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Manual Caseiro - Crimes Hediondos - comprado

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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIMES HEDIONDOS 
Lei nº 8.072/1990 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ed. 2020 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
Manual Caseiro 
Instagram: @manualcaseiro 
E-mail: manualcaseir@outlook.com 
Site: www.meumanualcaseiro.com.br 
Crimes Hediondos – Lei nº 8.072/1990 
 
Crimes Hediondos 
Lei nº 8.072/1990 
 
 
 
 
Prezado aluno, passaremos nesse momento ao estudo da Lei dos Crimes Hediondos. O presente 
material tem por objetivo reunir todas as informações que o candidato precisa para resolver questões dos 
certames públicos. Dessa forma, nosso material trouxe uma abordagem doutrinária sobre o tema objeto de 
estudo, a legislação (lei seca), questões que já foram cobradas pela Banca CESPE, questões já cobradas em 
concurso público pelas diversas bancas, alterações promovidas pelo PAC, e, por fim, informativos. 
Cumpre alertamos ainda que, a Lei dos Crimes Hediondos foi recentemente modificada pelo Pacote 
Anticrime, o qual alterou, bem como, alargou o rol dos crimes considerados hediondos. Desse modo, a 
leitura da legislação em comento deve ser feita com bastante atenção pelo candidato, principalmente, no que 
tange ao seu rol (quais os crimes são considerados hediondos). 
Além de alteração no rol dos crimes, tivemos também modificação do regramento da progressão de 
regime, passando a ter novos parâmetros; vedação da saída temporária em circunstâncias especiais, etc. 
Feita as devidas considerações iniciais, vamos ao conteúdo. 
Bons estudos, #TmJuntos! 
 
mailto:manualcaseir@outlook.com
http://www.meumanualcaseiro.com.br/
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
na Súmula!!! 
 
 
1. Noções introdutórias 
A Constituição Federal da República de 1988 já trazia em seu escopo previsão para os crimes 
hediondos no seu Art. 5º, XLIII, e em 1990 adveio a Lei n. 8.072 para regulamentar tal previsão 
constitucional. Na época o mundo tinha uma influência muito forte do Direito Penal Máximo, o discurso de 
Lei Ordem, a ideia de se punir com gravidade, tendo em vista que poderia dessa forma desestimular e reduzir 
a impunidade, aderindo a teoria das janelas quebradas, que seria exatamente a ideia de que “se uma janela 
de um edifício for quebrada e logo não receber reparo, a tendência é que passem a arremessar pedras nas 
outras janelas e posteriormente passem a ocupar o edifício e destruí-lo”, ou seja deve-se punir mesmo os 
delitos menos graves com o intuito de que os mais graves sejam reprimidos. 
Os países ao redor do mundo absorveram, portanto, muito desses ideais e consequentemente 
começaram a se mobilizar neste sentido, não acontecendo diferente com o Brasil, que por sua vez deu 
surgimento a Lei de Crimes Hediondos. 
Desse modo, temos que a Lei nº 8.072/90 foi a primeira lei no Ordenamento Jurídico Brasileiro a 
disciplinar os crimes hediondos, sendo objeto de várias reformas desde a sua edição. A última alteração que 
tivemos na presente lei foi oriunda do chamado Pacote Anticrime – Lei nº 13.964/2019, o qual alterou e 
alargou o rol dos crimes considerados hediondos. 
Nessa esteira, nos remetendo ao contexto histórico temos que o termo “crimes hediondos” é fruto da 
Constituição Federal, sendo a referida expressão descrita ao teor do art. 5º. 
A CF dispõe “a lei definirá os CRIMES HEDIONDOS”– trata-se de uma norma de eficácia limitada 
(depende de regulamentação por lei ordinária para a sua aplicação). 
Vejamos: 
Art. 5º. XLIII. A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, 
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles 
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evita-los, se omitirem. 
 
2. Candidato, o que se entende por Crime Hediondo? 
Excelência, existem determinados critérios para se definir o que é crime hediondo. Nesse contexto, 
vejamos os critérios de qualificação do crime em hediondo. 
Quais são eles? 
 
 
 
 
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a) Critério legal ou legislativo: será considerado crime hediondo aquele que for determinado pelo 
legislador, o crime positivado em Lei. Assim, crime hediondo é aquele que a lei define como tal. 
 
b) Critério judicial: será considerado hediondo aquele crime em que o juiz analisa o caso concreto e 
determina se o crime é hediondo ou não. 
 
c) Critério misto: afirma que o legislador determina o que é crime é hediondo, embora através apenas de 
um rol exemplificativo, pelo qual o juiz analisando o caso e sua gravidade pode incluir novas hipóteses 
ou afastar os previstos em Lei. 
O Brasil adota o critério legal ou legislativo, em nosso Ordenamento Jurídico. São considerados 
crimes hediondos apenas os descritos em Lei, através de um rol exaustivo, não abrindo margem para 
nenhuma decisão judicial determinar a hediondez de um crime. Atente que a Constituição não diz quais são 
os crimes hediondos, apenas diz algumas características destes, como a inafiançabilidade e não possibilidade 
de graça, anistia, bem como diz quais os crimes equiparados a hediondos. O rol exaustivo fica a cargo da Lei 
8.072/90. 
Vamos esquematizar? 
Critério legal Critério judicial Critério misto 
Cabe ao legislador enunciar, de 
forma exaustiva, os crimes que 
devem ser considerados 
hediondos. 
Levando-se em consideração os 
elementos do caso concreto, 
confere-se ao magistrado/juiz 
ampla liberdade para identificar a 
natureza hedionda de determinada 
conduta delituosa. 
O legislador apresenta preceitos 
mínimos, cabendo ao juiz 
enquadrar determinada conduta 
delituosa como hedionda. 
 
Candidato, qual o critério adotado no Brasil? O Ordenamento Jurídico brasileiro adota o CRITÉRIO 
LEGAL, é a conclusão que podemos extrair da leitura do art. 5º, XLIII da CF “A lei considerará crimes 
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
Critério Legal
Critério 
Judicial
Critério 
Misto
 
 
 
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afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores 
e os que, podendo evita-los, se omitirem”. 
Cabe ao legislador, em rol exaustivo (numerus clausus), enunciar os crimes considerados hediondos 
(princípio da legalidade). Para regulamentar o referido inciso, vem o art. 1º da Lei nº 8.072/90 “são 
considerados crimes hediondos os seguintes crimes, todos tipificados ao teor do Código Penal, consumados 
ou tentados”. 
Por esse sistema, é função do legislador elencar quais os crimes considerados hediondos, em um rol 
taxativo, não cabendo ao juiz tecer qualquer juízo de valor para averiguar a hediondez do delito, vez que, 
ao constar em tal rol, previamente definido em lei, caberá ao julgador reconhecer essa característica. 
Importante perceber que, a classificação de determinada infração penal como hedionda, incumbe, 
exclusivamente, ao Poder legislativo, podendo este vir a ser pressionado pela sociedade quando, 
determinada conduta, repercutir de forma negativa e atentar gravosamente contra a mesma. 
 
2.1 Cláusula salvatória 
A cláusula salvatória seria a hipótese de o juiz poder afastar em determinado caso concreto, a 
hediondez do crime. No entanto como explicado anteriormente, o critério adotado pelo Brasil é o Legal ou 
Legislativo,não sendo possível essa afastabilidade, bem como uma possível inclusão da qualificação de 
hediondez por intermédio de um magistrado. 
 
- Já Caiu CESPE 
(CESPE/2018/EBSERH/ADVOGADO). O ordenamento jurídico nacional adotou o critério legal para 
a tipificação dos crimes hediondos, sendo vedado ao juiz, em caso concreto, fixar a hediondez de um 
delito ou excluí-la em razão de sua gravidade ou forma de execução. 
Correto. O ordenamento jurídico fez isso porque adota-se o critério legal ou legislativo, no qual é 
vedado ao juiz fixar ou afastar a hediondez. 
- Já Caiu CESPE 
(CESPE/2018/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL). É cabível ao magistrado classificar como 
hediondo um crime em razão de sua gravidade ou forma de execução. 
Errado. O critério judicial não é aplicado ao Ordenamento Jurídico Brasileiro, portanto não é cabível 
ao magistrado classificar um crime como hediondo, apenas à Lei compete isso. 
 
 
 
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Observação. Tráfico de drogas, Tortura ou Terrorismo, NÃO SÃO CRIMES HEDIONDOS. São 
apenas equiparados a hediondos. É o chamado 3T. Estes terão o mesmo tratamento, como hediondos 
fossem, serão inafiançáveis, insuscetíveis de graça ou anistia. Vejamos; 
 
CF/88 - XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da 
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes 
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
 Vejamos: 
 
3T 
Tráfico de drogas Tortura Terrorismo 
 
Os referidos crimes não são crimes hediondos, são EQUIPARADOS, assemelhados, o que significa 
que embora não sejam crimes hediondos recebem o mesmo tratamento dispensado pela Constituição Federal, 
bem como, pela Lei nº 8.072/90, por exemplo, são insuscetíveis de anistia, graça e indulto. 
 
2.2 Indulto 
 Atente para a questão de que a Constituição Federal cita apenas “inafiançáveis e insuscetíveis de 
graça ou anistia”. Vejamos: 
CF/88 - XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da 
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes 
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
 Enquanto que o Art. 2º da Lei n º 8.072/1990 traz além da fiança, anistia e graça a figura do indulto: 
Art. 2º. Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o 
terrorismo são insuscetíveis de: 
 
I – anistia, graça e indulto; 
II – fiança. 
 
Nesse sentido, questiona-se, a inclusão do indulto com previsão de vedação apenas na legislação 
infraconstitucional é constitucional? 
O STF se pronunciou afirmando que o indulto e a graça fazem parte do denominado “poder de graça” 
(perdão) do Presidente da República, significando que o indulto (coletivo), e a graça (individual) desta 
 
 
 
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forma não são cabíveis exatamente por estarem ambos incluídos no perdão Presidencial. E afastando a tese 
de que seria inconstitucional a inclusão do indulto como insuscetível pela Lei 8.072/90. 
 Em relação a liberdade provisória embora a Lei tenha disciplinado acerca da sua impossibilidade, 
o STF declarou a inconstitucionalidade e entendeu que esta será cabível, tendo em vista que não se pode 
trazer previsão legislativa que venha a ferir o princípio da individualização da pena ou o princípio da 
presunção de inocência. No entanto a liberdade provisória será aplicada sem fiança, tendo em vista que a Lei 
e Constituição vedam a aplicação de fiança para estes crimes. 
 
- Já Caiu CESPE 
(CESPE/2013/TJ-DFT/TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA). Não é possível a 
concessão de anistia, graça ou indulto àqueles que tenham praticado crimes hediondos. Correto. 
(CESPE/2010/MPU/TÉCNICO DE APOIO ESPECIALIZADO – TRANSPORTE). Os crimes 
hediondos, embora inafiançáveis e insuscetíveis de graça e indulto, podem ser anistiados. Errado. 
Segundo a Constituição não é possível a aplicação da graça e anistia, segundo a Lei n. 8.072/1990 e 
o entendimento do STF não será possível também a aplicação do indulto. 
Candidato, a vedação do indulto feita exclusivamente pela Lei nº 8.072 é constitucional? 
 A polêmica inerente ao indulto: proibição constitucional e ampliação legal 
A proibição do indulto efetuado pela lei dos crimes hediondos é constitucional ou inconstitucional? Formam-
se duas posições/correntes sobre o assunto. 
Vejamos: 
 
1ª Corrente 2ª Corrente 
A proibição do indulto pela lei dos crimes 
hediondos é INCONSTITUCIONAL, pelo fato de 
que a lei dos crimes hediondos proibiu um 
instituto que a CF não proibiu. A legislação 
extrapolou os ditames da Constituição Federal. 
- adotar para concursos como a Defensoria. 
A proibição é CONSTITUCIONAL! Os 
defensores dessa posição argumentam que a CF 
proibiu a graça, quando utilizou a expressão graça 
o fez em sentido amplo para abranger também o 
indulto. 
- adotar para concursos como MP, Delegado. 
 
1ª Corrente: a ampliação é inconstitucional, pois as vedações previstas no art. 5º, XLIII da Constituição 
Federal, são máximas sendo defeso ao legislador amplia-las. 
 
 
 
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Direito Administrativo – De 
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2ª Corrente: a ampliação é constitucional, pois as vedações constitucionais são mínimas, podendo o 
legislador amplia-las. Para aqueles que entendem que as vedações são máximas, não se pode esquecer que a 
vedação da graça, abrange indulto, pois o indulto nada mais é do que graça coletiva. A 2ª Corrente é a que 
prevalece no STF e STJ. 
 
3. Crimes hediondos tentados 
Candidato, para ser crime hediondo será necessária consumação ou podemos ter um crime 
hediondo tentado? 
A Lei menciona em seu Art.1º, consumados ou tentados, vejamos: 
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 
7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados. 
 
 Portanto, mesmo que por tentativa, o agente responderá por um crime hediondo, sujeito a todas as 
decorrências que se dão pelo fato de ter praticado um crime hediondo tentado. 
 Muita atenção, candidato! A natureza tentada de um crime rotulado pela lei não exclui a sua 
hediondez. A tentativa não altera a classificação do crime como hediondo, funcionando como uma mera 
causa de redução de pena (1 a 2/3), conforme disposição do art. 14, parágrafo único do CP. Dessa forma, 
temos que “para fins de reconhecimento da natureza hedionda, pouco importa que o delito seja consumado 
ou tentado”. 
- Já Caiu CESPE 
(CESPE/2018/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL) A prática não consumada, ou seja, tentada, 
do crime afasta o caráter hediondo do tipo penal. Errado. 
 Crimes hediondos são todos aqueles consumados ou tentados, desde que previstos em Lei. 
 
4. Rol dos crimes hediondos 
O rol dos crimes hediondos é taxativo e exaustivo, estampado ao teor do art. 1º da Lei nº 8.072/90. 
Assim, o juiz não pode no caso concreto definir aquela conduta como crime hediondo se não estiver 
 
 
 
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capitulado no referido rol. Deverá fazer um juízo de adequação: caso concreto versus crime estipulado na 
legislação. Caso o crime esteja capitulado no rol de crimes hediondos, será assim considerado. 
Conforme já destacado acima, o Brasil adotou o sistema legal de definição dos crimes hediondos. 
Isso significa que é a lei quem define, de forma exaustiva (taxativa, numerus clausus), quais são os crimes 
hediondos. Logo, o art. 1º da Lei 8.072/90não pode ser ampliado com base em analogia, nem tampouco em 
interpretação extensiva. 
Salienta-se que a Lei 8.072/90 não trouxe novos tipos penais, apenas incluiu uma qualidade de 
hediondo para crimes já existentes, crimes criados a alguns anos antes por outras Leis. 
 
4.1 Natureza hedionda do crime de homicídio simples (quando praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio) e qualificado 
O primeiro crime hediondo trazido pela Lei em comento é o crime de homicídio simples; 
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, 
de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, 
de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984). 
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e 
VIII); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019). Anticrime. 
 
Observe que a lei traz a expressão “quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio”. 
Não é necessário que esse homicídio seja praticado em um grupo de extermínio, basta apenas que seja 
praticado com características semelhantes a atividades deste tipo de grupo. Exemplo: Um indivíduo que 
escolhe suas vítimas de maneira aleatória, como por exemplo, pessoas que são moradores de rua, pessoas 
viciadas em drogas, etc. 
 Desta feita, o homicídio simples quando praticado nas circunstâncias acima descritas, será crime 
hediondo, bem como o homicídio qualificado em qualquer das suas qualificadoras. Atente para o fato do 
legislador mencionar TODAS as qualificadoras, e incluir pelo pacote anticrime o inciso VIII, que é 
qualificadora pelo emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido. 
CUIDADO. Embora este inciso VIII se encontre na Lei, ele foi vetado pelo Presidente da República 
no artigo 121 do Código Penal. Por motivos técnicos deveria ter sido feito o veto também na Lei de crimes 
hediondos, no entanto ficou esta Lei fazendo a referência a um inciso vetado do Código Penal. 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
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Observação: 
O homicídio qualificado privilegiado (homicídio privilegiado - quando o indivíduo age por violenta 
emoção, logo após injusta provocação da vítima, ou instigado por um relevante valor social moral) não é 
crime considerado hediondo pela doutrina e os Tribunais Superiores. É um homicídio qualificado 
privilegiado quando estiver presente nesse caso, uma qualificadora de natureza objetiva, já que o privilegio 
é necessariamente subjetivo. Exemplo. Ao chegar em casa o indivíduo encontra o vizinho estuprando seu 
filho, agindo de imediato e matando o vizinho por asfixia, neste caso a maneira de execução é cruel, 
qualificadora objetiva. Tornando-se homicídio qualificado privilegiado. 
 
- Já Caiu CESPE 
(CESPE/2000/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE FEDERAL) O homicídio qualificado-privilegiado é 
crime hediondo. Errado. O STJ dispôs que o homicídio qualificado privilegiado não é crime hediondo. 
 
Candidato, o homicídio SEMPRE é crime hediondo? O homicídio qualificado é sempre crime 
hediondo, homicídio privilegiado, por sua vez, não é hediondo. Por fim, o homicídio simples, em regra, não 
é crime hediondo, contudo, será considerado hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio, ainda que cometido por um só agente e homicídio qualificado. Ante o exposto, contemplamos 
que nem sempre o homicídio é considerado crime hediondo. 
Logo: 
Homicídio qualificado É Hediondo 
Homicídio privilegiado NÃO é hediondo 
Homicídio simples Em regra, NÃO É hediondo. 
Exceção: quando praticado em atividade típica de 
grupo de extermínio, ainda que cometido por um 
só agente. 
Homicídio híbrido (qualificado-privilegiado) Não é crime hediondo. 
 
Candidato? 
Candidato, o homicídio simples pode ser considerado crime hediondo? Excelência, em regra, não. 
Exceção: quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só 
agente (art. 1º, I, primeira parte, da Lei 8.072/90). Logo, o homicídio simples, ainda que na forma tentada, 
inclui-se entre os crimes hediondos, se praticado em atividade típica de grupo de extermínio. 
 
 
 
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Candidato, o homicídio hibrido (qualificado-privilegiado) é considerado hediondo? Excelência, 
inicialmente cumpre destacarmos que é dominante o entendimento no sentido da possibilidade de 
reconhecimento da figura do homicídio qualificado-privilegiado, combinando-se os§§ 1º e 2° do art. 121 do 
Código Penal, desde que a qualificadora tenha natureza objetiva (incisos III e IV). 
Nesse sentido, os tribunais entendem que não poderá ser considerado hediondo, pois a hediondez é 
incompatível com o privilégio. Há, contudo, doutrina argumentando que sendo o privilégio uma mera causa 
de diminuição de pena, não deveria afastar o caráter hediondo (posição para provas de MP e 
Delegado/discursiva e oral). A posição do STJ, majoritária, é no sentido de que o homicídio hibrido não 
é crime hediondo. 
 STJ: “(...) Entendendo não haver contradição no reconhecimento de 
qualificadora de caráter objetivo (modo de execução do crime), e do privilégio, sempre de 
natureza subjetiva”. (STF, 1º Turma, HC 89.921|PR). O homicídio qualificado-privilegiado 
não pode ser considerado hediondo (STJ, HC 153.728|SP). 
 
Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos? 
 
Ano: 2020 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPE-CE Prova: CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico Ministerial 
Mário, após ingerir bebida alcoólica em uma festa, agrediu um casal de namorados, o que resultou na morte do 
rapaz, devido à gravidade das lesões. A moça sofreu lesões leves. 
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. 
Se, após a apuração dos fatos, a morte do rapaz caracterizar homicídio simples doloso, a conduta de Mário não 
será classificada como crime hediondo. 
Certo, pois homicídio simples só será hediondo SE praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda 
que cometido por um só agente. 
Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos? 
 
Ano: 2020 Banca: SELECON Órgão: Prefeitura de Boa Vista - RR Prova: SELECON - 2020 - Prefeitura de Boa 
Vista - RR - Guarda Civil Municipal. 
 
Daniel é Delegado da Polícia Civil e encabeça investigação sobre múltiplos assassinatos ocorridos na periferia do 
município HO. Como fruto dessas investigações, descobre que o autor de três crimes é VR, alcunha “Caolho”, 
pertencente a grupo de extermínio que atua em alguns bairros do município. Nos termos da Lei nº 8.072/90, pode 
ser afirmado que: 
 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
Direito Administrativo – De 
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A. os homicídios praticados são caracterizados como crimes hediondos 
B. os homicídios praticados pela ausência de qualificação não são hediondos 
C. os homicídios praticados não são hediondos, pois praticados por um agente 
D. os homicídios praticados são hediondos por serem praticados em comunidades pobres. 
Gab. A. 
4.2 Lesão corporal gravíssima 
 
Inicialmente, cumpre destacarmos que lesão corporal, em regra, não é crime hediondo. Atualmente, 
apenas em duas hipóteses é que a lesão corporal será considerada crime hediondo. 
Considerando a Lei 13.142/2015, o art. 1º, I-A, da Lei 8.072/90 passou a prever os seguintes crimes 
como hediondos: 
• Lesão corporal gravíssima funcional; e 
• Lesão corporal seguida de morte funcional 
→Lesão gravíssima ou lesão corporal seguida de morte quando praticadas contra autoridade ou 
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrênciadela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; 
A referida hipótese legal fora acrescentada com o advento da Lei 13.142/2015, a qual alterou o 
Código Penal, assim como a Lei de Crimes Hediondos. Vejamos a redação atual: 
 
Art. 1º I – A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, §2º CP) e lesão corporal seguida 
de morte (art. 129, §3º CP), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 
da Constituição Federal (FA’s e Segurança Pública), integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei nº 
13.142, de 2015). 
 O artigo faz menção a lesão corporal de natureza gravíssima e a lesão seguida de morte CONTRA 
agentes das forças armadas ou polícia federal, polícia civil, bem como agentes penitenciários. As vítimas 
podem ser tanto os agentes em exercício da função ou em decorrência dela, por exemplo se o policial está 
de folga, mas foi visto como um agente policial e por esse fato foi vítima do crime. O âmbito também pode 
ser ainda mais amplo, atingindo o cônjuge ou parente até terceiro grau, em razão do cargo exercido pelo 
parente. 
 
 
 
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 Vamos esquematizar1? 
 
- Já Caiu CESPE 
(CESPE/2016/POLÍCIA CIENTÍFICA – PE/CONHECIMENTOS GERAIS/PERITO CRIMINAL E 
MÉDICO) O crime de lesão corporal dolosa de natureza gravíssima é hediondo quando praticado 
contra parente consanguíneo até o quarto grau de agente da segurança pública, em razão dessa 
condição. Errado. 
 O crime poderá ser contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau. 
 
- Já Caiu CESPE 
(CESPE/2015/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO -OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FE-
DERAL) O crime de lesão corporal dolosa de natureza gravíssima é hediondo quando praticado contra 
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo de até terceiro grau, de agente da Polícia Rodoviária 
Federal e integrante do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, em razão dessa 
condição. Correto. 
 
1 Quadro esquematizado extraído do site dizer o direito – http://www.dizerodireito.com.br/2015/07/comentarios-sobre-lei-
131422015-que.html 
http://www.dizerodireito.com.br/2015/07/comentarios-sobre-lei-131422015-que.html
http://www.dizerodireito.com.br/2015/07/comentarios-sobre-lei-131422015-que.html
 
 
 
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 PRF e integrante do sistema prisional estão no art. 144 da Constituição Federal e também há previsão 
expressa da Força Nacional. 
 
Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos? 
 
Ano: 2020 Banca: SELECON Órgão: Prefeitura de Boa Vista - RR Prova: SELECON - 2020 - Prefeitura de 
Boa Vista - RR - Guarda Civil Municipal. Camila é investigadora da Polícia Civil, sendo ferida gravemente 
em confronto com grupo de pessoas portando armas de grosso calibre. Nos termos da Lei nº 8.072/90, é 
considerado crime hediondo o praticado dolosamente contra agente de segurança que resulte em: 
A. lesão corporal de natureza leve 
B. lesão corporal de natureza média 
C. lesão corporal de natureza gravíssima 
D. lesão corporal de natureza grave 
Gab. C. 
 
4.2 Roubo 
 
Antes da publicação do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) somente era considerado hediondo o 
roubo quando qualificado pelo resultado morte, denominado de Latrocínio. 
E o que fez o PAC em relação ao referido tema? O pacote anticrime retirou a expressão “latrocínio” 
de seu tipo penal, que também já não constava no Código Penal. Agora a expressão “latrocínio” só existe na 
doutrina. 
A Lei n. 13.964/2019 modificou significativamente esse cenário, ampliando as hipóteses legais. 
Assim, no contexto atual será considerado hediondo não apenas o roubo qualificado pelo resultado morte, 
mas também: 
• O roubo circunstanciado pela restrição da liberdade da vítima; 
• O roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2°-A, inciso I) ou pelo 
emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2°-B). 
Vejamos: 
 
Art. 1º, II – ROUBO: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019). 
 
 
 
 
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a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019). 
 
Antes do pacote anticrime o inciso II era apenas latrocínio (abordado pela alínea “c”), agora roubo. 
Não confundir com sequestro relâmpago, aqui não é uma conduta essencial por parte da vítima, é o roubo 
em que o criminoso restringiu a liberdade da vítima de maneira momentânea, a doutrina afirma ser um 
período curto para que o criminoso consiga fugir sem ser pego pela polícia por exemplo. Diferentemente de 
uma conduta que o criminoso restringe a liberdade da vítima para ir até um caixa eletrônico fazer o saque, 
uma conduta essencial enquadrada no caso de extorsão, vulgarmente conhecida como sequestro relâmpago. 
Não confundir também com roubo seguido de sequestro, que é quando o criminoso subtrai um bem 
mediante violência ou grave ameaça, restringe a liberdade da vítima por uma quantidade de tempo que é 
desnecessária, não precisava ter sobre seu poder a vítima. 
 
b. circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma 
de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). 
 
 A Lei separou a arma de fogo de uso geral da arma de fogo de uso proibido ou restrito, tendo em vista 
que no Código Penal o pacote anticrime promoveu alterações de forma a incluir uma majorante do aumento 
de pena de 2/3 para uso de arma de fogo e um aumento mais grave, o dobro da pena, para uso de arma de 
fogo de porte restrito ou proibido. 
 
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019). 
 
Aqui o crime considerado hediondo é o roubo qualificado pelo resultado agravador, morte ou lesão 
corporal grave. 
 
Observação 
Prezado candidato, cumpre atentarmos para o fato de que a lei foi taxativa em mencionar arma de 
fogo, logo, o emprego de violência ou grave ameaça para subtração de coisa alheia com arma branca, não 
será considerado hediondo. Vale salientar que a Lei 13.964/2019 reestabeleceu a majorante da pena, se a 
violência ou grave ameaça é exercida com emprego de “arma branca”, nesse caso, o deito não será 
considerado hediondo e majorante será de 1/3 a ½. 
 
 
 
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Pacote Anticrime 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
II - latrocínio (art. 157, § 3°, in fine); II – roubo: 
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da 
vítima (art. 157, § 2°, inciso V); 
b) circunstanciado pelo emprego de arma de 
fogo (art. 157, § 2°-A, inciso I) ou pelo emprego 
de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 
157, § 2°-B); 
c) qualificado pelo resultado lesão corporal 
grave ou morte (art. 157, § 3°); 
 
Em se tratando de novatio legis in pejus, posto que ampliou as hipóteses em que o crime de roubo 
será considerado hediondo, deve respeitar a regra constitucional-penal da irretroatividade da lei penal 
prejudicial. 
 
4.3 Extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte 
 
Art.1º III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou 
morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019). 
 
 Antes do pacoteanticrime tínhamos apenas a expressão, “extorsão qualificada pela morte”, ou seja, 
apenas a extorsão com resultado morte era crime hediondo. Agora deixa de ser crime hediondo a extorsão 
qualificada pela morte e temos a nova redação “restrição da liberdade da vítima”, o famoso sequestro 
relâmpago simples ou com o resultado agravador lesão corporal ou morte. 
 Destaca-se para o fato de que assim como antes, após o pacote anticrime, a extorsão simples continua 
não sendo crime hediondo, mas é crime hediondo a extorsão qualificada pela restrição de liberdade, ou seja, 
o sequestro relâmpago vai ser crime hediondo em qualquer de suas formas, independentemente do resultado. 
 
- Já Caiu CESPE 
Conforme a legislação pertinente, considera-se crime hediondo a extorsão simples. 
 
 
 
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Errada. A extorsão simples nunca foi considerada crime hediondo, antes ou depois do pacote 
anticrime. 
 Pacote Anticrime 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
III – extorsão qualificada pela morte (art. 
158, §2°); 
III – extorsão qualificada pela restrição 
da liberdade da vítima, ocorrência de 
lesão corporal ou morte (art. 158, § 3°); 
 
4.4 Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada 
 
IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso 
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994). 
 Neste inciso, exige-se o pagamento de resgate. Todas as modalidades de extorsão mediante sequestro 
serão consideradas crimes hediondos. 
 
4.5 Estupro 
 
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009). 
 
 O delito de estupro é considerado hediondo independente da modalidade. Leia-se, em todas as 
modalidades o delito de estupro é etiquetado como hediondo. 
Hoje não se exige mais apenas a conjunção carnal, mas sim qualquer tipo de ato libidinoso que não 
haja consentimento. 
 
 
4.6 Estupro de Vulnerável 
 
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, 
de 2009). 
 
O delito de estupro de vulnerável é considerado hediondo independente da modalidade. O STF e STJ 
entendem que o estupro de vulnerável (art. 224 do CP, na redação anterior a Lei nº 12.015), já era hediondo. 
 
 
 
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A 3ª Seção do STJ autoriza a aplicação dos consectários da Lei 8.072/90 para os crimes sexuais 
praticados com violência presumida, mesmo que anteriores a Lei nº 12.015/09. 
Vejamos: 
“Os crimes de estupro e atentado violento ao pudor praticados anteriormente à Lei n.º 
12.015/2009, ainda que mediante violência presumida, configuram crimes hediondos. 
Precedentes desta Corte e do Supremo Tribunal Federal. 2. Embargos de divergência 
acolhidos a fim de reconhecer a hediondez do crime praticado pelo Embargado” 
(REsp. 1225387/RS, rel. Min. Laurita Vaz, Dje 04/09/2013). 
 
 Atente-se ainda para o fato de que o estupro de vulnerável, não é apenas contra menores de 14 anos, 
mas sim contra pessoas que possuam deficiência mental, ou pessoas que estavam embriagas ao ponto de não 
saber onde estavam, pessoas que por ventura estejam sob efeito de algum medicamento, pessoas que não 
possam oferecer capacidade de resistência. Cuidado que nestes casos o consentimento do vulnerável não é 
sequer considerado. 
 
4.7 Demais Crimes 
 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994). 
 
 Este inciso aborda uma epidemia que resulta em morte e caso seja causada de forma dolosa. 
A epidemia, por si só, não é crime hediondo. Exige-se que seja qualificada pela morte. Epidemia é a 
difusão de doença mediante a propagação de genes patogênicos. Ademais, cumpre destacarmos que somente 
a propagação de doença humana é que configura o crime do art. 267, §1º do Código Penal, já que em se 
tratando de enfermidade que atinja animais ou plantas, o crime será o do art. 61, Lei nº 9.605/98, não 
hediondo por falta de previsão legal. 
 
 
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos 
ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de 
julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998). 
 
 Também conduta praticada com dolo. Exemplo: Pílulas anticoncepcionais estavam sendo substituídas 
por farinha, placebo. Quando a falsificação acontecer de forma dolosa, como neste caso será enquadrada 
nesse crime hediondo. 
A Lei n.° 12.978/2014 acrescentou mais um inciso ao art. 1º da Lei n.° 8.072/90 prevendo que também 
é considerado como crime hediondo o favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual 
 
 
 
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de criança ou adolescente ou de vulnerável, delito previsto no art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º do Código Penal. 
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente 
ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014). 
 
 Cumpre destacarmos que não é qualquer tipo de exploração sexual, uma exploração de maior de idade 
não é considerada como crime hediondo. Terá de ser uma criança, adolescente ou deficiente mental. 
 Vejamos o tipo penal em estudo: 
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou 
adolescente ou de vulnerável. (Redação dada pela Lei nº 12.978, de 2014) 
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém 
menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a 
abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também 
multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
§ 2o Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior 
de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas 
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença 
de localização e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
 
- Já Caiu CESPE 
(CESPE/2018/PC-MA/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL). Conforme a legislação pertinente, 
considera-se crime hediondo: 
 
a. o favorecimento da exploração sexual de pessoas adultas. 
b. o estupro de vulnerável tentado. 
c. a lesão corporal dolosa de natureza grave. 
d. o sequestro. 
e. a extorsão simples. 
 
a. Criança, adolescente ou vulnerável. 
b. Alternativa correta. Crimes hediondos são tanto os tentados como os consumados 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12978.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art3http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art3
 
 
 
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c. Vai ser lesão corporal dolosa aquela que for gravíssima ou com resultado morte contra as autoridades do 
art. 142 que são os militares e do art. 144 que são os órgãos de segurança pública, do sistema prisional e 
Força Nacional de Segurança Pública, tanto no exercício da função quanto por exercerem a função. Também 
os cônjuges e os parentes consanguíneos até o terceiro grau civil. 
d. Não. 
e. Com as mudanças do pacote anticrime a extorsão que vai ser considerada crime hediondo vai ser o 
sequestro-relâmpago e a extorsão qualificada pelo resultado lesão corporal ou morte. 
 
Pacote Anticrime 
A principal modificação na Lei dos Crimes Hediondos ocasionada pelo Pacote Anticrime foi a 
ampliação do rol dos crimes considerados hediondos. Alguns deles, como, por exemplo, o crime de roubo 
qualificado pela morte passou a ser etiquetado como hediondo também em outras hipóteses. 
No crime de furto, por sua vez, não tínhamos nenhum dispositivo correspondente. Assim, o furto 
não era considerado crime hediondo em nenhuma situação, seja na forma simples ou qualificada. 
Contudo, com o advento da Lei n.º 13.964/2019 (Pacote Anticrime), passa a ser considerado 
hediondo o furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 
155, § 4°- A). 
Deste modo, temos que com a recente alteração no rol taxativo dos crimes hediondo, o legislador 
entendeu ser necessário reprimir de maneira mais veemente, indivíduos que subtraiam bens alheios com a 
utilização de explosivos ou qualquer outro artefato análogo que cause perigo comum. Isto posto, reveste-se 
do caráter hediondo, passando a ser punido com maior rigidez. 
Em se tratando de novatio legis in pejus, posto que passou a considerar hediondo um crime que não 
era capitulado como tal, deve respeitar a regra constitucional-penal da irretroatividade da lei penal 
prejudicial. 
Vejamos: 
 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
Sem dispositivo correspondente. IX – furto qualificado pelo emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que 
cause perigo comum (art. 155, § 4°- A). 
 
 Vejamos detalhadamente: 
 
IX – FURTO qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum 
(art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). 
 
 Inserido pelo pacote anticrime. Essa inserção foi feita pelo aumento das explosões de caixas 
 
 
 
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eletrônicos. Presenciamos aqui uma das várias falhas do pacote anticrime, o legislador incluiu o furto 
qualificado pelo emprego de artefato explosivo ou análogo como hediondo, mas esqueceu de fazer o mesmo 
com o roubo. 
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: 
I – o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956; (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019). 
 
Este crime de genocídio tem algumas possibilidades, não é só matar uma grande quantidade de 
pessoas de determinada raça ou etnia. É, por exemplo, fazer transferência forçada de crianças, obrigar um 
conjunto de pessoas a não se reproduzir. 
 
Candidato, existe algum crime hediondo que não esteja previsto no Código Penal? Existe sim, é o 
crime de genocídio, previsto na Lei nº 2.889/56, sendo considerado hediondo se tentado ou consumado. 
O crime de genocídio tem previsão no art. 1º, parágrafo único da Lei 8.072/90 “considera-se também 
hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei no 2.889, de 1º de outubro de 1956, 
tentado ou consumado”. 
Cumpre destacarmos ainda que, o genocídio é classificado como crime contra a humanidade, e não 
contra a vida. 
O crime de genocídio não se trata de delito de competência do Tribunal do Júri, ainda que a conduta 
consista em matar dolosamente membros de um grupo, pois é crime contra a humanidade e não contra a vida. 
Lembre-se! O Tribunal do Júri tem competência para julgar crimes dolosos contra a vida. Por sua 
vez, o genocídio é crime contra a humanidade, razão pela qual a competência de julgamento é do juízo 
singular (comum) – Federal ou Estadual, a depender do caso concreto. 
Por fim, cumpre recordarmos que o genocídio é um típico exemplo de norma penal em branco “ao 
avesso”, isto é, temos as condutas criminosas, mas faltam as respectivas penas, o preceito secundário está 
incompleto. 
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). 
A posse ou porte de arma de uso PROIBIDO foi incluída pelo pacote anticrime como crime 
hediondo, enquanto o restrito deixa de ser crime hediondo. 
Pacote Anticrime 
 
 
 
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O inc. II, do parágrafo único do art. 1º da Lei 8.072/90, dispõe acerca de um outro crime com natureza 
hedionda, constante em lei específica. Trata-se da posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso PROIBIDO, 
previsto no art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003. 
Ao analisarmos o tipo penal, contemplamos que o pacote anticrime retira de crime hediondo a posse 
ou porte de arma de uso restrito por aqueles que não podem fazê-lo. Agora, será hediondo posse ou porte 
ilegal de arma de fogo de uso proibido. 
Assim, levando-se em consideração que o legislador optou por tratar a posse ou o posse de arma de 
fogo de uso proibido como qualificadora do referido delito, dessa forma, como a lei de crimes hediondos fala 
somente em arma de fogo de uso proibido, acreditamos que excluiu-se da abrangência da lei de crimes 
hediondos as armas de fogo de uso restrito, restando apenas o enquadramento para as armas de fogo de uso 
proibido, conforme a nova redação do art. 16, Estatuto do Desarmamento. 
Vejamos: 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos 
o crime de genocídio previsto nos arts. 1°, 2° e 3° da 
Lei no 2.889, de 1º de outubro de 1956, e o de posse 
ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, 
previsto no art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de 
dezembro de 2003, todos tentados ou consumados. 
Parágrafo único. Consideram-se também 
hediondos, tentados ou consumados: 
I – o crime de genocídio, previsto nos arts. 1°, 2° e 
3° da Lei n. 2.889, de 1° de outubro de 1956; 
 
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo 
de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n. 
10.826, de 22 de dezembro de 2003; 
 
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro 
de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). 
 
O pacote anticrime (Lei n. 13.964/2019) alterou a redação do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 
8.072/90 prevendo que também é considerado como crime hediondo o crime de comércio ilegal de armas 
de fogo previsto no art. 17 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003. 
 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
Sem dispositivo correspondente. III – o crime de comércio ilegal de armas de fogo 
previsto no art. 17 da Lei n. 10.826, de 22 de 
dezembro de 2003; 
 
 
 
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Trata-se de atualização introduzida pela lei 13.964/2019, incluindo no rol taxativo dos crimes 
hediondos, o comércio ilegal de arma de fogo previsto no art. 17 do Estatuto do Desarmamento. Tal delito 
passa aser tratado como hediondo. 
Vejamos: 
Comércio ilegal de arma de fogo 
 Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, 
remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no 
exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
 Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de 
serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência. (Redação dada 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou 
em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes 
elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Em se tratando de novatio legis in pejus, posto que passou a considerar hediondo um crime que não 
era capitulado como tal, deve respeitar a regra constitucional-penal da irretroatividade da lei penal 
prejudicial. 
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei 
nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). 
O pacote anticrime (Lei n. 13.964/2019) alterou a redação do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 
8.072/90 prevendo que também é considerado como crime hediondo o crime de tráfico internacional de 
arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei n. 10.826, 22 de dezembro de 2003. 
Refere-se, pois, a mais uma inovação trazida pelo pacote anticrime, etiquetando o crime de tráfico 
internacional de armas de fogo, acessórios e munições como hediondo. Doravante, o delito ora em comento, 
será reprimido com maior rigor. 
 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
Sem dispositivo correspondente. IV – o crime de tráfico internacional de arma de 
fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 
da Lei n. 10.826, 22 de dezembro de 2003; 
 
 
 
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Manual Caseiro 
 
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Tráfico internacional de arma de fogo 
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de 
fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente: 
 Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em 
operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando 
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019). 
Essas condutas são muito mais graves que o mero porte ou posse de armas de fogo de uso proibido, 
com o pacote anticrime o legislador corrigiu essa questão do comércio e o tráfico internacional antes não 
serem crimes hediondos, passando agora a serem considerados como tal, leia-se, hediondos. 
Em se tratando de novatio legis in pejus, posto que passou a considerar hediondo um crime que não 
era capitulado como tal, deve respeitar a regra constitucional-penal da irretroatividade da lei penal 
prejudicial. 
V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou 
equiparado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). 
O inciso V traz o crime de organização criminosa quando direcionada para o fim da prática do tráfego 
de drogas por exemplo que é equiparado a hediondo, portanto, teremos aqui o crime de organização criminosa 
como crime hediondo nesta situação. 
O pacote anticrime (Lei n. 13.964/2019) alterou a redação do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 
8.072/90 prevendo que também é considerado como crime hediondo o crime de organização criminosa, 
quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado. 
 
Redação Anterior Nova Redação – Pacote Anticrime 
Sem dispositivo correspondente. V – o crime de organização criminosa, quando 
direcionado à prática de crime hediondo ou 
equiparado.” 
 
Diante do exposto, temos que o pacote anticrime acrescentou o inc. V ao parágrafo único do art. 1º 
da lei ora em comento, etiquetando como hediondo, o crime de organização criminosa, quando essa 
organização tiver por finalidade a prática de crime hediondo ou equiparado. 
 
 
 
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Em se tratando de novatio legis in pejus, posto que passou a considerar hediondo um crime que não 
era capitulado como tal, deve respeitar a regra constitucional-penal da irretroatividade da lei penal 
prejudicial. 
 
5. Lei de drogas e figuras equiparadas 
 
Lembrem-se que o crime de tráfico de drogas não é crime hediondo, é um crime equiparado a 
hediondo. 
Candidato, todos os tipos penais da Lei de Drogas que são equiparados a crimes hediondos? 
Não! Apenas alguns crimes da Lei de drogas são equiparados a hediondos. Art. 33 §1º e Art. 36. 
Vejamos: 
 
Condutas equiparadas a crimes hediondos Condutas não equiparadas a crimes hediondos 
 
Art. 33, caput e §1º da Lei. 
Art. 36 – Financiamento ou custeio de tráfico 
A maioria dos doutrinadores incluem o art. 34 – 
tráfico maquinário. (Não há consenso). 
 
Art. 28 – Consumo próprio 
Art. 33 §4º - tráfico privilegiado. (Réu primário 
de bons antecedentes, não integra organização 
criminosa. STF e STJ entendem não ser 
equiparado a hediondo). 
Art. 35 – Associação para o tráfico 
Art. 33, § 2º - Induzimento, instigação ou auxílio 
ao uso de drogas. 
Art. 33, §3º - Uso compartilhado. (roda de drogas) 
Art. 37 – Colaboração para o tráfico na condição 
de informante (fogueteiro). 
 
 
 
 Candidato, tráfico privilegiado é considerado crime hediondo? 
 
Inicialmente, cumpre estudarmos a referida espécie. Vejamos: 
A figura privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006): Nos delitos definidos no caput e no § 
1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão 
em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não 
se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 
5, de 2012) 
 
 
 
 
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Essa figura privilegiada configura o tráfico acidental, e reclama a presença de quatro requisitos 
cumulativos (diminuição de 1/6 a 2/3): 
a. Agente primário; 
b. Bons antecedentes; 
c. Não se dedica a atividades criminosas; 
d. Não integra organizações criminosas. 
 
 O STF entendeu recentemente que a figura privilegiada não é equiparada a hediondo. 
Nesse sentido, o Informativo 831. Vejamos: 
 
 
Tráfico privilegiado não é hediondo (cancelamento da Súmula 512-STJ) 
O chamado "tráfico privilegiado", previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de 
Drogas), não deve ser considerado crime equiparado a hediondo. STF. Plenário. HC 
118533/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 23/6/2016 (Info 831). O tráfico ilícito de 
drogas na sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006) não é crime equiparado 
a hediondo e, por conseguinte, deve ser cancelado o Enunciado 512 da Súmula do Superior 
Tribunal de Justiça. STJ. 3ª Seção. Pet 11.796-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 
julgado em 23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 595). O que dizia a Súmula 512-STJ: "A 
aplicação da causa de diminuição de pena prevista noart. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006 
não afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas." 
http://www.dizerodireito.com.br/2016/06/o-trafico-privilegiado-art-33-4-da-lei.html 
 
O STJ tinha editado a Súmula 512, a qual pregava que a natureza privilegiada não afastaria o caráter 
hediondo. Contudo, com o novo entendimento do STF, a súmula restou superada/cancelada. 
 
 Pacote Anticrime 
 
Em consonância com a Jurisprudência, a alteração trazida pela Lei n. 13.964/19 (PAC), prevê na Lei 
de Execução Penal, que NÃO SE CONSIDERA hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o 
crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei no 11.343, de 23 de agosto de 2006. 
http://www.dizerodireito.com.br/2016/06/o-trafico-privilegiado-art-33-4-da-lei.html
 
 
 
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Diante do exposto, contemplamos que o PAC positivou o entendimento da Jurisprudência no sentido 
de que tráfico de drogas privilegiado não é considerado crime hediondo. 
Vejamos: 
 
Art. 112, § 5º, da [Lei de Execução Penal]: “Não se considera hediondo ou equiparado, para 
os fins deste artigo, o crime de trafico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei no 11.343, 
de 23 de agosto de 2006.” 
 
 
6. Fiança 
 
Os crimes hediondos e equiparados são inafiançáveis. Cumpre destacarmos que na redação original 
da Lei dos Crimes Hediondos também era vedada a liberdade provisória sem fiança. Essa proibição, contudo, 
foi abolida pela Lei 11.464/2007. 
 
Art. 2º. Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins e o terrorismo são insuscetíveis de: II - fiança. 
 
O referido inciso foi alterado pela Lei nº 11.464/2007, antes o mesmo inciso vedava fiança, bem 
como, a liberdade provisória, atualmente, veda tão somente a fiança. 
Atualmente, a liberdade provisória sem fiança depende do convencimento do Juiz, no sentido de 
estarem ausentes os requisitos para a decretação da prisão preventiva. 
Desse modo, temos que é cabível a liberdade provisória, sem fiança. 
 
Candidato, ao estabelecer os crimes hediondos e equiparados como sendo crimes inafiançáveis 
(art. 5º, XLIII, da CF), isso não significa que a CF proibiu também a concessão de liberdade provisória? 
NÃO. A impossibilidade de pagar fiança em determinado caso não impede a concessão de 
liberdade provisória, pois são institutos diferentes. Esta distinção está prevista, inclusive, na própria CF, 
em seu art. 5º, LXVI (ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade 
provisória, com ou sem fiança). Conforme se observa pela redação deste inciso LXVI, existe liberdade 
provisória com fiança e liberdade provisória sem fiança. O que a CF vedou foi a fiança e não a liberdade 
provisória. 
Resumindo: 
- É proibida a concessão de liberdade provisória com fiança. 
 
 
 
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- É permitida, entretanto, a concessão de liberdade provisória sem fiança. 
 
Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos? 
 
Ano: 2020. Banca: SELECON Órgão: Prefeitura de Boa Vista - RR Prova: SELECON - 2020 - Prefeitura de 
Boa Vista - RR - Guarda Civil Municipal 
Geromel é Delegado da Polícia Civil do Estado JJ e recebe da polícia repressiva dois indivíduos acusados 
por crime considerado hediondo, os quais recolhe para as instalações carcerárias. Posteriormente, recebe 
requerimento de advogado constituído para relaxar a prisão dos acusados. Nos termos da Lei nº 8.072/90, 
não é possível arbitrar para os crimes nela tipificados: 
 
A. caução 
B. seguro 
C. fiança 
D. garantia 
 
Gab. C, Fiança. Não cabe fiança nos crimes hediondos. Contudo, cumpre recordarmos que fato do crime ser 
hediondo não impede a concessão de Liberdade provisória sem fiança. 
 
7. Progressão de regime 
 Para ter acesso a progressão de regime o indivíduo além de ter que possuir os critérios subjetivos 
como o bom comportamento atestado pelo diretor do presídio, que inclusive atualmente não exige mais o 
atestado criminológico (o STJ afirma que não é obrigatório, mas não foi proibido, portanto, se o juiz exigir 
e justificar terá de ser feito), terá de cumprir também os requisitos objetivos. 
 Em um breve histórico da progressão de regime nos crimes hediondos, voltamos a 1990 quando a 
lei de crimes hediondos determinava que; 
 
Art. 2º § 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em regime fechado. 
 
 Em 2007 o STF entendeu que este parágrafo era inconstitucional pois violava o princípio da 
individualização da pena, cada pessoa deve ser tratada de acordo com as necessidades; 
 
 § 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação 
dada pela Lei n. 11.464, de 2007). 
 
Neste ano a Lei mudou e passou a atestar que a pena será cumprida INICIALMENTE em regime 
fechado. Cumpre ressaltar que antes da Lei 11.464/2007 como não havia uma regra prevista de progressão 
 
 
 
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de regime na Lei de Crimes Hediondos, passou-se a aplicar (primeira regra) o critério de 1/6 de cumprimento 
da pena para progressão de regime, previstos na LEP. 
Observamos, portanto, que em 1990, a Lei informava que o cumprimento de pena era integralmente 
em regime fechado, esse critério prevaleceu até 2007, quando a lei mudou os critérios determinou que a pena 
prevista no artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. No entanto em 2013 p STF dispôs que até 
esse inicialmente era inconstitucional. STF HC 119382 26/11/2013. 
Ressalta-se que a Lei 11.464/2007 que passou a disciplinar a liberdade provisória nos crimes 
hediondos, determinou a progressão de regime trazendo a segunda regra: 
 
Art. 1o O art. 2o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação: 
 
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após 
o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se 
reincidente. 
 
 A reincidência não é especifica, ou seja, não precisa ser reincidência nos crimes hediondos, se 
cometer qualquer outro crime a menos de 5 anos para fins de reincidência, iria necessitar cumprir 3/5 da 
pena. 
 Em 2018 adveio mais uma alteração; 
 
 § 2º A progressão de regime, no caso dos condenados pelos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após 
o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se 
reincidente, (2018) observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 112 da Lei n. 7.210, de 11 de julho de 
1984 (Lei de Execução Penal). 
 Esse parágrafo 3º e 4º trouxe a possibilidade de uma progressão mais benéfica para mãe gestante ou 
responsável por criança ou por deficiente mental. Consideram-se alguns critérios de natureza subjetiva, 
outros critérios elencados na Lei de Execuções Penais, precisa-se cumprir 1/8 da pena para progredir de 
regime. 
 Atualmente com o Pacote Anticrime temos a aplicação da terceira regra na progressão de regime, 
agora em porcentagem; (contextualização da progressão de regime geral, não especifica para crimes 
hediondos). 
 
 
 
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Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para 
regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (Redação 
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem 
violência à pessoa ou grave ameaça; 
II - 20% (vinte por cento) da pena, seo apenado for reincidente em crime cometido sem violência à 
pessoa ou grave ameaça; 
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com 
violência à pessoa ou grave ameaça; 
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à 
pessoa ou grave ameaça; 
Observe que temos uma lacuna na lei do pacote anticrime, tendo em vista que se o indivíduo for 
reincidente, no entanto ele cometeu um crime sem violência ou grave ameaça e outro foi com violência ou 
grave ameaça. Essa hipótese não foi contemplada pela Lei. 
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou 
equiparado, se for primário; 
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, 
vedado o livramento condicional; 
Não terá livramento condicional quem pratica crime hediondo com resultado morte. 
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para 
a prática de crime hediondo ou equiparado; ou 
 Nesse momento não estamos falando do crime hediondo, apenas uma contextualização da progressão 
de regime. 
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; 
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo 
ou equiparado; 
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou 
equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional. 
 
Não terá livramento condicional quem pratica crime hediondo com resultado morte. Em resumo 
temos, portanto, a progressão de regime para crimes hediondos. 
Vejamos: 
 
 
 
 
 
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% de cumprimento Crimes hediondos praticados 
40% Crime hediondo ou equiparado (primário) 
50% Crime hediondo ou equiparado, com resultado 
MORTE (primário). 
60% Reincidente na prática de crime hediondo ou 
equiparado. 
70% Reincidente em crime hediondo ou equiparado 
com resultado MORTE. 
 
 
Observamos que mais uma vez aparece uma lacuna, quem cometer crime hediondo, mas não for 
reincidente específico não há hipótese. 
 
7.1 Situações de direito intertemporal 
 
Situação 1 - Crime Hediondo cometido antes de 29/03/2007, (antes da Lei 11.4642007) terá que 
cumprir 1/6 da pena. 
 
Situação 2 – Crime Hediondo cometido entre 29/03/2007 e 22/01/2020, (vigência da Lei 11.4642007) 
se for primário terá que cumprir 2/5 da pena, se reincidente (não específica) terá de cumprir 3/5 da pena. 
 
Situação 3 – Crime Hediondo cometido a partir de 23/01/2020, (vigência da Lei nº 13.964, de 2019) 
aplicadas regras do pacote anticrime. 
 
 
- Já Caiu CESPE 
(CESPE/2011/TJ-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO) Maura praticou crime de extorsão, 
mediante sequestro, em 27/3/2008, e, denunciada, regularmente processada e condenada, iniciou o 
cumprimento de sua pena em regime fechado. Nessa situação hipotética, após o cumprimento de um 
sexto da pena em regime fechado, Maura terá direito à progressão de regime, de fechado para 
semiaberto. 
 Errado. Como o crime foi cometido em 2008, se ela for primária vai ter que cumprir 2/5 e se for 
reincidente terá que cumprir 3/5. 
 
(CESPE/2017/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO) A progressão de regime será admitida somente mediante 
a realização de exame criminológico, que é imprescindível para os condenados por crime hediondo. 
Errado. O exame criminológico não é obrigatório, também não é proibido. O juiz pode solicitar desde 
que justifique. 
 
 
 
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Lembre-se! 
A progressão de Regime prisional para os crimes hediondos até o advento do Pacote Anticrime era 
tipificada no §2º do art.2º da Lei 8.072/90 – Art. 2 § 2º A progressão de regime, no caso dos condenados aos 
crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for 
primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007). 
 
Como era antes do Pacote Anticrime: 
• 2/5 da pena, se o apenado fosse primário; 
• 3/5 da penal, se reincidente; 
• 1/8, no caso de mãe, gestante ou responsável legal de criança/deficiente. 
Contudo, após o Pacote Anticrime esse cenário é alterado. 
 
 
8. Regime inicial fechado para o cumprimento da pena privativa de liberdade 
 
Art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/90: “A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime 
fechado”.  
 
Em sua redação original, a Lei dos Crimes Hediondos o regime era integralmente fechado (começa e 
termina no regime fechado – não tem direito a progressão de regime). O STF decidiu pela 
inconstitucionalidade desse regime, pela violação dos princípios da individualização da pena, da 
proporcionalidade e também da dignidade da pessoa humana. 
Dessa forma, temos que antes do advento da Lei nº 11.464/2007, a Lei de Crimes Hediondos previa 
o cumprimento da pena em regime integralmente fechado, ou seja, não admitia a progressão do regime de 
cumprimento de pena. O referido dispositivo fora posteriormente declarado inconstitucional. Nessa esteira, 
passou-se a admitir a progressão de regime, contudo, ainda ficou estipulado que o regime inicial seria 
obrigatoriamente o fechado. Ocorre, todavia, que, o STF declarou também inconstitucional o regime inicial 
fechado obrigatório, por entender que viola o princípio da individualização da pena, devendo analisar o caso 
concreto e fundamentar sua decisão. 
Na fixação do regime inicial, o juiz deve observar as Súmulas 718 e 719 do STF. 
 
 
 
 
 
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Súmula 718 STF: “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação 
idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.” Não pode fixar 
regime c/ base a gravidade em abstrato apenas. 
 
Súmula 719 STF: “A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir 
exige motivação idônea”. 
 
O STF decidiu que o regime inicial fechado também é inconstitucional, por violação dos princípios 
da individualização da pena e da proporcionalidade, e por falta de previsão na CF (Plenário, HC 111.840, 
Informativo 672): 
 
EMENTA Habeas corpus. Penal. Tráfico de entorpecentes. Crime praticado durante a 
vigência da Lei nº 11.464/07. Pena inferior a 8 anos de reclusão. Obrigatoriedade de 
imposição do regime inicial fechado. Declaração incidental de inconstitucionalidade do § 1º 
do art. 2º da Lei nº 8.072/90. Ofensa à garantia constitucional da individualização da pena 
(inciso XLVI do art. 5º da CF/88). Fundamentação necessária (CP, art. 33, § 3º, c/c o art. 
59). Possibilidade de fixação, no caso em exame, do regime semiaberto para o início de 
cumprimento da pena privativa de liberdade. Ordem concedida. 1. Verifica-se que o delito 
foi praticado em 10/10/09, já na vigência da Lei nº 11.464/07, a qual instituiu a 
obrigatoriedade da imposição do regime inicialmente fechado aos crimes hediondos e 
assemelhados. 2. Se a Constituição Federal menciona que a lei regulará a individualização 
da pena, é natural que ela exista. Do mesmo modo, os critérios para a fixação do regime 
prisional inicial devem-se harmonizar com as garantias constitucionais, sendo necessário 
exigir- se sempre a fundamentação do regime imposto, ainda que se trate de crime hediondo 
ou equiparado. 3. Na situação em análise, em que o paciente, condenado a cumprir pena de 
seis (6) anos de reclusão, ostenta circunstâncias subjetivas favoráveis, o regimeprisional, à 
luz do art. 33, § 2º, alínea b, deve ser o semiaberto. 4. Tais circunstâncias não elidem a 
possibilidade de o magistrado, em eventual apreciação das condições subjetivas 
desfavoráveis, vir a estabelecer regime prisional mais severo, desde que o faça em razão de 
elementos concretos e individualizados, aptos a demonstrar a necessidade de maior rigor da 
medida privativa de liberdade do indivíduo, nos termos do § 3º do art. 33, c/c o art. 59, do 
Código Penal. 5. Ordem concedida tão somente para remover o óbice constante do § 1º do 
art. 2º da Lei nº 8.072/90, com a redação dada pela Lei nº 11.464/07, o qual determina que 
“[a] pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado“. 
Declaração incidental de inconstitucionalidade, com efeito ex nunc, da obrigatoriedade de 
fixação do regime fechado para início do cumprimento de pena decorrente da condenação 
por crime hediondo ou equiparado. (HC 111840, Relator (a): Min. DIAS TOFFOLI, 
Tribunal Pleno, julgado em 27/06/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-249 DIVULG 16-
12-2013 PUBLIC 17-12-2013). 
 
Para o STF, o legislador não pode obrigar o Juiz a aplicar um determinado regime prisional. Assim, 
atualmente é possível a aplicação de um regime aberto ou semiaberto para condenado em crime hediondo ou 
equiparado. 
 
 
 
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9. Livramento condicional 
No caso de crimes hediondos ou equiparados que tiverem resultado morte, não será cabível o 
livramento condicional. 
Art. 83 do Código Penal e alterações do Art. 112 da LEP. 
 
 
Situação Requisito objetivo (cumprimento de pena) 
 
Não reincidente em crime doloso Art. 83 CP 
 
+ de 1/3 
 
Reincidente em crime doloso Art. 83 CP 
 
+ de 1/2 
 
Condenado por crime hediondo ou equiparado Art. 
83 CP 
 
+2/3 (vedado para o reincidente específico) 
 
Crime hediondo ou equiparado com resultado 
MORTE Art. 112 LEP (modificado pela Lei nº 
13.964, de 2019 – anticrime). 
 
VEDADO 
 
Se a pessoa for reincidente específico (em crime hediondo), não vai ter direito ao livramento 
condicional. Se o primeiro crime praticado não foi crime hediondo e o segundo crime foi crime hediondo, 
pode ter direito, desde que cumpra mais de 2/3 da pena. 
Se praticar crime hediondo ou equiparado com resultado morte, seja primário, seja reincidente, não 
obterá livramento condicional. 
 
10. Crimes Hediondos e Saída Temporária 
 
De acordo com o art. 122, §§ 2º da Lei de Execução Penal, não terá direito à saída temporária a 
que se refere o caput deste artigo o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com 
resultado morte. 
Concluímos que, se for condenado apenas por crime hediondo, leia-se, sem o resultado morte, a saída 
temporária é possível. 
 
 
11. Prisão Temporária 
 
 
 
 
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A prisão temporária é uma modalidade de prisão provisória, decretada antes do trânsito em julgado 
da condenação, e tem natureza cautelar. 
No Brasil a prisão temporária é possível apenas na fase investigatória, por esse motivo ela não pode 
ser decretada de ofício pelo juiz, dependendo de requerimento do MP ou representação da autoridade policial. 
 
Art. 2º, § 4º, da Lei 8.072/90: “A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 
1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso 
de extrema e comprovada necessidade”. 
 
• Prazo da prisão temporária nos crimes em geral: 5 + 5 dias 
• Prazo da prisão temporária: 30 dias + 30 dias (em caso de extrema e comprovada necessidade). 
 
12. Estabelecimento de Segurança Máxima 
 
“Art. 3º da Lei 8.072/90: A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao 
cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios 
estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública”. 
 
O condenado de alta periculosidade pode não ser necessariamente um condenado por crime hediondo 
ou equiparado. 
Cumpre destacarmos que, para o presídio federal não vão apenas os condenados pela Justiça Federal. 
 
 
13. Direito de Recorrer em Liberdade 
 
§3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em 
liberdade. 
 
Interpretação conforme a CF: Réu processado preso, recorre preso, salvo se desaparecerem os 
fundamentos que determinaram a decretação da prisão preventiva. Por outro lado, réu processado solto, via 
de regra, recorre solto, salvo se presentes os fundamentos da prisão preventiva, eis a interpretação conforme 
a Constituição. 
 
 
 
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Ante o exposto, contemplamos que está vedado a imposição da condição de recolhimento ao cárcere 
para recorrer, devendo a sua decretação quando necessária ser fundamentada, em observância ao art.93,IX, 
da CF. 
 
14. Qualificadora do Delito de Associação Criminosa 
 
A Lei de crimes hediondos passou a prever uma espécie de qualificadora para o crime de associação 
criminosa, delito previsto ao teor do art. 288 do Código Penal, disciplinando que será de 3 a 6 anos de 
reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática de 
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. 
Assim, se o fim da associação criminosa for praticar crimes hediondos e/ou equiparados a hediondos 
(3T), a pena será mais grave, ou seja, trata-se de uma modalidade qualificada de associação criminosa. 
Nesse sentido, dispõe o texto legal, art. 8º“será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no 
art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins ou terrorismo”. 
Se a prática da associação criminosa for para cometer tráfico de drogas não 
irá incidir a qualificadora ora em comento, visto que a legislação especial, ei 
11.343/2006, possui regramento especifico, que refere-se ao crime de associação para o tráfico, que se 
contenta com a figura de dois agentes apenas. 
 
15. Já Caiu. Vamos Treinar? 
 
1. Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-PA Prova: CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de 
Direito Substituto. Conforme a Lei n.º 8.072/1990, é considerado hediondo o crime de: 
 
A. favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de mulheres. 
B. infanticídio. 
C. extorsão qualificada por qualquer resultado. 
D. lavagem de dinheiro. 
E. epidemia com resultado morte. 
 
Gab. ERRADO. 
 
 
 
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2. Ano: 2019 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-AM Prova: CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista 
Judiciário – Direito. Júnia, de quatorze anos de idade, acusa Pierre, de dezoito anos de idade, de 
ter praticado crime de natureza sexual consistente em conjunção carnal forçada no dia do último 
aniversário da jovem. Pierre, contudo, alega que o ato sexual foi consentido. A respeito dessa 
situação hipotética, julgue o item a seguir, tendo como referência aspectos legais e jurisprudenciais 
a ela relacionados. 
 
Se Pierre for condenado por estupro, o regime de cumprimento de pena será integralmente fechado, por 
se tratar de crime hediondo. 
 
Gab. ERRADO. 
 
3. Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: TJ-MA Prova: FCC - 2019 - TJ-MA - Analista Judiciário - Direito 
Segundo o que dispõe a legislação nacional acerca dos crimes hediondos (Lei n° 8.072/1990): 
 
A. o feminicídio não consta do rol dos crimes hediondos. 
B. o crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou 
adolescente ou de

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