Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 31/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração ELETROTÉCNICA CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PEDRO MARTINS GUERRA Itabira 2005 Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 32/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Presidente da FIEMG Robson Braga de Andrade Gestor do SENAI Petrônio Machado Zica Diretor Regional do SENAI e Superintendente de Conhecimento e Tecnologia Alexandre Magno Leão dos Santos Gerente de Educação e Tecnologia Edmar Fernando de Alcântara Elaboração Equipe Técnica - Núcleo Eletroeletrônica Unidade Operacional Centro de Formação Profissional Pedro Martins Guerra Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 33/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 34/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração SSuummáárriioo APRESENTAÇÃO ........................................................................................... 5 1. A ELETRICIDADE ................................................................................................ 6 1.1 Eletricidade estática ..................................................................................... 7 1.2 Eletricidade dinâmica ou corrente elétrica ................................................ 7 2. FUNDAMENTOS DA CORRENTE .................................................................... 9 2.1 O que é corrente elétrica? ............................................................................. 9 2.2 Corrente contínua e alternada........... ......................................................... 9 2.3 Fonte de corrente contínua ........................................................................... 10 2.4 Fonte de corrente alternada ......................................................................... 11 2.5 Símbolo da fonte de CC................................................................................. 11 2.6 Particularidade .............................................................................................. 11 2.7 CC e CA, algumas diferenças .................................................................... 11 3. GRANDEZAS ELÉTRICAS ................................................................................. 12 3.1 Corrente elétrica .............................................................................................. 12 3.2 Diferença de potencial ou tensão ................................................................ 12 3.3 Resistência ...................................................................................................... 13 4. RESISTORES ........................................................................................................ 16 4.1 Resistores de fio ............................................................................................. 16 4.2 Resistores de carbono ................................................................................... 16 4.3 Resistores de filme de carbono ................................................................... 16 4.4 Resistores variáveis ....................................................................................... 16 4.5 Resistores ajustáveis ..................................................................................... 17 5. CIRCUITOS ............................................................................................................ 18 5.1 Circuito série .................................................................................................... 18 5.2 Circuito paralelo .............................................................................................. 20 6. MEDIÇÃO E INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ............................................... 23 6.1 Medição de corrente ...................................................................................... 23 6.2 Medição de corrente mais elevadas ............................................................ 23 6.3 Volt – Amperímetro tipo alicate ..................................................................... 23 6.4 Medição de tensão ......................................................................................... 24 6.5 Medição de tensão mais elevadas ............................................................... 24 6.6 Medição de resistência .................................................................................. 25 6.7 Medidores de energia elétrica ....................................................................... 26 7. LEI DE OHM ........................................................................................................... 28 7.1 1ª Lei de OHM ................................................................................................. 28 7.2 2ª Lei de OHM ................................................................................................. 29 8. LEIS DE KIRCHHOFF .......................................................................................... 30 Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 35/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 9. POTÊNCIA ELÉTRICA ........................................................................................ 31 9.1 Quilogrâmetro por segundo........................................................................... 32 9.2 Cavalo – Vapor (C.V) ..................................................................................... 33 9.3 Horse – Power (H.P) ...................................................................................... 34 9.4 Joule por segundo (j/s) ou Watt (W) ............................................................ 35 10. GERADOR ELEMENTAR ................................................................................. 38 10.1 Geradores de corrente contínua ................................................................ 38 10.2 Geradores de corrente alternada – Alternadores ................................ 39 11. COMPORTAMENTO V.I EM CIRCUITOS ...................................................... 40 12. SISTEMA TRIFÁSICO ....................................................................................... 41 12.1 Geração .......................................................................................................... 41 12.2 Distribuição .................................................................................................... 42 12.3 Configurações de ligação ............................................................................ 43 12.4 Potência ......................................................................................................... 47 13. FATOR DE POTÊNCIA ..................................................................................... 47 13.1 O que é fator de potência ............................................................................ 47 13.2 Principais causas de um baixo fator depotência ................................ 47 13.3 Métodos de correção do fator de potência .......................................... 47 13.4 Bancos automáticos de capacitores .......................................................... 50 14. ATERRAMENTO ................................................................................................. 52 14.1 Introdução ...................................................................................................... 52 14.2 Para que serve o aterramento elétrico ...................................................... 52 14.3 Definições: Terra, Neutro e Massa ............................................................ 52 14.4 Procedimentos .............................................................................................. 52 14.5 Tratamento Químico do solo ...................................................................... 56 14.6 Medindo a Terra ........................................................................................... 57 15. EXERCÍCIOS ....................................................................................................... 59 16. DICAS E REGRAS DE SEGURANÇA ELÉTRICA ....................................... 64 17. CONTATORES .......................................................................................... 17.1 Tipos .................................................................................................... 17.2 Contrução ........................................................................................... 17.3 Funcionamento .................................................................................... 17.4 Montagem ............................................................................................ 17.5 Vantagens ............................................................................................ 17.6 Normas ................................................................................................ 17.7 Defeitos nos contatores ....................................................................... 18. DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO E COMANDO ....................................... 18.1 Fusíveis ............................................................................................... 18.2 Relés .................................................................................................... 18.3 Disjuntor industrial ............................................................................... 65 65 66 70 71 71 71 74 77 77 82 88 Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 36/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 18.4 Dispositivo de comando ....................................................................... 19. CHAVES AUXILIARES TIPO BOTOEIRA ................................................ 19.1 Construção ................................................................................................... 19.2 Sinalização .......................................................................................... 20. DIAGRAMAS DE COMANDOS ELÉTRICOS .......................................... 20.1 Diagrama Multifilar completo ............................................................... 20.2 Diagrama do circuito principal .................................................................... 20.3 Diagrama do circuito de comando ............................................................. 21. RELÉS DE TEMPO ............................................................................................ 22. TRANSFORMADORES PARA COMANDOS ................................................ 23. MOTORES MONOFÁSICOS ............................................................................ 23.1 Ligação de motores monofásicos ............................................................... 23.2 Ligação de um motor monofásico com chave de reversão manual .... 23.3 Diagramas unifilar e multifilar da instalação de um motor monofásico com chave de reversão ............................................................................... 23.4 Aplicação de um motor monofásico em uma motobomba ................... 23.5 Exercícios ....................................................................................................... 23.6 Motores trifásicos .......................................................................................... 23.7 Ligações dos motores trifásicos ................................................................. 23.8 Sistema de partida de motores trifásicos .................................................. 23.9 Tipos de partida ............................................................................................ 24. ELEMENTOS ELETROPNEUMÁTICOS ........................................................ 24.1 Circuitos eletropneumáticos ........................................................................ 25. ELEMENTOS E CIRCUITOS ELETROHIDRÁULICOS ............................... 26. PROBLEMAS E EXERCÍCIOS ......................................................................... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 91 93 93 94 97 97 98 99 100 104 107 107 108 112 114 116 117 119 124 127 135 137 140 144 153 Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 37/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 38/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração AApprreesseennttaaççããoo “Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do conhecimento.” Peter Drucker O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, coleta, disseminação e uso da informação. O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência: “formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada.” Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão importante quanto zelar pela produção de material didático. Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada ! Gerência de Educação e Tecnologia Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 39/153 CursoTécnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 40/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 11.. AA EELLEETTRRIICCIIDDAADDEE Por se tratar de uma força invisível, o principio básico de eletricidade é baseado na Teoria Atômica. Torna-se difícil então visualizar a natureza da força elétrica, mas é facilmente notável os seus efeitos. A eletricidade produz resultados e efeitos perfeitamente previsíveis. Para que possamos compreender melhor a eletricidade, observemos as seguintes definições: Matéria – É toda a substância, sólida, líquida ou gasosa que ocupa lugar no espaço. Molécula – É a menor partícula, a qual podemos dividir uma matéria, sem que esta perca suas propriedades básicas. Ex: Quando desbastamos o aço até o momento em que ele ainda conserve suas propriedades de metal, tornando-se visível a olho nu, ‘limalha muito fina’, mas com microscópios, temos então uma molécula. Átomo - São as partículas que constituem a molécula. Podemos assim afirmar que um conjunto de átomo constitui uma molécula, que determina uma parte da matéria. É no átomo que se dá o movimento eletrônico (corrente elétrica). O átomo é composto por um núcleo e partículas que giram a seu redor, em órbitas concêntricas, muito parecido com a configuração dos planetas em torno do sol. O núcleo é constituídos de Prótons e Neutrons, convencionando-se a Prótons com carga positiva (+) e os Neutrons com carga elétrica nula (0). As partículas que giram ao redor do núcleo são denominadas Elétrons, com carga elétrica negativa (-). Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 41/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Podemos admitir que um átomo, na condição de equilíbrio, o número de prótons é igual ao número de elétrons. Se ele perde um elétron torna-se eletricamente positivo (ion Positivo), se ele ganha um elétron torna-se negativo (ion Negativo). A este desequilíbrio é que chamamos “cargas elétricas” é que foi definido como eletricidade. A eletricidade se apresenta de duas maneiras. 1.1 ELETRICIDADE ESTÁTICA É o tipo de eletricidade que envolve cargas elétricas paradas. É gerada por atrito pela perda de elétrons durante o funcionamento. Por exemplo um bastão de vidro e lã de carneiro, choque ao descer de um veículo, etc... 1.2 ELETRICIDADE DINÂMICA OU CORRENTE ELÉTRICA É o fluxo de cargas elétricas que se desloca através de um condutor. Desta forma como a eletricidade se apresenta é que nos interessa estudar. E para que este fenômeno ocorra é necessário, no mínimo, uma fonte de energia, um consumidor e condutores fechando o circuito. Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 42/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 22.. FFUUNNDDAAMMEENNTTOOSS DDAA CCOORRRREENNTTEE 2.1 O QUE É CORRENTE ELÉTRICA? È o deslocamento de cargas dentro de um condutor quando existe uma diferença de potencial entre as suas extremidades. Tal deslocamento procura restabelecer o equilíbrio desferido pela ação de um campo magnético ou outros meios (reação química, atrito, etc). O elétron que se deslocou é recompletado pelo elétron de outro átomo, a fim de que o equilíbrio seja restabelecido. Um gerador é uma máquina que funciona como se fosse uma bomba. Aciona cargas que se deslocam pelo condutor, produzem calor, luz, movimento e a ele retornam, diretamente ou pela terra. Veja: Em outras palavras, para haver circulação de cargas, é preciso que haja um circuito fechado, ou seja, um caminho de ida e outro de volta para as cargas, sem quebra de continuidade. 2.2 CORRENTE CONTINUA E ALTERNADA Corrente Continua (CC): Quando o fluxo de elétrons se mantém constante em um sentido ao longo do tempo tem – se a corrente continua, representada pela abreviação “CC” Gerador Giro mecânic Interruptor C O N S U M I D O R Diferença de Corrent Corrent Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 43/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Para que exista este movimento de elétrons é necessário criar uma Diferença de Potencial (Tensão ou voltagem ) entre as pontas do circuito. Corrente Alternada (CA): Quando o fluxo de elétrons alterna de tempo em tempo (período) o seu sentido. Em termos práticos é o tipo de corrente de corrente utilizada pelos sistemas de residências, industrias, etc. 2.3 FONTE DE CORRENTE CONTINUA: Geradores Químicos: Pilhas e Baterias Através de reações químicas alcalinas acidas tem-se uma movimentação de cargas elétricas que resultam em uma corrente de elétrons em um único sentido de deslocamento. GGeerraaddoorreess eelleettrroommaaggnnééttiiccooss:: AAttrraavvééss ddoo eelleettrroommaaggnneettiissmmoo,, ppooddee--ssee pprroodduuzziirr CCoorrrreennttee ccoonnttiinnuuaa ccoomm ggeerraaddoorreess eessppeecciiaaiiss.. Retificadores: Através de meio eletrônico consegue converter Corrente Alternada em Corrente Continua com grande facilidade, mas é muito difícil, e não impossível converter Corrente Continua em Alternada. 2.4 FONTE DE CORRENTE ALTERNADA: Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 44/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Geradores eletromagnéticos: Através do eletromagnetismo, pode-se produzir Corrente alternada com geradores acoplados a forças motrizes girantes primárias. Conversores: Utilizados para converter Corrente Continua em Corrente Alternada. 2.5 SÍMBOLO DA FONTE DE CC 2.6 PARTICULARIDADE Todo equipamento que funcione em Corrente continua deve-se observar a polaridade da fonte antes de liga-los. 2.7 CC E CA, ALGUMAS DIFERENÇAS A partir de uma fonte de corrente alternada, podemos obter por meio muito fácil a corrente continua, através de retificadores, que são os famosos diodos, ao contrario que todos pensam a corrente continua pode ser transformada em corrente alternada, porem com maior dificuldade através de conversores tiristorizados. A maior diferença está na possibilidade de aumentar e baixar valores de tensão, controlando a corrente em modo alternado, que não se consegue fazer com a corrente continua. 33.. GGRRAANNDDEEZZAASS EELLÉÉTTRRIICCAASS 3.1 CORRENTE ELÉTRICA Movimento ordenado dos elétrons livres em um condutor durante 1 segundo. Medido em Ampères. Representado por: A Só existirá se um circuito for fechado e se existir Tensão + - Tensão + - Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 45/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 3.2 DIFERENÇA DE POTENCIAL OU TENSÃO Como vimos, para haver corrente elétrica é preciso que haja diferença de potencial e um condutor em um circuito fechado para estabelecer o equilíbrio perdido. Se o circuito estiver aberto, teremos d.d.p., mas não corrente. A diferença de potencial entre dois pontos de um campo eletrostático é de i volt, quando o trabalho realizado contra as forças elétricas ao se deslocar uma carga entre esses dois pontos é de 1 joule por Coulomb. Então,a diferença de potencial é medida em volts da mesma maneira que a força eletromotriz. A carga elétrica que se desloca nos condutores é medida em Coulomb, e a vazão elétrica, ou seja, a carga deslocada por segundo numa seção de condutor, é chamada de ampère. Só existe tensão pois o circuito está aberto. + - As setas representam o fluxo de corrente, uma vez fechado o circuito, com um consumidor (Motor) existirá corrente. *Só existe corrente se existir Tensão. *Tensão existe sem necessariamente existir Corrente. Motor 1 Volt = 1 __joule __ Coulomb Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 46/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Como sempre acontece em qualquer deslocamento, há uma resistência a passagem das cargas dentro dos condutores e consumidores, e esta resistência oposta é a resistência ôhmica, medida em Ohm, em homenagem ao descobridor desta propriedade dos corpos. 3.3 RESISTÊNCIA Oposição à circulação da corrente elétrica exercida por um meio físico. Exemplos de resistência elétrica: Emenda de fios mal feita, fio fino para alimentar cargas de grande potência, etc. A resistência é medida em Ohms, representada pela letra grega � Os materiais de boa condução elétrica são: Ouro, Prata, Cobre, Alumínio, Latão, Ferro e Aço; entre outros. Estes representam baixa resistência elétrica. Já o Níquel – Cromo (resistências de estufas e de fornos), Constantan (Resistências de lâmpadas); entre outros. São materiais de grande resistência elétrica. A borracha, o plástico, vidro, madeira, baquelita, porcelana; entre outros são materiais de alta resistência elétrica sendo chamados de isolantes elétricos. � Símbolos de resistências ou resistores: O valor da resistência elétrica está diretamente ligado a combinação de quatro fatores: 1. O material que constitui o condutor (Resistividade) 2. O comprimento do condutor 3. A área da seção transversal 1 Ampére = _1 Coulomb_ 1 Segundo Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 47/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 4. A temperatura de trabalho do condutor O que determina a resistividade (�) do material em condutores é a sua quantidade de elétrons livres. Os metais são os melhores condutores de corrente elétrica, destacando o cobre, o alumínio, e a prata. O comprimento de um condutor também interfere diretamente no valor da resistência. Quanto maior o comprimento do condutor, maior a oposição à passagem de corrente elétrica. A área da seção transversal ou o diâmetro do condutor também altera o valor da resistência do condutor. Quanto maior o diâmetro menor oposição à passagem de corrente elétrica. O aumento da temperatura causa um aumento da resistência do condutor. Um exemplo prático seria o cabo que alimenta o motor de partida do veículo. Como podemos observar ele oferece menor resistência a circulação de alta corrente pelo motor na partida, possuir pequeno comprimento e maior bitola (diâmetro). 44.. RREESSIISSTTOORR Elemento com resistência responsável por controle de corrente ou divisão de tensão. Estes são usados em circuitos de eletrônica para controle de corrente e em circuitos de comando para dissipar a corrente parasita nos enrolamentos de relés alimentados por corrente continua, com auxilio de um diodo. Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 48/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Tais elementos trazem em seus corpos a anotação do valor ôhmico de resistência correspondente ou obedecem a um código de cores. 4.1 RESISTORES DE FIO Um fio (geralmente fabricado de níquel – cromo) é enrolado sobre um corpo de cerâmica ou porcelana e recoberto por tinta especial que o protegerá de umidade. Tem valor fixo e preciso. Pode dissipar grande potencia quando seu núcleo for composto por tubo de cerâmica ou porcelana, o que ajuda na dissipação térmica. 4.2 RESISTORES DE CARBONO No interior de um corpo cerâmico são depositadas partículas de carvão que formarão o componente. Quanto menos partículas, maior a resistência ôhmica. São mais baratos de menor potência e muito utilizados na eletrônica. 4.3 RESISTORES DE FILME DE CARBONO Também conhecido como película de carbono, uma fina camada deste material é composta em formato helicoidal no contorno de uma estrutura de cerâmica ou porcelana.Tem maior exatidão em relação ao resistor de carbono. 4.4 RESISTORES VARIÁVEIS Pode - se variar por meio mecânico o posicionamento de cursores modificando a resistência do componente, mas não o alterando. Assim são feitos o controle de volume e outros ajustes de aparelhos de som e TV. Hoje os ajustes dos aparelhos mais modernos são digitais e envolvem circuitos eletrônicos. Estes são conhecidos como Trimpot e Potenciômetro. (Mais estudados no ramo da eletrônica). 4.5 RESISTORES AJUSTÁVEIS Quando da montagem e planejamento de um circuito, se existir dificuldade ou não souber o valor ôhmico do resistor, utiliza-se um Trimpot, que é um resistor ajustável dentro de uma faixa pré determinada com valor mínimo e máximo, dissipação de potência e formato de saída dos terminais feito o ajuste, o mesmo é lacrado com uma tinta (Tinta Lacre) Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 49/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 55.. CCIIRRCCUUIITTOOSS 5.1 CIRCUITO SÉRIE Em um circuito série temos os componentes ligados de maneira a existir um único caminho contínuo para a passagem da corrente elétrica. Corrente em um circuito série – é a mesma em todos os pontos do circuito, independente do valor de resistência dos componentes do circuito. Então, se você interrompe o circuito em qualquer parte, toda a circulação de corrente no circuito é interrompida. Um exemplo prático seria a instalação de fusível de proteção no circuito. O fusível inserido em série no circuito a ser protegido, pois um aumento no valor da corrente acima de sua capacidade nominal faz com que ele interrompa toda a circulação de corrente, desligando o circuito. A tensão em um circuito série – A soma das quedas de tensão em componente do circuito é igual à tensão da fonte (bateria). Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 50/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 4V + 5V + 3V = 12V Se fizemos uma ligação em série de duas lâmpadas de 12 volts em uma bateria de 12 volts, as lâmpadas acenderão fracamente. Se as lâmpadas forem idênticas cada uma delas receberá 6 volts, não atingindo então a intensidade luminosa nominal. A resistência equivalente em um circuito série – Para se calcular o valor da corrente total consumida em um circuito é necessário se conhecer o valor da resistência total, ou equivalente do circuito. No caso do circuito série a resistência equivalente do circuito é a soma das resistências de cada componente. Req = 3ΩΩΩΩ + 4ΩΩΩΩ + 2ΩΩΩΩ + 4ΩΩΩΩ Req = 13ΩΩΩΩ Para efeito de cálculo podemos representar o circuito como: 5.2 CIRCUITO PARALELO O que caracteriza um circuito paralelo é a ligação de seus componentes de tal forma que exista mais de um caminho para a passagem de corrente. Eletrotécnica ________________________________________________________________________________________________________________________ 51/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração It = I1 + I2 + I3 + I4 A corrente em um circuito paralelo – A corrente total fornecida pela fonte (bateria) é igual à soma das correntes em cada ramo do circuito. Podemos explicar como: mais vias de passagem possibilita mais passagem de corrente. It = 2A+ 5A + 2A It = 9A A tensão em um circuito paralelo – a diferença de potencial em cada componente do circuito paralelo é a mesma da fonte (bateria). Isto quer dizer que se ligarmos duas lâmpadas de 12 volts em paralelo, a tensão aplicada em cada lâmpada será idêntica à da bateria, 12 volts. Normalmente, as lâmpadas são ligadas em paralelo, a fim de que cada uma produza sua luminosidade nominal e mesmo que uma delas queime as outras continuarão acesas. 15 X 10 150 Req 1 = 15 + 10 25 Req 1 = 6Ω Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 52/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração A resistência equivalente em um circuito paralelo – Para se calcular a resistência equivalente que causaria o mesmo efeito de um conjunto de resistências ligadas em paralelo devemos: 6 x 6 36 Req 1 = 6 + 6 12 Req 1 = 3Ω 6 x 3 18 Req = 6 + 3 9 Req 2 = 3Ω Req = 2Ω Então o circuito resumido para cálculo, torna-se: Isto quer dizer que o efeito provocado por uma lâmpada de 2 ohms, em termos de consumo de corrente é o mesmo que o circuito de quatro lâmpadas (6 ΩΩΩΩ//6ΩΩΩΩ //10 ΩΩΩΩ//15 ΩΩΩΩ) em paralelo. _________1_________ ________1_________ Req = _1_ + _1_ + _1_ + _1_ � Req = _ 5 + 5 + 3 + 2__ 6 6 10 15 30 � Req = _30_ ∴ Req = 2� Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 53/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 15 No círculo paralelo, o valor da resistência equivalente será: 1 Req= 1 1 1 1 1 + R2 + R3 + R4 + .... RN R1 66.. MMEEDDIIÇÇÃÃOO EE IINNSSTTRRUUMMEENNTTOOSS DDEE MMEEDDIIÇÇÃÃOO 6.1 MEDIÇÃO DE CORRENTE Todos os instrumentos destinados a medir correntes, que atualmente são utilizados, baseiam o seu funcionamento na ação magnética da corrente. Medidores de corrente ou amperímetros são ligados em série com o circuito de corrente, apresentando uma pequena resistência interna. Instrumentos de ferro móvel são fabricados para correntes até 250A, enquanto os de bobina móvel são executados para medir correntes de apenas alguns ampères. Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 54/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 6.2 MEDIÇÃO DE CORRENTES MAIS ELEVADAS. Liga-se exatamente ao instrumento um resistor em paralelo, designado por derivador (antigamente shunt). Amperímetro Caso o amperímetro deva ser utilizado para uma faixa de medição n vezes superior a existente (fator de amplificação n), então uma parte da corrente passará pelo amperímetro e (n-1) partes deverão passar pelo derivador. 6.3 VOLT-AMPERÍMETRO TIPO ALICATE O amperímetro comum é acoplado ao circuito, quando empregado para medir a corrente elétrica em CA. Podemos efetuar essa mesma medida com um volt- amperímetro tipo alicate, sem a necessidade de acoplamento com o circuito, pois esse instrumento é constituído pelo secundário de um transformador de corrente, para captar a corrente do circuito. O princípio de funcionamento do volt-amperímetro tipo alicate é do tipo bobina móvel com retificador e é utilizado tanto para medições de tensão como de corrente elétrica. Observação: Quando o volt-amperímetro tipo alicate é utilizado na medição de tensão elétrica, funciona exatamente como o multiteste. Na medição da corrente o gancho do instrumento deve abraçar um dos condutores do circuito em que se deseja fazer a medição (seja o circuito trifásico ou monofásico). Resistência Rn = _Resistência do Instrumento RI_ Rn_= _RI__ Fator de amplificação – 1 n – 1 Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 55/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 6.4 MEDIÇÃO DE TENSÃO Medidores de tensão ou voltímetros são medidores de corrente com elevada resistência interna. Quando da aplicação de uma tensão, circula nos aparelhos uma determinada corrente, que provoca a deflexão do ponteiro. Devido a resistência interna inalterável do instrumento, a escala pode ser ajustada em volts. Voltímetros são ligados em paralelo com o consumidor ou rede. 6.5 MEDIÇÃO DE TENSÃO MAIS ELEVADAS É utilizado um resistor de pré-ligação. Se a tensão a ser medida é n vezes superior a faixa de medição existente, então o valor de tensão a ser consumido pelo resistor é de (n - 1) volts. RP = Resistor de pré-ligação Ri = Resistência interna do instrumento Rp = Ri x (n - 1) Para a medição de tensões alternadas elevadas, empregam-se transformadores de potencial. Voltímetro com resistor de pré-ligação 6.6 MEDIÇÃO DA RESISTÊNCIA 6.6.1 RESISTÊNCIA OBTIDA PELA MEDIÇÃO DA TENSÃO E DA CORRENTE. Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 56/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração A determinação da resistência de uma carga pode ser feita por medição indireta. Para tanto, o elemento resistivo é ligado a uma tensão, medindo-se a sua queda de tensão e a absorção da corrente. O valor da resistência é obtido segundo a Lei de Ohms: R = E/I Nas medições de grande precisão, devem ser levadas em consideração a resistência interna e a corrente absorvida pelo instrumento de medição. Ligações para a determinação indireta de resistências 6.6.2 MEDIÇÃO POR MEIO DE OHMÍMETRO. Ligando-se diversos resistores de valores diferentes a uma mesma tensão, então em cada um aparecerá uma corrente de valor diferente. As grandezas das correntes são inversamente proporcionais aos valores dos resistores. Quando da interrupção de um circuito de corrente, isto é, quando a resistência tem um valor infinitamente elevado, a corrente terá valor nulo. Por estas razões, a escala de um amperímetro pode ser calibrada em ohms e o instrumento utilizado como um ohmímetro. Ligação do ohmímetro A escala em ohms começa então com o valor infinito ( ∞ ) Para resistores elevados Para resistores baixos Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 57/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração A fonte de tensão é normalmente uma bateria de 4 volts. O valor da deflexão máxima do instrumento (valor zero) é ajustado mediante o pressionamento do botão de prova (eliminação do resistor Rx) e pelo ajuste do resistor preligado. Quando diferentes baterias são usadas, a tensão exata é obtida por meio de um divisor de tensão. 6.6.3 MEGÔHMETRO(MEGGER) O megôhmetro é um instrumento de medidas elétricas destinado à medição da resistência de isolamento dos dispositivos ou equipamentos elétricos (motores, transformadores, redes de eletrodutos metálicos, cabos, etc...). Essa resistência de isolamento é normalmente de valores elevados, na ordem de megohms (M.). O valor de 1 M. = 1 000 000 6.7 MEDIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA 6.7.1 GENERALIDADES Para a medição do trabalho elétrico, são empregados medidores de energia elétrica cujos valores são obtidos em função da tensão, da corrente e do tempo. Dependendo do seu emprego, são encontrados diversos tipos, classificados segundo: 1. Tipo de corrente: corrente contínua , alternada monofásica e alternada trifásica. 2. Tipo de medição: medidores de ampère-horas, medidor de watt-horas. 3. Tipo de construção: medidor com motor, medidor de indução, medidor eletrolítico. 4. Medidor de diversas tarifas: medidor que após um determinado tempo passa a um segundo sistema de medição ou um medidor que apenas marca consumo acima de um determinado valor, medida de máxima. Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 58/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 77.. LLEEII DDEE OOHHMM 7.1 1ª LEI DE OHM A corrente flui por um circuito elétrico seguindo várias leis definidas. A lei básica do fluxo da corrente é a lei de Ohm, assim chamada em homenagem a seu descobridor, o físico alemão Georg Ohm. Segundo a lei de Ohm, a intensidade de uma corrente elétrica uniforme é diretamente proporcional à diferença de potencial nos terminais de um circuito e inversamente proporcional à resistência do circuito. Assim: Exemplo 1 Queremos saber a Tensão de uma tomada que, através de uma resistência de 100 Ohms, estabelece uma corrente de 1 Ampère. Solução: V = R x I V = 100 x 1 V = 100 Volts Exemplo 2 Qual a corrente que circula em um circuito onde um consumidor a base de resistência elétrica, por exemplo, o chuveiro que tem tensão de alimentação de 127 Volts e Resistência de 3,2 Ohms? Solução V = R x I I = V / R I = 127 / 3,2 I = 39,68 A Tensão(V) = Resistência(Ω) X Corrente (A) OU V = R x I Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 59/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Exemplo 3 Qual a resistência de um circuito onde um consumidor tem tensão de alimentação de 220 volts e Corrente de 10 Ampères? Solução V = R x I R = V / I R = 220 / 10 R = 22 Ω Então com uma simples lei conseguimos calcular valores desconhecidos a partir de outros dois valores conhecidos, assim podemos estabelecer outras formulas e outros enunciados de leis. Uma delas é a 2ª lei de ohm, utilizada para descobrir a resistência de condutores de eletricidade, e o enunciado da Potência Elétrica. 7.2 2ª LEI DE OHM Utilizada pela engenharia para calculo de resistência de condutores de longa extensão onde é impossível medir com instrumentos. Então utiliza-se constantes como a resistência especifica do material condutor. Tal dado é obtido em laboratórios em ensaios rigorosos. Onde: R = Resistência do condutor ρ = Resistência especifica do material do condutor Cobre = 1 / 56 Alumínio = 1 / 32 L = Comprimento do condutor S = Seção transversal do condutor em mm2. R = ρ x L S Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 60/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 88.. LLEEIISS DDEE KKIIRRCCHHHHOOFFFF Há duas leis estabelecidas por Gustav Kirchhoff para resolver circuitos mais complexos, com geradores em diversos braços, o que, muitas vezes, torna impossível a solução para a determinação da resistência equivalente. Chama-se nó o ponto de junção de três ou mais braços de um circuito elétrico. Chama-se malha a um circuito fechado qualquer percorrido em sentido arbitrário; por exemplo, o sentido Horário. 99.. PPOOTTÊÊNNCCIIAA EELLÉÉTTRRIICCAA Outra grandeza elétrica que podemos extrair da lei de Ohm é a Potência Elétrica. O conceito de Potência Elétrica é definido como a quantidade de trabalho elétrico realizado num segundo. 2ª LEI: A soma dos produtos das correntes pela resistência (Tensão) em cada malha do circuito é igual a soma algébrica das forças eletromotrizes desta malha (Fonte). 1ª LEI: A soma das correntes que chegam em um nó do circuito é igual a soma das correntes que dele se afastam. Eletrotécnica ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 61/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração É a maneira pelo qual medimos o consumo de energia elétrica em um intervalo de tempo. Sua unidade de medida é o watt, cujo símbolo é “W”. O watt é definido como sendo o produto da tensão (v) pela corrente (l). P = V x l Um exemplo da utilização da Potência Elétrica para cálculos, seria a determinação da resistência de um componente específico em watt. Exemplo 1 Qual a resistência (Ω ) de uma lâmpada de 6W de potência em 12 V? P =V x l 6 W = 12V x l 6W l = 12V = 0,5A Agora que já conhecemos a corrente (0,5 A ) e a tensão (12V) podemos determinar o valor da resistência (Ω): V = R X l 12V = R x 0,5A 12V R = 0,5A R = 24 � Então uma lâmpada de 6W/12V tem resistência de 24 Ω. A potencia também pode ser expressa em HP (Horse Power), ou em CV (Cavalo Vapor). Onde: 1 HP = 746 W 1 CV = 736W ____________________________________________________________ 62/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 9.1 QUILOGRÂMETRO POR SEGUNDO - KGM/S Quilogrâmetro por segundo é a unidade de potência do antigo Sistema Métrico. O Sistema Internacional de Unidades (SI) ainda adota esta unidade. 9,8 j/s ou W _1_ c.v. 75 1 kgm/s = _1_ H.P. 76 0,0098 kW Calculamos a transformação, aplicando, simplesmente, a regra de três simples. Veja, então, o cálculo de cada transformação: 9.1.1 Transformação de 150 kgm/s em j/s. 1 kgm / s 9,8 j / s ou W x = 150 x 9,8 150 kgm / s x x = 1470 j / s ou W 9.1.2 Transformação de 150 kgm/s em c.v. 1 kgm / s _1_ cv x = 150 x _1_ 75 75 150 kgm / s x x = 2 cv 9.1.3 Transformação de 150 kgm/s em H.P. 1 kgm / s _1_ H.P x = 150 x _1_ 76 76 150 kgm / s x x = 1,9 H.P. ____________________________________________________________ 63/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 9.1.4 TRANSFORMAÇÃO DE 150 KGM/S EM KW. 1 kgm / s 0,0098 kW x = 150 x 0,0098 150 kgm / s x x = 1,47 kW 9.2 CAVALO-VAPOR (C.V.) Se você ler uma dessas plaquetas que indicam as características de um motor, ficará sabendo qual é a sua potência mecânica em c.v. A potência mecânica em c.v., nos motores elétricos, varia de 1/10 (0,1 c.v.) a 50.000 c.v.e, em certas usinas elétricas, vai a mais de 100.000 c.v. Para sua transformação, existe a seguinte relação de equivalência: 736 j / s ou W 75 kgm / s 1 c.v. 736 H.P. 746 0,736 kW Cálculo para transformar essa unidade é feito mediante a aplicação da regra de três simples. Acompanhe os cálculos de cada transformação: 9.2.1 TRANSFORMAÇÃO DE 5 C.V. EM J/S 1 cv. 736 kW x = 5 x 736 5 cv. x x = 3,68 j / s ou W ____________________________________________________________ 64/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 9.2.2 TRANSFORMAÇÃO DE 5 C.V. EM KGM/S. 1 cv. 75 kgm / s x = 5 x 75 5 cv. x x = 375 kgm / s 9.2.3 TRANSFORMAÇÃO DE 5 C.V. EM H.P. 1 cv. 736 H.P. x = 5 x 736 746 746 5 cv. x x = 4,93 H.P 9.2.4 TRANSFORMAÇÃO DE 5 C.V. EM KW. 1 cv. 0,736 kW x = 5 x 0,736 5 cv. x x = 3,68 kW 9.3 HORSE-POWER (H.P.) É a unidade inglesa de potência. Muitos motores apresentam, em suas plaquetas de características, esta unidade inglesa. Para transformar essa unidade, devemos também aplicar aregra de três simples. A sua relação de equivalência com as outras unidades é: 746 j / s ou 76 kgm / s 1 H.P 746 H.P. 736 0,746 kW ____________________________________________________________ 65/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Acompanhe os cálculos: 9.3.1 TRANSFORMAÇÃO DE 10 H.P. EM J/S OU W. 1 H.P. 746 j / s ou W x = 10 x 746 10 H.P. x x = 7.640 j / s ou W 9.3.2 TRANSFORMAÇÃO DE 10 H.P. EM KGM/S. 1 H.P. 76 kgm / s x = 10 x 76 10 H.P. x x = 760 j / s ou W 9.3.3 TRANSFORMAÇÃO DE 10 H.P. EM C.V. 1 H.P. 746 c.v. x = 10 x 746 736 736 10 H.P. x x = 10,1 c.v. 9.3.4 Transformação de 10 H.P. em KW. 1 H.P. 0,746 kW x = 10 x 0,746 10 H.P. x x = 7,46 kW 9.4 JOULE POR SEGUNDO (j/s) OU WATT (W) É a unidade do Sistema Internacional de Unidades (SI), adotado oficialmente para potência. Como nas unidades anteriores, aplicamos a regra de três simples para calcular sua transformação. Para o cálculo de sua transformação, temos a seguinte relação: ____________________________________________________________ 66/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Agora, vamos calcular cada uma dessas transformações: _1_ kgm / s 9,8 _1_ c.v. 736 1 j / s ou W _1_ H.P. 746 __1__ ou _13_ kW 1000 10 9.4.1 TRANSFORMAÇÃO DE 736 J/S OU W EM KGM/S. 1 j / s ou W _1_ kgm / s x = 736 x _1_ 9,8 9,8 736 j / s ou W x x = 75,1 kgm / s 9.4.2 TRANSFORMAÇÃO DE 736 J/S OU W EM C.V. 1 j / s ou W _1_ c.v. x = 736 x _1_ 736 736 736 j /s ou W x x = 1 c.v. 9.4.3 Transformação de 736 j/s ou W em H.P. 1 j / s ou W _1_ H.P. x = 736 x _1_ 746 746 736 j / s ou W x x = 0,98 H.P. 9.4.4 Transformação de 736 j/s ou W em KW. 1 j / s ou W __1__ kW x = 736 x __1__ 1000 1000 736 j / s ou W x x = 0,736 kW ____________________________________________________________ 67/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Com o disco abaixo, podemos observar todas as variáveis da lei de Ohm e da Potência elétrica. ____________________________________________________________ 68/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 1100.. GGEERRAADDOORR EELLEEMMEENNTTAARR Geradores elétricos, grupo de aparelhos utilizados para converter a energia mecânica em elétrica. Chama-se gerador, alternador ou dínamo a máquina que converte energia mecânica em eletricidade. O princípio básico é a indução eletromagnética descoberta por Michael Faraday. Se um condutor se move através de um campo magnético, de intensidade variável, induz-se naquele uma corrente. O princípio oposto foi observado por André Marie Ampère. Se uma corrente passa através de um condutor dentro de um campo magnético, este exercerá uma força mecânica sobre o condutor. Os motores e geradores têm duas unidades básicas: o campo magnético, que é o eletromagneto com suas bobinas, e a armadura — a estrutura que sustenta os condutores que cortam o campo magnético, e transporta a corrente induzida em um gerador, ou a corrente de excitação, no caso do motor. Em geral, a armadura é um núcleo de ferro doce laminado, ao redor do qual se enrolam, em bobinas, os cabos condutores. 10.1 GERADORES DE CORRENTE CONTÍNUA Se uma armadura gira em um campo fixo, a corrente induzida se move em uma direção durante a metade de cada revolução; e em outra direção durante a outra metade. Para produzir um fluxo constante da corrente em uma direção, ou contínuo, utilizam-se retificadores, por exemplo, de diodos. ____________________________________________________________ 69/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 10.2 GERADORES DE CORRENTE ALTERNADA (ALTERNADORES) Um gerador simples sem comutadores retificadores produzirá uma corrente elétrica que muda de direção à medida em que a armadura gira. Como a corrente alternada apresenta vantagens na transmissão da energia elétrica, são desse tipo a maioria dos geradores elétricos. A freqüência da corrente fornecida por um alternador é igual à metade do produto do número de pólos e o número de revoluções por segundo da armadura. Esse tipo de corrente se chama corrente alternada monofásica. Quando se agrupam três bobinas de armadura em ângulos de 120°, produz-se uma corrente em forma de onda tripla, conhecida como corrente alternada trifásica. ____________________________________________________________ 70/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 1111.. CCOOMMPPOORRTTAAMMEENNTTOO VV XX II EEMM CCIIRRCCUUIITTOOSS.. Nos circuitos elétricos estão presentes inúmeros fenômenos físicos, mas um acontecimento é comprovado pela lei de Ohm quanto o comportamento da tensão e da corrente nos mesmos, onde: Assim: Para uma potencia de 1000 Watts, qual a corrente do circuito alimentado por 220 Volts? AII I OndeIVP 45,4 220 1000 2201000 : =�= ×= �×= Para uma potencia de 1000 Watts, qual a corrente do circuito alimentado por 110 Volts? AII I OndeIVP 09,9 110 1000 1101000 : =�= ×= �×= Conclusão: Ao aumentar a tensão a corrente diminuiu e não influenciou na carga, uma vez que a tensão de alimentação de maioria dos equipamentos pode ser alterada, assim consumindo menor corrente mas a mesma quantidade de energia. A vantagem é que a instalação elétrica para tensão mais alta costuma conduzir pequenas correntes e grandes potências, porém em condutores mais finos. Mesma Potência Baixa Tensão = Alta Corrente. Alta Tensão = Baixa corrente. ____________________________________________________________ 71/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 1122.. SSIISSTTEEMMAA TTRRIIFFÁÁSSIICCOO 12.1 GERAÇÃO Sistema de geração é um conjunto de instalações utilizadas para transformar outros tipos de energia em eletricidade e transportá-la até os lugares onde será consumida (Motores e geradoreselétricos). Estas instalações usam corrente alternada, já que é fácil reduzir ou elevar a Tensão com transformadores. Dessa forma, cada parte do sistema pode funcionar com a Tensão apropriada. As instalações elétricas têm seis elementos principais: a central elétrica, os transformadores que elevam a Tensão da energia elétrica gerada até altas tensões usadas nas redes de transmissão, as redes de transmissão, as subestações onde o sinal baixa sua Tensão para adequar-se às redes de distribuição, as redes de distribuição e os transformadores que baixam a Tensão até o nível utilizado pelos consumidores. A estação central consta de uma máquina motriz, como uma turbina de combustão, que move um gerador elétrico. A maior parte da energia elétrica do mundo é gerada em centrais térmicas alimentadas com carvão, óleo, energia nuclear ou gás; uma pequena parte é gerada em centrais hidroelétricas, a diesel ou provenientes de outros sistemas de combustão interna. Produção de eletricidade no Brasil A importância da geração hidrelétrica no Brasil reflete não só a riqueza energética da rede fluvial do país, mas também uma opção: a geração nuclear, muito em voga na década de 1970, tropeçou em problemas operacionais e enfrenta sérias críticas por causar riscos ambientais consideráveis. ____________________________________________________________ 72/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração As redes de transmissão de alta tensão são formadas por cabos de cobre, alumínio ou aço revestido com alumínio ou cobre, suspensos por postes ou torres com isolantes de porcelana. Geradores elétricos Estes geradores da represa Bonneville, em Oregon (Estados Unidos), produzem eletricidade através de turbinas movidas a água. 12.2 DISTRIBUIÇÃO Dependendo da carga da instalação e do seu tipo, podem ser utilizados vários sistemas de distribuição, ou seja: Sistema de condutores vivos Considerando-se somente os sistemas de corrente alternada, tem-se: a) Sistema Monofásico a dois condutores (Fase e Neutro) b) Sistema monofásico a Três condutores (Fase, Fase, Neutro). c) Sistema trifásico a três condutores (3 Fases) É o sistema secundário que pode estar conectado em triangulo ou estrela com o ponto neutro isolado. Seu uso se faz sentir principalmente em instalações industriais onde os motores representam a carga predominante ____________________________________________________________ 73/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração d) Sistema trifásico a quatro condutores (3 Fases e um neutro) É o sistema de distribuição empregado nas instalações elétricas industriais. Normalmente é utilizada a configuração estrela como o ponto neutro aterrado, podendo se obter as seguintes variedades de circuitos na prática: • A quatro contutores: 220Y/127V; 380Y/220V; 440Y/254V; 208Y/120V • A três condutores: 440V; 380V; 220V. • A dois condutores: 127V; 220V. 12.3 CONFIGURAÇÕES DE LIGAÇÃO. O sistema trifásico possui defasagem de 120° entre fases, assim: Nas ligações estrela - triangulo, as bobinas do gerador, em numero de três, produzem três fases com 120° de defasamento entre si, onde convencionamos: Fase A Entrada A e Saída A’ da bobina. Fase B Entrada B e saída B’ da bobina. Fase C Entrada C e saída C’ da Bobina. 12.3.1 LIGAÇÃO ESTRELA OU Y A ligação dos terminais A’, B’,C’ resultam num alternador ligado em Y (estrela). Onde na ligação estrela as correntes de linha são iguais a de fase, e a tensão de linha é 3 Vezes a tensão de fase, ou seja: ILinha = IFase e VLinha= 3 .VFase 120° ____________________________________________________________ 74/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Que produzem os seguintes Fasores 12.3.2 Ligação Triangulo ou ∆∆∆∆ A ligação dos terminais A em B’, de B em C’ e de C em A’, resulta num alternador ligado em ∆. Onde na ligação triangulo, as tensões de linha e de fase são iguais e a corrente de linha é 3 vezes a corrente de fase, ou seja: VLinha = VFase e ILinha= 3 .IFase 90° -150° -30° V BN V CN V AN ____________________________________________________________ 75/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Que produzem os seguintes fasores 12.4 POTÊNCIA Potência é a energia gasta pela máquina para realizar algum tipo de trabalho. Existem três tipos de Potência, e vamos velas logo abaixo. 12.4.1 POTÊNCIA ATIVA Potência realmente gasta em dispositivos que oferecem resistência, no circuito resistivo a tensão anda em fase com a corrente (V-I)=0º, e é expresso em KW. 120 ° 120 ° 120 ° V A VC VB ____________________________________________________________ 76/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 12.4.2 POTÊNCIA INDUTIVA Potência utilizada para a criação de campos magnéticos, necessário ao funcionamento de equipamentos industriais (motores, transformadores, reatores, etc.), sendo expresso seu valor em Kvar, no circuito indutivo a tensão anda adiantada da corrente (V-I)=90º 12. 4.3 POTÊNCIA CAPACITIVA Potência utilizada em capacitores, no circuito capacitivo a tensão anda em atraso em relação a corrente (V-I)=-90º 12.4.4 DEMANDA É a utilização da potência ativa durante qualquer intervalo de tempo, medida pôr aparelho integrador (medidor). É a média das potências solicitadas pelo consumidor, durante um intervalo de tempo, usualmente 15 minutos, registrados pôr medidores de demanda. Na conta de carga elétrica, a demanda aparece expressa em quilowatt (KW). ____________________________________________________________ 77/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 1133.. FFAATTOORR DDEE PPOOTTÊÊNNCCIIAA 13.1 O QUE É FATOR DE POTÊNCIA Fator de potência foi um valor pré determinado pôr órgãos do governo, para que haja um melhor aproveitamento da energia elétrica, já que nos dias de hoje ela anda tão escassa.O valor determinado pelo governo para o aproveitamento da energia elétrica foi de noventa e dois pôs cento (92%) da potência total de uma Empresa, ou seja apenas oito pôr cento da energia entregue pela concessionária pode se perder. 13.2 PRINCIPAIS CAUSAS DE UM BAIXO FATOR DE POTÊNCIA Antes de realizar qualquer investimento para Correção de Fator de Potência é necessário a identificação da causa de sua origem. Apresentamos a seguir as principais causas que originam um Baixo Fator de Potência. • Motores Operando a Vazio; • Motores Super Dimensionados; • Transformadores Operando em Vazio ou com Pequenas Cargas; • Nível de Tensão acima da Nominal; • Lâmpadas de Descargas; • Grande Quantidade de Motores de Pequenas Potência. 13.3 MÉTODOS DE CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA: A correção do Fator de Potência deverá ser cuidadosamente analisada e não resolvida de forma simples, podendo isso levar a uma solução técnica e econômica insatisfatória. É preciso critério e experiência para efetuar uma adequada correção, lembrando que cada caso deve ser estudado especificamente e que soluções imediatas podem ser as mais inconvenientes. De um modo geral, quando se pretende corrigir o Fator de Potência de uma instalação surge o problema preliminar de se determinar qual o melhor método a ser adotado. ____________________________________________________________ 78/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Independentemente do método a ser adotadoo Fator de Potência ideal, tanto para os consumidores como para a concessionária, seria o valor unitário (1,0 ou 100%) que significa a inexistência de Kvar no circuito. Entretanto, esta condição nem sempre é conveniente e, geralmente não se justifica economicamente. A correção efetuada até o valor de 0,95 ou 95% é considerada suficiente. 13.3.1 CORREÇÃO PELO AUMENTO DO CONSUMO DE ENERGIA ATIVA O aumento da energia ativa pode ser alcançada quer pela adição de novas cargas com alto Fator de Potência, quer pelo aumento do período de operação das cargas com Fatores de Potência próximos ou iguais a unidade. Este método é recomendado quando o consumidor tem uma jornada de trabalho fora do período de ponta de carga do sistema elétrico (aproximadamente das 18 às 20 horas). Além de atender as necessidades da produção industrial, a carga ativa que aumentara o consumo de KW/h deverá ser cuidadosamente escolhida a fim de não aumentar a demanda de potência da industria. 13.3.2 CORREÇÃO ATRAVÉS DE MOTORES SÍNCRONOS SUPEREXCITADOS A correção através de motores síncronos superexcitado, além de corrigir p Fator de Potência, fornecem potência mecânica útil. Entretanto, devido ao fato de ser um equipamento bastante caro, nem sempre é compensador sobre o ponto de vista econômico, só sendo competitivo em potência superiores a 200 cv, e funcionando pôr grandes períodos (superiores a 8/h pôr dia). A potência reativa que um motor síncrono fornece a instalação é função da corrente de excitação e da carga mecânica aplicada no seu eixo. Os tipos de motores síncronos comumente utilizado pelas industrias são os de Fator de Potência nominal igual a 0,80 a 1,00. 13.3.3 COMPENSAÇÃO PÔR CAPACITORES ESTÁTICOS A correção do Fator de Potência através de capacitores estáticos constitui a solução mais prática para as industrias em geral. Entretanto, alguns cuidados devem ser tomados, para que os capacitores não sejam usados indiscriminadamente. ____________________________________________________________ 79/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Podem os capacitores, em principio, serem instalados em quatro pontos distintos do sistema elétrico: – Junto às grandes Cargas indutivas (motores, transformadores, Tc...) – No barramento geral de Baixa Tensão (BT). – Na extremidade dos circuitos alimentadores – Na entrada de energia de Alta Tensão (AT). 13.3.4 JUNTO ÀS GRANDES CARGAS INDUTIVAS A instalação junto às grandes cargas, tem a vantagem de permitir uma previsão mais precisa da potência reativa necessária, de tal modo que o capacitor compense exatamente a carga. Sendo ambos elementos comandados pela mesma chave, não se apresenta o risco de haver, em certas horas, excesso ou falta de potência reativa, além do que, obtém-se uma redução no custo da instalação, pelo fato de não ser necessário um dispositivo de comando e proteção separado para o capacitor. Uma das vantagens desta opção, é que este tipo de instalação alivia todo o sistema elétrico, pois a corrente reativa vai do capacitor às cargas, sem circular pelo transformador, barramentos, circuitos alimentadores, Tc... Pôr essas razões a localização dos capacitores junto à motores, reatores, etc; é uma das soluções preferidas para a Correção do Fator de Potência. 13.3.5 NO BARRAMENTO GERAL DE BAIXA TENSÃO (BT) Neste tipo de ligação de Capacitores, haverá necessidade de ser instalada uma chave que permita desliga-los quando a industria finda sua atividades diárias. Não o fazendo, poderão ocorrer sobretensões indesejáveis que, provavelmente, causarão danos as instalações elétricas. 13.3.6 NA EXTREMIDADE DOS CIRCUITOS ALIMENTADORES É utilizada geralmente quando o alimentador supre uma grande quantidade de cargas pequenas, onde não é conveniente a compensação individual. Este método usufrui em parte da diversidade entre as cargas supridas, embora a economia seja inferior à obtida pelo aproveitamento da diversidade entre alimentadores. Pôr outro lado, fica aliviado também o circuito alimentador. A vantagem dessa ligação é que se pode obter apreciável economia, usufruindo da diversidade de demanda entre os circuitos alimentadores, uma vez que a potência reativa solicitada pelo conjunto da instalação é menor que a soma das potências reativas de todos os equipamentos. ____________________________________________________________ 80/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 13.3.7 NA ENTRADA DE ENERGIA EM ALTA TENSÃO (AT) Não é muito freqüente encontrarmos exemplos da instalação do lado da Alta Tensão. Tal localização não alivia nem mesmo os transformadores, e exige dispositivos de comando e proteção dos capacitores com isolação para a tensão primária Embora o preço pôr Kvar dos capacitores seja menor para maiores tensões, este tipo de instalação em geral só é encontrada nas industrias que recebem grandes quantidades de energia elétrica e dispõem de varias subestações transformadoras. Neste caso a diversividade de demanda pode redundar em economia na quantidade de capacitores a instalar. 13.4 BANCOS AUTOMÁTICOS DE CAPACITORES A automatização de Bancos de Capacitores, ou seja, o ligamento e desligamento automático de capacitores em estabelecimentos industriais, devem apresentar condições especiais de operação que justifiquem os investimentos a serem efetuados. Considerando que determinadas industrias possuem equipamentos que provoquem oscilações freqüentes, levando o Fato de Potência a índices não desejáveis, e que essas oscilações são provenientes da carga variada e do tipo de trabalho efetuado, é justificável, como solução técnica e econômica, o controle da potência reativa (Kvar) através de Bancos Automáticos de Capacitores. Dimensionamento do Banco de Capacitores No que se refere ao dimensionamento de bancos de capacitores, isto é na determinação da potência reativa em Kvar a ser instalada, de modo a corrigir o Fator de Potência, vimos que tal problema não é suscetível a uma solução imediata e simplista. Por um lado, a potência reativa a instalar, está intimamente relacionada ao local de instalação escolhido. Pôr outro lado, depende do período de tempo em que permanecem ligados os capacitores e as cargas que utilizam energia reativa, ainda que deste período, devam ser deduzidas as horas em que a potência reativa fornecida pêlos capacitores excede à necessária para as instalações, uma vez que as concessionárias não "aceitam" de volta os Kvars fornecidos pelo consumidor. Por essa razões, cada problema de Correção de Fator de Potência deve ser considerado como um caso individual, não existindo soluções pré-fabricadas. ____________________________________________________________ 81/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Benefícios resultantes da Correção de Fator de Potência Além da redução do preço médio do KW/h consumido, a Correção Fator de Potência traz os seguintes benefícios: • Libera uma certa parcela da capacidade em KVA dos transformadores; • Libera uma certa parcela da capacidade dos alimentadores e do sistema; • Reduz as perdas de energia das instalações e do sistema; • Reduz as quedas de tensão melhorando a nível da tensão nas instalações. ____________________________________________________________ 82/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração 1144.. AATTEERRRRAAMMEENNTTOO 14.1 INTRODUÇÃO O aterramento elétrico, com certeza, é um assunto que gera um número enorme de dúvidas quanto às normas e procedimentos no que se refere ao ambiente elétrico industrial. Muitas vezes, o desconhecimento das técnicas para realizar um aterramento eficiente,ocasiona a queima de equipamentos, ou pior, o choque elétrico nos operadores desses equipamentos. Mas o que é “terra”? qual a diferença entre terra, neutro e massa? Quais são as normas que devo seguir para garantir um bom aterramento? Bem, estes são os tópicos que este artigo tentará esclarecer. É fato que o assunto aterramento é bastante vasto e complexo, porém, demonstraremos algumas regras básicas. 14.2 PARA QUE SERVE O ATERRAMENTO ELÉTRICO? O aterramento elétrico tem três funções principais: a – Proteger o usuário do equipamento das descargas atmosféricas, através da viabilização de um caminho alternativo para a terra, de descargas atmosféricas. b – “Descarregar cargas estáticas acumuladas nas carcaças das maquinas ou equipamentos para a terra”. c – Facilitar o funcionamento dos dispositivos de proteção (fusíveis, disjuntores, etc.), através da corrente desviada para a terra. Veremos, mais adiante, que existem varias outras funções para o aterramento elétrico, até mesmo para a eliminação de EMI, porem essas três acima são as mais fundamentais. 14.3 DEFINIÇÕES: TERRA, NEUTRO E MASSA Antes de falarmos sobre os tipos de aterramento, devemos esclarecer (de uma vez por todas!) o que é terra, neutro e massa. Na figura 1 temos um exemplo da ligação de um PC à rede elétrica, que possui duas fases (+110 VCA, - 110 VCA), e um neutro. Essa alimentação é fornecida pela concessionária de energia elétrica, que somente liga a caixa de entrada ao poste externo se houver uma haste de aterramento padrão dentro do ambiente do usuário. Alem disso, a concessionária também exige dois disjuntores de proteção. Teoricamente, o terminal neutro da concessionária deve ter potencial igual a 0 volt. Porém, devido ao desbalanceamento nas fases do transformador de distribuição, é comum esse terminal tender a assumir potenciais diferentes de zero. O desbalanceamento de fases ocorre quando temos consumidores de necessidades muito distintas, ligadas em um mesmo link. Por exemplo, um transformador alimenta, em um setor seu, uma residência comum, e no outro setor, um pequeno supermercado. ____________________________________________________________ 83/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Essa diferença de demanda, em um mesmo link, pode fazer com que o neutro varie seu potencial (flutue). Para evitar que esse potencial “flutue”, ligamos (logo na entrada) o fio neutro a uma haste de terra. Sendo assim, qualquer potencial que tender a aparecer será escoado para a terra. Ainda analisando a figura 1, vemos que o PC está ligado em 110 VCA, pois utiliza uma fase e um neutro. Mas, ao mesmo tempo, ligamos sua carcaça através de outro condutor na mesma haste, e damos o nome desse condutor de “terra”. Pergunta “fatídica”: Se o neutro e o terra estão conectados ao mesmo ponto (haste de aterramento), porque um é chamado de terra e o outro de neutro? Aqui vai a primeira definição: o neutro é um “condutor” fornecido pela concessionária de energia elétrica, pelo qual há o “retorno” da corrente elétrica. O condutor de proteção serve de caminho de corrente , em caso de energização da carcaça em virtude de alguma anomalia . Os três sistemas da NBR 5410 mais utilizados na industria são: a – Sistema TN-S: Notem pela figura 2 que temos o secundário de um transformador (cabine primaria trifásica) ligado em Y. O neutro é aterrado logo na entrada, e levado até a carga. Paralelamente, outro condutor identificado como PE é utilizado como fio terra, e é conectado à carcaça (massa) do equipamento. ____________________________________________________________ 84/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração b – Sistema TN-C: Esse sistema, embora normalizado, não é aconselhável, pois o fio terra e o neutro são constituídos pelo mesmo condutor. Dessa vez, sua identificação é PEN (e não PE, como o anterior). Podemos notar pela figura 3 que, após o neutro ser aterrado na entrada, ele próprio é ligado ao neutro e à massa do equipamento.terra é um condutor construído através de uma haste metálica e que, em situações normais, não deve possuir corrente elétrica circulante. Resumindo: A grande diferença entre a terra e o neutro é que, pelo neutro há corrente circulando, e pelo terra, não. Quando houver alguma corrente circulando pelo terra, normalmente ela deverá ser transitória, isto é, desviar uma descarga atmosférica para a terra por exemplo. O fio terra, por norma, vem identificado pela letra PE, e deve ser de cor verde e amarela. Notem ainda que ele está ligado a carcaça do PC. A carcaça do PC, ou de qualquer outro equipamento é o que chamamos de “massa”. PEN PE ____________________________________________________________ 85/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração c – Sistema TT: Esse sistema é o mais eficiente de todos. Na figura 4 vemos que o neutro é aterrado logo na entrada e segue (como neutro) até a carga (equipamento). A massa do equipamento é aterrada com uma haste própria, independente da haste de aterramento do neutro. O leitor pode estar pensando: “Mas qual desses sistemas devo utilizar na prática?” Geralmente, o próprio fabricante do equipamento especifica qual sistema como regra geral, temos: Sempre que possível optar pelo sistema TT em 1º lugar. Caso, por razões operacionais e estruturais do local, não seja possível o sistema TT, optar pelo sistema TN-S. Somente optar pelo sistema TN-C em último caso, isto é, quando realmente for impossível estabelecer qualquer um dos sistemas anteriores. 14.4 PROCEDIMENTOS Os cálculos e variáveis para dimensionar um aterramento podem ser considerados assuntos para “pós – graduação em Engenharia Elétrica”. A resistividade e o solo, geometria e constituição da haste de aterramento, formato em que as hastes são distribuídas, são alguns dos fatores que influenciam o valor da resistência do aterramento. Como não podemos abordar tudo isso num único artigo, daremos algumas “dicas” que, com certeza, irão ajudar: ____________________________________________________________ 86/153 Curso Técnico de Manutenção em Equipamentos de Mineração Haste de aterramento: A haste de aterramento normalmente, é feita de uma alma de aço revestida de cobre. Seu comprimento pode variar de 1,5 a 4,0m. As de 2,5m são mais utilizadas, pois diminuem o risco de atingirem dutos subterrâneos em sua instalação. O valor ideal para um bom aterramento deve ser menor ou igual a 5�. Dependendo da química do solo (quantidade de água, salinidade, alcalinidade, etc.), mais de uma haste pode se fazer necessária para nos aproximarmos desse valor. Caso isso ocorra, existem duas possibilidades: tratamento químico do solo (que será analisado mais adiante), e o agrupamento de barras em paralelo. Uma boa regra para agruparem – se barras é a da formação de polígonos. A figura 5 mostra alguns passos. Notem que, quanto maior o numero de barras, mais próximo a um circulo ficamos. Outra regra no agrupamento de barras é manter sempre a distância entre elas, o mais próximo possível do comprimento de uma barra. É bom lembrar ao leitor que são regras práticas. Como dissemos anteriormente, o dimensionamento do aterramento é complexo, e repleto de cálculos. Para um trabalho mais preciso e cientifico, você deve consultar uma literatura própria. 14.5 TRATAMENTO QUÍMICO DO SOLO Como já observamos, a resistência do terra depende muito da constituição química do solo. Muitas vezes, o aumento do número de barras de aterramento não consegue diminuir a resistência do terra significativamente. Somente nessa situação devemos pensar em trabalhar quimicamente o solo. O tratamento químico tem uma grande desvantagem em relação ao aumento do numero de hastes, pois
Compartilhar