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por neto macedo www.netomacedo.com fotografia teoria e técnica ao mundo da fotografia. Seja bem-vindo Introdução. O que você deve esperar deste pequeno livro Quando comecei a estudar fotografia nunca imaginei um dia estar onde estou agora: aqui sentado escrevendo para outras pessoas, tentando compartilhar um pouco do que aprendi ao longo dos tempos. Provavelmente, é o mesmo que vai acontecer a você. Você estará imediatamente apaixonado por esta arte e se verá cada vez mais envolvido, interessado em produzir novas imagens. Esta apostila é um material de estudo para iniciantes, e foi produzida para guiar meus alunos através do conteúdo apresentado no meu Curso de Fotografia (entre em contato para levá-lo a sua cidade). Nela, eu introduzo alguns assuntos, apontando caminhos a serem seguidos. Começo com um passeio pela história da fotografia e apresento alguns grandes nomes e suas contribuições. Depois falo um pouco sobre estética e composição fotográfica para só então falar de toda aquela parte técnica, que a maioria tem maior interesse. Sobre isso, digo: aprenda a parte técnica e volte na parte sobre história, referências a outros fotógrafos e composição, e então se aprofunde mais. Isto será a base para obter melhores resultados com o conteúdo do próximo capítulo: iluminação, que você deve continuar estudando a fundo. Se tiver alguma dúvida, fale comigo. Você pode me encontrar nos links ao lado. facebook.com/netomacedofoto www.netomacedo.com flickr.com/netomacedo Todo conteúdo desta apostila é resumido e simplificado. Ela possui algumas regrinhas e direciosamentos. Aprenda a usar estas regrinhas (e depois a quebrá-las) e você será capaz de produzir grandes imagens. www.aprendafotografia.org para saber mais, acompanhe instagram.com/netomacedo História da fotografia. Um breve relato sobre como chegamos aqui Quando começamos a falar em história da fotografia descobrimos que ela é bem recente. A fotografia é uma atividade que, comparada à pintura e outras artes, ainda está engatinhando. Porém, mais antigo que qualquer outro tipo de técnica de reprodução de imagem é o princípio óptico da câmara escura. Em tempos imemoriais, nosso primeiro ancestral já se deparava com este fenômeno dentro de sua caverna. O sol apontava no horizonte e seus primeiros raios atravessavam algum minúsculo orifício da caverna do nosso amigo do passado. Este pequeno feixe de luz, por mais fraco que fosse, projetava na parede da caverna a imagem do mundo lá fora. Isto deveria causar bastante espanto, dado o pouco conhecimento científico da idade da pedra. Em seu “Mito da Caverna”, há 2300 anos, Platão já utilizava o princípio da câmara escura para explicar seus pensamentos, e Leonardo Da Vinci, o famosíssimo faz-tudo, utilizava a câmara escura para pintar paisagens. A fixação da imagem na superfície Convivemos com a câmara escura desde o começo da história da humanidade, sem nunca conseguir fixar sua imagem. Só em 1826, Joseph Niépce conseguiu fixar uma imagem em uma placa de metal. Em 1833 Louis Daguerre obteve sucesso em seu primeiro Daguerreótipo, obtendo maior qualidade que Niépce. Aos olhos do público, fotografia não diferia muito de feitiçaria. Os primeiros fotógrafos viviam enfiados em suas salas escuras, fazendo experiências com químicos em seus caldeirões. Enquanto isso, uma corrida tecnológica fotográfica ocorria no mundo, com muitas outras descobertas realizadas por inventores espalhados pelo globo. Um destes inventores foi George Eastman (e aqui damos um salto gigante na história, para 1903), que você deve conhecer pelo nome da sua empresa: a Kodak. foto produzida por Niépce, em 1800 e borrachinha foto produzida por Daguerre, com qualidade superior em relação à fotografia produzida por Niépce Popularização e acessibilidade Apesar de hoje falida, em seus tempos áureos a Kodak foi responsável pela popularização da fotografia em todo o mundo. Com o lançamento de sua câmera Brownie, a Kodak popularizou o ato de fotografar, simplificando o processo ao criar uma câmera fácil de usar, que utilizava filme gelatinoso, e que era revelado via correio pela própria kodak. O que antes parecia bruxaria foi resumido por Eastman em uma simples frase: “you push the button, we do the rest”. Na década de 30, as tecnologias de impressão começaram a ficar cada vez melhores e acessíveis, possibilitando a impressão de fotografias com qualidade. A partir de então, houve um “boom” de revistas recheadas de páginas que traziam ao leitor imagens de lugares incríveis e diferentes pelo mundo. Revistas como a Life e a Colliers. Muitos grandes fotógrafos foram crias destas publicações. O resto da história você conhece. Dependendo de sua idade, pode até ter acompanhado um pouco: câmera digital, internet e blá blá blá. O princípio da fotografia continua o mesmo, digitalizado, mas o mesmo: uma câmera escura e um cérebro funcionando juntos. algumas imagens produzidas por Stieglitz Grandes nomes da fotografia. Como em qualquer outra atividade, na fotografia é importante que você tenha referências. Os fotógrafos que apresento não são os únicos que merecem ser citados, mas esta é uma apostila resumida, e com certeza você encontrará mais do trabalho de cada um na internet. Considere isto como uma apresentação inicial, e você deverá conhecer mais sobre cada um destes nomes depois e, a partir deles, descobrir o trabalho de outros fotógrafos. Alfred Stieglitz Alfred Stieglitz foi o cara responsável por fazer com que as pessoas entendessem que a fotografia era capaz de ser um meio de expressão artística. Em 1890 ele se muda para Nova York determinado a provar isso. Cria inúmeras galerias e se associa a inúmeros artistas. A história da fotografia moderna começa com ele e seu grupo de influência. Cartier-Bresson Alguns o chamam de o pai do fotojornalismo. A qualidade do seu trabalho é unanimidade em todo mundo. Trabalhou para revistas como Life, Vogue e Harper's Bazaar, viajando pelo mundo para registrar imagens únicas. Da Europa aos Estados Unidos, da Índia à China, Bresson parecia estar sempre no lugar certo, na hora certa. Fotografou grandes temas, como a Segunda Guerra Mundial e a vida na Rússia Soviética. os momentos decisivos de Cartier-Bresson Robert Capa ‘Se sua foto não está boa, é porque você não está perto o suficiente’. Esta frase resume bem todo o trabalho de Robert Capa, provavelmente o mais famoso fotógrafo de guerra de todos os tempos. Durante sua vida cobriu inúmeros eventos históricos, sempre nos presenteando com uma visão de dentro do conflito. Morreu fotografando a Guerra da Coréia, ao pisar numa mina terrestre. Robert Capa, sempre perto de onde a imagem estivesse Helmut Newton Newton estabeleceu um estilo particular, marcado por cenas estilizadas e eróticas, frequentemente com mensagens sadomasoquistas e fetichistas. Ele ajudou a introduzir o nu nas publicações de moda e a definir os padrões de beleza do século XX. Helmut Newton foi um dos responsáveis pelo que a indústria da moda é hoje, uma indústria que antes era dominada pelo tradicionalismo. a opulência e o fetichismo de Helmut Newton Sebastião Salgado Salgado abandonou a Economia para se dedicar à Fotografia. Já fez parte da Agência Magnum, agência criada por Bresson e Capa, e é um dos fotojornalistas mais respeitados da atualidade. As imagens dele testemunham a humanidade, sua dignidade e a violação da mesma, suas lutas e suas dificuldades. Suas imagens utilizam pessoas para retratar movimentos, eras, problemas e acontecimentos sociais. a visão de Sebastião Salgado sobre o mundo antes de apertar o botão? Você pensa Composição fotográfica. Proporção e harmonia: como criar belas imagens Estética é um ramo da filosofia que estuda a essência da beleza e além: estuda como julgamos o que é belo e a percepção do que é considerado belo. Parece bobeira, frescura? Concordo. Detalhe demais? Pode ser. Mas o que separauma foto mediana de uma grande imagem são estes pequenos detalhes que muitas vezes passam por nós e não somos capazes de perceber. Nesta apostila, vamos fugir das discussões filosóficas acerca do que significa beleza e do que podemos considerar belo. Meu objetivo é mostrar pequenas regras que você pode utilizar no seu dia-a-dia para criar imagens que todos vão achar bonitas e harmônicas. Nosso cérebro procura padrões visuais e tem uma tendência a gostar mais de imagens que o ajudem a entender. As regras de composição das quais vou falar nas próximas páginas nos ajudam a organizar visualmente os elementos de uma imagem, além de criar caminhos para dar ao nosso cérebro uma ordem de leitura. O pensar fotográfico Antes de começar a fotografar, você deve responder a uma pergunta: você quer ser um criador ou um observador? Se a sua resposta é o último item, você não precisa desta apostila. O bom fotógrafo não aponta a câmera e aperta o botão sem pensar nas consequências. O pensar fotográfico deve existir em todos os instantes. Não importa se você está numa guerra, com morteiros e granadas caindo ao seu lado e coisas inesperadas acontecendo, ou em uma situação similar a uma guerra, como um casamento. Fotografia não é reportagem, nem é jornalismo. Fotografia é ficção. É a visão pessoal do fotógrafo. Quando você fotografa alguém ou algo aquilo se torna uma representação. Um momento morto no tempo congelado sob a visão pessoal do fotógrafo. Não é o objeto real, mas sim o objeto que o fotógrafo percebeu. O assunto fotografado se torna o que o fotógrafo quis retratar. A maioria das imagens boas acontece de forma planejada. No caso acima, a modelo foi direcionada Algumas regras de composição. Porque nós, fotógrafos, estudamos composição? Porque somos profissionais da imagem. Ao estudar composição, estamos enriquecendo nosso vocabulário visual, para então podermos criar novas imagens. Um escritor enriquece seu vocabulário lendo livros de outros autores e através de experiências. O fotógrafo também faz o mesmo, através da análise das imagens de outros fotógrafos ele constrói um vocabulário visual novo, recheado de referências. Antigamente, o fotógrafo era pintor, e o desenhista era fotógrafo e todos conversavam entre si, e todos tinham referências em todas as áreas das artes visuais. Veja a si mesmo como um profissional da imagem. Veja um filme no cinema observando o que o diretor de fotografia fez. Admire um quadro analisando a luz criada pelo pintor. Volto a fazer a pergunta: você quer ser um observador, ou um criador? As regras que você vai verá te ajudará a construir imagens belas. E por ‘belas’ entenda: o que o nosso cérebro enxerga como informação organizada e fácil de assimilar. Estas regras servem para nos ajudar a dispor os elementos visuais dentro das nossas imagens. Elas valem para qualquer imagem, seja no design, na pintura, no cinema, e claro, na fotografia. Regra dos terços Divida seu quadro em dois cortes paralelos, verticalmente e horizontalmente, como um jogo da velha. Quatro pontos de interseção vão aparecer no centro de sua imagem. A regra dos terços é: centralize o assunto principal na área próximas aos pontos pois esta é a área de mais destaque. Encaixe as linhas horizontais e verticais paralelamente às linhas de referência, para não dar a impressão de imagem torta. Por exemplo, o horizonte. Ele fica melhor quando posicionado paralelo a uma dessas linhas. Às vezes pode ser difícil identificar linhas e pontos convergentes dentro de um enquadramento. Por fim, siga o dizer: se não ocupa pelo menos um terço do quadro, não deveria estar na lá. Na foto a esquerda, mesmo sem um objeto principal, a regra dos terços foi utilizada para o alinhamento do horizonte. Já na fotografia acima, a modelo foi posicionada em um ponto de interseção dos terços. Simetria Falando bem fácil, imagens simétricas são imagens com lados gêmeos ou quase gêmeos. Desde sempre a simetria tem sido utilizada para criar composições harmônicas, equilibradas e unas. Não é à toa que rostos simétricos são utilizados desde o começo da história da arte para retratar o belo. Nosso cérebro gosta tanto de simetria que mesmo em imagens que não são simétricas, temos uma tendência a enxergar lados iguais. Isso simplifica a informação visual para o nosso cérebro digerir. Na foto abaixo o horizonte é mais ou menos alinhado à linha inferior da regra dos terços. E o assunto da foto está na área de interesse do quadro. A foto no canto superior direito é completamente simétrica, tanto verticalmente quanto horizontalmente. A fotografia à direita não é perfeitamente simétrica, mas utiliza-se do mesmo princípio para gerar uma composição harmônica. Linhas Linhas são importantíssimas. Elas são um dos elementos base de qualquer imagem. Se você fosse começar um curso de desenho hoje, você estudaria pontos, e depois linhas (que são formadas por pontos). Mesmo na fotografia, a linha será sempre um elemento presente, a começar pelas bordas do quadro da imagem. Nós sempre encontraremos linhas em nossas imagens. Elas podem aparecer como linhas retas, cruzadas ou curvas. Geralmente um destes tipos de linha sempre estará mais presente que o resto. Se fizermos uma bagunça com estas linhas, misturando tudo, nossa imagem fica um ruído só. Não é muito difícil enxergar as linhas presentes em uma imagem pronta, mas pode ser um pouco trabalhoso para quem é iniciante encontrar estas linhas na hora de fotografar. Experimente fazer uma espécie de ‘raio X’ na fotografia, como nos exemplos ao lado, simplificando ao máximo a informação visual. Ao fazer isto você conseguirá descobrir que tipo de estética predomina na imagem. 1. Predomina nesta imagem a estética de linhas retas. A leitura da imagem é de uma ponta a outra das linhas. Mesmo as linhas do quadro reforçam esta estética. 2, As linhas formadas pelos esquadros da janela e pelos prédios na rua se cruzam, guiando o olhar para o centro. 3. Toda a imagem é formada por linhas que tem início em um ponto e se curvam para terminar em outro ponto diferente. Nesta foto predomina uma estética de linhas curvas. Composição não termina aqui Você ainda tem muito para estudar sobre composição fotográfica. Por isso, não pare por aqui. Estas não são as únicas regras e nem estão perto de ser todos os elementos responsáveis pela composição de uma imagem. Apresento tudo aqui de uma forma simplificada. Se eu fosse me aprofundar mais, poderia muito bem começar a procurar uma editora e lançar um livro, ao invés de uma mini-apostila. O mais importante sobre regras: depois de aprendê-las, não as leve tão a sério. Só não se esqueça que você deve fazer isso de maneira consciente. Você deve ter um bom motivo para quebrar uma regra. Um motivo que não seja ‘porque sim’. Veja outros exemplos de utilização de linhas para criar uma ordem de leitura da imagem aplicadas a fotografias onde é mais difícil identificar estas linhas. é uma extensão da sua visão e da maneira como você enxerga o mundo A câmera fotográfica A câmera fotográfica. Entenda sua ferramenta, para que ela não limite seu trabalho Até hoje a câmera fotográfica é a mesma coisa do que era quando foi inventada 200 anos atrás. Uma câmara escura com um buraco para entrada de luz e uma superfície que fixa a imagem projetada. Não por coincidência, o olho humano utiliza o mesmo princípio que a fotografia. A câmera é uma reprodução do olho humano. O cristalino do nosso olho pode ser comparado à objetiva da câmera, a peça que organiza os feixes de luz para que a imagem seja formada com nitidez e qualidade na nossa retina, que é o equivalente biológico ao filme ou sensor da máquina, a superfície onde a imagem é fixada e formada. Além disso, da mesma forma que nossa pálpebra controla a entrada de luz ou não no olho, na câmera temos o obturador, que como nossa pálpebra, abre e fechapara a luz entrar. É o obturador que faz aquele barulhinho quando apertamos o botão para fazer a foto. Objetiva, obturador e filme/sensor são os elementos básicos para o funcionamento de qualquer câmera. Mesmo as mais rudimentares, como o daguerreótipo, citado anteriormente. Tipos de câmera mais comuns hoje Um bom fotógrafo faz fotos boas com qualquer câmera. Mas ele faz fotos melhores com uma câmera melhor. Quem diz que não é assim está dizendo besteira. Porém o inverso disso não é verdadeiro. Um mau fotógrafo não faz fotos melhores com uma câmera melhor. Por isso é importante conhecer bem os tipos de câmeras e suas limitações. Hoje pode ser bem confuso classificar as câmeras em tipos devido ao número enorme de fabricantes e às inúmeras classificações que os mesmos dão aos seus próprios equipamentos. Para simplificar, decidi distribuir as câmeras entre os seguintes grupos simplificados: compactas, superzoom e DSLR. Dentro de cada grupo você encontrará câmeras ruins, medianas e avançadas. Esqueça a denominação: câmera profissional/amadora. É mais correto se falar em fotógrafos profissionais e fotógrafos amadores, sendo que os profissionais são aqueles que fazem da fotografia sua profissão, e amadores aqueles que somente a amam, mas não fazem dinheiro dela. o b je to diafragma em íris lente abertura filme/sensor pupila o b je to retina íris cristalino Superzoom São as câmeras mais baratas do mercado. São pequenas e fáceis de carregar. Geralmente possuem pouca ou nenhuma possibilidade de controle manual. São destinadas a pessoas que não têm interesse pelo controle sobre a fotografia. Pessoas que querem poder registrar suas viagens, festas e momentos pessoais e em família com uma qualidade maior do que a que um celular pode oferecer, só apertando um botão. Por isso são também chamadas por algumas pessoas de câmeras point-and-shoot. São câmeras muitas vezes classificadas como “semi-profissionais”, de maneira errônea, por serem um pouco maiores que as câmeras compactas. Essas câmeras são na verdade câmeras compactas, mas geralmente possuem objetivas maiores, com maior capacidade de zoom ótico (fique de olho nisso, zoom digital é roubada). Separei elas em um grupo diferente porque elas geralmente atendem bem usuários que querem ter um controle maior sobre a fotografia. A maioria delas vem com a função “M” (manual). As Digital Single Lens Reflex são as câmeras utilizadas pela maioria dos profissionais. Elas têm esse nome por possuirem um espelho que reflete no visor óptico a imagem exata gerada pela objetiva. Nestas câmeras, o controle sobre a fotografia é total. Elas podem ser completamente operadas no manual. Os modos automáticos chegam a desaparecer completamente em modelos mais caros e avançados. Estas câmeras podem ter suas objetivas trocadas, e os fabricantes oferecem muitas lentes diferentes para fins diferentes. Compactas DSLR Câmeras pequenas, baratas, e fáceis de usar, no entanto, com pouca qualidade em lugares escuros e pouca ou nenhuma possibilidade de controle sobre a foto Apesar de ter o mesmo sensor que uma câmera compacta, costumam ter uma qualidade ótica melhor e maior capacidade de distância focal Câmeras robustas, resistentes e algumas vezes difíceis de serem operadas por leigos. Possuem excelente qualidade de imagem e a possibilidade de trocar lentes Grande Formato As câmeras de médio formato aliam portabilidade com grande qualidade de imagem. Apesar de em geral maiores e mais pesadas, possuem grande capacidade de nitidez e ampliação de suas fotografias. Este tipo de equipamento é modular, possibilitando o uso de diferentes visores, pentaprismas, objetivas, backs e outras partes. São câmeras com preço elevado e geralmente são mais utilizadas em publicidade ou projetos de grande orçamento. São o suprassumo da qualidade em termos de fotografia. Estas câmeras são pesadas e de difícil operação. São utilizadas somente em tripé e o processo de focagem leva bastante tempo. Definitivamente não é uma câmera para instantâneos, mas é excelente quando se pode planejar toda a sessão e se tem tempo. Geralmente é utilizada em fotos de produto na publicidade para fotos de altíssima resolução, em arquitetura e paisagens. Médio Formato Câmeras robustas sensor/filme maior que o comum. Muito utilizadas na publicidade por aliar portabilidade com alta fidelidade e nitidez, além alta resolução. Mam yia Câmeras de difícil operação, pouco portáteis. Utilizadas geralmente em studio. Tem altíssima resolução mas dependem de um grande planejamento e estrutura para utilização. A grande questão não é saber o que a sua câmera pode fazer, é saber o que ela não pode. O mais importante é entender do que a sua câmera não é capaz de fazer. Sabendo isso, você pode focar só no tipo de coisa que você conseguirá obter com qualidade, de acordo com o seu equipamento. Profundidade de campo é um efeito que determina a distância de um ponto a outro onde os objetos estarão nítidos numa imagem. Ela é expressa em numerações f/, sendo que quanto menor o número, menor a profundidade de campo, e vice-versa. Por exemplo, f/2 tem pouca profundidade de campo, enquanto com f/32 vamos conseguir nitidez desde o primeiro plano até o infinito. Na primeira fotografia, temos uma profundidade de campo maior. A imagem é nítida do começo ao fim. Já na segunda foto temos profundidade de campo muito baixa, onde somente a parte posterior do rosto da modelo está nítida, e o fundo a outra metade do rosto estão desfocados. Vou abrir um pequeno parêntese aqui no livro para falar de distância focal e profundidade de campo. Se você não entende isso, não tem como entender que tipos de objetivas existem e para que servem. A distância focal de toda objetiva é expressa em milímetros (mm) e, para resumir, este valor indica o ângulo de visão oferecido por esta lente. Quanto menor o valor em milímetros, maior será o ângulo da imagem. Uma lente 15mm será capaz de um ângulo enorme enquanto uma lente 100mm será capaz de fotografar objetos mais distantes. Distância focal Profundidade de campo 70mm 200mmDuas visões da Capela de Santa Rita em Serro/MG. Em uma das fotografias, temos um ângulo maior, na outra, um ângulo menor, que nos possibilita uma visão mais próxima. F/22 F/2.8 f/32 f/2 Se você quer saber detalhadamente como funciona Profundidade de Campo e Distância Focal, esqueça tudo que falei aqui e procure um artigo completo e detalhado, com todas as fórmulas. Tipos de objetiva Não basta conhecer quais tipos de câmeras existem. Se você quer ter total controle sobre suas imagens, é necessário conhecer também os tipos de objetivas e saber classificar uma quando você a encontrar. No mundo inteiro, as objetivas são nomeadas pelo seu fabricante, sua distância focal e a abertura máxima de seu diafragma (o númer f da página anterior). Por exemplo, uma Canon 50mm f/1.8 quer dizer que esta lente é fabricada pela Canon, tem distância focal de 50mm e seu diafragma consegue uma abertura máxima de f/1.8. A coisa pode parecer um pouco mais complicada, por exemplo, quando temos lentes como a Nikkor 18-55mm f/3.5-5.6. Isso quer dizer que esta lente é fabricada pela Nikon, sua distância focal varia de 18 a 55 milímetros (18, 19, 20, 21 até 55) e que seu diafragma tem abertura máxima de f/3.5 na menor distância focal e f/5.6 na maior. Objetiva Grande Angular Objetiva Macro Objetiva Normal: objetivas normais tendem a oferecer um ângulo de visão próximo do olho humano. Lentes 35mm e 50mm por exemplo. Objetiva Grande Angular: as grande angulares oferecem ângulos maiores que a visão humana (como as famosas olho-de-peixe). Quanto maior o ângulo, maior a distorção causada na imagem, mas são úteis para fotografar em espaços pequenos ou se há necessidade de fotografar temas muito extensos. Objetiva Macro: são feitas especialmente para fotografar pequenos objetoscom grande nível de detalhe, como em fotografia de jóias, por exemplo. Em contrapartida, geralmente apresentam profundidade de campo reduzida. Teleobjetiva: são objetivas apropriadas para fotografar objetos a longas distâncias. São aquelas lentes que você vê fotógrafos utilizando nos campos de futebol, nas transmissõs televisivas. Objetiva Zoom: ao contrário do que você pode achar, zoom não é a capacidade de tirar fotos de longe. Objetivas zoom tem este nome por serem capazes de variar sua distância focal. Acaba sendo muito versátil, mas geralmente lentes com distância focal fixa tem qualidade óptica maior que as zoom. 50mm 15mm Velocidade de Obturador, diafragma e ISO Quando se quer ter controle total da fotografia, é imprescindível saber calcular três fatores primários. Estes três fatores recebem o nome de triângulo de exposição. A princípio pode parecer complexo, mas depois de um tempo treinando, este cálculo fica automatizado. Pode-se comparar a aprender a dirigir: no começo você tem que ficar pensando em tudo, se passa ou não a marcha do carro, frear, acelerar, embreagem, etc. Mas depois de um tempo dirigindo você faz tudo isso tranquilamente, sem precisar pensar. É a mesma coisa quando se começa a operar a câmera fotográfica no manual. Sensibilidade ISO Quanto maior o valor ISO, mais sensível será o sensor ou o filme. Em geral, quando temos uma situação de bastante luz, deixamos o valor de ISO mais baixo, para que a foto não fique superexposta. Quanto temos pouca luz, deixamos o valor de ISO mais alto, para que a foto não fique subexposta. A mudança desses valores não afeta somente a exposição: quanto maior o ISO, mais ruído será gerado no resultado final. O ruído, ou granulação, é uma aberração que gera “pontilhados” de iluminação e cores deixando a imagem menos nítida. Além disso, os pretos tendem a ficar mais acinzentados. O alcance da sensibilidade ISO depende de cada câmera. Nas DSLR comuns, ele costuma ir de 100 a 6400. O nível de ruído gerado depende de cada câmera. Algumas câmeras têm melhor desempenho em ambientes com pouca luz e ISO alto. Algumas geram tanto ruído ao utilizar ISO alto que a imagem fica parecendo uma imagem de celular. g ra n u la ç ã o /r u íd o ISO 6400 sensibilidade do filme à luz/ISO (quanto mais sensível, mais luz) menor sensibilidade à luz, menor granulação maior sensibilidade à luz,maior granulação Detalhe da foto ao lado ISO 6400 Diafragma/abertura Dentro da objetiva há um mecanismo chamado diafragma (vide ilustração). Ele é o que abre e fecha para entrar mais ou menos luz. Resumindo para depois explicar: quanto maior a abertura de diafragma, mais luz entrará pela lente. Quanto menor a abertura, menos luz entrará. O uso de diferentes aberturas controla a passagem de luz, mas controla também a profundidade de campo (volte algumas páginas). O principal fator criativo que devemos observar é a profundidade de campo. Aquele valor f/ que vimos lá atrás é sobre profundidade de campo mas também é sobre a abertura do diafragma. Ao usar uma abertura maior (valor f/ mais baixo) a profundidade de campo diminui, ao usar uma abertura menor (valor f/ mais alto) a profundidade de campo aumenta. Com certeza isto vai confundir você no início, mas não dê um nó na cabeça. Com tempo e prática você se dará bem. O diafragma fica na objetiva da máquina. Ele controla a quantidade de luz que chega ao sensor permitindo ou não que ela passe. Na primeira imagem o diafragma está completamente aberto, proporcionando uma profundidade de campo rasa, onde somente uma parte da imagem fica nítida. Na segunda imagem o diafragma está completamente fechado, e por isso tudo está nítido, até o infinito. Velocidade de obturador O obturador é o mecanismo da câmera que controla a quantidade de luz que chega ao sensor ou filme da máquina. Você pode configurar a velocidade de obturador para obter diversos efeitos criativos. O obturador controla o tempo de exposição da fotografia. Você pode fazer uma foto de 1 milésimo de segundo, mas também pode fazer uma com 20 segundos de exposição. Quanto maior o tempo de exposição, mais tempo o sensor ficará captando a luz, tornando a foto mais clara. Porém, você não será capaz de 'congelar' o movimento. E o contrário: se você colocar uma velocidade de obturador muito rápida, você poderá congelar numa imagem movimentos como o bater de asas de um beija- flor. O tempo de exposição é normalmente dado no formato 1 / x, onde X representa uma fração de tempo em segundos. Por exemplo: 1/100 quer dizer a câmera captará luz por 1 centésimo de segundo. 1/2 significará meio segundo, e somente 1’’ quer dizer um segundo. A primeira imagem é uma fotografia comum. O movimento que a água faz ao cair e passar sobre as pedras foi congelado. Isso aconteceu por causa da rápida velocidade do obturador. Na segunda foto, a aparência da água mudou porque o obturador ficou aberto por 4 segundos. Isso possibilitou à câmera captar o movimento da água em vários pontos. Na foto 3 o movimento da hélice do avião em funcionamento foi congelado completamente. velocidade rápida longa exposição mas é também trevas. Tentamos entender a luz para saber como ela vai criar as sombras Fotografia é luz, Iluminação. O que você deve saber sobre luz para fotografar bem Não dá pra chover mais no molhado do que começar dizendo que a palavra fotografia significa escrever com luz, mas no fim das contas esta é a exata verdade, e para produzir boas fotografias você precisa estudar e entender um mínimo sobre como a luz se comporta. Pense nos pintores e desenhistas. Eles são obrigados a fazer um estudo aprofundado da luz e seu comportamento porque em seu ofício eles não encontram a luz pronta. O pintor cria a luz em sua pintura a partir do que ele entende de luz. Ele “extrai” a luz de sua mente e lança sobre os objetos na pintura. O fotógrafo, por outro lado, trabalha com luz pré-existente. Mas isso não quer dizer que ele não deva estudar a luz o mais a fundo que puder. Não é o que faremos nesta apostila, mas como venho dizendo desde o início, tudo aqui é um resumo e uma direção, você deve pesquisar mais a fundo todas as coisas. Nem entrarei no assunto ‘luz artificial’ aqui. Flashes, fresnels e outras ferramentas são assunto para outra apostila inteira, e um assunto bem extenso. Tipos de luz Estudamos a luz para entender de onde ela vem, que tipo de sombra e que tipo de cores ela gera. Independente da cor da luz e de sua fonte, podemos simplificar tudo e classificar a luz em dois tipos: luz dura e difusa. Luz dura é a que gera ‘sombras duras’, sombras que não têm transição gradual de claro para escuro, isso cria bastante contraste na imagem. Podemos obtê-la de fontes de luz que são pequenas em relação à distância, como o sol (que é grande, mas pela distância é pequeno). A luz difusa é criada quando a fonte de luz é grande, quanto maior a fonte, mais difusa. A luz difusa gera sombras suaves e com transição gradual entre claro e escuro. Um exemplo de luz difusa, é a luz do sol que passar por uma cortina grande em uma janela. O sol é uma fonte pequena, mas quando ele passa pela cortina a luz se espalha e a fonte de luz passa a ser grande. Acima, iluminação gerada pela luz do poste através das cortinas e a luz da tela de um celular do outro lado. Esta iluminação é difusa. Abaixo, iluminação frontal direta, o que gerou o que chamamos de ‘luz dura’. A temperatura da luz Você pode não saber, mas a luz tem temperatura. Não tem nada a ver com calor ou frio, mas sim com tonalidade. A luz pode variar de tonalidades quentes a frias e isto é expresso em Kelvin (K). Por exemplo, a luz natural tem em média 5.600K. Uma lâmpada fluorescente tem luz fria, enquanto uma incandescente tem luz quente. Na fotografia é necessário controlar a temperatura da cor na câmera. E nós fazemos isto através do balançode branco. O branco é a cor matriz que a câmera utiliza para entender quais são as outras cores presentes numa cena. Se quisermos que o branco fique realmente branco, precisamos indicar para a câmera com que tipo de luz ela está lidando. Na maioria das câmeras você irá encontrar modos automáticos de balanço de branco, como ‘nublado’, ou ‘luz incandescente’, mas em algumas câmeras nós podemos inclusive indicar a temperatura da cor da luz do ambiente em Kelvin, para que a regulagem seja mais fina e exata. ISO 6400 luz quente luz natural 2.700K10.000K Na primeira foto, foi indicado para a câmera que a luz do local era de uma tonalidade muito mais quente do que realmente era e, por isso, a câmera tentou compensar este fato esfriando em excesso, deixando a foto azulada. O contrário acontece na segunda foto. Foi indicado para a câmera que a temperatura da luz presente era muito fria, e a câmera na tentativa de compensar, acabou esquentando sobremaneira a cor da imagem. A terceira foto demonstra a fotografia com o balanço de branco correto. Dá pra perceber que a roupa da modelo está com a cor correta (que sim, era branco). Luz Natural Luz natural é qualquer luz proveniente do espaço celeste, como o sol, a lua ou as estrelas. Utilizar esta fonte natural de luz implica em conhecer os horários do sol em várias épocas do ano, e saber que tipo de luz é produzida em cada horário. Você se adapta mais à luz do que ela a você, apesar de ser possível fazer algumas manipulações. Luz Artificial Luz artificial é qualquer luz gerada por equipamentos elétricos ou por combustão. Trabalhar com luz artificial é ter mais controle sobre a luz e poder criar diferentes situações, algumas até irreais. É possível adaptar completamente a luz aos seus desígnios e ter real controle. É comum também fotógrafos utilizarem luz artificial em conjunto com a luz natural para efeitos dramáticos. luz fria Algumas exemplos de manipulação de luz. Manipulação da luz Esta parte do capítulo não se destina a ensinar diferentes maneiras de manipular a luz. O que eu preciso que você entenda é que no fim das contas, você é senhor das suas imagens. Você deve ser capaz de imaginar o que quer e descobrir uma maneira de atingir o resultado que você deseja. Existem dezenas de ferramentas para manipular tanto a luz natural como a artificial. Flashes, lâmpadas de luz contínua, softboxes, difusores, rebatedores, etc. Mas também existem mil coisas a serem inventadas e testadas para criar novos tipos e formas de luz. Trace objetivos e teste sempre, sempre pensando se na imagem falta ou sobra luz e se você alcançou o resultado desejado. Utilização criativa de uma simples cortina persiana (muito fácil de conseguir) para fazer um recorte da luz, criando um padrão de sombras interessante no corpo da modelo. Como a modelo estava contra a luz, seu rosto estava ficando em silhueta. Foi fácil resolver com um rebatedor simples, que reflete a luz do sol para onde é apontado. Exemplo ao lado: utilizei uma luminária côncava da sala de casa para criar uma luz difusa no corpo da modelo. O resultado ficou excelente! Mas poderia ter ficado ruim também. O importante é testar a idéia e persistir até dar certo. Encerramento. E agora, o que fazer para aprender mais? Fotografia é um eterno aprendizado. A boa notícia é que é um aprendizado divertido e interessante, e aprende-se rápido. A má notícia é que quanto mais você aprender, mais difícil fica aprender. Você vai começar a fazer boas fotografias num estalo, mas a partir daí vai sentir que cada degrau é mais alto e cada vez mais difícil de ser alcançado. Existe um gráfico que gosto de imaginar: a curva de aprendizagem da fotografia (e acho que de qualquer outra coisa). Reproduzo-o aí ao lado. Sua obrigação como fotógrafo é fotografar. Fotografe muito e sempre, e a tendência será sempre melhorar. Espero poder ter contribuído um pouco para sua ascensão nesta curva. Se tiver alguma dúvida, me dê um alô. n ív e l d e f o d a c id a e e m f o to g ra fi a um fotógrafo mais ou menos sab e na da (co mp leto inic iant er) 0 dias m uitos longos anos tempo de prática Gên io sou uma fraude, vão chamar a polícia há muita gente boa no mundo, vou desistir e vender bijuteria na praia em caso de não desistir você decide continuar a aprender mais Sobre o autor. Sou um fotógrafo entusiasta que está constantemente buscando a perfeição em suas imagens. Procuro sempre forçar o desenvolvimento no meu trabalho. Estou na área desde 2010 e meu trabalho passou por muitos estágios de desenvolvimento. A cada dia eu aprendo algo novo sobre fotografia, e parece que isso não vai mudar muito. Trabalho com nudez e beleza feminina, publicidade, viagens e lifestyle. Desde 2011 leciono fotografia em uma universidade, e descobri lá que ao ensinar eu acabo aprendendo mais que os próprios alunos. Desde 2012 tenho projeto Libertine.Nu, sobre beleza feminina e autoestima. Em janeiro de 2014 lancei o DoisNaTrip, uma expedição rumo à Aurora Boreal. Ainda escrevo textos de vários tipos no blog AprendaFotografia.Org. Há 3 anosfereço Workshops com a intenção de conhecer novos fotógrafos e mais pessoas interessadas, além de me forçar a estudar mais ainda. Entre em contato se tiver interesse em levar para sua cidade. Se quiser falar comigo, fique à vontade. Meus contatos estão ali ao lado. Conheça meus projetos nos links abaixo. facebook.com/netomacedofoto www.netomacedo.com flickr.com/netomacedo Conheça meus projetos www.aprendafotografia.org www.doisnatrip.com.brwww.libertine.nu Gostei da sua apostila. Posso compartilhar nas redes sociais/postar no meu blog/usar com meus alunos? Fique à vontade. Posso imprimir também? Com certeza. Posso vender ou usar para fins comerciais? Nunca. Never. Aldrig. Pas du tout. apostila_curso_fotografia_web