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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS LICENCIATURA EM MATEMÁTICA Ariana Apolinário Okaeda RA: 761091 RELATÓRIO DE ESTÁGIO 3 -DESENVOLVIDAS. PORTFÓLIO: ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA DISCIPLINA: ANÁLISES SISTEMÁTICAS. AVALIAÇÃO Primeira avaliação apresentada para a disciplina de Estágio2. Orientação: Prof. Dr. Paulo César Oliveira. Sorocaba Primeiro semestre. 14/abril/2022 2 SUMÁRIO 1. Introdução............................................................................................................................02 2. Unidade escolar....................................................................................................................02 2.1 Localização..........................................................................................................................02 2.2 Histórico..............................................................................................................................02 2.3 Infraestrutura........................................................................................................................03 2.4 Material pedagógico.............................................................................................................04 2.5 Entorno da escola.................................................................................................................04 3. Estágio desenvolvido na escola............................................................................................04 3.1 Processo ensino – aprendizagem..........................................................................................05 3.2 Experiência vivenciada........................................................................................................05 3.3 Relatos e comentários de atividades de participação............................................................06 3.4 Planejamento, Atividades e Avaliação.................................................................................08 3.5 Dificuldades encontradas.....................................................................................................08 3.6 Pontos positivos e pontos de melhoria..................................................................................09 4. Portfólio...............................................................................................................................09 4.1 Elementos estruturantes que podem promover a construção do estágio compartilhado na licenciatura em matemática..................................................................................................09 4.2 Escola e Juventude: uma relação possível?...........................................................................10 4.3 O papel dos registros de representação na aprendizagem de matemática..............................12 4.4 Análise sistemática das palestras ao longo das aulas............................................................13 5.Atividade desenvolvida em sala de aula..................................................................................14 5.1 Plano de aula.........................................................................................................................15 6. Seção do estágio 3...................................................................................................................16 6.1 Projeto de pesquisa................................................................................................................16 7. Considerações finais...............................................................................................................17 8. Referências Bibliográficas......................................................................................................18 9. Anexos....................................................................................................................................19 1 INTRODUÇÃO Este relatório de estágio é referente ao primeiro estágio obrigatório do curso de licenciatura em Matemática na disciplina de estágio 1 com orientação do professor doutor Paulo César Oliveira. Este estágio contempla 45 horas de estágio, porém foram realizadas 57 horas de estágio ao todo. Durante meu tempo de estágio acompanhei o professor Jorge de Araújo Lima, professor formado há mais de vinte anos em licenciatura plena em Matemática, categoria f pelo estado de São Paulo. Acompanhei suas aulas no segmento do ensino médio, em suas turmas de segundo ano A, B e C. Também acompanhei suas horas de estudo, onde é o momento de planejamento de aulas, trabalhos, avaliações, elaboração de material e material adaptado para alunos com transtornos globais, correção de atividades, preenchimento de diário digital de classe, elaboração de agenda semanal , plano de aula, entre outros documentos escolares. 2 UNIDADE ESCOLAR O estágio foi realizado na escola: E.E. Prof. Genésio Machado. 2.1 LOCALIZAÇÃO Situado no endereço: rua Miguel Sutil nº 527, vila Santana cep: 18095 – 320, Sorocaba/SP. 2.2 HISTÓRICO A escola localiza – se num bairro próximo ao centro da cidade de Sorocaba, é uma escola tradicional da cidade de Sorocaba, conhecida por receber muitos alunos com deficiência auditiva, em quase todas as salas têm pelo menos um aluno D.A. (deficiente 3 auditiva) e acompanhando o aluno em todas as aulas existe uma professora formada como interlocutora de LIBRAS. A escola recebe alunos de toda a parte de Sorocaba, em sua maioria alunos de classe média. Em 2021 a escola se tornou PEI (Programa de Ensino Integral), de 7 horas, isso significa que os alunos ficam durante 7 horas por dia na escola. A escola possui dois segmentos: Ensino Fundamental Anos Finais no período da manhã, das 7:00 - 14:00 horas e Ensino Médio no período da tarde, das 14:15 – 21:15 horas. Os alunos têm 8 aulas por dia de 45 minutos cada aula, e dois intervalos. Apesar dos alunos terem apenas 8 aulas de 45 min. por dia, seus respectivos professores trabalham oito horas mais uma hora de almoço, totalizando 9 horas dentro da escola. Em uma escola de ensino regular os alunos têm 7 aulas de 45 min. Isso significa, uma aula a menos do que escola PEI de 7 horas. 2.3 INFRAESTRUTURA A escola possui 15 salas de aulas, 1 laboratório de química, 1 quadra coberta, 1 biblioteca, 1 sala de leitura, 1 sala dos professores, 2 cozinhas, 1 secretária , 1 sala de recurso (para alunos com D.A. no contraturno), 3 salas para a gestão escolar, banheiros para alunos e alunas; e banheiros para professoras e professores, 1 pátio coberto, 1 sala de multimeios, 1 sala para o grêmio estudantil, 2 quartos para almoxarifado, 1 quarto para armazenamento do material de educação física, 1 casa para a caseira, 1 estacionamento e 1 refeitório. Cada sala de aula comporta até 35 alunos. A escola oferece também cantina para os alunos que não desejam comer merenda, a cantina é alugada por licitação do qual a escola só recebe o aluguel como locador. A escola possui 2 agentes de organização escola por segmento, que aferem a temperatura dos alunos logo na entrada, existem dispositivos de álcool em gel fixados a cada 2 metros de distância um do outro nas paredes. Também tem 1 frasco de álcool em gel em cada sala de aula. Todas as salas de aula possuem lousa de quadro branco, e todas possuem um computador para o professor ligado a televisões com touchscreen. Porém o sinal de internet é fraco e nem sempre pega. 4 2.4 MATERIAL PEDAGÓGICO O material pedagógico usado pela escola é padrão de todas as escolas estaduais do estado de São Paulo, fazem uso das apostilas: Aprender Sempre, Currículo em Ação e livros didáticos. 2.5 ENTORNO DA ESCOLA A comunidade do entorno da escola em sua maior parte é defaixa etária de idosos, por ser um bairro muito antigo. Muitos alunos relatam morar com os avós e que são eles seus responsáveis legais, percebe – se que a comunidade é de classe média alta, e pouquíssima participação da comunidade na escola, até mesmo em situações em que se é necessária a participação da comunidade na escola, como: APM, conselho de escola, etc. Pela comunidade nota – se que os alunos em sua maioria não têm/possuem perspectiva e nem vontade em cursar o nível superior, não exercem o protagonismo juvenil, e têm dificuldade em relatar qual é o seu projeto de vida. A maior parte dos alunos não trabalham e não fazem cursos no contraturno. Porém são perspectivas, vistas de uma volta pós pandemia de dois anos. É possível ver como a escola foi afetada nesse quesito. 3 ESTÁGIO DESENVOLVIDO NA ESCOLA Durante o estágio, além das aulas em sala de aula, acompanhei também o professor em seus horários de estudo, onde pude conhecer todas as atribuições de um professor, todos os documentos, toda parte burocrática do além de ministrar aulas, podendo assim dizer que conheci o backstage das aulas. Toda uma preparação até chegar na aula propriamente dita para os alunos. Que foi de extrema relevância, para o meu crescimento profissional. A escola estava funcionando até julho de maneira remota, atendendo casos especiais, de alunos que não tinham acesso à internet e/ou aparelhos eletrônicos para acessar as aulas online. Os professores faziam escala de revezamento para atender tais alunos. A partir de agosto, que foi quando iniciei o estágio os alunos voltaram ao presencial. Ficaram no ensino remoto apenas os alunos com atestado de comorbidades. A partir daí então todos os profissionais voltaram a trabalhar de maneira presencial 100% e os alunos é que vinham em escala de revezamento ímpar/par; um dia vinham os alunos que tinham o número da chamada ímpar e no outro dia vinham os alunos com o número da chamada par, para atender até no máximo 50% dos alunos na escola por dia. 3.1 PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM A gestão optou por continuar trabalhando como uma maneira de dar suporte e apoio às aulas presencias, as aulas do CMSP (Centro de Mídias do Estado de São Paulo) e suas atividades online, também optaram por continuar com roteiros de aula e atividades usando o Google Classroom. No presencial um dos recursos mais utilizados são as apostilas do governo. Os professores também desenvolveram aulas e material para apresentação em data show, elaboravam em formato powerpoints. 5 3.2 EXPERIÊNCIA VIVENCIADA É sabido que os alunos da rede pública estadual vêm somando ao longo dos anos grandes defasagens em aprendizado, porém com todo esse período de pandemia, é notado que se agravou muito a defasagem deles, principalmente em matemática. Em minha vivência conheci todos os professores da escola, que em sua grande maioria é muito comprometido com sua profissão. Já da parte dos alunos, são poucos que se interessam pelo aprendizado, a maioria vê a escola como um local para socializar com outros jovens da mesma faixa etária. Pude conhecer as disciplinas do componente INOVA e momentos de estudo que só existem em escola de tempo integral, como: Orientação de estudos, Tutoria, Protagonismo juvenil, Clube juvenil, práticas experimentais e Pedagogia da presença. 3.3 RELATOS E COMENTÁRIOS DE ATIVIDADES DE PARTICIPAÇÃO Quando comecei a estagiar com o professor Jorge ele me possibilitou conhecer todos os professores de matemática da escola, me apresentou e eu pude dialogar com todos, o professor fez o que é chamado na escola de acolhimento, fui muito bem recebida por todos, notei que a equipe é harmoniosa e convivem muito bem entre si. Durante as atividades desenvolvidas em sala de aula, não apenas observei as aulas, mas também participei das atividades, auxiliei o professor, como uma professora de apoio, conversei com os alunos, e me trataram bem. Reparei que a maioria dos alunos do ensino médio trabalham além de estudar. No dia 23/08/2021 – acompanhei por três horas/aula o professor Jorge em seu horário de estudos, que é um momento em que o professor usa para planejar aulas, corrigir trabalhos, provas, alimentar diário digital, planejar agenda semanal, elaborar planos de ensino(mensal, bimestral e anual), guias de aprendizagem e planos de ação. Logo após acompanhei o professor por mais três aulas divididas entre o 2A e 2B, onde o professor fez explanação e exemplificou várias vezes para dar introdução ao conteúdo análise combinatória. No dia seguinte, 24/08/2021 – novamente acompanhei o professor por quatro horas/aula em seu horário de estudo, o professor me explicou como combinar e mediar entre explicação de conteúdos e a utilização da apostila aprender sempre e a apostila currículo em ação. Em seguida acompanhei – o por mais duas aulas exclusivamente para o 2B, o professor começou pela introdução à Probabilidade e atividades. No dia 25/08/2021 - acompanhei o professor por quatro horas/aula em seu horário de estudo, o professor fez correções de atividades referente ao começo do mês de agosto. Em sequência acompanhei - o por mais duas aulas, agora desta vez no 2A, trabalhando o mesmo conteúdo trabalhado no 2B. No dia 26/08/2021 - acompanhei o professor por três horas/aula em seu horário de estudo, o professor planejou aulas e alimentou o diário digital na SED (Secretaria Escolar Digital). Em seguida, acompanhei – o por mais três aulas divididas em 2A e 2C, onde o professor trabalhou o conteúdo de arranjo simples, combinações e permutações. No dia 27/08/2021 - acompanhei o professor por quatro horas/aula em seu horário de estudo e depois por mais duas aulas apenas para o 2C, onde fez introdução à Probabilidade da mesma forma que fez no 2A e 2B. No dia 30/08/2021 - acompanhei o professor por três horas/aula em seu horário de estudo, o professor fez correção das atividades referente à segunda semana de agosto, também elaborou sua agenda semanal, que deve ser feita sempre referente a semana seguinte e entregue sempre no prazo máximo de sexta – feira para o professor coordenador de área (PCA), subido num drive compartilhado. Depois acompanhei – o por mais três aulas divididas entre 2A e 2B, o professor trabalhou os conteúdos: arranjo simples, combinações e permutações, fez uso da apostila currículo em ação também para praticar com atividades. No dia 31/08/2021 - acompanhei o professor por quatro horas/aula em seu horário de estudo, o professor planejou atividades, pesquisou vídeos no youtube para complementar sua aula e elaborou os guias de aprendizagens que são bimestrais. Depois acompanhei – o por mais duas aulas exclusivamente para o 2B, que trabalhou o conteúdo: Probabilidade condicional e passou o vídeo para os alunos assistirem, segue o link: https://youtu.be/uo16XTg2CIQ No dia 01/09/2021 - acompanhei o professor por quatro horas/aula em seu horário de estudo, o professor fez alterações em sua agenda semanal, me explicou que esses documentos são orgânicos e que podem ser alterados, caso consiga cumprir mais do que planejou ou se não alcançou o planejado. Depois acompanhei – o por mais duas aulas no 2A e trabalhou o conteúdo: Probabilidade condicional e passou o mesmo vídeo que passou no 2B. No dia 02/09/2021 – acompanhei – o por apenas 1 hora/aula em seu horário de estudo, onde foi elaborado o plano de aula. Depois acompanhei – o por mais duas aulas entre 2A e 2C, https://youtu.be/uo16XTg2CIQ professor fez uso da apostila currículo em ação, realizaram juntos as atividades propostas da apostila. No dia 03/09/2021 – acompanhei – o por apenas 1 hora/aula no 2C , o professor fez uso de a apostila aprender sempre, que aborda habilidades essenciais da série anterior, uma forma de retomada de conteúdo. No dia 06/09/2021 – acompanhei – o por apenas 1 hora/aula em seu horário deestudo, o professor deixou que eu preenchesse o diário digital sob sua supervisão, para eu aprender . No dia 08/09/2021 – acompanhei – o por apenas 1 hora/aula no 2A, o professor introduziu o conceito PFC – Princípio Multiplicativo da Contagem, com explanações e exemplos. No dia 09/09/2021 – acompanhei – o por 2 horas/aula no 2A e 2C, o professor fez uso da apostila currículo em ação para propor atividades para os alunos praticarem. 3.4 PLANEJAMENTO, ATIVIDADES E AVALIAÇÃO Participei de muitos Horários de estudo do professor, momento reservado para planejamentos e elaboração de aulas, atividades, trabalhos, avaliações, simulados e correções de atividades em geral. Aprendi a preencher diário de classe digital e a elaborar atividades no google classroom. Quando comecei meu estágio o professor estava trabalhando o conteúdo de Análise combinatória e Probabilidades, o professor norteava suas aulas pelas habilidades essenciais da BNCC. 6 3.5 DIFICULDADES ENCONTRADAS Como já relatado ao longo deste relatório, a dificuldade do acesso à internet que é bastante instável, o que tem dificultado o profissional trabalhar com o uso da tecnologia, uma vez que tem o equipamento, mas a internet é fraca e instável, muitas vezes o professor preparava sua aula toda com o apoio da tecnologia, mas quando chegava na hora não podia usar o material que elaborou por falta de internet. Outro ponto a salientar é a falta de interesse dos alunos em querer aprender e muita imaturidade visível por parte dos alunos. Por mais que o professor trouxesse metodologias diferenciadas era pouca adesão por parte dos alunos em se interessar a aprender, infelizmente. 3.6 PONTOS POSITIVOS E PONTOS DE MELHORIA Pontos positivos que foram observados são os equipamentos todos novos que a escola recebeu, como netbooks para o uso dos alunos, as televisões de touchscreen, e os vários projetos que são desenvolvidos pelas professoras readaptadas que trabalham na sala de leitura com os alunos, há bastante engajamento da parte dos alunos em projetos. Como pontos de melhoria seria conseguir com esses novos componentes do INOVA, como projeto de vida e protagonismo juvenil, desenvolver o protagonismo do aluno e o entendimento da importância do estudo, muitos alunos não tem perspectiva de fazer faculdade ou dar continuação aos estudos e se qualificar para o mercado de trabalho, muitos deles apenas querem terminar o ensino médio, ou estão na escola porque os pais/responsáveis os obrigaram a frequentar a escola. 7 4 PORTFÓLIO Seguem algumas análises sistemáticas realizadas ao longo da disciplina de Estágio 1. 4.1 ELEMENTOS ESTRUTURANTES QUE PODEM PROMOVER A CONSTRUÇÃO DO ESTÁGIO COMPARTILHADO NA LICENCIATURA EM MATEMÁTICA Neste artigo apresentaram – se resultados da pesquisa realizada a partir da seguinte questão: Quais são os elementos estruturantes necessários para que se possa construir o estágio compartilhado na licenciatura em matemática? Pergunta que foi respondida através de escritas reflexivas dos licenciandos e das manifestações orais de uma professora, evidenciaram – se os principais elementos estruturantes que podem possibilitar o desenvolvimento do conceito de estágio compartilhado. Que são: 1) Relação entre o discurso do professor da Educação Básica sobre as diferentes formas de olhar o ensino que ministra e as orientações que dá aos futuros professores enquanto estes planejam as regências e desenvolvem as atividades nas salas de aula sob sua orientação; 2) Parceria compartilhada entre escola e universidade e entre professores da escola e da universidade; 3) Intencionalidade e mediação do professor da universidade no que diz respeito à formação profissional; 4) Acolhimento pelo professor da escola e sentimento de pertencimento do licenciando na profissão docente; 5) Visão ampla de todos os envolvidos – licenciandos, professor da escola e professor da universidade que leciona sobre o conceito de escola e o ensino de matemática; 6) Conscientização, por parte de todos os envolvidos, da necessidade de o professor ser pesquisador de sua própria prática. O conceito de estágio compartilhado rompe com a ideia de que os alunos estagiários e os professores da universidade são observadores externos das práticas escolares. Todos são responsáveis por pensar e fazer o ensino de matemática nas salas de aula, uma vez que as 8 escolas, assim como as universidades, devem ser reconhecidas socialmente como formadoras de professores e produtoras de conhecimento. Nesse pensamento o estágio é visto como espaço privilegiado para a construção da identidade profissional. 4.2 ESCOLA E JUVENTUDE: UMA RELAÇÃO POSSÍVEL? A escola é vista como lócus privilegiado de reconhecimento e experimentação de limitações essenciais para a transição até a idade adulta. Existe uma vigilância em relação à indisciplina: qualquer possibilidade de virar bagunça é imediatamente impedida, os professores se incomodaram com conversas, indisciplina, mas não demonstravam preocupação com um aluno que ficava o tempo todo calado, ao mesmo tempo em que os professores esperavam que os jovens cumprissem o papel de alunos como se fosse algo inerente a eles, os alunos demonstraram pouca reflexividade em relação à postura do professor, encarando também o ser “bom” ou “mau” professor como um dado natural da personalidade dele. Não levavam em conta as condições de trabalho a que estão expostos os docentes, por exemplo. Esse constitui outro grande desafio para os docentes, principalmente se levarmos em conta os modos de socialização pelos quais vêm passando as novas gerações, baseados na imagem; a ampliação do acesso às novas tecnologias da informação, que permitem aos alunos o contato com várias informações ao mesmo tempo; a possibilidade de criar seus próprios vídeos; as habilidades para fazerem várias coisas ao mesmo tempo ouvir música, ler, conversar no bate-papo, falar ao telefone, ver televisão, abrir várias páginas simultâneas na internet, passando rapidamente de um link ao outro. Há também a diversidade que escancara os portões da escola, obrigando o professor a lidar com novos sujeitos e o fato de se ver obrigado a ensinar um conteúdo que pouco tem a ver com os estudantes, tornando-se refém das avaliações nacionais e, muitas vezes, sem a formação que lhe permita usar as novas tecnologias da informação a seu favor, já que não as conhece ou domina: um professor que muitas vezes não cumpre um papel de produtor do conhecimento, mas reproduz algo pensado anteriormente. Existe a necessidade de que os professores e a instituição escolar conheçam e compreendam melhor os jovens que frequentam a escola, suas demandas, desejos e anseios, na 9 perspectiva de abandonar os estereótipos e representações negativas que, a nosso ver, parecem impossibilitar o diálogo e prejudicam o ato educativo. É necessária a reformulação da escola para que tenha sentido no presente dos jovens e não somente como promessa de um futuro melhor, ampliando o leque de possibilidades, auxiliando-os no conhecimento da realidade e propiciando-lhes oportunidades para que aprendam a fazer escolhas. 4.3 O PAPEL DOS REGISTROS DE REPRESENTAÇÃO NA APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA O artigo trata sobre semiótica e teoria de Raymond Duval relativa as noções de registros de representação semiótica e de congruência semântica, e algumas dificuldades observadas em sala de aula na resolução de problemas. Sendo que na matemática, existe uma grande variedade de representações semióticas. O texto traz um questionamento reflexivo: para um determinado conceito em matemática, existe uma boa representação que leve de forma suficiente à sua compreensão? Que foi respondido com um não, embasados segundo Duval, no lugar de nos preocuparmos em descobriro que é uma “boa representação”, é preferível substituir esta busca pela compreensão do que representam a congruência semântica e o trânsito entre as que representa. Tendo vários registros de representação é possível haver mudanças que poderão ser mais econômicas e potencializadas. Tendo mais registros, há um aumento potencial de possibilidades de trocas e, por conseguinte, há um aumento também na escolha mais econômica e potencializada nas ações na aprendizagem em matemática. Por exemplo a linguagem discursiva não oferece as mesmas possibilidades que podem oferecer uma figura ou um diagrama. De um ponto de vista cognitivo uma representação é parcial em relação àquilo que ela quer representar e que de um registro a outro não são os mesmos conteúdos de uma situação que são representados Cada uma dessas representações possui, em sua integralidade, as mesmas informações do objeto matemático. No entanto, do ponto de vista cognitivo, um certo de tipo de informação sobressai mais em uma do que em outra forma. Chegando à conclusão de que a pluralidade de sistemas de representação permite uma diversificação de representação de um mesmo objeto o que aumenta as capacidades cognitivas do sujeito e consequentemente potencializa as suas representações mentais. A definição minimalista é para as imagens mentais quanto aos signos (os símbolos matemáticos), ou para as fotografias e para as palavras da língua. Esta definição em razão de sua generalidade, não faz diferença entre o que é mental, e o que é material. Esta definição permite distinguir a REPRESENTAÇÃO e o OBJETO que ela representa. Após analisar oito exemplos, chega – se a conclusão de que os problemas com relação a congruência permitem uma reflexão sobre a questão da linguagem em matemática. Problemas semelhantes podem ter níveis de acerto tão distantes um do outro que sem uma análise, torna-se difícil compreender as razões da distância entre um e outro. 4.4 ANÁLISE SISTEMÁTICA DAS PALESTRAS AO LONGO DAS AULAS Durante o período das reuniões realizadas referente ao estágio 1, o professor Paulo além de trabalhar a discussão de artigos científicos relacionados ao tema de estágio e escolar, trouxe também professores convidados para dar palestras e compartilhar sua vivência no âmbito profissional. De todas as palestras, as duas que mais me interessaram foi da professora Silvia e do professor Jefferson. Nas palestras foi abordado o enfrentamento durante o período da pandemia comas aulas remotas e agora com o retorno das aulas presenciais. E os componentes do INOVA, como projeto de vida e eletivas. Com as palestras pude concluir que o projeto de vida é o eixo central em torno do qual a escola organiza suas práticas interdisciplinarmente e multidisciplinarmente com o currículo da Base Nacional Comum e da Parte Diversificada, sendo que esta inclui as atividades complementares, tendo sempre como referência os quatro pilares da educação, a educação interdimensional, a pedagogia da presença e o protagonismo juvenil. Desse modo a educação se consolida como possibilidade de desenvolvimento pessoal e social: os jovens se inserem em um contexto mais amplo da comunidade e podem desenvolver valores essenciais ao processo de decisão sobre seu futuro, conservando sua singularidade em um projeto coletivo. Em resumo, ter um Projeto de Vida é refletir sobre o que se quer ser no futuro e planejar ações concretas para chegar lá. Já em relação à disciplina de eletiva conclui que é um componente curricular oferecido semestralmente e de livre escolha dos estudantes, a escola deve oferecer um conjunto de opções de eletivas contando com duas aulas semanais de 45 minutos. Cabe aos professores elaborar os planos de aulas das eletivas, nos quais devem constar uma ementa. A partir das ementas os alunos podem escolher de forma consciente a eletiva que desejam cursar. As eletivas devem ser planejadas de modo a culminar com a realização de um produto ou evento a ser apresentado para toda a escola. 10 As Eletivas possibilitam a convivência e a troca de experiências, e têm por princípio a integração de estudantes dos diversos anos/séries. As Eletivas levam em consideração o diagnóstico das produções realizadas pelos estudantes no Acolhimento, de forma a contribuir coma elaboração do Projeto de Vida, a partir dos sonhos indicados pelos alunos nas dinâmicas de acolhimento. O professor deve propor uma Eletiva que, além de articular habilidades do currículo, aprofunde elementos que fazem parte dos Projetos de Vida dos estudantes daquela unidade escolar. 5. ATIVIDADE DESENVOLVIDA EM SALA DE AULA A atividade foi desenvolvida com os alunos do 8º ano B com a autorização e supervisão do professor que eu acompanho durante o meu período de estágio. Durou aproximadamente 6 aulas de 45 minutos (1 semana). O conteúdo vem abordado já na primeira situação de aprendizagem da apostila currículo em ação. Antes mesmo de começar a trabalhar com as atividades propostas da apostila, primeiro fiz uma super revisão completa sobre Potenciação e as propriedades da potência, foram aulas explanativas, utilizando apenas lousa e caneta. A maioria dos alunos demonstraram o não conhecimento sobre as propriedades da potência. Os alunos realizaram atividades aplicando o conteúdo revisado. Após isso fiz uma introdução à notação científica, explicando o que era, qual sua importância e qual sua funcionalidade, expliquei como funcionava a notação científica para números muito grandes e para números muito pequenos, dei diversos exemplos, realizei atividades na lousa fazendo o passo a passo, por último ensinei a fazer contas com notação científica como multiplicar e dividir. Todas as explanações tiverem atividades na lousa realizadas passo a passo, que serviram também de exemplos para que fizessem anotações no caderno. Terminado todo esse processo, finalizei, finalmente utilizando as atividades propostas da apostila currículo em ação, durante a realização das atividades, alunos vieram tirar dúvidas ou confirmar se o raciocínio estava correto. Ao término da atividade, fiz a correção na lousa passo a passo de cada atividade da apostila. 5.1 PLANO DE AULA 5 SEÇÃO DO ESTÁGIO 3 5.1 PROJETO DE PESQUISA Meu projeto de pesquisa é um projeto de aula sobre o tema de Educação financeira. O plano foi pensado e destinado para a disciplina de eletiva, direcionados para alunos do 8º e 9º anos do ensino fundamental. Habilidade: (EF09MA05) Resolver e elaborar problemas que envolvam porcentagens, com a ideia de aplicação de percentuais sucessivos e a determinação das taxas percentuais, preferencialmente com o uso de tecnologias digitais, no contexto da educação financeira. A ideia é despertar o interesse dos alunos para que aprendam a gerir sua vida financeira. Porque para realizar sonhos e/ou metas precisamos de uma base financeira e nesta eletiva discutiríamos comportamentos importantes, como a administração consciente do dinheiro e o consumo excessivo. Baseia – se em quatro pilares: sonhar, diagnosticar, orçar e poupar. São caminhos que desenvolvem atitudes conscientes (consumo inteligente) e sustentabilidade financeira. Levando como eixo temático o empreendedorismo. A educação financeira vai além da compreensão de juros simples e compostos, mas de uma mudança de atitude frente ao dinheiro. Poupamos quando apagamos a luz, fechamos uma torneira, evitamos o desperdício. Toda eletiva é finalizada com uma culminância, que trata – se do momento em que os alunos podem compartilhar o resultado concreto de seu trabalho na Eletiva com o restante da comunidade escolar. Pode ter vários formatos: evento, mostra, feira, roda de conversa, espetáculo, produto digital, intervenção artística/comunitária etc. Baseada nas situações desenvolvidas ao longodo semestre, o aluno deverá traçar um sonho de curto prazo, apresentar as estratégias que utilizou para atingir seu objetivo e se obteve sucesso ou não na empreitada, analisando sua jornada financeira. Criando e apresentando um jogo online com a temática de educação financeira. O jogo deve conter situações do cotidiano em que o aluno lance estratégias para resolver os problemas. Infelizmente durante o meu estágio não foi me permitido desenvolver esta atividade, pois apenas os professores titulares de sala podem ministrar uma disciplina de eletiva. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a atuação no estágio supervisionado 1 foi possível fazer algumas conjecturas interessantes a respeito sobre estágio supervisionado, como por exemplo: o estágio supervisionado promove experiência prática e é fundamental para o melhor aproveitamento da graduação. Nessa disciplina, é possível colocar em ação os conhecimentos adquiridos na faculdade. O estágio supervisionado é uma atividade proposta aos alunos de graduação que permite vivenciar os conteúdos teóricos estudados em sala de aula em uma situação prática. Por meio desse tipo de experiência, é possível obter competências e conhecimentos com a supervisão de um profissional já formado. Para essa prática, a presença de um profissional em campo é obrigatória, ou seja, na instituição em que você cursa o estágio, além de um professor da sua faculdade. Nesse tipo de estágio, você atua dentro de uma escola na companhia e supervisão de um professor experiente, experimentando a rotina do ambiente de trabalho e realizando tarefas relativas à sua área de estudo. O estudante acompanha o dia a dia de profissionais experientes e conhece o mercado de trabalho antes de se formar. As habilidades desenvolvidas no estágio são únicas, especialmente para os jovens que ainda não tiveram a oportunidade de atuar em um emprego formal. Durante o período do estágio, é possível colocar em prática parte do que é estudado em sala de aula e ter contato com as especificidades profissionais. Essas oportunidades ajudam a ampliar o conhecimento. 11 7 REFERÊNCIAS BONA, Aline Silva de; BASSO, Marcus Vinicius de Azevedo. Portfólio de Matemática: um instrumento de análise do processo de aprendizagem. Bolema, Rio Claro, v.27, n.46, p.399- 416, 2013. Disponível em: <https//www.scielo.br/j/bolema/aKZfvKFDvDQT3sr6dzkqR33p/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em 15 nov. 2021. CARNEIRO, Reginaldo Fernando. Narrativas no estágio supervisionado em matemática como uma possibilidade para discussão da profissão docente. Disponível em : http://37reuniao.anped.org.br/wp-content/uploads/2015/02/Trabalho-GT19-3788.pdf. Acesso em 14 nov. 2021. DAYRELL, Juarez Tarcísio et al. A escola e a juventude: uma relação possível? Revista do curso de pedagogia da universidade da FUMEC: PAIDEIA , Belo Horizonte, Ano 9 n.12 p. 161-186 jan./jun. 2012. Disponível em: http://revista.fumec.br/index.php/paideia/article/view/1584 . Acesso em: 26.ago.2021. GAMA, R. P. ; SOUSA, M. C. Elementos estruturantes que podem promover a construção do estágio compartilhado na licenciatura em matemática. Em: Celi Espasandin Lopes, Armando Traldi, Ana Cristina Ferreira. (Org.). O Estágio na formação inicial do professor que ensina matemática. 1ed.Campinas. : Mercado de Letras. 2015.v. 1, p. 11-42. LAMONATO, Maiza; PASSOS, Cármen Lúcia Brancaglio. Discutindo resolução de problemas e exploração-investigação matemática: reflexões para o ensino de matemática. Zetetiké, Campinas,SP, n. 36, v. 19, p. 51-74, 2011. LIMA, Vanessa Suligo Araújo; KOCHHANN, Maria Elizabete Rambo. Tecendo a constituição identitária do professor de matemática narrado nos memoriais ACTIO: docência em ciências, Curitiba, v.3, n.1, p.184-204, 2018. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/actio/article/view/7310/4919 . Acesso em 13 nov. 2021. MORETTI, Méricles Thadeu. O papel dos registros de representação na aprendizagem de matemática. Revista Contrapontos, v. 2, n. 3, p. 343-362, 2002. RONCAGLIO, Viviane. O estágio supervisionado de ensino na formação profissional de licenciados em matemática. Disponível em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/1642/Viviane%20 - %20Artigo.pdf?sequence=1. Acesso em: 15 nov. 2021. 8 ANEXOS
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