Semiologia da Dor

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Semiologia da Dor
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Status A1
Conceitos
Dor é uma desagradável experiencia sensorial e emocional associada a uma lesão 
tecidual ja existente ou em potencial, ou, ainda, relatada como se uma lesão 
existisse.
A dor é uma manifestação subjetiva, variando sua apreciação de um indivíduo para 
o outro e até em um mesmo indivíduo, quando submetido a estímulos identicos em 
circunstancias distintas.
Classificação Fisiopatológica
Dor Nociceptiva
Conceito 
Dor gerada por uma lesão tecidual que leva a ativação dos nociceptores e 
transmissão de impulsos gerados nas vias nociceptivas ao SNC.
Características
Começa simultaneamente ao início do fator causal que lesionou o tecido e a 
eliminação desse fator, normalmente culmina com o alívio da dor. 
Quanto menos inervada a estrutura lesionada, mais localizada é a dor.
Exemplos
Dor secundária a agressões externas (picada de inseto, fratura de osso, cortes 
na pele)
Dor visceral (cólica renal, apendicite)
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Dor Neuropática
Conceito e Causas
Dor gerada por uma lesão neuronal (SNC ou SNP).
Suas principais etiologias incluem: traumas, inflamação, isquemia, neoplasias, 
degeneração neural, desmielinização e iatrogenia (resultante de tratamentos 
médicos)
Características
Essa lesão costuma gerar uma perda de aferencia do neuronio, assim ele se 
torna hipersensível, o que causa uma dor constantemente descrita como em 
queimação ou formigamento.
Pode ser representada tbm por ser em choque ou espinhos.
A maioria dos pacientes apresentam tbm um déficit sensorial e pode haver 
alodinia (sensação dolorosa provocada por estímulo tátil).
Exemplos
Polineuropatia
Neuralgia pós herpética
Síndrome do membro fantamas
lesão do plexo braquial
Dor Mista
Conceito e Causas
É uma dor neuropática associada a dor nociceptiva.
Suas principais causas incluem traumas, pós-operatório, herpes ativo e etc
Exemplo
O principal exemplo é a dor que é gerada por um aumento do estímulo das 
fibras nociceptivas e por sua destruição.
Um exemplo de dor mista é a radiculopatia ou a dor devida ao câncer 
("oncológica"), casos em que não há somente compressão de nervos e raízes 
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(gerando dor neuropática), mas também de ossos, facetas, articulações e 
ligamentos (estruturas musculoesqueléticas), gerando dor nociceptiva
Dor psicogênica 
Conceito
É gerada por mecanismos puramente psíquicos, tendo repercussões organicas.
Características e exemplos
É difusa, generalizada e imprecisa, não seguindo padrões anatomicos.
Normalmente, sinais e sintomas de ansiedade e depressão são identificados junto 
a ela.
Nota: A dor psicogênica não é inventada, o paciente sente dor de vdd. Estímulos 
fisiológicos se tornam estímulos dolorosos para esses indivíduos. Uma situação 
exemplo é a gastrite de nervoso, em que o problema é que o acido estomacal 
normal é percebido pelo individuo como um estimulo doloroso e ele tem uma 
exacerbação da sua aferencia.
Classificação da dor quanto a origem
Dor Somática Superficial
Conceito
É a dor nociceptiva decorrente da estimulação de nociceptores da pele
Características
Bem localizada
Intensidade varia de acordo com o estímulo
Descrita como: em pontada, picada, rasgando ou queimação
Etiologias
Traumas
Queimaduras
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Processos inflamatórios
Dor Somática profunda
Conceito
É a dor nociceptiva decorrente da estimulação dos nociceptores dos músculos, 
fásciais. tendões, ligamentos e articulações.
Características
Mais difusa que superficial
Localização imprecisa
Descrita como: Dolorimento, dor surda, dor profunda, cãibra
Etiologias
Estiramento Muscular
Contusão
Ruptura de ligamento
Síndrome miofascial (uma dor muscular que se manifesta quando um ponto 
específico do corpo é pressionado, sendo esse ponto conhecido como ponto 
de gatilho, que corresponde a um pequeno nódulo nos músculos que, quando 
palpado pode-se sentir um ressalto e resulta na dor local).
Artrite (inflamação da articulação)
Artrose (desgaste da cartilagem)
Dor Visceral
Conceito
É a dor nociceptiva decorrente da estimulação dos nociceptores viscerais.
Características
Dor profunda
Difusa
Difícil localização
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Segue muitas vezes os trajetos dos dermátomos
Descrita como: Dolorimento, dor surda, vaga, contínua.
Tende a piorar com a utilização funcional do órgão acometido.
Nota: A dor visceral é mais mal localizada ainda que a anterior, sendo uma dor que 
é sentida de forma espalhada. Ela tende a aumentar quando a visceral afetada é 
estimulada, como a dor no coração ao fazer exercícios por ex.
Exemplos
A qualidade da dor é específica para o tipo de órgão acometido, por ex:
Dor das viscerais maciças e dos processos não obstrutivos das viscerais ocas: 
dor surda
Dor obstrutiva das viscerais ocas: dor em cólica
Dor por isquemia do miocárdio: dor constritiva, em aperto.
Dor por aumento de secreção do HCL no estomago: dor em queimação, ardor.
Dor Referida
Conceito
Sensação dolorosa superficial localizada decorrente de um estímulo distante em 
uma estrutura profunda.
Exemplos
Dor na face medial do braço (dermátomo T1) em pacientes com IAM (na dor do 
infarto, a sensibilidade do coração é trazida junto com a dos dermatos t1, por 
isso se percebe uma dor no braço junto com o precordio. O cérebro confunde 
devido ao fato de vir informações de pele associados as informações da 
viscera).
Dor na região epigástrica ou periumbilical na apendicite
Dor no ombro em indivíduos com doença diafragmática 
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Dor Irradiada
Conceito
Assim como a dor referida, também é uma dor sentida a distancia de sua origem, 
porém segue uma estrutura inervada pela mesma raiz nervosa de origem da dor.
Nota: A dor irradiada é uma dor neuropática, em que a lesão do nervo e a dor são 
sentidas na região inervada por ele, como a lesão do nervo ciático gera dor na 
perna. Essa dor aqui realmente é irradiada, encaminhada até a perna, é diferente 
da dor referida em que há uma confusão de interpretação, pois a dor não ta indo 
pra lugar nenhum ela só esta sendo percebida por determinada região.
Exemplos
Ciatalgia (dor provocada pela compressão de uma riaz nervosa por uma hérnia de 
disco lombar).
Classificação da dor quanto ao tempo
Dor Aguda
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Características
Tem o papel de alerta, comunicando ao cérebro que algo está errado.
Acompanhada de manifestações neurovegetativas, devido a estimulação do 
SNA pelos impulsos dolorosos. EX: Taquicardia, sudorese, agitação, 
ansiedade, palidez, nausea, vomito, aumeto da FC.
Desaparece com a resolução do fator causal e resolução da patologia.
Duração curta (minutos a poucas semanas)
Normalmente é precisa e bem localizada
Causas
Traumas
Infecções ou inflamações agudas
Dor Crônica
Conceito e Causas
É uma dor persistente por um período superior ao necessário para a cura de uma 
doença (sequela), ou que está associada a afecções cronicas (cancer, artrite 
reumatóide), ou, ainda, que decorre de lesões do SN
Características
Persiste por 3-6 meses a vários anos, não possuindo nenhuma função de 
alerta e determinando sofrimento e estresse ao paciente
Normalmente é mal definida no tempo e espaço e sem resposta 
neurovegetativa associada
7 Dimensões da dor
1) Localização
Importancia
Sempre que possível pedir ao paciente para apontar onde dói.
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Importante para definir a etiologia da dor.
A dor somática superficial é a mais bem localizada.
2) Irradiação
Exemplos
Apendice: dor referida na região epigástrica
Vesícula/fígado: dor referida na escápula e no ombro
Ureterite: dor referida na virilha e na genitália externa
Coração: dor referida na face medial do braço
3) Qualidade
Conceito
É a descrição da dor pelo paciente, a sensação que a dor traz pra ele.
Principais tipos e exemplos
1. Dor constante: O indivíduo dorme e acorda com dor, sendo normalmente 
característico de dor neuropática
2. Dor intermitente: Ocorre episodicamente
3. Dor lenta/pulsátil: Enxaqueca,abscesso, odontalgia.
4. Dor em choque: Neuralgia do trigemio, dor neuropática
5. Dor em cólica: cólica renal, biliar, intestinal, dismenorreia.
Nota: Ritmicidade é aquela dor que vem por um período, depois ela some. Por ex 
as crises de enxaqueca que vem com o período menstrual nas mulheres e a 
periodicidade é se a dor dói mias de manha, a noite e etc. 
4) Intensidade
Características
A determinação do grau de intensidade deve ser dada através do 
interferimento em atividades como sono, trabalho, relacionamento, atividades 
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sexuais, físicas e etc.
A intensidade é mto subjetivo, deve-se tentar trazer objetividade usando 
escalas.
Importante tbm para averiguar se o paciente esta mentindo sobre a dor por ex.
Nota: O dia do paciente tbm influencia na dor, a percepção do próprio individuo 
pode ser diferente de acordo com o grau de sofrimento que ele esta naquele dia.
5) Início e evolução
Características
Sempre buscar a máxima precisão possível da data de início da dor
Dor contínua: Descrever a duração do início até o momento da anamnese
Dor intermitente: Descrever quantas vezes ao dia ocorre e a duração média
Descrever a periodicidade e o ritmo da dor
Descrever se a dor é súbita ou insidiosa
6) Fatores Desencadeantes, Agravantes e Atenuantes
Exemplos
1. Gastrite, ulcera péptica, esofagite: Alimento ácidos, alcool, AINEs são 
agravantes
2. Doença biliar: Comidas gordurosas são agravantes
3. Doença Coronariana: Exercício físico é agravante
7) Sintomas associados
Exemplos
1. Na dor aguda nociceptiva, há as manifestações neurovegetativas ja ditas. 
Esses sintomas não possuem nenhum valor para o diagnóstico etiológico da 
dor.
2. Sintomas associados não neurovegetativos: febre, tosse, entre outros (ajudam 
no diagnóstico etiológico da dor).
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