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SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE III NICOLY GUIMARÃES 71 D CMMG SUMÁRIO ANTIBIÓTICOTERAPIA ................................................................... 1 PROBLEMAS COMUNS DA ADOLESCENCIA ........................... 3 ASMA ................................................................................................ 9 IVAS .................................................................................................. 16 PUBERDADE PRECOCE ................................................................ 22 COVID-19 ........................................................................................ 26 ADNPM, TDAH, TEA ...................................................................... 32 PAC ................................................................................................... 39 IMUNIZAÇÃO .................................................................................. 49 ANEMIAS ......................................................................................... 56 SÍNDROMES NEFRÍTICA E NEFRÓTICA...................................... 65 COQUELUCHE ................................................................................. 70 BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA ................................................... 74 MENINGITE E MENINGOENCEFALITE ......................................... 77 DIARREIA........................................................................................... 86 ITU....................................................................................................... 94 EQUIMOSE NA CRIANÇA................................................................ 99 DERMATOSES................................................................................... 108 ARBOVIROSES.................................................................................. 121 HEPATOESPLENOMEGALIA........................................................... 128 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS......................................................... 133 HEPATITES.....................................................................................não tem BAIXA ESTATURA.........................................................................não tem 1 ANTIBIOTICOTERAPIA Nicoly Guimarães 71D Amoxicicilina Amoxicicilina + Clavulanato Cefalexina Azitromicina C a ra ct e rí st ic a s - Beta lactâmico - Destruído pelas penicilinases - Beta lactâmico associado a inibidor de beta-lactamase (não deixa o ATB ser destruído pelas penicilinases) - Beta lactâmico, da classe das cefalosporinas de 1ª geração - Resistente as penicilinas - Macrolídeo F a rm a co ci n é ti ca - Boa absorção oral; - Administração oral - pode ser ingerida com alimentos; - Excreção renal. - Boa absorção oral; - Administração oral; - pode ser ingerida com alimentos; - Excreção renal. - Administração oral; - Pode ser ingerida com alimentos - Excreção renal - Administração oral ou endovenosa (se paciente maior que 16) - Não pode ser ingerida com alimentos - Excreção fecal M e ca n is . d e a çã o Bactericida - se liga as proteínas de ligação das penicilininas (PBPs), impedindo a formação da parede celular. Bactericida - se liga as proteínas de ligação das penicilininas (PBPs), impedindo a formação da parede celular. Bactericida - se liga as proteínas de ligação das penicilininas (PBPs), impedindo a formação da parede celular. Bacteriostático – se liga na subunidade 50s do ribossomo, bloqueando a síntese proteica das bactérias. E sp e ct ro d e a çã o - Streptococcus Pyogenes (faringite e amigdalite); - Pneumoniae; - Enterococcus sp. Streptococcus Pyogenes (faringite e amigdalite), Pneumoniae, Enterococcus sp.,H. Influenzae, M. Catarrhalis, E. Coli, Aureus, anaeróbios. Streptococcus Pyogenes, Aureus, E. Coli Bactérias atípicas (Mycoplasma e Chlamydia) Pode ser terapia alternativa contra Pyogenes, Pneumoniae, Aureus D o se - Dose habitual: 50mg/kg/dia dobrada: 80mg/kg/ml - Apresentação: pelo SUS: 250mg/5ml DB: 400mg/ 5ml - 8/8h ou 12/12h - Dose: 50-100mg/kg/dia - Apresentação: 250mg + 62,5mg/ 5ml - 8/8h ou 12/12h - Dose: 50-100mg/kg/dia - Apresentação: 250mg/5ml - 6/6h ou 8/8h (↓a dose aqui para 75mg/kg) - Cefalexil dá 12/12h - Dose: 10mg/kg/dia - Apresentação: 200mg/5ml -24/24h In d ic a çõ e s Infecção de vias aéreas, otite média aguda, sinusite aguda, faringoamigdalite aguda e PAC. Infecção de vias aéreas, otite média aguda, sinusite aguda, faringoamigdalite aguda e PAC, infecções de pele; partes moles e ITU (2ª/3ª escolha) faringoamigdalite aguda (alternativa), infecções da pele, partes moles (ex.: celulite), ITU. PAC, Coqueluche, uretrite, DST, alguns quadros de diarréia, E fe it o s co la te ra is Diarréia, náusea, vômitos, vulvovaginite micótica e alergia (na teoria é pouco, mas aparece muito na prática) Diarréia, náuseas, vômitos, infecção micótica vulvovaginal e alergia, sendo que o clavulanato aumenta esses efeitos. Diarreia, vômitos, náuseas, alergia chance diminui quando Náusea e vômitos 2 ANTIBIOTICOTERAPIA Nicoly Guimarães 71D - Para prescrever é necessário colocar: idade, peso, apresentação do medicamento e posologia + data. - Clavulanato dá muito efeito colateral, então é melhor usar concentração baixa. • A dose é de 80mg/kg/dia: 30 mg é amoxi. + clavu. e os outros 50 mg é amoxi. pura. Divide assim para não ter muita diarréia. • Quando possível, dar só amoxi pura, porque a combinação pega um espectro muito grande de bactérias, que as vezes não se quer eliminar (anaeróbia). - Sobre Cefalexina: O efeito colateral da alergia → qnd é alérgico a penicilina pode ter reação cruzada com a Cefalexina, mas a chance dessa reação diminui quando usa cefalosporina de gerações maiores, como a 4ª. Caso não seja seguro, usa quinolona ou outros.x • Não usa cefalosporina de 1ª geração para tratar pneumococo. • Usa ele na amigdalite quando o paciente tiver alergia a penicilina. - Associar dois medicamento que tem mecanismo de ação na subunidade 50s do ribossomo pode causar antagonismo. CASOS 1. Amoxicicilina dose habitual, apresentação fornecida pelo SUS, paciente 12 kg, tomar de 8/8h. Vai dar 12ml no total, como é dado 3x/ dia → 12 ÷ 3 = 4ml de 8 em 8 horas. 2. Amoxicicilina dose dobrada, apresentação DB, paciente 12 kg, tomar de 8/8h. Vai dar 12ml no total, como é dado 3x/ dia → 12 ÷ 3 = 4ml de 8 em 8 horas. 3. Amoxicicilina dose habitual, apresentação fornecida pelo SUS, paciente 42 kg, tomar de 8/8h. Daria 15ml/dia. Mas nesse paciente de 45kg, a dosagem corresponderia a faixa adulta, mas o limite para criança é 10ml, então dá de forma padrão 10ml. 4. Amoxicilina + Clavulanato, dose habitual, apresentação pelo SUS, paciente 12kg, tomar de 8/8h. Para conta considera só a amoxicilina, então a conta fica igual as outras. 5. Azitromicina, dose habitual, apresentação 200mg/5ml, paciente 12kg, tomar de 24/24h Dar 3ml de 24/24h por 5 dias, em jejum (1h antes ou duas horas após alimentação. 6. Cefalexina, dose habitual, apresentação 250mg/5ml, paciente 12kg, tomar de 6/6h. Dar 3ml de 6 em 6 horas. 3 PROBLEMAS COMUNS DA ADOLESCENCIA Nicoly Guimarães 71D SÍNDROME DA ADOLESCENCIA NORMAL – SAN • Evolução sexual • Busca de si e de identidade adulta: identidade de gênero pode ser descoberta por volta dos 7/8 anos; • Constantes flutuações do humor e estado de animo ↔ contradições sucessivas • Necessidade intelectualizar e fantasiar: mecanismo de defesa • Deslocação temporal: luta da procrastinação com o imediatismo • Atitudesocial reivindicatória • Separação progressiva dos pais ↔ tendencia grupal • Crises religiosas - Conjunto de comportamentos esperados durante a adolescência que em outras fases da vida poderia ser considerado desvio do típico - Parte do processo de adolescer - Promove constrição da identidade - Fundamental diálogo, informação, respeito por ambas as partes - Equilíbrio e coerência - Variável para cada adolescente dependendo das bases construídas até aquele momento → Alterações no crescimento Sono ↔ alimentação e atividade física ↔ potencial genético - A atividade física exprime o potencial genético que a pessoa tem. Esse está relacionado a estatura alvo que é calculada conforme as fórmulas: • Sexo biológico feminino: estatura mãe + (estatura pai – 13 cm) ÷ 2 • Sexo biológico masculino: estatura pai + (estatura mãe – 13 cm) ÷ 2 o Mais ou menos 2DP= 9cm (depende da alimentação, exercício físico, etc). - Avaliação do estadiamento puberal – Tanner → velocidade de crescimento (VC) e estirão puberal • VC máxima meninas – 11 a 12 anos (M2 a M3) • VC máxima meninos – 13 a 14 anso (G3 a G4) 4 PROBLEMAS COMUNS DA ADOLESCENCIA Nicoly Guimarães 71D - Método de avaliação do crescimento: idade óssea • Idade óssea é calculada pela avaliação de uma radiografia da mãe e punho esquerdos e é o modo pelo qual podemos acompanhar o grau de maturação corporal • Cálculo da idade óssea é feito comparando-se os centros de ossificação visíveis • Atraso além de -2DP da idade óssea para idade cronológica sugere investigação - Baixa estatura • Motivo frequente de preocupação e consulta médica nos serviços que atendem adolescentes • Critério inferior ao percentil 3 ou inferior a 2 desvios padrões (DP) para altura. • Com apenas 1 medida é muito difícil definir se há de fato alguma alteração. Necessário mais medidas • Manter acompanhamento a cada 3-4 meses • A grande maioria das causas de baixa estatura durante a adolescência é de origem familiar ou atraso constitucional. • Baixa estatura patológica: desnutrição, uso crônico de corticosteroides, câncer, doenças genéticas, deficiência de GH, doenças crônicas. • Critérios para investigação do adolescente baixa estatura: o Baixa estatura (grave) na ausência de outros problemas sistêmicos, genéticos e endocrinológicos com altura menor que percentil 3 ou -2DP abaixo da média. o Desaceleração do crescimento com velocidade em altura menor que o percentil 10. - Alta estatura • Acima de 2DP ou do percentil 97. • Alta estatura constitucional é a maioria dos atendimentos e não requer investigação • Outras causas: Klinefelter, Marfan, gigantismo e tireotoxicose → Irregularidades menstruais • Comum na adolescência • Imaturidade fisiológica do eixo HHO, representada pela ausência de feedback positivo do estradiol sobre a secreção de hormônio luteinizante (LH), impedindo assim a formação do pico do LH necessário a ovulação • 50% dos ciclos são anovulatórios nos 2 primeiros anos após a menarca • Após 3 anos da menarca 60-80% apresenta ciclo de 21-34 dias • Períodos superiores a 90 dias sem menstruação são incomuns. 5 PROBLEMAS COMUNS DA ADOLESCENCIA Nicoly Guimarães 71D • Dismenorréia (comum após 3 anos de menarca) ou menstruação dolorosa (comum naqueles que já menstruaram há mais tempo) • Causam comum de queixas álgicas das adolescentes • Embora a dismenorreia esteja associada ao início dos ciclos ovulatórios, algumas adolescentes podem apresentar cólicas logo nos primeiros ciclos • Dismenorréia primária ou funcional aparece em torno do segundo a terceiros ano após a menarca, quando começam os ciclos ovulatórios • Alguns medicamentos podem audar: o Ácido mefenamico 500mg – dose: 1 cp de 3-4x/dia o Ibuprofeno 400mg – dose: 1 cp 4x/dia → AINE são melhor opção, reduzem dor e fluxo (deveria ser usado mais esporadicamente) • Se não houver melhora da dor e fluxo com AINES (80% respondem bem), deve avaliar benefício do AC (TPM, fluxo, dor, espinhas, etc). → Ginecomastia - Aumento do tecido glandular mamário no sexo masculino ≠ lipomastia que se refere ao tecido adiposo (podem acontecer juntos) - Causas • Patológicas: drogas (hormônios, psicotrópicos, cardiovasculares, antiandrogenicas, antimicrobianos, quimioterápicos, drogas ilícitas, consumo abusivo de álcool), distúrbios endócrinos (hipogonadismo primário, hipogonadismo secundário, hiperprolactinemia, defeitos enzimáticos da produção de testosterona, síndromes de insensibilidade androgênica, hermafroditismo verdadeiro), doenças crônicas (DRC, FC, AIDS, cirrose, síndrome de reintrodução alimentar), neoplasias diversas. • Fisiológicas: ginecomastia puberal acontece em 50-70% dos adolescentes o Início geralmente no começo da adolescência (incidência máxima aos 13 anos) o Em 55-95% dos casos é bilateral (pode ter patológico), podendo ser unilateral o Espaço subareolar, porém pode atingir grandes dimensões assemelhando-se ao desenvolvimento feminino estágio III de Tanner. o Involui espontanemanete em menos de 1 ano na metade dos casos, dentro de 2 anos em 75% dos casos e dentro de 3 anos em 90% dos casos. o A regressão espontânea é muito pouco provável nas ginecomastia volumosas (macroginecomastia). - Mecanismo envolvido (desequilíbrio entre estrogênio e testosterona) • Homens e mulheres semelhantes ao nascimento • Respondem da mesma forma aos estrógenos • Estrogênios estimulam o desenvolvimento do tecido mamário e os androgênios antagonizam este feito. Aumento das mamas por tecido glandular Aumento das mamas por tecido adiposo 6 PROBLEMAS COMUNS DA ADOLESCENCIA Nicoly Guimarães 71D • Na adolescência o tecido mamário masculino involui e atrofia com o aumento dos níveis de testosterona • A ginecomastia ocorre quando há aumento relativo de estrogênio em relação aos níveis de testosterons • Alguns estudos demonstram decréscimo na relação androgênios/estrogênios nos adplescentes com ginecomastia quando comparados com adolescentes sem ginecomastia. Outros estudos encontraram aumento da atividade de aromatase nos fibroblastos da pele dos adolescentes com ginecomastia. • Se uni ou bilateral, dolorosa, hipersensível sempre dosar os níveis de hCG, LH, testosterona e estradiol. • Deve-se dosar hormônios: meninos impúberes, puberdade precoce ou macroginecomastia. o DHEA-S, estradiol, TSH, FSH, LH, B-HCG, prolactina. - Motivo de preocupação por parte dos pais e dos adolescentes - Pode se tornar causa de bullying e gerar grande comprometimento psicológico. - Tratamento: tomoxifeno (atua nos receptores de estrogênio tentando ↓ a sua recaptação) ou cirurgia • Cirurgia vai ser em caso de : após 15 anos sem involução, acometimento psicológico grave, macroginecomastia (mamas maiores que 5cm e de aspecto análago a mama feminina – estádio III-IV Tanner) → Acne - Várias doenças dermatológicas causam impacto ruim sobre a qualidade de vida sobre o estado psíquico do indivíduo afetado. - Associada a exclusão social, depressão e baixa autoestima em seus portadores, contribuindo para pior qualidade de vida. - Se desenvolve por: • ↑ da produção sebácea: atividade da glândula aqui é androgênio dependente • queratinização folicular fora do normal: hiperqueratinização forma bolhas infundibulares levando a obstrução do orifício folicular, com formação de comedão fechado (cravo branco), que, associado a retenção sebácea, forma o comedão aberto (cravo preto). o Quantidade determina a gravidade da acne. • proliferação bacteriana e inflamação: obstrução do orifício folicular e a retenção leva uma proliferação do Propionibacterium acnes → hidrolisam os triglicérideos do sebo em ácidos graxos livres, que são comedogenicos e causam inflamação - Grau I: comedões, algumas pápulas e raras pústulasfoliculares (ped/herb) • Retinoide tópico ou ácido azelaico: passar fina camada na área afetada a noite, na hora de dormir. - Grau II: comedões abertos, pápulas, com ou sem eritema inflamatório e pústulas (ped/herb/dermato) • pode apresentação poucas ou muitas lesões, com inflamação intensa e seborreia. • Antimicrobiano tópico (peróxido de benzoíla): passar fina camada na área afetada pela manhã. • Retinoide tópico a noite. ** acne papulopustular moderada (Grau II moderada) • Peróxido de benzoila pela manhã. • Antibiótico sistêmico: eritromicina ou tetraciclina (não deve ser usada nos menores de 12 anos. • Retinoide tópico a noite. - Grau III: comedões abertos, pápulas, pústulas e seborreia. A reação inflamatória (dermato) - Grau IV: forma grave que resulta da soma do quadro clínico de acne III com nódulos purulentos, grandes e numerosos, formação de abcessos com fístulas e drenagem de pus (dermato). ** acne nodular moderada, com nódulos pequenos - 0,5 a 1 cm (grau III). • Peróxido de benzoíla pela manhã 7 PROBLEMAS COMUNS DA ADOLESCENCIA Nicoly Guimarães 71D • Antibiótico oral • Retinóide tópico a noite. - Tratamento: importante colaboração do paciente → depende do uso regular dos medicamentos por tempo prolongado, para evitar o aparecimento de cicatrizes inestésicas permanentes. • Ácido azeláico: ação comedolítica, antimicrobiana e antiinflamatória. Pode melhorar a hiperpigmentação pós-inflamatória (Azelan). • Retinoides tópico: previne a formação do microcomedo. Ação antiinflamtória. Tretinoína, adapaleno (Vitanol – A) • Peróxido de benzoila: ação bacteriostática e anitiinflamatória. O uso combinado com antibióticos orais diminui a emergência de resistência bacteriana (Acnase). - Medidas complementares 1. Limpeza de pele 2. Dieta: cada vez menos encontram-se argumentos científicos que vinculem a acne com a ingestão de determinados alimentos, como o chocolate. No entanto, é prudente valorizar a observação do paciente e se há relato que algum alimenta exacerba o caso, deve-se evita-lo. 3. Cosméticos: indicar produtos próprios para pelo com acne, porque eles podem piorar a acne (comedogenico) 4. Radiação ultravioleta natural solar: não é bom para lesões da acne, mas algumas pessoas veem melhora depois da exposição. → Erros alimentares - Grupo de risco nutricional, devido ao aumento das necessidades nutricionais frente ao crescimento e aos comportamentos alimentares de risco. - Muitos não tomam o desjejum e substituem refeições por lanches rápidos → obesidade e sobrepeso. - Principalmente meninas tem o hábito de fazer regima para emagrecer → ingestão de nutrientes baixa, em relação ao recomendado → padrões alimentares inadequado. • Dietas veganas e vegetarianas sem orientação nutricional • Transtorno alimentar restritivo evitativo – TARE. • Outros transtornos alimentares: bulimia, anorexia, compulsão - Início, duração e velocidade de estirão puberal são influenciados pelo estado nutricional • Começa-se a ganhar peso em torno de 4-6 meses antes do aumento da velocidade do ganho em estatura. • O máximo de ganho de peso coincide com o estirão puberal nos homens, mas ocorre 6-9 meses após o estirão nas mulheres. • Maior incremento ósseo ocorre em G4 (meninos) M3 (meninas); • Nessa época aumenta necessidade nutricional →protéinas e calorias em geral, cálcio, ferro, vitamina B e C, correlacionados a maior velocidade de crescimento e desenvolvimento puberal. • Necessidade energética: 2500-3000 com máximo de 3400 kcal no menino durante o estirão e de 2000 com máximo de 2250 kcal na menina na menarca - Alimentação sadia deve ser variada, incluindo alimentos de cada um dos grupos básicos de macro e micronutrientes, pois cada um tem sua função: • Alimentação deve ser rica em proteínas, fibra, vegetais e alimentos que contenham cálcio (leite e derivados, vegetais verde escuro), ferro (carne, cereai, aveia) e vitaminas (frutas, verduras, cereais). • Intervalos regulares, sem grandes períodos de jejum. - Emagrecimento 8 PROBLEMAS COMUNS DA ADOLESCENCIA Nicoly Guimarães 71D • Quando necessária: acompanhadas por profissionais • Não é recomendado jejum intermitente • Cuidados com os transtornos alimentares: anorexia e bulimia (muitas vezes ocorre após dietas que não deram certo) - Dietas veganas/ vegetarianas • Pode resultar em deficiência em vitamina D, B12, cálcio e ferro. • Fibras que interferem na absorção dos nutrientes • Acompanhamento nutricional e médico • suplementação - TARE – Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo • restrição importante de algum alimento, textura, cor, forma de preparo • acometimento do crescimento • hipovitaminoses • ganho de peso → Bullying • associação grave como baixa autoestima, tanto para quem pratica quanto para quem sofre. • Verbal, moral, sexual, psicológico, material, físico e virtual • Diversas formas de envolvimento: autores, vítimas, testemunhas, alvos-autores. - Cyberbullying • Uso da tecnologia para promover bullying • Caráter de permanência do bullying • Sensação de impunidade - Impacto para as vítimas: depressão, abandono escolar, suicídio, ansiedade. • Quando suspeitar: enurese noturna, alterações do sono, anorexia e bulimia, irritabilidade e agressividade, depressão, pânico, insegurança, queda de rendimento escolar. - Impacto para autores: desemprego, comportamento antissocial, comportamento criminoso • Baixa autoestima e problemas familiares. - O que fazer: trabalho em conjunto entre família, escola, profissionais de saúde, ambiente saudável, desenvolvimento de competências e habilidades visando solucionar conflitos, engajamento social. → Automutilação - Lesões provocadas em si mesmos sem intenção suicida. - Pico entre 13 e 15 anos, diminuindo com a idade (alguns estudos podem demonstrar o contrário0 - Cortes, queimaduras, arranhões, mordeduras, agressões e outras formas de causar dano próprio. - Repetitivas, diferentes graus de gravidade - Multifatorial: biológica, psíquica, social • Baixa autoestima • Dificuldade para lidar com sentimentos • Falta de escuta • Intenção do corte: alívio (alivio fulgaz - novos cortes) - Tratamento • Evitar julgamentos ou comentários • Não chamar muita atenção as lesões • Equipe multidisciplinar • Psicoterapia • Farmacológica: antidepressivos, antipsicóticos, estabilizadores. 9 ASMA Nicoly Guimarães 71D DEFINIÇÃO • Doença heterogênea inflamatória crônica da via aérea, especialmente brônquios médios e pequenos (poupa alvéolos); • Caracterizada por hiper-reatividade brônquica, excesso de produção de muco e espessamento/ inflamação da parede dessas vias. • Doença crônica mais prevalente na infância e adolescência. • Os sintomas podem se resolver espontaneamente ou por medicação, podem ficar ausentes por semanas ou meses → variação da limitação é frequentemente provocada por múltiplos fatores desencadeantes como exercício, alérgeno ou exposição a irritante, mudança de clima ou infecção viral respiratória. • As exacerbações podem ser ameaçadoras à vida. DIAGNÓSTICO - O diagnóstico é baseado na história clínica e característica dos sintomas, e na evidência de limitação ao fluxo de ar expiratório. • Três ou mais episódios de sibilancias anteriores • Recorrência dos sintomas • História prévia alérgica (Tríade atópica – rinite alérgica, sinusite alérgica e história familiar de asma) • Inicio dos sintomas na infância • Na ausculta presença de sibilos no exame físico alterações nasais, com aumento dos cornetos. - Sempre que possível é importante realizar espirometria para confirmação e controle do tratamento. • Diagnóstico funcional → feito só em > 6 anos. Documenta a limitação do fluxo expiratório. • CVF (capacidadevital forçada): é ar que sair depois de uma inspiração forçada + expiração forçada → indica restrição do parênquima. o 60-80% = restrição leve o 50-60% = restrição moderada o < 50% = restrição grave. • VEF1 (volume expiratório forçado no 1º segundo): é mais sensível que CVF → indica obstrução da via aérea (< 80% do previsto) o 60-80% = obstrução leve o 40-60% = obstrução moderada o <40% = obstrução grave. • Em geral os pacientes melhoram a função respiratória após uso de broncodilatadores beta 2 agonistas de curta duração e/ou corticosteroides sistêmicos. o aumento do VEF1 de 7% em relação ao valor previsto e de 200 mL em valor absoluto (pelo GINA aumenta 12%) Sintomas prováveis de asma • Tosse; • Chiado; • Dispneia; • “aperto no peito”; • Mais de 1 semana variando intensidade e relacionado aos fatores desencadeantes. Sintomas pouco prováveis de serem asma • Tosse isolada sem outros sintomas respiratórios; • Produção crônica de escarro; • Dispneia associada a sintomas neurológicos; • Dispneia induzida pelo exercício com sons inspiratórios. Diagnóstico diferencial • Fibrose cística • Bronquiectasia • Discinesia ciliar • Corpo estranho • Displasia broncopulmonar 10 ASMA Nicoly Guimarães 71D • Cardiopatia congênita • Tuberculose • Traqueomalácia Probabilidade de diagnóstico de asma em < 5 anos - Poucos tem asma • Sintomas por < 10 dias durante uma infecção do trato respiratório; • 2-3 episódios por ano; • Assintomáticos entre os episódios - Alguns tem asma • Sintomas por > 10 dias durante uma infecção do trato respiratório; • > 3 episódios por ano ou episódios graves e/ou piora noturna; • Criança tem sintomas ocasionais entre os episódios: tosse, chieira e dificuldade de respirar. - Maioria tem asma • Sintomas por > 10 dias durante uma infecção do trato respiratório; • Criança tem sintomas ocasionais entre os episódios: tosse, chieira e dificuldade de respirar entre os episódios quando brinca ou rir; • > 3 episódios por ano ou episódios graves e/ou piora noturna; • Tem sensibilização a alérgicos, dermatite atópica, alergia alimentar ou história familiar de asma EXARCEBAÇÃO -Episódio agudo de agravamento dos sintomas asmáticos causada por obstrução do fluxo expiratório. - Responsáveis por grande parte do atendimento em serviços de emergência. - Altos custos diretos e indiretos como ausência dos pais ao trabalho e absenteísmo escolar. - Asma pode se apresentar pela primeira vez durante uma exacerbação. Gatilhos • Infecções virais • Alérgenos (pólen, fungo, poeira) • Alergia alimentar • Poluição • Mudanças no tempo • Baixa adesão ao tratamento de controle PASS – validado para crianças > 2 anos e estratifica o comprometimento da crise em leve, moderado e grave e tem como objetivo identificar os pacientes que mais provavelmente irão necessitar de intervenções de cuidados críticos. PASS ≤ 7 leve; PASS 8-11 moderada; PASS ≥ 12 grave. Fatores que aumentam risco de óbito • Crise prévia com intubação ou VM • Hospitalização ou emergência no último ano • Uso recente ou atual de corticoide oral • Uso incorreto de corticoide inalatório • Baixa adesão ao tratamento • História psiquiátrica ou psicossocial • Severas comorbidades 11 ASMA Nicoly Guimarães 71D Tratamento < 5 anos Sinais e sintomas Tratamento L e v e a m o d e ra d a - Cansado; - Agitado; - FC: < 180 bpm (0 a 3 anos) ou <150 bpm (4-5 anos); - Saturação de 02 em ar ambiente > 92%. - Oxigênio p/ sat>92%; - Salbutamol (B2 agonista) 2 a 4 jatos, repetir a cada 20 min (3x); - Considerar adição de ipratrópio1-2 puffs; - Avaliar corticoide oral; - Monitorar de perto por 1 a 2 horas e avaliar se: • Melhora: espaçar B2, suspender O2, avaliar alta, avaliar corticoide oral para casa 3 a 5 dias. • Piora: Conduzir como SEVERA. S e v e ra - Inabilidade de conversar ou beber; - Cianose central; - Sonolência ou confusão; - FR >40/min; - FC: >180 bpm (0a 3 anos) ou >150 bpm (4 a 5 anos); - Saturação de 02 em ar ambiente < 92 %; - PEF <50% do previsto ou do melhor. - Oxigênio; - Salbutamol - 6 puffs com espaçador, repetir a cada 20 min (3x); - Prednisolona 2 mg/kg, max de 20 mg para < 2 anos e 30 mg para 2 a 5 anos; - Considerar adição de ipratrópio 1-2 puffs; - Avaliar sulfato de magnésio. > 6 anos Sinais e sintomas Tratamento L e v e a m o d e ra d a - Conversa em frases - Prefere sentar a deitar - Não agitado - Sem musculatura acessória - FR aumentada - FC: 100-120 bpm - Saturação de 02 em AA - 90 a 95% - PEF >50% do previsto ou do melhor - Oxigênio; - Salbutamol 4 a 10 jatos, repetir a cada 20 min (3x); - Corticoide de 1 a 2 mg/kg, max de 40 mg; - Saturação alvo : 94 a 98%; - Monitorar de perto por 1 a 2 horas e avaliar se: • Melhora: espaçar B2, suspender O2, avaliar alta, corticoide oral para casa 3 a 5 dias. • Piora: Conduzir como RISCO DE VIDA S e v e ra - Conversa em palavras; - Curvado para frente e Agitado - Usa musculatura acessória - FR >30/min - FC: >120 bpm - Saturação de 02 em ar ambiente < 90 % - PEF <50% do previsto ou do melhor - Sala de emergência - Salbutamol - Brometo de ipratrópio - O2 - Corticoide sistêmico - Sulfato de Magnésio R is co d e v id a - Sonolento - Confuso - Silencio torácico - Sala de emergência - Salbutamol - Brometo de ipratrópio - O2 - Corticoide sistêmico - Sulfato de Magnésio Medicamentos na exacerbação - Salbutamol: Utilizar aerossol dosimetrado “espaçador” – (leves e moderadas) ou nebulização intermitente (graves). - Brometo de ipratrópio: na crise moderada/grave associado a menor taxa de hospitalização, melhora do VEF1 comparado ao B2 sozinho. Sem benefício depois da hospitalização. Anticolinérgico. - Sulfato de magnésio 50% (500mg/ml): exacerbações graves, que não responderam a terapia de 1a linha, com deterioração clínica a despeito do uso de ß2-agonista, corticosteroides sistêmicos e brometo de ipratrópio.25 a 75 mg/kg/dose (max 2g) Dose única, infusão endovenosa lenta em 20 a 30 minutos. 12 ASMA Nicoly Guimarães 71D CONTROLE (dos sintomas e riscos futuros) - Avaliado por história clínica detalhada: frequência dos sintomas, alterações no sono, limitação das atividades e utilização de medicação de resgate nas últimas quatro semanas. - Sintomas inespecíficos: cansaço, irritabilidade e mudanças de humor podem estar relacionados ao controle inadequado. - O controle inadequado impacta nas atividades diarias, podendo levar ao sedentarismo e consequentemente obesidade. - A adesão ao tratamento, bem como técnica inalatória e existência de comorbidades, devem ser verificados periodicamente. Medidas não farmacológicas • Evitar contato com cigarro • Atividade fisica regular • Evitar fatores evidenciados como desencadeantes • Alimentação saudável • Perda de peso • Exercícios respiratórios • Evitar poluição 13 ASMA Nicoly Guimarães 71D Medicamentos de controle • Usado para reduzir inflamação da via aérea, diminuir sintomas e reduzir riscos futuros. - SABA – B2 de curta ação – Ex: salbutamol e fenoterol (aerolin, berotec) - LABA – B2 de longa ação – Ex: salmeterol e formoterol - ICS – Corticoide inalátorio – Ex: Beclometsona e Fluticasona (Clenil, Flixotide) • 1a linha e o tratamento mais efetivo para crianças com asma persistente. • Embora sejam empregados em doses equipotentes, a eficácia e os eventos adversos dos diferentes CI são diversos. • Rouquidão e candidíase oral são os eventosadversos locais associados ao uso dos CI, enquanto que a supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, a diminuição da velocidade de crescimento, e a alteração do metabolismo ósseo, são os efeitos sistêmicos mais relatados. - LTRA – antagonista de leucotrienos – Ex: Montelucaste (Montelair) • Os leucotrienos cisteínicos estão envolvidos na modulação da inflamação das vias aéreas e no seu remodelamento, por ação direta ou indireta, reforçando a cascata inflamatória das citocinas. • A administração do montelucaste, único disponível para pacientes <12 anos, suprimiu marcadores de remodelamento de vias aéreas no escarro induzido em crianças com asma leve. • Melhorar a resposta clínica com redução dos efeitos sistêmicos dos corticosteroides. - Associação CI + LABA • Estudos epidemiológicos demonstram que 3 a 10% de todos os asmáticos apresentam chegam a precisar da associação. • Em crianças com asma persistente a adição de LABA aos CI não foi associada a redução significativa das crises com necessidade de corticosteroide oral, mas foi superior na melhora da função pulmonar comparada com a mesma dose ou doses altas de CI. Não houve diferenças quanto aos eventos adversos, com vantagem da associação permitir melhor ritmo de crescimento comparado ao de altas doses de CI. • Melhora na adesão ao tratamento. - GINA (prof do ambu.) STEP 1 (asma leve) - asma intermitente • Formoterol + Budesonida (6 anos ou mais) OU Salbutamol(6 anos ou mais) – por causa do estudo OU Salbutamol + Clenil (off label) • RESGATE TODAS AS OPÇÕES ACIMA!! STEP 2 (asma leve) - chia três vezes ou mais no ano OU 1 chiado com oxigênio • CI dose baixa (Clenil) • Resgate no step 1 na crise • tratamento alternativo: antileucotrieno (melhor pra paciente exposto a tabaco) STEP 3 (asma moderada): internação direta no CTI OU não controlada com STEP 2 depois de 3meses • CI dose moderada ou alta OU CI dose baixa + LABA (preferencial) (fixo) • CI pode ter EC de corticoide oral (raro) - osteoporose, hiperglicemia, aumento de peso, HA, Cushing, glaucoma, catarata, imunossupressão • pode adicionar antileucotrieno STEP 4 (asma grave): não controlada com STEP3 depois de 3 meses • CI dose alta + LABA (fixo) • se não melhorar, pode associar LAMA STEP 5 (asma grave): não controlada com STEP 4 depois de 3 meses • CI dose alta + LABA (fixo) + LAMA + prednisona oral dia sim dia não (menores de 6 anos) • nos maiores de 6 anos - IMUNOBIOLÓGICOS (processo judicial) 14 ASMA Nicoly Guimarães 71D 15 ASMA Nicoly Guimarães 71D Considerações (prof do ambu) - Após estabilização do quadro, o CI deve ser reduzido até uma dose mínima para manter o controle da asma. Caso o uso de CI isolado não seja suficiente, sugere-se associação de um broncodilatador de longa ou ultra longa ação (vilanterol) - GINA 2021 reafirma que a quantidade de asmáticos que precisa de CI em altas doses é baixa e que devemos insistir sempre em pontos críticos para o controle da asma, antes de simplesmente aumentarmos a dose de corticoide inalatório. - Antes de progredir steps, perguntar: • Há adesão ao tratamento? • A técnica de uso de medicação está correta? • Há estímulos e agravantes no ambiente (poluição, poeira, mofo, colchas ebichos de pelúcia, tabagismo passivo ou ativo) ? • Há diagnósticos alternativos? Será que é asma mesmo? Não pode ser Refluxo? IC? DPOC? - Perguntar sobre as últimas 4 semanas • Sintoma diurno? • Despertar noturno? • Limitação de atividade física por asma? • Necessidade de uso de broncodilatador (ex: salbutamol)? o 0 respostas sim ⇒ bem controlada o 1-2 respostas sim ⇒ parcialmente controlada; o 3-4 respostas sim ⇒ não controlada. PREVENÇÃO PRIMÁRIA - Aumento do risco • Fumo na gestação • Uso frequente de paracetamol na gestação • Uso de ATB frequente • Obesidade materna e ganho de peso na gestação - Diminuição do risco • Aleitamento materno – conflitante mas reduz sibilos no lactante • Vitamina D >30 na mãe durante a gestação reduz sibilância no lactente 16 IVAS Nicoly Guimarães 71D AMIGDALITE CASO 1 - Paciente de 18 meses que há 3 dias iniciou quadro de febre (Tax 38,1o C), associado a rouquidão, discreta coriza e tosse seca. Ao exame: oroscopia: hiperemiae hipertrofia de amígdala com duas placas brancacentas cada um medindo aproximadamente 0,2 cm. Vários linfonodos cervicais palpáveis, não dolorosos, o maior medindo 0,5 cm de diâmetro. Conduta: sintomáticos (antitérmico/analgésico) • É de causa viral. Apesar de ter as placas (que poderia sugerir uma infecção bacteriana), elas são muito pequenas (o que pode acontecer na infecção viral. • Dados em negrito é o que direciona para um quadro viral. • Infecção viral pode dar febre até mais alta. CASO 2 – Paciente de 5 anos com história de febre alta (Tax 39o C) há 3 dias, dor de garganta, vômitos ocasionais, dor abdominal, prostração. Ao exame: oroscopia: hiperemia e hipertrofia de amígdalas (Grau III / IV), placa brancacenta cobrindo quase toda amígdala esquerda, linfonodos cervicais palpáveis, o maior medindo 1,5 cm doloroso à palpação. Conduta: benzetacil • Infecção bacteriana. Não usa amoxicilina porque ele está vomitando (aí tem que usar IV). Se ele não estivesse tendo vômitos os pais podiam escolher qual dos dois usar. • Streptococcus pyogenes é o principal causador de amigdalite bacteriana. Tem também o Streptococcus beta hemolítico do grupo A. → Amigdalite viral Caracterizado por hiperemia e hipertrofia importantes, podendo ter petéquias no palato (mais comum na bacteriana) e muita placa na garganta (podem ser mais pequenas). Ex. 1: febre alta, 39ºC. Na oroscopia: ulceras nos pilares amigdalianos anteriores (pode ter na língua também, mas é menos comum) – Herpangina, causada pelo mesmo enterovírus que causa Síndrome Mão-Pé-Boca (Coxsackie) Ex. 2: úlceras na mucosa interna da boca e na língua, podendo acometer gengiva. Clínica: febre alta, sialorreia, dor na boca – Estomatite que é causada pelo vírus da Herpes → dá analgésico e antitérmico e alimentos que a criança tolera: frios e doces (não consegue comer sal, coisas azedas – se ela não tolerar líquido tem que internar). Em pacientes imunossuprimidos usar Aciclovir. Ex. 3: restos alimentares, cobertos por bactérias anaeróbicas, pode ter inflamação leve - Caseum → Penicilina G Benzatina - Carcaterísticas gerais: beta-lactamico destruído pelas penicilinases - Mecanismos de ação: bactericida – liga-se as PBPs: impede a formação da parede celular - Efeitos colaterais: hipersensibilidade – muito raro (não pode tomar na farmácia mais) - Espectro de ação: Streptococcus pyogenes; Treponema pallidum - Indicações: amigdalite e sífilis (desde que não acometa o SNC – aí usa Penicilina G Cristalina). 17 IVAS Nicoly Guimarães 71D - Doses: • amigdalite ou profilaxia de Febre Reumática: 50.000 UI/Kg/dia dose única o < 27 Kg 600.000 UI o > 27 Kg 1.200.000UI • sífilis: 2.400.000 UI/dia - Farmacocinética: administração somente IM – níveis séricos 15 a 21 dias • profilaxia indicam 1x/mês mas o correto seria de 21 em 21 dias. • No adulto pode injetar até 5ml, nas crianças é +- 3ml. → Sinais e sintomas: doença benigna caracterizada por dor de garganta. É comum ter outros sintomas associados: febre, dor abdominal (por aumento de ?). → Principais agentes: - 70-90% tem etiologia viral: • Rinovírus • Coronavírus • Adenovírus • Herpes simples • EBV/CMV - Bactérias mais comum: Streptococcus pyogenes • 20 a 30% das faringites entre 5 e 15 anos • Incomum em menoresde 3 anos → Tratamento com antibiótico - ATB é usado visando, além do reduzir gravidade dos sintomas, prevenir os sintomas não supurativos (febre reumática) – corpo cria AC que ataca proteína do Streptococcus pyogenes. Mas esse AC também ataca valvas cardíacas, podendo gerar endocardite. - Também tem como objetivo reduzir complicações supurativas, como abecesso periamigdaliano/ doença invasiva. - Reduzir transmissão para contatos: após 24h de inicio do tratamento efetivo, o paciente para de ser disseminador da bactéria. → Amigdalite bacteriana X Amigdalite viral - Para diferenciar os dois, além do reconhecimento clínico: teste rápido (não tem na UPA). • Especificidade 95% /Sensibilidade 70-90%; • Realizar em pacientes com sintomas sugestivos infecção bacteriana. - Score clínico - Na prática clínica, o ideal seria: • Aspecto clinico não sugestivo de pyogenes – terapêutica sintomática; • Aspecto sugestivo de pyogenes – coleta teste rápido e cultura (um dois dando positivo, já confirma diagnóstico e faz ATB; se os dois negativos fazem terapia sintomática). CASO 3/4- Paciente de 5 anos com história de febre alta (Tax 39o C) há 3 dias, dor d garganta, dor abdominal, prostração. Ao exame: oroscopia: hiperemia e hipertrofia de amígdalas (Grau III / IV), placa brancacenta cobrindo quase toda amígdala esquerda, linfonodos cervicais palpáveis, o maior 18 IVAS Nicoly Guimarães 71D medindo 1,5 cm doloroso à palpação. 1a Conduta: Penicilina G Benzatina. Após 72h persiste febre estado geral regular. Conduta: amoxicilina-clavulanato. • Porque não deu certo: bactéria da boca pode estar destruindo lactamase, impedindo o ATB de atuar no pyogenes. - Apresentou melhora parcial da febre e estado geral após 72h, porém nas últimas 24h retorno da febre alta (Tax 38,7o C) e piora importante da dor de garganta. Conduta: avaliação por otorrino. Abcesso periamigdaliano → • Na prática usa Clindamicina (gram + e anaeróbio) associado a ceftriaxona (alguns gram + e gram -). • Poderia usar amoxi+clavu venoso, mas não usa. • Amoxi+Sulbactam e Amoxi+Clavu são praticamente iguais, a única diferença é sobre o Acinetobacter balmani que é sensível ao Amoxi+Sulbactan. CASO 5 - Paciente de 8 anos apresenta o quarto episódio de amigdalite bacteriana bem documentada em 1 ano. Conduta: solicitar cultura de orofaringe / Clindamicina (tem melhor resposta que Amoxi+Clavu). • Amigdalite de repetição – pode ter agentes diferentes do pyogenes → deve saber o agente. o 3 episódios em 6 meses ou 4 em 1 ano. • Acompanhamento com otorrino e/ou infectologista - Explicações para amigdalites de repetição • Efeito “ping pong”: familiar ou pessoa íntima portador de S.pyogenes • Deformidades em amígdalas favorecendo perpetuação das bactérias (Biofilme) • Normalmente anaeróbios – ex.: Fusobacterium sp → Opções terapêuticas - 1ª escolha: Penicilina G Benzatina ou Penicilina V ou Amoxicilina - 2ª escolha: • Cefalexina (Alergia leve a moderada à penicilina) • Amoxicilina – clavulanato (Resposta insatisfatória à 1a escolha) • Clindamicina (Alergia grave à penicilina ou resposta insatisfatória à 1a escolha ou amoxicilina-clavulanato) - 3ª escolha: Azitromicina (Alergia grave à penicilina) – pensando no Streptococco, ela não é tão boa quando comparada aos outros. *a médica passa porque a posologia é mais cômoda (5 dias, 24/24h). - Tempo de tratamento: Penicilina G Benzatina – Dose única • Demais 10 dias, exceto azitromicina que são 5 dias → Para refletir: • Indisponibilidade de Teste Rápido e cultura (demora) • Coleta com técnica adequada ? • Demora na disponibilização de resultados • Interpretação dos resultados ! 19 IVAS Nicoly Guimarães 71D OTITES → Sinais e sintomas: febre, dor local/ choro, inapetência/ vômitos. CASO 6 – Há 3 dias criança de 12 meses iniciou quadro de febre (Tax 38,2o C), inapetência leve, coriza nasal e tosse discreta. Otoscopia hiperemia da membrana timpânica direita; contra lateral sem alterações. Conduta: Sintomáticos (Antitérmico / Analgésico) • Otite média viral CASO 7/8/9 - Paciente de 18 meses que há 5 dias iniciou quadro de coriza nasal, tosse seca discreta, leve inapetência. Nas últimas 48h vem apresentando febre persistente (Tax 38,5 a 39,2o C), piora da inapetência, mais chorosa. Ao exame: Membranas timpânicas hiperemiadas bilateralmente, opacificadas e abauladas. Conduta: amoxicilina • Streptococcus pneumoniae (sensível à penicilina) - agente principal da otite média aguda em criança é o Strepetococco, que é tratado com Amoxicilina. - Frequenta creche desde os 8 meses, uso recente, há 1 mês, de amoxicilina para tratar uma amigdalite (SIC). Ao exame: Membranas timpânicas hiperemiadas bilateralmente, opacificadas e abauladas. Conduta: Amoxicilina (dose dobrada) • Mecanismo de resistência do Pneumococco é alteração das proteínas de ligação das penicilinas. • Receptor tem menos afinidade com a amoxicilina, para ele conseguir ligar tem que aumentar a dose. - Vacinação em dia de acordo com PNI. 1ª Conduta: iniciado amoxicilina com dose dobrada, no entanto, após 72h permanece quadro praticamente inalterado. Membranas timpânicas hiperemiadas bilateralmente, opacificadas e mais abauladas. Conduta: amoxi+clavu • Não dá Amoxi (dose dobrada), pq já tentou e não deu certo. • Ceftriaxona é cefalosporina é terceira geração, lembrar que é grande indutor de resistência bacteriana. Poderia usar, mas não deve. • Segundo agente mais comum de otite média aguda: Haemophilus influenzae (BGN) → gram - e produtor de beta-lactamase – Clavulanato inibe enzimas, dessa forma a amoxi pode ficar mais eficaz. 20 IVAS Nicoly Guimarães 71D → Características • Infrequente em < 6 meses. • Pouco frequente em > 5 anos. • Mais comum: 6 a 24 meses (Pico de incidência - 6 a 18 meses) • Resolução sem ATB: 50% melhora em 24H e 80% em 3 dias → Principais agentes • S.pneumoniae; H.influenzae; M.catharralis • Variável de acordo com a região – mudança de padrão epidemiológico (vacinação e hábitos de prescrição de ATB. → Possíveis complicações • Perfuração da membrana timpânica – hipoacuisia. • Mastoidite – mais raro. • Meningite – pode ser evolução da mastoidite, mas é raro. → Tratamento - ATB para OMA não severa (casos de certeza diagnóstica com membrana timpânica abaulada) • Antibióticos imediatos também são recomendados para OMA complicada, criança com aparência toxêmica, otalgia persistente por mais de 48h, temperatura > 39o C nas últimas 48h, ou se existir dúvidas quanto ao seguimento do paciente. - 1ª escolha: amoxicilina - 2ª escolha: • Amoxicilina dose dobrada ou Amoxicilina-clavulanato ou Amoxicilina (dose dobrada) – clavulanato • Axetil cefuroxima (Cefalosporina 2a geração - pacientes com alergia leve moderada às penicilinas) • Clindamicina ou Levofloxacina (Alergia grave às penicilinas) - 3ª escolha: Ceftriaxona (Otites de repetição) – 3 dias SINUSITE CASO 10 - Paciente de 5 anos que há 5 dias iniciou quadro de coriza nasal, espirros, tosse seca, febre (Tax 38,5o C), inapetência moderada. Nas últimas 48h subfebril (Tax 37,4o C ), inapetência leve, melhora da tosse, porém eliminação de secreção amarelo-esverdeada nasal. Conduta: Sintomáticos (Antitérmico / Analgésico) – SF0,9% intra-nasal • Evolução habitual de um quadro de IVAS viral. • Essa secreção não significa que piorou, normalmente acontece no fim da doença. CASO 11 - Paciente de 5 anos que há 7 dias iniciou quadro de coriza nasal, espirros, tosse seca, febre (Tax 38,5o C), inapetência moderada. Nas últimas 72 h subfebril-febril (Tax 37,4o C a 38oC ), inapetência leve, persistência da tosse, mas agora mais produtiva, dor em região da face. Oroscopia: Secreção abundante no cavum. Conduta: amoxicilina. • Streptococcus pneumoniae - sensível à penicilina - Uso de amoxicilina há 30 dias para tratamento de amigdalite. Conduta: Amoxicilina (dose dobrada) • Streptococcus pneumoniae, resistente à penicilina – PBP2a o Tem uso de ATB recente há 30 dias (por isso a resistência) 21 IVAS Nicoly Guimarães 71D - 1a Conduta: Amoxicilina dose dobrada. Resposta insatisfatória após 72h. Conduta: Amoxicilina- clavulanato • Haemophilus influenzae produtor de beta-lactamase → Quando pensar em sinusite bacteriana - Sintomas persistentes e sem melhora por mais que 10 dias ou - Piora dos sintomas: exacerbação da descarga nasal* ou - Tosse, re-início ou recorrência da febre, ou - Sintomas graves: temperatura > 39°C, “aparência doente”, descarga nasal purulenta por 3-4 dias** • RN e crianças mais novas não costumam ter quadro de sinusite, mas pode ter. - Evolução de IVAS habitual: febre começa no 1º dia, indo até o 2º e acaba. Depois começa os sintomas respiratório (coriza, tosse, etc), chegando até o 4º dia e no 5º dia começa a melhorar - Se persiste febre ou quadro febre ou melhorou e voltou de novo: pensar em infecção bacteriana secundária. → Principais agentes • Streptococcus pneumoniae: 30% (10-15% resistente a penicilina) • H. influenzae NT: 30% (10-42% produtores de Beta-lactamase) • M. catarrhalis: 10% (100% produtores de Beta-lactamase) → Preciso solicitar exame de imagem para diagnóstico ? - O diagnóstico de Sinusite Bacteriana Aguda é estritamente clínico (B / fortemente recomendado) - Imagem (RM ou TC) deve ser solicitada apenas em pacientes com suspeita de complicação (B / fortemente recomendado) • 1: 12.000 episódios em crianças • 1: 32.000 em adultos → Diagnóstico: clínico. • Se tem risco de resistência: iniciar ATB de 2ª linha. • Se não tem risco de resistência iniciar ATB de 1ª linha → Tratamento - ATB de 1ª escolha: • Amoxiclina (dose padrão) • Amoxicilina + Clavulanato (dose padrão)* - ATB de 2ª escolha: Amoxicilina (dose dobrada) + Clavulanato < 2 anos • Doença grave • Uso prévio ATB • Resistência a penicilina > 10% - Não usar macrolídeo p/ tratar sinusite Risco de resistência • < 2 anos e > 65 anos • Creche • Uso prévio ATB • Hospitalização • Comorbidades • Imunossuprimidos Tempo de tratamento • Adultos - 5 a 7 dias • Crianças - 10 a 14 dias ou manter 5 a 7 dias após melhora dos sinais/sintomas 22 PUBERDADE PRECOCE Nicoly Guimarães 71D “A puberdade é o processo de maturação biológica que, pelas modificações hormonais, culmina no aparecimento de caracteres sexuais secundários, na aceleração da velocidade de crescimento e, por fim, na aquisição de capacidade reprodutiva da vida adulta.” Características sexuais primárias Características sexuais secundária Meninas alterações dos ovários, útero e vagina o aumento das mamas, aparecimento dos pêlos pubianos e axilares; Meninos testículos, próstata e glândulas seminais, experimentam marcantes, mudanças estruturais. o aumento da genitália, pênis, testículos, bolsa escrotal, além do aparecimento dos pelos pubianos, axilares, faciais e mudança do timbre da voz. ESTÁGIOS DE TANNER - Feminino 23 PUBERDADE PRECOCE Nicoly Guimarães 71D - Masculino PUBERDADE PRECOCE Puberdade precoce ocorre quando o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários acontece antes dos 8 anos em meninas e antes dos 9 anos em meninos. Ocorre aceleração da aceleração da velocidade de crescimento e da idade óssea, o que resulta na diminuição da estatura final. Pode ser: • Central (80%): ativação precoce do eixo HHG, com secreção de GnRH e aumento secundário dos esteroides sexuais. Semelhante a puberdade adequada, com características sexuais apropriadas ao sexo (isossexuais). • Periférica (20%): independe de gonadotrofina, cronologia desordenada, adrenal ou gonadal → Causas 24 PUBERDADE PRECOCE Nicoly Guimarães 71D → Puberdade precoce central • 10-23mvezes mais frequente nas meninas • Meninas maior parte é idiopática • Meninos 60% associado a anomalias neurológicas • Tumores de SNC, hidrocefalia, hamartomas hipotalâmicos, doenças inflamatórias, afecções renais • Indícios numerosos do aumento dos casos no mundo - Fatores de risco • Mães com menarca em menor idade • Puberdade precoce na família paterna • Baixo peso ao nascer • Obesidade na infância • Exposição aos Desreguladores Endócrinos - Diagnóstico • Dosagem de GnRH não serve p/ diagnóstico por os níveis são iguais em pré púberes e púberes. • Elevação do LH (basal e após estimulo com análogo de GnRH) classifica a puberdade como central. INVESTIGAÇÃO - Anamnese completa: HF é muito importante - Exame físico completo: Tanner, altura, peso, sinais de virilização, avaliação testicular com orquidometro PROPEDEUTICA - Exames complementares • Dosagem de gonadotrofinas e esteroides sexuais LH e estímulo de GnRH • Testosterona nos meninos é útil, estrogênio nas meninas é pouco sensível • Idade óssea – maturação óssea (avanço de pelo menos 1 ano ou 2 DP da idade cronológica) • US pélvico – aumento do volume ovariano e uterino, espessamento endométrio, descarta tumores • RNM crânio – avaliação da região H-H (em todos < de 6 anos com diagnóstico clínico e laboratorial. Entre 6-8 anos se suspeita de alteração de SNC) DIAGNÓSTICO - Será considerado puberdade precoce: 25 PUBERDADE PRECOCE Nicoly Guimarães 71D TRATAMENTO - Principais objetivos • Supressão do eixo HHG, da secreção de gonadotrofinas e dos esteroides gonadais; • Regressão dos caracteres sexuais secundários (inclusive menstruações); • Desaceleração do ritmo de avanço de maturação óssea visando recuperar a VC normal e melhor prognóstico de altura final; • Normalização dos problemas psicossociais. - GnRHa - leuprorrelina (R$ 500, a 700,00)ou triptorrelina • Apena casos de PP central. • Resultados dependem: estatura dos pais, IO e estatura no início e suspensão do tratamento. • Melhores resultados: o tratamento precoce e até IO de 12 a 12,5 anos nas meninas e 13 a 13,5 anos nos meninos. • Estudos demonstram que meninas tratadas antes dos 6 anos parecem ser o grupo que mais se beneficia desse tratamento, com ganho estatural de 9 a 10 centímetros. • Voltado para doença de base • Até a idade cronológica normal para o desenvolvimento da puberdade considerando: o Idade óssea o Previsão de estatura final o Aspectos psicossociais - PP periférica: GnRHa não está indicado - MS sugere a interrupção do tratamento com IO de 12,5 anos nas meninas e de 13,5 anos nos meninos CONTROLE • Consulta e exames periódicos com EndoPed a cada 3 meses • Os análogos de GnRH são considerados bem tolerados em crianças e adolescentes. • Na primeira administração, pode haver sangramento vaginal. • Efeitos adversos: cefaleia e fogachos, reações locais em 10%-15% dos indivíduos e, em menor proporção, podem ocasionar abscessos estéreis. • Raros casos de anafilaxia. 26 COVID 19 Nicoly Guimarães 71D A DOENÇA - Causada pelo SARS-CoV-2, vírus de RNA, pertencente à subfamília Coronavirinae da família dos Coronaviridae. - Infecção respiratória aguda, potencialmente grave e de distribuição global, que possui elevada transmissibilidade entre as pessoas e pode acometer diversos órgãos esistemas. • contato com uma pessoa infectada, através de gotículas e aerossol geradas quando a pessoa tosse, espirra, ou por gotículas de saliva ou secreção nasal – usar máscaras boas. • Período de incubação em média 5 dias podendo chegar até 2 semanas – a Omicron parece ter tempo menor, mas não é reconhecido. - Estimativas iniciais apontaram maioria dos casos como leves. - Alguns grupos com risco aumentado para forma grave: HAS, DM, câncer, imunossuprimidos, cardiopatias, gestantes, outros (criança nunca entrou) → Diagnóstico - RT PCR • Padrão ouro • Detecta o vírus • Até 7 dias (3 a 5 é o ideal) • Swab nasofaringe ou saliva - Antígeno • Partes da estrutura viral • Menos sensível • Mais prático – teste rápido • Em assintomáticos tem pouco valor • Swab nasal - Sorológicos são pouco úteis no diagnóstico. • IgM + : fase ativa, possibilidade do microrganismo estar circulante. • IgG + : fase crônica e/ou recuperação ou já teve contato com a COVID-19 em algum momento da vida ou foi vacinado → Variantes A DOENÇA NA CRIANÇA - Maioria das crianças e adolescente apresentam formas leves ou assintomáticas. - Menor risco de complicações, hospitalizações e óbitos - Várias hipóteses, poucas certezas • ECA é uma substancia necessária para interação do vírus com o organismo, mas as crianças produzem pouco. • Crianças frequentemente tem infecções de vias áreas, fornecendo uma proteção cruzada. - Expostos ao vírus da mesma forma que adultos - O papel das crianças na transmissão também já foi demonstrado em diversos estudos, particularmente das crianças maiores. 27 COVID 19 Nicoly Guimarães 71D → Epidemiologia • 34 mil hospitalizações em <19 anos. • 2 milhoes de hospitalizações • 22 milhões de casos no Brasil • 2500 mortes de <19 anos. • > 5 anos 50% dos óbitos → já vai para escolinha, tem mais interação social • A letalidade entre os internados com SRAG no Brasil é de 7%, enquanto nos EUA 0,5%. • Mortes por milhão no Brasil é de 41, enquanto nos EUA é 11 e no Reino Unido 4,5. • Doença meningocócica, gastroenterite por rotavírus, influenza no ano da pandemia por H1N1, hepatite A, varicela, meningite pneumocócica → nenhuma provocou número igual de mortes que a COVID em < 19 anos ao longo de um ano. → Formas de manifestação nas crianças Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) – notificação compulsória. - Engloba doenças, como: asma, bronquiolite, pneumonia, Covid. - No geral é caracterizada pela síndrome gripal (febre, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou distúrbios gustativos (pela covid), coriza) + desconforto respiratório, representado por: • dispneia OU pressão persistente no tórax OU saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente OU cianose. - Nas crianças, além dos sintomas acima, observar: batimentos de asa de nariz, tiragem intercostal, sinais de esforço respiratório (retração xifoide, retração de fúrcula), desidratação e inapetência. Síndrome Inflamatória Multissistemica Pediátrica (SIMP) – notificação compulsória. - Relação exclusiva com a Covid → apresentação clínica potencialmente grave da doença em crianças e adolescentes. - Sequelas cardiovasculares, respiratórias e neurológicas foram descritas. - No Brasil - risco de morte muito superior ao observado em outros países - Internação em UTI ocorreu em 44,5% dos casos e a letalidade foi de 6% (cerca de cinco x superior à relatada nos EUA) - Sequelas cardiovasculares, respiratórias e neurológicas foram descritas. - 64% dos hospitalizados pela SIM-P no Brasil tinham entre 1 - 9 anos (mediana de idade: 5 anos) - Sintomas: • febre • rash cutâneo – 55% • conjuntivite – 39,5% • alterações cardíacas – 59,2% • hipotensão arterial ou choque – 35,5% • sintomas gastrointestinais (dor abdominal - chegaram a simular uma apendicite, diarreia, náuseas ou vômitos) – 83,5% • alteração neurológicas (cefaléia, irritabilidade, confusão mental ou convulsão) – 48% • cerca de 65% apresentam sintomas respiratórios. - Critérios para caracterizar SIMP 1. crianças/adolescentes com febre > 2 dias + 2 dos seguintes critérios a. Exantema OU conjuntivite não purulenta bilateral OU sinais de inflamação muco- cutânea: sintomas da doença de Kawasaki que foi confundida com a COVID. b. Hipotensão arterial OU choque c. Manifestação de disfunção cardíaca: pericardite, valvulite, anormalidades coronarianas (eco ou marcadores) – tb presente na doença de Kawasaki d. Evidencia de coagulopatia (D-dímero ou coagulograma alterado) 2. Marcadores de inflamação elevado (VHS, PCR, procalcitonina) 3. Afastadas outras causas 4. Evidencias de Covid – 19 ** Toda morte pediátrica durante a pandemia que tiver evidencia p/ Covid, tem avaliar esses critérios. 28 COVID 19 Nicoly Guimarães 71D → Diagnóstico diferencial - Sepse bacteriana: choque, hipotensão, marcadores inflamatórios ↑ - Doença de Kawasaki: doença idiopática por complexos imunes, tendo vários critérios. A principal consequência dela é aneurisma de coronária. - Síndrome Hemofagocitica: doença inflamatória de ativação de macrófagos. - Síndrome da Pele Escaldada - Síndrome do Choque Tóxico - Apendicite - Lúpus Eritematoso Sistêmico Juvenil → Tratamento • Grande maioria requer terapia intensiva, mas se ela tiver mais estável deixa na enfermaria normal, porque normalmente não tem espaço para todos os casos. • Diminuir estado inflamatório. • Individualizado - Antimicrobianos: iniciados imediatamente nos casos de choque e em sinais de sepse. A escolha do ATB depende da apresentação clínica e da epidemiologia local. - Antivirais: questionáveis. Usado em casos de Influenza. - Imunoglobulina endovenosa (IGEV) – 1-2 g/kg, em infusão endovenosa contínua de 12h: • casos graves a moderados; • casos que preenchem critérios completos ou parciais para a síndrome de Kawasaki e/ou • síndrome de ativação macrofágica; - Corticosteroides: metilpredinisolona - dose alta inicial 10 a 30 mg/kg/dia por 1 -3 dias consecutivos, seguido de 2 mg/kg/dia por 5 dias, devendo sua dose ser diminuída gradualmente ao longo de 2-3 semanas. • Casos graves; • Casos que forma refratários a infusão de IGEV. Obs. 1: doses variam de acordo com o estado da criança. Obs. 2: não pode tirar de uma vez, pq quando dá altas doses por tempo prolongado a adrenal diminui a produção de corticoide, podendo ter uma insuficiência. - Ácido acetil salicílico (AAS) - 30 a 50 mg/kg/dia, reduzida para 3 a 5 mg/kg/dia (máximo 80 mg/dia) quando estiver afebril por 48h e mantida até a normalização da contagem plaquetária e confirmação de coronárias sem alterações com pelo menos 4 semanas do diagnóstico. • SIM-P com manifestações da síndrome de Kawasaki E/OU • plaquetose (≥450.000/μL) - Enoxaparina: associada ao AAS nos casos com aneurismas coronarianos mantida por tempo indefinido. Nos casos de com evidência de trombose ou que apresentem disfunção ventricular, com fração de ejeção < 35%, a enoxaparina deverá ser mantida por pelo menos 2 semanas após a alta hospitalar. - Inotrópico: Dobutamina ou milrinona. Se hipotensão arterial sistêmica, a epinefrina em infusão contínua deve ser a droga de escolha para uso inicial. • pacientes com sinais de baixo débito ou insuficiência cardíaca e que apresentam disfunção ventricular, com PA adequada → Impacto na vida das crianças e adolescentes - Suspensão das aulas presenciais: variou entre as escolas • aulas online; • atividades remotas sem aula; • nenhuma atividade/aula. - Queda da qualidade do estudo 29 COVID 19 Nicoly Guimarães 71D • Dificuldade de concentração; • Falta de rotina de estudo; • Ambiente de estudo inadequado.- Longo prazo • Aprovação sem assimilação do conteúdo? • Reprovação? • Resultados ruins em testes futuros? - Novos hábitos criados: máscara e higiene das mãos; - Novos riscos: • Acidentes domésticos: quedas, queimaduras, machucados. • Sedentarismo, tempo de tela prolongado: obesidade, conteúdp inadequado, dificuldade de vigilância pelos pais • Dificuldade escolar: perda de motivação, TDAH (questionar pelo momento vivido) • Problemas emocionais: ansiedade, depressão, medo, insônia, anorexia • Baixa de vitamina D: isolamento leva a baixa de exposição solar e alimentação inadequada • Regressão do desenvolvimento: perda de habilidades já desenvolvidas → COVID longa - Persistência de sintomas nos sistemas sensorial, neurológico e cardiorrespiratório, bem como a saúde mental, meses após a infecção. - Os resultados dos estudos de seguimento de crianças e adolescentes acometidos pela COVID-19 ainda estão em curso: • Pesquisa de uma universidade Italiana – Avaliou 123 jovens de até 18 anos dois meses depois - insônia (18,6%), sintomas respiratórios, incluindo dor e aperto no peito (14,7%), congestão nasal (12,4%), fadiga (10,8%), dores musculares (10,1%), e dificuldades de concentração (10,1%) e dores nas articulações (6,9%). • Outro estudo da Itália, da Rússia e do Reino Unido - Avaliou 510 casos - fadiga e cansaço (87%), dor de cabeça (79%), dor abdominal (76%), dores musculares ou nas articulações (61%), náusea (46%) e diarreia ou vômito (42%). → Prevenção: isolamento ou quarentena - Isolamento: pessoa doente para evitar transmissão para outras pessoas. - Quarentena: pessoa exposta a alguém confirmado para a doença. - Medidas do Ministério da Saúde Problemas desse sistema (medidas baseadas no exterior) • aqui não tem muita testagem (SUS/ restrição dos convênios) • padrão de vacinação: padrão de transmissão varia com o tipo de vacina. • Padrão de vida dos brasileiros que não permite o isolamento. 30 COVID 19 Nicoly Guimarães 71D → Tratamento ambulatorial - Documento elaborado pela Conitec (baseado em evidencias) → Vacina • Prevenir casos, hospitalização e mortes • Reduzir sequelas da doença em todas as suas formas, incluindo SIMP e COVID-19 longa - CoronaVac: liberada para crianças > 6 anos (vírus inativado) - Pfizer: liberada para crianças > 5 anos (RNAm) • 12 a 18 anos - 0,3mL, contém 30 μg de RNAm, tampa na cor roxa • 5 a 11 anos – 0,2 ml, contém 10 μg de RNAm, tampa cor laranja Administrar na idade errado pode dar efeitos colaterais. - Em adolescentes • A autorização de uso da vacina Pfizer em adolescentes foi baseada em estudo de fase 3, que incluiu 2.126 participantes de 12 a 15 anos. • Os participantes foram randomizados em dois grupos (1:1) para receber duas doses da vacina com 30μg ou placebo, com 21 dias de intervalo. • 16 casos, pelo menos sete dias após a segunda dose da vacinação, TODOS eles observados no grupo placebo. • Verificado um risco raro da ocorrência de miocardite/pericardite após as vacinas de RNAm. • A miocardite/pericardite causadas pela vacina têm sido quase sempre muito menos graves do que a miocardite na mesma faixa etária causada pela própria COVID-19, necessitando menos dias de internação (em média 3 dias) e menor necessidade de admissão em unidades de terapia intensiva. - Em crianças • Estudo que incluiu 2.268 participantes de cinco a < 12 anos. 31 COVID 19 Nicoly Guimarães 71D • Resposta de anticorpos neutralizantes em concentrações similares às observadas em adolescentes e adultos de 16-25 anos. • Não foram observados eventos adversos graves associados à vacinação, com um perfil de reatogenicidade favorável. • Após início da aplicação nos EUA: perfil de reatogenicidade adequado, sendo a quase totalidade dos eventos adversos classificados como não sérios (97%), basicamente febre, dor de cabeça, vômitos, fadiga e inapetência. • Houve o relato de 8 casos de miocardite entre > de sete milhões de doses, todos eles classificados como de evolução clínica favorável. 32 ADNPM, TDAH, TEA Nicoly Guimarães 71D ATRASO NO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR - Desenvolvimento infantil é um processo multidimensional e integral. - Existe um ritmo variável no desenvolvimento, mas é possível estabelecer referências da normalidade. - Triagem obrigatória nos primeiros dois anos de vida. - Desenvolvimento motor, adaptativo, da linguagem e pessoal-social. Até 2 meses De 2 a 6 meses De 6 a 12 meses 2º ano de vida - Voltam-se preferencialmente a voz feminina. - Preferencia visual por rostos - Fixação do olhar no rosto do observador. - Avaliação de reflexos primitivos. - Sorriso voluntário. - Maior contato visual. - Se vira para fonte de estímulo sonoro. - Exploração do próprio corpo e do ambiente a sua volta. - Aumento da exploração do ambiente. - Manifestação de desejos e intenções. - Maior demanda por autonomia. - Ansiedade de separação. - Diferencia o que é próprio/ do outro. - Intensifica exploração do ambiente. - Maior autonomia -Maior agilidade e equilíbrio. - Melhor compreensão de causa e efeito. - Importante conversar sobre métodos de disciplina e rotina. → Marcos do desenvolvimento – 0 a 5 meses. 33 ADNPM, TDAH, TEA Nicoly Guimarães 71D → Marcos do desenvolvimento – 6 a 24 meses. → Como avaliar? - Caderneta da criança; • Preencher as tabelas dos marcos de desenvolvimento. - Teste de Denver II: avaliação pessoal- social, motor fino adaptativo, linguagem, motor grosseiro. • Branco: 25-75% já adquiriram aquela habilidade • Cinza: 75-90% já adquiriram aquela habilidade - Perímetro cefálico; • Parada de progressão do perímetro cefálico pode ser um indicativo que o desenvolvimento estará comprometido. • Deve ser avaliado junto aos marcos do desenvolvimento. • Também pode estar alterado em situações de crianioestenose. → Atraso X regressão no desenvolvimento neuropsicomotor 34 ADNPM, TDAH, TEA Nicoly Guimarães 71D - Fundamental saber sobre o desenvolvimento normal para identificar um possível atraso - Reconhecer e identificar fatores de risco • Abuso de substâncias durante a gestação • Complicações ao nascimento • Infeções perinatais • Baixo nível socioeconômico • Pais com baixa escolaridade • Pais adolescentes • Famílias disfuncionais • Pais com doenças mentais - Buscar e valorizar a preocupação dos pais - Monitorar os marcos e rastrear periodicamente: ir ao médico de 3/3 meses ou 4/4 meses. - Promover o desenvolvimento por meio de orientações • Mostrar objetos coloridos • Oferecer objetos para pegar e tocar • Conversar com a criança • Deixar a criança no chão para estímulo motor • Mostrar livro com figuras • Brinquedos que fazem sons • Brinquedos de encaixar e empilhar • Cantar músicas para o bebê - Triagem x Diagnóstico • Não é necessário o diagnóstico para encaminhar ao acompanhamento multidisciplinar o Atraso motor grosseiro: fisioterapia motora. o Atraso motor fino: terapia ocupacional o Atraso pessoal-social: psicologia e terapia o Atraso de linguagem: fonoaudiologia. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) → Definição • Transtorno do neurodesenvolvimento • Dificuldades de comunicação e interação social • Presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos. • Gravidade de sua apresentação é variável. • Permanente e sem cura. • Predominância do sexo masculino (4:1) • Nos EUA: 1 para cada 58 crianças em 2014. • Estima-se que em torno de 30% dos casos apresentam deficiência intelectual. • Combinação de fatoresgenéticos e fatores ambientais. • Estudos comparando gêmeos idênticos e gêmeos fraternos mostram que a taxa de concordância do TEA é significativamente maior entre os primeiros do que entre os segundos, sugerindo um forte componente genético na etiologia do autismo. • A partir dos 12 meses, as crianças que mais tarde recebem o diagnóstico de distinguem-se claramente daquelas que continuam a desenvolver-se tipicamente. • Outros sinais já aparentes aos 12 meses: manuseio atípico de objetos (enfileirar ou girar os brinquedos) e/ou sua exploração visual. • O diagnóstico ocorre, em média, aos 4 ou 5 anos de idade. • Diagnóstico tardio é prejudicial já que a intervenção precoce está associada a ganhos significativos no funcionamento cognitivo e adaptativo da criança. • Diagnóstico precoce é fundamental. • A busca por sinais precoces do autismo continua sendo um trabalho importante. • Após os 18 meses, os traços tornam-se mais evidentes. • O pediatra deve investigar qualquer atraso de linguagem verbal ou não-verbal, contato social e o interesse no outro deficitários, interesses repetitivos proeminentes e estereotipias. • Frequentemente associado a outras condições: TDAH, ansiedade, transtornos de humor, TOD, TOC, TARE, epilepsia, Tourette. 35 ADNPM, TDAH, TEA Nicoly Guimarães 71D → Sinais de alerta - Sinais sugestivos no primeiro ano de vida • Perder habilidades já adquiridas • Não se voltar para sons e vozes • Não apresentar sorriso social • Baixo contato visual • zBaixa atenção a face humana • Maior interesse em objetos do que pessoas • Não seguir objetos ou pessoas • Pouca vocalização • Não aceitar toque • Não responde ao nome • Imitação pobre • Pouca iniciativa de interação • Incomodo com sons altos • Distúrbio do sono • Interesses incomuns (estímulos sensórios-viso-motores) • Irritabilidade no colo e dificuldade na amamentação - 6 meses: poucas expressões faciais, baixo contato ocular, ausência de sorriso social e pouco engajamento sociocomunicativo. - 9 meses: não faz troca de turno comunicativa, não balbucia “mamãe/papai”, não olha quando chamado, não olha para onde o adulto aponta, limitação pouca ou ausente. - 12 meses: ausência de balbucios, não apresenta gestos convencionais (abanar para dar tchau, ex.), não fala mamãe/papai, ausência de atenção compartilhada. → Triagem - A Academia Americana de Pediatria e a SBP recomendam: triagem para o TEA entre 18 e 24 meses de idade e aplicação do M-CHAT para todas as crianças. O teste pode ser repetido em intervalos regulares ou quando houver dúvida. • 20 ou 23 questões claras (depende da versão aplicada) • Respostas sim ou não • Respondido pelos pais e/ou cuidadores. • O resultado deve ser correlacionando o desenvolvimento e comportamento da criança com dados colhidos na anamnese e exame físico completos. • É instrumento de triagem e não de diagnóstico. • Nem todas as crianças que pontuam no M-CHAT serão diagnosticadas com TEA, ou vice-versa. • Resultados podem apontar para existência de outros transtornos de desenvolvimento. • Falha em 3 itens ou falha em dois itens chaves (2, 7, 9, 13, 14, 15) 36 ADNPM, TDAH, TEA Nicoly Guimarães 71D → Diagnóstico - Encaminhamento neurologia pediátrica para definição de diagnóstico. - Encaminhamento para terapias para intervenção precoce. - Graus: • Nível 1 (leve): necessidade de pouco apoio. • Nível 2 (moderado): necessidade de apoio substancial • Nível 3 (grave): necessita de muito apoio. → Tratamento - Família, equipe multidisciplinar e escolar. - Tratamento Medicamento se necessário: p/ sono, agressividade e agitação → melatonina TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) → Definição • Dificuldades atencionais e do controle motor e de impulsividade. • Não compatível com o estágio de desenvolvimento do indivíduo, acarretando prejuízos funcionais variáveis. • Início na infância podendo persistir na adolescência e idade adulta. • Aumenta o risco para diversos desfechos negativos ao longo do tempo. • Aumento relativo das taxas de tratamento de indivíduos nos últimos anos na maior parte do mundo, inclusive no Brasil. • Número absoluto de indivíduos em tratamento no país ainda é muito abaixo do estimado de pessoas acometidas. • A proporção de meninas para meninos é 1:2,4 e essa diferença torna-se mais pronunciada (1:4-6) em amostras clínicas, provavelmente pelo fato de meninos serem mais frequentemente encaminhados a tratamento pela presença e sintomas mais evidentes de hiperatividade e impulsividade. → Quadro clínico - Desatenção/ hiperatividade e impulsividade → combinados ou isoladamente • Hiperatividade e impulsividade: mais evidentes nas fases precoces do desenvolvimento. • Desatenção: mais evidente na fase escolar e tende a permanecer mais estável ao longo do tempo. Pré-escolar Escolar Adolescência Sintomas de hiperatividade e impulsividade mais pronunciados, podendo estar associados a agressividade, gerar perturbações no ambiente escolar e afetar as relações. Agitação importante, acidentes, dificuldade em permanecer atento a atividades mesmo por períodos curtos, como para ouvir uma história ou montar um quebra-cabeça. Desatenção - “sonhar acordado”, distratibilidade e dificuldade em manter o foco atencional em uma tarefa. Hiperatividade e impulsividade - inquietude, parecer estar “a mil” ou “a todo vapor”, fala excessiva, dificuldade de esperar a vez, respostas precipitadas, entre outros. Hiperatividade tende a melhorar, a desatenção e a impulsividade podem ser exacerbadas. Problemas como dificuldades acadêmicas, conflitos com pais e colegas e risco para uso e abuso de substâncias (lícitas e ilícitas). Desatenção - dificuldade de executar tarefas seguindo prazos, procrastinação, atrasos frequentes, desorganização e esquecimento de pertences. Hiperatividade - dificuldade de relaxar, inquietude. Dificuldades de aguardar a vez e de controle de impulsos 37 ADNPM, TDAH, TEA Nicoly Guimarães 71D → Diagnóstico - Basicamente clínico: anamnese, exame físico, história coletada com escola, história coletada com outras ambientes. - DSM – V 2 dimensões: • Desatenção e hiperatividade/impulsividade • Para o diagnóstico em crianças, são exigidos o mínimo de 6 ou mais sintomas em cada uma das dimensões • Sintomas por um período mínimo de 6 meses, estejam presentes antes dos 12 anos, provoquem prejuízo em dois ou mais contextos e que haja prejuízo significativo no funcionamento. - SNAP – IV • Escala que avalia sintomas de TDAH • Aplicada aos pais e escola • Pode auxiliar no processo de diagnóstico - Outras avaliações podem ser necessárias • Avaliação neuropsicológica • Avaliação psicopedagógica • Avaliação neurológica • Avaliação psiquiátrica 38 ADNPM, TDAH, TEA Nicoly Guimarães 71D ** se existem > 6 itens: BASTANTE ou DEMAIS de 1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou adolescente. ** se existem > 6 itens: BASTANTE ou DEMAIS de 10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa criança ou adolescente. → Tratamento - Terapia comportamental - Medicamentos: estimulantes são medicações estruturalmente semelhantes às catecolaminas e potencializam a transmissão dopa e noradrenérgica. 39 PNEUMONIA Nicoly Guimarães 71D IMPORTANCIA - Principal causa de mortalidade em crianças menores de cinco anos nos países em desenvolvimento - Brasil em 2016 → 886 óbitos infantis / Mundo 2019 → 800.000 crianças
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