artrópodes. O 
Trypanossoma cruzi é transmitido através da picada dos triatomídeos (conheci-
dos como “barbeiros”) que servem como vetor para a doença de Chagas. 
• Vetor mecânico: é quando o parasito não se reproduz e nem se desenvolve 
no vetor, serve apenas como transporte. Um exemplo desse tipo de vetor são 
as moscas domésticas, que podem transportar parasitas através de suas patas 
e depositarem sobre os alimentos a serem consumidos. Exemplo de parasita 
que pode ser transmitido via vetor mecânico é o Ascaris lumbricoides, sua for-
ma imatura pode ser depositada por uma mosca sobre uma fruta, por exem-
plo, e essa ser consumida sem a devida higiene e transmitir a parasitose. 
• Vetor inanimado ou fômite: é quando o parasita é transportado através de 
objetos de uso comum, por exemplo, talheres, copos, seringas, lenços, roupa 
de cama e toalhas de uso comum. Como exemplo de parasitose transmitida 
temos o parasita Enterobius vermicularis. 
4 MECANISMOS DE INFECÇÃO E DISSEMINÇÃO PELO 
ORGANISMO
A transmissão e a manutenção de uma doença na população humana, sãoresultantes do processo interativo entre o agente etiológico, o meio ambiente e 
o hospedeiro humano. O modelo da tríade epidemiológica é classicamente uti-
lizado para descrever a dinâmica da transmissão das doenças infecciosas, como 
apresentado na Figura 1, descrita por Cimerman e Cimerman (2005). 
TÓPICO 1 — CONCEITOS APLICADOS À PARASITOLOGIA
7
FIGURA 1 – TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA DE DOENÇAS
FONTE: Adaptada de Cimerman e Cimerman (2005)
O agente é o fator cuja presença é essencial para a ocorrência da doença, 
já o hospedeiro é o organismo capaz de ser infectado por um agente, e o meio 
ambiente é o conjunto de fatores que interagem com o agente e o hospedeiro. Os 
vetores, como os mosquitos e carrapatos, são frequentemente envolvidos nesse 
processo (CIMERMAN; CIMERMAN, 2005).
A forma como ocorre as infecções ou transmissão das parasitoses, a porta 
de entrada para o organismo, se dá por diferentes vias. Via oral: através da in-
gestão do parasita em água ou alimentos contaminados; cutânea: o parasita tem a 
capacidade de entrar no organismo através da degradação das enzimas das pele; 
mucosa/genital: através da relação sexual desprotegida, ou através de mucosa 
exposta a fatores ambientais; transplante/transfusional: após transfusão sanguí-
nea ou transplante de órgãos, via essa de transmissão muito incomum nos dias 
atuais, devido à alta sensibilidade de detecção de parasitas em sangue e tecidos 
nos centros de transplantes; transplacentária/transmamária: a fêmea contamina-
da têm a capacidade de transmitir a parasitose para o embrião em formação atra-
vés da placenta ou durante a amamentação (NEVES, 2011). 
Você conseguiu observar como as fontes de contaminação podem estar 
mais perto do que você imagina? É realmente assustador, mas para isso que esta-
mos aqui, para entendermos melhor todas as vias e buscarmos reduzir os índices 
de contaminação por todas as vias, conto com você nessa batalha!
Os mecanismos de infecção são diferentes dependendo do tipo de agente 
etiológico, ou seja, do tipo de parasita que está sendo transmitido. Cada parasita, 
tem características próprias de desenvolvimento e habitat, por isso, devido a forma 
de contaminação, eles podem se disseminar pelo organismo humano de formas 
diferentes. Através da circulação sanguínea (via hematogênica) como é o caso, por 
exemplo, do Trypanossoma cruzi que é transmitido através da picada do triatoma 
(que é o vetor da parasitose) e cai direto na circulação sanguínea, sendo classi-
ficado como hemoparasitas (hemo = sangue; parasita = alimentar do hospedeiro), é 
nesse local, que o parasita se desenvolve, reproduzindo-se e causando os sintomas. 
Outro meio é a via linfática, cujo parasita alcança a pele humana, entra em nosso 
organismo e migra para a circulação linfática, causando como principal dano o 
edema devido a obstrução do fluxo linfático, exemplo de parasita que obstrui sis-
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA E HELMINTOS
8
tema linfático é a Wuchereria bancrofit, popularmente conhecido como causador da 
Elefantíase. Temos também a transmissão através da via da cutânea/pele, que são 
classificados como ectoparasitas, pois ficam no local ocasionando sintomas devido 
ao seu metabolismo e diferenciação, exemplo do parasita Pediculus humanis, popu-
larmente conhecido como piolho. E o meio mais comum de disseminação é a via 
endógena, cujo parasita alcança o sistema digestório através da ingestão de água ou 
alimentos contaminados, por exemplo, caem no sistema digestório e ali se nutre, 
reproduzindo-se e ocasionando os sintomas (NEVES, 2016).
É muito importante nesse momento diferenciar infecção de infestação. A dife-
rença entre os dois termos está na localização do parasita. 
Infecção: parasita localizado na superfície interna (endoparasitas). Ex.: Ascaris lumbricoides.
Infestação: parasita localizado na superfície externa (ectoparasitas). Ex.: piolho.
ATENCAO
5 CICLO BIOLÓGICO MONOXÊNICO E HETEROXÊNICO
Segundo Neves, denomina-se ciclo biológico ou ciclo vital as fases e 
etapas que um parasito passa durante sua vida. Essas fases algumas 
vezes são complicadas, outras bem simples, mas foram os recursos 
que cada espécie desenvolveu durante seu processo evolutivo para 
conseguir sucesso na reprodução e na dispersão (NEVES, 2016, p. 13).
 
Em alguns ciclos, a passagem de um hospedeiro para outro é direta, em ou-
tros ciclos essa passagem necessita de um hospedeiro intermediário para alcançar 
o hospedeiro definitivo, sendo considerado um ciclo indireto. Denomina-se ciclo 
monoxênico ou direto, quando no ciclo biológico só há participação do hospedeiro 
definitivo, sendo que, nesse local, ocorre sua reprodução e desenvolvimento. Já o 
ciclo heteroxênico ou indireto, ocorre quando no ciclo biológico há participação de 
um hospedeiro intermediário, no qual se desenvolve parte do ciclo ou reprodução 
assexuada, nesse hospedeiro, desenvolvem-se as formas infectantes do parasito, 
sendo transmitidas para o hospedeiro definitivo (NEVES, 2011).
Cada parasita tem sua particularidade de ciclo biológico, uns mais sim-
ples e outros mais complexos, mas esse ciclo nos fornece uma visão dos pontos 
de prevenção, tratamento e controle das parasitoses. Em todo ciclo podemos ob-
servar vários estágios, como o estágio diagnóstico que é o local onde esse parasita 
é eliminado ou localizado, para extrairmos uma amostra e identificarmos de qual 
espécie se trata; o estágio infectante é como o paciente adquiriu essa parasitose, 
ou seja, qual a forma de transmissão; o estágio de localização, onde o parasi-
ta se encontra dentro do organismo humano através da sintomatologia por ele 
TÓPICO 1 — CONCEITOS APLICADOS À PARASITOLOGIA
9
causada e o estágio de maturação, que é habitat escolhido pelo parasita para a 
sua reprodução e desenvolvimento. É através desses estágios principais do ciclo 
biológico do parasita que o estudo da parasitologia é direcionado (NEVES, 2016). 
6 FATORES INERENTES AO PARASITA E AO HOSPEDEIRO
Você deve estar se perguntando, a contaminação, o desenvolvimento do parasita 
e os sintomas por ele ocasionados são iguais para todos os seres humanos contaminados? 
A resposta é não, cada parasita e cada hospedeiro possuem respostas biológicas diferen-
tes, então vamos entender um pouco melhor, quais são os fatores que influenciam dire-
tamente nisso. Para que de fato ocorra a transmissão/contaminação e o ciclo biológico do 
parasita aconteça de forma completa, existem alguns fatores que são importantíssimos 
durante todas essas etapas. São fatores que influenciam de maneira direta as parasitoses, 
conhecidos como fatores inerentes ao hospedeiro e fatores inerentes ao parasita. 
 
Os fatores inerentes ao parasita seriam a capacidade que esse parasita tem 
de causar determinada patologia, ou seja, quais os fatores que ele carrega e que de-
terminam o quanto de infecção esse parasita é capaz de transmitir e o quão grave 
ele é. Podemos citar como exemplo: virulência, que é a severidade, a rapidez que 
esse parasita causa a doença; a carga parasitária: o quanto de parasita que foi in-
gerido pela pessoa durante a contaminação, essa carga parasitária está fortemente 
envolvida com o ciclo biológico do parasita, o quanto ele se reproduz, quantas mi-
lhares de cópias dele mesmo são possíveis de serem liberadas, contaminado o am-
biente; e a localização, que é onde o parasita se localiza após entregar no organismo 
humano, dependendo da sua localização, pode ocasionar doenças mais leves ou 
mais graves, sendo que alguns parasitas possuem capacidade migratória dentro do 
organismo do seu hospedeiro. Todos esses fatores influenciam de maneira direta 
na gravidade da contaminação pelo parasita, sendo que são fatores passíveis de 
alteração, mudança, dependendo de cada espécie (MORAES, 2008).
Já os fatores inerentes ao hospedeiro, são relacionados à capacidade do orga-
nismo humano em eliminar ou combater a parasitose antes mesmo da sua instalação, 
ou seja, o hospedeiro pode se contaminar com o parasita, masem alguns casos, os 
mecanismos responsáveis para combater agentes estranhos, conseguem eliminar a 
parasitose antes mesmo de ela se instalar, multiplicar-se e ocasionar sintomas. São 
exemplos de mecanismos de defesa inerentes ao hospedeiro: idade, sendo as crianças 
e idosos mais suscetíveis a doenças; estado nutricional, a ação do parasito pode ser 
bloqueada quando o hospedeiro apresenta bom estado nutricional; imunidade é um 
fator que quanto mais jovem for o hospedeiro mais rápido e eficaz o sistema imuno-
lógico será para combater agentes estranhos, bem como o uso de medicamentos, há-
bitos e costumes dos hospedeiros, como paciente que não tem o hábito de lavar frutas 
e verduras e beber água não tratada, esse mal hábito pode levá-lo com mais frequ-
ência ao contato com parasitas e contaminação (CIMERMAN; CIMERMAN, 2005).
Caros acadêmicos, não podemos nos esquecer dos mecanismos diretos de de-
fesa do organismo humano, que são aqueles desenvolvidos muito sabiamente pelo 
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA E HELMINTOS
10
corpo humano, por exemplo, a pele, que é o maior órgão do nosso corpo, nosso pri-
meiro e maior órgão de defesa, assegurando o contato e relações entre o meio externo 
e interno. Outro mecanismo muito importante é o suco gástrico, devido a sua acidez, 
muitos parasitas quando chegam no interior do sistema digestório, não conseguem 
sobreviver com esse meio ácido e são eliminados pelo nosso sistema imunológico. Te-
mos também uma célula leucocitária muito importante nos mecanismos de combate 
e defesa contra parasitas, que são os eosinófilos, um tipo de leucócito especializado 
no combate de parasitas que realizam a liberação dos grânulos de histamina, após 
sua ativação, esses grânulos são tóxicos para os tecidos do parasita que ele é morto e, 
posteriormente, eliminado da circulação através das nossas células responsáveis pela 
fagocitose (NEVES, 2016). Após esse conhecimento, você pode ficar um pouco mais 
tranquilo, pois mesmo sabendo que as vias de contaminação são inúmeras, também 
temos um sistema de defesa especializado trabalhando para nos defender. 
Acesse o site https://bit.ly/3kY8fuk e conheça mais sobre O Movimento Brasil 
sem Parasitose. Alinhado às diretrizes da OMS de controle de parasitoses intestinais, o 
Movimento Brasil sem Parasitose é um projeto social e educacional realizado pela Federa-
ção Brasileira de Gastroenterologia. A ação leva orientação à população, além de realizar 
atendimento gratuito à população na unidade móvel de saúde.
DICAS
7 MECANISMOS DE AGREÇÃO
De acordo com Cimerman e Cimerman (2005), a ação do parasita sobre um 
hospedeiro pode acontecer de diferentes formas, tudo isso vai depender da viru-
lência e da capacidade maturativa do parasita, pois é através dela que pode ocorrer 
a doença no hospedeiro. Cada parasita pode ocasionar uma única ação ou uma as-
sociação delas, tudo isso dependerá dos fatores inerentes ao hospedeiro e dos fato-
res inerentes ao parasita, como estudamos anteriormente. Não existe uma ação fixa 
de cada parasita em cada organismo, tudo dependerá desses fatores. Vamos, então, 
conhecer as principais ações que os parasitas podem ocasionar em um hospedeiro:
• Mecânica ou obstrutiva: essa ação é a mais conhecida, você provavelmente 
já deve ter visto em algum filme ou vídeo na internet em que o intestino do 
paciente é aberto, sendo retirados milhares de vermes adultos esbranquiça-
dos, pois bem, trata-se de uma ação mecânica que acontece pela presença 
do parasita em determinado órgão (nesse caso, você pode se questionar: por 
que milhares de parasitas e não um único? São duas as explicações, primei-
ro porque, ao se contaminar, o hospedeiro ingere não apenas um exemplar 
do parasita, mas milhares de exemplares, e, segundo, porque esse também 
se multiplica dentro do organismo, o que ocasiona essa presença massiva de 
11
parasitas).Essa presença pode causar uma ação obstrutiva, obstruindo, por 
exemplo, parte do intestino por onde passa o bolo fecal, ou uma ação destru-
tiva ocasionada durante a migração do parasita no interior do órgão. Exemplo 
de parasita, o Ascaris lumbricoides, que se reproduz muito rapidamente ocasio-
nado a obstrução intestinal (NEVES, 2016).
• Espoliativa: quando o parasita espolia, isto é, retira nutrientes do hospedeiro, 
ele se fixa na parede intestinal e retira de lá todos os nutrientes necessários 
para o seu desenvolvimento. Exemplo: Ancylostoma sp, que se fixa no intestino 
através dos seus pares de dentes retirando nutrientes e ocasionando anemia 
ao hospedeiro devido ao alto consumo de ferro e vitaminas (MORAES, 2008).
• Traumática: quando o parasita causa traumas no hospedeiro, por exemplo, 
o Ancylostoma, devido à penetração sobre a pele, causando uma lesão na epi-
derme, ou devido à fixação no intestino, causando um trauma, destruindo as 
células da mucosa durante sua fixação (MORAES, 2008).
• Tóxica: quando os produtos do metabolismo do parasito são tóxicos para o 
hospedeiro. Exemplo: a formação de granulomas pelos ovos do Schistossoma 
mansoni (NEVES, 2016).
• Compressiva: compressão de órgãos e modificação de tecidos devido ao de-
senvolvimento do parasita. Exemplo: Taenia sp (NEVES, 2011).
• Absortiva: quando ocorre a má-absorção intestinal, devido ao parasita absorver as vi-
taminas lipossolúveis essenciais K, E, D, e A. Exemplo: Giardia lamblia (NEVES, 2016).
• Enzimática: quando o parasita penetra sobre a pele humana, ocasionado a 
quebra de enzimas proteases (presentes na pele) causando a dermatite. Exem-
plo: penetração pelo Shistossoma mansoni (NEVES, 2016).
• Anóxia: quando ocorre grande consumo de oxigênio pelo parasito nas he-
mácias, podendo ocasionar falta de ar generalizada, exemplo: Plasmodium, o 
causador da malária (NEVES, 2016).
• Irritativa: deve-se à presença constante do parasita que não produz lesão 
traumática, mas irrita o local parasitado com seu corpo. Exemplo: as ventosas 
do Ascaris lumbricoides na mucosa intestinal (NEVES, 2016).
• Imunogênica: quando partículas antigênicas de parasitos sensibilizam teci-
dos do hospedeiro, aumentando a resposta imunitária, a qual agrava a para-
sitose. Exemplo: doença de Chagas, que é agravada pela resposta imune do 
hospedeiro (CIMERMAN; CIMERMAN, 2005).
• Inflamatória: o parasita ou os produtos do seu metabolismo estimulam o 
afluxo de células inflamatórias locais, exemplo a formação de granulomas pe-
los ovos do S. mansoni (NEVES, 2016).
Como podemos perceber até o momento, são muitos os mecanismos de 
agressão que podem ser desenvolvidos pelos parasitas, cada parasita pode apre-
sentar um mecanismo de ação ou uma associação deles, tudo vai depender dos 
fatores inerentes ao parasita e ao hospedeiro. A partir de agora vamos estudar 
cada parasita individualmente, podendo observar quais os mecanismos utiliza-
dos por cada um deles e qual a importância da interação entre as condições am-
bientais, sociais e as doenças parasitárias. Você está preparado? Vem comigo. 
12
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
• Parasitas são seres que de um modo permanente, periódico ou ocasionalmen-
te vive em outro organismo, nutrindo-se e determinando de modo variável, 
causando algum dano.
• A nomenclatura das espécies deve ser latina e binominal, sendo a espécie 
designada por duas palavras: a primeira representa o gênero (deve ser escrita 
com a primeira letra maiúscula); a segunda, a espécie considerada (deve ser 
escrita com letra minúscula, mesmo quando for nome de pessoa).
• A diferença entre hospedeiro definitivo, aquele que abriga o parasita na sua 
fase adulta ou na sua forma reprodutiva final, e o hospedeiro intermediário, 
aquele que abriga o parasita em sua fase larval (jovem), usualmente, é um 
molusco ou artrópode no qual o parasita realiza a reprodução assexual.
• A presença de vetores é muito utilizada na transmissão de parasitoses, esses 
vetores podem ser: biológicos, mecânica ou inanimados (Fômites).
• As formas como ocorre a infecção ou transmissão dasparasitoses, sendo a 
porta de entrada para o organismo, dá-se por diferentes vias: oral, cutânea, 
mucosa, transfusional ou transplacentária.
• Os parasitas podem desenvolver dois tipos de ciclo, o monoxênico, quando 
apenas possui hospedeiro definitivo, ou heteroxênico, quando o hospedeiro 
intermediário faz parte desse ciclo. 
• Os fatores que determinam a parasitose inerentes ao parasita são: carga viral, 
virulência e sua localização, já os inerentes ao hospedeiro são: sistema imuno-
lógico, idade, estado nutricional, bem como hábitos e costumes.
• A ação do parasita sobre o hospedeiro pode acontecer em diferentes formas, 
tudo dependerá da virulência e da capacidade maturativa do parasita, podem 
ser: mecânica, espoliativa, traumática, tóxica, compressiva, absortiva, enzimá-
tica, anóxia, irritativa, imunogênica, inflamatória.
13
1 A parasitologia é a ciência que estuda o parasitismo. O parasitismo ocorre 
quando um organismo (parasita) vive em associação com outro organismo 
(hospedeiro), do qual retira os meios para sua sobrevivência, causando pre-
juízos (doenças) ao hospedeiro durante este processo. Portanto, é de gran-
de importância estabelecer o significado das palavras que farão parte da 
disciplina de parasitologia no decorrer da apostila. A partir das palavras 
descritas a seguir, realize uma pesquisa e estabeleça o significado das pala-
vras listadas referente à parasitologia:
a) Agente etiológico. 
b) Agente infeccioso. 
c) Habitat. 
d) Incidência. 
e) Patogenia ou Patogênese. 
f) Patognomônico. 
g) Prevalência. 
h) Profilaxia. 
i) Reservatório. 
j) Virulência. 
k) Zoonose. 
l) Nicho ecológico.
2 No parasitismo, apenas um dos organismos envolvidos é beneficiado e o 
outro é prejudicado. Esse tipo de relação não gera a morte do hospedeiro, 
pois, quanto mais tempo ele viver, mais tempo terá o parasita para 
alimentar-se. Para isso, é fundamental que o parasita não retire do corpo 
do hospedeiro muito nutriente, pois ficaria muito debilitado e acabaria 
morrendo, o que levaria o outro organismo também à morte. Com relação 
aos parasitas e às doenças que causam, analise as sentenças a seguir:
I- Parasitismo é associação entre organismos de espécies distintas em que se 
observa uma associação íntima e duradoura, além de uma dependência 
metabólica de grau variado.
II- Quanto à localização dos parasitas, eles podem ser classificados como en-
doparasitas, quando localizados no exterior do organismo, ou ectoparasi-
tas, quando localizados no interior do organismo do hospedeiro.
III- Ação mecânica pode ser exercida pela presença do parasito em determinado 
órgão, podendo ser uma ação obstrutiva ou destrutiva durante sua migração. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
AUTOATIVIDADE
14
a) ( ) Somente a sentença III está correta.
b) ( ) Somente a sentença I está correta.
c) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
d) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
e) ( ) As sentenças I e III estão corretas. 
3 Os parasitas possuem características específicas que permitem classificá-los 
de acordo com o tipo de ciclo biológico em monoxê nicos e heteroxênicos. 
Com relação ao tipo de ciclo, classifique V para as sentenças verdadeiras e 
F para as falsas: 
( ) Parasito heteroxênico: é o que possui hospedeiro definitivo e intermediário. 
( ) Parasito monoxênico: é o que possui apenas o hospedeiro definitivo. 
( ) Parasito monoxênico: é o que possui apenas o hospedeiro intermediário. 
( ) Parasito heteroxênico: é o que possui apenas o hospedeiro definitivo.
( ) Parasito monoxênico: é o que possui hospedeiro definitivo e intermediário. 
( ) Parasito heteroxênico: é o que possui apenas o hospedeiro intermediário.
Assinale a alternativa que a presenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – V – F – V – V.
b) ( ) V – V – F – F – F – F.
c) ( ) F – F – F – F – F – F.
d) ( ) V – V – F – V – V – F.
e) ( ) V – V – V – V – V – V.
4 Paciente feminino, 6 anos, J.M.S. precedente do estado de Santa Catarina. 
Realizou consulta médica, devido a apresentar episódios de diarreia e febre. 
O médico do Posto de Atendimento que atendeu a criança, encaminho-a 
para o hospital. No exame de admissão, a criança encontrava-se consciente, 
acianótica, anictérica e febril. O exame de parasitológico de apresentou re-
sultado positivo para a presença de helmintos. No dia seguinte, a criança foi 
transferida para a enfermaria, e a mãe relatou que há 7 dias da internação, 
a criança iniciou um quadro de diarreia intensa seguida por 8 dias de uma 
possível oclusão intestinal. De antecedentes pessoais, a criança apresentava 
uma internação anterior, com mais ou menos um ano de idade, ocasionada 
por uma “falsa pneumonia”. A criança faz consumo de água não filtrada, 
e apresenta o hábito de geofagia. Possui mais 5 irmãos. A mãe é doméstica 
e tem renda familiar de aproximadamente R$700,00, devido a esse valor a 
família vive em condições precárias de moradia (casa de chão batido). Com 
base no enunciado, quais os fatores inerentes ao hospedeiro que são deter-
minantes para a causa das doenças parasitárias e quais os mecanismos de 
agressão que podem ser ocasionados por esses parasitas?
15
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
ENTEROPARASITOSES CAUSADAS 
POR HELMINTOS – FILO NEMATODA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, iniciaremos nosso estudo com duas perguntas: você já viu algum 
verme ao vivo? Já ouviu falar que alguém está com vermes? Certamente, a resposta 
para uma das duas perguntas será sim! Os helmintos, popularmente conhecidos como 
vermes, são grupo de parasitas que mais acomete o ser humano. São distribuídos e 
classificados em três filos: Platyhelminthes, Nematoda e Acanthocephala, conforme descri-
to no livro de parasitologia de David Pereira Neves (2016). Dentre os três filos, os que 
mais acometem os seres humanos são Platyhelminthes e Nematoda. Os parasitas do filo 
Acanthocephala são raros em nosso meio e, por isso, não terão destaque nessa unidade. 
 
Os helmintos são considerados seres pluricelulares, sendo cada célula espe-
cializada em sua função. Os nematódeos são vermes cilíndricos e alongados (nema 
= fio + helminthes = verme) com tamanho variável, de centímetros até metros. Eles 
possuem simetria bilateral, com uma cutícula envolvendo o corpo e três folhetos 
germinativos (triblásticos). Apresentam cavidade oral, tubo digestório completo, 
contendo anus (fêmea) e cloaca (macho). São dioicos, ou seja, realizam reprodução 
sexuada, predominantemente com sexos separados (dimorfismo sexual), com fe-
cundação interna e desenvolvimento indireto, sendo sempre o macho menor que a 
fêmea. O corpo é revestido por uma cutícula fina, lisa ou com estrias, que tem por 
finalidade proteção do organismo contra as ações externas (NEVES, 2016).
Do filo Nematoda, os gêneros estudados serão aqueles que apresentam maior 
incidência e prevalência em nível de Brasil, são eles: Ascaris lumbricoides, Toxocara 
sp., Enterobius vermicularis, Strongyloides stercoralis, Ancylostoma sp., Trichuris trichiu-
ra. Estudaremos, a seguir, de forma mais detalhada, cada parasita descrito de inte-
resse clínico, para que consigamos dividir o entendimento de acordo com o gênero 
e espécie do parasita, pois cada um apresenta sua particularidade de ciclo biológi-
co, habitat, forma de contaminação, profilaxia e identificação. Vamos lá?!
2 ASCARIS LUMBRICOIDES
A verminose mais presente em todo o mundo é a Ascaridíase ou Ascaridose, ela é 
causada pelo helminto Ascaris lumbricoides. Você, muito provavelmente, deve ter ouvido 
falar na doença que é popularmente conhecida como “lombriga”, ela recebe esse nome 
devido à morfologia desse parasita. Ele foi descrito inicialmente no ano de 1758 por 
Lineu, que observou esse verme nas fezes de humanos e de suínos (MORAES, 2008).
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA E HELMINTOS
O Ascaris é encontrado em quase todos os países do mundo e ocorre com 
frequência em virtude das condições climáticas e ambientais. Esse parasita pode 
sobreviver entre 5 °C e 10 °C, por até dois anose na ausência de oxigênio por até 
três meses. Em solos argilosos, úmidos e sombreados sobrevivem até seis anos. 
Trata-se de um parasita muito incidente na população de baixo grau socioeconô-
mico, portanto, é uma infecção extremamente disseminada e pode levar a qua-
dros clínicos graves e até mesmo fatais (CIMERAN, 2005).
Segundo o relato de Rey (2010), a Ascaridíase, como as demais parasitoses 
intestinais, tem sido negligenciada em muitos países por diversos motivos. Primei-
ramente, porque afeta as populações economicamente mais pobres e com menor 
poder de reivindicação. O segundo, porque os serviços básicos de saúde nem sem-
pre são orientados para as comunidades rurais com ações diretas e claras sobre o 
controle da contaminação das parasitoses. E o terceiro ponto, está relacionado com 
a falta de decisão política para implementar programas de controle, destinando 
também recursos financeiros para o controle das endemias parasitárias. 
2.1 MORFOLOGIA
O estudo da morfologia dos parasitas, deve ser realizado observando-se 
as fases evolutivas do ciclo biológico que o parasita faz, passando pela fase em-
brionária (ovo) e pela fase adulta (verme adulto macho e fêmea). É essencial que 
você, futuro profissional da área da saúde, saiba realizar o diagnóstico preciso da 
forma parasitária através do exame parasitológico de fezes, conhecendo a morfo-
logia do parasita. Então, estudaremos a seguir, a estrutura morfológica do Ascaris 
lumbricoides, verme adulto macho, fêmea e ovos, que são estruturas que podem 
ser liberadas e observadas em uma amostra de fezes. 
• Verme adulto macho: é cilíndrico, possui simetria bilateral (ou seja, iguais dos 
dois lados), apresenta o corpo coberto por cutícula lisa e brilhante com estrias. 
Possui uma coloração amarelo-rosado e pode medir de 15 a 30 cm, podendo che-
gar até 45cm. Apresentam um vestíbulo bucal, localizado na extremidade ante-
rior, com três lábios (trilabiada) que servem como fixação e nutrição do parasita, 
para que consiga se fixar no interior do organismo humano. Possui também, um 
esôfago musculoso e um intestino retilíneo. A extremidade caudal é encurvada 
com a presença de espícula, necessárias durante o acasalamento (REY, 2018).
• Verme adulto fêmea: é maior que o macho, possui extremidade caudal retilínea, 
apresenta dois ovários, úteros, vagina e vulva. Também possui uma boca trilabia-
da, com a mesma função do macho. “Os vermes adultos habitam o lúmen do in-
testino delgado humano, onde se alimentam e copulam. A fêmea deposita cerca 
de 200.000 ovos por dia, que são eliminados nas fezes” (FERREIRA, 2017, p. 103). 
É possível imaginar essa grande quantidade de ovos contaminando um 
alimento através das fezes de uma pessoa infectada, com isso, podemos entender 
melhor o que discutimos anteriormente, quando falamos de carga parasitária. A 
TÓPICO 2 — ENTEROPARASITOSES CAUSADAS POR HELMINTOS – FILO NEMATODA
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carga parasitária do Arcaris é muito elevada devido à superprodução de ovos. A 
morfologia dos vermes adultos macho e fêmea pode ser muito bem esclarecida na 
Figura 2 – verme adulto de Ascaris lumbricoides:
FIGURA 2 – VERME ADULTO DE ASCARIS LUMBRICOIDES MACHO (B) E FÊMEA (A)
FONTE: Ferreira (2017, p. 103)
• Ovo: o ovo eliminado após o acasalamento entre macho e fêmea possui algu-
mas características distintas quando o ovo está fértil ou infértil. As caracte-
rísticas morfológicas de um ovo fértil, envolvem uma coloração branca, mas 
adquirem a cor castanho escuro, devido ao contato com as fezes. São grandes 
(50x60um), ovais e apresentam três camadas, como pode ser observado na Fi-
gura 3. Na (Figura 3A), a camada interna é chamada de vitelínica (que lembra 
vitelo = embrião), ela se encontra repleta de células germinativas que darão 
origem a um verme adulto após a eclosão (abertura) desse ovo. Possui uma 
camada intermediária chamada de quitinosa, que tem como função a prote-
ção e a nutrição do embrião, composta de lipídeos e proteínas. Já a camada 
mais externa é chamada de albuminoide (albuminosa) ou maminolada (leva esse 
nome pois lembra a casca de um abacaxi), essa membrana tem como função a 
proteção do vitelo. A camada albuminosa, no entanto, pode estar ausente em 
alguns ovos férteis, também conhecidos como descorticados. O ovo infértil 
(Figura 3B) é mais alongado, não possui capacidade de evoluir, portanto, não 
apresenta a membrana interna vitelínica. No seu interior existe a presença de 
uma massa amorfa, esses ovos são produzidos por fêmeas não fertilizadas, 
são frequentemente eliminados nas fezes, mas degeneram no meio externo, 
sem se tornarem infectantes (FERREIRA, 2017).
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA E HELMINTOS
FIGURA 3 – OVO DE ASCARIS LUMBRICÓIDES FÉRTIL (A) E INFÉRTIL (B)
A B
FONTE: Neves (2016, p. 297)
2.2 TRANSMISSÃO 
Ocorre através da ingestão de ovos embrionados, pelo consumo de água 
não tratada que contenham fezes de pessoas contaminadas ou através da inges-
tão de alimentos contaminados com ovos, devido à má higiene desses alimentos 
e seu consumo. Dificilmente, ocorre a ingestão do verme adulto devido ao seu ta-
manho que pode ser observado a olha nu. Existem outras formas de transmissão 
como o geofagismo, que é o ato de comer terra, algumas pessoas apresentam esse 
hábito e, com isso, a pessoa pode ingerir o parasita presente no solo, ou através 
do peridomicílio, que é o hábito de defecar ao redor de casa e contaminar hortas 
e água que são utilizadas para consumo próprio. Poeira, aves e insetos também 
são capazes de veicular mecanicamente os ovos de Ascaris lumbricoides. Após a 
contaminação com o parasita, esse tem como habitat o intestino delgado, mais 
precisamente na porção do jejuno e íleo (NEVES, 2011).
2.3 CICLO BIOLÓGICO
O ciclo biológico refere-se as etapas de vida do parasita. Por se tratar de 
um ciclo, ele apenas tem fim quando o paciente acometido pela parasitose realiza 
o tratamento com antiparasitários e ocasiona a morte dele, caso contrário, esse 
ciclo se repete até que o parasita encontre as condições favoráveis para o seu de-
senvolvimento (NEVES, 2016). Vamos então ao ciclo biológico: 
1. Os ovos do Ascaris encontram-se eliminados nas fezes (Figura 4) de um pa-
ciente contaminado, as fezes desse paciente alcançam os rios e o solo, conta-
minado a água e os alimentos. 
2. No ambiente, o parasita necessita de condições favoráveis para o seu de-
senvolvimento, esse ovo necessita de um “TUS” adequado. O que seria esse 
TUS? Temperatura de 25 °C a 30 °C, Umidade em torno de 70% e um Solo 
argiloso. Encontrada essas condições favoráveis, dentro do ovo começará a 
ocorrer a maturação desse parasita, as células germinativas que estão dentro 
dele passarão por vários estágios de maturação, transformando-se em L1, L2 
TÓPICO 2 — ENTEROPARASITOSES CAUSADAS POR HELMINTOS – FILO NEMATODA
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e L3, esses três estágios de maturação são necessários para o desenvolvimento 
do parasita, demoram em torno de 15 dias. 
3. Após esse tempo, o ovo presente no ambiente contaminará a água ou algum 
alimento que será ingerido pelo homem. 
4. O homem ingere o ovo embrionado na fase L3.
5. No estômago, através da ação do suco gástrico e do pH, sofre uma sensibiliza-
ção e ocorre a eclosão do ovo no intestino delgado com a saída de uma larva. 
6. Essa larva perfura a parede do intestino, invade a circulação linfática e vai 
para a circulação mesentérica no fígado, após três dias chega ao coração e 
migra para o pulmão.
7. Chegando aos alvéolos, bronquíolos, brônquio, traqueia até chegar na faringe, 
em que, através de movimentos involuntários, é deglutida voltando para o in-
testino, todo esse caminho é conhecido como ciclo de Loefler ou ciclo de Loss.
8. No intestino delgado ocorre o amadurecimento do parasita em verme adulto fêmea 
e macho, posteriormente ocorre o acasalamento e a fêmea realizada a oviposição no 
próprio intestino delgado e esses ovos são eliminados nas fezes do paciente, contami-
nando novamente a água e o solo, reiniciando o ciclobiológico (NEVES, 2016).
FIGURA 4 – CICLO BIOLÓGICO DO ASCARIS LUMBRICOIDES
FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/2G42Kf1>. Acesso em: 12 jul. 2020.
2.4 SINTOMATOLOGIA
Os sintomas que o parasita causa durante toda sua migração e seu desenvolvi-
mento, deve ser estudada com base no ciclo biológico do parasita. O sintoma patogno-
mônico do Ascaris é a obstrução intestinal, ocasionado pela alta capacidade de reprodu-
ção do parasita, eliminado até 200 mil/ovos/dia. Outro sintoma muito característico é a 
síndrome de Loss ou Loeffler, conhecida também como “falsa pneumonia”, ocasionando 
febre, tosse, dispneia, edema de alvéolo, infiltrado eosinofílico, manifestações alérgicas e 
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA E HELMINTOS
bronquite, que são sintomas que se assemelham à pneumonia, mas na realidade são oca-
sionados devido à passagem do parasita por esse órgão. Essas manifestações geralmente 
ocorrem em crianças e estão associadas ao estado nutricional (NEVES, 2016).
Outros órgãos também podem ser prejudicados, como o fígado que pode apre-
sentar focos hemorrágicos e de necrose. Os sintomas relacionados ao intestino, onde o 
parasita tem seu habitat, são subnutrição (devido ao alto consumo de nutrientes pelo 
parasita), emagrecimento, diarreia, náuseas, vômitos e dor abdominal, além de colecistite, 
pancreatite, apendicite, devido à localização errática dos vermes adultos (NEVES, 2011).
2.5 PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO
Como medidas de prevenção a essa parasitose, temos a higienização de 
frutas e verduras, principalmente as que são consumidas in natura. Proteger os 
alimentos da poeira, do contato com vetores (moscas e baratas) e fazer a ingestão 
de água tratada. Evitar peridomicílio e geofagismo, bem como adotar medidas 
de melhora do saneamento básico, adotando também medidas de educação em 
saúde e tratar pessoas doentes para o ciclo seja eliminado (REY, 2010).
O diagnóstico é realizado pela identificação morfológica de ovos nas fezes 
do hospedeiro contaminado, através da utilização de métodos parasitológicos es-
pecíficos para essas estruturas, como os de sedimentação espontânea, não haven-
do necessidade de utilização de técnicas especiais. Em casos mais graves, como os 
de infecções maiores, pode ser realizada a pesquisa de larvas no lavado brônquio 
para encontro do verme adulto (NEVES, 2016).
Assista ao documentário Parasitas assassinos: parasitas suicidas – 2ª Tempo-
rada – Episódio 1. Disponível em: https://bit.ly/33eU6CU.
DICAS
3 ENTEROBIUS VERMICULARIS
O parasita Enterobius vermicularis, causador da enterobíase ou enterobiose, po-
pularmente conhecido como oxiúros, apresenta uma distribuição mundial, em dife-
rentes localidades, climas e populações. A idade do hospedeiro é um fator que in-
fluencia o parasitismo, sendo crianças em idade escolar as mais acometidas. Parasito 
exclusivamente humano, ele disputa com o Ascaris o primeiro lugar entre as ende-
mias parasitárias, por sua alta frequência e larga distribuição geográfica (REY, 2018).
TÓPICO 2 — ENTEROPARASITOSES CAUSADAS POR HELMINTOS – FILO NEMATODA
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3.1 MORFOLOGIA
A morfologia desse parasita também é dividida em verme adulto (fêmea 
e macho) e ovos. Existem algumas características que são comuns em ambos os 
sexos, como: cor branca, corpo filiforme e cutícula finamente estriada. 
• Verme adulto fêmea: possui corpo cilíndrico, mede de 0,8 a 1,2 cm e seu corpo 
é em forma de um ponto de interrogação invertido. Possui asa cefálica para 
locomoção (estrutura muito importante para o ciclo biológico do parasita).
• Verme adulto macho: é menor que a fêmea, mede 0,3 a 0,5 cm, possui uma cauda 
encurvada ventralmente, necessária para a cópula, também possui asa cefálica 
para locomoção. Os vermes adultos, macho e fêmea, podem ser observados na 
Figura 5. A fêmea tem a capacidade de colocar 16 mil ovos por dia (NEVES, 2016).
• Ovo: os ovos medem de 55 a 25um, possuem uma coloração transparente/
acinzentada ou amarelo claro (tudo vai depender do método utilizado para 
o seu diagnóstico). Os ovos no exame da fita adesiva, se apresentam com du-
pla membrana evidente, célula germinativa no interior do ovo – que é liso e 
translúcido em formato de letra “D” –, um lado é achatado e outro é convexo, 
como é possível observar na Figura 6 (NEVES, 2016).
FIGURA 5 – MORFOLOGIA DO PARASITA ENTERBOIUS VERMICULARIS VERME ADULTO MA-
CHO (A), FÊMEA (B) E OVO (C)
FONTE: Neves (2016, p. 326)
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UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA E HELMINTOS
FIGURA 6 – OVOS DE ENTEROBIUS VERMICULARIS NO EXAME DA FITA ADESIVA
FONTE: Leventhal e Cheadle (2000, p. 14)
3.2 TRANSMISSÃO
 
A transmissão dessa parasitose ocorre por diferentes mecanismos 
(NEVES, 2011): 
• Heteroinfecção: quando os ovos presentes em alimentos, poeira ou outros 
fômites alcançam um novo hospedeiro, através da ingestão do ovo desse pa-
rasita, conhecido também como primoinfecção. 
• Indireta: quando os ovos presentes em alimentos, poeira ou outros fômites 
alcançam o mesmo hospedeiro que os eliminou. 
• Autoinfecção externa ou direta: quando o próprio indivíduo infectado após 
coçar a região perianal, leva os ovos infectantes até a boca. 
• Autoinfecção interna: quando as larvas eclodem ainda dentro do reto e de-
pois migram até o ceco, transformando em vermes adultos. 
• Retroinfecção: as larvas presentes na região perianal ascendem pelo intestino 
grosso até chegar ao ceco, transformando-se em vermes adultos. 
Conseguiu observar quantas formas de infecção diferentes podem ser encon-
tradas para esse parasita? Repare que todos estão envolvidos com hábitos de higiene 
pessoal, ou seja, melhor tomar cuidado quando for cumprimentar uma pessoa, se ela 
não tiver lavado a mão, pode lhe oferecer uma carga parasitária de brinde. 
3.3 CICLO BIOLÓGICO
É do tipo monoxênico (Figura 7), apresenta apenas um hospedeiro e 
possui algumas peculiaridades: 
1. Os ovos recém-eliminados tornam-se infetantes em seis horas, podendo 
permanecer viáveis no meio externo por até 13 dias. 
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2. O homem adquire o parasita através da ingestão do ovo em água ou alimentos 
contaminados.
3. Ele sofre a ação do suco gástrico, no intestino delgado ocorre a sua eclosão 
liberando uma larva (verme adulto) que migra para a região do ceco e sofre 
diversas mudas até se tornar efetivamente um verme adulto. 
4. No ceco, fêmea e macho realizam a cópula, após a cópula a fêmea mata o 
macho, que é eliminado nas fezes do hospedeiro. Todo o ciclo ocorre no lúmen 
intestinal, sem migração visceral. A fêmea grávida se desprende do ceco, passa 
por todo o intestino grosso, pelo esfíncter anal até alcançarem a região anal 
ou em áreas adjacentes como a região perianal, tudo isso ocorre no período 
da noite, pois é nesse período que ela encontra temperatura, luminosidade e 
tranquilidade adequada. 
5. Nesse momento e local, ela faz a postura dos ovos cerca de 5 a 16 mil/ovos/
dia, e, dentro de seis horas, esses ovos se tornam infectantes, podem infectar 
novamente o paciente, reiniciando o ciclo ou contaminando o ambiente, 
podendo resistir até três semanas (FERREIRA, 2017).
FIGURA 7 – CICLO BIOLÓGICO ENTERBOIUS VERMICULARIS
FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/30jEjAQ>. Acesso em: 12 jul. 2020.
3.4 SINTOMATOLOGIA
A patogenicidade do Enterobius vermicularis é usualmente baixa, dependendo 
da carga parasitária. O principal sintoma é o prurido (coceira) intenso, que é oca-
sionado devido à presença dos ovos colocados sobre a mucosa anal, causando uma 
reação imunológica devido às proteínas presentes no ovo do parasita que são alér-
gicas ao corpo do hospedeiro, esse, como consequência desenvolve o fenômeno de 
hipersensibilidade que se intensifica ocasionando a reação de coceira (REY, 2018).
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Além da irritação local, lesões intestinais causadas pelos vermes são míni-
mas, podendo haver emagrecimento e discreta inflamação. As ulcerações da mucosa 
podem acontecer devido a infecções bacterianas secundárias, devido ao prurido do 
hospedeiro coçar intensamente e com frequência a região

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