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Esse material é para uso único e exclusivo de pessoas que assinaram o drive! Proibida a sua comercialização e compartilhamento com terceiros 1 Esther Andrade | Turma 85 | Saúde da criança e do adolescente I ESPIRROS / ENGASGOS RN São reflexos de proteção, até que se tornem deletérios. Tem o objetivo de expelir substâncias que causem irritação nas narinas (imaturidade de vias aéreas). Ao nascer, os recém-nascidos entram em contato com cheiros diferentes, e com diferentes temperaturas, que causam os espirros. Ligado ao fluxo de leite, RGEf ou doença. Espirros alérgicos → vias aéreas reativas. OBS.: Em casos de hiperreatividade brônquica, o paciente quando espirra sequencialmente, em quadros de hiperreatividade brônquica aguda, como na rinite alérgica, espirra com raios de sangue saindo pelo nariz. A queda do estado geral e recusa alimentar associada aos espirros/tosse → traduz uma patologia. ENGASGO X REFLEXO DE GAG ENGASGO: há fechamento parcial ou total da garganta, precisando de ajuda para fazer o descolamento do alimento preso (Manobra de Heimlich). Existe também cianose, tosse sem som (não consegue tossir nem chorar). REFELXO DE GAG: É um mecanismo de defesa do corpo (reflexo protetor de vias aéreas) para retornar o alimento para a boca. Apresentação: hiperemia de face, “ânsia de vomito” e uma certa “careta”, olhos com lágrimas, tosse com som e exteriorização da língua, devolvendo o alimento para fora. Reflexo acaba em torno de 9 meses de idade. TOSSE Tosse é um mecanismo de defesa das vias aéreas, sintoma de doenças variadas desde um resfriado a um câncer de pulmão, cardiopatia e corpo estranho. AVALIAR Início Duração Broncoespasmo (chiado no peito) Sintomas associados: cansaço, coriza, cianose, espirro, obstrução nasal, febre. TIPO DE TOSSE: Seca, irritativa: Típico de resfriado, quadro viral ou alérgico → alergia, RGE, laringite e faringite viral e pneumonia viral. Produtiva: sinusites bacteriana ou viral, pneumonia e tuberculose. Não necessariamente há um acúmulo de secreção no pulmão, mas também pode ser apenas na face. Ladrante: comum na coqueluche Tosse noturna: gotejamento retronasal, causando sinusopatias e refluxo Tosse persistente (+21 a 30 dias): sinusopatias, alergia, corpo estranho e tuberculose OBS.: Em caso de tosse a mais de 3 semanas, febre, perda de peso e história epidemiológica de tuberculose = provável de ser TUBERCULOSE!!! Tosse aguda, seca: com coceira nasal ou na garganta + coriza = rinite alérgica, com cansaço, broncoespasmo = crise asmática. Tosse cheia, produtiva (roncos): com ou sem secreção/ou coriza por conta da obstrução nasal = gripes, resfriado e alergia Tosse crônica: associada a déficit pondero estatural e diarreia = fibrose cística Tosse com febre, dispneia, taquipneia: pneumonia Tosse ladrante: associada a rouquidão durante o período da noite e estridor = laringite espasmódica. É uma tosse com estridor. Tem uma retração de fúrcula Tosse com chiado: (comprida, longa, suspirada e soprada) → lactente com sintomas gripais, piora progressiva do desconforto respiratório e tosse = broquiolite (vírus sinsicial, mais comum no outono e inverno), lactente chiador e asma. Quando o paciente começa a soprar, ele está piorando seu estado Esse material é para uso único e exclusivo de pessoas que assinaram o drive! Proibida a sua comercialização e compartilhamento com terceiros 2 Esther Andrade | Turma 85 | Saúde da criança e do adolescente I ENURESE Perda primária involuntária, repetida na cama ou na roupa, em crianças com até 5 anos de idade, ocorridas pelo menos 2x/semanas e por no mínimo 3 meses, consecutivos, sem relação à medicação ou doença. ENURESE MONOSS INTOMÁTICA NOTURNA Patológica após 5 anos de idade, principalmente se voltar a apresentar após o controle e ou apresentar alteração de cor. Tem a proporção de 3 meninos para 1 menina, com importante associação com TDAH. Tem relação com deficiência de ADH. Pode ser ligada a uma questão emocional. CLASSIF ICAÇÃO DE ACORDO COM O INÍC IO DOS SINTOMAS: Primária: criança sempre apresentou essa perda urinária involuntária, nunca ficou mais de 6 meses sem urinar durante o sono. Se ela não parou de fazer o xixi na cama, até os 7 anos é considerado “normal”, após isso é preocupante. Secundária: criança ficou um período igual ou superior a 6 meses sem enurese e voltou a urinar durante o sono. TIPOS DE SINTOMAS: Monossintomática: apenas a micção durante o sono como sintoma. Não monossintomática: sintomas do trato urinário interior (alteração na frequência do jato urinário, incontinência diurna, urgência, sensação de esvaziamento vesical incompleto, etc.). OBS.: Afastar outras causas para a enurese noturna alteração da função renal resultando na poliúria e disfunções da bexiga. É importante restringir a ingesta hídrica ao anoitecer. FEBRE AVALIAR Início Tempo de duração: horas, dias Sintomas associados: calafrios, vômitos, tosse. Se teve febre antes ou depois dos sintomas associados. Intensidade da febre: métodos de aferição Comportamento da criança: criança com febre e prostração é normal. Criança prostrada e sem febre, sintoma de anormalidade. RN e lactente febril sem sinais de localização: investigar sinais e sintomas de doença bacteriana grave = calafrios (bacteremia oculta), letargia, sonolência, recusa alimentar e hipoatividade. Sinal de alerta para doença bacteriana: febre > 39,5⁰C CONVULSÃO FEBRIL Acontece nas primeiras 24h da febre. Ela não acontece por conta do grau de temperatura, mas sim devido à rapidez com que ela sai da temperatura normal para a febre. Benigna, mas 7% podem evoluir com epilepsia. Tendência familiar ou genética. Pico entre 14 e 18-20 meses/ 6 meses a 5-6 anos. Normalmente não se repete (quando ocorre no primeiro ano de vida, tem 30% de chance de se repetir). Crises generalizadas tônico crônicas a criança fica dura e treme. Em uma emergência: quando houver uma crise convulsiva febril (CCF) → realizar exame neurológico e investigar foco de infecção, pensando nas meningoencefalites → fazer punção lombar Tratamento na CCF típica: antitérmico regular durante o processo infeccioso e banho morno em caso de febre. Não dar banho de água gelada e nem com gelo (faz hipotermia maligna e pode matar a criança), nem uso de álcool na água do banho. Ideal é fazer compressa com água. Crises atípicas encaminhar para o neuropediatra. Esse material é para uso único e exclusivo de pessoas que assinaram o drive! Proibida a sua comercialização e compartilhamento com terceiros 3 Esther Andrade | Turma 85 | Saúde da criança e do adolescente I Quando encaminhar a um neuropediatra: Crises convulsivas focais Crises sem febre. Evolução de mais de 15 minutos Recorrência em < 24 horas História familiar de epilepsia Atraso no desenvolvimento neurológico Presença de manchas ou lesões na pele (café com leite 0,5 cm até 3 anos de idade), sardas na região inguinal e axilas até 4 ou 5 anos, nódulos sob a pele na puberdade, pontos escuros na íris dos olhos (neurofibromatose 1). Doença causada por tumores na pele que causam febres e evolui para convulsão. QUANTO A COR Negra: nesse tipo de pele é comum ter paciente com anemia falciforme. Caucasiana: nesse tipo de pele é comum ter paciente com fibrose cística (hipersecreção) Orientais: doenças raras, depressão/ suicídio (são disciplinadas desde cedo e tem uma cobrança muito alta) QUANTO AO LOCAL DE MORADIA Malária, esquistossomose, febre amarela, doenças de chagas, verminoses, arboviroses, etc. 2- QUEIXA PRINCIPAL (Q.P . ) Motivo da consulta, 2a 3 queixas, colocar com a palavra dos pais ou crianças entre aspas. 3- H.D.A. (HISTÓRIA DA DOENCA ATUAL) Destrinchar a queixa principal, cronologia dos sintomas, colocar em ordem (começo, meio e fim), fatores de melhora e piora, sintomas associados ou não, alterações na rotina provocadas pela criança, descrever de forma técnica, legível, autoexplicativa e notificar a negação. ATENÇÃO: referir negativamente ou positivamente a febre, sintomas, pródomos virais (tosse, coriza, nariz escorrendo, espirros: 90% de infecções em pediatria são virais), sintomas gastrointestinais (vômitos, diarreia), alterações urinárias, prostração, perda do apetite. 4- H.P .P . (HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA) Revisão de sistemas além da patologia que a trouxe ao consultório ou emergência, histórico de doenças. Doenças prévias, doenças comuns da infância, internações, alergias, fraturas, cirurgias, acidentes, uso habitual de medicamentos. 5- HISTÓRIA GESTACIONAL (H.G.) GRAVIDEZ, PARTO E PUERPÉRIO PRÉ-NATAL: Número de gestação, abortos, início do pré-natal, número de consultas. Saúde materna durante a gravidez (IST, infecções, uso de medicamentos), TORCHS-HIV (toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes, sífilis e HIV), dengue, zika, chikungunya, mayaro (infecção parecida com a chikungunya) e covid 19. Tipagem sanguínea: para o caso de eritroblastose fetal. É uma anemia hemolítica fetal causada pela transmissão transplacentária de anticorpos maternos direcionados às hemácias fetais. Quanto mais filhos a mão vai tendo, maior a memória imunológica para fazer a hemólise do sangue fetal. Importante realizar a dosagem cubis indireto (mãe) e cubis direto (feto) para verificar se há hemólise. Tabagismo, alcoolismo Drogas ilícitas Esse material é para uso único e exclusivo de pessoas que assinaram o drive! Proibida a sua comercialização e compartilhamento com terceiros 4 Esther Andrade | Turma 85 | Saúde da criança e do adolescente I PER NATAL/NATAL Idade gestacional (atermo, pré-termo e pós-termo), Classificação (AIG - adequado para a idade gestacional, PIG – pequeno para a idade gestacional e GIG – grande para a idade gestacional) Macrossômico: todo bebe com mais de 4 kg) Tipo de parto: parto vaginal ou cesária Comprimento do bebê Condições do parto, local do parto, líquido amniótico APGAR [PROVA] é bom a partir de 7, para que ele não sofra asfixia perinatal. PÓS NATAL Tempo de hospitalização Peso de alta Alimentação Icterícia neonatal Tipagem sanguínea (paciente não sai sem tipagem sanguínea, sem teste de HIV e sífilis materno, amamentação e sem fazer coco e xixi) Queda do coto umbilical → maior porta de entrada para infecção do recém- nascido. Onfalite: pode causar infecção sistêmica e sepse. Evacuações/Diurese → doença de Hirschsprung (megacólon congênito aganglionar) Sono Teste do pezinho, teste da orelhinha Teste da linguinha, teste do olhinho, teste do coraçãozinho (oximetria de pulso) 6- HISTÓRIA FAMILIAR (H.F . ) Consanguinidade, Saúde dos pais, irmãos e avós Mortes em parentes próximos Hipertensão arterial sistêmica, diabetes, asma, arteriosclerose, dislipidemias, AIDS, hepatite B e neoplasia. Prevenção de doenças genéticas. Isso proporciona evidências para considerar doenças familiares, bem como as infecções ou doenças contagiosas. 7- CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO - CARTÃO DE VACINA Pondero estatural Estático motor Crescimento: aumento físico do corpo por aumento do tamanho das células. Hipertrofia ou hipertermia de células. Fenômeno quantitativo → peso, estatura e perímetro cefálico. Desenvolvimento: aumento da capacidade do indivíduo em realizar funções cada vez mais complexas. Fenômeno qualitativo avaliado por testes ou provas funcionais. Distinguem a pediatria de outras especialidades, constituindo indicadores válidos na apreciação da saúde de uma criança (marcos do DNPM, principalmente no 10 ano de vida) → sustentou a cabeça (3 e 4 meses), sentou sem apoio (6 meses), engatinhou (7 a 9 meses), andou (12 meses). DADOS FUNDAMENTAIS PARA AVALIAR A EVOLUÇÃO DAS FUNÇÕES ESTÁTICAS E MOTORAS (MARCOS DO DESENVOLVIMENTO) 1 mês → de bruços ergue a cabeça, dorme muito, “sorriso reflexo”. 3/4 meses → sustentar pescoço, cabeça (pendular), mãos abertas na maior parte do tempo, estende mão pegar objeto, sorriso social mais frequente. Nessa fase o médico é capaz de começar a verificar marcos do altismo. Esse material é para uso único e exclusivo de pessoas que assinaram o drive! Proibida a sua comercialização e compartilhamento com terceiros 5 Esther Andrade | Turma 85 | Saúde da criança e do adolescente I 6/7 meses → ficar sentado sem apoio, rola sobre os ombros, balbucia. 9 meses → engatinhar, manter-se de pé apoiado, pegar em pinça polegar- indicador 11-12 meses → inicia palavras, inicia marcha, apoiando nos móveis ou seguro por uma das mãos. 24 meses → começa a correr, forma frases (sons semelhantes a mama, baba) polissílabos vogais ou lalação. SINAIS DE ALERTA - IDADE 3 meses → ausência do sorriso social, olhar vago, pouco interessado, menor ruído provoca grande sobressalto, nenhuma reação a ruídos fortes (surdez), mãos persistentes fechadas. 4 meses → não vira a cabeça para localizar sons, controle deficiente da cabeça, hipotonia do eixo do corpo, hipertonia MMII, não dá risada, sem interesse. 9 meses → incapacidade de sentar sem apoio, pernas “em tesoura” ou em “posição de rã”, mãos fechadas, sem preensão em pinça, ausência de balbucio, sorriso social pobre, não tem interesse no jogo “esconde-achou” (exercício saudável de separação) 12 meses → colocada em pé com apoio, não procura ajuda com as mãos, criança parada, mumificada, psiquicamente inerte ou irritada, movimentos anormais, não fala sílabas, cessação do balbucio. 18 meses → incapacidade de andar independentemente. DENTIÇÃO Dentição decídua (de leite) completa em torno de 2-3 anos de idade. Existe um incomodo sintomático com possível liberação de substâncias inflamatórias. A primeira dentição é formada por 20 dentes. 4 incisivos, 2 caninos e 4 molares por arcada. Não fazer uso de medicações tópicas para anestesiar a dentição. Utilizar polpa de tomate ou brinquedos de silicone que gelam. Escova infantil com cerdas macias e cabo extralongo com creme dental com flúor (potente anti-cárie), a partir do 10 dentinho. Com mínimo 1000 ppm/fluoreto. 2x dia doença fluorose: o excesso causa alteração na coloração da dentição. Pasta dental fluoretada dosada de acordo com a idade da criança: 0 a 2 anos = 1/2 grão de arroz cru (0,05g) 2 a 4 anos = 1 grão de arroz cru (0,1g) Acima de 4 anos = um grão de ervilha cru (0,3g) DESENVOLVIMENTO COMPORTAMENTAL: Sono, controle do esfíncter (jato urinário, enurese ou encoprese, sinais de constipação intestinal, desfralde, “prurido anal/prurido vaginal”), comportamento e personalidade agressividade/passividade, negativismo, interesses, hábitos próprios (roer unhas, obesidade, distúrbios do sono) Adaptação social (desempenho escolar, emotividade. Hábitos com a família e com outras crianças) Abuso infantil → mudanças de comportamento injustificada, medo de algo que antes não tinha (de ficar sozinha, do escuro), baixo rendimento escolar, aproximação incomum de algum adulto criança se esquiva do agressor), regressão, questões de sexualidade (provocações eróticas, masturbação excessiva comportamentos sexuais incomuns para a idade, marcas físicas (lesões nas genitais ou contaminação por IST), resistência para tirar ou trocar de roupa, tristeza, isolamento social (depressão, ansiedade, uso de substâncias,tentativas de suicídio), automutilação. Esse material é para uso único e exclusivo de pessoas que assinaram o drive! Proibida a sua comercialização e compartilhamento com terceiros 6 Esther Andrade | Turma 85 | Saúde da criança e do adolescente I Denúncia da criança sobre o abuso (sem penetração) OBS.: Situação de vulnerabilidade da criança o profissional pode chamar a polícia, internar a criança... 8 - HISTÓRIA ALIMENTAR (H.A. ) TIPO DE ALEITAMENTO Materno exclusivo Materno predominante (LM + água ou suco) Materno misto ou parcial (leite materno + outros tipos de leite) Complementado (6 meses de vida + leite materno + alimentos sólido/semissólido) Fórmula exclusiva Desmame (tipo de alimentos), introdução alimentar Alimentação artificial: início, tipo de leite (LV modificado - fórmula infantil ou leite de vaca não modificado - diluição. Recordatório alimentar, alimentação atual, se está adequada/inadequada. Suplementação vitamínica e de ferro. OBS.: água somente a partir de 6 meses. Criança só pode tomar suco depois de 2 anos de idade. 9- HISTÓRIA VACINAL/IMUNOLOGICA (H. I . ) Vacinas (conferir na caderneta), complicações, escrever as vacinas faltando, calendários vacinais (SBP x PNI), cicatriz de BCG. 10 - HISTÓRIA SÓCIO-ECONÔMICA (H.S .E . ) Como e onde a criança vive. A natureza da doença de uma criança precisa ser vista dentro de um conteúdo mais amplo da sociedade em que ela vive. Isto afetará a causa provável. Exemplo: a chance de uma diarreia advir de um suprimento de água contaminada. Avaliar a estrutura familiar e o ambiente a qual a criança vive. Perfil sócio-econômico. Verificar uso de cigarros, drogas, tóxicos dentro de casa.
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