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Na base da estrutura social estavam os SERVOS, CAMPONESES e VILÕES (moradores das vilas), a grande maioria da população (85%). Tinham como obrigações, principalmente, o trabalho agrícola, o pagamento de impostos e de outras taxas cobradas pela nobreza e pelo clero. Clero, Nobreza e Servos. Cada grupo deveria cumprir as suas obrigações, segundo a vontade de Deus. O termo “Idade das Trevas” foi criado, no século XV, pelos pensadores do Renascimento, que cultivavam uma visão negativa da época medieval. Para eles, o período foi caracterizado pelas superstições, dogmas e pela intolerância religiosa da Igreja católica, que teria abandonando os valores humanistas da Antiguidade Clássica (Grécia e Roma). O Feudalismo e a Europa Medieval (476-1453) Idade Média ou Medievo é um período da história europeia iniciado no ano de 476 d. C., após a queda do Império Romano do Ocidente (com as invasões “bárbaras” e a “ruralização do Ocidente”), e finalizado em 1453, com a invasão do Império Romano do Oriente (Bizâncio) pelos turco otomanos. No período medieval, a economia era rural (agricultura e pecuária) e imperavam as relações sociais do feudalismo. Uma época de muitas guerras e do predomínio da igreja católica (teocentrismo) na vida cultural e política da Europa Ocidental. Periodização (476 a 1453) Alta Idade Média (século V ao X). Baixa Idade Média (século X ao XVI). Principais elementos da Idade Média Integração de elementos sociais e culturais dos povos romanos e reinos germânicos (“bárbaros”). Relações de servidão e de vassalagem. Feudo (terra): fonte de poder político e econômico. Economia agraria (Alta Idade Média). Predomínio cultural da Igreja católica. As cruzadas (movimento de expansão militar e comercial europeia para o oriente). Rebeliões camponesas (jacqueries). Peste negra. A sociedade medieval No período medieval, a sociedade era principalmente dividida em três grupos com deveres e direitos desiguais (privilégios de sangue e nascimento) não sendo incentivada a mobilidade social (a posição social era interpretada como uma vontade de Deus). No topo da pirâmide social, estava o CLERO: os membros da Igreja católica tinham grande poder, pois eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Não pagavam impostos e recebiam o dízimo. Também possuíam terras, riquezas e ainda detinha o domínio das letras (ler e escrever). A NOBREZA (suseranos; duques; condes etc.), exercia atividades guerreiras, devendo proteger o reino e os servos. Era detentora de terras, não pagava impostos e cobrava tributos e obrigações dos camponeses. 1) Talha: o servo deveria ceder ao senhor feudal uma porcentagem (normalmente, a metade) de tudo o que produzia nas terras do feudo (se colhesse 20 quilos de trigo, 10 quilos deveriam ser separados para o pagamento da talha). 2) Corveia: os camponeses deveriam trabalhar de 03 a 04 dias nas terras ou instalações do senhor feudal, realizando variados tipos de serviço (construir um muro, limpar o fosso do castelo, limpar o moinho, etc.). 3) Banalidades: Esta obrigação correspondia ao pagamento pela utilização das instalações do feudo. Se o servo precisasse usar o moinho ou o forno, deveria pagar uma taxa em mercadoria para o senhor feudal. Obrigações cobradas dos servos Fontes: VAINFAS, R. et. al. História, v. 1. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 93-105. Estrutura política: vassalagem (entre nobres) e servidão (entre senhores e camponeses) Entre a nobreza, imperavam as relações de vassalagem e suserania: o suserano era quem dava um lote de terra (feudo) ao vassalo, que deveria prestar fidelidade e trabalho ao seu suserano, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano que conseguia manter as melhores alianças (os reinos eram independentes e fragmentados = poder local dos suseranos). A nobreza cobrava dos camponeses a servidão, com todas as obrigações correspondentes (talha; corveia e banalidades). O pacto de vassalagem tinha origem no comitatus (elemento da cultura germânica), enquanto a servidão derivava do colonato (elemento romano). Ainda que existissem moedas na alta Idade Média, elas eram pouco utilizadas, predominando a troca de produtos e mercadorias. Inicialmente, a produção agrícola era baixa, pois as técnicas de trabalho eram rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado e o artesanato continuava sendo praticado. O feudo era a base econômica e política na Europa medieval: quem tinha terras e contava com o trabalho rural dos servos, possuía mais poder e poderia realizar mais alianças. A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam, especialmente os que seriam membros do clero. A educação era marcada pela influência da Igreja, ensinando o latim e doutrinas religiosas. No campo da filosofia, foi desenvolvida a escolástica (linha filosófica de base cristã), representada pelo padre dominicano, teólogo e filósofo italiano, São Tomás de Aquino. Homenagem: Juramento solene de fidelidade do vassalo perante o seu suserano. Investidura: Entrega do feudo pelo suserano ao vassalo. Terras exclusivas do senhor feudal Terras comuns entre nobres e servos Terras arrendadas aos servos Na alta Idade Média (século V ao X), houve um processo de “ruralização” da economia, após a queda do Império Romano do Ocidente e suas rotas (marítimas e terrestres) de comércio. Os povos islâmicos também controlavam caminhos e mercados, atrapalhando os interesses econômicos europeus. Na Idade Média, a Igreja católica era a única religião institucionalizada. E imperava o Teocentrismo (Deus no centro do universo), que interpretava todos os acontecimentos cotidianos como desejos ou castigos divinos. A vida após a morte, junto a Cristo, era valorizada pelos padres, enquanto o mundo físico era visto como fonte de pecados e sofrer (o mundo era o “vale de lágrimas”). A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade cristã. As pinturas e vitrais retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. Na arquitetura, destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais (estilo gótico). Fontes: VAINFAS, R. et. al. História, v. 1. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 93-105. A nobreza se apropriava de novas terras e criava outros feudos. E muitos cavaleiros cruzados, ao retornarem para a Europa, saqueavam cidades árabes e vendiam produtos nas estradas, nas chamadas feiras e rotas de comércio. As Cruzadas não conseguiram reconquistar a “Terra Santa”, mas contribuíram para o renascimento urbano e comercial da Europa, a partir do século XIII. Após as Cruzadas, o Mar Mediterrâneo foi reaberto aos contatos comerciais dos reinos europeus, especialmente das cidades italianas de Gênova e Veneza, que passam a controlar o comércio de especiarias orientais, a partir do século XIII. Algumas cidades buscavam escapar dos impostos cobrados pelos senhores feudais e buscaram o reconhecimento de certa liberdade dos burgos com as “cartas de franquias” (negociada com os senhores via pagamento). Também nas cidades, os artesões se reuniam nas “corporações de ofício”, ensinando e monopolizando setores de trabalho (carpintaria; ferreiro; pedreiro). Baixa Idade Média (séculos X ao XVI) As Cruzadas: expansão militar e comercial europeia No século XI, dentro do contexto histórico da expansão árabe, os muçulmanos conquistaram a cidade sagrada de Jerusalém. Diante dessa situação, o papa Urbano II convocou a Primeira Cruzada (1096), com o objetivo de expulsar os "infiéis" (islâmicos)da “Terra Santa”. Essas batalhas, entre católicos e muçulmanos, duraram cerca de dois séculos, deixando milhares de mortos e um grande rastro de destruição. Ao mesmo tempo em que eram guerras marcadas por diferenças religiosas, as cruzadas também possuíam um forte caráter econômico. Especiarias orientais Carcassonne, cidade medieval (França). Avançando para o século X em diante, as invasões e guerras entre os povos germanos foram diminuído. Com isso, a produção agrícola aumentou e foram desenvolvidas novas técnicas, como a rotação de culturas, o arado de ferro (charrua) e o moinho hidráulico. Houve uma ampliação das áreas cultivadas com o desmatamento de florestas e a drenagem de pântanos. O aumento da oferta de alimentos impactou num crescimento demográfico; e a produção excedente era ainda comercializada nas feiras locais. O “renascimento comercial”: aumento da produção agrícola e a criação dos burgos Ao redor das feiras (burgos), as vilas se desenvolviam em cidades muradas que atraiam vários camponeses em busca de uma maior liberdade fora dos feudos. Os moradores dos burgos ou vilas eram chamados de burgueses (especialmente os comerciantes) ou vilões. A Peste Negra ou bubônica devastou a população europeia no século XIV (cerca de 1/3 da população morreu). A doença era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. A pessoa contaminada tinha poucos dias de vida: febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue e pus espalhavam-se pelo seu corpo, principalmente nas axilas e virilhas. A Igreja interpretava a peste como um castigo de Deus; e predominaram imagens como a “dança da morte”. Máscara contra a peste Fontes: VAINFAS, R. et. al. História, v. 1. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 93-105. A guerra na Idade Média era uma das principais formas de obter poder entre a nobreza. E um dos conflitos mais conhecidos do período foi a Guerra dos Cem Anos, entre a Inglaterra e a França. Apesar do nome, durou 116 anos, e não foi um grande e único confronto, mas batalhas sucessivas com períodos de acirramento e trégua. A guerra foi motivada pela sucessão do trono francês, após a morte de Carlos IV, disputado por Henrique III (rei da Inglaterra e sobrinho do rei francês falecido) e por Felipe de Valois (Duque de Orleães, apoiado pelos nobres franceses que não aceitavam um rei estrangeiro). A disputa ainda envolvia a região de Flanders (na atual Bélgica), importante centro comercial da época. Na guerra foram mobilizados grandes exércitos profissionais e, ainda, foram ainda envolvidos certos sentimentos nacionalistas, especialmente pela oposição entre ingleses e franceses. Revoltas camponesas: as jacqueries Após a Peste Negra, a população europeia diminuiu muito. Muitos senhores feudais resolveram aumentar os impostos, taxas e obrigações de trabalho sobre os servos sobreviventes. Muitos tiveram que trabalhar dobrado para compensar o trabalho daqueles que tinham morrido na epidemia. Em muitas regiões da Inglaterra e da França estouraram revoltas camponesas contra o aumento da exploração dos senhores feudais. Combatidas com violência por partes dos nobres, muitas foram sufocadas e outras conseguiram conquistar seus objetivos, diminuindo a exploração e trazendo conquistas para os camponeses. As revoltas enfraqueciam os poderes dos senhores feudais. Na época, crises agrícolas e fenômenos climáticos diminuíram a oferta de alimentos, gerando fome, aumento os preços e a insatisfação popular. Crise do feudalismo A “Guerra dos Cem Anos” (1337-1453) No contexto da Guerra dos Cem Anos, consagrou-se a figura lendária de Joana d’Arc, uma jovem camponesa que dizia receber revelações de Deus, e que liderou os franceses em várias batalhas com a autorização do rei. Comandou várias vitórias, como na retomada de Orleans, em 1429, mas acabou capturada pelos ingleses em 1430. Em 1431, foi queimada na fogueira como bruxa. Fontes: VAINFAS, R. et. al. História, v. 1. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 93-105. http://grupoevolucao.com.br/livro/Historia_r evisao/idade_medieval.html https://mundoeducacao.uol.com.br/historiag eral/alta-idade-media.htm http://grupoevolucao.com.br/livro/Historia_revisao/idade_medieval.html http://grupoevolucao.com.br/livro/Historia_revisao/idade_medieval.html
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