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Autor: PhD. Leonardo Avila Clínico da dor e Doutor em Neurociências Contato: @tudosobredor Matricule-se no curso Tudo Sobre Dor: Tudo Sobre Dor (clica aqui) Assine o ResenhaDor: ResenhaDor - RD (clica aqui) Tipos de dor, dor crônica e subcaTegorias: esTado da arTe Objetivo da revisão Uma parcela significativa dos profissionais da saúde possui pouca pretensão em aceitar e entender a contemporânea ciência da dor, principalmente em decorrência da sua linguagem, de árdua compreensão, que transcende o raciocínio cartesiano (por exemplo, patoanatômico e cinesiopatológico) proposto nas formações acadêmicas dos profissionais da saúde. Apesar disso, não se pode negar que o entendimento sobre o assunto é imprescindível, à todos os profissionais das mais variadas áreas da saúde. Para mais, aponta-se que as terminologias usadas em pesquisas de dor podem apresentar fortes implicações em relação à condução da ciência, bem como o modo como os cientistas, pesquisadores, clínicos e sociedade (não especializada) interpretam essas descobertas (Apkarian, 2019). Mediante o exposto, o presente capítulo objetiva apresentar os principais termos contemporâneos sobre dor para um subsequente melhoramento no que tange o entendimento, avaliação e tratamento da dor. Definição de dor A Associação Internacional para o Estudo da Dor (do Inglês, International Association for the Study of Pain - IASP), em sua revisão de definição e notas de dor, descreve a dor como: “Uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial”, tais notas que seguem a definição revisada de dor foram https://www.tudosobredor.com/ https://tudosobredor.com/resenhador amplamente reformuladas e no momento presente, encontram-se em concordância com as evidências científicas atuais, nas quais fica notório o caráter multidimensional e multidisciplinar da dor (Figura 1) (Raja et al., 2020). Notas revisadas de dor (IASP, 2020) A dor sempre é uma experiência pessoal que é influenciada, em graus variáveis, por fatores biológicos, psicológicos e sociais. Dor e nocicepção são fenômenos diferentes. A dor não pode ser determinada exclusivamente pela atividade dos neurônicos sensoriais. Através das suas experiências de vida, as pessoas aprendem o conceito de dor. O relato de uma pessoa sobre uma experiência de dor deve ser respeitado. Embora a dor geralmente cumpra um papel adaptativo, ela pode ter efeitos adversos na função e no bem-estar social e psicológico. A descrição verbal é apenas um dos vários comportamentos para expressar a dor. A incapacidade de comunicação não invalida a possibilidade de um ser humano ou um animal sentir dor. Figura 1: Seis notas que seguem a definição revisada de dor (Raja et al., 2020). Mecanismos neurofisiológicos da dor: tipos de dor Mecanismo de dor é um termo que concebe fatores que podem contribuir para o desenvolvimento, manutenção e intensificação da dor (Chimenti et al., 2018). A seguir, encontram-se exclusivamente os três mecanismos neurofisiológicos da dor, reconhecidos pela IASP, associados ao desenvolvimento da dor, quais sejam: (i) dor neuropática; (ii) dor nociceptiva; e (iii) dor nociplástica (Figura 2) (Kosek et al., 2016). Dor nociplástica Até o ano de 2016, apenas a dor neuropática e nociceptiva eram mecanismos neurofisiológicos da dor reconhecidos. Contudo, a partir do referido ano, a IASP reconheceu a existência de um terceiro mecanismo neurofisiológico da dor, sendo a ela, a dor predominantemente nociplástica. A dor nociplástica consiste em uma disfunção insuficientemente tecidual e mais processual do sistema nervoso e foi definida como uma dor que surge da nocicepção alterada, apesar de não haver evidência clara de dano tecidual real ou potencial, causando a ativação de nociceptores periféricos ou evidência de doença ou lesão do sistema somatossensorial que causa a dor (os pacientes podem ter uma combinação de dor nociceptiva e nociplástica) (Kosek et al., 2016). É importante destacar que há duas subcategorias de dor nociplástica. A primeira é a dor nociplástica verdadeira, uma subcategoria de dor nociplástica em que a dor surge da nocicepção alterada, apesar de não haver evidência clara de dano tecidual real ou potencial. A segunda subcategoria de dor nociplástica é a dor nociplástica aumentada ou sobreposta, subcategoria de dor nociplástica que se refere as apresentações nociceptivas ou neuropáticas, nas quais a dor e os comportamentos relacionados à dor são claramente desproporcionais às contribuições dos estímulos periféricos (Kosek et al., 2021). Tipos de dor Definição (IASP) Neuropática Dor causada por uma lesão ou doença do sistema nervoso somatossensorial (periférico ou central). Nociceptiva Dor que surge de dano real ou potencial ao tecido não-neural e é devido à ativação de nociceptores. Há três subcategorias não reconhecidas comumente citadas na literatura (deformidade/manutenção tissular – mecânica -, química não inflamatória – isquêmica – e, química inflamatória). Nociplástica Dor que surge da nocicepção alterada, apesar de não haver evidência clara de dano tecidual real ou potencial, causando a ativação de nociceptores periféricos ou evidência de doença ou lesão do sistema somatossensorial que causa a dor (verdadeira ou aumentada/sobreposta) Figura 2: Três tipos de dor reconhecidos pela IASP e suas definições (Kosek et al., 2016). Dor neuropática Para mais, a dor neuropática bem como a dor nociceptiva também apresenta subcategorias. A dor neuropática central é uma subcategoria cuja causa decorre de uma lesão ou doença do sistema nervoso somatossensorial central1. Por outro lado, a dor neuropática periférica é uma subcategoria na qual a causa advém de lesão ou doença do sistema nervoso somatossensorial periférico2 (Cohen et al., 2021; Kosek et al., 2016) A dor neuropática é uma descrição clínica (e não um diagnóstico) que requer uma lesão demonstrável ou uma doença que satisfaça os critérios de diagnóstico neurológico estabelecidos. O termo lesão é comumente usado quando investigações de diagnóstico (por exemplo, imaginologia, neurofisiologia, biópsias, testes de laboratório) revelam uma anormalidade ou quando houve trauma óbvio. Já o termo doença é comumente usado quando a causa subjacente da lesão é conhecida (por exemplo, acidente vascular cerebral, vasculite, diabetes mellitus, anormalidade genética). Por sua vez, somatossensorial refere-se a informações sobre o corpo em si, incluindo órgãos viscerais, em vez de informações sobre o mundo externo (por exemplo, visão, audição ou olfação). A presença de sintomas ou sinais (por exemplo, dor evocada pelo toque) por si só não justifica o uso do termo neuropático. Algumas entidades patológicas, como neuralgia do trigêmeo, são atualmente definidas por sua Para melhor entendimento, seguem exemplos de dores neuropática central e periférica. 1Central: Traumático (lesão da medula espinal), Vascular (acidente vascular cerebral), Neurodegenerativo (doença de Parkinson), Autoimune (esclerose múltipla) e inflamatório (mielite transversa). 2 Periférica: Infecções (HIV, herpes zoster agudo ou neuralgia pós-herpética), Compressão nervosa (síndrome do túnel do carpo), Metabólico (amiloidose, deficiências nutricionais), Isquêmico (doença vascular periférica induzida por quimioterapia), Tóxico (neuropatia periférica induzida por quimioterapia), Autoimune (síndrome de Guillain-Barré) e Genético (neuropatia hereditária). apresentação clínica e não por testes diagnósticos objetivos. Outros diagnósticos, como neuralgia pós-herpética, são normalmente baseados na história. É comum ao investigar a dor neuropática que o teste diagnóstico possa produzir dados inconclusivosou mesmo inconsistentes. Nesses casos, é necessário julgamento clínico para reduzir a totalidade dos achados em um paciente em um diagnóstico putativo ou em um grupo conciso de diagnósticos (Disponível em: https://www.iasp-pain.org/resources/terminology/). Dor nociceptiva Do mesmo modo que a dor nociplástica e neuropática, a dor nociceptiva apresenta subcategorias (Shraim et al., 2020). Em primeiro lugar, a dor nociceptiva é aquela que surge de dano real ou potencial ao tecido não-neural e é devido à ativação de nociceptores (Kosek et al., 2016). A dor nociceptiva pode afetar o sistema somático3 bem como o sistema visceral4 (Cohen et al., 2021). São três subcategorias de dor nociceptiva comumente citadas na literatura científica atual, mas ainda não reconhecidas pela IASP, que podem afetar o sistema somático. A primeira é a dor nociceptiva por deformidade/manutenção tissular (“mecânica”), na qual o simples ato de manter um posicionamento, pressionar, estirar ou dobrar a membrana do nociceptor pode ativar canais iônicos mecanossensíveis, que levam à despolarização do nociceptor e ao disparo de potenciais de ação, sendo eventualmente capaz de ser percebido como dor (Hodges and Smeets, 2015; Merkle et al., 2020; Shraim et al., 2020). De outro modo, a segunda subcategoria de dor nociceptiva é a química não inflamatória (“isquêmica”), onde ocasiões em que os níveis de oxigênio dos tecidos são inferiores à demanda de oxigênio, resultando na utilização de metabolismo anaeróbio pelas células para gerar adenosina trifosfato (ATP). Uma consequência do metabolismo anaeróbio é a liberação de ácido láctico, o qual, em acúmulo pode levar ao excesso de hidrogênio (H+) no líquido extracelular. 3 Exemplos de dor nociceptiva que afeta o sistema somático: Ossos (fratura óssea, metástases), Músculos (distonia, espasmo muscular), Articulações (osteoartrite) e Pele (dor pós-operatória, queimaduras). 4 Exemplos de dor nociceptiva que afeta o sistema visceral: Lesão de mucosa (úlcera péptica), Obstrução ou distensão capsular (cálculos biliares, cálculos renais), Isquemia (angina, isquemia mesentérica) e Lesão do tecido (câncer, cirrose). https://www.iasp-pain.org/resources/terminology/ Esses íons ativam canais tônicos dependentes de H+ dos nociceptores. Esse mecanismo pode estar associado a dor relacionada ao exercício ou, por exemplo, a co-contração de pacientes com dor, principalmente crônica, com padrões mal adaptativos no sistema de movimento (Merkle et al., 2020). Por fim, a terceira subcategoria de dor nociceptiva é a química inflamatória, na qual a dor pode surgir de dano real ao tecido não-neural e é devido à ativação de nociceptores mediante a liberação de mediadores inflamatórios (Merkle et al., 2020; Shraim et al., 2020). Convém evidenciar que a dor mista é um termo habitual na literatura científica da dor, mas não é oficial. Apesar disso, devido ao elevado número de citações, admite-se destacá-la. Assim, a dor mista é entendida como uma sobreposição complexa dos diferentes mecanismos neurofisiológicos conhecidos de dor (neuropática, nociceptiva e nociplástica) em qualquer combinação, agindo simultaneamente para causar dor na mesma área do corpo. Qualquer um dos mecanismos pode ser mais predominante clinicamente em qualquer ponto do tempo, a dor mista pode ser aguda ou crônica (exceto as dores nociplástica que são obrigatoriamente crônicas segundo o primeiro e único fluxograma para identificar a dor nociplástica que acomete o sistema somático) (Freynhagen et al., 2019; Kosek et al., 2021). Dor aguda, crônica e subcategorias temporais No que se refere ao tempo, a dor pode ser fragmentada em aguda ou crônica, na qual a dor aguda é aquela que dura ou se repete por menos de três meses. Contrariamente, a dor crônica é aquela que dura ou se repete por mais de três meses (Treede et al., 2019). Todavia, cabe apontar que o fato de uma pessoa ser portadora da doença dor crônica não significa que ela sinta dor diariamente. Desta forma, há três subcategorias temporais de dor crônica, quais sejam, (i) contínua (dor presente diariamente); (ii) recorrente (intervalos sem dor com flare-up5); e (iii) contínua 5 Flare-up: É um escape de dor de causa e duração variáveis. Isso é, pacientes com dor crônica recorrente ou contínua (duas subcategorias temporais de dor crônica) podem apresentar escapes de dor (variação, para mais, na intensidade da dor ao longo do tempo por fatores detectáveis ou não detectáveis, bem como fatores modificáveis e não modificáveis). associada a flare-up (dor presente diariamente com flare-up) (Figura 3) (Treede et al., 2019). Cabe salientar que as subcategorias temporais de dor crônica são oriundas da revisada Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde número 11 (CID-11), a qual, pela primeira vez na história, é integrada pela dor crônica, resultando, por consequência, no entendimento e aceitação desta como doença. Frisa-se, o entendimento da dor crônica como um sintoma não tem sido bem admitido, sendo melhor entendida como a doença propriamente dita (Treede et al., 2019). Característica temporal da dor crônica Definição Dor crônica contínua Dor presente diariamente Dor crônica recorrente + flare-up Intervalos sem dor com flare-up Dor crônica contínua + flare-up Dor presente diariamente com flare-up Figura 3: Três características temporais da dor crônica (Treede et al., 2019). Dor crônica primária e secundária A dor não é um marcador preciso do estado do tecido onde dói. Consequentemente, o fato de uma pessoa ser portadora de dor crônica não necessariamente se traduz na presença de um evento ou condição prévia detectável que melhor explique a sua condição (Melzack, 1999; Moseley, 2007). Mediante o exposto, a dor crônica é categorizada em dores crônicas de causa e/ou evento prévio detectável daquelas que não apresentam agente causal ou evento prévio detectável. Assim, respectivamente reconhecemos a dores crônicas primárias e secundárias (Nicholas et al., 2019; Perrot et al., 2019). A dor crônica primária é uma subcategoria de dor crônica associada a origem, definida como dor em uma ou mais regiões anatômicas que persiste ou se repete por mais de 3 (três) meses, está associada a sofrimento emocional significativo ou incapacidade funcional e que não pode ser mais bem explicada por outra condição de dor crônica (existem cinco6 subcategorias de dor crônica primária) e o mecanismo neurofisiológico predominante é o nociplástico (Nicholas et al., 2019). Em contrapartida, a dor crônica secundária é uma subcategoria de dor crônica associada a origem, na qual há associação a outras doenças como causa subjacente, para as quais a dor pode inicialmente ser considerada um sintoma. Em síntese, há um evento/condição desencadeador, e mesmo após a cura da condição prévia, a dor persiste (existem 67 subcategorias de dor crônica secundária) e o mecanismo neurofisiológico predominante é nociceptivo ou neuropático (Perrot et al., 2019). Conclusão É preciso conhecer que, se tratando dos termos contemporâneos relativos aos tipos de dor (mecanismos neurofisiológicos da dor), dor crônica e suas subcategorias, ainda que insuficientemente utilizados, existe um vocabulário reconhecido que pode proporcionar um melhor entendimento, avaliação e tratamento adequados da dor. Isso significa, favorecer a prática clínica dos profissionais das mais variadas áreas da saúde, haja vista que o entendimento, avaliação e tratamento dor, sobretudo a dor crônica, não se reduz a uma profissão da saúde. 6 Cinco subcategorias de dor crônica primária: dor generalizada (ex.: fibromialgia); síndrome dolorosa regional complexa (ex.: tipo I e II); dor de cabeça ou orofacial (ex.: migrânea); dor visceral (ex.: síndromedo intestino irritável); e dor musculoesquelética (ex.: dor lombar). 7 Seis subcategorias de dor crônica secundária: dor pós-câncer (ex.: metástase óssea, radioterapia); dor pós-trauma ou cirurgia (ex.: whiplash, síndrome da falha cirúrgica de coluna); dor visceral (ex.: doença de Crohn, endometriose, gastrite); dor musculoesquelética (ex.: dor lombar); dor de cabeça ou orofacial (ex.: dor de cabeça cervicogênica); e dor neuropática (ex.: neuralgia pós-herpética, dor associada à esclerose múltipla). Essa foi a revisão dos “tipos de dor, dor crônica e subcategorias reconhecidas na atualidade: o estado da arte” aos olhos do PhD. Leonardo Avila. Para continuar recebendo dois artigos científicos acompanhados de duas videoaulas mensalmente, assine o ResenhaDor no link: ResenhaDor - RD (clica aqui) Ficou com dúvidas sobre os termos relacionados à dor, utilizados neste documento? Confira o Dicionário da Dor no link: Dicionário da dor (clica aqui) É profissional da saúde e quer aprofundar seus estudos sobre dor? 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