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[Pensar Criminalista] Intranscendência da pena e extinção da pessoa jurídica na jurisprudência do STJ

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Quem Sou? 
Advogada, especialista em Direito Penal, Processo Penal e Direito Tributário. 
Apaixonada pela produção de conteúdo jurídico online. 
Entusiasta na confecção de materiais jurídicos práticos para estudantes e profissionais do 
Direito. 
 
https://www.linkedin.com/in/anna-paula-cavalcante-g-figueiredo/ 
 
 
 
1 
[Pensar Criminalista]: 
Intranscendência da pena e 
extinção da pessoa jurídica 
na jurisprudência do STJ 
 
 
 
 
 
Olá, amigos! 
 
Hoje vamos conversar um pouco sobre uma recente decisão do STJ em 
matéria de Direito Penal Ambiental. 
 
A Terceira Seção do STJ, ao julgar o REsp 1.977.172, decidiu que 
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2 
 
o princípio da intranscendência da pena, previsto no art. 5º, 
XLV da Constituição Federal, tem aplicação às pessoas 
jurídicas, de modo que, extinta legalmente a pessoa jurídica - 
sem nenhum indício de fraude -, aplica-se analogicamente o 
art. 107, I, do Código Penal, com a consequente extinção de 
sua punibilidade. 
 
 
Vamos compreender um pouco melhor essa importante decisão? 
 
Para começar, é preciso lembrar que um dos princípios reitores do 
Direito Penal é o da intranscendência da pena. Esse princípio tem sua 
base constitucional no inciso XLV do art. 5º. 
 
 
CF 
Art. 5º. (...) 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do 
patrimônio transferido; 
 
 
Nas lições de Gustavo Junqueira e Patricia Vanzolini, o também 
chamado princípio da personalidade se traduz no postulado de que 
 
 
(...) a pena não pode jamais transcender a pessoa que foi a 
autora ou partícipe do delito (Eugenio Raul Zaffaroni e José 
Henrique Pierangeli, Manual de direito penal brasileiro, p. 154), 
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3 
ou, em outras palavras, impede-se a punição por fato alheio 
(Luiz Regis Prado, Curso de direito penal brasileiro, 2007, p. 
144). 
(...) 
Tal princípio se vincula ao postulado da imputação subjetiva, 
de modo que apenas tem responsabilidade penal o agente que 
dolosa ou culposamente deu causa ao resultado, não se 
estendendo a terceiros as sanções daí decorrentes. 
Fundamenta-se na culpabilidade, pois, da mesma forma, 
apenas o agente que praticou o injusto e é reprovável por tal 
prática sofrerá a respectiva sanção penal (Juarez Cirino dos 
Santos, Direito penal, p. 32). (JUNQUEIRA; VANZOLINI, 2021) 
 
 
 
Seguindo. Da teoria geral do Direito Penal, sabemos que uma vez 
cometido um fato típico, ilícito e culpável surge para o Estado o poder-
dever de punir o autor da infração penal. 
 
Todavia, esse poder dever do Estado não é ilimitado, tampouco pode 
ser exercido de forma indiscriminada. Para que o Estado exerça seu 
direito de punir ele deve seguir todas as regras do devido processo 
penal. 
 
Entre tais regras, temos no art. 107 do nosso Código Penal as 
chamadas causas extintivas da punibilidade. Situações que, uma vez 
verificadas, afastam o poder punitivo do agente. Logo no inciso I do art. 
107 do Código Penal, temos a previsão da morte do agente como causa 
extintiva da sua punibilidade. 
 
Constatada e comprovada a morte do sujeito ativo da infração penal, 
não há mais que se falar na continuidade da persecução penal. 
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Se o sujeito não mais existir fisicamente, qualquer pena que lhe seja 
imposta não poderá ser executada pelo Estado. Eis aqui uma aplicação 
prática do princípio da personalidade das penas. 
 
No caso de morte da pessoa física, fica bem claro o entendimento da 
extinção da sua punibilidade como refletimos acima. 
 
Mas, e no caso da pessoa 
jurídica? Podemos falar que sua 
“morte” extingue a sua 
punibilidade? 
 
Para responder esses questionamentos, primeiro é preciso lembrar que 
não apenas pessoas físicas podem ser autoras de crimes. É expresso 
no nosso ordenamento jurídico a possibilidade de as pessoas jurídicas 
serem responsabilizadas por crimes ambientais (§3º do art. 225 da CF 
disciplinado pela Lei 9.605). 
 
Na definição de Carlos Roberto Gonçalves, as “pessoas jurídicas são 
entidades a que a lei confere personalidade, capacitando-as a serem 
sujeitos de direitos e obrigações” (GONÇALVES, 2022). De forma 
análoga ao que acontece com a pessoa física, pode-se considerar que a 
pessoa jurídica verifica a sua “morte” quando da sua extinção. 
 
E, no entender dos Ministros do STJ, essa “morte” da pessoa jurídica 
impõe a extinção de sua punibilidade. Todavia, exige-se que essa 
extinção seja processada sem fraudes. 
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No caso de extinção da pessoa jurídica por incorporação, a 
incorporadora não é responsabilizada penalmente quando esta 
operação empresarial é processada antes da prolação da sentença 
penal condenatória. 
 
O julgamento do REsp 1.977.172 foi realizado no dia 24/08 e ainda não 
temos a publicação do acórdão. Vale a pena acompanharmos esse 
recurso e esperar a publicação desta decisão para uma leitura mais 
atenta do seu inteiro teor. 
 
 
Enquanto isso, vocês podem 
acessar AQUI mais informações do 
REsp 1.977.172 na Edição 746 do 
Informativo de Jurisprudências do 
STJ. 
 
 
Vale dizer, por fim, que especialistas em matéria penal ambiental 
acreditam que o tema ainda chegará à análise do Supremo. 
 
Abraços e até a próxima! 
 
 
 
 
 
https://www.linkedin.com/in/anna-paula-cavalcante-g-figueiredo/
https://processo.stj.jus.br/docs_internet/informativos/PDF/Inf0746.pdf
https://processo.stj.jus.br/docs_internet/informativos/PDF/Inf0746.pdf
https://processo.stj.jus.br/docs_internet/informativos/PDF/Inf0746.pdf
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6 
Referências: 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988. Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm > 
 
________. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. 
Código Penal. Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm> 
 
________. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe 
sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e 
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. 
Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm > 
 
________. Superior Tribunal de Justiça. Informativo de 
Jurisprudência nº 746. Disponível em < 
https://processo.stj.jus.br/docs_internet/informativos/PDF/Inf0746.pdf > 
 
________. ________. Recurso Especial nº 1.977.172/PR. Relator 
Ministro Ribeiro Dantas - Terceira Seção, julgado em 24/08/2022. 
Disponível para consulta em < 
https://processo.stj.jus.br/processo/pesquisa/?src=1.1.2&aplicacao=proc
essos.ea&tipoPesquisa=tipoPesquisaGenerica&num_registro=2021037
92243 > 
 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro – Parte 
Geral – v. 1. 20. ed. São Paulo: SaraivaJur, 2022. 
 
https://www.linkedin.com/in/anna-paula-cavalcante-g-figueiredo/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm
https://processo.stj.jus.br/docs_internet/informativos/PDF/Inf0746.pdf
https://processo.stj.jus.br/processo/pesquisa/?src=1.1.2&aplicacao=processos.ea&tipoPesquisa=tipoPesquisaGenerica&num_registro=202103792243
https://processo.stj.jus.br/processo/pesquisa/?src=1.1.2&aplicacao=processos.ea&tipoPesquisa=tipoPesquisaGenerica&num_registro=202103792243
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7 
JUNQUEIRA, Gustavo; VANZOLINI, Patricia. Manual de direito 
penal: parte geral. 7. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2021. 
 
 
 
 
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