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CIRURGIA TORÁCICA - REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO - PULMÃO CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO Classificação da cirurgia cardíaca Revascularização do Miocárdio (Pontes de Safena e Mamária); Correção de Doenças Valvares como plastia ou troca de válvulas; Correção de Doenças da Artéria Aorta; Correção de Cardiopatias Congênitas; Transplante Cardíaco. Primeiros Relatos A fisiopatologia e os sintomas da doença coronariana já eram precariamente conhecidos e descritos desde o século XVIII, com relatos da angina pectoris atribuída à insuficiência coronariana, por Heberden e Hunter em 1764. Alex Carrel em 1910, realizou experimentalmente uma anastomose indireta em cães, vislumbrando um possível tratamento para angina do peito. Foi somente a partir 1962 que a cirurgia de revascularização do miocárdio teve seu desenvolvimento efetivamente iniciado. Cirurgia de Revascularização do Miocárdio no Brasil Adib D. Jatene inicia no Brasil em 1968 a Revascularização Cirúrgica do Miocárdio utilizando enxertos de veia safena; reproduzido por vários grupos no Brasil nos anos seguintes. Novos Enxertos Artéria Epigástrica Inferior, em 1987. Artéria Subescapular, em 1993. Artéria Ulnar, em 1992. Artéria Esplênica, em 1973. Artéria Mesentérica Inferior, em 1997. Gastroepiplóica Direita, em 1966. Gastroepiplóica Esquerda, em 1987. Circunflexa Lateral da coxa, em 1996. Intercostal, em 1966. Doença Arterial Coronária DAC é a causa mais comum de doença cardiovascular atualmente no mundo; Dado por um acúmulo anormal de substâncias lipídicas e tecido fibroso no revestimento das paredes vasculares arteriais; A DAC pode levar ao IAM que é causado pela redução do fluxo sanguíneo em uma ou mais artéria coronarianas devido a ruptura de uma placa aterosclerótica por um trombo; Associado a uma dieta rica em gorduras, ausência de atividade física, uso do tabaco, hiperlipidemia, HAS, DM e fatores genéticos elevam o risco para IAM. Doença Arterial Coronária As artérias coronárias São vasos epicárdicos de médio calibre que se originam dos seios aórticos e se ramificam sobre soda superfície cardíaca, garantindo aporte sanguíneo durante a diástole ventricular. A aorta da Origem: - Artéria Coronária Esquerda se divide em: •DA(Artéria Descendente Anterior): da origem aos ramos diagonais, irriga parede do VE, e septais que irriga dois terços superior do septo. •CX (Artéria Circunflexa): da origem aos ramos marginais esquerdos, irriga parede lateral e posterior do VE - Artéria Coronária Direita(ACD): da origem a diversos ramos, entre eles a artéria do nó sinusal e irrigando VD. Artéria Coronária Direita Artéria Coronária Esquerda A cirurgia de revascularização do miocárdio cria um novo percurso para o fluxo sangüíneo. A cirurgia visa introduzir uma fonte nova de sangue na artéria logo adiante do bloqueio. O fluxo sanguíneo vai percorrer um caminho alternativo até atingir o tecido muscular cardíaco. Uma vez que o volume e a pressão do sangue são restaurados pelo procedimento cirúrgico, aliviam-se os sintomas decorrentes da má nutrição e hipóxia do músculo cardíaco. CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO Lesão crítica (>70%) proximal – art. descendente anterior com sinais de isquemia miocárdica (TE-Eco “stress”- cintilografia miocárdica) Lesão duas artérias (incluindo a DA) com sinais de isquemia Lesão tri-arterial Lesão de tronco da artéria coronária esquerda Leito distal satisfatório CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO - Indicação RISCO CIRÚRGICO Sociedade Americana de Anestesia (ASA) Classe I -Paciente hígido. Classe II -Doença sistêmica associada de leve intensidade. Não há comprometimento de sua vida normal. Classe III -Doença sistêmica grave que limita atividade, mas não incapacitante. Classe IV -Doença sistêmica incapacitante que representa ameaça constante à vida. Classe V -Moribundo, que não tem expectativa de vida de 24h com ou sem uma operação. Classe VI -Paciente com morte cerebral, os orgãos estão sendo removidos para doação. Adicionar entre () a letra E em caso de cirurgia de emergência. Objetivos da RCM Aliviar sintomas Proteger o miocárdio isquêmico Melhorar a função ventricular Prevenir o infarto do miocárdio Recuperar o paciente físico, psíquica e socialmente Prolongar a vida e a sua qualidade. Indicação Cirúrgica: Aspectos clínicos ANGINA GRAVE ANGINA ESTÁVEL CRÔNICA ANGINA INSTÁVEL ASSINTOMÁTICOS-isquemia silenciosa ANGINA PÓS-INFARTO INSUFICIÊNCIA CARDÍACA-isquemia PÓS-IMPLANTE DE “STENT”- DIABÉTICOS Seleção dos vasos: Veia Safena Vaso usual p/ o bypass da artéria CD e seus ramos e do sistema da artéria Cx. 50% oclusão após 10 anos. 1a escolha p/ DA Livre de ateromas Patência > que 90% > sobrevida em 10 anos Não altera morbimortalidade cirúrgica Imune ao desenvolvimento da hiperplasia intimal Seleção dos vasos: Artéria Mamária Interna Relato de 1973 Altas taxas de oclusão e espasmo 85% patência – 5 anos Menor manipulação Seleção dos vasos: Artéria Radial Técnica de Anastomose Revascularização miocárdica com circulação extra corpórea Revascularização miocárdica sem circulação extra corpórea CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO - Tipos A Circulação Extracorpórea (CEC), em um sentido mais amplo, compreende o conjunto de máquinas, aparelhos, circuitos e técnicas mediante as quais se substituem temporariamente as funções do coração e dos pulmões Essa bomba que circula e oxigena mecanicamente o sangue para o corpo, mantendo a perfusão para os órgãos e tecidos permitindo assim que a cirurgia seja terminada Circulação extracorpórea CEC Circulação extracorpórea CEC Uma cânula é colocada no átrio direito, veia cava, femoral p/ retirar o sangue do organismo( com uma solução de cristalóides isotônicos); A solução proporciona menor destruição das células sanguíneas e melhor perfusão dos tecidos. Sendo assim filtrado, oxigenado, resfriado pelo aparelho e devolvido ao corpo. Desencadeia uma reação inflamatória isquêmica que pode contribuir para uma injuria isquêmica por causa do contato do sangue com o circuito; Que pode se manifestar com duas ou mais alterações sistêmicas: aumento ou diminuição da temperatura corporal; aumento da FC > 90 bpm; aumento da FR > 22 rpm; aumento do glóbulos brancos < 12000/cumm; Causa disfunção plaquetária; Aumenta a viscosidade sanguínea; A hemodiluição necessária pode interferir com os fatores da coagulação; e causa efeitos metabólicos adversos. Circulação extracorpórea CEC Oxigenadores Bombas Propulsoras PROTEÇÃO MIOCÁRDICA Busca de condições operatórias ideais Parada Cardíaca Transitória HIPOTERMIA Reações celulares x temperatura => diminuição da velocidade enzimática. Hipotermia x consumo de oxigênio VANTAGENS Protege os órgãos da isquemia Permite redução no fluxo sanguíneo sistêmico Permite redução do hematócrito Diminui a necessidade de transfusões Diminui o trauma aos elementos figurados do sangue. COMPLICACOES PÓS CIRURGIA CARDIACA Hemorragia/ Hipovolemia; Baixo debito; Hipotensão /Hipertensão; Tamponamento; Distúrbios hidroeletrolícos; Arritmias; Insuficiência renal; Insuficiência respiratória. ROTINA NO PÓS-OPERATÓRIO Posição do TOT Cateteres venosos Equipos de soro e suas conexões Drenos mediastinais e torácicos Monitorização cardiológica Fornecimento de O2 Reserva do elevador (s/n) Comunicar à UTI Transporte CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO POI Os cuidados de enfermagem na assistência ao paciente em POI são direcionados no sentido de restaurar o equilíbrio homeostático, prevenindo complicações. O enfermeiro da unidade pós-operatória procede à avaliação inicial do paciente quando este é admitido na unidade. Esta avaliação incluirá as condições dos sistemas neurológico, respiratório, cardiovascular e renal; bem como o suporte nutricional e de eliminações; Verificação e manutenção dos acessos venosos, drenos, ferida cirúrgica; o posicionamento adequado, a identificação da dor, a segurança e conforto do paciente. UNIDADE PÓS-OPERATÓRIA Unidade de alta complexidade Monitorar a recuperação e possíveis complicações decorrentes do ato cirúrgico; Observação contínua e intervenções imediatas e precisas da equipe multiprofissional; Atendimento de enfermagem especializado; ADMISSÃO NA UTI Equipe multidisciplinar; Leito previamente preparado; Ventilador Mecânico devidamente testado; Monitor multiparamétrico pronto para uso; Bombas de infusão ligadas à rede; Medicações e soluções para infusão intravenosa disponíveis; Equipe Multidisciplinar: Tipo de cirurgia: Com ou sem CEC, hemoderivados transfundidos; Indicação cirúrgica e alergias medicamentosas; Tempo de cirurgia e tempo de CEC; Volume de diurese; Volume de hemoderivados; Intercorrências transoperatórias; DVA; Dificuldade de intubação; ADMISSÃO NA UTI CUIDADOS DE ENFERMAGEM CUIDADOS DE ENFERMAGEM CUIDADOS DE ENFERMAGEM COMPLICAÇÕES NEUROLÓGICAS No POI de RCM os efeitos da sedação administrada ainda nos períodos pré e intraoperatório, podem dificultar a identificação precoce de alterações neurológicas, resultando déficits para o paciente. O deslocamento de pequenos êmbolos no período intraoperatório podem ocasionar obstrução de pequenas artérias e capilares cerebrais, gerando sequelas neurológicas, principalmente o acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi). COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS O paciente no POI de RCM chega a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ainda intubado e ficará com esse dispositivo de assistência ventilatória até que apresente nível de consciência suficiente para manter sua ventilação espontânea. A enfermeira ao receber o paciente deverá avaliar a permeabilidade das vias aéreas, a frequência respiratória e ritmo, a expansibilidade torácica, ausculta pulmonar, Sat O2 e presença de cianose. Checar se os parâmetros do ventilador mecânico já estão ajustado. COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS Após o resultado da primeira gasometria arterial, colhida logo após a chegada do paciente a UTI, avalia-se a possibilidade de iniciar do desmame dos parâmetros do ventilador mecânico. A radiografia de tórax deve ser feita assim que o paciente estiver estabilizado no leito, ela é fundamental para identificar o posicionamento do tubo e as complicações que podem estar presentes, como por exemplo pneumotórax, atelectasia e derrames. COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS As complicações cardiovasculares podem está presentes em razão da perda sanguínea pelo sítio cirúrgico, do uso de agentes anestésicos, do desequilíbrio de eletrólitos e da depressão de mecanismos circulatórios compensatórios. A síndrome do baixo débito é uma complicação relevante no POI de RCM. Monitorizar o débito cardíaco adequado, bem com identificar precocemente alterações que levam a essa complicação incluem: avaliar ausculta, frequência e ritmo cardíaco, atentar para diminuição dos valores da pressão arterial sistólica (PAS< 60%), mensurar pressão venosa central (PVC). Observar débito urinário inferior a < 30ml/h, Acompanhar drenagem torácica e de mediastino, Observar coloração da pele e perfusão capilar, Garantir infusão adequada de drogas vasoativas, Monitorar balanço hídrico Monitorar eletrólitos COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS O enfermeiro deve está atento a perda sanguínea através dos drenos, incisão cirúrgica ou internamente. Considera-se sangramento excessivo aquele maior que 3ml/Kg/h nas primeiras três horas e maior que 1,5ml/Kg/h após a terceira hora. Não é recomendado a ordenha rotineira dos drenos, pois esta pode aumentar o sangramento devido a pressão negativa que causa, além de ocasionar trauma nos tecidos adjacentes. Podendo ser feita quando houver coágulo visível. COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Ainda considerando os cuidados com os drenos, deve ser mantida a haste do dreno imersa 2cm abaixo do líquido para garantir um selo d’água adequado. O frasco coletor deve estar abaixo do tórax do paciente. Durante a troca do selo d’água o dreno deve ser clampeado, a higiene das mão deverá ser feita antes a após a manipulação desse sistema, usando de técnicas para evitar a contaminação no mesmo COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS ELETROCARDIOGRAMA O ECG deverá ser realizado logo após a admissão, bem como ser comparado com o ECG prévio. Alterações como presença de isquemia miocárdica ou arritmias poderão ser identificadas nesse momento DOR No período do POI de RCM a dor aguda é um sentimento experimentado pelo paciente e geralmente essa dor tem forte intensidade. A dor é secundária aos efeitos tissulares provocados pela incisão cirúrgica, a presença de tubos endotraqueais, torácicos e de mediastino, bem como presença de sondas e cateteres, além da própria posição no leito por tempo prolongado. O tratamento e controle da dor minimiza o desconforto do paciente, facilita sua recuperação e evita complicações. Após avaliar corretamente o nível de dor apresentada pelo paciente, a equipe de enfermagem pode usar medidas não farmacológicas para aliviar a dor como por exemplo: posicionamento adequado no leito, eliminar o agente causador da dor se possível , promover sono e repouso adequado, entre outras. Caso não se resolva, o paciente deverá receber a analgesia adequada DOR PREVENÇÃO DE INFECÇÃO Alguns fatores de risco podem contribuir para infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos a RCM, dentre eles; Diabetes Mellitus (DM), obesidade, doença obstrutiva crônica (DPOC), idade , sexo feminino, reexploração esternal por sangramento aumentado, politransfusões sanguíneas, tempo de internação aumentando e higienização inadequada das mãos Existem também os fatores de risco relacionados ao próprio procedimento cirúrgico, que exige que o paciente fique com vários dispositivos invasivos, além da incisão cirúrgica que rompe a barreira epitelial, desencadeando reações sistêmicas que facilitam o desenvolvimento da infecção. PREVENÇÃO DE INFECÇÃO Manter curativo oclusivo estéril s.n. Durante a troca do curativo usar técnica estéril e lavar as mãos antes e depois da troca de curativos ou quando houver qualquer contato com a ferida operatória Monitorar sinais e sintomas sistêmicos e locais de infecção Manter os curativos limpos e secos PREVENÇÃO DE INFECÇÃO Manter técnica asséptica ao manipular o dispositivo de acesso venoso, trocar cateteres, dispositivos e soluções conforme os protocolos da instituição Auxiliar o paciente a tossir e respirar profundamente Manter o sistema de drenagem urinária fechado Realizar aspiração traqueal quando houver secreção ou a cada 6 horas e trocar a fixação do tubo traqueal sempre que houver sujidade. PREVENÇÃO DE INFECÇÃO EXAMES LABORATORIAIS E DE IMAGEM CIRURGIA DE PULMÃO CIRURGIA DE PULMÃO Segmentectomia Lobectomia Pneumectomia Segmentectomia Indicado em casos de comprometimento do parênquima pulmonar de pequena extensão, que gera uma perda funcional com prejuízo da função cardiorrespiratória e requer tratamento especializado Lobectomia É a retirada de um lobo pulmonar realizada quando a patologia limita-se a uma área do pulmão. É mais comum do que a retirada de um pulmão inteiro Pneumectomia É a retirada de um dos pulmões, remove metade da capacidade respiratória do individuo. Melhor opção quando um tumor, está localizado a meio do pulmão ou envolva uma percentagem significativa do brônquio, da artéria ou das veias pulmonares.
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