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Ensaio acadêmico

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Universidade Estadual do Maranhão
Núcleo de Tecnologias para Educação
Curso de Licenciatura em Música
EDSON MENDES DE OLIVEIRA
Atividade:
Ensaio acadêmico: Impressões estéticas de um educador musical.
Presidente Dutra
2022
Ensaio acadêmico: Impressões estéticas de um educador musical.
Introdução
O presente ensaio acadêmico tem como finalidade fazer impressões estéticas sobre as musicas de protesto Que país é esse (1978) da banda Legião Urbana, Luiz Inácio (1995) dos Paralamas do Sucesso e Saquear Brasília (2012) Capital Inicial. As musicas de protesto tem um ponto estético diferenciado, uma canção popular que abrange os anseios da sociedade. Para a ascensão da música de protesto foi fundamental a história, as determinações de ordem econômica e político-ideológica. (GIANI, 1985). Entender as influencia que essas músicas trouxeram para gerações passadas e atuais, é endossar e refletir sobre a estética que mudou com o passar do tempo.
Desenvolvimento
A música de protesto surgiu em meados dos anos 60 com o objetivo de falar e criticar o governo e situações a qual o povo brasileiro padecia. A repressão e censura tentava silenciar de todas as formas manifestações cultural, com isso os artistas viram na música uma maneira de manifestar as suas indignações com as ações de seus governantes e assim alcançar e influenciar um público maior e com mais vitalidade como os jovens.
O rock brasileiro dos anos 80 trouxe uma bandeira com uma linguagem diferente, jovens que se sentiam oprimidos na época da ditadura militar, se utilizavam da arte musical para se expressar sobre o sistema, a política e toda a infraestrutura social, havendo assim uma ligação forte entre essas questões e o rock, como afirma (CHACON,1982, p.49).
A música Que País é esse de Renato Russo, fala muito sobre as mazelas contidas no Brasil no final da década de 70 e meadas dos anos 80, onde o compositor rotula como “sujeira” o desgoverno em todo país. Guitarras pesadas, letras contestantes e uma influência maciça do punk rock britânico embalam muitos jovens insatisfeitos com o sistema vivido no período da ditadura militar. De acordo com Marcos Napolitano:
A própria dinamização das atividades políticas, ainda sob intenso controle do regime, criava um clima favorável ao consumo de produtos culturais considerados “críticos”, visto como atitude de protesto, em si e que desempenhava um importante papel na articulação das expressões públicas e privadas dos cidadãos opositores do regime militar. (NAPOLITANO, 2002, p.
Assim a musica de protesto “Que país é esse” era uma válvula de escape para a geração daquela época. A frase do ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva, onde o mesmo definiu muitos deputados como “300 picaretas” inspirou a musica Luís Inácio dos Paralamas do sucesso, com um balanço bem peculiar e uma mistura com hip hop, a musica relata escândalos no congresso nacional, usando uma linguagem critica especifica sobre o assunto. Os rock de protesto apesar de já estar há tempos no mercado fonológico, batem sempre na mesma tecla ou assunto em que gira e se resume ao sistema político do país, a musica da banda Capital Inicial “Saquear brasilia” tem no seu texto ironias e conscientização sobre os políticos e de como eles conduzem suas relações entre si e com o povo. Guitarras conduzidas por Power chord, possuem arranjos simples e repetitivos, lembrando um estilo mais punk rock até mesmo pelo seu tempo de duração, onde é bem curto. 
Embora as músicas de protesto tenha a melhor das intenções e que tentem abrir os olhos das pessoas, é sempre um divisor de águas por sua força de levar palavras pesadas, harmônica e filosófica, causa desconforto ao sistema ao qual é requerido de providencias. A arte sempre buscou entender o seu lugar mediante as interações sócias e sua importância para as pessoas, o embate entre os que acham a arte totalmente desvinculada do meio político e aqueles que defendem o uso da mesma como expressão e posicionamento político sempre ocorrerá (AMARAL, 1987, p. 3). Assim temos uma estética musical de musicas que visam abrir os olhos de uma sociedade que vive desamparada e sofrida diante de questões sociais que quase nunca mudam. 
Conclusão
A estética das musicas de protesto são inconfundíveis por sua força em levar uma mensagem mais precisa e objetiva de uma maneira mais filosófica. No entanto mesmo depois de muitas décadas as músicas de protesto vêm com a mesma linguagem em um contexto que não foi sanado no Brasil, seus problemas políticos e eventualmente sociais.
Nesse sentindo, as obras aqui apresentadas possuem uma apreciação onde o pensar e sentir é como um meio de relacionar a música a uma linguagem bem mais expressiva. Para Glǎveanu (2010) a criatividade não só ocorre em laboratórios ou ateliês, mas também em uma resposta a problemas vividos no cotidiano, sendo assim a arte e política não serão uma parte separada das manifestações sociais e falaram ainda sobre as deficiências do país de uma maneira poética.
Referências
GIANI, Luiz Antônio Afonso. A música de protesto D´o
Subdesenvolvido a canção do bicho e proeza de satanás (1962-1966). 1985.
CHACON, Paulo. O que é rock. São Paulo: Brasiliense, 1982.
NAPOLITANO, Marcos. A Música Popular Brasileira (MPB) dos anos 70: Resistência política e consumo cultural. In: CONGRESSO DE LA RAMA LATINOAMERICANA DEL IASPM, 2002.
AMARAL, Aracy A. “Arte para quê?: a preocupação social na arte brasileira, 1930-1970: subsídios para uma história social da arte no Brasil”. São Paulo, Editora Nobel, 1987.
GLĂVEANU, Vlad Petre. Creativity as cultural participation. In: Journal for Theory of Social Behaviour, v. 41, n. 1, pp. 48 - 67, 2010.
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2709200510.htm

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