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Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Micoses Pulmonares As infecções pulmonares por micoses podem acometer tanto pacientes imunodeprimidos (SIDA, Câncer, déficit de Imunoglobulina) e imunocompetentes. A HC deve ser embasada na busca de fatores de risco e doenças prévias, profissão do paciente, contato com galinhas, morcegos, pombas. A principal causa da infecção é através do contato com fezes de morcego, pássaros, pombos e galinhas, contendo as espécies de fungos responsáveis por infecções respiratórias. Comum em pessoas que tem contato com terra contaminada, que fica sujeito a inalações prolongadas daquele ambiente hostil, levando as infecções fúngicas ter um forte fator ocupacional. Infecções fúngicas sistêmicas: Paracoccidioidomicose, histoplasmose e coccidioidomicose. Infecções fúngicas oportunistas: Pneumocistose, Criptococose, candidose, aspergilose, zigomicose. PACOCCIDIODOMICOSE (Paracoccidioides brasilienses) Restrita a América Latina, mais comum no Brasil. Todas as micoses tem varias formas, aqui daremos ênfase na forma pulmonar. São fungos dimórficos, tem a forma infectante (filamentoso) e a forma da doença (Leveduriforme). Quando em contato com o hospedeiro, em temperatura agradável e le se transforma na forma leveduriforme, e vai brotando com formato de Mickey Mouse. Cultura e coloração de prata em amostras como; escarro, sangue (hemocultura), biópsia é visualizado o Mikey Mouse, significando que a doença está em plena atividade. Doença de pessoas relativamente jovens, entre 30 a 50 anos, com prevalência alta no Brasil, principalmente em SP, MG e GO, sendo a 8º causa de morte da America Latina (Brasil, Venezuela, Colômbia e Argentina), porem 60% dos casos são descritos no Brasil. Transmissão: Através da inalação de partículas provenientes de terra contaminada com fezes de animais; como morcegos, galinhas, pássaros, pombos, portanto tem um fator ocupacional que deve ser investigado na história (Lembrei de um episódio de Dr House que o paciente trabalhava com Rinha de galos). Logo, esta associada com atividade ocupacional, nível socieconômico e fatores individuais do hospedeiro, principalmente imunidade. Diagnóstico: História clinica detalhada a fim de se evidenciar fatores ocupacionais e epidemiológicos. Imagem – Micológico (Direto, cultura, inoculação) – Histopatológico – Imunológico. Micológico pode ser feito o exame direto de qualquer lesão (boca, escarro), cultura, fazer inoculação e ver a resposta e ainda o histopatológico, biópsia, e exames sorológicos. O Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII diagnóstico é a visualização do fungo sistêmico, forma leveduriforme, presentes escarro, sangue, tecidos. Achar pneumococo no escarro não quer dizer infecção por pneumonia por que isso é comum! Formas clínicas: Inalação do fungo promove uma resposta granulomatosa, como porta de entrada o pulmão, dissemina via linfática para o organismo. Pode ficar em latência ou desenvolver a doença, nessas formas: Aguda/juvenil: Síndrome consuptiva - hepatoesplenomegalia, desnutrição e lesões orais. Relacionada ao sistema mononuclear fagocitário. Pulmonar Crônica/ Multifocal ou Unifocal (mais comum). Exame radiológico padrão imutável, paciente morre com a doença e pode morrer da doença se ela for insidiosa, gerando uma síndrome consuptiva. Sequelar: Sequelas após a cura. Na radiografia é observado um alargamento dos linfonodos e nódulos. Na TC há acometimento dos linfonodos e há nos pulmões nódulos escavados, cavitários bilaterais. É uma doença granulomatosa que polpa ápice e base, dando aspecto de asa de borboleta. Observado também aumento dos linfáticos, com forte evidencia de nódulos e escavações. Histopatológico evidenciando os granulomas com o fungo Paracoccidioidomicose brasiliense ao centro, Tenhamos fé e imaginemos a carinha do Mikey lá dentro do granuloma, ela está lá e está lindamente linda! Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII A forma pulmonar crônica, forma mais comum, e a imagem constitui um achado, pois o paciente tem apenas sequelas, se o diagnóstico for feito em atividade deve ser tratada. Deve se fazer diagnóstico (punção, cultura, biopsia) e se achar fungo leveduriforme, faz dupla imunodifusão radiada; Doença crônica progressiva indolente com febre, emagrecimento e tosse seca. O profissional de saúde deve primeiro descartar tuberculose e caso negativo, fazer o diagnostico diferencial entre Paracoco e Histoplasmose. Em topografia é visualizado consolidações, nódulos, aumento dos linfáticos em fissuras e peribrônquicos. Sulfametoxazol + Trimetropima: Tem 80% de cura, porém se abandono o tratamento pode recidivar, paciente deve ser orientado quando ao longo período de tratamento e estimulado a adesão. Se +: vai tratando e analisa regressão pela sorologia, se diminuir titulação é sinal que está evoluindo para cura. Caso encontra-se altas titulações trata por mais tempo. Tratamento de 6 meses a 2 anos, droga de escolha oral é o Bactrim (2 anos) e o Iconazol (6 meses). O tratamento é feito até a cura!!! Anfotericina B, Indicado para formas graves: pulmonar grave, meníngea, aguda infantil e também quando há intolerância do paciente a sulfas uso de antifúngico sistêmico devido risco a vida = INDICADO desde que não tenha insuficiência renal e cardiopatias. HISTOPLASMOSE (Histoplasma capsulatum var capsulatum) Conhecida também como doença de Darling, doenças das cavernas ou Blastomicose nortemariaca. Encontra-se muito comum na região agrícola SP, DF, GO, MG.Geralmente ocorre em surtos de pessoas que tiveram no mesmo local. É uma doença granulomatosa sistêmica encontrada no pulmão que dissemina pelo sistema mononuclear fagocitario, que possui forma infectante (micronídeos) e forma da doença (leveduriforme, com capsula dupla, que se cora com Nanquim – Fácil visualização). FORMAS CLÍNICAS: Histoplasmose pulmonar assintomática/ pouco sintomática: forma mais comum. Pessoas que fazem visitações em cavernas, ambientes fechados onde se depositam fezes e animais, elas entram e inalam aquelaso pó em suspensão contendo o fungo presente nas fezes desses animais. Ocorre por inalação, seguida de inoculação dos fungos no trato respiratório, evolui com febre baixa, e cerca de, 14 dias, paciente melhora e nem sabe que esteve doente. Não há alteração na Radiografia de toráx. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Histoplasmose pulmonar aguda ( influenza símile ) pouca exposição aos microconídeos: Histoplasmose pulmonar aguda difusa = ITR grande exposição aos microconídeos: Caso do Gama pacientes referem ter limpado Bananeira retirando fezes de morcego. Geralmente com mais de um caso, relatando exposição há ambientes fechados e então um surto de bronquiolite. Radiografia mostra micronódulos difusos. Histoplasmose Crônica: Mais comum. Nódulos calcificados na Radiografia de um contato há muito tempo. Pode agudizar (Febre, emagrecimento, sudorese,tosse, dispneia, anorexia, hepatoesplenomegalia) e similar TB, que quando descartada Histoplasmose é a 2º opção, imagem é idêntica a TB. Radiografia: Doença granulomatosa do tipo cavitária, com fibroatelectasias) BAAR e cultura negativos = Histoplasmose crônica agudizada). A dificuldade do diagnóstico é que os médicos ficam tratando de uma Tuberculose, quando não é. Outro indicio é que o teste de Histoplasmina dá aumentado e Teste de escarro visualiza o fungo. Um diagnostico exclui o outro devido competição desse dois microorganismos. Quadro clássico: Homem, 63 anos, tosse, febre, dispnéia,astenia, perda de peso, BAAR(-), biópsia de pulmão(+) para H. capsulatum G/G, tratamento com Itraconazol. Homem, 64 anos, DPOC, tosse, febre, dispnéia, infecções recorrentes Escarro direto e cultura(+) H. capsulatum, ID 1/32, BAAR(-). Histoplasmose Disseminada: Inoculação de grande quantidade de macronídeos, associado a doença imunodepressiva, como SIDA e CA. Fé é uma coisa importante em Imagem. Radiografia: visualização de micronódulos quando aguda. Crônica visualizamos nódulos cicatriciais, calcificados, fibroatelectasias, cavidades. Consolidações em lobos superiores, sinais de enfisema pulmonar, bronquietasias e espessamento pleural. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII TC: micronódulos difusos, alargamento hilar, padrão perilinfático. Tratamento Pulmonar difusa: Caso o doente tenha mais que 30 dias de evolução ou mais que 3 semanas de febre e a doença for grave/ moderada ele tem que ser hospitalizado. Itraconazol 200mg 3x/dia, 3 dias...200mg, 1 ou 2x/dia por 6-12 semanas(Evidência B) em doentes ambulatoriais Pacientes graves – Anfotericina B Crônica tratamento: Itraconazol, Cetoconazol ou Fluconazol. Tratamento 6 meses, mais arrastado do que TB e avalia a cura do paciente, que na infecção micológica pode ser 4 (Cura clinica, imagem, micológica e sorológica), acompanhar todas as curas. MACETES DA MAY PARA LEMBRAMOS! Pacientes graves: Anfotericna B (INJETÁVEL) usa na Histo grave (PULMONAR AGUDA DIFUSA) e na paracoco forma aguda juvenil, FORMAS GRAVES. Restante tratamento oral com Bactrim no Paracoco e Cetoconazol/Itraconazol na Histo. Descartou TB, mas tem clínica e radiografia de TB (CARA DE TB, Orelha de TB) pesquisa então Histoplasmose. COCCIDIOIDOMICOSE Só tem no Maranhão e no Piauí. Radiografia mostra micronódulos difusos. Região endêmica devido a caça do Tatu, que cava a terra, solo árido, sacode provocando suspensão do fungo e inalação pelo trabalhador. Aspiração pelo trato respiratório através da forma infectante, doença se manifesta com a forma leveduriforme. Pode cronificar com cura ou o quadro ser uma doença pulmonar aguda com risco de morte. Mais comum Paracoco e Histoplasmose. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Secção 2: DOENÇAS QUE ACOMETEM IMUNODEPRIMIDOS (Câncer e AIDS) PNEUMOCISTOSE (Pneumocisto jiroveci) Antes da TARV era a principal causa pulmonar em paciente com SIDA. Depois da TARV a coinfecção que passou a ser mais associada com O HIV foi a TB. Hoje ocorre apenas nos pacientes que não fazem adesão a TARV com declínio da contagem de CD4 progressivamente e aumento da carga viral. Diagnóstico: dado em pacientes com contagem de CD4 abaixo de 200 células. Quadro clinico de dispneia, tosse seca, com declínio da função respiratória em 2 semanas, dessaturação de oxigênio ao esforço (Bem marcante a queda da oxímetria no exercício – Lembrar da Enfermaria do HRT). Diagnostico clinico e radiológico. Se o paciente não tiver diagnostico prévio de SIDA, deve ser investigados sinais de imunodepressão: infecções recorrentes, diarreia, perda de peso, candidíase..) Radiografia há presença de infiltrado intertiscial bilateral difuso. TC: Infiltrado intertiscial difuso bilateral simétrico, que poupa o hilo, sem lesão pleural, com aparência de vidro fosco difuso e presença de cistos. Laboratorial: LDH elevada Paciente tem hipoxemia grave, se não tiver diagnostico de HIV, faz teste rápido. Evolui com insuficiência respiratória grave necessitando de oxigenoterapia e ate intubação. Tratamento Bactrim (Sulfametoxasol + Trimetroprima), contra o Pneumocisto e corticoide oral e sistêmico (injetável), com finalidade de impedir a insuficiência respiratória causada pela agressão de macrófagos alveolares tentando combater pneumocisto. Quimioprofilaxia com Bactrim em Pacientes HIV positivos com CD4 abaixo de 350. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII ASPERGILOIDOSE Fungo filamentoso, principal causa de morte por micose, em pacientes imunodeprimidos, devido esse fungo estar presente em qualquer lugar. Aspergiloidose intracavitária: A. Broncopulmonar alérgica: inflamação e piora na asma. A. invasiva: disseminação sistêmica. Necrose de coagulação, faz septicemia, Paciente com câncer, AIDS com CD4 menor que 50, em tratamento hematológico, nas leucemias, transplantados de pulmão, medula, com quadro semelhante a pneumonia, porém não responsiva, com neutropenia febril persistente = pesquisar Aspergiloidose e Candida. Principal diagnóstico é arpergiloidose. Radiografia: Semelhante a pneumonia, com infiltrado intertiscial difuso, típico de consolidação, broncogramas aéreos. TC: Sinal do Crescente, consolidação com halo bem evidente. Parece meia lua, TENHA FÉ. Diagnóstico: hemocultura, sorologias. Teste de Galactomanana, método invasivo, quando não tem diagnostico conclusivo, deu positivo e associado a neutropenia febril fecha diagnostico. Tratamento: Para pacientes graves Caspofungina (injetável). Usa também Anfotericina B, mas em UTIs é mais comum Caspofungina. Quando sai de alta usa oral: Itraconazol, Voriconazol (caro).
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