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RECURSOS EFEITOS

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RECURSOS   
Profa. Mª.  Neila Costa 
DOS EFEITOS DOS RECURSOS 
DOS EFEITOS DOS RECURSOS 
EFEITO IMPEDITIVO 
 
A interposição do recurso impede o trânsito em julgado da decisão. 
O recurso prolonga o estado de litispendência, agora em nova instância. 
DO EFEITO impeditivo DOS RECURSOS 
 Grande parte dos doutrinadores estabelecem que apenas os recursos admissíveis produzem efeitos e, portanto, apenas o recurso que for conhecido poderia impedir o trânsito em julgado, ou seja, recurso não conhecido não impede o trânsito em julgado. 
Porém o CPC adotou a concepção intermediária: recurso inadmissível produz efeitos, inclusive o de impedir o trânsito em julgado, ressalvados os casos de intempestividade ou de manifesto descabimento. 
EFEITO SUSPENSIVO 
A interposição do recurso prolonga o estado de ineficácia em que se encontrava a decisão; com o recurso, os efeitos dessa decisão não se produzem. 
O efeito suspensivo é aquele que provoca o impedimento da produção imediata dos efeitos da decisão que se quer impugnar. 
É interessante notar que, antes mesmo da interposição do recurso e pela simples possibilidade de sua interposição, a decisão ainda é ineficaz. 
Isso porque não é o recurso que tem efeito suspensivo, tendo antes o condão de prolongar a condição de ineficácia da decisão.
EFEITO SUSPENSIVO 
Em razão dessa contradição, há quem prefira a expressão efeito obstativo, no lugar de efeito suspensivo. É que a expressão efeito suspensivo seria mais adequada para designar a situação em que se suspende algo que já estava fluindo. Quando há efeito suspensivo, não se suspende o que já vinha produzindo efeitos; o ato judicial já é emitido, em verdade, sem produzir efeitos."
EFEITO SUSPENSIVO 
Mas a regra é a de que o recurso não possua efeito suspensivo automático por determinação legal (art. 995, CPC). Cabe ao recorrente pedir o efeito suspensivo ao relator do recurso, preenchido os pressupostos legais (art. 995, par. ún., CPC, p. ex.).
EFEITO SUSPENSIVO 
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
EFEITO SUSPENSIVO 
Há os recursos que possuem efeito suspensivo automático, por determinação legal. 
É o que acontece com a apelação (art. 1.012, CPC) e o recurso especial ou extraordinário interposto contra decisão que julga incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 987, §r, CPC). 
EFEITO SUSPENSIVO 
Art. 1.012.  A apelação terá efeito suspensivo. 
§1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:
homologa divisão ou demarcação de terras;
condena a pagar alimentos; 
extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
confirma, concede ou revoga tutela provisória;
decreta a interdição.
§2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença.
Efeito devolutivo 
O efeito devolutivo é comum a todos os recursos. É da essência do recurso provocar o reexame da decisão - e isso que caracteriza a devolução.
A interposição do recurso transfere ao órgão ad quem o conhecimento da matéria impugnada. 
Efeito devolutivo 
O efeito devolutivo deve ser examinado em duas dimensões:
Extensão (dimensão horizontal)
Profundidade (dimensão vertical)
Efeito devolutivo- extensão 
A extensão do efeito devolutivo significa delimitar o que se submete, por força do recurso, ao julgamento do órgão ad quem.
 A extensão do efeito devolutivo determina-se pela extensão da impugnação: tantum devolutum quantum appellatum. 
O recurso não devolve ao tribunal o conhecimento de matéria estranha ao âmbito do julgamento (decisão) a quo. Só é devolvido o conhecimento da matéria impugnada (art. 1.013, caput, CPC).
Efeito devolutivo- profundidade 
A profundidade do efeito devolutivo determina as questões que devem ser examinadas pelo órgão ad quem para decidir o objeto litigioso do recurso. 
Trata-se da dimensão vertical do efeito devolutivo. A profundidade identifica-se com o material que há de trabalhar o órgão ad quem para julgar. 
Efeito devolutivo- profundidade 
Possibilita ao Tribunal o reexame de todos os fundamentos que a parte utilizou para embasar o seu pedido, inclusive daqueles que não apreciar a sentença. 
Efeito devolutivo- profundidade 
Exemplificando a amplitude do direito devolutivo em profundidade, quando um juiz singular ao decidir uma sentença aplica a prescrição ao direito do autor, surgindo dessa decisão uma sentença definitiva. O Tribunal, ao receber o recurso, ao entender que não fluiu a prescrição, pode julgar todas as demais questões não decididas pelo juiz de 1º grau.
Efeito substitutivo 
O efeito mais óbvio dos recursos. Significa que, toda vez que um recurso é admitido para ser julgado, a decisão que examina o mérito recursal substitui a decisão anterior. 
Por exemplo, na apelação, o tribunal reexamina a sentença e profere uma nova decisão, que substitui a sentença impugnada. 
Dessa forma, mesmo que o teor da sentença seja mantido, é o novo julgamento daquela demanda recursal que vale, substituindo a referida sentença.
É assim que dispõe o artigo 1.008 do CPC: "O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso".
Efeito translativo 
Efeito translativo
É o efeito que permite ao juízo ad quem conhecer das matérias de ordem pública, ou seja, aquelas que podem ser conhecidas de ofício a qualquer tempo e grau de jurisdição 
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
Efeito EXPANSIVO/EXTENSIVO 
O efeito expansivo ou extensivo, está presente nas hipóteses de litisconsorte necessário, de acordo com o artigo 509, do CPC:
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.

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