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Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 1 Aspectos Gerais NEOPLASIAS Variedade de mais de 100 situações diferentes que provém de uma proliferação exacerbada. Consiste em um amplo aspecto ou seja, em diferentes tecidos, evoluções e tratamentos diferentes. Está presente no nosso dia a dia. A cada ano observa-se novos diagnósticos, tratamentos e situações que ocasionam as neoplasias. Apesar disso, mais de 50% das neoplasias se desenvolvem ao acaso. Relembrar a manutenção das células dentro da normalidade. Divisão celular: tempo útil de sobrevida passando por processos de mitose e meiose. Porém, a perda desse controle possibilita a ocorrência de neoplasias. Renovação celular – organismo dinâmico, sendo assim é importante a ocorrência da renovação; Reparação de tecidos danificados Mobilização de respostas imunes Check points | Pontos de checagem É fundamental a existência desse controle como forma de minimizar a ocorrência de neoplasias. Sinalização celular | células se comunicam através de moléculas-sinal, secretadas ou expostas na superfície; estímulos; comunicação muito bem estabelecida. 1. Receptor de superfície celular 2. É reconhecido por sinais 3. Ativação de vias de sinalização 4. Depende da necessidade celular Exemplo: modificações na expressão gênica para alterar a produção de proteínas contribuindo para a ocorrência de proliferações, migrações e diferenciação. Reposição de tecidos a partir de células tronco, etc. MANUTENÇÃO DO ORGANISMO DENTRO DO PADRÃO Apoptose | acontece naturalmente Qualquer classe gênica que controle a manutenção celular consiste em anti-tumorais (autodestruição celular como forma de impedir a propagação de genes defeituosos, síntese de proteínas mal dobradas, etc); genes de regulação; Manutenção da homeostase e regulação fisiológica da proliferação celular; chave para o sistema imune e resposta a patógenos. Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 2 Inflamação | alterações bioquímicas, fisiológicas e imunológicas. É um processo que leva a cura porém, pode persistir impactando na ocorrência de patologias. Imunidade inata não específica (barreiras físicas e mecânicas, fisiológicas, celulares e inflamatórias). Consiste em uma tentativa de barrar a sua perpetuação. Espera-se que seja um processo harmonioso e autolimitado, devendo ser resolutivo. Porém, nem sempre acontece dessa forma. As células imunológicas devem permanecer em estado de vigília a fim de evitar que, no impulso, ataquem os tecidos sadios. Estímulos inflamatórios: infecção, trauma mecânico, temperatura, agentes químicos, radiação UV, doenças autoimunes, isquemia por tecidos e necrose. Inflamação Aguda Protooncogenes Genes que codificam proteínas que estimulam a proliferação e diferenciação em células normais. Quando ativados, promovem hiperproliferação. Em muitas situações é necessário que haja a proliferação celular Ocorre seu controle via regulação dos mesmo Supressores tumorais Regulam muitas vias Responsáveis pelo bloqueio da proliferação celular – apoptose (p53). Efeitos causadores de danos contribuem para a ativação da p53 como forma de possibilitar a ocorrência de efeitos reparadores, parada do ciclo ou senescência (morte celular em decorrência da perda de função). Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 3 Oncogenes Protooncogenes alterados. Genes promotores de câncer, ativados nas células cancerígenas: crescimento e divisão hiperativa e proteção à apoptose. Câncer 3 etapas básicas: 1. Estímulo sustentado 2. Promoção exacerbada de células 3. Progressão onde ocorre a aceleração de células cancerosas Crescimento anormal; foge do padrão de controle do ciclo celular; sinalização proliferativa sustentada (impactando na imortalidade replicativa); promoção da inflamação tumoral (base do câncer); ativação da invasão e metástase; instabilidade genômica e mutações (acumulo de mutações impactando na existência desenfreada de clones); consegue sobreviver em ambientes diferentes – anaeróbicos. Sinalização proliferativa sustentada Mutações ativadoras em oncogenes que codificam fatores de crescimento; Mutações com ganho de função; mutações nos receptores para permanecerem ativas; Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 4 Hiperexpressão de genes que acionam o ciclo celular. Consiste em um mecanismo padrão desregulado; alterações de vias já presente no metabolismo do organismo. Exemplo: Ignoram sinais de interrupção da divisão celular contribuindo para a formação de camadas irregulares. As células neoplásicas necessitam do mínimo possível para sobreviver enquanto as células normais exigem ambientes propícios. Tumor: aglomerado celular Imortalidade replicativa pois a com mutações da enzima telomerase contribui para que ela atue de forma eficiente sem que haja perdas de regiões replicativas e, consequentemente, evita o envelhecimento. Evasão de supressões de crescimento Mutações em genes que regulam a via MAPK. Exemplo: proteína RAS permanentemente ativada Mutações da p53 “guardiã” do genoma – controle do ciclo celular não deixando mutações irem adiante; Perda de inibição por contato contribuindo para a formação de pilhas de células superpostas. Perda das junções gap dessa maneira, não se possui um padrão tecidual. Favorecimento do crescimento o que contribui para ativação de outras vias. Via RAS 1. Fatores de crescimento + receptores = ativação da via 2. Proliferação e divisão celular Logo, quando não há fatores de crescimento não há ativação da RAS fazendo com que não haja a estimulação para a proliferação. Em vias alteradas: mesmo sem os fatores de crescimento ocorre a estimulação da proliferação da via de forma constante. Pode também ter fatores de crescimento envolvido potencializando ainda mais a proliferação. 1. 90% dos cânceres pancreáticos; 2. 50% câncer do cólon; 3. Endométrio; 4. Tireoide; 5. 30% pulmonares 6. Leucemias mieloides. P53 “guardiã do genoma” Normal: dano no DNA levando a sua ativação Soluções – controle do ciclo celular (check points); reparo, parada do ciclo ou apoptose Detecta: estresse celular, danos no DNA, encurtamento de telômeros, sinalizações pró- crescimento – RAS, MYC. Corresponde a 50% das mutações de todos os cânceres humanos Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 5 ATENÇÃO! Pode ocorrer mais de uma via alterada ou um gene envolvida no processo de formação de neoplasias. Evasão dos mecanismos de apoptose Resistência a morte celular Inibição de genes pró-apoptóticos; Hiperexoressão de genes antiapoptóticos Inativação de genes cujos produtos fazem a checagem de lesões no DNA Ocorre a fuga do reconhecimento de corpos estranhos do organismo. Instabilidade genômica e mutações Acumulo de mutações – amplitude muito grande e resposta múltiplas Defeitos: genes de reparo do DNA, estresse oxidativo – favorece quebras no DNA e sítios frágeis; Alterações na regulação genética e epigenética – progressão neoplásica; Perda de função Mudança de fenótipo Acúmulo de alterações: heterogeneidade molecular das neoplasias Padrões diferentes no tratamento, de resposta e crescimento. Indução da angiogênese NEOFORMAÇÃO VASCULAR Ativação de vias de ação contribuindo para supri o que a célula precisa; A condição de hipóxia contribui para a sua proliferação; Maior sustentação dos tumores. Em normoxia há formação de vasos dentro do padrão e o HIF-1: é degradado; Em hipóxia: o HIF-1 não é degradada e induz a ativação de algumas vias como a do VGEF estimulando a angiogênese. Assim, a formação de novos vasos contribui para que haja um rápido crescimento celular. Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 6 Adaptação metabólica Desregulação do metabolismo energético Suprir energia necessária para manutenção da atividade proliferativa; Síntese de isoformas de enzimas da fase embrionária (catalisam vias metabólicas menos complexas) → células menos diferenciadas; Exacerbação da glicose anaeróbica – PETScan. Ativação da invasão e disseminação Invadir, deslocar e destruir tecidos vizinhos (ativação de genes que favorecem a produção de MMP - metaloproteinases); Alterações nos mecanismos de adesão entre as células cancerosas e entre estas e a MEC; Transição epitélio-mesenquimal. Falta de diferenciação, invasão local agressiva, crescimento rápido... Alterações nos mecanismos de adesão; Principais causas de morbidade e mortalidade. Evasão da destruição imune Microambiente supressor da resposta imunitária citotóxica (interação complexa entre células transformadas, células do estroma e células do sistema imunitário). “Engana-se” o sistema imunológico proporcionando a sustentação tumoral; Apesar da produção exacerbada de substâncias inflamatórias observa-se um favorecimento do crescimento tumoral em decorrência da imunidade inata que a auxilia pois, contribui para que se tenha uma tolerância do organismos após os contatos recorrentes. Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 7 Nomenclatura Massa anormal de tecido com crescimento não coordenado e que persiste mesmo após o término do estimulo inicial; Classificado de acordo com: 1. Comportamento clínico; 2. Aspecto microscópico; 3. Aspecto macroscópico; 4. Origem da neoplasia. Aspectos morfológicos Parênquima tumoral: células neoplásicas clonais que determinam o comportamento e a classificação; Estroma reativo: tecido de sustentação (tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e células do sistema imune) – definem o crescimento e disseminação – comportamento biológico pois, contém suprimento sanguíneo e proporcionam suporte para o crescimento. Tumores de 1 a 2mm não possui inervação; O local de seu crescimento contribui para a ocorrência da dor em decorrência do aumento do volume no tecido “empurrando” estruturas do organismo que desencadeiam a dor, por exemplo: um metástase óssea na coluna. Importante! Saber diferenciar benigno de maligno. Tumores benignos Tumores malignos – Câncer Características micro e macroscópicas localizada sendo tratável com remoção cirúrgica; Atenção pois podem produzir mais do que massa localizada A lesão pode invadir e destruir estruturas adjacentes e disseminação para locais distantes (metástases); Caranguejo – se aderem a região na qual estejam de maneira obstinada; Nem todos apresentam evolução letal; Alguns são mais agressivos e mais curáveis; “Alerta vermelho” Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 8 Tumores Benignos Critério histomorfológico | Sufixo OMA no tecido ou célula de origem Tecido conjuntivo fibroso Fibroma Tecido cartilaginoso Condroma Epitelial – gls padrão Adenoma Epitelial – gls perda do padrão Adenoma Epitelial – qualquer superfície Papiloma – micro ou macro; Protusões digitiformes; pólipo Tumores Malignos | Essencialmente parecido com alguns acréscimos e exceções Critério histomorfológico | Sufixo SARCOMA no tecido ou célula de origem Tecido mesenquimais “sólidos” Sarcomas Células mesenguimais sanguíneas; hematolinfóides Leucemias ou linfomas Adipócitos Lipossarcoma Condrócitos Condrossarcoma Epitelial Carcinoma Padrão glandular Adenocarcinomas Células escamosas Carcinoma de células escamosas Sem diferenciação Carcinoma pouco diferenciado ou carcinoma indiferenciado Células parenquimatosas das neoplasias, sejam benignas ou malignas, geralmente se assemelham umas com as outras. No entanto, em alguns casos incomuns, as células tumorais sofrem diferenciação divergente, criando os chamados “tumores mistos”. Exemplo: tumor misto de glândula salivar – adenoma polimórfico (neoplásico); fibroadenoma de mama (ductos proliferativos – adenoma; tecido fibroso frouxo – fibroma, somente o tecido fibroso é neoplásico). Teratoma: originado de células germinativas totipotentes - ´células dos ovários e testículos; podem se diferenciar em qualquer tipo celular no corpo adulto. Saber exemplo dos principais aspectos: tecidos principais – epitelial, ósseo, cartilaginoso, etc. Aspectos macroscópicos Classificação Grau: diferenciação comparada ao normal; Estadiamento TNM T - Tamanho tumoral ou disseminação nas proximidades; N – número de linfonodos acometidos M – metástase Rastreio do câncer: atualmente, existem padrões de evolução das neoplasias. Por exemplo: um câncer de próstata pode evoluir para o câncer ósseo. Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 9 Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 10 Neoplasias malignas, que são compostas por células indiferenciadas, são denominadas anaplásicos, uma característica que é um marcador confiável de malignidade; anaplasia significa literalmente “formação retrógrada ou formação inversa” – sugerindo desdiferenciação ou perda de diferenciação estrutural e funcional das células normais; são menos propensas a manter as atividades funcionais especializadas. Displasia: proliferação desordenada, mas não neoplásica; apresentam pleomorfismo (variação de tamanho e forma); O crescimento dos cânceres é acompanhado por infiltração progressiva, invasão e destruição dos tecidos circundantes, Juntamente com o desenvolvimento das metástases, a invasividade é a característica que distingue mais facilmente os cânceres dos tumores benignos Metástase: disseminação de um tumor para locais que são anatomicamente distantes do tumor primário e marca, de forma inequívoca, um tumor como maligno, pois, por definição, neoplasias benignas não metastatizam. A invasividade dos cânceres permite que eles penetrem nos vasos sanguíneos, linfáticos e cavidades do corpo, que fornecem oportunidades de propagação Fatores de risco e predisposição ao câncer 1. Culturais (variação geográfica); variação mundial de incidência em relação a tipos de câncer, exemplo: câncer em homens e mulheres; diagnóstico tardio; falta de direcionamento; 2. Raciais (hereditárias); fatores genéticos permeiam todos os fatores persistentes sendo a base das neoplasias; 3. Influências ambientais – estresse, alimentação, dia a dia, etc. Tamanho da população: quanto essa população tem de auxílio médico? Idade da população – diretamente proporcional; envelhecimento; exceções onde alguns tipos de câncer acometem principalmente crianças; Número elevado de casos e de óbitos. Esfregaço de Papanicolau – câncer de colo de útero; Vacina – HPV; Redução de carcinógenos alimentares; alimentação saudável; acessibilidade do estilo de vida – câncer de estômago; Prevenção e promoção de saúde. Óbitos Vírus da hepatite C (HCV) – Carcinoma hepatocelular Fatores Relacionados Principais fatores de predisposição ao câncer 1. Agentes infecciosos (15 % de todos os cânceres); 2. Tabagismo (90 % mortes por câncer de pulmão); 3. Etilismo; 4. Dieta (alimentação); 5. Obesidade (52% - 62%); inflamação sistêmica crônica; 6. História reprodutiva; questões hormonais; reposição hormonal; 7. Carcinógenos ambientais; 8. Idade. Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 11 Agentes infecciosos – cronificação contribuindo para o aparecimento das neoplasias Até dois milhões de canceres por ano; Vírus Hepatite C, Helicobacter pylori, Vírus Epstein- Barr, Herpesvírus humano tipo 8; 1 em cada 6 é causado por agentes infeciosos; HPV (morte por câncer - regiões menos desenvolvidas do mundo). Carcinoma cervical, câncer de cabeça e pescoço. Vacinas e medicamentos – NÃO utilização correta; NÃO disponibilização; Tabagismo Danos; necrose celular; influencia em apoptose ceular; princípios do tabaco e da fumaça em si impactando no funcionamento do organismo; narguilé, cigarros eletrônicos; Tudo que envolve combustão e inalaçãode fumada impacta em danos; Câncer de cavidade oral e pescoço é superagressivo; “mutilação” Principais: Leucemia mielóide aguda; câncer de bexiga, pâncreas, fígado, colo do útero, esôfago, rim, ureter, laringe, cavidade oral, faringe (pescoço), estômago, cólon e reto, traquéia, brônquios e pulmão; Acidentes cerebrovasculares e ataques cardíacos mortais. CO2 possui maior afinidade pela hemoglobina impactando na circulação sanguínea e possíveis complicações Etilismo – acumulo de danos; estresse oxidativo; EROS; ENOS; junção de agressão como por exemplo com o tabagismo; desnutrição; alteração do metabolismo; Danos DNA, estresse oxidativo, penetração de carcinógenos ambientais, metabolismo hormonal, má nutrição.... DOSE RESPOSTA (quanto mais uso, maior a prevalência; acúmulo de danos). Principais: Carcinomas de boca, orofaringe, laringe, esôfago, estômago, fígado, intestino, mama, carcinoma hepatocelular (cirrose persistente). Dieta/obesidade – peso corporal 1. Elevados níveis de insulina, 2. Inflamação crônica; 3. Elevados níveis hormonais; 4. Mecânicos → mutações; genética; agressão ao organismo; tecido adiposo em excesso acumulando em tecidos e vasos; Principais: Cânceres no esôfago (adenocarcinoma), estômago, pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino, rins, mama (pós- menopausa), ovário, endométrio, próstata, boca/faringe/laringe, meningioma, tireoide, mieloma múltiplo. Questões hormonais precisam ser levantado prós e contras; acompanhamento precoce e recorrente. É necessário uma atenção as questões hormonais pois, estes podem estar relacionados diretamente com o aparecimento de alguns neoplasias; Análise de fatores de risco e estilo de vida. Observa-se uma prevalência de câncer relacionado a reposição hormonal. É necessário orientações para os pacientes – riscos e benefícios. Exposição à carcinôgenos químicos, físicos e ambientais (80%) Questões insalubres de trabalho; Acidentes nucleares; Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 12 Carcinogênese química – alterações genéticas e epigenéticas 1. Iniciação (exposição – células alterada – dano DNA); acumulo de danos; pode levar anos; 2. Promoção (podem induzir o surgimento de tumores); subclones começando a gerar células neoplásicas; células alteradas; 3. Progressão – angiogênese; proliferação celular; suprimento de nutrição. Carcinógenos de ação indireta: Tempo de acúmulo maior; acumulo seguido de ação; etilismo, tabagismo, etc. Carcinígenos de ação direta: efeito imeditato; ação seguida de acumulo. ACÚMULO DE MUTAÇÕES Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 13 Carcinogênese por radiação – indireto; UVA → fotoenvelhecimento, fotoalergias, predisposição câncer. Carcinoma de células escamosas, carcinoma basocelular, melanoma de pele e câncer de pele não melanoma UVB: parcialmente absorvidos pela camada de ozônio → queimaduras solares, indução de cânceres de pele. Carcinoma de células escamosas, carcinoma basocelular, melanoma de pele (agressivo) e câncer de pele não melanoma VIA DIRETA DA IONIZAÇÃO VIA INDIRETA DA IONIZAÇÃO Dano direto no DNA; Radiação age diretamente nas macromoléculas importantes, alterando conformação e função, no DNA - pontes de hidrogênio → alterações estruturais (reprodução, síntese proteica... câncer). quebras simples e duplas da molécula; • ligações cruzadas (entre DNA-DNA, entre DNA- proteínas); • alterações nos açúcares ou em bases (substituições ou deleções). Não afeta direatamento o DNA; causa acumulo de EROS; Eétrons livres não reagem diretamente com proteínas ou DNA, e sim com moléculas de água e produzem radicais livres de oxigênio (peróxidos, superóxidos ...). 80% das radiações. Espécies altamente reativas, que podem reagir com estruturas celulares, alterando sua função. Radiossensibilidade aos efeitos da radiação Sensibilidade a radiação e ao tratamento; relação direta da sensibilidade e tratamento; 1. Muito sensíveis; 2. Moderadamente sensíveis; 3. Pouco sensíveis ou radioresistentes impactando na não eficácia de tratamentos Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 14 Muito sensíveis Moderadamente sensíveis Pouco sensíveis Medula óssea Gônadas Pele Endotélio Tecido conjuntivo Túbulos renais Células ósseas Neurônios Fibras musculares Mineiros: 10x incidência de cânceres de pulmão; Sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki → aumento de leucemia (latência de 7 anos); Tumores sólidos (carcinomas da mama, cólon, tireoide e pulmão). Carcinogênese microbiana 1. Vírus T linfotrópico humano tipo 1 (HTLV-1); 2. Vírus do papiloma humano (HPV); 3. Vírus Epstein-Barr (linfomas); 4. Vírus Hepatites B e C; 5. Helicobacter pylori. HTLV-1 Desregulação das vias – alteração dos linfócitos T ou alterações de outras regiões como a medula; Leucemia/linfoma de células T (ATL) (multiplicação anormal) → linfócitos T (LTCD4+) → imortalização, transformação e proliferação. Mundialmente 10-20 milhões pessoas estão infectadas com HTLV-1, porém 3% a 5% dos indivíduos infectados desenvolvem câncer – período latente - 40 a 60 anos; Relação com HIV; Tax: gene que estimula a transcrição do RNA viral e altera diversos genes, interagindo com proteínas sinalizadoras → características cancerígenas; Imortalização de células infectadas; transativação do LTR (replicação do retrovírus; inativação de supressão de tumor; instabilidade cromossomal; indução de resposta imune (maior durabilidade da inflamação). Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 15 HPV Vírus mais comum de uma IST; Papel importante com o desenvolvimento de câncer de colo do útero; 99% dos cânceres cervicais – câncer de colo de útero; Possui a vacina; sendo um benefício contra essas estatísticas; Alteração das vias de ação impactando na ocorrência de neoplasias – TERT, P53, P21, RB-E2F; HPV tipos 1,2,4 e 7: papiloma escamoso benigno (verrugas); HPV 16 e 18 (alto risco): carcinoma de células escamosas do colo do útero → genoma HPV integrado ao do hospedeiro (transformação maligna). Polimorfismos em regiões específicas: expressão proteica diferencial. Progressão do ciclo celular. Inativação de supressores tumorais, ativação de ciclinas, inibição da apoptose, alteração da senescência celular. Replicação celular; Hepatites Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 16 Hepatites B e C: 70 % a 85 % de carcinomas hepatocelulares. Efeitos oncogênicos multifatoriais: inflamação crônica mediada imunologicamente – morte dos hepatócitos (cronicidade da doença) – proliferação compensatória – células imunes ativadas - mediadores (NFkB – bloqueio da apoptose (acúmulo de mutações) dano genômico. Com a desregulação de vias desencadeia a inflamação. Helicobacter pylori Bactéria carcinogênica - co-fator importante na etiologia do adenocarcinoma gástrico. Os tumores se desenvolvem de forma complexa e multifatorial; Progressão: Gastrite superficial; Gastrite atrófica com metaplasia intestinal → inflamação crônica e proliferação celular gástrica reparadora. Idade Aumento de probabilidades x crianças (10% mortes nos EUA). Acúmulo de mutações somáticas – neoplasias malignas e declínio da imunocompetência/imunossuprimido; Leucemia aguda, neoplasias do sistema nervoso (tecido radiorresistente) Exemplos: tumores de células pequenas: neuroblastoma, tumor de Wilms, retinoblastoma, leucemias agudas e rabdomiossarcomas; Condições predisponentes adquiridas (inflamação crônica) Câncer inflamatório! Mutagênese, Proliferação e Inflamação; Metaplasia, Hiperplasia, Displasia e Mutagênese; Angiogênese, Crescimento e Progressão Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 17 Condições predisponentes adquiridas (lesões precursoras) Lesões que podem ser detectadas por procedimentos de triagem e tratadas → reduzindo risco de desenvolvimento de câncer; METAPLASIAS:esôfago de Barret (refluxo); escamosa da mucosa brônquica (tabagismo); da bexiga (infecção esquistossomose); HIPERPLASIA: Endométrio (estimulação estrogênica). Neoplasias benignas → podem causar instabilidade genômica → transformação maligna; Condições predisponentes adquiridas (imunodeficiência) Células B e T envolvidas Risco de desenvolvimento aumenta para 34 %. Vírus oncogênicos (linfomas, carcinomas, sarcomas); Tumores de pele; Tireoide; Estômago. IMUNOTERAPIA “protocolo de ouro” Fatores ambientais e Hereditários Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 18 Epidemiologia do Câncer Questão da prova: Princípios importantes no aspecto de neoplasias – Lei de acesso a pacientes com câncer. Lei nº 12.732 – Quais são os princípios básicos dessa lei aplicada no SUS? 1. Introdução; 2. Fatores influentes – fatores de risco; analisar a localidade e incidência; 3. Epidemiologia do câncer; 4. Vigilância, prevenção e controle. Principais temos (neoplasia, tumor e câncer); 1. Neoplasia: “novo crescimento”; 2. Tumor: se iguala a uma neoplasia; 3. Câncer: tumores malignos. Panorama atual 23% de todo tipo de mortalidade; É considerado a segunda maior causa de morte mundal; Mais frequentes: próstata, mama, pulmão, etc; Existe diferenças entre incidência e mortalidade a depender do tipo de câncer; Cerca de 70% das mortes por câncer ocorrem empaíses de baixa e média renda; Fatores influentes (envolve um conjunto de variáveis que estão relacionadas entre si) 1. Ambientais: 2. Etários: Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 19 3. Raciais: atenção a esse tipo de comparação; separação de grupos de risco que podem desenvolver certos tipos de câncer; 4. Culturais: hábitos e costumes das comunidades 5. Hereditários: ocorrências de mutações. 6. Geográficos: ocorrência de formas específicas do câncer de acordo com localidades; 7. Dietéticos (tipo de alimentação) 8. Entre outros. Epidemiologia do câncer: Padrões do câncer nas populações Dados epidemiológicos: Série histórica: tempo Indicadores: auxiliam na tomada de decisões – frequência, incidência, prevalência, exposição (risco de/exposição ao risco/chance de desenvolver), mortalidade, além de tendências históricas que impactam. INCA – Instituto Nacional do Câncer Dados oficiais no Brasil: Data SUS/Painel Oncologia Códigos para cada tipo de câncer A taxa de mortalidade diz muito sobre a estrutura de saúde de um país Vigilância prevenção e controle Vigilância: ações que visam conhecer, detectar e prevenir fatores que determinam o processo saúde e doença; auxiliam na formulação de políticas públicas; Prevenção: redução do risco de ter a doença; primária e secundária; Controle: ações de monitoramento, diretrizes clínicas em oncologia e estratégias de revisões sistemáticas e estudos de tecnologia em saúde na oncologia; construções de protocolos. Bases moleculares – Neoplasias Sinalização proliferativa sustentada Alterações nas vias de sinalização contribuem para ativação inadequada das vias de sinalização contribuindo para a ativação de vias de oncogenes e oncoproteínas; Ocorre a progressão do ciclo celular; Sinalização sem necessidade; Fatores de crescimento + receptores → proteínas transdutoras de sinais → transcrição do DNA → entrada no ciclo celular → divisão celular → sobrevivência celular e alterações metabólicas (crescimento ideal). As células sempre precisam de direcionamento; fator + receptor = ativação da maquinaria; Mutações – pontuais ou não; Ativação de oncogenes que codificam fatores de crescimento; Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 20 alterações ou rearranjos VEGF: angiogênese HER2: Receptor de estrógeno VIA DO RAS: Alterações contribuindo para que ocorra o crescimento celular mesmo sem a ativação de fatores de crescimento; GAPs e PTEN freiam ativação da RAS e PI3K. VIA DO RAS COM FUNCIONAMENTO NORMAL: 1. Fatores de crescimento + receptores = ativação da via 2. Proliferação e divisão celular Logo, quando não há fatores de crescimento não há ativação da RAS fazendo com que não haja a estimulação para a proliferação. A escolha de tratamento pode ser analisada de acordo com a análise molecular e genética; Combate a características do tumor a partir do bloqueio de vias e, consequentemente, interromper o crescimento do tumor, induzir a apoptose e contribuir para a regressão do tumor. Exemplo: em casos de câncer de mama com amplificação do ERRB2 e superexpressão do HER2 estimulam o crescimento quando existe uma lesão das células normais o que pode contribuir para a ocorrências de neoplasias; O tratamento molecular/genético nesse caso, faz com que ocorra o bloqueio da atividade de HER2 a partir de medicamentos ou anticorpos. Dessa maneira, contribuirá para o interrupção do crescimento do tumor, indução da apotpse e regressão do tumor. Polimorfismos de nucleotídeos únicos do pronto-ocogene MYC Pode contribuir para ativação da sinalização para RAS/MAPK onde a superexpressão ocasiona alguns tipos de neoplasias como: linfoma de Burkitt, carcinoma mama, cólon e pulmão. Insensibilidade aos sinais inibidores de crescimento Alterações em interruptores do ciclo celular; apoptose, pró-diferenciação celular, produtos proteicos – reguladores da resposta celular ao dano, estabolidade genômica. Receptores ativados 1. Mutações pontuais; 2. Rearranjos gênicos; 3. Amplificação gênica Ativação de oncogênes Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 21 Anormalidade gênica em P53 e RB Inativação de RB ou mutação não fazendo com que não haja inibição da proliferação celular; com isso, desencadeia a mutação germinativa e a perda da função dos retinoblastos; Halelos recessivos proveniente de ambos os pais heterozigotos. Mutações do TP53 contribui para que ocorra maior resistência ao tratamento – quimioterapia e radiação; Evasão da apoptose: Superexpressão de genes anti-apoptóticos contribuindo para o acumulo de danos e resistência ao tratamento; Replicação ilimitada: Ignoram sinais de interrupção da divisão celular → camadas irregulares; • Imortalidade replicativa. Assim, ocorre a evasão da senescência; manutenção de telômeros; autorrenovação Angiogênese: Sinalização RAS, MYC, MAPK – regula positivamente a expressão do VEGF. Tratamento via bloqueio da angiogênese Invasão e metástase: falta de diferenciação contribuindo para que haja um crescimento rápido; Vias de disseminação Via linfática Linfonodos e gânglios Mama: linfonodos axilares; Pulmão: linfonodos peri-hilares traqueobrônquicos e mediastinais Hematogênica Via vasos sanguíneos: veias, artérias e capilares. Sarcomas Via de implantação Cavidades e superfícies corpóreas – cavidade peritoneal, pleural, pericárdica, subaracnóidea e o espaço articular; Carcinoma de ovário; Oncogenes metastáticos: SNAIL e TWIST (codificam fatores de que promovem a transição epitelial-mesenquimal (mama). Evasão da defesa | Não ocorre a imunovigilância Pacientes imunodeficientes não respondem de maneira efetiva a alguns tratamentos pois, não ocorre infiltrados linfocitários. Pois, a base da inflamação é necessária. Antígenos tumorais reconhecidos por células TCD8+ Produtos de proto-oncogenes mutados; Genes supressores tumorais; proteínas superexpressas; antígenos por vírus oncogênicos; Oncofetais; Glicoproteínas/lipídios alterados. Perda da imunovigilância. Substâncias inflamatórias + metástases + bloqueio da apoptose. Como um paciente imunocompetente responde a uma proliferação celular? Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 22 Instabilidade genômica Exemplo: xeroderma pigmentoso Exemplo: BRCA-1 e BRCA-2 Inflamação capacitora de câncer | “base” para o câncer – inflamação persistente contribuindo para que haja acúmulo de fatores desencadeantes de neoplasias. Microambiente supressor da resposta imunitária citotóxicaFatores que promovem a proliferação (EGF); Remoção de supressores de crescimento (proteases – degradam moléculas de adesão); Resistência para a morte celular (células do estroma e cancerígenas = resistência à quimioterapia); Indução angiogênese; Ativação da invasão e metástase (proteases, TNF e EGF – motilidade); Evasão da destruição imune (recrutamento de células T reguladoras imunossupressoras e supressão de células T citotóxicas CD8+). Metabolismo do câncer Caquexia: Degradação do músculo e tecido adiposo; pode ocorrer com outras doenças mas acontece bastante no câncer; Citocinas: TNF alfa e IL-6 – mediadores da resposta inflamatória; ativados no hipotálamo; agem em vários locais do organismo levando a degradação do tecido muscular e adiposo; Tumor produz citocina que agem no hipotálamo ativando neurônios anorexigenos (perda do apetite) gerando o estado de caquexia; As células do tecido adiposo marrom produzem mais calor do que energia; Tumor aumenta a termogênese – produção de calor; O tumor "puxa" toda a glicose para ele dessa forma, falta glicose para outras células do organismo; excesso de glucagon levando a degradação de outros tecidos; diminuição de musculo e gordura; Ocorre hipóxia no centro do tumor; estrangulamento dos vasos causando a obstrução; totalmente obstruído = anóxia; Liberação do HIF (fator induzido por hipóxia) contribuindo para ativação de VGEF e as enzimas da via glicolítica (degradação de glicose acelerada no tumor); glicose mais efetiva para o tumor; ocorre a degradação anaeróbica assim o piruvato desidrogenase é degradado em lactato; Metabolismo anaeróbico (rápida produção de energia e diminuição das espécies reativas de oxigênio); ocorre a inibição das vias aeróbicas apesar de produzir muito mais ATP ocorre a produção de ROS o que contribuiria para a destruição da membrana e o DNA celular tumoral. Assim, ocorre a alta produção de ATP devido à alta captação de glicose – desvio da glicose para o tumor; diminuição de espécies reativas de oxigênio; Diminuição de ataque oxidante ao tumor; Inibição das enzimas do ciclo de Krebs; inibição da cadeia transportadoras de elétrons do tumor. Assim, ocorre inibição do metabolismo aeróbico como forma de tentar se proteger; Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 23 Ocorre o desvio das pentoses: para a produção de DNA e RNA tumoral; biossíntese de nucletídeos e produção de lipídios de membrana; NADPH necessário sendo produzido pelo desvio das pentoses; síntese de lipídios; Diminuição do pH para que o meio ácido faça com que a célula se reproduza mais rápido; microambiente favorável Produção de ácido de forma exacerbada em toda a cadeia respiratória; Alta concentração de lactato + H+ contribuindo pra que o ambiente seja ácido proporcionando um microambiente propicio par ao tumor; Estimula as vias de degradação de proteínas e aminoácidos; proteólise e inibe a síntese de proteínas no tecido muscular; diminui o transporte de aminoácidos para o músculo; aumenta a oxidação de BCAA – aminoácidos de cadeia ramifacada (este que, auxilia na síntese de proteínas e a sua oxidação inibe a síntese; IGF1 inibido (fator de crescimento insulínico, também ativado por GH); inibindo a síntese de proteína via ativação de DNA celular; As citocinas ativação as vias das caspases impactando na apoptose e ocasionando a degradação de proteínas; Miostatina inibe a proliferação e diferenciação celular; porém, em caso de inativação da AKT contribui para que haja hiperativação da via da miostatina contribuindo para a ocorrência da autofagia; Degradação de gordura; lipólise – triacil glicerol em ácido graxo; Sequestro de íons H+ produção de calor incentivado o estado de termogênese; o que torna insuficiente a produção de energia; Glutamina serve de energia para o tumor em virtude da produção de lactato que contribui para a via anaeróbica; a glutamina e alanina leva o nitrogênio do aminoácido degradado para o ciclo da ureia (fígado e rins) e na neoglicogênese parte da glicose também vai para o ciclo da ureia; alanina: neoglicogênese estimulando a formação de glicose par ao tumor; degradação de aminoácidos: incluindo o triptofano que é percursor da serotonina; impactando no bem-estar; Intestino: alteração na produção de grelina e leptina (saciedade e fome); mediadores inflamatórios. Fora do tumor: a tendência é acontecer o contrário - formação de corpos cetônicos; podendo aumentar a produção de antioxidantes. Bárbara Lorena | Medicina – Funepe | 24
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