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O Paciente com Desordem Neuromuscular Nervos periféricos - Fibras grossas: mielinizadas → motricidade + sensibilidade profunda - Fibras finas: não mielinizadas → sensibilidade de dor e pressão + Queixa depende do tipo de fibra! Perguntas condutoras da Anamnese 1. Qualidade dos sintomas a. Sintoma motor puro, sensitivo puro, motor-sensitivo, autonômico 2. Topografia → junção muscular, raiz, medula… 3. Distribuição → membros acometidos, simetria de sintomas ou não 4. Temporalidade 5. Antecedentes → radio, quimio, comorbidades, cirurgias Qualidade dos Sintomas - Sensitivo: dormência, formigamento, queimação, choque, dor neuropática - Motores: fraqueza muscular → proximal ou distal, progressiva/em melhora/estabilidade, hiporreflexia, atrofia, alteração de marcha/quedas - Autonômicos: hipotensão postural (PA deitado + em pé), FC, diarreia crônica, incontinência, disfunção, saciedade precoce Topografia Distribuição Anatômica - Mononeuropatia: nervo ulnar - Mononeuropatia múltipla: hanseníase - Polineuropatia → simetria de territórios acometidos → neuropatia diabética Temporalidade - Aguda até 2 semanas - Subaguda > 2 sem + < 8 sem - Crônica > 8 semanas Antecedentes - Consanguinidade - Outros casos na família?// Pessoas que caem sem motivo? - Diabetes - Etilismo pesado - Exposição a metais pesados/agrotóxico - Tratamento com radioterapia Causas de Neuropatias Periféricas - Diabetes - Criptogênica - Polineuropatia tóxica: medicamentos, álcool → amiodarona, fenitoína Papel da Eletroneuromiografia - Avalia nervos periféricos + define topografia → determina mecanismo de lesão = axonal, desmielinizante - Pode atrapalhar mais que ajudar - Só consegue rastrear do 2º neurônio motor para o músculo Esclerose Lateral Amiotrófica Doença degenerativa → Progressiva, irreversível Rara, homens caucasianos, 45-65 anos 10-15% casos antes 40 anos - Acomete Neurônio motor superior ou inferior - Indivíduos predispostos → exposição a gatilhos - metais pesados, pesticidas, neurotoxinas → ELA Formas clínicas - Esporádica: sem casos na família - Familiar: hereditário Fenótipos Quadro Clínico - Sintomas APENAS motores! - Fraqueza muscular apendicular → musculatura bulbar, respiratória, disfonia, disfagia - Pode acometer pares cranianos - - - Comprometimento cognitivo, comportamental, síndrome demencial fronto-temporal Diagnóstico = Clínico - NUNCA se diagnostica numa consulta → preparar família Exame Físico - Fasciculações de língua, atrofia de musculatura de interósseos e clavícula - Atrofia tenar/hipotenar, Sinal de babinski Diagnóstico Diferencial - Compressão medular - Neuropatia motora múltipla - Paraparesia espástica tropical (HTLV) Tratamento - Não existe que interrompa progressão da doença - Equipe multiprofissional - Riluzol → bloqueia liberação de glutamato, tentando reduzir dano neuronal - 50mg, 01 cp, 2x/dia Prognóstico → sobrevida de 2-5 anos, até 10 anos Síndrome de Guillain-Barré Doença aguda, imunomediada → nervos periféricos, raízes nervosas → polirradiculoneurite aguda - Rara, > homens, história de infecção respiratória/intestinal semanas antes Fisiopatologia - Infecções → respiratório/diarreico/vacinação → células T atacam nervos/raízes por semelhança de receptores (mimetismo molecular) → quadro neuromuscular desmielinizante ou axonal - Doença piora até 4 semanas → melhora progressiva independente de qualquer conduta - Sintomas - Motores → fraqueza ascendente de MMII para MMSS, simétrica, progressiva, compromete marcha, hipo/arreflexia - Evolução de dias a 4 semanas - Nervos cranianos → facial - EEMG típica - Sensitivos → parestesia, dor neuropática, nervos cranianos, disfagia, disartria - Miller-Fisher: diplopia e estrabismo, musculatura ocular extrínseca, ataxia de marcha - Disautonomia → taqui/bradicardia, hiper/hipotensão, diarreia/constipação - Variante com paraparesia de MMII - Bickerstaff → raro → acomete SNC, encefalopatia, hiperreflexia, musculatura ocular extrínseca Diagnóstico CLÍNICO → Paresia progressiva ou plegia, MM, face, tronco, facial, bulbar + hiporreflexia ou arreflexia - Pedir exames labs → diagnóstico diferencial → hemograma, eletrólitos, glicemia, função renal, hepática - Líquor (precisa para poder liberar imunoglobulina) - Dissociação albumino-citológica → proteína aumentada + celularidade normal - Se coletado antes da 2ª semana: pode vir normal - CPK, aldolase - Eletroforese de proteínas - Sorologias HIV, VDRL, Hepatite B, C, HTLV - Vitamina B12 - TSH, T4 livre - Provas reumatológicas Eletroneuromiografia - Comprometimento de nervo periférico - Pode vir normal, leva 1 semana para alterar - Laudo: bloqueio de condução, sural sparring (nervo sural poupado) Complicação → Falência diafragmática → suporte ventilatório Quadro que levanta dúvidas: - Nível sensitivo bem definido (localizado) - Assimetria persistente - Acometimento vesical ou intestinal no início do quadro ou persistentes - Acometimento sensitivo com fraqueza leve MM no início - Febre no início do quadro - Hipercelularidade no líquor > 50 Diagnóstico Diferencial - Porfiria → dor abdominal + polineuropatia - Neuropatia do doente crítico - Intoxicações agudas - organofosforados - Sarcoidose → dosar ECA - Hipocalemia, hipofosfatemia, hipermagnesemia Tratamento Tratar nas primeiras 4 semanas ou se alteração de deambulação - Ambiente hospitalar - NÃO usa corticoide!!! - Imunoglobulina - Plasmaférese: “hemodiálise” para retirar os anticorpos; - Reabilitação Paciente volta a piorar? - Reveja o diagnóstico!!! Miastenia Gravis Imunomediada → anticorpos contra receptores de acetilcolina da placa motora → junção neuromuscular - Comum em mulheres 20-30 anos, homens 50-60 anos Formas de Apresentação - Ocular - Generalizada/Difusa - Flutuação de sintomas Etiologia - Adquirida/autoimune, induzida por drogas, neonatal transitória (passagem de anticorpos plasmáticos) - Redução dos receptores de acetilcolina → fraqueza muscular Quadro Clínico - - Fraqueza bulbar → musculatura que envolve bulbo → dificuldade de fala, movimento ocular - Flutuação dos sintomas Diagnóstico - Pesquisa de anticorpos → 1º anti-ACh + anti-MuSK (se anti-ACh vier normal ou negativa) - Soropositividade NÃO tem a ver com gravidade de doença - Tomografia de tórax → alterações de timo (hiperplasia/timoma), síndromes paraneoplásicas - Prova do Gelo → colocar gelo no olho acometido do paciente, por 2 min, após, se o olho abrir → avaliar tamanho da fenda palpebral Tratamento - Inibidores da acetilcolinesterase: piridostigmina, neostigmina → forma leve - Inib. acetilcolinesterase + Corticoide → prednisona se forma leve refratária, moderada ou grave - Imunossupressores → uso crônico → azatioprina, micofenolato de mofetil, ciclosporina O que pode descompensar o paciente com MG?
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