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Técnicas de 
Iluminação e Estúdio
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Marcelo Alves Pereira
Revisão Textual:
Prof.ª Dra. Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Técnicas de Iluminação Fotográfi ca
Técnicas de Iluminação Fotográfica
 
 
• Apresentar e descrever os conceitos técnicos envolvidos no processo de produção fotográfica 
exclusivamente no que diz respeito à iluminação;
• Apresentar, descrever e exemplificar os diversos tipos e as diferentes fontes de iluminação 
aplicadas à fotografia.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• Tipos de Iluminação;
• Forma e Matéria;
• Tom;
• Cinza 18%.
UNIDADE Técnicas de Iluminação Fotográfica
Contextualização
Afinal, o que é fotografia? O que desejamos fotografar quando estamos com nos-
sos familiares, amigos, em viagens a trabalho, ou apenas descansando em uma praia? 
E para que a fotografia possa existir o que se faz necessário? O que precisamos perceber 
para termos uma imagem? Esses pontos apresentados serão nosso objeto de estudo 
nesse texto. Saber o que se pretende na fotografia e como pensar através da luz essa 
representação, questionar quais as necessidades para que uma fotografia exista, é fun-
damental para o fotógrafo realizar com maturidade a sua fotografia.
Saber diferenciar “o que é fotografia” do que é “a sua fotografia” trará um amadure-
cimento significante na prática fotográfica seja no âmbito profissional ou pessoal, aten-
dendo a um cliente ou realizando seus registros pessoais.
Para isso, iremos conversar sobre a importância da luz na fotografia, o que de fato 
significa a expressão “desenhar com a luz”. Percebemos que há uma falta de compreen-
são na importância dessa que é a significação para a palavra “fotografia”. Se pensarmos 
que a palavra fotografia, do Grego “phosgraphein”, significa etimologicamente, “marcar 
a luz”, “registrar a luz” ou “desenhar na luz”, podemos deduzir que desenhar com a luz 
é perceber a luz no ambiente e como ela revela a cena ou objeto que será fotografado. 
Dessa maneira, se fotografamos sem a percepção da luz não estaremos desenhando, 
mas sim rabiscando com a luz exatamente como uma criancinha que pega um lápis e 
um papel e rabisca seus sonhos. Por mais bonitinho que seja, não irá revelar o potencial 
do objetivo que queremos alcançar como fotógrafos.
E desenhar com a luz é apenas a percepção da luz no ambiente? Não. Nesse ponto, 
partimos para outro tema fundamental dessa contextualização. Para sabermos desenhar 
com a luz, percebermos ela entre o que é e o que queremos para nossa fotografia, se faz 
presente nesse instante a função do fotógrafo e suas experiências culturais, sua vivência, 
sua existência. Em outras palavras, suas ações culturais, livros que leu, filmes que assis-
tiu, experiências de vida adquiridas e outras tantas mais que certamente trarão a todos 
nós uma profundidade mais intensa nessa que é uma das mais lindas criações do ser 
humano, a câmera fotográfica. Outro ponto importante é de que nada vale a luz se não 
soubermos o que desejamos dela. Como colocado anteriormente, quando não se sabe 
o que se quer imageticamente não se estará desenhando com a luz, mas, ao contrário, 
estará realizando inúmeros rabiscos que não revelarão o fotógrafo que há em cada um 
de nós e se não trilhamos uma vida de experiências culturais, de troca, de reflexões, 
nada teremos a dizer por meio das imagens.
Dois pensamentos do fotógrafo “Edward Weston”:
“Se eu tenho uma mensagem aos principiantes é que não há atalhos na fotografia.”
Disponível em: https://bit.ly/3s8AmvG
“Enquanto houver luz, o fotógrafo tem condições de trabalhar, pois seu ofício – sua aventura 
– é uma redescoberta do mundo em termos de luz.”
Disponível em: https://bit.ly/3s6HRmV
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Essa matéria tem como objetivo o amadurecimento do olhar sobre a questão da luz 
como resultado do fotógrafo, filtro de experiências vividas e a compreensão técnica so-
bre os assuntos da luz, cor, formas e tons.
Bons estudos!
9
UNIDADE Técnicas de Iluminação Fotográfica
Introdução
Agora que já temos em mente a nossa responsabilidade em perceber a luz e todos os 
fatores internos e externos que estão em constante diálogo com a fotografia, de nos per-
cebermos como fios condutores de nossas experiências que serão reveladas em nossas 
fotografias, daremos início ao estudo sobre o tema luz. Conversaremos sobre o que é a 
luz branca e o balanço de branco, temas fundamentais da nossa matéria.
Voce Sabia?
A luz é indispensável à fotografia. A própria palavra cunhada em 1839 por Sr. John 
Hershey, deriva de 2 vocábulos gregos que significam: Escrita com a Luz.
Luz Branca e Balanço de Branco
Para entendermos como chegamos ao balanço de branco, precisamos conhecer o 
que significa o termo “corpo negro”. 
Gustav Robert Kirchhoff, físico alemão do século XIX, é quem desenvolve a ideia de 
“radiação do corpo negro” em 1862. 
A descrição do experimento: uma esfera oca de metal, um pequeno furo na superfí-
cie chamada de “corpo negro”. Essa esfera de metal é aquecida e capta toda a radiação 
que incide sobre ela. O espectro da radiação que passa pelo furo é contínuo e gera o 
aquecimento do material.
Desse experimento, Kirchhoff estabelece a relação entre a temperatura do objeto e a 
cor da radiação que ele emite, escala de “Temperatura de Cor”, base para entendermos 
o balanço de branco (Figura 1):
Figura 1 – Temperaturas na escala Kelvin das cores
FONTE: Adaptada de Arena, 2013, p. 29
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Vamos fazer um exercício juntos sobre o balanço de brancos (nas câmeras a sigla é WB – 
White Balance) para percebermos como cada predefinição altera a imagem podendo agre-
gar muito valor a ideia do fotógrafo. Vamos lá. Entre no menu da sua câmera, vá até balanço 
de brancos (WB). Nessa sessão, você encontrará algumas possibilidades de balanço de bran-
cos (WB). Essas opções são presets (pré-definições) realizadas pelo fabricante da sua câmera. 
Ao entrar nessa pasta você encontrará balanço de brancos Auto1 (automático – sigla AWB), 
incandescente, fluorescente, luz solar, flash, nublado, sombra, escolher temperatura de cor 
(K – sigla de Kelvin) e pré-ajuste manual.
Se você quer mudar a temperatura da imagem para deixar mais próximo da sua ideia criati-
va entre na opção escolher temperatura de cor (K) e poderá alterar a escala Kelvin de 1000 a 
10000 como na figura 1. Muito cuidado ao mudar a seu gosto para não errar na linguagem 
do projeto. Outra possibilidade é o pré-ajuste manual. Nessa opção, você deverá focar uma 
parede branca do ambiente ou pegar um papel branco e colocá-lo bem próximo da luz que 
você irá fotografar. Faça uma foto com o ponto de foco bem no centro do papel. Se possível, 
enquadre todo o papel no quadro. Depois, vá ao no menu da câmera, selecione balanço 
de brancos, pré-ajustes e escolha a imagem com a folha em branco que você fotografou. 
Pronto! A câmera irá usar essa imagem registrada como referência do balanço de brancos. 
Essa opção é a mais correta a ser feita quando possível. 
Agora, vamos ao nosso exercício. Vá a uma praça, ou na rua, ou mesmo na sua casa e escolha 
um objeto para você fotografar. Posicione a câmera de modo que ela não mude mais de 
lugar. Abra seu menu para Balanço de Brancos e faça uma foto com cada predefinição. Faça 
testes com o ajuste Kelvin e com o pré-ajuste.
Agora, você terá uma melhor ideia de como chegar à cor que sua fotografia ou seu 
projeto fotográfico precisa.
Veja tabela abaixo dos ícones correspondentes:
• Fluorescente ;
• Luz Solar ;
• Nublado ;
• Flash ;
• Sombra ;
• Incandescente .
Figura 2
Fonte: Adaptada de Getty Images
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UNIDADE Técnicas de Iluminação Fotográfica
Veja o resultado de cada predefinição:
Figura 3
Fonte: Reprodução
Depois desse exercício, você poderá se perguntar por que usamos escala Kelvin? 
A explicação de por que usamos a escala Kelvin ao invés da Celsius se dá na neces-
sidade de um resultado exato, que não contenha variação na temperatura de um objeto 
e por esse motivo usamos a escala absoluta cuja unidade é o Kelvin(k). 
A diferença da escala Kelvin para a Celsius é que a Celsius é relativa, depende do 
ponto de congelamento e ebulição da água que, por sua vez, estão relacionados à noção 
de pressão atmosférica ao nível do mar gerando, assim, um resultado variável.
Normalmente, costumamos dizer que a luz do sol é uma luz branca. Mas, na realida-
de, o que ocorre é que a luz do sol é a combinação de diferentes cores, e quem descreveu 
esse fenômeno foi Isaac Newton.
Você Sabia?
Isaac Newton (04/01/1643 – 31/03/1727) foi astrônomo, alquimista, filósofo, teólogo e 
cientista inglês. Em 1704, escreveu Opticks, obra emblemática a respeito da ótica na qual 
descreve a natureza corpuscular da luz e detalha os fenômenos da refração, reflexão e 
dispersão da luz.
Newton verificou que, quando se faz um raio de luz branca atravessar um prisma, 
esse raio se subdivide em diferentes cores; a esse fenômeno Newton chamou de “disper-
são” ou “decomposição” da luz.
Trocando Ideias...
Você percebeu o que ele explicou ao mundo e que era um grande mistério até aquele 
momento? Claro! Ele explicou como o arco-íris se forma: um raio de luz branca que atra-
vessa uma gota de água e torna visível todas as cores que o formam. Interessante, não?!
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Isso nos leva a outra conclusão muito importante: a luz é uma forma de radiação ele-
tromagnética que se desloca de um ponto a outro em forma de ondas, da mesma forma 
que as ondas de rádio; o que ocorre é que essa radiação é muito ampla, apresentando 
variações de valor e frequência. Portanto, se separarmos essas ondas de acordo com seu 
valor e sua frequência, conseguiremos ver as diversas cores que compõem a luz branca. 
Mas, voltando à separação das cores da luz branca, para conseguir essa separação, 
basta que você faça passar um raio de luz branca por meio de um prisma. As cores se 
decompõem mostrando a composição do espectro solar; essas cores são: vermelho, la-
ranja, amarelo, verde, azul e violeta ( Figura 4). No caso dos olhos humanos, somos sen-
síveis (ou seja, enxergamos) apenas as ondas que estejam entre a frequência de 400mm 
a 750mm, e nessa escala as cores violeta e azul possuem as mais baixas frequências, 
enquanto que o laranja e o vermelho, as mais altas.
Figura 4 – Decomposição da luz branca através de um prisma
Fonte: Acervo do Conteúdista
Mais um detalhe importante: somente quando a luz viaja no vácuo, o meio não altera 
seu comportamento. Quando a luz não está no vácuo, quatro coisas podem acontecer: “as 
ondas podem ser refletidas ou dispersadas; podem ser absorvidas (o que geralmente re-
sulta na criação de calor, mas não de luz); podem ser refratadas (curvadas e passadas pelo 
material); ou elas podem ser transmitidas sem nenhum efeito” (HURTER, 2013, p. 28).
Um detalhe importante: mais de um desses eventos podem ocorrer de forma si-
multânea com o mesmo meio; mas não se assuste, pois o que irá resultar disso tudo é 
previsível e conhecido. Todos esses aspectos são fundamentais para a fotografia. Agora 
você entendeu por que tudo isso é importante para a iluminação!
Muito bem! Vamos ver como podemos prever os efeitos de cada um dos quatro fe-
nômenos citados.
Tipos de Iluminação
A essência da iluminação é o controle da luz e das sombras para mostrar a forma e 
a textura de um objeto, sugerir um ambiente em particular ou, como acontece com a 
música, criar uma atmosfera.
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UNIDADE Técnicas de Iluminação Fotográfica
Além disso, independentemente do que se ilumina ou do objetivo (desde uma foto, um 
evento, uma produção dramática etc.), existem diversas alternativas para uma proposta.
O que temos à nossa disposição são princípios, bases, conceitos que, depois de conhe-
cidos, podemos manipular e adaptar para grande quantidade de variações, usando-os de 
forma criativa e inovadora para alcançar o efeito desejado.
Importante!
Não comece um projeto de iluminação pelas limitações; defina primeiro o que você de-
seja; depois, adapte-se às condições existentes e, principalmente, à verba disponível!
Qualquer que seja o projeto de iluminação que se desenvolva, devemos trabalhar com 
dois tipos fundamentais de luz: direcional e difusa.
Luz direcional ou dura
A luz direcional ou dura é aquela gerada por luzes diretas que iluminam áreas 
pequenas; possuem facho de luz bem marcado e produzem sombras densas e bem 
definidas. O melhor exemplo de luz direcional é o sol de um dia claro e sem nuvens, 
observe como ele funciona como um imenso spotlight que produz sombras densas e 
bem definidas (TRIGO, 2003).
Spotlight é o nome em inglês para um grande holofote.
Luz difusa ou suave
A luz difusa ou suave é aquela que ilumina grandes áreas através de um facho am-
plo, porém, pouco definido; ela é produzida por meio de luzes difusas, ou floodlights, 
que produzem sombras suaves e transparentes. O melhor exemplo da luz difusa são 
os raios do sol em um dia nublado, as nuvens modificam os fortes raios solares em luz 
difusa produzindo claridade por vasta área (TRIGO, 2003).
Floodlights é o nome em inglês para a luz que inunda um ambiente.
Qualidade da luz diz respeito ao grau de concentração que ela apresenta, pode ser 
direcional e dura (Figura 5) com alta concentração e provocando sombras bem definidas 
ou pode ser difusa e suave (Figura 6) produzindo sombras indefinidas ou sem sombra.
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Figura 5 – Luz direcional
Fonte: Getty Images
Figura 6 – Luz difusa
Fonte: Getty Images
Com sua câmera já sabendo fazer o balanço de branco, pegue um objeto, uma fruta ou um 
vaso. Para iluminar pode ser um abajur (sem a cúpula), uma lanterna ou coloque seu objeto 
direto na luz do sol do meio dia. Faça uma foto. Veja como a luz é dura. Agora, se tiver usado 
um abajur, coloque a cúpula, se tiver usado uma lanterna ou a luz do sol use uma folha 
branca do tipo papel manteiga ou algum papel meio transparente e coloque entre a luz e 
o objeto. Fotografe. Agora observe a mudança entre as imagens com uma luz suave e uma 
luz dura.
Essa situação você pode treinar fotografando logo cedinho e no final de tarde onde encon-
trará uma luz suave, enquanto ao meio dia, em um dia ensolarado, você terá a luz dura. 
Conseguiu? Parabéns. 
Outro tema muito importante no momento que fotografamos diz respeito à direção que a 
luz percorre até incidir sobre o objeto (ou pessoas). 
Direção da luz estabelece o ângulo de incidência da luz sobre o objeto (ou pessoas); 
esse ângulo define como a forma e a textura do objeto serão fotografadas; luz frontal
(Figura 7) reduz a quantidade de sombras e suaviza a textura, o objeto se apresenta sem 
profundidade; luz lateral (Figura 8) acentua a textura e cria sombras no lado oposto de 
incidência; luz de fundo (Figura 9) projeta sombras à frente do objeto e lhe concede 
profundidade; luz de cima se assemelha à luz do sol e dá naturalidade; luz debaixo
(Figura 10) se torna não natural, em fotografia se denomina “luz fantasmagórica”.
Figura 7
Fonte: RAMOS; SOUDO 2010, p. 25
Figura 8 
Fonte: RAMOS; SOUDO 2010, p. 18
Figura 9 
Fonte: RAMOS; SOUDO 2010, p. 26
Figura 10
Fonte: RAMOS; SOUDO 2010, p. 19
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UNIDADE Técnicas de Iluminação Fotográfica
Forma e Matéria
O filósofo grego Aristóteles nos diz que tudo que existe na nossa realidade apresenta 
uma unidade de “forma”. Aristóteles também traz à nossa percepção que essa mesma 
unidade de forma é composta por matéria.
A “forma” caracteriza as qualidades particulares das coisas, assim sendo, o que torna 
algo identificável, inteligível é a forma do que observamos. A forma espacial não é só 
o contorno de um objeto. Contudo o expectador pode apenas tentar adivinhar se ele é 
liso ou desenhado, ficando a incerteza até que consiga divisar com clareza sua forma, e 
esta depende da luz.
A “matéria” é aquilo a partir do qual a coisa é feita. Assim, tudo que existe é compos-
to por forma e matéria e isso chamamos de hilemorfismo. O hilemorfismo é uma visão 
sobre a unidade das coisas da natureza.
Pautamos essas informações para este estudo, pois é de suma importância que te-
nhamosconsciência do “todo” que nos cerca, pois esse mesmo “todo” é o que temos 
como fonte de nossa inspiração e criação imagética.
Essa forma e matéria podem ser reveladas tanto com uma luz direta, difusa ou re-
fletida. Dependendo de onde posicionarmos a luz, teremos o contra luz/silhueta, que 
irá revelar apenas a espacialidade do objeto observado sem nesse objeto ser possível o 
revelar da sua textura e cor. Se usarmos uma luz dura, direcional, teremos sombras du-
ras, marcadas, recortadas, tipo de luz predominante do movimento concreto brasileiro. 
Se usarmos uma luz difusa, teremos uma passagem de tons mais suaves, carregando 
uma poética imagética com menos definição, onírico, o que pode ser mais interessante 
para certos gêneros fotográficos.
Voce Sabia?
O movimento concreto brasileiro se inicia no Rio de Janeiro por volta de 1920. Migra 
para São Paulo onde tem seu expoente maior o Foto Cine Clube Bandeirante. Nomes 
como Geraldo de Barros, Marcel Giró, German Lorka e Thomaz Farkas fazem parte desse 
movimento fotográfico.
Por fim, cabe conhecer bem o seu projeto, objeto de estudo, seu estudo de caso, para 
assim elaborar com cautela qual tipo de luz irá desejar para revelar forma e matéria da 
sua pesquisa iconográfica.
Tom
Sempre que nós fotógrafos pensamos uma imagem, de certa maneira, pensamos 
nos tons que compõem esse momento como também a paleta de cores e suas matizes.
16
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Pensar os tons é pensar o movimento que transita entre altas-luzes (áreas claras) e a 
sombra (áreas escuras). Nessa transição, encontramos a gama de cinzas que vai do preto 
ao branco e que irá revelar a forma e a matéria do que estiver sendo fotografado. Assim, 
podemos pensar uma imagem em alto contraste quando a imagem não possui tons de 
cinza como exemplo uma foto de contraluz.
Quando numa imagem encontramos tons de cinza, onde a predominância se dá 
bruscamente do branco para o preto, teremos uma luz dura (bem contrastada). Quando 
a imagem apresenta uma forte tendência aos tons cinzas, teremos uma imagem suave 
de baixo contraste. 
A fotografia, na prática, o objetivo não é pegar uma superfície iluminada homogeneamente 
e fotografar em várias exposições, a fotografia é feita dentro de uma escala de luminosidade 
diferentes dentro de uma cena só. Ansel Adams. Disponível em: https://bit.ly/3xJ1vGx
Uma fotografia em preto e branco é definida por vários tons de cinza. Pensando 
nisso, Fred Archer e Ansel Adams, em m 1940, apresentaram a técnica de sistema de 
zonas. São 11 zonas que dividem essa escala desde o preto absoluto até o branco puro.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Figura 11
Fonte: Reprodução
• 0: Preto absoluto;
• 1: Preto profundo, um pouco mais claro que o máximo;
• 2: Preto que apresenta detalhes, mas ainda sem texturas;
• 3: Primeiros pretos com textura;
• 4: Cinza escuro;
• 5: Cinza médio 18%, tonalidade que é calibrada os fotômetro considerada exposi-
ção ideal;
• 6: Cinza claro;
• 7: Últimos cinzas claros com texturas;
• 8: Cinza muito claro, já sem textura;
• 9: Branco sem textura antes do puro;
• 10: Branco puro.
Trocando Ideias...
Vamos observar esta próxima imagem de Ansel Adams, Church, Taos Pueblo (1942), e 
localizar o sistema de zonas ou escala de cinzas. Vamos juntos.
17
UNIDADE Técnicas de Iluminação Fotográfica
Figura 12
Fonte: Wikimedia Commons
No quadro abaixo, podemos compreender a relação da escala de cinza quando pen-
samos os valores de luz e as correspondentes densidades que foi pensada para o analó-
gico, o filme negativo, em relação à fotografia colorida.
Figura 13
Cinza 18%
Quando fazemos a fotometria automática de uma cena, nossa câmera vai deixar 
nosso objeto o mais próximo do cinza 18%, a “zona V”. Isso nem sempre é interessante, 
já que ela vai querer clarear o que e preto e escurecer o que é branco na tentativa de 
deixar tudo próximo ao cinza considerado ideal. Por isso, se queremos ter maior predo-
minância do preto na imagem, devemos subespor em 1 a 2 pontos no EV (Stops). Se 
queremos ter maior predominância ao branco, devemos superexpor em 1 ou 2 pontos 
no EV (Stops). Assim, o que é preto fica preto e o que é branco fica branco.
18
19
Voce Sabia? 
Ansel Adams foi um fotógrafo dos Estados Unidos da América. Seu objeto de pesquisa foi 
fotografia de paisagem. Adams era músico, tinha um grande talento musical, aprendeu 
sozinho a tocar piano com 12 anos de idade.
Assim finalizamos nossa primeira unidade compreendendo que tudo está relacionado 
à luz e sua qualidade, direção, fonte e função que irão revelar a fora e a matéria dentro 
de um espectro de tons.
Agora, chegou a sua vez. Observar e pensar as diferentes camadas de tons ao seu 
redor. Boa prática!
19
UNIDADE Técnicas de Iluminação Fotográfica
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Como tirar FOTOS PERFEITAS – Dicas de Fotografia para Iniciantes e Influencers | Profissionais
https://youtu.be/Kx9eqHnEvd8
Fotometria e um tal de cinza médio
https://youtu.be/n-OAEFpormI
Dicas práticas de iluminação. Foco Filmes
https://youtu.be/fx5y2ptJAxo
Como Fazer Iluminação 3 Pontos Para Vídeos
https://youtu.be/uPz_yk-SS_M
Cinza 18% | Exposição Perfeita para fotos e vídeos
https://youtu.be/8fe-aDh9a9I
20
21
Referências
ARENA, S. Iluminação: da luz natural ao flash. Balneário Camboriú – SC: Photos, 
2013. 
GREY, C. Iluminação em estúdio: técnicas e truques para fotógrafos digitais. 2. ed. 
Balneário Camboriú-SC: Photos, 2012. 
HURTER, B. A luz perfeita: guia de iluminação para fotógrafos. 4. ed. Balneário 
Camboriú – SC: Photos, 2013. 
MCNALLY, J. Modelando a luz: uma viagem ilustrada pelas possibilidades do flash.
Rio de Janeiro: Alta Books, 2013.
PRÄKEL, D. Composição. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
________. Fundamentos da fotografia criativa. São Paulo: Gustavo Gili, 2015.
________. Iluminação. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
RAMALHO, J. A. Escola de fotografia: o guia básico da técnica à estética. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2012.
RAMOS, M. S.; SOUDO, J. Manual de iluminação fotográfica. Lisboa: Cenjor, 
[2010?].
TRIGO, T. Equipamento fotográfico: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Senac, 2003.
21
• Introdução;
• Técnicas de Iluminação;
• Técnicas de Iluminação para Fotos Editoriais;
• Técnicas de Iluminação para Fotos Publicitárias;
• Técnicas de Iluminação para Fotografia de Moda.
• Apresentar e descrever os conceitos gerais relacionados com as técnicas de iluminação; 
• Apresentar, descrever e exemplificar as diferentes técnicas de iluminação aplicadas 
à fotografia;
• Apresentar, descrever e exemplifi car as características técnicas de iluminação específi cas 
para fotos de editorial, moda e publicitária.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Técnicas de Iluminação
UNIDADE Técnicas de Iluminação
Contextualização
“Sem luz, não há fotografia.” (PRÄKEL, 2010, p. 111)
Fotografar nada mais é do que “desenhar com luz”.
O que desenhamos com essa luz?
Ex
pl
or
Desenhamos a vida ao nosso redor, as coisas que vemos, os objetos, ou seja, 
representamos de forma bidimensional coisas, objetos, pessoas que espelham e 
caracterizam nossa cultura através das cores, roupas, da decoração, dos objetos ou 
qualquer outro pequeno detalhe que envolva o ato de fotografar.
A fotografia não constitui algo perdido no tempo e no espaço, pois seu objetivo 
primordial é transmitir uma mensagem a respeito de algo para alguém ou para um 
grupo. E aqui vale um aviso importante:
Importante!
A mensagem de uma fotografia é captada considerando a globalidade dos elementos 
nela presentes.
Importante!
Portanto, pense muito bem no que vai enfocar, o que vai iluminar, como será 
essa iluminação, o que destacará ou enfatizará, o que ocultará... Muitas vezes, mí-
nimas alterações mudam totalmente a mensagem transmitida por uma fotografia.
Pequenos detalhes podem provocar uma grande diferença no resultado final, 
aprenda (e pratique muito!) a olhar o mundo sob um ângulo diferente, saia do lugar 
comum, experimente...Tenha a ousadia de fazer diferente!
Tudo isso pode ser conseguido variando “apenas” a iluminação.
Importante!
O “apenas” está colocado entre aspas porque a iluminação é o item mais importante de 
uma fotografia, pois sem luz, sem iluminação (por pouca que seja) não haverá imagem, 
portanto, não haverá fotografia.
Trocando ideias...
É a respeito disso tudo que este módulo trata. Vamos, portanto, às técnicas.
8
9
Introdução
Somos capazes de identificar grande quantidade de objetos apenas com seu con-
torno. A silhueta de uma xícara ou de um bule facilmente é identificada porque já 
conhecemos o que é uma xícara ou um bule. Porém, nada saberemos de sua textu-
ra ou do material do qual são feitos se observarmos apenas seu contorno. Todas as 
outras informações irão depender da iluminação, da luz que incidir sobre os objetos 
contemplados. É a luz que nos dará esses detalhes.
Com a luz, criamos sombras e brilhos que revelarão as características dos objetos 
(ou pessoas), sua forma, textura, cor, tom e demais aspectos. Portanto, a luz (sua 
qualidade e direção) afeta e determina o resultado final da fotografia.
A qualidade da luz depende de sua fonte emissora. Já dissemos, em outras oca-
siões, que ela pode ser suave, oferecendo sombras tênues e pouco marcadas; ela 
pode ser dura, produzindo sombras densas e bem definidas.
A direção diz respeito ao percurso que o facho de luz percorrerá, desde qual ân-
gulo ele incidirá sobre o objeto e onde exatamente aparecerão as sombras. Observe 
que com esse jogo entre qualidade e direção da luz podemos chamar a atenção do 
observador para um ângulo e ocultar outro menos importante, ou que não interes-
sa para a mensagem que queremos transmitir.
Dependendo da posição da luz da fonte luminosa, o assunto fotografado apre-
sentará iluminada ou sombreada esta ou aquela face. A seleção cuidadosa da dire-
ção da luz nos permite destacar objetos importantes, e esconder entre as sombras 
aqueles que não nos interessam.
Importante!
Você já sabe que, dependendo da posição do foco luminoso, a luz pode ser classificada 
em: luz-chave, luz de preenchimento, luz lateral, contraluz, luz de fundo e luz de retro-
cesso, todas já vistas por nós.
Importante!
Naturalmente, a luz que usamos para fotografar é produzida especialmente para 
uso em fotografia – é a luz fotográfica – e seu “habitat” natural é o estúdio fotográfico.
A luz fotográfica é dividida em duas grandes categorias: contínua e flash. 
Importante!
É denominada luz contínua qualquer fonte de luz que brilhe sem interrupção, o termo é 
usado normalmente para a luz de tungstênio.
Importante!
9
UNIDADE Técnicas de Iluminação
A luz contínua é a preferida pelos fotógrafos iniciantes, porque o que você vê a 
sua frente no estúdio é exatamente o que será fotografado. O grande inconveniente 
da luz contínua são sua baixa potência e o calor que produz (Fig. 1).
Figura 1 – Lâmpada de tungstênio
Fonte: Getty Images
O flash de estúdio é mais potente e mais frio do que a iluminação por tungstê-
nio, mas o flash tem uma grande desvantagem: o que o fotógrafo vê no estúdio não 
é exatamente o que a câmera fotográfica “vê” no momento da exposição. Natural-
mente, é necessário muito treino para prever o resultado final.
O flash é a fonte de luz mais potente e compacta possível. Mesmo os peque-
nos, de câmeras compactas (Fig. 2), garantem a iluminação de um grupo rela-
tivamente grande de pessoas (PRÄKEL, 2010, p. 86). O flash pode ser usado 
também fora do estúdio, em uma locação. Apesar disso: cuidado! É difícil prever 
como a foto sairá antes de verificar no monitor da câmera. Além disso, lembre-se 
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de que as fotografias produzidas com flash apresentam visual característico.
Os objetos em primeiro plano ficam muito claros, enquanto o fundo fica muito 
escuro; nesses casos, uma alternativa é usar difusores, ou rebater o flash em su-
perfícies próximas (PRÄKEL, 2010, p. 87).
Figura 2 – Câmera fotográfi ca com fl ash
Fonte: Getty Images 
Técnicas de Iluminação
Já falamos a respeito do triângulo básico de iluminação, mas caso você não se 
recorde, aqui vai um pequeno lembrete:
Figura 3 – Triângulo básico de iluminação
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
Observe que esse triângulo pode ser repetido mudando a direção dos vértices para 
iluminar de forma adequada o que se deseja. É exatamente isso que farei a seguir.
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UNIDADE Técnicas de Iluminação
Iluminação de Ação Contínua
Ela acontece quando as pessoas se movimentam dentro de um cenário, ou 
quando temos duas pessoas lado a lado ou sentadas que devem ser fotografadas. 
Observe que se você colocar apenas um triângulo, a iluminação e as sombras se 
projetarão sobre a outra pessoa focalizada. Para eliminar esse efeito, é necessário 
trabalhar com (no mínimo) dois triângulos (Fig. 4).
Chave 1
Chave 2
Traseira 1
Traseira 2
Preenchimento 1
Preenchimento 2
Figura 4 – Uso de múltiplos triângulos
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
Como se iluminam diversas áreas do cenário, pode ser que não se disponha de 
equipamento suficiente para duplicá-lo ou triplicá-lo; uma alternativa é fazer com 
que cada uma das luzes desempenhe dois papéis: uma luz de fundo pode exercer o 
papel de luz de preenchimento ou contraluz para a outra pessoa focalizada.
De todas as formas, para se definir a iluminação correta, sempre leve em consi-
deração o objetivo específico da fotografia, a posição da câmera fotográfica e seus 
pontos de vista antes de distribuir a iluminação.
Iluminação de Grandes Áreas
Grandes áreas dizem respeito a fotografar uma orquestra ou uma palestra. 
Novamente, será necessário sobrepor triângulos de iluminação até que se cubra 
totalmente a área a ser fotografada. Nestes casos, a luz-chave deve ser usada dire-
cionando-a em ambos os lados da câmera com o facho aberto, assim, a luz-chave 
de um lado atuará como luz de preenchimento do outro.
Iluminação com Fundo Escuro
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Algumas fotografias podem possuir um apelo dramático, denso, mas simultane-
amente nítido e perfeito. Normalmente, emprega-se um estúdio vazio, e os objetos 
ou pessoas são colocadas sobre um fundo sem iluminação. Assim, os elementos 
serão fortemente iluminados contra um fundo totalmente escuro. Deve-se aplicar 
luzes direcionais ou diretas com bandeiras. Quando em estúdio pequeno, a área 
do fundo deve ser protegida com tela preta para absorver a luz e evitar brilhos que 
prejudiquem a imagem final desejada.
Iluminação de Silhueta
O efeito silhueta se obtém procedendo de forma inversa ao fundo escuro.
Aqui, o que se ilumina é o fundo, e os objetos (ou pessoas) permanecem sem luz. 
Logicamente, a única coisa que aparece é o contorno dos objetos (ou pessoas).
O efeito visual assim obtido é ideal para transmitir a mensagem de anonimato da 
pessoa fotografada. A iluminação de silhueta é obtida aplicando-se luz altamente 
difusa e suave, para se conseguir iluminar apenas o fundo.
Iluminação de Área Chroma-key
A área Chroma-key de um cenário é um fundo azul (ou verde) que se utiliza 
para projetar imagens geradas eletronicamente que substituem esse fundo duran-
te a produção.
Quando se utiliza a Chroma-key, o mais importante é obter iluminação per-
feitamente uniforme do fundo do cenário. Isso se consegue utilizando iluminação 
altamente difusa com luzes suaves. Mas observe que qualquer luz que incida sobre 
a iluminação de fundo estragará a Chroma-key.
Controle das Sombras
Todas as vezes que você forçar o ângulo da luz-chave serão provocadas grandes 
áreas de sombras sobre fendas ou protuberâncias do rosto da pessoa, tais como os 
olhos, o nariz, a barba. Isso ocorre mesmo se o modelo usa óculos, a sombra do 
aro superior da armação projetará sombras diretamente sobre os olhos, impedindo-
-os de serem vistos.
Uma forma de reduzir esse efeito é reposicionando a luz-chave da pessoa. Se 
você a movimentar posicionando-a próximo à altura dos olhos da pessoa, observe 
que as sombras se moverão para cima, parecendo que elas ficam menores.
Outra forma émanipular a luz de preenchimento, fazendo com que ela incida 
sobre a pessoa diretamente de frente e de um ângulo ligeiramente baixo. Isso tam-
bém projetará as sombras para cima e fora dos olhos do modelo.
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UNIDADE Técnicas de Iluminação
Técnicas de Iluminação para Fotos Editoriais
A foto editorial se situa conceitualmente entre a jornalística e a publicitária. 
O editorial é um artigo de abertura de uma revista, jornal ou site. O grande diferen-
cial do editorial é que ele representa a opinião do veículo no qual será publicado, 
portanto, não há qualquer compromisso com a imparcialidade.
As fotos produzidas para os editoriais normalmente são encomendadas e de-
senvolvidas por uma equipe de produção. O objetivo fundamental da fotografia 
editorial não é apenas ilustrar uma matéria, mas mostrar, enaltecer, valorizar um 
produto, uma pessoa ou uma ideia.
Ela se fundamenta em um briefing com uma ideia básica, o que oferece ao fotó-
grafo a oportunidade de criar, inovar, inventar, liberar sua visão e sua forma pessoal 
e particular de ver um determinado assunto sem muitas limitações.
Atualmente, o termo ‘editorial’ tem conotação muito mais ampla do que 
meios impressos, pois inclui alguns aspectos de teletransmissões, em que 
as fotografias a sequências são utilizadas para apoiar produções televisões 
e de vídeo. Também na Internet há demanda crescente por fotografia edi-
torial. Embora esse mercado não regulado tenha muitas vezes mostrado 
descaso com as questões de propriedade de imagem e copyright, está 
amadurecendo rapidamente nesse aspecto com as encomendas formais 
de imagens para sites. (PRÄKEL, 2015, p. 76)
Präkel (2015, p. 76) nos adverte, como já citado em linhas anteriores, que tra-
balhar com fotografia editorial pode significar trabalhar em um setor da indústria 
criativa fortemente baseada no trabalho em equipe. Apesar de frequentemente as 
equipes serem constituídas de forma temporária e reunidas apenas para uma edi-
ção da revista, as atividades, papéis e responsabilidade são claramente estabeleci-
dos. Há também um incremento no uso de material procedente do que atualmente 
é denominado “cidadão-repórter”, ou seja, colaborações do público em geral.
De qualquer forma, na fotografia editorial valem as mesmas regras descritas até 
agora. Principalmente: respeito ao tema e à mensagem que se pretende transmitir.
Por que isso é importante?
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É importante que a foto editorial se destine a conquistar, cativar e prender o 
público leitor, pois, em última análise, é esse público leitor que compra a revista 
e atrai os anunciantes que geram renda para a revista e colocam seus anúncios 
junto ao conteúdo editorial.
Apenas para ilustrar, observe a criatividade na capa da revista na Figura 5.
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Figura 5 – Exemplo de fotografi a editorial
Fonte: Getty Images
Técnicas de Iluminação
para Fotos Publicitárias
Algumas vezes pode ser bastante difícil identificar de bate pronto se uma fo-
tografia na revista é editorial ou comercial. Tudo se resume a saber quem foi que 
pagou pela fotografia. Se quem pagou pela imagem foi o fabricante do produto, ela 
é comercial; se a revista encomendou, então é editorial.
Portanto, a fotografia publicitária é aquela especialmente produzida para divul-
gar, promover, difundir e “vender” um produto qualquer, independentemente do 
tipo de mídia utilizada.
A grande diferença da foto publicitária é que nela podemos manipular a imagem 
para obtermos o resultado desejado pelo diretor de arte da agência que detém a 
conta do cliente para o qual estamos produzindo a fotografia.
Em publicidade, quase que se pode afirmar que “vale tudo”, pois o importante é 
vender, promover, conquistar e cativar o consumidor.
Não há generalizações possíveis na foto publicitária, pois fotografar um automó-
vel é diferente de fotografar um bolo, um par de sapatos ou um colar.
Além disso, como em primeiro lugar se considera o objetivo da publicidade, 
mesmo quando se trata de um único produto, se o apelo desejado mudar, também 
mudará o foco, a luz, o ângulo de enfoque, a composição, o plano de fundo, porque 
todos esses elementos podem ser usados de inúmeras maneiras e alternativas para 
destacar o produto ou um aspecto em especial dele.
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UNIDADE Técnicas de Iluminação
A fotografia do produto com (ou sem) embalagem “é a arte de fazer com que 
um produto apareça da melhor maneira possível – mostrando as qualidades que o 
tornam desejável com o apoio de adereços e cenários (para o contexto), bem como 
a iluminação (para realçar qualidades físicas, como a cor ou a textura” (PRÄKEL, 
2015, p. 69).
Observe que as informações técnicas do produto raramente aparecem nessas 
imagens, pois elas são feitas para chamar nossa atenção, nos fazer desejar o pro-
duto e nos impulsionar a comprá-lo.
A criatividade ficará por conta da escolha do tipo de iluminação, dos acessórios, 
do cenário e do estilismo.
Exemplo de foto publicitária: http://bit.ly/2YfzHIX
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Técnicas de Iluminação 
para Fotografia de Moda
Präkel (2015, p. 101) afirma que “a fotografia de moda pertence simultanea-
mente às categorias de fotografia comercial e editorial, pois é encomendada e paga 
tanto por marcas com objetivos publicitários quanto por revistas”.
Possivelmente, em nenhum outro tipo de fotografia a iluminação é tão impor-
tante quanto na fotografia de moda, por diversos motivos. Se você não encontrar 
e utilizar o tipo correto e exato de iluminação, intensidade e brilho, sua fotografia 
será um fracasso total. Isso ocorre por diversos motivos, alguns (os mais importan-
tes) comentarei a seguir. Digo alguns porque a prática e a situação da fotografia de 
moda envolvem quantidade infinita de variáveis que eu seria incapaz de imaginar ou 
prever, portanto: esteja preparado para se deparar com surpresas.
Na fotografia de moda, você está manipulando e lidando não apenas com a rou-
pa, mas também com uma pessoa – o modelo (seja ele homem ou mulher). Você 
precisa encontrar a iluminação correta que valorize a roupa e que deixe o mode-
lo lindo, cativante, impactante, natural, perfeito! E, convenhamos, conseguir tudo 
isso, ao mesmo tempo, é bem difícil!
Se você usar muita iluminação, pode “lavar” seu modelo. Pouca iluminação 
produzirá sombras e confundirá o tema da fotografia. Portanto, você deve encon-
trar a iluminação adequada para a fotografia dentro do espaço que você dispõe 
para a montagem da cena a ser fotografada. Se perceber que a iluminação está 
muito brilhante, pense em usar um softbox (Fig. 6) fotográfico para difundir a luz 
e suavizá-la.
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Figura 6 – Exemplo de softbox
Fonte: Getty Images
Se você tiver pouca luz, ou se estiver trabalhando ao ar livre e de frente para o 
sol, será preciso contar com uma fonte de luz extra para efetuar o balanceamento 
na iluminação. Nesses casos, se estiver trabalhando com o flash da câmera, não 
dispare em linha reta ao seu objetivo, mas em direção ao refletor, assim, esse arti-
fício suavizará a iluminação forte.
Experimente trabalhar com ângulos no momento que fotografar moda, pois 
eles podem oferecer efeitos surpreendentes e você acabará encontrando o que 
funciona muito bem, ou o que não funciona tão bem. Verifique, em cada caso, 
para onde as sombras se projetam, use as sombras de forma criativa e produtiva 
para gerar resultados criativos e surpreendentes, considere sempre que você não 
está “apenas” fotografando roupa, mas sim plasmando numa imagem um estilo! 
Isso é muito importante!
Para definir o que funciona (ou não), tenha em mente a cultura, os hábitos, a 
sociedade e, mais especialmente, o grupo social para o qual a fotografia que você 
está fazendo se destina. O que esse grupo social gosta? O que não gosta? O que 
“curte”? O que é “in”? O que é “out”?
Lembre-se de que, fotografando moda, você não estará “vendendo” apenas um 
produto – no caso, a roupa – mas, também, uma imagem de como uma pessoa se 
verá e se sentirá usando aquela roupa. É por esse motivo que você deve se preo-
cupar em especialcom a luz principal, que ela ilumine o modelo da melhor forma 
possível, que valorize as formas, as texturas, a padronagem (se for o caso), que as 
sombras estejam exatamente onde devem estar. Somente depois de conseguir esse 
efeito é que podemos acrescentar outras fontes de iluminação.
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UNIDADE Técnicas de Iluminação
Não “bata” a foto de primeira, ensaie! Os modelos se movem, eles podem não 
ficar parados e eventualmente sair da área demarcada para seu campo de foco e 
iluminação; experimente fechar a abertura um ponto para aumentar a profundida-
de e proporcionar mais espaço ao modelo para movimentos.
Apesar de todos esses comentários, volto a repetir: trabalhe com o conceito base 
que a roupa deve transmitir. Uma roupa “descolada”, esportiva, jovial, despreten-
siosa exige um ambiente feliz, alegre, descontraído, bem iluminado (mas não ofus-
cante). Uma roupa séria, pesada, “dark”, “grunge” deve apresentar mais contraste, 
menos brilhos, mas não pode ser escuro a ponto de transmitir isolamento, tristeza 
ou depressão.
Uma observação importante para você usar quando estiver fotografando uma 
pessoa: a aplicação do “catchlight”.
Catchlight: é uma palavra inglesa que significa “capturar” (catch), e luz, (light). Esse termo é 
usado para identificar a luz refletida nos olhos do modelo (Fig. 7); esse efeito tem o poder de 
chamar a atenção do observador.
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Figura 7 – Exemplo do efeito da aplicação do catchlight
Fonte: Getty Images
Mas cuidado! Quando usar o catchligh, pense que você poderá estar aumen-
tando a iluminação cênica, o que poderia produzir mais brilho, mais contraste e 
provocar o efeito contrário, ou seja, um catchlight menos evidente. Uma alternativa 
fácil e barata é você colocar uma pequena luz de LED na cabeça de sua câmera, ela 
provocará o brilho adequado nos olhos do modelo.
E por falar em soluções fáceis e baratas – afinal nenhum de nós tem dinheiro 
sobrando – uma alternativa muito barata e fácil para você fazer em sua casa e 
conseguir uma iluminação perfeita: vá para uma sala que tenha janela que receba 
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a iluminação natural, retire os móveis e crie um espaço aberto, do lado oposto da 
janela estenda um lençol branco e prenda-o firmemente para que não fiquem do-
bras ou sombras: pronto! Em um dia ensolarado e brilhante, você terá a luz perfeita 
para sua fotografia de moda!
Para finalizar nosso encontro, deixo aqui dois exemplos do que a iluminação 
pode fazer com uma fotografia de moda (Fig. 8 e Fig. 9).
Figura 8 – Fotografi a de moda com fundo escuro
Fonte: Getty Images
Figura 9 – Fotografi a de moda com fundo claro
Fonte: Getty Images
 Mais um aviso ou um lembrete: quando fotografar moda, lembre-se de que você 
está trabalhando com pessoas; portanto, antes de começar a sessão de fotos, con-
verse com o modelo (seja mulher ou homem), estabeleça afinidade, companheiris-
mo, empatia; fale a respeito de poses, movimentos, compartilhe com o modelo a 
mensagem básica que a fotografia dessa roupa específica deve transmitir; conta-
mine seu modelo com aquela produção que você imaginou e, eventualmente, está 
na sua cabeça; ele ou ela (modelo) deve saber o que você quer e o porquê daquela 
forma. O modelo (mulher ou homem) deve ser seu cúmplice! Afinal, o nome do 
modelo aparece junto ao seu nos créditos das fotos!
Apesar de todos os detalhes e comentários feitos até agora, não pense que con-
templei tudo, porque isso não seria verdade... Há muito mais, e você vai descobrir 
na hora que começar a fotografar moda.
Präkel (2015) nos adverte que normalmente os fotógrafos que trabalham bem 
no retrato de estúdio também costumam fazê-lo com modelos de moda, porque é 
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UNIDADE Técnicas de Iluminação
necessária sensibilidade semelhante para estabelecer a relação de trabalho agra-
dável e satisfatória entre modelo e fotógrafo. Além disso, lembre-se: você também 
vai trabalhar com os estilistas de roupa, cabelo, maquiagem, e eles também fazem 
parte da equipe de produção e estarão ao seu lado no estúdio. Ah! E também de-
vem ser pagos! Portanto, considere esses gastos quando orçar o preço da fotografia 
de moda.
Complexo? É sim! O universo da moda é complexo mesmo! Porque envolve 
inúmeras e incontáveis variáveis, algumas são controláveis, outras, no entanto, não 
o são!
Mas relaxe! Não é o mais difícil, pois difícil mesmo é fotografar crianças ou animais.
Não desista! Treino é a palavra chave para fotografia!
Vamos lá! Comece agora mesmo!!!
Boas fotos!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Direção de modelos, poses e set ups de luz para fotografia de moda
Photos TV – Direção de modelos poses e set ups de luz para fotografia de moda. 
6’13’’.
https://youtu.be/98c_ZcxFnX4
Como fotografar produtos para Loja Virtual
D Loja Virtual – Como fotografar produtos para Loja Virtual. 5’.
https://youtu.be/OdI2Vx4rV7o
Making of: Sessão de Fotos – Rolls Royce Corniche
Estúdio Debiasi Fotografia - Making of: Sessão de Fotos – Rolls Royce Corniche. 3’.
https://youtu.be/sPVB4zxLr50
Guia de poses para ensaio fotográfico
Fotografia DG – Guia de poses para ensaio fotográfico. 20’20’’.
https://youtu.be/RWynsTy60Zo
Softbox ou janela
Fotografia DG – Softbox ou janela. 14’58’’.
https://youtu.be/x9Qr8eSUtQQ
Como usar o rebatedor dourado
Fotografia DG – Como usar o rebatedor dourado. 11’53’’.
https://youtu.be/a9CfAMHG_ZA
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UNIDADE Técnicas de Iluminação
Referências
ARENA, S. Iluminação: da luz natural ao flash. Balneário Camboriú: Photos, 2013.
GREY, C. Iluminação em estúdio: técnicas e truques para fotógrafos digitais. 2. 
ed. Balneário Camboriú, SC: Photos, 2012. 
HURTER, B. A luz perfeita: guia de iluminação para fotógrafos. 4. ed. Balneário 
Camboriú: Photos, 2013. 
MCNALLY, J. Modelando a luz: uma viagem ilustrada pelas possibilidades do 
flash. Rio de Janeiro: Alta Books, 2013.
PRÄKEL, D. Composição. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
________. Fundamentos da fotografia criativa. São Paulo: Gustavo Gili, 2015.
________. Iluminação. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.
RAMALHO, J. A. Escola de fotografia: o guia básico da técnica à estética. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2012.
TRIGO, T. Equipamento fotográfico: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Senac, 2003.
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• Introdução;
• Controlando a Luz;
• Preparando a Viagem;
• Encerrando.
• Descrever, apresentar e comentar os equipamentos utilizados para iluminação, especial-
mente aqueles empregados em tomadas exteriores;
• Apresentar, descrever e exemplifi car as características técnicas de iluminação específi cas 
para fotos de natureza, exteriores, paisagens e arquitetura.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Técnicas de Iluminação: Natureza, 
Exteriores, Paisagens, Arquitetura
UNIDADE Técnicas de Iluminação: Natureza, 
Exteriores, Paisagens, Arquitetura
Introdução
Se você parou para observar os quatro temas propostos para este módulo, deve 
ter observado que todos eles apresentam um aspecto em comum: todos ocorrem 
e se desenvolvem fora do estúdio. Trata-se de fotografia externa, de exteriores. 
É exatamente por esse motivo que os quatro temas (fotos de natureza, exteriores, 
paisagens e arquitetura) foram reunidos neste módulo.
A fotografia de exteriores é uma das especialidades da fotografia mais explorada 
pela grande maioria dos fotógrafos, sejam profissionais ou amadores. Afinal, que 
levante a mão quem nunca fotografou uma paisagem durante uma viagem ou um 
simples passeio de domingo ao Parque do Ibirapuera. Tenho certeza de que ninguém 
vai levantar a mão! Todos nós, sempre, quando viajamos, vamos “clicando” o tempo 
todo (eu pelo menos faço isso!!!), seja para eternizar um aperto de mãos na Praça 
Vermelha em Moscou, seja para registrar um magnífico pôr do sol no rio Amazonas!
Mas, é lógico (e você percebe nitidamente pelos pequenos exemplos colocados 
no parágrafo anterior) que a grande protagonista de uma foto de exteriores é a ilu-
minação. Ela influencia e determina o resultado final que teremos. É porisso que 
precisamos saber e aprender a usá-la, manipulá-la, alterá-la e aproveitá-la de forma 
produtiva, de acordo com nosso objetivo.
No desenvolvimento de projetos fotográficos de exteriores, diversos fatores de-
vem ser considerados, tais como: o clima, o horário, a luminosidade, o tema e o 
equipamento disponível para obter os efeitos desejados na composição.
Para dar conta dessas variáveis, este módulo está dividido em duas grandes par-
tes: na primeira, “Controlando a luz”, descrevo alguns dos principais equipamentos 
utilizados em fotografias de exteriores de forma geral; essa primeira parte será a 
base para os quatro temas seguintes, que tratam das fotos de natureza, exteriores, 
paisagens e arquitetura, que denominei como “Preparando a viagem”.
Apesar de começar descrevendo alguns acessórios utilizados em fotografias de 
exteriores, não desejo que você pense que eles são imprescindíveis. Ao contrário! 
Como podemos contar com a iluminação natural (que é perfeita), a maior parte das 
vezes podemos abrir mão deles. Portanto, não se deixe escravizar pelos avanços 
tecnológicos nem se preocupe em comprar “o último lançamento”. O que quero lhe 
mostrar é que existem inúmeros fatores que podem nos ajudar a melhorar uma fo-
tografia de exteriores e que, na maior parte das vezes, esquecemos, principalmente 
quando contemplamos uma paisagem fantástica.
O que acaba acontecendo na maior parte das vezes nessas circunstâncias é que 
pensamos que aquela beleza toda será registrada em nossa fotografia, bastando, 
para isso, um “click” e pronto!
Pois é! A coisa não é bem assim...
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Algumas regras e alguns (poucos) equipamentos podem nos ajudar a conseguir 
eternizar aquela imagem fantástica que temos à nossa frente.
Vamos às regras (melhor seria dizer “dicas”) e aos equipamentos (poucos)!
Controlando a Luz
Quando fotografamos exteriores, há momentos, durante o dia inteiro, que po-
demos deixar de lado o flash (interno ou externo) ou lâmpadas, porém em outros 
momentos eles serão necessários.
Na maior parte das vezes é mais adequado utilizar difusores ou modificadores de 
luz para completar o enquadramento e a composição. A seguir, você tem alguns 
comentários a respeito dos mais importantes equipamentos que podem ser usados 
nas fotografias externas, que possuem como objetivo principal atuarem como mo-
dificadores ou difusores da luz.
Nos itens que seguem, faço referência a alguns preços dos equipamentos no 
mercado. Esses valores se referem a janeiro de 2019.
Sombrinha
A sombrinha é utilizada para refletir a luz, oferecendo um facho luminoso mais 
suave, que dará a sensação de luz mais natural e se difundirá pela fotografia inteira. 
É usada principalmente para evitar que a luz do flash incida diretamente sobre o 
objeto ou modelo, possibilitando a criação de efeitos surpreendentes.
É um dos equipamentos mais baratos para fotografia (a sombrinha suavizadora 
branca custa em torno de R$ 35,00), além disso é utilizada em quase todos os mo-
mentos fotográficos (Fig. 1).
Figura 1 – Sombrinha branca
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Técnicas de Iluminação: Natureza, 
Exteriores, Paisagens, Arquitetura
Softbox
O softbox é adequado quando se pretende obter a iluminação completamente 
natural; esse equipamento permite suavizar bastante a luz que o atravessa e pode 
também ser usado para direcionar a iluminação. É encontrado em diversos tama-
nhos, formatos, com ou sem pé, com lâmpadas fluorescentes (não aquecem, du-
ram muito, consomem pouco).
Normalmente, sua estrutura interna é confec-
cionada com tecido metalizado, que permite re-
fletir e aproveitar melhor o uso da intensidade da 
luz; alguns modelos possuem difusores de nylon, 
que maximiza a suavidade da luz refletida, geran-
do iluminação mais difusa quando temos luz mui-
to dura, criando efeitos bem naturais (Fig. 2).
Seu preço, dimensões e material variam mui-
to no mercado e você o encontrará facilmente a 
partir de R$ 125,00 (sem pé).
Agora, vamos colocar os dois equipamentos 
juntos para fotografar uma modelo; no lado es-
querdo colocamos a sombrinha e do lado direito temos o softbox. Veja a Figura 3 
com esse exemplo.
Figura 3 – Sombrinha (esquerda) e softbox (direita) numa locação fotográfica externa
Fonte: Getty Images
Figura 2 – Exemplo de softbox
Fonte: Wikimedia Commons
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Rebatedor
O painel rebatedor é muito usado, popular 
e conhecido. É, provavelmente, o equipamen-
to mais usado em fotografia. Sua versatilidade 
e seu preço acessível ajudam na popularidade 
que conquistou. Ele pode intensificar, reduzir ou 
refletir a luz. Pode ser encontrado em diversos 
materiais, cores, formatos e por isso podemos 
variar a intensidade, a cor e a direção da luz. Na 
Figura 4, o rebatedor é branco, mas nada impe-
de que você coloque uma película azul, amare-
la, vermelha ou de qualquer outra cor.
Difusor
O difusor é um acessório bem versátil, que pode ser usado em qualquer tipo de 
fotografia e não apenas em exteriores. Seu objetivo é suavizar o facho luminoso do 
flash e tornar a luz menos dura. No mercado, estão à disposição inúmeros mode-
los, tipos e tamanhos com preços muito acessíveis (em média R$ 25,00) e alguns 
dispõem de velcro para fixação na cabeça da máquina fotográfica, podendo ser 
retirados após seu uso. Normalmente, possuem dispositivo que se acopla ao flash 
da máquina fotográfica, acionando-se quando do disparo do flash.
Na Figura 5, você pode observar o efeito gerado pelo uso do difusor.
Figura 5 – Exemplo dos efeitos do difusor
Fonte: Acervo do Conteudista
Figura 4 – Exemplo de painel rebatedor
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Técnicas de Iluminação: Natureza, 
Exteriores, Paisagens, Arquitetura
Gelatina
Não se espante com o nome, não se trata da gelatina de comer! Tratam-se de 
pequenos círculos (ou retângulos) coloridos usados para modificar a cor da fotogra-
fia. Você os encontra, no mercado, em acetato, a preços muito acessíveis (pela co-
leção que comprei paguei R$ 25,00). Mas, você pode lançar mão de papel celofane 
que obterá o mesmo efeito.
Figura 6 – Minha coleção de gelatinas
Fonte: Divulgação
Figura 7 – Coleção de gelatinas com suportes
Fonte: Getty Images
Preparando a Viagem
Muito bem! Já temos os equipamentos básicos para fotografar no exterior. An-
tes, porém, de especificar cada um dos tipos de fotografias de exteriores, valem 
alguns comentários que devem ser considerados antes de você sair de casa para 
fotografar o exterior.
Planejamento
O planejamento deve acontecer antes de começar a viagem, antes de você sair 
de casa. O que você vai fazer? Qual é o objetivo? O que você pretende? A foto fará 
parte de algum material? Para que esse material se destina? A fotografia será paga? 
A distância até o local é longa? Usará modelo ou outras pessoas irão junto? Aces-
sórios ou decoração, ou seja, ambientação?
Nossa! Quantas perguntas! Pois é. Você deve ter todas as respostas, de pre-
ferência por escrito e que todos os envolvidos no processo conheçam essas res-
postas. Observe que se você vai fazer uma viagem, por curta que seja, de São 
Paulo (capital) até Santos para fotografar modelos em um píer, por exemplo, você 
é obrigado(a) a fazer seguro de vida para essas pessoas! Além do seguro para todo 
o equipamento usado.
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Você pode me responder: “Ah! Não precisa! Eu ponho todos dentro do meu 
carro e vamos embora!”.
Poder você pode me responder isso, mas isso não é ser profissional! Aqui esta-
mos olhando para o profissional de fotografia de exteriores e devemos considerar 
todas as variáveis envolvidas nesse processo.
Além desse aspecto “burocrático”, seu planejamento deve contemplar, principal-
mente, a composição de sua fotografia: o que irá compor o fundo geral, o que fi-
cará para o fundo médio ou qualquer outro posterior da figura central ou principal.
Um exemplo esclarecerá o que estou lhe dizendo: você pretende fotografar uma 
casa de fazenda no campo. Então, você deve considerar todos os elementos possí-
veis em sua composição, tais como: montanhasao fundo geral, árvores ou a casa 
no fundo médio e o céu como fundo posterior. Observe que todos esses detalhes 
fornecem profundidade ao tema fotografado, equilíbrio, harmonia (Fig. 8).
Figura 8 – Exemplo de composição exterior
Fonte: Getty Images
Agora, vamos supor que você deseje fotografar um grupo de pessoas (seus ami-
gos, por exemplo) num fim de semana no campo. Aqui também valem as mesmas 
observações. Mais uma: se você estiver entre eles, por favor, não se coloque no 
centro! Permita que eles apareçam em primeiro plano, mas que a paisagem funcio-
ne como o marco da fotografia (Fig. 9).
Figura 9 – Amigos em um fi m de semana no campo
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Técnicas de Iluminação: Natureza, 
Exteriores, Paisagens, Arquitetura
Tripé
O tripé constitui um dos equipamentos mais básicos para fotografar exteriores. 
Ele oferece estabilidade, segurança, permite fazer fotos com exposição prolongada 
(mesmo quando sua câmera tenha o estabilizador automático).
Outra razão importante para levar o tripé nas “excursões” fotográficas é que 
pode ocorrer que justo no dia (ou na hora) em que você decide bater as fotos a 
luminosidade é baixa, o dia está nublado, chove ou acontece qualquer outro evento 
atmosférico que prejudique a luz, então é muito aconselhável que você use o tripé 
para evitar que as imagens fiquem borradas e você possa obter uma fotografia de 
alta definição nos detalhes e de qualidade.
Lembre-se de que quanto menos luz disponível no ambiente, mais aberto estará 
o diafragma, para permitir que a luz necessária seja captada no momento da expo-
sição. Por exemplo, se o céu está azul com algumas nuvens que cobrem o sol, você 
terá a sombra ideal para fotos de retratos ao ar livre com luz difusa, ela facilita a 
obtenção de baixos contrastes entre luzes e sombras. É aconselhável que nesse caso 
você use filme de 200 ISO de sensibilidade (RAMALHO, 2012, p. 98).
Mas, se você tem um céu nublado, normalmente as sombras não aparecem e a 
temperatura da luz tende a ser azulada; nesse caso, é aconselhável que você ajuste 
o balanceamento de brancos, assim terá uma fotografia de qualidade (Fig. 10).
Figura 10 – Dia nublado de inverno
Fonte: Getty Images
No entanto, quando o céu está completamente nublado e escuro, você pode usar 
filme com sensibilidade 400 ISO ou, se não tem outra alternativa, recorrer ao flash 
(RAMALHO, 2012, p. 98).
Observe que em todas as alternativas colocadas nos parágrafos anteriores o tripé 
foi extremamente útil para garantir a nitidez e a qualidade da foto.
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Horário
A literatura e os grandes fotógrafos da natureza recomendam que as fotos de ex-
teriores se façam na “hora mágica”. A hora mágica é aquela obtida meia hora antes 
e meia hora depois do amanhecer e do entardecer. Esse período de tempo é o que 
oferece luzes e sombras suaves e efeitos luminosos extremamente belos (Fig. 11).
No entanto, você pode ter de fotografar com a luz do meio-dia forte e bri-
lhante, que produz sombras e luzes intensas sobre os objetos ou pessoas, o que 
provocará a perda de detalhes por causa do alto contraste. Nesse caso, pode ser 
adequado e interessante usar flash de preenchimento, fazendo, também, o balan-
ceamento dos brancos, reduzindo, assim, a temperatura da luz solar, que, nesse 
horário, tende a ser avermelhada. Além disso, use ISO entre 100 e 200 de acordo 
com as condições existentes.
Figura 11 – Efeito das luzes do amanhecer
Fonte: Getty Images
Regra dos terços
Aplique a regra dos terços ou, com outras palavras, use o horizonte de forma 
criativa e produtiva. Aliás, uma pergunta básica:
No que consiste a regra dos terços?
Ex
pl
or
Para recordar (porque é um dos conceitos mais citado em fotografia):
Importante!
A regra dos terços consiste em dividir uma imagem em terços verticais e horizontais, 
obtendo-se no final nove “pedaços”; no ponto de cruzamento das linhas se localizam os 
pontos de interesse do observador (Fig. 12).
Importante!
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UNIDADE Técnicas de Iluminação: Natureza, 
Exteriores, Paisagens, Arquitetura
Figura 12 – Pontos de cruzamento da regra dos terços
Apenas como curiosidade, se observar novamente todas as imagens colocadas 
neste texto, perceberá que todas elas respeitam e consideram a regra dos terços.
Para pôr em prática a regra dos terços, quando fotografar exteriores, evite co-
locar o horizonte no centro da imagem, isso nos dará a sensação de monotonia e 
falta de harmonia e equilíbrio. Mas, se você deslocar a objetiva para um dos pontos 
da regra dos terços, a imagem se tornará mais dinâmica e viva.
Um exemplo simples com algo que todos nós, fotógrafos ou não, já fizemos: 
fotografar o mar, a praia, as ondas. Vamos escolher o pôr do sol, quando ele 
oferece raios luminosos difusos, suaves, porém avermelhados. Veja a figura 13, 
do pôr do sol.
Figura 13 – Pôr do sol
Fonte: Getty Images
Agora, vou sobrepor as linhas da regra dos terços para ver o que resulta na com-
posição. Veja a figura 14.
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Figura 14 – Sobreposição das linhas da regra dos terços na imagem da praia
Fonte: Adaptado de Getty Images
Você pode perceber que a linha do horizonte foi deslocada para o terço superior 
da imagem; mesmo com o sol brilhante no terço superior esquerdo, observe que ele 
não se destaca mais do que as pedras no terço intermediário da metade do centro 
e da direita; o reflexo do sol no mar deslocado do centro oferece equilíbrio harmo-
nioso com as ondas, que percorrem a imagem da esquerda à direita entre o terço 
inferior esquerdo e o terço mediano direito.
Viu? Conseguimos o equilíbrio deslocando a imagem do horizonte e do centro!
Crepúsculo
As horas do crepúsculo nos oferecem imagens extremamente agradáveis e har-
moniosas. Caso seu projeto inclua fotografias de exteriores, pense em fotografar 
seu objetivo nesse período do dia. Lembre-se de que nesse caso você deve usar 
sensibilidade média entre 200 a 400 ISO e algumas vezes chegar até 800 ISO.
Outra coisa que você pode fazer é utilizar velocidades altas no obturador para 
destacar as cores no céu e produzir silhuetas. Veja a figura 15.
Figura 15 – Crepúsculo com obturador em velocidade alta
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Técnicas de Iluminação: Natureza, 
Exteriores, Paisagens, Arquitetura
Mas, se você utilizar velocidade baixa no obturador, você terá mais detalhes e 
cores mais definidas, podendo, inclusive, destacar as texturas dos elementos com-
positivos (Fig. 16). No caso de você desejar fotografar pessoas no primeiro plano, 
é aconselhável o uso de flash (Fig. 17).
Figura 16 – Crepúsculo com obturador em velocidade baixa
Fonte: Getty Images
Figura 17 – Crepúsculo com uso de flash
Fonte: Getty Images
Entorno
Fazer fotografias exteriores constitui um grande desafio para todos os fotógrafos, 
porque as condições meteorológicas e climáticas podem variar muito rapidamente.
Você começa ajustando o equipamento fotográfico com um céu limpo e azul e, 
quando você vai bater a foto, descobre que surgiram nuvens encobrindo o sol ou 
prejudicando a luminosidade.
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Isso quer dizer que a luminosidade pode mudar e nós não temos como controlar 
totalmente esse fato. O que fazer? Aproveitar o que a natureza nos oferece, apro-
veitar o entorno, os efeitos. Não desanime nem amaldiçoe! A névoa, a bruma, a 
garoa, tudo pode ser usado a seu favor (Fig. 18); esses eventos da natureza nos 
oferecem brilhos especiais, fulgurações diferentes e únicas que podem ser usadas 
de forma muito produtiva. Aqui entra a sua criatividade e a familiaridade que tenha 
(ou não) com o equipamento de que dispõe.
Figura 18 – Efeitos da névoa numa caminhada em primavera
Fonte: Getty Iamges
Escala
Quando estiver fotografando exteriores, lembre-se de ajustar a visão da imagem 
para oferecer ao observador a sensação de proporção, da escala dos elementos 
constitutivos da fotografia. Observe que não saberemos a altitude de uma monta-
nha se não tivermos com o que compará-la; coloque uma casa ao lado e surgirá o 
contraste necessário, oferecendo uma excelente composição(Fig. 19).
Figura 19 – Percepção da escala entre montanha e casa
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Técnicas de Iluminação: Natureza, 
Exteriores, Paisagens, Arquitetura
A mesma observação vale para a fotografia de árvores ou vegetação, coloque uma 
pessoa ou um objeto para que sintamos a proporção entre os elementos (Fig. 20).
Figura 20 – Percepção de escala entre árvores e pessoa
Fonte: Getty Images
Grande angular
Você não tem por que se prender unicamente à lente de sua câmera; pense que 
se usar outros tipos, como, por exemplo, uma lente grande angular, poderá obter 
imagens fantásticas que não seriam possíveis com uma lente normal.
Outros tipos de lentes oferecem imagens e pontos de vista diferentes, impactan-
tes e criativos, de outra forma impossíveis de conseguir.
A teleobjetiva, por exemplo, proporciona maior proximidade com o objetivo; 
a grande angular auxilia nas tomadas panorâmicas (Fig. 21); a macro oferece um 
primeiro plano perfeito para fotografar pequenos animais (Fig. 22).
Figura 21 – Baía da Guanabara fotografada com grande angular
Fonte: Getty Images
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Figura 22 – Formiga carregando folha sob a mira da lente macro
Fonte: Getty Images
Filtro
O uso de filtros na fotografia de exteriores é muito útil para conseguir cores mais 
vivas e contrastantes (Fig. 23). Você pode escolher entre os difusores (Fig. 5) e os 
polarizadores (Fig. 24).
Figura 23 – Efeito nas cores com o uso de fi ltro
Fonte: Getty Images
Figura 24 – Efeito do fi ltro polarizador na imagem
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Técnicas de Iluminação: Natureza, 
Exteriores, Paisagens, Arquitetura
Contexto
Em qualquer fotografia de exteriores, principalmente de uma cidade, coloque as 
pessoas na composição, elas dão a cor local, o ambiente, a sociedade, os costumes, 
os hábitos (Fig. 25).
Dois grandes cuidados você deve ter quando fotografar as pessoas em seu local 
habitual. Primeiro: passe desapercebido(a), seja discreto(a), não chame a atenção 
sobre si e se isso for impossível, seja gentil, educado(a) e respeitoso(a) com as 
pessoas e com seus hábitos, não questione nem demonstre estranheza, seja com 
o que for.
Segundo: procure não fotografar o rosto das pessoas, isso pode gerar direitos de 
imagem e processos judiciais; o que você quer é uma fotografia criativa, não arru-
mar um “megaproblema” internacional!!! Se fotografar o rosto, lembre-se de pedir 
autorização para publicação (mesmo que não publique a fotografia).
Figura 25 – Fotografando pessoas em seu ambiente natural
Fonte: Getty Images
Arquitetura
A fotografia de arquitetura (prédios, casas, monumentos, construções em geral) se 
relaciona com todos os aspectos das imagens do entorno construído (PRÄKEL, 2015).
Além de tudo que já foi dito neste módulo nas páginas anteriores, fotografando 
arquitetura (prédios, casas e construções em geral), o fotógrafo deve ter dois 
cuidados especiais.
O primeiro: o fotógrafo deve retratar a sensação passada pelo edifício, bem 
como representar a escala e suas qualidades físicas. Como normalmente essas fotos 
são encomendadas pelos arquitetos responsáveis pela construção, é mais interes-
sante captar o conceito base que há por trás da obra – o que a diferencia e a torna 
especial – pois esses arquitetos já possuem imagens que documentam a construção.
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De acordo com Präkel (2015, p. 82), “a encomenda é a oportunidade para que 
o fotógrafo especializado trabalhe com uma equipe de forma criativa para produzir 
imagens que sirvam para vender a grande ideia que se esconde atrás do desenvol-
vimento do edifício”.
O segundo: todos os monumentos, edifícios públicos, torres, estátuas, bustos, 
pontes, obeliscos, edificações (entre outras formas de representação artística) são 
considerados patrimônio cultural (seja do País em questão, seja da Humanidade), 
portanto sujeitos a direitos autorais da imagem. Isso quer dizer que você não pode 
fotografá-los sem autorização expressa da entidade mantenedora e, em alguns ca-
sos, do Ministério da Cultura do País em questão.
Portanto, antes de fotografar qualquer monumento, informe-se da necessidade da 
autorização. A maior parte das vezes, há avisos a respeito dessa questão nos próprios 
locais. Um exemplo simples ilustrará o que estou indicando: você não pode fotografar 
o Museu do Ipiranga (ou Museu Paulista), em São Paulo, sem autorização da Uni-
versidade de São Paulo (entidade mantenedora do monumento), apesar de ele estar 
fechado, apesar de estar em manutenção, apesar de não aberto à visitação.
Infringir essa lei pode trazer sérias consequências e muitas dores de cabeça, 
que podem ser evitadas facilmente. Conseguir essa autorização costuma ser sim-
ples, fácil e rápido, bastando para tanto assinar um termo de compromisso sem 
muita burocracia.
Encerrando
A fotografia de exteriores não precisa de cenário (ela é o próprio cenário), não 
precisa de maquilagem (ela já vem com todas as cores), não precisa de produção 
(ela já está produzida antes de você chegar ao local). O fator mais importante 
na fotografia de exteriores (seja uma paisagem, a natureza ou um edifício) é a 
iluminação; sempre considere em primeiro lugar a luz disponível, estude todas as 
possibilidades, seja persistente, detalhista, cuidadoso(a): o que você pode usar para 
utilizar as sombras e os detalhes de forma produtiva e criativa?
Lembre-se: a luz é o principal instrumento do fotógrafo. É através da luz que 
captamos a sublime beleza que a natureza nos oferece!
Fotografar o exterior requer paciência, persistência, constância, não esmorecer e 
não desanimar (porque no dia da foto choveu ou não temos sol ou surgiram nuvens 
do céu), saiba se adaptar e tenha flexibilidade e conhecimento técnico (do equipa-
mento fotográfico de que dispõe) para aproveitar a luz, o clima, a hora que você tem.
Em última instância: a fotografia de exteriores que você obtiver com seu tra-
balho mostrará ao mundo a sua visão pessoal e particular desse mesmo mundo 
que você fotografou!
Qual é sua visão do mundo?
Ex
pl
or
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UNIDADE Técnicas de Iluminação: Natureza, 
Exteriores, Paisagens, Arquitetura
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Como fotografar paisagens da natureza – Canon College
CANON BRASIL. Como fotografar paisagens da natureza – Canon College.
https://youtu.be/rAPfo200nGA
Como fotografar prédios – Canon College
CANON BRASIL. Como fotografar prédios – Canon College.
https://youtu.be/R563UlqpdEc
Fotografando silhuetas na praia – Canon College
CANON BRASIL. Fotografando silhuetas na praia – Canon College.
https://youtu.be/v7Ae2M9DQhA
Pôr do sol – Canon College
CANON BRASIL. Pôr do sol – Canon College.
https://youtu.be/AEplWN49wC4
Como ganhamos dinheiro fotografando a natureza
Viagens e fotografias. Como ganhamos dinheiro fotografando a natureza.
https://youtu.be/NBc9QskDIUI
Mangue – Fotografando natureza
Últimos refúgios. Mangue – Fotografando natureza.
https://youtu.be/PuVH6tkTye8
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Referências
ARENA, S. Iluminação: da luz natural ao flash. Balneário Camboriú: Photos, 2013.
GREY, C. Iluminação em estúdio: técnicas e truques para fotógrafos digitais.
2ª ed. Balneário Camboriú: Photos, 2012.
HURTER, B. A luz perfeita: guia de iluminação para fotógrafos. 4ª ed. Balneário 
Camboriú: Photos, 2013.
MCNALLY, J. Modelando a luz: uma viagem ilustrada pelas possibilidades do 
flash. Rio de Janeiro: Alta Books, 2013.
PRÄKEL, D. Composição. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
________. Fundamentos da fotografia criativa. São Paulo: Gustavo Gili, 2015.
________. Iluminação. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.
RAMALHO, J. A. Escola de fotografia: o guia básico da técnica à estética. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2012.
TRIGO, T. Equipamento fotográfico: teoria e prática. 2ª ed. São Paulo: Senac, 2003.
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Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. José Alfonso Ballestero Alvares
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Técnicas de Iluminação: Interiores, Rostos, Retratos,Pessoas
• Estúdio Fotográfico: Estrutura, Montagem, Equipamentos;
• Montando seu Estúdio;
• Iluminação em Fotografia de Rosto;
• Iluminação em Fotografia de Interiores;
• Iluminação em Fotografia de Pessoas.
• Apresentar, caracterizar e descrever um estúdio fotográfi co, sua estrutura, montagem e 
principais equipamentos;
• Descrever e caracterizar a iluminação em fotografi a de interiores;
• Descrever e caracterizar a iluminação em fotografi a de rostos, retratos;
• Descrever e caracterizar a iluminação em fotografi a de pessoas.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Técnicas de Iluminação: Interiores, 
Rostos, Retratos, Pessoas
UNIDADE Técnicas de Iluminação: Interiores, Rostos, Retratos, Pessoas
Introdução
Präkel (2010, p. 111) nos ensina que “sem luz, não há fotografia”. Porém, quan-
do você está fotografando em ambiente natural o controle da iluminação só pode 
ser feito até certo ponto; normalmente, controlar a luz em ambiente natural pode 
significar esperar que o sol se mova até o ponto que desejamos ou, então, esperar 
até que o clima mude. Não temos como controlar os elementos da natureza; pode-
mos lançar mão do softbox ou de rebatedores para dar mais brilho ou tornar a luz 
mais suave.
Para controlar de fato a iluminação em uma fotografia, precisamos estar dentro 
de um estúdio. Präkel (2010, p. 111) afirma que “o melhor estúdio de trabalho é 
uma sala pintada de preto sem janelas ou com janelas que possam ser totalmente 
vedadas”. Nesse tipo de ambiente descrito por Präkel, podemos lançar mão dos 
mais diversos tipos de lâmpadas, nas mais diferentes posições, para conseguir o 
efeito desejado.
Além disso, considere sempre que a iluminação conseguida dentro do estúdio 
é usada tanto para revelar quanto para ocultar linhas, formas, volumes, espaços, 
texturas, luz e cor, ou seja, os elementos formais de composição de qualquer foto-
grafia. Então, em primeiro lugar, você deve ter muito claro e bem definido qual é 
exatamente seu objetivo com a iluminação.
O domínio da iluminação que conseguimos dentro de um estúdio engloba: a 
direção, a quantidade, a qualidade e as sombras projetadas. Podemos utilizar fontes 
difusas para criar sombras suaves; uma fonte pontual para obtermos sombras du-
ras; podemos alterar a temperatura da cor aplicando filtros ou gelatinas (já comen-
tados em módulos anteriores) ou mudando o tipo de lâmpada utilizado.
Isso tudo nos indica que o planejamento de uma sessão de fotografias dentro de 
um estúdio deve ter “precisão militar” (PRÄKEL, 2010, p. 112), porque não pode-
mos nos dar ao luxo de errar, de perder tempo e recursos, afinal: tempo é dinheiro!
O tema que você vai fotografar e o uso que será feito dessa fotografia definirão 
o tamanho e o tipo de estúdio (observe que é diferente fotografar em filme ou de 
forma digital, com aprovação imediata ou não do cliente – em Polaroid, na tela, en-
viada por e-mail ou cromo). Logicamente, fotografar um sapato também é diferente 
de fotografar um automóvel. Por isso, a primeira preocupação (ou definição) é seu 
objetivo com a fotografia que fará.
Observe que temos um assunto muito especial e específico: estúdio fotográfico. 
Esse tema será tratado neste módulo com uma preocupação muito particular: como 
montar nosso próprio estúdio fotográfico gastando pouco (porque afinal ninguém 
tem dinheiro sobrando, eu pelo menos não tenho!).
A seguir, vamos dar uma olhada nas características de iluminação nas fotografias 
de interiores (que também se relacionam com o estúdio), depois em rostos e retratos 
e fechamos o módulo com fotografias de grupos de pessoas. Lembre-se, nessas 
8
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aplicações específicas da fotografia não me preocuparei com a técnica (porque você 
tem disciplinas que tratam desses temas), mas contemplarei apenas a questão da 
iluminação e de como conseguir melhores efeitos e resultados.
Estúdio Fotográfico: Estrutura, 
Montagem, Equipamentos
Como já disse antes, tudo depende do objeto e do objetivo da fotografia. Daí se 
entende por que podemos afirmar que “cada estúdio tem características que ad-
vêm das necessidades ou preferências de seus respectivos fotógrafos” (GENÉRICO, 
2012, p. 51). Claro que também deve-se considerar o custo, prazo, clima, logística 
etc. entre outros aspectos.
As dimensões do estúdio são influenciadas pelas especialidades (fotografar uma 
caneta é diferente de fotografar um avião), porém também podemos improvisar 
dentro de um pequeno espaço (comentarei esse aspecto mais adiante).
Pelos exemplos colocados no parágrafo anterior, você já imagina que existem es-
túdios verdadeiramente gigantescos, com pé direito superior aos 8 metros de altura, 
incluindo guindastes e pontes móveis para movimentar as luzes, os equipamentos e 
os objetos. Isso tudo nos leva a concluir que o custo operacional de um espaço com 
essas características é muito alto e, praticamente, inviável para um único fotógrafo. 
Isso explica a profusão de estúdios de locação. Portanto, se esse for seu caso, pes-
quise que encontrará muitos à sua disposição.
Outra questão que você deve considerar como muito importante é: o que você 
gosta mais de fotografar? Com qual tipo de fotografia você sente mais prazer? Com 
qual tipo de fotografia você se identifica?
Observe que não estou dizendo qual tipo de fotografia dá mais lucro. O lucro é 
a resultante da criatividade, inovação e qualidade de seu trabalho. Atualmente, só 
quem é muito bom (mesmo!!!) obtém lucro e vive da fotografia (como em qualquer 
área de atuação profissional) porque o mercado está saturado de “fotógrafos meia-
-boca”, então só os melhores entre os melhores se destacam e vivem da fotografia.
Estou me referindo à necessidade de se especializar, essa também é uma ten-
dência de mercado. Você poderá ser bom(boa) em diversos tipos de fotografia, mas 
certamente será excelente em apenas um deles (aqui vale “a prática faz a perfei-
ção”). Pense nisso! Faça o que você ama e o fará com amor! Essa receita é infalível 
para o sucesso.
Diferentes tipos de fotografia exigem: espaços, ambientes, iluminação, acessó-
rios, equipamentos, pessoal de apoio diferente. Por causa dessas especificidades 
é que é necessária a especialização. Essa especialização também define o tipo de 
estúdio mais adequado.
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UNIDADE Técnicas de Iluminação: Interiores, Rostos, Retratos, Pessoas
A seguir, você tem alguns comentários gerais a respeito de alguns tipos de foto-
grafias e seu impacto na configuração do estúdio necessário para tal fim.
Fotografia de Moda
Normalmente, a fotografia de moda não depende diretamente de um estúdio 
porque a grande maioria desse tipo de fotografia é feita em locações externas; nes-
te caso, preocupe-se mais em ter um equipamento que seja facilmente transportado 
e móvel.
No entanto, a coisa muda se você estiver fotografando roupas (sem modelo) para 
vender em uma página comercial na Internet; aqui sim você precisa de um estúdio 
pequeno, que pode, perfeitamente, ser em sua própria casa.
O mínimo que você deve ter é uma fonte de luz (lógico), seja natural ou arti-
ficial, e um fundo absolutamente limpo (sem ruído visual). Experimente colocar 
sua fonte de luz em um ângulo de 45o em relação à roupa. Considere, ainda, 
para ficar mais barato, que os smartphones atualmente possuem uma câmera 
que produz boas imagens, com resultados muito agradáveis para usar no comér-
cio eletrônico.
Para montar seu estúdio em casa para a fotografia de roupas ou acessórios de 
moda (como cintos, sapatos, bonés, carteiras, bolsas e semelhantes), você vai pre-
cisar do seguinte material:
• uma caixa de papelão grande o suficiente para acomodar o produto;
• tecido TNT branco;
• uma folha de EVA branca;
• fita crepe;
• cola quente;
• tesoura;
• duas lâmpadas, se necessárias.
De posse desse material, agora faça o seguinte:
• coloque a caixa de papelão na posição em que será usada, ou seja, com a 
abertura para fora e de frente para você;
• retire os dois lados da caixa e a parte de cima, deixando uma borda de aproxi-
madamente 2 cmde papelão;
• recorte o TNT de acordo com o tamanho das partes da caixa recortadas;
• cole o TNT com a fita crepe nos dois lados recortados e na parte de cima;
• cole o EVA com a cola quente no fundo superior da caixa.
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Está pronto! Seu miniestúdio ficará mais ou menos com o aspecto da figura 1.
Figura 1 – Exemplo de miniestúdio fotográfi co
Fonte: Acervo do conteudista
Agora verifique se você dispõe, no ambiente que escolheu, da iluminação ade-
quada para fazer sua fotografia. Caso não seja suficiente, coloque uma lâmpada de 
cada lado da caixa de luz branca, por exemplo fluorescente. Aqui não utilize flash, 
ele pode distorcer as cores do produto e provocar sombras indesejadas.
Fotografia de Retrato
A fotografia de retrato também é muito adaptável a pequenos espaços; basica-
mente, esse espaço pode ser definido pelo rolo de papel para “fundo infinito”.
Fundo infinito é a técnica usada para destacar somente o objeto, deixando o segundo plano 
menos nítido; seu uso principal é em fotografias de produtos e em retratos; pode ser de 
papel, TNT, tecido, borracha e até pintura direto na parede; ele deve dar a impressão de que 
o objeto está colocado em um ambiente sem limites.
Ex
pl
or
Montar fundo infinito no estúdio: https://youtu.be/WAE10BLaPY0.
Ex
pl
or
Normalmente, o rolo de papel para fundo infinito tem como padrão 3 m, man-
tendo-se 1,5 m de cada lado para posicionamento das luzes e com recuo adequado 
para fotografar, eventualmente, uma pessoa de corpo inteiro.
Mas, você pode lançar mão de alguns artifícios bem interessantes (e baratos!) 
para modificar a luz, principalmente se deseja obter um efeito suave de iluminação, 
como, por exemplo, usar uma sacola de compras, desde que seja branca, ou até 
mesmo uma folha de papel branco. Neste caso, você só precisa do flash.
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UNIDADE Técnicas de Iluminação: Interiores, Rostos, Retratos, Pessoas
Usando uma sacola para modificar a luz: https://youtu.be/_vCn6t2Uvxk.
Ex
pl
or
Fotografia Ilustrativa
A fotografia ilustrativa é aquela utilizada dentro do gênero comercial e, obrigato-
riamente, não tem por que ser em grandes ambientes; sua particularidade especial 
é a criatividade.
A preocupação maior na fotografia ilustrativa é transmitir uma sensação, uma 
mensagem, e depende-se mais de profundo conhecimento e planejamento para 
transmitir, em uma só imagem, uma mensagem completa.
Você pode fazer isso de forma bem fácil e rápida com uma simples folha de pa-
pel alumínio, tenho certeza de que os resultados serão fantásticos. Veja a figura 2.
Figura 2 – Efeito do uso de papel alumínio na 
fotografia de um copo com gelo e bebida
Fonte: ANDREY MIKHAYLOV
Perceba que efeito interessante e diferente pode ser conseguido com quase nada! 
Mudou tudo na iluminação e no efeito final da imagem. Isso só depende de sua 
criatividade e inventividade. Vamos lá! Experimente!
Usando uma folha de papel alumínio: https://vimeo.com/102793528.
Ex
pl
or
Fotografia se Still
A fotografia de still é a denominação genérica dada às fotografias de natureza 
morta, estática, parada, ou seja, objetos e produtos. Seja qual for o produto que 
fotografar, a luz é o elemento primordial, depois estão a sensibilidade estética e o 
estilo do profissional. Genérico (2012, p. 59) afirma que “de todas as especialidades 
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da fotografia, a mais diversificada e produtiva é o still”. Isso é verdade, porque a 
cada momento novos produtos, cosméticos, bebidas, receitas, alimentos, roupas, 
acessórios são lançados no mercado.
Além disso, a própria dinâmica do mercado consumidor obriga os produtores 
desses artigos a renovarem constantemente a imagem dos produtos, das embala-
gens, das mensagens, visando destacar-se da concorrência. Portanto, de acordo 
com Genérico (2012), sempre haverá muito trabalho!
No caso do estúdio para still, a grande variedade de produtos faz com que os 
estúdios também sejam bem diversificados, depende só do fotógrafo.
Fotografia de Alimentos
Para fotografar alimentos (sejam in natura ou processados), não é necessário 
muito espaço, mas é imprescindível contar com uma cozinha completa, que ofereça 
conforto e praticidade.
O maior problema na fotografia de alimentos é o processo de pré-produção 
da comida propriamente dita, que deve ocorrer com rapidez, exatidão e limpeza. 
Normalmente, o profissional que se dedica à fotografia de alimentos possui estú-
dio próprio.
Fotografando alimentos, tome muito cuidado com a iluminação, porque ela lhe 
oferecerá o volume, as cores e o quanto a comida pode ser apetitosa. Para tanto, 
opte por uma fonte de luz lateral ou ligeiramente atrás, a 45o do prato; você obterá 
excelentes áreas de luz e sombras.
Cuidado com a luz frontal; no caso dos alimentos, ela não é muito apropriada 
por eliminar as nuances, tornando o prato pouco interessante. Veja a figura 3.
Figura 3 – Luz lateral e atrás do prato de espaguetes
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Técnicas de Iluminação: Interiores, Rostos, Retratos, Pessoas
Montando seu Estúdio
Chamo sua atenção para os tipos de fotografia que descrevi nos itens anteriores. 
Todos eles podem ser desenvolvidos em pequenos espaços, por esse motivo não ci-
tei transportes em geral ou room-sets – ambientação de cama e mesa – que exigem 
amplos espaços e grande diversidade de profissionais envolvidos na preparação 
e montagem.
Então, se você está pensando em ter um estúdio, primeiro responda a uma per-
gunta básica:
Como você gosta de trabalhar? Ao ar livre, com liberdade e variações constantes de cenário? 
Ou você se sente melhor fechado(a) entre quatro paredes?Ex
pl
or
Se você gosta de variações constantes no cenário, provavelmente você não se 
sentirá bem fechado(a) o dia inteiro entre quatro paredes. Em vez de um estúdio, 
talvez seja mais interessante você ter um ateliê, onde receba seus clientes e mostre 
seus trabalhos.
Mas, se você gosta de individualidade, autonomia, não ser pressionado(a) pela 
equipe de produção, ter calma, tranquilidade para estudar, preparar, compor seus 
objetos e suas luzes, então o estúdio fotográfico é para você a melhor alternativa.
Agora vem a pergunta da vez:
O que você vai fotografar?
Ex
pl
or
Ah! Tenho certeza de que agora “caiu a ficha” de por que no início lhe questio-
nava a respeito do que mais gosta, sente mais prazer e se identifica fotografando! 
Claro! Porque de sua resposta (você já percebeu isso, tenho certeza!) vão depender 
o tipo e o tamanho de seu estúdio. Você tem inúmeras opções, veja a figura 4 com 
algumas delas.
Retratos
Gestantes
Newborn
Publicitária
Produtos
Comida
Formatura
Sensual
Moda
Animais
Artístico
Infantil
Figura 4 – Tipos de estúdios fotográficos
14
15
Apesar da tipologia colocada na figura 4, observe que produzir no estúdio foto-
grafias newborn (significa recém-nascido, em inglês) é diferente de fazer fotografia 
sensual. Cada um dos tipos citados na figura 4 exige planejamento, preparação, 
equipamentos, acessórios, iluminação diferentes. Sugiro que assista aos pequenos 
vídeos citados a seguir, que mostram dois estúdios, um para fotografias do tipo 
newborn e outro para fotografias do tipo sensual.
Exemplo de estúdio para newborn: https://youtu.be/anPjndmrUNc.
Exemplo de ensaio sensual em estúdio: https://vimeo.com/218944197. E
xp
lo
r
Se você reunir todos os aspectos comentados até agora, com relação à montagem 
de seu estúdio, você perceberá que parece existir uma relação direta entre tipo de 
fotografia X tamanho do estúdio X investimento financeiro necessário. A figura 5 
ilustra o que estou comentando.
In
ve
sti
m
en
to
 �
na
nc
ei
ro
Investimento físico - espacial
+
+
_
Pessoa
jurídica
Pessoa
física
PUBLICIDADE
MODA
EDITORIAL
COMIDA
PRODUTOS
FORMANDO
NEWBORN
GESTANTE
SENSUAL
RETRATOS
Figura 5 – Relação tipo de fotografi a X tamanho do estúdio X investimento fi nanceiro
Esses comentários nos indicam que a primeira coisa que você deve definir é o 
que vai fotografar (volto a esse tema!!!), eu posso listar uma série de equipamentosque você deve ter em seu estúdio e eles não serem adequados ao seu objetivo. En-
tão, vou imaginar que você deseja trabalhar com pessoa física, para isso uma DSLR 
é o suficiente e não precisa de ISO alto para captar imagens em baixa luz.
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UNIDADE Técnicas de Iluminação: Interiores, Rostos, Retratos, Pessoas
DSLR é a sigla de digital single-lens reflex (que quer dizer câmera digital de reflexo por uma 
lente), ou seja, é a versão digital das antigas câmeras de filme.Ex
pl
or
Você precisará de um set de lentes com alta nitidez; as mais usadas são as fixas 
(prime), são baratas e bem acessíveis. Neste momento inicial, não se preocupe com 
as lentes zom, pois elas são caras e no começo, para pessoas e retratos, não são 
imprescindíveis.
Além da máquina e das lentes, você precisará de:
• um tripé para sua câmera, isso sim é necessário;
• um fotômetro, para medir a luz incidente e refletida;
• fundos fotográficos, de papel em diversas cores e formatos, são facilmente 
encontrados no mercado;
• modificadores de luz, tais como difusores, rebatedores e bloqueadores - lembre-
-se do que comentei a esse respeito, em páginas anteriores, com a sacola de 
papelão;
• pedestal para a luz aplicada; e
• logicamente: iluminação!
No início de sua atividade profissional como fotógrafo(a) em seu estúdio, não 
se preocupe muito com o dinheiro que vai gastar com a iluminação, porque com 
apenas o flash de sua câmera, com disparo remoto, você consegue simular a ilumi-
nação de um estúdio profissional.
No mercado você encontra kits bem baratos com o mínimo necessário. Pesquise!
Iluminação em Fotografia de Rosto
Quando fizer fotos do rosto de pessoas ou retratos, busque sempre imitar a 
iluminação natural, ou seja, utilize o efeito de uma única fonte de luz (HURTER, 
2013, p. 111). Mesmo quando numerosas luzes puderem ser usadas, uma delas 
deve dominar e estabelecer um padrão de luz e sombra no rosto da pessoa; por-
tanto, todas as demais luzes serão secundárias à luz principal e a modificam; é o 
posicionamento da luz principal que determina o padrão de iluminação no retrato 
de estúdio.
Estude e analise o formato do rosto da pessoa antes de iluminar e fazer a foto. 
O rosto da pessoa deve lhe indicar que tipo de iluminação você deve usar. Se o 
rosto é muito alongado, com a luz você pode ampliá-lo; se a pele possui marcas, 
rugas ou cicatrizes, a luz pode atenuá-las; se o nariz é grande, com a luz você pode 
16
17
reduzi-lo. Tudo isso é conseguido apenas trabalhando-se a iluminação no momento 
do retrato.
Você já conhece a luz principal, a de preenchimento, a de cabelo, a de fundo 
(contraluz) e a de recorte, todas elas foram tratadas em módulos anteriores; por esse 
motivo não vou repetir o que já foi dito.
Especialmente para rosto e retrato, dois tipos de iluminação são básicos: a ilumi-
nação ampla e a iluminação curta (HURTER, 2013, p. 118).
• Iluminação ampla: aqui a luz principal ilumina o lado da face voltado para a 
câmera; este tipo de iluminação tende a achatar contornos faciais e alargar a 
face.
• Iluminação curta: aqui a luz principal ilumina o lado da face virado para longe 
da câmera; este tipo de iluminação enfatiza contornos faciais e pode ser usado 
para estreitar um rosto redondo ou largo.
Especialmente a iluminação curta, quando usada com luz de preenchimento fra-
ca, “produz uma luz dramática com destaques pronunciados e sombras profundas. 
Por enfatizar a forma do rosto, a iluminação curta é usada mais frequentemente que 
a iluminação ampla” (HURTER, 2013, p. 119).
Quando fotografar retratos, considere em sua análise sempre o seguinte esque-
ma (os números são os que aparecem na Figura 7):
1. Cabelo: sempre fi ca melhor quando iluminado por trás, isso lhe conce-
de brilho;
2. Testa: use a luz difusa para que a testa não fi que muito exposta e brilhan-
te, ela parecerá muito forte; esse cuidado não é necessário se houver franja 
ou sombra do cabelo da pessoa;
3. Olhos: use luz de preenchimento para evitar sombras na parte inferior dos 
olhos e nas pálpebras;
4. Nariz: observe que uma luz forte cruzada produzirá sombras e acentuará o 
nariz; usar iluminação difusa será mais adequado e não projetará sombras;
5. Maçãs do rosto: quando fortes, altas e bem defi nidas produzem imagens 
muito harmoniosas; destaque-as com iluminação curta;
6. Boca: normalmente não exige iluminação especial; observe apenas se a 
pessoa usa batom para que ele não seja muito escuro, porque fi cará mais 
destacado ainda com a iluminação;
7. Queixo: iluminação de cima pode criar sombras grandes, nesse caso use 
embaixo do queixo um refl etor;
8. Orelhas: se a pessoa tem as orelhas grandes ou abertas (orelha de abano), 
uma ligeira alteração na pose ajuda muito a reduzir esse efeito.
17
UNIDADE Técnicas de Iluminação: Interiores, Rostos, Retratos, Pessoas
Figura 6 – Pontos básicos de iluminação na fotografia de rosto
FONTE: Adaptado de Getty Images
Cinco esquemas básicos (HURTER, 2013, p. 120-125) podem ser usados na 
iluminação de retratos, veja-os a seguir.
Iluminação de Cinema
Também denominada Paramount, borboleta ou glamour, trata-se de padrão tra-
dicionalmente feminino; produz uma sombra parecida com uma borboleta abaixo 
do nariz da pessoa; enfatiza os ossos superiores da face e a pele com boa textura; é 
menos usada com homens porque tende a marcar muito as faces e as órbitas (Fig. 7).
Fundo sem 
emendas
Luz de fundo
Luz de cabelo
Modelo
Luz principal
(posicionada no alto)
Luz de preenchimento
Câmera
Figura 7 – Esquema de iluminação de cinema
Fonte: Adaptado de Hurter, 2013, p. 120.
18
19
Iluminação Circular
Constitui uma variação menor da Paramount; este é um dos esquemas de ilumi-
nação mais comumente usados e é ideal para pessoas com rostos comuns, ovais. 
Cuidado com a luz de preenchimento: verifique na câmera se a sombra projetada 
é a adequada, esse efeito só pode ser apreciado através do visor da câmera (Fig.8)
Fundo sem 
emendas Luz de fundo
Luz de cabelo
Modelo
Luz 
principal
Luz de
preenchimento
Posição anterior
da luz principal
Câmera
Figura 8 – Esquema de iluminação circular
Fonte: Adaptado de Hurter, 2013, p. 120.
Iluminação Rembrandt 
Também denominada de 45o, caracteriza-se por um destaque pequeno e trian-
gular na face sombria da pessoa; sua nomenclatura se deve ao famoso pintor que 
usava luzes naturais nos modelos; é uma iluminação dramática e mais adequada aos 
homens; normalmente é adicionada uma luz de preenchimento fraca para acentuar 
o lado sombreado (Fig. 9).
Fundo sem 
emendas
Luz de fundo
Luz de cabelo
Modelo
Luz 
principal
Luz de
preenchimento Posição anterior
da luz principal
Câmera
Figura 9 – Esquema de iluminação Rembrandt
Fonte: Adaptado de Hurter, 2013, p. 120.
19
UNIDADE Técnicas de Iluminação: Interiores, Rostos, Retratos, Pessoas
Iluminação Dividida
Ela ocorre quando a luz principal ilumina apenas metade do rosto; é a luz ema-
grecedora ideal; pode ser usada para estreitar um rosto ou nariz largo; usada com 
um preenchimento fraco, esconde irregularidades faciais; para conseguir efeito 
mais dramático, a iluminação dividida pode ser usada sem preenchimento (Fig. 10).
Fundo sem 
emendas
Luz de fundo
Luz de cabelo
Modelo
Luz 
principal
Luz de
preenchimento Posição anterior
da luz principal
Câmera
Figura 10 – Esquema de iluminação dividida
Fonte: Adaptado de Hurter, 2013, p. 121.
Iluminação de Perfil ou de Borda
É usada quando a cabeça da pessoa está a 90o da lente da câmera; trata-se de 
estilo dramático de iluminação usado para destacar características elegantes; é me-
nos frequentemente usada hoje em dia do que no passado, mas ainda produz um 
retrato harmonioso e cheio de estilo (Fig. 11).
Fundo sem 
emendas
Luz de fundo
Luz de cabelo
Rebatedor
Modelo
Luz 
principal
Luz de
preenchimento
Posição anterior
da luz principal
Câmera
Figura 11 – Esquema de iluminação de perfil ou de borda
FONTE: Adaptado de Hurter, 2013, p. 120.
20
21
Fazendo retrato com uma luz: https://youtu.be/cpxxjszfwi8.Ex
pl
or
Iluminação em Fotografia de Interiores
Mesmo quando você trabalha em ambientes internos em fotos de locação, 
nem sempre é possível prever as condições de iluminação que você encontrará. 
Nesses casos, você deve trabalhar com o que lá está. Iluminação mista, tubos 
fluorescentes por todos os lugares, luz direta do sol entrando implacável através 
de janelas abertas e até nenhuma luz. Prepare-se, porque é tudo isso (e mais 
alguma coisa que esqueci de citar) que você encontrará no momento que sair 
de seu estúdio. Porém, você deve encarar essas circunstâncias como um desafio 
e mais uma oportunidade de aprendizado, criatividade e inovação. Tenha em 
mente que muitos fotógrafos se tornaram famosos e reconhecidos justamente 
por, trabalhando nessas situações, desenvolverem soluções criativas com resul-
tados sensacionais.
Observe que a iluminação disponível em muitos locais (hotéis, teatros, prédios 
públicos, museus etc.) é forte e vem de cima, ela pode ser usada como luz de des-
taque para iluminar paredes ou espaços menores, como nichos. Você pode usar 
essa iluminação de forma muito criativa, com efeitos fascinantes, apenas tenha o 
cuidado de observar que as pessoas nesse tipo de foto devem olhar para cima, 
em direção à luz. Se elas olharem para a câmera, isso irá provocar sombras mui-
to acentuadas ao redor do globo ocular, gerando o efeito conhecido como “olhos 
de guaxinim”.
Hurter (2013, p. 153) afirma que não importa muito se você decide, nestes ca-
sos, usar fontes de luz contínua ou instantânea, pois cada uma delas tem vantagens. 
Usar flash requer menos energia para operar do que as fontes contínuas e provoca 
pouco calor. Mas, unidades portáteis de flash não possuem luz de modelagem, o 
que torna muito difícil prever o resultado final que será obtido. As fontes de luz 
contínuas, por sua vez, permitem ver exatamente o efeito que terão, uma vez que 
a fonte de luz é tanto de modelagem quanto a efetiva luz de fotografia; neste caso, 
você só não pode se esquecer de fazer o balanço de branco para se adequar à fonte 
de luz.
Nos trabalhos de interiores, é muito frequente ter de fotografar um grupo de 
pessoas, por esse motivo esse será o último item tratado neste módulo, a seguir.
Fotos de interiores: https://youtu.be/XOI9W7Dj5Kk.
Ex
pl
or
21
UNIDADE Técnicas de Iluminação: Interiores, Rostos, Retratos, Pessoas
Iluminação em Fotografia de Pessoas
É comum e constante surgirem trabalhos que exigem fotografar um grupo de 
pessoas. Não importa muito seu objetivo, se é uma reunião de sua família em casa, 
uma reunião de executivos ao redor de uma grande mesa, um grupo de trabalho 
desenvolvendo um projeto, trabalhadores em seu ambiente numa fábrica, enfim não 
importa muito. O aspecto central é o grupo de pessoas que você deve fotografar.
No caso de grupo de pessoas, entenda que não tem sentido falar a respeito 
daqueles cinco tipos de iluminação descritos antes. Neste caso, Hurter (2013, p. 
152) afirma que as sombrinhas são ideais para iluminar grandes grupos de pessoas; 
coloque-as ao lado da câmera, equidistantes entre o grupo e a câmera para que a 
luz seja uniforme. Observe que as luzes devem ser deslocadas para que o centro do 
facho de luz não fique evidente na iluminação.
O mesmo autor ainda nos indica que essas unidades devem ser sincronizadas 
para que, quando o fotógrafo acionar o flash principal, todas as sombrinhas dispa-
rem em sincronia. Usar flashes compactos é mais adequado nestes casos, porque 
eles possuem sistema de sincronia por fotocélula ideal neste tipo de situação.
Outra alternativa para grandes grupos é rebater flashes não difusos no teto, 
dessa forma você produzirá uma luz suave, que vem de cima. Nessa alternativa, 
produz-se iluminação geral uniforme, mas não necessariamente a mais favorável. 
Hurter (2013, p. 152) indica que, nesses casos, você pode adicionar essa luz a 
um flash de sombrinha mais forte; posicione-o levemente mais alto que o grupo e 
ligeiramente para um dos lados, assim você criará um agradável efeito modelador. 
Assim, a luz rebatida atua como preenchimento, enquanto o flash da sombrinha 
atua como luz principal.
De todas as formas, sempre que usar esse tipo de artifício, é fundamental que 
a iluminação seja uniforme no grupo inteiro (da esquerda para a direita e da frente 
para trás); qualquer desvio de mais de 1/3 de stop será visível, especialmente quan-
do fotografar digitalmente em formato JPEG; uma alternativa é ajustar o conjunto 
de luzes e pedir que um auxiliar meça os cantos e o centro do grupo para confirmar 
que a iluminação é uniforme.
A questão da uniformidade na iluminação de um grupo de pessoas é fundamen-
tal. Tenha o cuidado de observar que todas as pessoas do grupo sejam igualmente 
iluminadas; em ambientes fechados, tenha cuidado com espelhos, vidros, janelas, 
eles podem refletir a luz do flash, estragando a fotografia (a não ser que você deseje 
a contraluz).
22
23
Nesses casos, o flash pode ajudar funcionando como luz de preenchimento. 
Caso você só tenha o flash embutido na máquina, considere que a maioria das 
câmeras atuais já conta com um dispositivo que identifica a necessidade de preen-
chimento e efetua o ajuste de forma automática. Para os flashes externos, ajuste 
para a proporção de 1:2 de iluminação (ou menor) em relação ao grupo.
Fotografia de grupos: https://youtu.be/q3t7YTxpvH8.
Ex
pl
or
23
UNIDADE Técnicas de Iluminação: Interiores, Rostos, Retratos, Pessoas
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Como montar estúdio fotográfico passo a passo (e com pouco dinheiro)
FOTOGRAFIA MAIS. Como montar estúdio fotográfico passo a passo (e com pouco 
dinheiro). Disponível em: 
https://bit.ly/330W5ZA
Simulador de iluminação
ELIXXIER. Simulador de iluminação. Disponível em: 
https://bit.ly/1bODRyU 
Virtual lighting studio
ZVORK. Virtual lighting studio. Disponível em: 
https://bit.ly/Qh2kSp
 Vídeos
Como montar um estúdio fotográfico (1/3)
RENATO ROCHA MIRANDA. Como montar um estúdio fotográfico (1/3). 
Disponível em: 
https://youtu.be/w1zpLs15CBA.
24
25
Referências
ARENA, S. Iluminação: da luz natural ao flash. Balneário Camboriú: Photos, 2013.
GENÉRICO, Tony. Estúdio: fotografia, arte, publicidade e splashes. Balneário 
Camboriú: Photos, 2012.
GREY, C. Iluminação em estúdio: técnicas e truques para fotógrafos digitais. 2ª 
ed. Balneário Camboriú: Photos, 2012.
HURTER, B. A luz perfeita: guia de iluminação para fotógrafos. 4ª ed. Balneário 
Camboriú: Photos, 2013.
MCNALLY, Joe. Modelando a luz: uma viagem ilustrada pelas possibilidades do 
flash. Rio de Janeiro: Alta Books, 2013.
PRÄKEL, David. Composição. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
______. Fundamentos da fotografia criativa. São Paulo: Gustavo Gili, 2015.
______. Iluminação. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.
RAMALHO, José Antonio. Escola de fotografia: o guia básico da técnica à esté-
tica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
RAMOS, Manuel Silveira; SOUDO, José. Manual de iluminação fotográfica. 
Lisboa: Cenjor, 2010.
TRIGO, Thales. Equipamento fotográfico: teoria e prática. 2ª ed. São Paulo: 
Senac, 2003.
25
• Iluminação Utilizando o Flash Eletrônico e o Portátil;
• Fotojornalismo e Documental: Conceitos e Princípios Básicos para 
Fotografias de Fotojornalismo e Documental;
• Fotografia Artística e Autoral: Conceitos e Princípios Básicos para 
Fotografias Artísticas e Autoral.
• Defi nir, descrever e caracterizar a iluminação com fl ash eletrônico;
• Defi nir, descrever e caracterizar a iluminação com fl ash portátil;
• Caracterizar e exemplifi car a iluminação nas fotografi as utilizadas em fotojornalismo, 
documental, artística e autoral.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Técnicas de Iluminação –
Uso do Flash Eletrônico e Portátil
UNIDADE Técnicas de Iluminação – Uso do Flash Eletrônico e Portátil
Introdução
Já falei muito a respeito de iluminação e você já sabe muitas coisas que devem 
ser levadas em conta no momento quevocê focaliza uma imagem com o objetivo 
de eternizá-la em uma fotografia.
Você já sabe que a luz apresenta quatro propriedades básicas: quantidade, cor, 
direção e qualidade (RAMALHO, 2012, p. 115).
Com relação a essas propriedades, você também já sabe que:
• Quantidade: dependendo dela a foto ficará escura ou clara;
• Cor: que pode ser alterada considerando a fonte de iluminação e a intensidade;
• Direção: produz as sombras e realça texturas;
• Qualidade: pode ser dura (cria sombras fortes e escuras, acentua as texturas) 
ou suave (também denominada difusa, cria sombras delicadas, com pouco con-
traste e atenua a saturação das cores).
Além disso, você também já aprendeu que a luz pode ser direta ou indireta e que sua 
origem pode ser natural ou artificial. Recordando esses conceitos, podemos afirmar que:
• Luz direta: é a que incide diretamente sobre o assunto a ser fotografado;
• Luz indireta: é a que, ao sair de sua origem, é rebatida ou refletida em alguma 
outra superfície antes de atingir o assunto;
• Luz natural: é a que vem do Sol, da luz do dia, da Lua, de uma fogueira;
• Luz artificial: é qualquer luz criada pelo ser humano, assim, a luz incandescen-
te, fluorescente, lanterna, flash.
Veja que interessante: você pode combinar e alterar, mudar, variar todos esses 
aspectos e conseguir efeitos diferentes em cada situação. Você pode aplicar a luz 
natural dura e direta, como a luz do Sol, incidindo diretamente sobre o assunto; mas 
pode usar a luz natural indireta, como a obtida num dia nublado ou com o Sol pas-
sando atrás de uma nuvem, o que a tornará difusa, criando sombras suaves e deli-
cadas; ou então usar a luz do Sol entrando por uma janela e iluminando o assunto 
de forma indireta. Mas tudo isso você também pode conseguir usando luz artificial.
Podemos ainda classificar a luz como contínua ou luz de flash, que respectiva-
mente se caracterizam como:
• Luz contínua: é assim denominada aquela que permanece iluminando o as-
sunto por tempo indeterminado; enquanto a fonte estiver presente, iluminará o 
objeto; exemplos deste tipo de luz são: o Sol, uma lâmpada incandescente ou 
fluorescente dentro de um quarto. A grande vantagem deste tipo de iluminação 
é que sabemos exatamente o que será fotografado antes de acionar nossa câ-
mera; isso permite fazer todos os ajustes necessários de abertura de diafragma 
ou reposicionar, seja a luz ou o objeto para conseguir o efeito desejado;
• Luz do flash: é a emitida por um curtíssimo período de tempo, como se fosse 
um raio. O grande problema do uso de flash é que ele não permite ver como 
será o efeito dessa luz sobre o objeto até que a foto seja obtida.
8
9
Bom! Depois de tudo isso, você já deve ter entendido a razão de tratar do flash 
neste módulo.
Importante!
Fotografar com flash exige técnica completamente diferente da que usamos com luz na-
tural; especialmente quando se trata de flash externo (também denominado eletrônico), 
a velocidade do obturador deve ser sincronizada com a velocidade de disparo do flash; 
além disso, fazer todos os ajustes prévios de abertura e diafragma compatíveis com a 
intensidade da luz que seja produzida pelo flash (RAMALHO, 2012, p. 117).
Importante!
É exatamente por causa dessas características peculiares que vou dedicar este 
módulo a falar a respeito do flash, seja ele externo (eletrônico) ou interno (o que 
está embutido na própria máquina, também chamado de portátil).
Características do Flash
A característica principal do flash é oferecer uma faixa de luz do dia para am-
bientes que não possuem a iluminação necessária para conseguir o efeito que dese-
jamos na fotografia. Isso nos indica que ele pode ser usado como uma ferramenta 
para obtermos efeitos especiais. Naturalmente tudo depende das características que 
sua máquina tenha, do próprio flash e da técnica que você use.
Importante!
Dominar a utilização do flash requer tempo, treino e muita experimentação. Você não 
sairá por aí, após esta aula, conseguindo efeitos sensacionais com o flash. Você deve co-
nhecer muito bem as características de sua máquina e as possibilidades do flash para ter 
sucesso! Lembre-se disso!
Importante!
Ramalho (2012, p. 119) nos conta que o uso do flash não é uma coisa recente, 
aparece e já era utilizado no século XIX. Isso porque fotografar com pouca ilumi-
nação sempre foi um grande desafio. Os primeiros foram produzidos com diversos 
materiais que ofereciam algum tipo de luminosidade.
Tudo indica que as primeiras experiências ocorreram na década de 1860, uti-
lizando a combustão de barras de magnésio. Em 1887, Adolf Miethe e Johannes 
Gaedick misturaram pó de magnésio a um agente oxidante (como clorato de potás-
sio), produzindo os primeiros flashes. Como você pode muito bem imaginar, essa 
mistura gerava uma explosão com intensa luminosidade, além dos estouros e da 
fumaça! Isso o tornava um equipamento extremamente perigoso, causando inclusi-
ve graves queimaduras em fotógrafos e modelos.
9
UNIDADE Técnicas de Iluminação – Uso do Flash Eletrônico e Portátil
A partir da década de 1930, o filamento de magnésio foi introduzido no bulbo de 
uma lâmpada com oxigênio e fechamento hermético; a ignição era efetuada eletri-
camente com o acionamento do obturador da máquina. O grande problema desse 
tipo de flash é que suportava apenas um disparo, devendo trocá-lo a cada tomada.
Atualmente o flash possui uma lâmpada de xenônio. Esse gás, quando sofre a 
ação de uma descarga elétrica de alta voltagem (gerada pelo disparador), produz um 
arco voltaico que emite um forte raio de luz com a duração de milésimos de segundo.
Importante!
O xenônio (ou xénon) é um elemento químico, classificado como gás nobre (símbolo Xe, 
número atômico 54, grupo 18 da tabela periódica de elementos), é inodoro, muito pesa-
do, foi descoberto em 1898 por William Ramsay e Morris Travers. Sua principal aplicação 
é na produção de dispositivos luminosos, como lâmpadas estroboscópicas, lâmpadas 
bactericidas entre outros. É incolor, mas com incandescência azulada quando submetido 
a um campo elétrico de alta voltagem.
Você Sabia?
Somente a partir da década de 1970 tem sua difusão comercial como flash eletrô-
nico portátil, utilizando uma bateria recarregável com durabilidade quase infinita. Na 
atualidade é difícil encontrar uma câmera que não tenha um embutido em seu corpo.
Funcionamento do Flash
Quando um flash é disparado, a luz se movimenta afastando-se da câmera para 
a frente e se expandindo para os lados; esse movimento cria uma “pirâmide” de 
luz, com a câmera como o topo e a base formada na altura do objeto (RAMALHO, 
2012, p. 123). Veja o esquema na figura 1.
Figura 1 – Pirâmide de luz formada pelo disparo do flash
Fonte: Adaptado de Ramalho, 2012, p. 123
10
11
A intensidade da luz do flash vai depender de sua potência e da distância com o 
objeto fotografado. Isso quer dizer que a luz vai enfraquecendo conforme a distância 
aumenta, porém, cobrindo uma área cada vez maior.
Esse efeito é conhecido como a “lei do quadrado inverso”, que estabelece o se-
guinte: se a distância entre o objeto e o flash dobrar, somente um quarto da quan-
tidade de luz atingirá o objeto (RAMALHO, 2012, p. 124). Isso acontece porque a 
luz se expande para a frente e para os lados, e quer dizer que objetos que se situem 
em diferentes distâncias em relação à câmera receberão diferentes quantidades de 
luz. Portanto, os objetos mais próximos recebem mais luz e os mais distantes rece-
bem menos luz. Veja a figura 2 que ilustra esse conceito.
f/4 f/4
f/8f/8
Se a distância entre 
o objeto e a luz dobrar,
a intensidade será
reduzida para 1/4
do original
Se a distância for
reduzida pela metade,
a intensidade será
4 vezes maior do
que a original
Figura 2 – Efeito da lei do quadrado inverso
Fonte: Ramalho, 2012, p. 124
Isso tudo nos indica que a potência do flash determina sua área de cobertura, 
também denominada flash range; isso quer dizer que a potência estabelecerá a 
área na qual os objetos serão perfeitamente expostos.Observe que alguns fabricantes indicam qual é a potência do flash e a informam 
em metros ou pés; outros, ainda, usam o que se denomina guide number (ou, simples-
mente, GN); esse valor aparece no manual do equipamento ou na caixa do aparelho.
Importante!
Número-guia ou guide number (GN) é o valor que expressa a relação entre o brilho, ou 
potência do flash, e a distância entre a câmera e o objeto fotografado.
Importante!
11
UNIDADE Técnicas de Iluminação – Uso do Flash Eletrônico e Portátil
Como padrão, o GN é informado considerando o uso de um filme ou sensor 
com ASA (ISO) 100; naturalmente, se for usado outro ISO, os valores devem 
ser ajustados. No entanto, na maior parte das vezes você não precisa se preocu-
par com isso porque estará usando câmeras e flashes automáticos; se usar um 
equipamento mais antigo ou no modo manual, aí sim! Tome cuidado e calcule a 
abertura ou a distância.
Esse cálculo é feito aplicando-se a seguinte fórmula (RAMALHO, 2012, p. 125):
GN = F x D
em que:
• GN = valor da potência do flash;
• F = abertura ou F-stop que se deseja usar;
• D = distância do objeto em relação ao flash.
Invertendo-se a fórmula, podemos calcular tanto a distância quanto a abertura 
desde que saibamos o GN, assim:
Distância GN
abertura
=
e também
Abertura GN
distância
=
Um exemplo simples pode esclarecer eventuais dúvidas que você tenha, vamos a 
ele: imagine que você está usando uma câmera com flash embutido com GN = 12; 
então se a maior abertura da lente utilizada for 3.5, a distância máxima que o objeto 
deverá estar será:
Distância GN
F
= = =
12
3 5
3 4
.
,
Ou seja, o resultado nos indica que o objeto a ser fotografado deverá estar a uma 
distância de 3,4 metros.
É lógico que muitas vezes, quando fazemos o cálculo da abertura o valor obtido 
pela aplicação da fórmula não coincide exatamente com os valores apresentados pelo 
equipamento; nesses casos faça arredondamento do valor para mais. Por exemplo: 
vamos fotografar um objeto a 3,6m com um flash de GN=38. Isso nos dá:
Abertura = =38
3 6
10 56
,
,
12
13
Mas acontece que a máquina não tem essa abertura, então usamos F11. Viu? 
Arredondamento para cima! Sempre!
Mas, cuidado! Sempre leve em conta o fato de que o ambiente no qual a foto 
será efetuada pode alterar o efeito desejado. Um exemplo simples: um objeto ou 
uma pessoa que seja fotografando em uma sala fechada com paredes e teto bran-
cos e que esteja a 2m do flash receberá mais luz, por causa do rebatimento da luz 
nas paredes, do que se estivesse à mesma distância num ambiente aberto e sem 
superfícies refletoras ao seu redor; nesse caso pode-se compensar a abertura abrin-
do um ponto a mais.
No entanto, a área de cobertura do flash pode ser aumentada usando um valor 
de ISO maior, veja o exemplo na figura 3.
5m
7m
10m
ISO
100
ISO
200
ISO
400
Figura 3 – Área de cobertura do fl ash e os valores ISO
FONTE: Ramalho, 2012, p. 125
Muito bem! Agora já sabemos calcular a distância ideal em relação à potência do 
flash. Vamos a outros detalhes importantes.
Tipos de Flashes
O flash pode ser classificado de inúmeras maneiras: tamanho, potência, local 
de uso, modo de uso entre outros critérios. Uma das classificações mais usadas é 
identificar se é interno, ou seja, embutido na máquina, ou externo; podemos ainda 
dizer se ele é eletrônico ou não.
Vou tecer alguns comentários a respeito de cada um deles. Vamos lá!
13
UNIDADE Técnicas de Iluminação – Uso do Flash Eletrônico e Portátil
Flash Interno ou Embutido
A maior parte das câmeras compactas atuais possuem flash embutido, também 
denominados built-in; normalmente possuem baixa potência e são adequados para 
iluminar objetos a uma distância de 2m a 5m da câmera.
Nos modelos de câmeras compactas mais simples, com modo automático e 
flash, o fotógrafo não tem nenhum controle sobre ele. O fotômetro da câmera 
avalia se a iluminação existente requer ou não o disparo do flash e o aciona au-
tomaticamente; em modelos mais sofisticados, o fotógrafo pode forçar ou evitar o 
disparo do flash automático (RAMALHO, 2012, p. 122). Veja a figura 4 com um 
exemplo dessas câmeras.
Figura 4 – Câmera compacta com flash embutido
Fonte: Getty Images
Flash Externo
O flash externo ou acessório funciona sincronizado com a câmera quando ele se 
encaixa no que se chama sapata de flash (hot shoe) ou então através de um cabo 
especial para isso.
Esses flashes são utilizados por profissionais em estúdios ou em locações ex-
ternas; esses equipamentos, além de possuírem grande potência, usam lâmpadas 
modeladoras que se mantém acessas para orientar e facilitar o trabalho do fotó-
grafo que pode, assim, definir exatamente a direção de luzes e sombras. Veja um 
exemplo na figura 5.
14
15
Figura 5 Exemplo de fl ash externo de estúdio
Fonte: Getty Images
Além disso, esses equipamentos possuem também encaixes especiais para se-
rem acoplados em sombrinhas e rebatedores usados para suavizar a luz dura do 
flash ao rebatê-la ou filtrá-la. Veja a figura 6 com um exemplo do que comentei.
Figura 6 – Exemplo de fl ash externo de estúdio acoplado à sombrinha
Fonte: Getty Images
15
UNIDADE Técnicas de Iluminação – Uso do Flash Eletrônico e Portátil
Importante!
Apesar de os flashes embutidos resolverem a maior parte dos problemas de iluminação 
em uma foto, pense sempre o que aconteceria se você usasse o flash externo, porque ele 
aumenta as possibilidades de efeitos fotográficos!
Importante!
Flash Eletrônico
O flash eletrônico é classificado em três grandes categorias: manual, automático e 
dedicado. A diferença entre eles reside na maneira como fixam a exposição. Vamos 
ver como eles fazem isso.
Quando você utiliza um flash manual é necessário mudar a abertura cada vez 
que você mudar a distância, porque a luz mudará também. Para fazer esse ajuste, 
as máquinas apresentam tabelas que são usadas para fixar a abertura. Veja um 
exemplo na figura 7, a imagem parece indicar NG=28 com sensibilidade ISO 100.
Figura 7 – Ajuste da abertura em flash manual com NG=28 e ISO 100
Fonte: Wikimedia Commons
Para sua informação, na figura 8, você tem as ISOs, as distâncias, as aberturas e 
na parte inferior, como se observa, o diafragma no momento do disparo.
Tabela para ajuste da abertura com flash manual: http://bit.ly/2WTqbPk
Ex
pl
or
Para o flash automático, ele recebe essa denominação porque possui inter-
namente um sensor que mede a luz refletida pelo objeto e de forma automática 
controla a duração e a intensidade da luz que será disparada. Veja a figura 8 que 
ilustra como ele funciona.
16
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Figura 8 – Funcionamento do fl ash automático
Fonte: Ramalho, 2012, p. 126
No caso do flash dedicado, sua particularidade especial é que ele se destina a 
ser usado com uma marca e modelo de câmera; o que faz esse flash é assumir o 
controle do equipamento e ajustar de forma automática a velocidade do obturador 
e a abertura das lentes; ele usa um sensor que mede a luz do flash ou a luz que 
incide sobre o filme (a denominada TTL, through the lens) e que passa pelas lentes 
da câmera. Diferente dos demais tipos de flash, o dedicado apresenta dois a cinco 
contatos com a câmera através da sapata do flash. Veja a figura 9 que ilustra como 
ele funciona.
Figura 9 – Funcionamento do fl ash dedicado
Fonte: Ramalho, 2012, p. 126
Utilização do Flash
O flash pode nos ajudar em inúmeras ocasiões em que desejamos obter efeitos 
especiais na iluminação ou quando o ambiente não nos oferece aquela que precisa-
mos. Ele nos fornece luz na escuridão, nos ajuda a destacar texturas, suaviza tons 
de pele ideais para fazer retratos, destaca e valoriza pequenos detalhes escondidos 
nas sombras.
Quando você usa o flash em dias de sol forte e intenso, principalmente ao meio-
-dia, ele ajuda a eliminar sombras sobre os olhos e o nariz; também é muito interes-
sante usá-lo em fotos na contraluz, pois evita as silhuetas.
Além disso, lembre-se que você pode usar rebatedores para refletir a luz do 
flash, o que a torna mais suave edifusa; essa luz pode ser rebatida em qualquer tipo 
de superfície branca (como teto ou paredes).
17
UNIDADE Técnicas de Iluminação – Uso do Flash Eletrônico e Portátil
Se você não tem um rebatedor, faça o 
seguinte: corte um papelão branco com 
(mais ou menos) um centímetro maior 
que a cabeça do flash (fica parecendo 
uma pá de lixo) e prenda com um elásti-
co no flash.
Apesar de tudo isso, o flash também pode gerar problemas nas fotografias se não 
soubermos trabalhar com ele. Esses eventuais problemas podem se relacionar com 
seu uso – portanto, técnicos – e também com questões estéticas (RAMALHO, 2012, 
p. 127). Vou comentar dois dos mais importantes: a sincronia e os olhos vermelhos.
Sincronia entre Flash e Obturador
Se você trabalha com o flash embutido no modo automático, não precisa se pre-
ocupar com essa questão, porque essas câmeras trabalham em perfeita harmonia 
e sincronização; você só perderá uma foto se não respeitar os limites de cobertura 
do flash ou das características da máquina.
Você só precisará se preocupar com a sincronia quando trabalhar no modo ma-
nual. Para saber qual a velocidade correta, consulte o manual de sua câmera que ele 
lhe indicará qual o valor para sincronizar com o obturador de forma que o sensor 
seja exposto de forma correta quando disparado.
O que ocorre é que, se você usar velocidade superior às estabelecidas pelo fabri-
cante, perderá uma parte da imagem; isso acontece porque o flash é disparado an-
tes que a cortina do obturador seja totalmente aberta, o que acarretará iluminação 
apenas na porção do filme que estava exposto naquele momento.
Olhos Vermelhos
O efeito dos olhos vermelhos ocorre principalmente em ambientes com pouca 
iluminação; esse efeito acontece porque nossos olhos apresentam pupilas dilatadas 
em ambientes com pouca luz. Quando o raio de luz do flash incide sobre as pupilas, 
elas automaticamente se contraem (é o nosso “diafragma” ocular) e deixam expos-
tos todos os vasos sanguíneos dos olhos, aí a luz do flash os reflete!
Por que acontece o efeito dos olhos vermelhos?
Ex
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or
Simplesmente porque você posicionou o flash muito próximo do objetivo a ser 
fotografado e o raio de luz vai incidir em ângulo reto na retina da pessoa!
18
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Algumas câmeras oferecem um recurso para reduzir os olhos vermelhos, isso é 
feito quando ela lança uma luz intensa intermitente (ou contínua) antes do disparo 
da luz principal; esse recurso faz com que as pupilas se contraiam, reduzindo o 
efeito de olhos vermelhos.
Caso você não tenha esse recurso em sua câmera, relaxe! Há outras maneiras 
de reduzir e até eliminar completamente o efeito indesejado que deixa as pessoas 
com aspecto “fantasmagórico”.
Uma alternativa é pedir às pessoas que não olhem diretamente para o flash ou 
para a câmera; se a pose da pessoa não permitir esse artifício, então desloque você 
o flash (mais ou menos a 45o) para cima ou totalmente para o teto. Esse artifício, 
além de eliminar os olhos vermelhos, elimina sombras fortes e reflexão em azulejos 
ou vidros.
Se nada disso funcionar, mas você está usando uma câmera digital, bem... ainda 
tem jeito: utilizar um programa de edição de imagem e corrigir os olhos, mas esse 
assunto é de outra disciplina, não de técnicas de iluminação.
Iluminação em Fotojornalismo
Präkel (2015, p. 93) afirma que o “fotojornalismo é uma profissão que existe 
desde a década de 1920”, porque nessa época se tornou possível tecnicamente 
reproduzir fotografias em jornais e revistas utilizando impressão em fotogravura. 
Com essas imagens a comunicação contemplou todas as pessoas, inclusive aquelas 
que não sabiam ler.
A partir do momento que essas imagens utilizadas nas notícias se tornaram 
simultâneas aos acontecimentos (e não cópias de arquivos já existentes), os jornais 
passaram a contratar fotógrafos para cobrir e documentar os acontecimentos.
Desde sua origem, o termo fotojornalismo mudou muito de sentido. Inicialmente 
se referia a um profissional que contava a notícia usando apenas imagens, e não 
palavras, ou seja: um repórter com câmera.
No entanto, o fotojornalismo passou a receber influências e ampliar seu enfoque, 
incluindo conceitos da economia, história, linguagem, semiótica, política, ética, en-
tre outras.
O fotojornalismo não se dedica unicamente a buscar “furos de reportagem”, 
podendo passar uma informação apenas com seu enquadramento; a imagem pode 
ser profunda, chocar, fazer pensar, ser poética e sublime. Aliás, aqui reside uma das 
grandes questões atuais do fotojornalismo: “onde deve ser traçada a fronteira entre 
a reportagem e a criatividade”? (PRÄKEL, 2015, p. 94)
O fotojornalismo se destina a deixar registrado e gravado os principais aconteci-
mentos do mundo, para que seja conhecido por todos, inclusive aqueles que ainda 
não nasceram.
19
UNIDADE Técnicas de Iluminação – Uso do Flash Eletrônico e Portátil
Uma tendência natural é produzir as imagens em preto e branco; isso se expli-
cava no início porque o objetivo era a publicação em jornais. Atualmente, com a 
proliferação das mídias eletrônicas, a aplicação do preto e branco passou a ser vista 
mais como charme e estilo do que necessidade.
Com relação à iluminação em fotojornalismo, tenha sempre à mão filtros (os 
mais variados possíveis), use os rebatedores improvisados (aqueles de papelão, des-
critos anteriormente) e trabalhe com um equipamento que seja portátil e facilmente 
transportável (não carregue muita tralha que não usará, será apenas peso em suas 
costas!) e (lógico!) uma câmera fotográfica adequada às condições que enfrentará 
em sua jornada.
Deixo aqui algumas imagens marcantes de grandes momentos da humanidade e 
de fotojornalistas incríveis.
Figura 10 – Thich Quang Duc (monge budista) se imola em protesto contra 
perseguição religiosa, em 1963, no Vietnã do Sul
Fonte: Wikimedia Commons | Malcolm Browne
Figura 11 – Grupo de crianças fugindo das explosões na vila de Trang Bang, no Vietnã, 
em 8 de junho de 1972. A menina nua ao centro é Kim Phuc, que sobreviveu
Fonte: Wikimedia Commons | Huynh Cong ‘Nick Ut’
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Figura 12 – Momento em que o Boeing 767-222 do voo 175 da United Airlines se aproxima da
torre sul do World Trade Center, durante o ataque de 11 de setembro de 2001, em Nova York
Fonte: Foto de Seth McCallister/AFP
Figura 13 – Colisão do voo 175 da United Airlines contra a torre sul do WTC
em 11 de setembro de 2001. Por Robert on Flickr
Fonte: Wikimedia Commons
Iluminação em Fotografia Documental
Há quem pense que fotojornalismo e fotografia documental sejam a mesma 
coisa. Ambas possuem semelhanças, mas são coisas diferentes. A respeito de 
fotojornalismo já falei antes, agora quero que você conheça alguns aspectos da 
fotografia documental.
21
UNIDADE Técnicas de Iluminação – Uso do Flash Eletrônico e Portátil
No final da década de 1920, John Grierson definia o gênero documental como 
o “tratamento criativo da atualidade”.
 
Importante!
John Grierson (8.04.1898 — 19.02.1972), cineasta escocês, é considerado um dos pais do 
documentário, fundou a escola inglesa de documentário, foi o responsável por estabele-
cer os princípios do que hoje é conhecido como documentário clássico.
Você Sabia?
Grierson foi o responsável, também, por transformar a opinião pública a respei-
to do documentário tornando-o “um gênero historicamente indissociável da cons-
trução de discurso a respeito do realismo, tanto na fotografia quanto no cinema” 
(MORAES, 2014, p. 55).
Acreditava Grierson que o documentário seria capaz de provocar mudanças so-
ciais, pois partia de uma sequência de imagens para narrar histórias. É por esse moti-
vo que a fotografia documental é fartamente utilizada na virada do século XIX para o 
XX. Foi usada, nessa época, para demonstrar ao mundo o que era e no que consistia 
o cotidiano, as lutas, os problemas, o trabalho de pessoas totalmente anônimas e, 
principalmente, pertencentes à classe social menos favorecida pelos benefícios que a 
revolução industrial promovia naquelemomento da história da humanidade.
Porém, a fotografia documental não apenas se destina a divulgar informações 
ou a formar opiniões, não podemos esquecer que ela também tem seu caráter 
artístico, estético, belo e harmonioso (HORN, 2010). Ela pode impactar, conquis-
tar, cativar, sensibilizar; a fotografia documental possui importante papel para o 
desenvolvimento de olhares críticos para a realidade e contribuição fundamental na 
educação e cultura de um povo, seja ele qual for.
Observe uma coisa interessante que acontece com o fotógrafo documentarista: 
você pode optar por desenvolver sua própria narrativa contando o fato sob sua 
ótica ou a de outras pessoas. De qualquer forma, a partir do momento que uma 
das visões seja adotada, a fotografia documental produzida mostrará uma visão 
pessoal, particular e individual que também retratará seu ponto de vista.
A grande característica fundamental e diferenciadora da fotografia documental 
é a preocupação constante com o registro histórico de uma época social, política, 
econômica, portanto a fotografia documental não é imediata e atual, como no caso 
de fotojornalismo.
Na fotografia documental o que pesa é a essência, a história, o dia-a-dia que 
deve ser registrado e mostrado. Esse é o verdadeiro significado: mostrar o cotidiano 
de pessoas, de animais, da sociedade, da cultura de um grupo de pessoas ou de 
uma nação.
22
23
O objetivo fundamental desse registro histórico é promover a observação, a 
contemplação e, principalmente, a reflexão. É no momento da reflexão que a 
fotografia documental tem seu papel de formadora de opinião.
Um trabalho de fotografia documental que vale a pena conhecer é o de Claudia 
Andujar. Essa fotógrafa documentou a vida de uma tribo Yanomami em Roraima 
de 1971 até 1978. Esse trabalho está exposto no Instituto Moreira Salles1.
Todas as fotos da coleção de registros da vida Yanomami foram feitas em pre-
to e branco e usou algumas vezes filmes infravermelhos. Quero lhe contar que 
quando Andujar foi para Roraima pela primeira vez, sua função era registrar a 
vida dessa tribo para uma reportagem de uma revista da Editora Abril (de nome 
Realidade). A impressão que recebeu, naquele momento, foi tão impactante que 
resolveu abandonar São Paulo e se mudar para lá e conviver com eles. Em 1978 
ela é expulsa do território indígena pela Funai. Volta a São Paulo e começa o 
trabalho de sensibilização popular para a causa Yanomami; em 1992 finalmente 
acontece a demarcação das terras indígenas.
Quero com esse exemplo que você perceba o papel da fotografia documental: 
mudar opiniões, sensibilizar, mostrar o cotidiano – a opinião geral é que não fosse 
por Andujar, os Yanomamis não existiriam mais.
Ofereço duas imagens feitas em 1974 (Figs. 14 e 15). Observe com atenção 
como ela utilizou a iluminação natural que se infiltrava forte e dura pelas frestas 
das ocas; longe de prejudicar a imagem, a iluminação usada concede vida, misté-
rio, misticismo às imagens.
Figura 14 – Xirixana Xaxanapi thëri desmancha bananas cozidas em panela de alumínio. 
O mingau das festas é preparado pelos homens. Catrimani, Roraima, 1974
Fonte: Instituto Moreira Salles | Claudia Andujar
1 Essa exposição está disponível até 7 de abril de 2019.
23
UNIDADE Técnicas de Iluminação – Uso do Flash Eletrônico e Portátil
Figura 15 – Candinha e Mariazinha Korihana thëri limpam mutum, 
cujas penas são usadas para emplumar flechas, Catrimani, Roraima, 1974
Fonte: Instituto Moreira Salles | Claudia Andujar
Iluminação em Fotografia 
Artística e Autoral
Você já parou para pensar em tudo que pode fazer com uma fotografia? Sugiro que pare e pense!
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A fotografia é a arte que mais permite variações, alternativas, caminhos diferen-
tes. Suas técnicas, princípios, regras podem ser aplicados e usados de diversas ma-
neiras; a fotografia é versátil, pode ser usada para transmitir diferentes mensagens, 
diversos conceitos, variados sentimentos. A fotografia sempre está disponível para 
expressar o sentimento, a sensação, o pensamento da pessoa que a fez. E é nessa 
característica que reside sua maior beleza.
Tanto a fotografia artística quanto a fotografia autoral extrapolam as formas 
convencionais de fotografar. Ambas manipulam de forma peculiar a emoção e as 
sensações e, atualmente, com os grandes avanços técnicos incorporados às câ-
meras fotográficas, às técnicas e aos aplicativos computadorizados, as alternativas 
possíveis se tornaram infinitas.
Importante!
Oscar Gustav Rejlander (1913 – 1875) é considerado o pai da fotografia artística e autoral, 
foi pioneiro ao expor seu trabalho ao lado de esculturas e pinturas. Sua composição mais 
famosa (Os Dois caminhos da vida) foi comprada ela Rainha Vitória (Fig. 17).
Você Sabia?
24
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Figura 16 – Os dois caminhos da vida de Rejlander
Fonte: Wikimedia Commons
O que diferencia a fotografia artística e a autoral dos demais tipos de fotografias 
é a preocupação (ou a grande ênfase) de retratar o sentimento do fotógrafo funda-
mentando-se na poética, no conceito, buscando ampliar ao máximo as sensações 
que instiguem o questionamento, a pesquisa, a reflexão e, logicamente, a fruição, 
o deleite, o desfrute, o encantamento, o prazer por causa, a maior parte das vezes, 
da beleza, harmonia, imponência e formosura que as imagens ostentam.
No entanto não pense que isso tudo é conseguido facilmente por qualquer um, 
bastando para tanto que tenha uma máquina fotográfica entre as mãos, nada mais 
equivocado! Desenvolver um olhar criativo, artístico e autoral exige, acima de tudo, 
treino, experimentação, persistência e foco! Mas é verdade que esses são os princi-
pais elementos de uma fotografia artística e autoral: o artista e o equipamento; ou 
seja, o fotógrafo e sua câmera; o primeiro contribui com sua visão poética e o senti-
mento que deseja expressar e transmitir, o segundo com a qualidade e a versatilidade.
Observe que é extremamente difícil e delicado você conseguir expressar o seu 
sentimento, sua emoção, seu pensamento a respeito de um tema (por mais corri-
queiro e banal que ele seja) de forma criativa, inovadora, bela e harmoniosa e, na 
maior parte das vezes, ignorando convenções sociais, críticas ou o uso comercial 
dessa imagem.
Isso tudo nos indica que a fotografia artística e autoral revela principalmente a 
alma e o sentimento do artista; aí justamente reside a grande dificuldade desse tipo 
de fotografia: você deve ser capaz de, com a imagem, projetar seu sentimento e sua 
alma e fazer com que o observador sinta o mesmo que você sentiu no momento 
que fez sua foto.
Como você pode muito bem imaginar, na fotografia artística e autoral, não há 
regras padronizadas, não há conceitos fechados, nem princípios infalíveis que você 
deva seguir; posso, sim, dar-lhe algumas “dicas” ou, melhor dizendo, chamar sua 
atenção para alguns cuidados especiais; os principais dizem respeito a:
• Expresse seu sentimento na foto, busque estabelecer uma ligação com o espec-
tador para que você seja capaz de provocar nele a mesma emoção que está 
sentindo e faça com que ele também a sinta;
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UNIDADE Técnicas de Iluminação – Uso do Flash Eletrônico e Portátil
• Selecione o tema com muito critério e cuidado, ele deve ter uma relação muito 
íntima com você e lhe provocar sentimentos e sensações que devem ser pro-
jetados na fotografia;
• Busque constantemente a inovação, a criatividade; sempre é possível encontrar 
outro ângulo, outro tipo de iluminação, usar outra lente, focalizar de forma 
diferente; não caia na “vala dos comuns”;
• Considere sempre os conceitos básicos de uma fotografia de qualidade, você 
pode criar, inovar e experimentar, mas sua imagem deve ter qualidade fotográ-
fica além dos sentimentos que deseja expressar.
Isso tudo quer dizer que há três grandes questões que você deve considerar cui-
dadosamente no momento que decidir produzir uma foto artística ou autoral:
1. Tema ou assunto: é fundamental a definição clara e exata para depois 
você fazer o planejamentode seu projeto; não precisa ser algo revolucio-
nário ou impactante, até as coisas mais comuns podem lhe dar a oportu-
nidade de fazer algo incrível;
2. Título: ele deve ser escolhido com critério e cuidado para se unir de forma 
coerente com o tema, além do que o espectador deve fazer essa união de 
forma fácil e rápida;
3. Perspectiva: entenda perspectiva da forma mais abrangente possível, 
pense como você vai tratar o tema, qual sentimento pretende transmitir, 
qual o dramatismo, como o espectador deve observar sua foto; tudo isso 
compõe a perspectiva: o ângulo, a iluminação, o foco, a montagem, os 
adereços entre outros.
Importante!
Lembre-se de investigar se outros fotógrafos já produziram algo semelhante ao que você 
se dispõe a fazer; nada impede que você prossiga com seu projeto artístico, só depende 
da abordagem que usar, ou seja: do tema, do título e da perspectiva que utilizar.
Importante!
Dentro do tipo de fotografia artística e autoral, encontramos alguns subtipos; há 
quatro mais famosos, utilizados e conhecidos; a seguir alguns comentários a respei-
to de cada um deles com exemplos, quando for o caso.
• Fotomontagem: ela é feita utilizando-se duas ou mais fotografias que podem es-
tar recortadas, coladas, sobrepostas, intercaladas, sombreadas ou qualquer outro 
artifício gráfico; pode parecer simples e primário, mas não é; é extremamente 
26
27
complexo e exige tratamento sutil das imagens para que tenhamos um resultado 
coerente e harmonioso (Fig. 17). Observe, na figura 18, o equilíbrio na ilumina-
ção das diversas imagens que compõem o retrato de um adolescente, nesse caso 
isso é necessário para não destacar uma parte em relação às demais.
Figura 17 – Fotomontagem com sobreposição
Fonte: Getty Images
Figura 18 – Fotomontagem com colagem de diversas fotos
Fonte: Getty Images
• Nu artístico: o corpo humano nu sempre nos remete ao erotismo e à sexuali-
dade, no entanto é o olhar do fotógrafo que pode torná-lo diferente e transmitir 
outra mensagem; observe no exemplo oferecido (Fig. 19) o jogo de luzes, som-
bras e nuances que o fotógrafo conseguiu, perceba como o corpo do modelo 
se confunde com as rochas ao seu redor e perde grande parte do apelo sexual;
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UNIDADE Técnicas de Iluminação – Uso do Flash Eletrônico e Portátil
 
Figura 19 – Nu artístico
Fonte: Getty Images
• Stop motion: assim denominado quando usamos uma sequência de imagens 
do objeto fotografado em diferentes posições para simular um movimento; esta 
técnica requer muito cuidado porque cada leve alteração na posição do objeto 
(ou da pessoa) deve ser registrada para depois unir essas imagens e oferecer 
a sensação de movimento natural e espontâneo; é um processo que consome 
muito tempo e trabalho;
• Fotograma: assim denominada quando a imagem não é registrada através de 
uma lente, mas sua gravação é feita num papel especial sensível à luz; as ima-
gens surgem quando se coloca sobre o papel o objeto e a luz incide sobre ele; 
quando mudamos o objeto e iluminamos novamente obtemos outra imagem 
(Fig. 20).
Para fazer um fotograma você precisará de:
• um quarto escuro;
• papel fotográfico preto e branco;
• revelador, interruptor (opcional), fixador para papel fotográfico preto e branco 
e água;
• 3 bandejas para depositar os líquidos (revelador, água – ou interruptor – e fixador);
• objetos pequenos, podem ser opacos, translúcidos, transparentes;
• uma lanterna.
Procedimentos dentro do quarto escuro:
• retire o papel fotográfico da caixa sempre num ambiente completamente escu-
ro, os papéis fotográficos são sensíveis à luz e se você os abrir num local onde 
haja luz, velará todos os papéis; para conseguir enxergar dentro do quarto 
escuro acenda uma lâmpada vermelha;
• corte o papel no tamanho desejado e de acordo com o tamanho dos objetos 
que utilizará;
• coloque o papel fotográfico sobre uma bancada ou mesa limpa;
28
29
• coloque os objetos que irá fotografar sobre o papel;
• acenda a lanterna por aproximadamente 4 segundos, é difícil fixar o tempo de 
exposição porque ele pode variar para cada caso, com a prática você percebe-
rá qual é o tempo ideal;
• desligue a lanterna após a contagem do tempo;
• coloque o papel fotográfico na bandeja com o revelador e deixe no banho 
por mais ou menos 1 minuto (observe a reação para que a imagem não fique 
muito preta);
• retire o papel fotográfico com uma pinça (nunca coloque sua mão no líqui-
do químico);
• transfira para a bandeja com água (ou interruptor) por mais ou menos 1 minuto;
• retire o papel fotográfico da água com uma pinça;
• transfira para a bandeja com fixador por mais ou menos 5 minutos;
• retire com a pinça e lave em água corrente por mais ou menos 5 minutos;
• com a pinça pendure seu fotograma em um varal para secar (use pregadores 
macios para não danificar seu fotograma, no mercado você encontra especiais 
para esse fim).
Pronto! Você aprendeu a fazer um fotograma! Veja na figura 21 que efeitos in-
críveis você pode conseguir.
Figura 20 – Fotograma
Fonte: Getty Images
O grande mistério do fotograma é saber trabalhar a luz necessária e suficiente 
para conseguir o efeito desejado e é isso exatamente que estivemos fazendo em 
todos os módulos até agora.
Se o mistério é a luz, o segredo dos grandes mestres fotógrafos artísticos e auto-
rais é a prática, experimentar, arriscar e... aprender cada vez mais!
29
UNIDADE Técnicas de Iluminação – Uso do Flash Eletrônico e Portátil
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Masters of Photography: Steve McCurry: masterclass
https://youtu.be/Y3b2PTR25WE
Steve McCurry Untold: The Stories Behind the Photographs
https://youtu.be/1jsrf0pYodE
Bridging the Gap: Classical Art Designed for Photographers: Adam Marelli
https://youtu.be/zwk3YFknyNA
In Camera Artistry: Using Any Light Source
https://youtu.be/H2nNxaBA6ss
Rupe Producción – Curso de fotografia – Fotografia artística
https://youtu.be/rfL8sc5WUUc
Câmera Viajante Filmes – Curso de fotografia autoral
https://youtu.be/T2xafD33J2o
Canal Telecafé – Fotografía artística – Detrás del fotógrafo
https://youtu.be/lGC6sVWwegg
Claudia Andujar: a luta Yanomami – Depoimento da autora
https://youtu.be/g-VUxuxXcP4
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31
Referências
ARENA, S. Iluminação: da luz natural ao flash. Balneário Camboriú: Photos, 2013.
BUENO, A. Fotografia documental e meio ambiente. Workshop Encontros foto-
gráficos: fotografia documental e natureza. São Paulo: Sesc Pinheiros, 2016. Dispo-
nível em: <http://www.pontosdevista.org/Content/Upl/Arquivo/9878b3ba-5269-
-4bda-89bc-e0fffcc51d38.pdf>. Acesso em 22 fev.2019 às 18h23.
GREY, C. Iluminação em estúdio: técnicas e truques para fotógrafos digitais. 2. ed. 
Balneário Camboriú, SC: Photos, 2012.
HORN, E. L. Fotografia-expressão: a fotografia entre o documental e a arte con-
temporânea. XI Prêmio Fotografia Funarte 2010. Ceará: Funarte. Disponível em: 
<http://www.poscom.ufc.br/arquivos/fotografia_express%E3o.pdf>. Acesso em: 23 
fev.2019 às 15h30.
HURTER, B. A luz perfeita: guia de iluminação para fotógrafos. 4. ed. Balneário 
Camboriú: Photos, 2013. 
MCNALLY, Joe. Modelando a luz: uma viagem ilustrada pelas possibilidades do 
flash. Rio de Janeiro: Alta Books, 2013.
MORAES, R. C. P. de. Rupturas na fotografia documental brasileira: Claudia 
Andujar e a poética do (in)visível. Discursos Fotográficos, Londrina, v.10, n.16, p.53-
84, jan./jun. 2014. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/ dis-
cursosfotograficos/article/view/17382/14590>. Acesso em: 23 fev.2019 às 13h25.
PRÄKEL, D. Composição. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
______. Fundamentos da fotografia criativa. São Paulo: Gustavo Gili, 2015.
______. Iluminação. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
RAMALHO, J. A. Escola de fotografia: o guia básico da técnica à estética. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2012.
31
• Introdução;
• Absorção, Reflexão, Transmissão e Refração;
• Cor e Temperatura da Luz;
• Equilíbrio da Quantidade de Luz e Cor;• Iluminação em Fotografia de Crianças;
• Iluminação em Fotografia de Animais;
• Iluminação de Fotos de Splashes.
• Defi nir e descrever o comportamento da luz;
• Defi nir, descrever e exemplifi car os fenômenos de refl exão, dispersão, refração e absorção 
da luz;
• Caracterizar a intensidade da luz, suas diversas cores e aplicações;
• Descrever processos e princípios para equilíbrio da quantidade de luz;
• Caracterizar e exemplifi car a iluminação nas fotografi as de crianças, animais e splashes.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Técnicas de Iluminação – A Cor da Luz
UNIDADE Técnicas de Iluminação – A Cor da Luz
Introdução
Descrevendo as técnicas de iluminação, naturalmente não poderia deixar de fa-
lar a respeito da cor da luz. Vou começar lhe propondo algumas perguntas:
Por que o céu é azul? Por que algumas fotos feitas dentro de casa ficam amareladas? Outras, 
em compensação, ficam esverdeadas? Por que ao fazer essas mesmas fotos com flash isso 
não ocorre?
Ex
pl
or
Você já deve ter percebido que num dia claro e ensolarado o céu se apresenta 
colorido por um azul profundo; que ao entardecer, o pôr do sol nos presenteia com 
uma gama variada de tons laranja, vermelho e violeta.
Você também já deve ter andado por um parque coberto de árvores e ver um 
raio de sol que consegue se infiltrar entre elas e perceber esse raio como uma luz 
esbranquiçada brilhante (Fig. 1).
Figura 1 – Sol através das árvores
Fonte: Getty Images
Normalmente costumamos dizer que a luz do sol é uma luz branca. Mas, na rea-
lidade, o que ocorre é que a luz do sol é a combinação de diferentes cores, e quem 
descreveu esse fenômeno foi Isaac Newton.
Importante!
Isaac Newton (04.01.1643 – 31.03.1727) foi astrônomo, alquimista, filósofo, teólogo e 
cientista inglês. Em 1704 escreveu Opticks, obra emblemática a respeito da ótica na qual 
descreve a natureza corpuscular da luz e detalha os fenômenos da refração, reflexão e 
dispersão da luz.
Você Sabia?
8
9
Newton verificou que quando se faz um raio de luz branca atravessar um prisma, 
esse raio se subdivide em diferentes cores; esse fenômeno Newton chamou de “dis-
persão” ou “decomposição” da luz.
Importante!
Você percebeu o que ele explicou ao mundo e que era um grande mistério até aquele 
momento? Claro! Ele explicou como o arco-íris se forma: um raio de luz branca que atra-
vessa uma gota de água e torna visível todas as cores que o formam! Interessante, não?!
Trocando ideias...
Isso nos leva a outra conclusão muito importante: a luz é uma forma de radiação 
eletromagnética que se desloca de um ponto a outro em forma de ondas, da mes-
ma forma que as ondas de rádio; o que ocorre é que essa radiação é muito ampla, 
apresentando variações de valor e frequência. Portanto, se separarmos essas ondas 
de acordo com seu valor e sua frequência, conseguiremos ver as diversas cores que 
compõem a luz branca. Mais adiante lhe mostro como separar as diversas cores da 
luz branca.
Voltando à questão das ondas de luz, elas são bem diferentes das ondas de 
água ou de vento, pois ambas necessitam de um meio pelo qual viajar. Realmen-
te, a luz viaja melhor no vácuo e qualquer elemento (como água ou ar) retarda o 
deslocamento da luz. A luz constitui um dos elementos mais rápidos do universo, 
podendo se deslocar no vácuo a 299.792.458 m/s (essa abreviatura significa 
metros por segundo!).
Mas voltando à separação das cores da luz branca, para conseguir essa sepa-
ração basta que você faça passar um raio de luz branca através de um prisma. 
As cores se decompõem mostrando a composição do espectro solar; essas cores 
são: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta (Fig. 2). No caso dos olhos hu-
manos, somos sensíveis (ou seja, enxergamos) apenas às ondas que estejam entre a 
frequência de 400mm a 750mm, e nessa escala as cores violeta e azul possuem as 
mais baixas frequências, enquanto que o laranja e o vermelho, as mais altas.
Sol
Luz branca
Prisma
Infravermelho
Ultravioleta
Vermelho 700 mm
Laranja
Amarelo 590 mm
Verde 500 mm
Azul
Violeta 400 mm
in
te
rv
al
o v
isí
ve
l
ao
 ol
ho
 hu
m
an
o
Figura 2 – Decomposição da luz branca através de um prisma
9
UNIDADE Técnicas de Iluminação – A Cor da Luz
Mais um detalhe importante: somente quando a luz viaja no vácuo o meio não 
altera seu comportamento. Quando a luz não está no vácuo, quatro coisas podem 
acontecer: “as ondas podem ser refletidas ou dispersadas; podem ser absorvidas 
(o que geralmente resulta na criação de calor, mas não de luz); podem ser refratadas 
(curvadas e passadas pelo material); ou elas podem ser transmitidas sem nenhum 
efeito” (HURTER, 2013, p. 28).
Um detalhe importante: mais de um desses eventos podem ocorrer de forma si-
multânea com o mesmo meio; mas não se assuste, pois o que irá resultar disso tudo 
é previsível e conhecido. Todos esses aspectos são fundamentais para a fotografia. 
Agora você entendeu porque tudo isso é importante para a iluminação!
Muito bem! Vamos ver como podemos prever os efeitos de cada um dos quatro 
fenômenos citados.
Absorção, Reflexão, Transmissão e Refração
É fundamental que você, como fotógrafo, entenda como os raios de luz se com-
portam quando atingem um objeto para obter uma foto perfeita. Sempre que um 
raio de luz se encontrar com um objeto qualquer, ela pode reagir de forma diferente, 
dependendo das características físicas do objeto.
A luz poderá, como dito antes, ser absorvida pelo objeto e essa energia será 
convertida em calor; a luz pode ser refletida pelo objeto ou também transmitida 
pelo objeto que absorve uma parte da energia e transmite outra. Veja a figura 3 que 
ilustra os conceitos colocados.
Raios re�etidos
Raios absorvidos
Raios transmitidos
Figura 3 – Comportamento dos raios incidentes de luz
A luz que atinge um objeto é denominada luz incidente. Se ela atinge a superfície 
de um objeto e muda de direção, ocorre a reflexão, veja a figura 4 (esquerda) que 
ilustra esse conceito.
10
11
Espelho
Lu
z
in
cid
en
te
Luz especular
re�etida
Superfície áspera
Lu
z
in
cid
en
te
Luz re�etida difusa
(espalhada)
Figura 4 – Diferentes materiais refl etem a luz incidente de formas diferentes
Naturalmente, diferentes materiais refletem a luz de forma diferente. Quando 
você ilumina uma superfície áspera, o reflexo ocorre por dispersão. Isso quer dizer 
que, por causa da desigualdade na superfície iluminada, as ondas de luz incidente 
refletem em ângulos diferentes (Fig. 4, à direita).
Entendeu agora por que é tão difícil fotografar bem objetos muito reflexivos? 
Porque eles provocam a reflexão da luz no mesmo ângulo de incidência dessa luz. 
Então, considere que provavelmente a luz direta não seja a mais adequada; “ao 
invés disso, você deveria tentar iluminar a superfície que está sendo refletida pela 
superfície brilhante do objeto” (HURTER,2013, p. 29).
O que ocorre quando você usa um rebatedor para fotografar?
Ex
pl
or
Você usa um rebatedor para distorcer a luz e provocar a dispersão, refletindo de 
forma desigual o facho de luz, ou seja, difundindo a luz.
Mas considere que “superfícies, como o náilon usado nas sombrinhas e nos 
softboxes, deixam passar um pouco de luz e dispersam um pouco também” 
(HURTER, 2013, p. 34). O que ocorre nesse momento é que um pouco da 
energia das ondas de luz se perde na dispersão e as ondas transmitidas ilumi-
nam o objeto em diversos ângulos diferentes, o que faz com que se perceba a 
luz como difusa.
No entanto há objetos que nem refletem nem transmitem a luz; nesses casos a 
luz é absorvida. Normalmente a absorção da luz provoca a produção de calor, mas 
não de luz. Um exemplo desse fenômeno é quando usamos um fundo de veludo 
preto, ele absorve toda a luz incidente sobre sua superfície.
Importante!
Caso você esteja trabalhando com objetos que absorvem muito a luz, pense em dar mais 
exposição à imagem para gravar detalhes desejados (HURTER, 2013, p. 36).
Importante!
11
UNIDADE Técnicas de Iluminação – A Cor da Luz
Até agora em todos os comentáriosfeitos a 
respeito da trajetória da luz não mudei o meio 
dentro do qual o feixe de luz se propaga: o ar. 
Mas o que aconteceria se mudássemos o meio? 
O que ocorre se em vez de ar fizéssemos a luz 
passar pela água? Provocaríamos a mudança na 
velocidade que a luz se propaga, porque a água 
é muito mais densa do que o ar e oferece resis-
tência. A esse fenômeno de mudança de veloci-
dade de propagação se dá o nome de refração. 
É esse fenômeno que nos faz ter a impressão de 
que um lápis dentro de um copo com água está 
quebrado (Fig. 5). Figura 5 – Refração da luzFonte: Getty Images
Cor e Temperatura da Luz
Uma maneira de descrever a temperatura da cor é dizendo se ela é quente ou fria. 
As cores quentes são o vermelho, laranja e amarelo. Essas cores são percebidas como 
reconfortantes, lembram a cor da pele de uma pessoa saudável; mas, considere que 
o vermelho intenso pode ser percebido como fúria e também como paixão. As cores 
frias são o verde, azul e violeta. Normalmente passam a sensação de tranquilidade, 
equilíbrio, mas podem também dar a sensação de tristeza e depressão (Fig. 6).
Tons Quentes Tons Frios
32
00
 K
55
00
 K
70
00
 K
Figura 6 – Tons quentes e tons frios das cores
Se você se perguntou o que é esse número colocado sobre a cor na figura 5, 
tenho a lhe dizer que essa é a medida da temperatura da cor. “A temperatura de cor 
se refere ao quão azulada ou amarelada parece uma fonte de luz. O surpreendente 
é que as baixas temperaturas de cor descrevem a luz amarelada, enquanto as altas 
temperaturas de cor descrevem luzes azuladas” (ARENA, 2013, p. 29).
Mais um detalhe: Arena (2013, p. 29) nos ensina que a unidade de medida da tem-
peratura de cor é o Kelvin (e não “graus Kelvin”, como você ouvirá muita gente dizer).
12
13
Importante!
A escala Kelvin (símbolo K) foi proposta em 1848 por William Thomson (1824 – 1907), 
primeiro barão Kelvin, que escreveu a respeito da necessidade de uma escala termomé-
trica absoluta em seu artigo On an Absolute Thermometric Scale.
Você Sabia?
Veja a figura 7, que apresenta as diversas temperaturas das cores na escala Kelvin.
1000K 2000K 3000K 4000K 5000K 6000K 7000K 8000K 9000K 10000K
Luz
de
vela
Tungstênio
Narcer e
pôr-do-Sol
Fluorescente
quente
Flash
Luz do Sol
ao meio-dia
Sombra
aberta
Hora
azul
Figura 7 – Temperaturas na escala Kelvin das cores
Faça agora uma pequena experiência: pegue um tomate vermelho e vá para um 
ambiente que tenha luz fluorescente e tire uma foto com filme. Leve esse mesmo 
tomate para um ambiente com luz incandescente e tire outra foto com filme. Veja 
que interessante: você sempre verá o tomate vermelho, mas as fotos assim obtidas 
terão tonalidades diferentes, por quê? Porque a iluminação é diferente em cada um 
dos casos. Mas se você fizer essas mesmas fotos com uma câmera digital no modo 
automático, as fotos ficarão iguais porque a câmera digital faz a mesma coisa que 
nosso cérebro, compensa a diferença de luz. Nas câmeras com filme você faz a 
mesma coisa quando usa filtros! Contudo, se usar flash para fazer essas fotos do 
tomate, elas ficarão iguais ao que você vê, já que o flash oferece um raio de luz 
semelhante à luz do sol ao meio-dia!
Vamos deixar o tomate de lado e voltar para o sol! O tomate foi apenas um 
artifício didático para você perceber como a iluminação interfere na cor que obte-
mos na fotografia. Porém, você já sabe por que algumas vezes as fotografias ficam 
amareladas e outras vezes esverdeadas.
13
UNIDADE Técnicas de Iluminação – A Cor da Luz
Você já deve ter percebido que a luz disponível durante o dia muda conforme o 
horário, isso ocorre porque a distância que os raios solares devem percorrer para 
atingir a atmosfera terrestre muda com o decorrer do dia. Assim é que ao meio-dia, 
com o sol a pino, a distância que os raios percorrem é menor e os tons azulados 
predominam; porém, tanto no amanhecer como no entardecer, quando o sol se 
aproxima da linha do horizonte, os raios de luz devem percorrer uma distância da 
atmosfera muito maior e as frequências que conseguem chegar são as cores verme-
lha e laranja, enquanto as outras são absorvidas. Veja a figura 8 que ilustra esses 
conceitos comentados.
a = ângulo de incidência às 12h.
a’ = ângulo de incidência às 7h.
a” = ângulo de incidência às 17h.
A = área de incidência do feixe de luz ao meio-dia.
B = área de incidência do feixe de luz pouco depois
do nascer do Sol e pouco depois do pôr-do-Sol.
A
B
Atmosfera
7h
12h
17h
a’ a a”
Figura 8 – Variação dos raios solares ao longo do dia
Fonte: Adaptado de Getty Images
Assim é que em um dia claro, sem muitas nuvens ou poluição, a tonalidade do 
céu na Terra é azul, porque a luz solar branca, ao penetrar na atmosfera, sofre um 
fenômeno denominado espalhamento Rayleigh, no qual a luz azul presente na com-
posição da luz branca é espalhada de forma mais 
eficiente do que as demais cores. É esse fenômeno 
que faz com que a tonalidade predominante no céu 
seja o azul (TRIGO, 2003, p. 33).
Mas também é por essa razão que quando se fotografa ao ar livre, com sol aber-
to, um objeto que não recebe luz direta (ou seja, colocado na sombra) apresentará 
forte tendência para tonalidade azulada (TRIGO, 2003, p. 33).
Observe que quando você está fotografando dentro de um estúdio ou dentro de 
casa usando flashes, você tem o controle total da iluminação, podendo mudá-la de 
posição de acordo com o que deseja obter.
No entanto, isso não acontece se você está ao ar livre durante o dia; nesse caso, 
para conseguir o efeito desejado, além do uso de rebatedores, filtros e flashes, você 
também deverá mudar a pessoa ou o objeto de lugar para conseguir o efeito desejado.
Bingo! Você já sabe porque 
o céu é azul!
14
15
Mais ainda: quando você fotografa monumentos, paisagem ou uma construção 
qualquer, é você quem deve se movimentar para conseguir o melhor ângulo e ilu-
minação. E isso pode fazer toda a diferença! Veja as figuras 9 e 10, ambas foram 
tiradas ao nascer do sol da ponte Golden Gate na Califórnia, apenas o fotógrafo 
mudou de lado, mas... quanta diferença!
Figura 9 – Nascer do sol na Golden Gate
Fonte: Getty Images
Figura 10 – Nascer do sol na Golden Gate desde a praia de São Francisco
Fonte: Getty Images
Considere sempre, quando estiver fotografando, que a luz será a grande respon-
sável pelo resultado final que obterá em sua foto. A luz é o principal elemento de 
uma fotografia, por esse motivo analise, estude, observe de forma criteriosa e deta-
lhada qual é exatamente o tipo de iluminação que você tem e tente obter o máximo 
proveito do que ela lhe oferece. O Sol é nossa única fonte de luz natural; apesar de 
única, ela pode lhe oferecer diferentes resultados.
15
UNIDADE Técnicas de Iluminação – A Cor da Luz
Treine seu olhar, observe todos os locais pelos quais você transita em diferen-
tes horários do dia; observe a porta de sua casa quando você sai e horas depois 
quando você volta; perceba como esse ambiente pode mudar em pouco tempo 
ou a diferença provocada se o dia está ensolarado, nublado, chuvoso. Observe as 
sombras, reflexos, texturas, cores, nuances. Aproveite, durante esse treinamento, 
para fotografar o que está vendo para registrar e não esquecer o que observou em 
cada um dos horários.
Equilíbrio da Quantidade de Luz e Cor
Para se obter o resultado desejado numa foto, a luz deve ser equilibrada para 
que chegue em sua exata medida ao sensor. O equilíbrio da quantidade de luz se 
consegue considerando e combinando de forma adequada três importantes itens 
(RAMALHO, 2012, p. 85):
• Sensibilidade do filme ou ISO;
• Abertura do diafragma;
• Tempo / velocidade do obturador.
Você já sabe, porque foi comentado em módulos anteriores, que a quantidade 
adequada de luz que atinge o sensor é calculada pelo fotômetro interno da câmera 
que funciona como um registrador da luz média, ou seja, “ele faz a leitura dos cla-
ros e escuros de uma cena e, dependendo da sensibilidade do filme ou do sensor, 
vai indicar o ajuste entre odiafragma e o obturador para a câmera quando está no 
modo automático” (RAMALHO, 2012, p. 85).
Quando estamos trabalhando no modo manual, cabe a nós, fotógrafos, espe-
cificar os valores de abertura e obturador em função do resultado visual desejado.
Portanto, para que a correta quantidade de luz seja conseguida, “é necessário 
ajustar a abertura do diafragma, a velocidade do obturador e a sensibilidade do fil-
me” (RAMALHO, 2012, p. 88).
Importante!
“Combinar a abertura do diafragma, velocidade do obturador e a sensibilidade do filme 
é um dos grandes desafios do fotógrafo” (RAMALHO, 2012, p. 87).
Importante!
Nossos olhos e o nosso cérebro ajustam automaticamente nossa percepção do 
que é branco, por exemplo, qualquer que seja a qualidade de cor da fonte de luz. 
As câmeras digitais fazem algo parecido, quando configuradas para equilíbrio auto-
mático de branco (o denominado Automatic White Balance – AWB); no entanto, 
usando filmes coloridos, se precisarmos de ajustes para evitar uma invasão de cor 
(e normalmente precisamos, pelo menos de um ajuste fino), devemos usar um filtro.
16
17
Os filmes coloridos são balanceados para oferecer resultados neutros com tem-
peraturas de cor bem específicas: filme para luz do dia é balanceado para tempera-
tura de cor de 5500K, filme de tungstênio é balanceado para uma temperatura de 
3200K (PRÄKEL, 2010, p. 22).
No entanto, quando você usa os filtros de forma adequada, um filme para luz 
do dia pode ser corrigido para uso com luz artificial e o filme de tungstênio para 
ser usado em luz do dia (esses são exemplos extremos, claro!); nesses casos o que 
ocorre é um sutil ajuste do filme a uma fonte de luz de temperatura de cor próxima, 
mas não totalmente correta.
Präkel (2010, p. 22) nos ensina que “os filtros de conversão de cor permitem 
igualar as temperaturas de cor das fontes de luz com as do filme usado; mas tam-
bém podem ser usados para modificar o equilíbrio da cor”.
Com relação ao branco ocorre algo parecido. Nossos olhos e nosso cérebro 
sempre interpretarão como “branco” qualquer objeto que saibamos ser branco, 
independente da cor da luz que o ilumine. Para nós uma folha de papel branca 
continuará sendo branca esteja ela iluminada pela luz do dia, pela luz de tungstênio 
ou uma luz halógena.
Präkel (2010, p. 26) afirma que “as câmeras digitais concebem as cores como 
combinações de luzes vermelhas, verdes e azuis. Os números mais altos que elas 
gravam são 255 [...] assim, R255, G255, B255 representam a luz branca, bem 
como R0, G0, B0 representam nenhuma luz, em outras palavras, preto”. O que 
isso significa na prática é que quando os números em RGB (a sigla significa red 
para vermelho, green para verde, blue para azul, conforme já visto em outro mó-
dulo) forem iguais, representarão algum nível de cinza neutro. “O que a câmera 
digital faz para conseguir um balanço do branco automático é procurar por pixels 
em que os valores RGB estejam próximos. Esses pixels então são ‘corrigidos’ 
com a equalização dos valores, tornando a cor uma variação de cinza neutro” 
(PRÄKEL, 2010, p. 26).
Pixel: é o menor ponto que forma uma imagem digital ao qual é possível atribuir uma cor.
Ex
pl
or
Quando temos diversas fontes de luz de diferentes temperaturas de cor, o ba-
lanço do branco automático oferece resultados aceitáveis. Mas você pode anular 
a configuração automática e escolher um valor de temperatura de cor específico. 
Algumas câmeras apresentam essas opções em valores Kelvin.
Independentemente de tudo isso, tome muito cuidado para não cair na tenta-
ção de “supercorrigir” o balanço das cores e da iluminação (PRÄKEL, 2010, 27). 
Se você está fotografando um jantar à luz de velas, naturalmente se espera que 
sua fotografia tenha um pouco mais de amarelo (Fig. 11); da mesma forma, se está 
diante de uma árvore com neve, espera-se que a luz refletida seja um pouco azulada 
17
UNIDADE Técnicas de Iluminação – A Cor da Luz
(Fig. 12). Corrigir demais cenas como essas dos exemplos obtendo brancos tecnica-
mente perfeitos, tornarão as imagens desequilibradas e sem composição adequada 
(a não ser que você esteja produzindo uma foto artística ou de autor, já comentadas 
no módulo anterior).
Figura 11 – Jantar à luz de velas
Fonte: Getty Images
Figura 12 – Árvores nevadas
Fonte: Getty Images
Iluminação em Fotografia de Crianças
Fotografar crianças constitui um grande desafio. Elas são irrequietas, não param 
quietas ou sentadas, mexem em tudo, perguntam tudo e, na maior parte das vezes, 
não ouvem (ou fingem não ouvir) o que se lhes pede que façam. É lógico que isso 
não é a regra geral; há crianças quietas, silenciosas, envergonhadas, tímidas, que 
preferem ficar sentadas num canto brincando com seus objetos.
Não importa qual a personalidade da criança, o que importa é que você a enten-
da e “entre na dela” para que consiga captar a sua essência e personalidade. Uma 
boa alternativa é que você ofereça um breve lanche (pergunte aos pais do que a 
criança gosta) antes de começar a sessão de fotos ou o ensaio; durante esse lanche 
aproxime-se da criança, converse com ela, conte o que você vai fazer – lembre-se 
que um monte de equipamentos pode assustar a criança –, como vai fazer e o que 
você deseja e espera oferecer a ela e aos pais da criança.
Fotografando crianças, a iluminação merece nossa atenção especial porque, di-
ferente do adulto, as mais novas podem se incomodar com focos muito fortes ou 
quentes, podendo, inclusive, provocar problemas em sua pele sensível.
Também considere fazer as fotos sem flash porque a luz do flash costuma assus-
tar a criança e faz com que ela mude a expressão do rosto no momento do disparo. 
Quando você fotografa a criança numa tomada de exterior (parque, campo, praia, 
jardim) não precisa do flash, aproveite a iluminação natural (Fig. 13); se estiver 
dentro da casa da criança, use a iluminação existente no ambiente com a eventual 
aplicação de filtros.
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Figura 13 – Criança no jardim
Fonte: Getty Images
Iluminando a criança para a foto, considere que se você a iluminar com luz 
frontal, você terá uma iluminação uniforme que não provocará problemas, porém 
também não criará contornos e texturas com as sombras.
Uma alternativa muito interessante é deslocar a fonte de luz lateralmente pro-
duzindo sombras suaves que darão o contraste adequado para se perceber melhor 
o formato do nariz, os lábios, as bochechas fofas, os pés gordinhos nos bebês, as 
covinhas no dorso das mãos e nos pés.
Caso esteja usando a iluminação de uma janela, considere colocar a criança um 
pouco abaixo da altura da janela para que dê a impressão de que a luz vem de cima; 
usando a luz entrando, cuide para que a luminosidade não incida diretamente sobre 
os olhos da criança, o que pode provocar rugas na testa e no contorno dos olhos 
(tudo bem uma foto engraçada franzindo a testa, mas não o estudo inteiro!).
Especialmente ao fotografar bebês (os denominados new-borns, ou seja, recém-
-nascidos), o mais adequado é utilizar uma luz suave, que ilumine a cena inteira per-
feitamente, mas que não produz sombras ou contrastes muito fortes e acentuados, 
será mais agradável e transmitirá a sensação de delicadeza e fragilidade natural em 
um bebê (Fig. 14).
Figura 14 – Foto new-born
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Técnicas de Iluminação – A Cor da Luz
Iluminação em Fotografia de Animais
Disse anteriormente que fotografar crianças é um desafio, mas fotografar ani-
mais é outro desafio maior ainda!
Animais não fazem pose, não voltam à posição anterior se a tomada não ficou 
boa, têm personalidade e alguns são muito temperamentais, não aguentam ficar 
muito tempo no mesmo lugar e é você, fotógrafo, que tem de andar atrás para 
captar a melhor pose, a melhor expressão, o melhor momento; tudo isso depende 
de você, fotógrafo!
Antes de iniciar a sessão fotográfica de um animal qualquer, planeje muito bem a 
iluminação, a composição, o cenário e a profundidade que pretende usar, tudo isso 
deve ser pensado para fotografaro animal de forma criativa e única.
É lógico que se você vai usar um animal treinado, isso ajuda muito; aliás, a maior 
parte das fotografias de animais que vemos publicadas foram feitas pelos próprios 
treinadores que também são fotógrafos.
Quando você fotografa o animal (seja ele qual for, desde que tenha porte médio – 
não estou me referindo a um rinoceronte, claro!) dentro de um estúdio, a questão 
da iluminação fica mais fácil; você pode equilibrá-la e planejá-la da forma que julgar 
mais conveniente. No entanto é mais adequado que use luz homogênea e suave, 
que não provoque muitas sombras; quando você tem sombras precisa estudar cri-
teriosamente onde elas aparecerão e considerar que se o animal se movimentar e 
não ficar na posição exata, a foto ficará prejudicada.
Quando você fotografar em áreas externas (parque, campo, praia, jardim), esco-
lha um dia claro com o sol entre as nuvens; você terá uma iluminação equilibrada, 
suave, difusa e ao mesmo tempo luminosa, o que concede nuances muito interes-
santes à foto.
Duas coisas não são aconselháveis que se use nas fotos de animais: o tripé e o 
flash. O tripé vai deixá-lo fixo, preso a um ponto, o que pode provocar que você 
perca um ângulo diferente do animal. O ideal é que você fique com sua câmera na 
altura da cabeça do animal, focalize seus olhos, esse é o melhor foco.
O flash, por sua vez, pode irritar o animal, assustá-lo, deixá-lo nervoso e a ten-
dência, nesses casos, é que ele fuja, se esconda, se proteja. Além disso, você já sabe 
porque vimos em módulo anterior, o flash provoca um facho de luz dura. Sempre 
é preferível usar a iluminação natural.
Se você está dentro de casa, da mesma forma, esqueça o flash. Mais ainda se o 
animal tiver a pelagem clara ou branca, com o uso do flash ele ficará “desbotado”. 
Isso sem falar de peixes em aquários ou aves em gaiolas; no primeiro caso o vidro 
refletirá o flash o que prejudicará a foto; no segundo caso, as gaiolas são feitas de 
metal e mesmo o fosco ficará branco sob o facho de luz do flash.
20
21
Algumas páginas atrás, neste módulo, falei a respeito do equilíbrio na quantida-
de de luz e cor; na fotografia de animais esse conceito é ainda mais importante, a 
iluminação deve ser ajustada à velocidade do obturador da câmera, que deve ser 
alta. No caso das câmeras digitais compactas, não é possível alterar a velocidade 
do obturador manualmente; um artifício possível que oferece ótimos resultados é 
escolher a função “esporte”; isso evitará que as fotos fiquem borradas.
Lembre-se ainda de que quanto maior for a velocidade de captura da imagem, 
mais iluminado o ambiente deve estar, porque a velocidade do obturador fixa o 
tempo em que a luz será captada; assim, quanto menos tempo, menos luz!
Portanto, fotografando animais: escolha um ambiente aberto em que o sol 
entre nuvens ou deixe a casa muito iluminada com bastante luz natural; e evite o 
flash, pode reduzir a qualidade da foto, além de deixar os olhos do animal ver-
melhos (Fig. 15).
Figura 15 – Fotografando animais
Fonte: Getty Images
Mas tenho certeza de que quando você viu o título no conteúdo do módulo, 
pensou em se tornar um fotógrafo de animais do tipo da National Geographic. 
Nada contra! Acho uma ideia ótima! Apenas considere que esses profissionais, 
para conseguirem uma foto publicável da vida selvagem, gastam meses espreitando 
sua “caça”, dispõem de muito tempo e muitos recursos materiais e financeiros para 
chegar àquela foto.
Porém você pode começar treinando! Onde? No zoológico, num parque temá-
tico, em locais que imitam e reproduzem o hábitat natural desses animais. Mesmo 
nesses ambientes, todos os comentários a respeito de iluminação feitos neste mó-
dulo são válidos.
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UNIDADE Técnicas de Iluminação – A Cor da Luz
Iluminação de Fotos de Splashes
A palavra splash é uma onomatopeia da língua inglesa usada para identificar o 
som produzido quando um líquido sofre um impacto.
Onomatopeia: é uma figura de linguagem que indica a reprodução de sons ou ruídos natu-
rais, são usadas principalmente nas revistas em quadrinhos para ilustrar o som de pancadas 
(pow), beijo (smack), explosão (bum!), choro (sniff sniff) etc. 
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Esse impacto produzido tanto pode ser entre um sólido e um líquido (Fig. 16) 
como entre dois líquidos (Fig. 17).
Figura 16 – Splash de sólido e líquido
Fonte: Getty Images
Figura 17 – Splash entre dois líquidos
Fonte: Getty Images
Genérico (2012, p. 143) nos conta que o desejo de gravar o que acontece no 
instante em que uma gota de água cai em um copo com água não é recente na 
história da fotografia. No entanto, mais de um século se passou e muitas inova-
ções técnicas e conceituais foram necessárias para se chegar ao que podemos 
fazer na atualidade.
Três nomes são dados como os precursores do 
splash: William Henry Fox-Talbot (1800 – 1877), 
que fez o primeiro teste de que se tem notícia; 
Arthur Mason Worthington (1852 – 1916), que 
publicou em 1908, após longos estudos e expe-
riências, o livro A Study of splashes, mostrando ao 
mundo pela primeira vez como ocorria o splash; e 
Harold Eugene Edgerton (1903 – 1990), respon-
sável por desenvolver o flash eletrônico, e com 
isso fotografar pela primeira vez o movimento 
de objetos em alta velocidade. Sua foto mais co-
nhecida e famosa é a do pingo de leite caindo e 
formando uma coroa (Fig.18).
Figura 18 – Splash Milk Drop 
Coronet (1957) de Edgerton
Fonte: Detroit Institute of Arts
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Quando se fotografa um splash você deve saber que qualquer um deles possui 
estágios de formação bem diferentes uns dos outros. “Sempre que uma gota atinge 
a água, ela submerge e logo depois reemerge, impulsionada do fundo para cima. 
Essa breve trajetória pode ser dividida em vários pontos que, se registrados pelas 
modernas técnicas da fotografia em alta velocidade, nos dão acesso a imagens que 
eram inéditas até o desenvolvimento dessa tecnologia” (GENÉRICO, 2012, p. 143). 
É natural que isso ocorra porque os estágios se sucedem tão rapidamente que são 
efetivamente invisíveis ao natural.
O grande fascínio que as fotografias de splash despertam nas pessoas se deve ao 
seu caráter surpreendente e único, pois você não conseguirá reproduzir dois spla-
shes iguais (por muito que você tente); além disso, o que é mágico e incrível é tornar 
visível às pessoas o que até aquele momento era invisível na natureza. Por isso é 
que o splash cativa tanto!
Apesar da grande diversidade que se pode obter no splash, vou classificá-lo em 
três grandes categorias, apenas para facilitar a explicação didática das alternativas. 
São elas: baixo impacto, mergulho, alto impacto. Alguns breves comentários a 
respeito de cada um dos tipos com exemplos esclarecerão facilmente ao que cada 
um deles se refere. Na sequência você tem descrito o equipamento para produção 
de splashes.
Baixo impacto
Assim denominado quando controlamos o 
fluxo de líquido que cai no recipiente. No baixo 
impacto, não há necessidade de equipamento 
especial, veja a figura 19. A impressão que te-
mos é de que o vinho escorre lentamente da 
garrafa para a taça.
Refine sua luz usando rebatedores prateados 
para delinear a garrafa e produzir brilhos e som-
bras; coloque um flash embaixo e atrás da taça; 
use fundo limpo para não chamar a atenção 
para nada mais que não seja o líquido. Agora 
componha, ilumine, fotometre e fotografe sem 
líquido. Você terá uma prova limpa da ilumina-
ção obtida.
Figura 19 – Exemplo de 
splash de baixo impacto
Fonte: Getty Images
Mergulho
Como o próprio nome nos indica, o mergulho consiste em jogar um objeto 
dentro de um aquário (ou qualquer recipiente translúcido) com água e captá-lo 
frontalmente para apreciar o que ocorre ao redor e fora do objeto no momento em 
que ele submerge no líquido. A impressão que se tem é de estar dentro do aquário. 
Veja a figura 20.
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UNIDADE Técnicas de Iluminação – A Cor da Luz
Figura 20 – Exemplo de splash de mergulho com fundo preto
Fonte: Getty Images
Apesar de a maioriados profissionais que se dedicam ao splash usarem fundos 
pretos, você também pode conseguir efeitos fantásticos usando a transparência do 
aquário. Veja na figura 21 o efeito sensacional e surpreendente que é conseguido.
Figura 21 – Exemplo de splash de mergulho com fundo transparente
Fonte: Getty Images
O mais interessante deste tipo de splash é que você não precisa de grandes 
investimentos em equipamentos; basta você usar um flash com tempo de duração 
a partir de 1/4000s. Coloque esse flash numa caixa de luz suave, posicionada na 
lateral ou em diagonal do aquário, apontando ligeiramente para baixo. Lembre-se 
de manter uma área livre acima do aquário para que você possa lançar os objetos.
Eventualmente você pode usar também um rebatedor branco ou prateado, do 
lado oposto à fonte principal de luz e dirigido ao objeto que vai fotografar.
Usando um aquário, lembre-se do que foi comentado antes a respeito da refle-
xão da luz; para que isso não ocorra, coloque o aquário ligeiramente oblíquo (em 
ângulo ) em relação à câmera para evitar que o ângulo de reflexão da parede de 
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vidro do aquário incida no plano focal, o que provocaria reflexos indesejáveis. Você 
já sabe porque foi comentado em algumas páginas atrás, o ângulo de incidência 
será igual ao ângulo de reflexão.
Alto impacto
A característica principal do splash de alto impacto é que mosta o exato instan-
te em que o objeto mergulhado toca o líquido. Para fazer esse tipo de foto você 
vai precisar de um flash de alta velocidade (1/6000s) e de um sensor. O papel do 
sensor “é disparar o flash num ponto preciso do tempo – um momento tão breve 
que seria impossível para um humano por si só disparar o flash precisamente” 
( GENÉRICO, 2012, p. 173). Para que o flash dispare nesse ponto tão exato, você 
precisa de um disparador automático.
Esse sensor deve estar conectado ao flash de alta velocidade e à câmera. “Esses 
disparadores ativados por som geralmente têm pelo menos dois controles: sensi-
bilidade, que controla quão forte o input sonoro terá de ser, e delay, que controla 
quanto tempo o sensor deve esperar antes de disparar o flash e a câmera depois 
de receber o input sonoro” (GENÉRICO, 2012, p. 173). Observe a figura 22 e ve-
rifique que a foto mostra não o exato momento em que o gelo toca a água, mas o 
momento no qual se obteve um ótimo splash; isso significa que o delay foi atrasado 
um pouco.
O som do gelo batendo na água é suficientemente alto para disparar o sensor, 
que por sua vez dispara o flash de alta velocidade e o obturador da câmera. Essa 
ação inteira e completa dura menos de um segundo!
Figura 22 – Exemplo de splash de alto impacto
Fonte: Getty Images
Veja o que acontece quando fotografamos um balão cheio de água estourando 
com o furo de um alfinete na figura 23.
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UNIDADE Técnicas de Iluminação – A Cor da Luz
Figura 23 – Balão cheio de água explodindo em splash de alto impacto
Fonte: Getty Images
Você se animou a fazer splashes? Gostou da ideia, não foi?! Então vamos ver 
tudo que você precisa para produzir seu splash em casa. Claro que você já deve 
ter imaginado que cada um dos tipos tem variações e especificidades, mas vou lhe 
apresentar o “kit básico”. Vamos lá!
Equipamento de produção de splash
Com relação ao equipamento necessário para produzir o splash, você precisa de 
pouca coisa: flash, câmera e sensores. Alguns comentários a respeito de cada um deles:
• Flash: Você precisará de um flash eletrônico com disparo de tempo de dura-
ção mínima de 1/3000s, ou seja, a luz deve se manter acesa durante somente 
a 3000a parte de um segundo; são essas frações de segundos que indicam a 
duração da descarga do flash.
Importante que você saiba que a relação entre a potência e o tempo de du-
ração do flash é inversamente proporcional; ou seja, “quanto mais curta sua 
duração, menor será sua potência; à medida que se reduz a potência, é neces-
sário compensar o tempo de exposição pela abertura do diafragma, o que, por 
sua vez, reduz a profundidade de campo” (GENÉRICO, 2012, p. 151). Esse é 
um grande desafio! Há uma palavra para resolver esse desafio: experimentar!
Lembre-se de que além do objeto congelado, ele deve estar totalmente em 
foco. Genérico (2012, p. 151) indica que “uma solução é aumentar a carga, 
adicionando outros flashes, [...] quadriplicando a quantidade deles, ajustados 
com ¼ de carga para conseguir em conjunto o equivalente à carga total”;
• Câmera: Não há necessidade de uma câmera específica, porém as que apre-
sentam a função “T” (time) ou “B” (bulb) são preferíveis. Com elas você pode 
disparar direto do flash, com a lente aberta previamente, por curto espaço 
de tempo, do que se preocupar com a sincronização timing, flash e câmera. 
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Você também pode usar câmeras com tempo de exposição de um, dois ou três 
segundos. Outras câmeras dependem de sensores específicos para sincronizar 
o disparo do flash ao acionamento do obturador;
• Sensores (photo triggers): Os sensores necessários para fotografias de alta 
velocidade são semelhantes aos usados nos alarmes comerciais e residenciais; 
disparam um sinal quando detectam um movimento ou um som. Para a foto-
grafia, esse sensor, em vez de disparar um alarme, dispara o flash.
Esse sensor funciona acoplado ao delay que é o componente que retarda o mo-
mento em que o flash é ativado, em incrementos de frações de milésimos de 
segundos. Volte por um instante à figura 22, veja que o gelo está exatamente 
no meio do líquido, isso significa que o sensor conseguiu detectá-lo antes que ele 
mergulhe na água; se eu programar o delay para acionar o flash, quando detectar 
o movimento, eu terei a foto do cubo de gelo no ar; quando atraso o delay, posso 
registrar o cubo em qualquer instante de sua trajetória e os movimentos da água.
Cuidados especiais
Os cuidados especiais que coloco a seguir somente dizem respeito à segurança, 
sua e dos equipamentos (e colaboradores, se você tiver algum!). Você irá trabalhar 
com líquidos e com eletricidade e líquidos são excelentes condutores de eletricidade! 
Portanto, cuidado! Cuidado com os equipamentos e cuidado com você e com o 
local onde você desenvolverá suas fotos splashes! (Você pode provocar um curto-
-circuito que pode incendiar tudo!)
Esses cuidados especiais dizem respeito a (GENÉRICO, 2012, p. 153):
• Mantenha todos os fios elétricos suspensos, fora do chão (é para onde o líquido 
vai escorrer);
• Proteja todos os equipamentos com plástico transparente e maleável, ele deve 
permitir fácil manipulação e isolamento para não danificar os equipamentos;
• Projeta tudo que não possa ser tocado pelo líquido, até o piso, com material 
impermeável; alguns líquidos podem manchar e danificar o piso;
• Proteja a câmera se ela estiver muito perto do objeto e correr o risco de receber 
respingos; use uma parede de plástico transparente com um pequeno orifício 
para a lente, assim quem acionar a câmera também estará protegido;
• Usando rebatedores, fixe e proteja também com plástico transparente.
Alguns detalhes importantes com relação à iluminação:
• Reduza a luminosidade do ambiente onde fará o splash, uma lâmpada de 15 
watts é suficiente;
• Ilumine lateralmente ou na diagonal, na posição nordeste ou noroeste;
• Aproveite a transparência do líquido com a contraluz;
• Para o começo de suas experiências, use fundo preto, ele permite que você 
entenda melhor os elementos compositivos da foto.
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UNIDADE Técnicas de Iluminação – A Cor da Luz
Tenho certeza que nesta altura de nossa aula você já descobriu como são feitas 
as fotografias que aparecem nas propagandas de frisantes e outras bebidas espu-
mantes; veja um exemplo na figura 24.
Figura 24 – Exemplo de splash de bebida frisante
Fonte: Getty Images
Ah! Ia esquecendo! Prepare-se para a sujeira! É líquido que escorre por todos os 
 lados! É uma molhação só!!!
Como você deve ter percebido, este módulo apresenta e descreve os três tipos 
de fotografias que mais exigem conhecimento técnico, preparo, experiência,perí-
cia do profissional de fotografia, entre outros atributos. Você precisa, em todos os 
momentos, de paciência, disciplina, afinco e persistência.
Pense sempre que você não acertará da primeira vez (se acertar é sorte de prin-
cipiante e ela não se repetirá!). Mas não desista! Como já disse antes, a palavra 
mágica é: experimentar. Agora acrescente mais uma palavra mágica: treinar!
Muito treino e muitas experiências lhe mostrarão a melhor maneira, a melhor al-
ternativa, a melhor opção! Mas mantenha os olhos e a mente abertos. Nada impede 
que de uma experiência saia uma belíssima foto, com imagens e efeitos especiais 
incríveis (se não acredita nisso, assista ao vídeo da National Geographic que lhe 
recomendo e preste atenção ao depoimento de David Guttenfelder que acontece no 
minuto 2’39’’). Não desista... persista!
Para encerrar, vou citar duas frases de alguém muito emblemático para a ilumi-
nação e para o mundo inteiro: Thomas Edison.
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Importante!
Thomas Alva Edison (11.02.1847 – 18.10.1931) foi um empresário americano responsável 
por 2.332 patentes. Entre outros, inventou o fonógrafo e o cinematógrafo, a primeira 
câmera cinematográfica para mostrar os filmes que fazia.
Você Sabia?
“Talento é 1% inspiração e 99% transpiração”.
“Não fracassei ao tentar cerca de 10.000 vezes desenvolver um acumulador; simplesmente, 
encontrei 10.000 que não funcionam”.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Adorama – Splash Photography with Gavin Hoey
https://youtu.be/M2GY1u5b7pM
National Geographic – Seis fotógrafos revelam o Yellowstone
https://youtu.be/L95TkWFZNvU
Gruppo FotoAmatori Rovereto Tn – Serta Fruit Spash
https://youtu.be/5C-mpAEFAek
Últimos refúgios – Como fotografar animais selvagens
https://youtu.be/c79Y0wW44vY
 Leitura
Canon College – Como fotografar crianças
http://bit.ly/2I2fDEf
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Referências
ARENA, S. Iluminação: da luz natural ao flash. Balneário Camboriú: Photos, 2013.
GREY, C. Iluminação em estúdio: técnicas e truques para fotógrafos digitais. 
2. ed. Balneário Camboriú, SC: Photos, 2012.
GENÉRICO, T. Estúdio: fotografia, arte, publicidade e splashes. 2. ed. Balneário 
Camboriu: Photos, 2012.
HURTER, B. A luz perfeita: guia de iluminação para fotógrafos. 4. ed. Balneário 
Camboriú: Photos, 2013. 
MCNALLY, J. Modelando a luz: uma viagem ilustrada pelas possibilidades do 
flash. Rio de Janeiro: Alta Books, 2013.
PRÄKEL, D. Composição. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
________. Fundamentos da fotografia criativa. São Paulo: Gustavo Gili, 2015.
________. Iluminação. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
RAMALHO, J. A. Escola de fotografia: o guia básico da técnica à estética . Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2012.
TRIGO, T. Equipamento fotográfico: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Senac, 2003.
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