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Espectroscopia Uv-Vis e suas Aplicações Cores complementares: Combinação aditiva (branco) ; combinação subtrativa (cinza ou preto). 1 Equações Básicas A espectroscopia Uv-Vis é baseada na equação de Bohr-Einstein: ∆E = E2 – E1 = hνννν; νννν = c/λλλλ Onde E2 , E1 , h, c , νννν e λλλλ referem-se aos níveis de energia (fundamental e excitado), constante de Plank, velocidade de luz, frequência e comprimento de onda respectivamente. 2 Lei de Lambert-Beer e Sua Aplicação Absorbância = A = log (Io / I)λλλλ ; %T (transmitância) = (I / Io) x 100 A = log (100 / %T )λλλλ = εεεελλλλ x c x l Onde εεεελλλλ = Absortividade molar, c = concentração molar, l = comprimento do caminho ótico em cm. Assim, (A) não tem unidade, e a unidade de εεεελλλλ é L mol-1 cm-1. 3 A razão de usar a absorbância e não a % transmitância é que a última escala não é linear no comprimento do caminho óptico. 4 Correlação Entre a Estrutura Molecular e Absorção O comprimento de onda da banda, λmax, depende inversamente sobre ∆E (maior ∆E, menor λmax)), este depende dos elétrons e os orbitais envolvidos Energia das diferentes transições 5 A seguir os valores mínimos (práticos) de uso de alguns solventes (grau espectroscópico) no Uv-Vis (A = 0,6 em cela de 1cm; contra água como referência). O ponto importante nesta Tabla é a correlação elétron envolvido/energia do orbital antiligante/valor de λmax. Solvente λλλλ mínimo, nm Solvente λλλλ mínimo, nm Hexano/ heptano 200 CH3CN 213 Dietil éter 205 CH2Cl2 233 Etanol puro 207 DMSO 270 i-Propanol 209 Benzeno 280 Metanol 210 Piridina 306 Ciclo- hexano 212 Acetona 331 6 Vocabulário de Uv-Vis: Posição e Intensidade dos picos Cromóforo: Um grupo insaturado covalente, responsável pela absorção eletrônica (ex: C=C; C=O, NO2). Grupo cromóforo Composto λλλλmax; nm -C=C- H2C=CH2 180 Anel aromático Benzeno 255 -C=O Acetona 277 -N=N- Me-N=N-Me 347 -C=S Me2C=S 400 -N=O C4H9N=O 665 Valores de λmax de grupos cromóforos típicos A conjugação de cromófores aumenta λλλλmax e εεεεmax Composto λλλλmax, nm εεεεmax, Lmol- 1 cm-1 λλλλmax, nm εεεεmax, Lmol-1 cm-1 H2C=CH2 180 10000 H2C=CH-CH=CH2 217 210000 H2C=O 180 10000 273 12 H2C=CH-CH=O 217 160000 321 20 7 Efeito da conjugação sobre ∆∆∆∆E e λλλλ 8 Relação entre o numero de duplas ligações, n, e valores de λmax na molécula CH3-(CH=CH)n-CH3 9 Amarelo de alizarine Vermelho de Congo Auxocromo: Um grupo saturado que, quando ligado a um cromóforo, altera tanto λmax, como εmax. Importância para os corantes 10 Deslocamento Batocrômico: desclocamento de λλλλmax para valores maiores, em relação a um composto de referência ou de partida. Também chamado deslocamento para o vermelho. Deslocamento Hipsocrômico: deslocamento de λλλλmax para valores menores , em relação a um composto de referência ou de partida. Também chamado deslocamento para o azul. Efeito Hipercrômico: É um aumento da intensidade da absorção Efeito Hipocrômico: É uma diminuição da intensidade da absorção. O efeito de auxocromos foi estudado extensivamente em sistemas orgânicos; observou-se a ordem: O- > NHMe > NH2, OH > Cl > CH3 > NH3 + , H Esta ordem de (G) concorda (aproximadamente) com que sabemos sobre reações de substituição SEAr em G-Ph? 11 Instrumentação As partes básicas de um espectrometro dispersivo de Uv-Vis- NIR (um λ por vez) são: Fontes de radiação; Monocromador; Compartimento de amostra; Detector de absorção; Saída (Impresso em papel; Digital; Display no monitor). As fontes são: Uv lâmpadas de H2 ou D2; Vis lâmpada de tungstênio (perda de W por evaporação; perda de intensidade devido ao W ppt na parede do bulbo), lâmpada de halogênio (vapor de I2). Detectores: Uv-Vis = fotomultiplicadora; NIR = diodos de PbS e PbSe. Os espectrometros podem ser: Mono-feixe: Onde a referência (solvente, ar) e a amostra são lidas em seqüência a cada medida. Os aparelhos mono-feixe, controlados por CPU armazenam a leitura do branco na memória, e comparam a mesma com a a série de leituras realizadas (Zeiss). Feixe duplo: A amostra e a referência são comparadas o tempo inteiro (Shimadzu). 12 Espectrômetros Dispersivoa: Mono feixe 13 Espectrômetros Dispersivo: Duplo Feixe 14 A mono-cromação da luz foi feita com prismas, mais tarde com grades de difração, cujo poder de resolução é dado por: Resolução = λ/∆λ Onde λ e ∆λ são o comprimento de onda e o poder de resolução. Assim, para λ = 500 nm, e ∆λ = 0.5 nm, o valore de resolução é 1000. A resolução depende de conjunto de parâmetros operacionais, velocidade de varredura (nm / min); a largura da fenda (mm) por onde a luz passa, e o valor de ∆λ. Obtem-se espectros com maior resolução usando varredura lenta, fenda pequena e valor baixo de ∆λ. Existem equipamentos que irradiam a amostra com a faixa desejada inteira de λ e usam uma rede de foto-diodos (1024 elementos, 0,5 x 25 mm) de silício (diode array), cada programado para “ler” uma faixa pequena de λ (HP). A luz incidente sobre o material semicondutor gera corrente, que descarrega um capacitor ligado. A carga necessária para recarregar o capacitor depende da intensidade de luz incidente. Espectrômetros com Rede de Diodos 15 O equipamento é mais simples, pois não há grade ou parte mecânica móvel (para dispersão da radiação); Ganha-se bastante no tempo para tirar um espectro (aspecto positivo para um sistema dinâmico); a resolução pode ser menor que o dispersivo; a perda de um, ou mais elementos implica na troca do conjunto inteiro (caro) de foto-diodos. 16 CELAS: MATERIAIS e TIPOS 17 18 19 Aplicações 1- Determinação Quantitativa Baseia-se na aplicação da lei de Lambert-Beer. Constrói-se um gráfico entre a [substância] e a absorção de sua solução. Este é usado para determinar a concentração desconhecida desta substância, por exemplo, numa mistura. Da equação (A = ε x C x l) a relação entre A e C deve ser linear. Entretanto, há situações onde os gráficos mostram desvios da linearidade, devido a problemas com a amostra (i a iv), ou de origem instrumental (v a vii). Problemas com a amostra (i) Equilíbrios que dependem da concentração (ex: dimerização; agregação); do pH do meio, etc; (ii) Soluções concentradas (ca. > 0,01 mol/L) onde as interações inter-moleculares; ou dos íons presentes mudam a distribuição da carga das espécies que estão sendo seguidas, conseqüentemente o valor de ε. (iii) Em muitos casos, a banda de absorção é larga, dificultando a determinação exata da λmax e, consequentemente, (A). Neste caso, opta-se para usar as derivadas do espectro. 20 (iv) Reações secundárias foto-catalisadas Por exemplo, a foto-oxidação de fenóis para quinonas (na cinética, o valor de A aumenta o tempo todo, sem alcançar infinito); descoramento (bleaching) de corantes. Estes problemas são mais graves no caso de usar equipamento com rede de diodo pois a amostra está sendo irradiada todo o tempo pela faixa inteira da luz (maior chance de oxidação) Soluções: Usar equipamento dispersivo onde a amostra é irradiada pela luz com λ adequada; saturar a solução e cela com gás inerte; usar equipamento de rede de diodos que irradia a amostra somente na hora de fazer a leitura 21 A = ελ x c x l (Sem derivada) ∂A/∂λ = c x l x ∂ ελ/ ∂λ (Primeira derivada) ∂2A/∂λ2 = c x l x ∂2 ελ/ ∂λ 2 (Segunda derivada) Assim, no máximo de absorção do espectro a primeira derivada = 0, e a segunda derivada tem valor mínimo. Os espectros das derivadas auxiliam, por exemplo, na localização dos máximos de absorção de bandas largas, e na resolução de picos sobre-postos (ombros). Vantagens e limitações no uso das derivadas: Redução na largura da banda (Gaussiana) de 100% (0) → 53% (1ª ) → 41% (4ª), com aumento de resolução. Derivadas de ordem par geram artefatos (satélites) que podem interferir nas bandas vizinhas. 22 Problemas de origem experimental (v) O equipamento está descalibrado (λmax e, consequentemente (A) não estão corretos).Solução: Usar padrão (filtro ou solução) Espectro de padrão Didymium glass filter 23 (vi) Relação entre a largura de fenda, resolução, e (A) Dois picos são considerados “resolvidos” se o mínimo entre eles está a 80% da intensidade máxima (Raleigh). A resolução depende da largura da fenda. Para espectros com estrutura fina, a largura de fenda (LF, nm) empregada pode afetar o valor de (A), conseqüentemente, a qualidade do espectro, e a linearidade da lei de Beer. A seguir são os efeitos da razão LF/largura da banda (LB) sobre o fator de absorção, FA (FA < 1 = falso resultado) LF/LB 0,1 0,25 0,5 1,0 1,5 FA 1,0 0,96 0,87 0,66 0,55 Ou seja, é necessário trabalhar com LF/LB < 0,1. 24 Efeito da largura da fenda sobre a resolução do espectro de vapor de benzeno 25 Problemas com as Determinações Quantitativas Mesmo para amostras que obedecem a lei de Beer, há problemas (intrínsecos) nas medidas de (A) pois, tanto λmax, como εmax dependem dos elétrons presentes na molécula, e do orbital anti-ligante de excitação: 26 i-Absorção Fraca da solução: As soluções deste problema são a seguir, dependem se poder, ou não mudar o volume da solução: (i) Usar cela de caminho ótico maior (l varia de 0,1 a 10 cm). Vantagem: a concentração não foi mudada; Problemas: Precisa bastante volume de amostra, se não tiver mini-, ou micro-celas; muitos equipamentos tem porta-amostra somente para cela de 1 cm. (ii) Concentrar a solução: Evaporação e medida; Extração, ex: por solvente orgânico, seguida por evaporação e medida. Limitações: Amostras termo-sensíveis; solubilidade no solvente empregado. (iii) Aumentar a absorbância por complexação, e/ou derivatização do analito. Problema: pode perder o analito. Exemplos: As absorções de íons metálicos podem ser aumentadas pela transformação em produtos coloridos via complexação com compostos orgânicos de estrutura adequada, por exemplo: 27 28 Alguns compostos absorvem fortemente. Exemplos são os alcenos conjugados para os quais λmax e εmax, para a transição π→π* são: 193, 217, 253 nm e 10000, 21000, e 50000 L mol-1 cm-1., respectivamente. Outros têm absorção fraca, devido, por exemplo a transição n→π* (εmax = 13, 17 para acetona e acetaldeído, respectivamente). Calcular a concentração de CH3CHO que pode ser determinada, a saber: Caminho ótico = 1 cm; εmax = 17; (A) desejado > 0,2. Calcular a mesma concentração para a 2,4-dinitrofenil hidrazona correspondente, sob as mesmas condições, sendo λmax = 383 nm; εmax= 27600. 29 A situação mais simples (A) é de dois componentes que absorvem em λmáx bem afastados Exemplo: azul de timol, que apresenta formas ácidas e básicas de cores bem distintas (amarela e azul, respectivamente). Em outras situações (B a D), os componentes da mistura absorvem na mesma faixa espectral, embora com λmax e εmax diferentes (vide espectro abaixo).. Análise dos espectros de nitrofenóis, mostrando os isômeros orto (.....), meta (---), para (- . - . - ) e a mistura dos três ( ___ ). Análise de sistemas multi-componentes ORTO META PARA MISTURA 30 A absorbância da mistura é dada por: A = C1 εmax1+ C2 εmax2 + C3 εmax3+............ n A composição de mistura de (n) componentes pode ser determinada se: (i) Foram feitas medidas em (n) valores diferentes de λ; (ii) Os valores das absortividades molares dos componentes da mistura em cada λ são conhecidos; (iii) A lei de Lambert-Beer se aplica, sendo as absorbâncias dos componentes são aditivas; (iv) Não há interação entre os componentes, ou entre os solutos e solvente (conseqüências de interações?). Ponto Isosbético: Outro problema é quando a absorção do sistema depende do pH, como a solução cromato/dicromato, usado para calibrar os espectrômetros: Cr2O72- + H2O ⇄ 2 CrO4- + 2 H+ Aumento de pH de 2 para 10 causa λmax 350 → 375nm, A → ≈ 3 A. Soluções: Tamponar o meio, ou usar soluções não tamponadas e medir (A) no ponto isosbéstico (somente depende da concentração).. 31 Uso do ponto isosbéstico para fins mecanísticos 32 2- Determinação de pKa de um ácido fraco Para o equilíbrio : BH + H2O � B + H3O +, temos para l = 1 cm Co = CBH + CB (1) Aexp = CBH εBH + CB εB (2) Equações (1) e (2) podem ser manipuladas para CB = (Aexp - Co εBH ) / ( εB- εBH ) CBH = (Co εB - Aexp) / (εB - εBH ) Para soluções diluídas, a constante de equilíbrio pode ser dada em termo das concentrações (γ = 1) e absorbâncias, como: Ka = {(Aexp - Co εBH ) / (Co εB - Aexp)} aH3O+ e o pKa é determinado pela equação de Hendersson- Hasselbach pKa = log {(Aexp - Co εBH ) / (Co εB - Aexp)} + pH 33 Dependência do espectro de absorção de 4-nitrofenol sobre o pH do meio. pKa = 7,16. Obs: A experiência consiste em determinar as absorbâncias das soluções em função do pH do meio. Exemplo: 4- nitrofenol. Ponto isosbéstico Os valores de εHA e εA- são obtidos medindo-se as absorbâncias do composto na mesma concentração (conhecida) em pH muito ácido e muito básico, respectivamente. 34 Estudo quantitativo de CTC Para o complexo 1:1 entre um doador (D) e receptor de elétrons (A), formado em soluções diluídas, para l = 1cm, temos: KDA = CDA / (CoD - CDA ) (CoA - CDA ) Aequilíbrio=Ae = εD(CoD - CDA )+εA(CoA - CDA ) +εDA CDA Onde o subscrito (o) refere-se a concentração inicial. Se usamos CoD >> CoA, ou seja CoD + CoA >> CDA , e se os componentes A e D não absorvem na λmax do DA, temos a equação de Benesi-Hildbrand: (CoA CoD ) / Ae = (1/ KDA εDA ) + (1/ εDA ) CoD Fixa-se [receptor] e aumenta-se [doador]. Do gráfico de (CoA CoD )/ Ae versus CoD obtém-se (1/ εDA) do coeficiente angular e KDA do coeficiente linear, como mostram as Figuras a seguir para o complexo entre tetrametil-p-hidroquinona (D) e tetracloro-p- benzoquinona (A). 35 Espectros de [D] = 1,03 – 12,4 x10-2 mol L-1, [A] = 9,7 x 10-4 mol L-1 Aplicação da Equação de Benesi-Hildbrand. εεεεAD = 2580 l mol -1cm-1; K = 2,15 l mol-1 36 Uso de solvatocromismo : Análise quantitativa sem gráfico de Beer 37 Bioetanol-gasolina Bioetanol-água El Seoud et al, J. Chem. Educ. 88, 1293 (2011); Chem. Educ. Res. Pract, 13, 147 (2012) 38 Cafeína Teobromina Teofilina : As metilxantinas cafeína, teobromina (pKa 9,9) e teofilina (pKa 8,8) apresentam as seguintes estruturas moleculares: E1% 1cm Cafeína 519 Teobr. 55 0 Teofil. 53 0 39 40 SEMINÁRIOS - RESULTADOS AVALIADO R DATA TEMA GRUPO S NOTA Parcial Média 05/ab r P.A + cinética DCA G1+G2 7.6 Média 12/ab r P.A + cinética DCA G3+G4 7.9 Média 19/ab r Corante + cinética CDNF G1+G2 8.4 Média 26/ab r Corante + cinética CDNF G3+G4 8.1 Média 03/m ai FTIR sólidos + ATR G1+G2 9.0 Média 10/m ai FTIR sólidos + ATR G3+G4 8.5 Média 17/m ai FTIR líquidos 1 + Raman G1+G2 8.0 AVALIADO R DATA TEMA GRUPO S NOTA Parcial Média 08/mar Corante 3 e 4 8.3 Média 08/mar Clorofil a 1 e 2 7.2 Média 22/mar T1 3 6.5 Média 22/mar T2 4 7.3 Média 05/abr T1 1 8.5 Média 05/abr T2 2 6.5 Média 12/abr T3 3 7 Média 12/abr T4 4 6.3 Média 19/abr T3 1 7.5 Média 19/abr T4 2 6.5 Média 17/mai T5 1 8.15 Média 17/mai T6 2 7.9 41
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