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Tratamentos tecnológicos Curso: Técnico em Alimentos Disciplina: Tecnologia de Óleos e Gorduras Professora: Carina Faccio Andamento da disciplina - Conteúdos Importância de óleos e gorduras na alimentação. Estrutura e composição de óleos e gorduras Propriedades físicas e químicas de óleos e gorduras Tratamentos tecnológicos: Hidrogenação, Interesterificação e Fracionamento Metodologia analítica e legislação de óleos e gorduras Industrialização de oleaginosas: Produção de Óleos brutos – Armazenamento Industrialização de oleaginosas: Produção de Óleos brutos – Preparo dos grãos e Extração do óleo bruto Industrialização de oleaginosas: Extração do óleo Industrialização de oleaginosas: Refino do óleo bruto – Degomagem, Neutralização, Clarificação e Desodorização Processo de frituras e Produção de margarinas Introdução Reações químicas de importância em óleos e gorduras: Esterificação Interesterificação Hidrogenação Fracionamento Esterificação São exemplos de ésteres os triacilgliceróis: Predominantes dos óleos e gorduras. Quando consumidos e digeridos, as gorduras são hidrolisadas inicialmente a diacilgliceróis e monoacilgliceróis que também são ésteres. Depois, estes são hidrolisados formando glicerol e AG. Esterificação Um álcool como o glicerol reage com ácidos graxos para formar ésteres como mono, di e triacilgliceróis: + 3 H2O INTERESTERIFICAÇÃO Transesterificação ou interesterificação: É a quebra de um triacilglicerol específico com remoção de um ácido graxo ao acaso, embaralhamento deste com o restante dos ácidos graxos e sua substituição ao acaso por outro ácido graxo. INTERESTERIFICAÇÃO Processo de interesterificação: Modifica-se a posição dos ácidos graxos entre diferentes posições: Seja no mesmo triacilglicerol Transesterificação intramolecular; Triacilgliceróis diferentes Transesterificação intermolecular. INTERESTERIFICAÇÃO Trata-se, portanto: De uma redistribuição aleatória que melhora a consistência e a utilidade dessas gorduras. Reação Industrial: Modificar o comportamento cristalino de uma gordura e suas propriedades físicas: Não gera isômeros TRANS, não modifica o AG, Bom substituto para a hidrogenação. INTERESTERIFICAÇÃO Produzida em presença de vários catalisadores, como: Estanho; Chumbo, Zinco, Cádmio, Metais alcalinos ou alcalinos terrosos, sendo muito efetivos os alcoolatos, amidas, hidretos em concentrações de 0,1 a 0,3%. Catalisadores: diminui o tempo da reação e permite a utilização de temperatura baixas. INTERESTERIFICAÇÃO Se a gordura original é um óleo rico em AG saturados: Esse método converterá este óleo a uma gordura consistente com características emulsificante (shortening). Não necessitará de hidrogenação ou mix de gorduras duras. INTERESTERIFICAÇÃO Processo de interesterificação: É utilizado para elaboração de shortening a partir da banha, melhora as características plásticas e suas qualidades emulsificantes, tornando-os adequados para a elaboração de bolos e sorvetes. Permite o preparo de mono e diglicerídios, amplamente utilizados nos alimentos como agentes emulsificantes. Interesterificação Exemplos: artigos científicos 1) Lipídios estruturados obtidos a partir da mistura de gordura de frango, sua estearina e triacilgliceróis de cadeia média: II- pontos de amolecimento e fusão. 2) Lipídios modificados obtidos a partir de gordura do leite, óleo de girassol e ésteres de fitosteróis para aplicação em spreads. 3) Interesterificação química de óleo de soja e óleo de soja totalmente hidrogenado: influência do tempo de reação. 4) Comportamento de cristalização de lipídios estruturados por interesterificação química de banha e óleo de soja. Hidrogenação Reação química de adição de H2 a um composto: Hidrogenação de óleos? CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2 C O O CH2 CH CH2 O O C C O O CH3CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2 CC HH CH3CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2 C C HH CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2 CH3CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2 CH3CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2 C O O CH2 CH CH2 O O C C O O CH3CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2 CH3CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2 Hidrogenação Adição de hidrogênio (H2) às duplas ligações dos ácidos graxos insaturados, livres ou combinados, é chamada reação de hidrogenação. Hidrogenação Reação é de grande importância industrial: Permite a conversão de óleos em gorduras adequadas para a produção de margarinas; Utilizada para melhorar a consistência de gorduras; Reduzir sua sensibilidade à rancidez oxidativa; Aumenta a resistência ao calor (derretimento). Aplicação em produtos de: Panificação; Sorvetes Chocolates; Margarinas; Entre outros; Hidrogenação Durante a hidrogenação: O óleo líquido, misturado com um catalisador sólido, reage com hidrogênio gasoso. Essa reação acontece em alta pressão, para que o H2 se aproxime da superfície do catalisador. A velocidade da reação depende: Características da matéria graxa a ser hidrogenada, Natureza e concentração do catalisador, Temperatura, Pressão; e Grau de agitação usado no processo. Hidrogenação Catalisadores de hidrogenação mais eficientes: Platina e paládio Não utilizados na indústria: elevado preço. Níquel em pó (catalisador mais empregado) Na hidrogenação de óleos e gorduras. O catalisador metálico atua adsorvendo o H2 sobre sua superfície, enfraquecendo as ligações, tornando mais reativo diante das duplas ligações. Ocorre o rompimento das ligação C = C, enquanto ligações secundárias se estabelecem com o catalisador. Hidrogenação Nesse ponto, forma-se transitoriamente um complexo organometálico lábil e de vida curta que, por isso, não pode ser isolado. Em seguida, efetiva-se a adição do H2, e o produto é dessorvido, deixando a superfície do catalisador livre para adsorver novas moléculas de reagente. Geralmente, a hidrogenação é conduzida de forma incompleta, visando à produção de gorduras parcialmente hidrogenadas. O processo é controlado pelos índices de refração e de iodo. Hidrogenação Industrialmente: A transformação de óleos em gorduras ocorre: Hidrogenação catalítica de duplas ligações. Esta reação: Produz ácidos graxos com ponto de fusão acima da temperatura ambiente. Entretanto: Esse processo também produz ácidos graxos insaturados na forma TRANS e em grande quantidade. Hidrogenação Isso acontece porque: Nem todas as duplas ligações dos AG são hidrogenadas. E algumas ligações com configuração CIS são convertidas pelo catalisador em gordura com conformação TRANS, que é prejudicial a saúde. Fracionamento As gorduras são formadas por diversos tipos de triglicerídeos, cada qual com AG diferentes e, consequentemente, com pontos de fusão diferentes. Essas gorduras podem ser separadas pela técnica da cristalização fracionária por solvente ou fusão fracionária. A primeira é um processo mais caro, utilizado somente quando se deseja a obtenção de gorduras especiais. Esta técnica permite que gorduras com alto ponto de fusão sejam separadas das demais; além disso são separados óleos ou gorduras em diversas frações, e é possível a obtenção de gorduras especiais com propriedades específicas e bem definidas. Fracionamento O processo de cristalização efeito com rigoroso controle de temperatura e agitação e pode formar grandes cristais do óleo ou gordura desejado, que podem ser separados da parte líquida por filtração. Cristalização: aquecimento e resfriamento. O fracionamento produz uma fração líquida chamada de oleína e uma fração sólida, a estearina. Fracionamento Óleo de coco: Por exemplo, o ácido láurico e os ácidos gordos de cadeia longa têm pontos de fusão mais altos que o ácido caprílico e o ácido caprico. Portanto, eles se tornarão sólidos mais cedo quando resfriados. Todo o processo de fracionamentopode levar várias horas. O óleo de coco fracionado é insípido, inodoro, estável e conserva suas propriedades por mais tempo, mantendo-se em estado líquido mesmo em baixas temperaturas. Fracionamento Óleo de palma: Rendimento do fracionamento: 40% de estearina e 60% de oleína. Oleína de palma: Utilizada em frituras, na cozinha doméstica e industrial, pois resiste muito bem a altas temperaturas por períodos prolongados. Estearina de palma: Utilizada na fabricação de gorduras industriais para confecção de bolos e biscoitos, margarinas e sorvetes. Substitui com vantagem o sebo na produção de sabão e sabonete. Fracionamento O óleo de palma refinado e a oleína de palma: Utilizados em diversos países, Preparo de alimentos e em processos de fritura. A grande variedade de frações obtidas do óleo de palma amplia sua utilização em produtos como: Margarinas; Pães, Balas; Biscoitos; e Sorvetes. Fracionamento Exemplos: artigos científicos 1) Fracionamento a seco da gordura de frango em escala piloto. 2) Extração e fracionamento simultâneo do óleo da castanha-do-Brasil com etanol.
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