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Pós- operatório em pacientes nas UTIs

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E 
CULTURA 
– IEC 
Rua: Rua Apodi 392, Tirol - Natal – RN 
Telefone: (84) 3344-3686 e-mail: 
iecnatal@hotmail.com 
 
 
 
 
EQUIPE GESTORA 
Diretora Geral: Oscarina Saraiva Coelho 
Vice-Diretora: Maria José Fernandes Torres 
 
Coordenadora Pedagógica: Zora Yonara Cândido Duarte dos Santos 
 
 
 
Normalização Bibliográfica 
Zora Yonara Cândido Duarte dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Catalográficos 
 AACR2 – Anglo-American Cataloguing Rules 2. 
Zora Yonara Cândido Duarte dos Santos 
Bibliotecária/Documentalista 
CRB 15ª Região / 457 
 
 S719b Souza, Daniele Santana de. 
Base Tecnólogica: pós-operatório em pacientes na UTI´s / Daniele 
Santana de Souza. ___ Natal, RN: IEC, 2021. 
Instituto de Ensino e Cultura - IEC 
42 p. 
 
1. Unidade de Terapia Intensiva. 2. Enfermagem. 3. Qualificação. I. Souza, 
Daniele Santana de. II. Título. 
IEC/NATAL/RN CDU 616.081 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO 04 
2. CLASSIFICAÇÃO DAS MODALIDADES 05 
3. CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS QUANTO A INFECÇÃO OU 06 
CONTAMINAÇÃO 
4. ADMISSÃO DO PACIENTE 06 
4.1 MONTAGEM DO BOX 07 
5. ASPECTOS GERAIS DO PÓS-OPERATÓRIO 08 
6. AVALIAÇÃO IMEDIATA 08 
6.1 SISTEMA RESPIRATÓRIO 08 
6.2 SISTEMA CARDIOVASCULAR 09 
6.3 SISTEMA NEUROLÓGICO 14 
6.4 SISTEMA RENAL 14 
6.5 SUPORTE NUTRICIONAL E DE ELIMINAÇÃO 15 
6.6 ACESSO VENOSO 15 
6.7 FERIDA CIRÚRGICA 16 
6.8 TIPOS DE CICATRIZAÇÃO DE FERIDA OPERATÓRIA 16 
6.9 POSICIONAMENTO NO LEITO 17 
6.10 DOR 17 
6.11 SEGURANÇA E CONFORTO 17 
6.12 PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS 17 
7. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO 19 
8. CIRURGIA CARDIÁCA 21 
8.1 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO 22 
8.2 COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS 23 
9. CIRURGIA VASCULAR 30 
10. CIRURGIA UROLÓGICA 33 
11. CIRURGIAS GASTROINTESTINAIS, ABDOMINAL E 36 
ANORRETAL 
11.1 CIRURGIAS DO INTESTINO GROSSO 39 
11.1.1 Colectomia 39 
 
11.1.2 Colostomia 40 
11.1.3 Colecistectomia 40 
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS 41 
REFERÊNCIAS 41 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 1. INTRODUÇÃO 
 
Pós-Operatório é o período durante o qual se observa e se assiste a 
recuperação de pacientes em pós-anestésico e pós-cirúrgico. Os objetivos da equipe 
multidisciplinar nas UTI durante este período são: a manutenção do equilíbrio dos 
sistemas orgânicos, alívio da dor e do desconforto, prevenção de complicações pós-
operatórias, plano adequado de alta e orientações. O período cirúrgico é dividido em 
três fases: a primeira é a pré-operatória; a segunda, a intraoperatória e, a terceira, 
pós-operatória. Nesta última, a enfermagem desempenha o importante papel de 
proporcionar ao paciente o retorno às atividades rotineiras. 
O pós-operatório inicia-se com os períodos pós-anestésico e pós-operatório 
imediato, nos quais o paciente está se recuperando dos efeitos anestésicos. O 
pósoperatório tardio é o tempo de cicatrização e prevenção das complicações, este 
período pode durar semanas ou meses após cirurgia. 
A assistência de enfermagem durante o período pós-operatório imediato 
concentra-se em intervenções destinadas a prevenir ou tratar complicações. A 
prevenção destas, no pós-operatório promove rápida convalescência, poupa tempo, 
reduz gastos, preocupações, ameniza a dor e aumenta a sobrevida. 
A alta do paciente da UTI para outra unidade é um momento de grande 
ansiedade para ele. A fim de evitar este sentimento, o paciente deve ser preparado 
num estágio precoce à hospitalização. 
A evolução clinica satisfatória do paciente e a estabilização do estado 
hemodinâmico são sinais de que a fase critica do pós operatório terminou e que será 
transferido. Durante sua internação na UTI deve-se orientar o paciente, sempre que 
possível, sobre seu estado, a fim de prepará-lo para uma transferência ou para sua 
permanência na unidade, diminuindo assim sua ansiedade. Os familiares devem ser 
orientados sobre a rotina da unidade, estado geral do paciente, possíveis 
complicações, perspectiva de permanência na UTI e transferência para enfermaria. 
 Período cirúrgico divide-se em: 
I. Pré-Operatório: Período que antecede o ato cirúrgico. Começa quando se 
toma a decisão de prosseguir com a intervenção cirúrgica e termina com a 
transferência do paciente para a mesa da sala de cirurgia. 
 
II. Intra-operatório: Começa quando o paciente é transferido para a mesa da 
sala de cirurgia e termina com a admissão na Sala de Recuperação 
Pósanestésica (SRPA). 
 
III. Pós-operatório: Período posterior ao ato cirúrgico. Começa com a admissão 
do paciente na SRPA e termina com uma avaliação de acompanhamento no 
ambiente clínico. 
6 
 
 
 2. CLASSIFICAÇÃO DAS MODALIDADES CIRÚRGICAS 
 
• Emergência: Cirurgia realizada imediatamente, sem programação, quando a vida 
do cliente encontra-se em risco. 
• Urgência: Cirurgia que precisa ser realizada dentro das 24 horas. 
• Eletiva: Cirurgia planejada com antecedência durante o período de espera e são 
realizados todos os exames pré-operatório. Podendo ser realizada dias ou meses 
após o diagnóstico. 
 
 As cirurgias eletivas podem ser: 
• Paliativa: Realizada para melhorar as condições orgânicas do cliente ou sua 
qualidade de vida, sem efetuar a cura. 
• Reconstrução (plástica): Realizada com a finalidade estética ou corretiva. 
• Curativa: Realizada com a finalidade de retirar um órgão que não está fazendo 
bem ao organismo e proporcionar a cura. 
• Radical: Remoção parcial ou total de um órgão ou segmento. 
 
ANOTAÇÕES: 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
7 
 
 
3. CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS QUANTO À INFECÇÃO OU 
CONTAMINAÇÃO 
• Cirurgias limpas: São aquelas nas quais os tecidos estão isentos de infecção. Sem 
processo infeccioso e sem penetração.Cirurgias em que não ocorrem penetrações 
nos tratos digestivo, respiratório ou urinário. 
• Cirurgias potencialmente contaminadas: São aquelas realizadas mesmo na 
ausência de contaminação local, há tecidos com flora bacteriana residente. 
Realizada em tecidos de difícil descontaminação, na ausência de supuração local, 
com penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação 
significativa. 
• Cirurgias contaminadas: O local da cirurgia encontra-se contaminada, devido à 
significante flora bacteriana presente. Realizadas em tecidos recentemente 
traumatizados e abertos, de difícil descontaminação, com processo inflamatório, 
mas sem supuração. 
• Cirurgias infectadas: São aquelas em que já existe a infecção instalada, com 
presença de supurações, tecido necrótico, corpos estranhos e feridas de origem 
suja. 
 
4. ADMISSÃO DO PACIENTE 
O período pós-operatório imediato é um momento crítico para o paciente, 
sendo importante a observação cuidadosa paramanter as funções fisiológicas vitais 
dentro dos parâmetros da normalidade, até que os efeitos da anestesia 
desapareçam. É atribuição da equipe de enfermagem providenciar o leito e prepará-
lo para receber o paciente. A unidade deve estar provida de materiais e 
equipamentos em perfeitas condições de uso, a fim de atender qualquer situação de 
emergência. 
A equipe de enfermagem da UTI transfere o paciente para a cama, 
certificando-se da correta e confortável posição do corpo e observando os cuidados 
com tubo endotraqueal, cateteres, drenos e sondas. Após a transferência para o leito, 
todas as sondas e equipamentos são identificados e ajustados apropriadamente. 
Recomenda-se que todas as infusões sejam substituídas por prescrições médicas 
atualizadas. O enfermeiro da SRPA ou do Centro-Cirúrgico dá informações verbais, 
que incluem a história do paciente, seu estado, intercorrências no intra-operatório e 
na SRPA. 
O enfermeiro da UTI informará as condições gerais do paciente, normas e 
rotinas da unidades aos familiares, permitindo a entrada destes para a visita. Ficarão 
sob a responsabilidade do cirurgião, ou médico intensivista, informações e 
orientações sobre a cirurgia. 
 
8 
 
 
 
4.1 MONTAGEM DO BOX 
 
 Equipamentos e materiais: 
• Cama com grades laterais de segurança, se possível, antropométrica; 
• Monitor Multiparamétrico: contendo ECG e opicional para pressão arterial não 
invasiva e invasiva (PAM,PAP,PVC,PIC,DC), oximetria de pulso, capnografia, 
temperatura e respiração. Incluindo os acessórios: cabo paciente, sensor para 
oximetria de pulso, cabo para transdutor de pressão, suporte de transdutor, kit de 
monitorização completo ou para montagem (transdutor, domus, torneirinha, tubo 
extensor e bolsa de pressão); 
• Respirador; 
• Bomba de Infusão; 
• Esfigmomanômetro; 
• Estetoscópio; 
• Termômetro; 
• Suporte de soro; 
• Painel de gases checado (manômetro de oxigênio, ar comprimido e vácuo, e 
fluxometro de oxigenio e ar comprimido); 
• Aspirador a vácuo; 
• Aspirador de secreção (frasco coletor e redutor); 
• AMBÚ com máscara; 
• Nebulizador com traquéia e máscara; Umidificador. 
 
 Equipamentos disponíveis 
• Carrinho cardiorespiratório, contendo desfibrilador , materais e drogas; 
• ColchãoTérmico; 
• Eletrocardiógrafo; 
• Gerador de Marcapasso; 
• Balão Intra-aórtico; 
• Bomba de Aspiração à vácuo Intermitente. 
 
 Materiais disponíveis no box 
9 
 
 
• Eletrodos; 
• Cateter para aspiração de secreções; 
• Cateter de oxigênio nasal; 
• Luvas; 
• Máscaras; Gazes; 
• Régua de nível. 
 
 
5. ASPECTOS GERAIS DO PÓS-OPERATÓRIO 
A cirurgia altera a homeostasia do organismo, alterando o equilíbrio 
hidroeletrolítico, os sinais vitais e a temperatura do corpo. Independentemente do 
tempo cirúrgico, o risco de complicações pós-operatórias está presente em toda 
intervenção. Os cuidados de enfermagem na assistência ao paciente no 
pósoperatório são direcionados no sentido de restaurar o equilíbrio homeostático, 
prevenindo complicações. 
O enfermeiro e a equipe de enfermagem da UTI procede a avaliação inicial do 
paciente quando este é admitido na unidade. Esta avaliação incluirá as condições 
dos sistemas neurológico, respiratório, cardiovascular e renal; suporte nutricional e 
de eliminações; dos acessos venosos, drenos; ferida cirúrgica; posicionamento, dor, 
segurança e conforto do mesmo. 
 
6. A AVALIAÇÃO IMEDIATA CONSISTE NA OBSERVAÇÃO 
6.1 SISTEMA RESPIRATÓRIO 
O paciente no pós-operatório será cuidadosamente observado quanto à 
permeabilidade das vias aéreas e à ventilação pulmonar, em frequência, amplitude 
e ruídos. Também será observado a presença ou não de desconforto respiratório, 
referido pelo paciente ou verificado pela tiragem intercostal, batimentos de asa de 
nariz e uso da musculatura acessória. 
 As complicações respiratórias estão entre as mais comuns e podem ser causadas 
por vários fatores, tais como: 
• Doença respiratória prévia, 
• Efeitos depressivos dos anestésicos, 
• Broncoaspiração, 
• Imobilidade pós-operatória prolongada, 
• Tubo endotraqueal, 
10 
 
 
• Oxigênio e aumento da secreção na árvore brônquica. 
 
 Problemas respiratórios mais frequentes no pós-operatórios são: 
• Atelectasia: (colapso dos alvéolos em porções do pulmão); 
• Pneumonia: (infecção aguda que causa inflamação no tecido pulmonar); 
• Embolia pulmonar: (causada por coágulos de sangue ou êmbolos de gordura). 
 
 Os sinais e sintomas de complicações pulmonares incluem: 
• Amento da temperatura; 
• Agitação, dispnéia, taquicardia; 
• Hemoptise, edema pulmonar; 
• Expectoração viscosa e espessa. 
 
 Dentre os cuidados de enfermagem, para que seja mantida uma via aérea 
permeável, os mais frequentes são: 
• Mudar o paciente de decúbito; 
• Estimular a tosse, apoiando a área da incisão cirúrgica, 
• Evitando-se o rompimento da sutura; 
• Promover alívio para desconforto e dor; 
• Administrar oxigênio; 
• Estimular a mobilização precoce no leito e a deambulação; 
• Verificar a consistência e o aspecto das secreções; 
• Manter hidratação venosa, se necessário; 
• Manter o nebulizador e o umidificador com nível de água adequado. 
O enfermeiro e a equipe de enfermagem deve avaliar a cânula orotraqueal ou 
de traqueostomia, observando se há vazamento de ar pela cânula em virtude do 
"cuff" insuflado inadequadamente e ainda, se há secreções em excesso na cavidade 
oral e fossas nasais. 
 
6.2 SISTEMA CARDIOVASCULAR 
O cuidado básico na análise da função cardiovascular é a monitorização do 
paciente em relação aos sinais de choque e hemorragia. O paciente em 
pósoperatório deverá ser avaliado quanto: Sinais vitais, coloração da pele; 
• Mucosas, temperatura e grau de umidade, 
11 
 
 
• Tempo de enchimento capilar (perfusão), 
• Verificação dos gases sanguíneos (médico e enfermeiro); Ausculta e percussão 
cardíaca (médico e enfermeiro). 
 
 Os objetivos principais da assistência de enfermagem no pós-operatório são: 
 
• Monitorizar o ritmo e a hemodinâmica da função cardíaca adequada; 
• Estimular a perfusão tecidual, uma vez que, o paciente cirúrgico tem risco de 
apresentar problemas cardíacos ou de perfusão. 
OBS.: Os idosos e aqueles com história de doença cardíaca e vascular periférica são 
os de maior risco. 
 As complicações cardiovasculares mais comuns são: 
• Arritmias cardíacas; 
• Hipertensão, hipotensão que resultam em trombose venosa profunda; 
Infarto agudo do miocárdio e hipoperfusão periférica. 
 
 As causas de arritmias cardíacas pós-operatórias incluem: 
• Hipovolemia; 
• Dor; 
• Desequilíbrios eletrolíticos; Hipoxemia e acidose. 
 Neste caso, o técnico de enfermagem da UTI registra e observa o ECG, monitoriza 
a pressão arterial, a saturação de oxigênio, a ventilação do paciente e colhe amostras 
sanguineas para dosagem bioquímicas e hematológicas. Comunica as informações 
sobre o paciente a equipe multidisciplinar (médico intensivista, Enfermeiro, 
fisioterapeuta e médico do paciente) e estes iniciarão as condutas a serem tomadas. 
A hipertensão não é uma ocorrência incomum no pós-operatório imediato. O 
diagnóstico de hipertensão arterial pode ser considerado num contexto de elevação 
da pressão arterial; comparada aos níveis pressóricos do paciente no préoperatório 
e durante o intra-operatório. Mas comumente a hipertensão pósoperatória está 
relacionada à sobrecarga de fluidos, aumento da atividade do sistema nervoso 
simpático ou hipertensão preexistente. Pode aparecer como um episódio transitório, 
levando à consequências cardiovasculares e intracranianas significantes. Após o 
diagnóstico, o tratamento agressivo está indicado. 
 As intervenções de enfermagem em paciente hipertenso no pós-operatório 
incluem: 
• Monitorização contínua da pressão arterial; 
12• Administração de medicações; 
• Controle das drogas anti-hipotensoras, 
• Balanço hídrico adequado; 
• Controle da dor e desconforto. 
 
 Hipotensão: 
 Uma queda significativa da pressão arterial, abaixo do valor básico préoperatório 
do paciente, acompanhada de aumento ou diminuição da frequência cardíaca, pode 
indicar hemorragia, insuficiência circulatória ou desvio de líquidos. 
 
 O diagnóstico e tratamento são urgentes, porque a hipotensão prolongada pode 
resultar em: 
• Hipoperfusão de órgãos vitais e danos isquêmicos; 
• Ventilação inadequada. 
 
 Causas: 
• Efeitos de agentes anestésicos ou medicamentos pré-operatórios; 
• Mudança rápida de posição; 
• Perda de sangue ou líquido e sequestro de sangue na circulação periféria. 
 
 A hipotensão pós-operatória é atribuída: 
• Redução da pré-carga; 
• Redução da contractilidade do miocárdio. 
 
 Outros sinais que incluem: 
• Pulso fraco e filiforme; 
• Pele fria, úmida, pálida ou cianótica; 
• Aumento da agitação e apreensão associados com hipotensão caracterizam o 
choque. 
 
 Na presença de sintomas de choque a equipe de enfermagem dever: 
• Administrar O2 conforme prescrição médica; 
• Colocar o paciente em Trendelenburg, (caso esta posição não seja contraindicada 
pela cirurgia), ou elevará as pernas do mesmo acima do nível do coração; 
13 
 
 
• Aumentar a velocidade das soluções intravenosas, conforme solicitado pelo 
médico; 
• Administrar medicação ou o volume líquido adicional, como prescrito; 
• Monitorizar e observar continuamente sinais e sintomas; Registrar as 
alterações. 
 
 Outra complicação pós-operatória: 
Podem ocorrer em relação à perfusão tecidual, é a perda excessiva de 
sangue. No paciente pós-operatório isto pode ser consequência de uma doença 
preexistente (anemia, distúrbio de coagulação, uso de aspirina), idade avançada, 
hemorragia no intra-operatório ou de complicação pós-operatória. 
 Os sinais e sintomas incluem: 
• Hipotensão postural, 
• Taquicardia, taquipnéia, 
• Diminuição do débito urinário, 
• Pele fria e pegajosa e 
• Diminuição do nível de consciência. 
 
 Os dados laboratoriais abrangem hemoglobina, hematócrito e provas de 
coagulação. Neste caso, a enfermagem administrará volumes conforme prescrito: 
• Expansores de plasma; 
• Albumina; 
• Sangue total; 
• Papa de hemácias; 
• PFC; 
• Crioprecipitado (se distúrbio de coagulação); 
• Minimizará a mobilização ou posicionamento do paciente para diminuir as 
necessidades de oxigênio; 
• Colocará o paciente em decúbito dorsal, com elevação dos membros inferiores, 
para aumentar a pré-carga. 
 Poderão ocorrer: 
• Trombose venosa profunda (TVP), 
• Inflamação moderada ou severa das veias, em associação com coagulação do 
sangue ou tromboflebite, 
14 
 
 
• Inflamação leve das veias periféricas, que envolve a formação de coágulos, os 
quais podem se destacar da parede venosa e ser levados como êmbolos até aos 
pulmões, coração ou cérebro. 
 
 Sintomas destas complicações 
• Desidratação; circulação inadequada, 
• Resultante de hemorragia; 
• Hiperemia; 
• Dor; edema; hiperestesia das extremidades. 
Os cuidados de enfermagem no pós-operatório abrangem exercícios com as 
pernas, deambulação precoce, meias antiembólicas, hidratação adequada e baixa 
dose de heparina. 
 Alguns pacientes podem apresentar infarto agudo do miocárdio (IAM). Os sinais e 
sintomas são: 
 Dor torácica, 
Dispnéia, taquicardia, 
Cianose e arritmias. 
 
 Cuidados de enfermagem: 
• Monitorização eletrocardiográfica; 
• Avaliação sons respiratórios, 
• Administração de medicamentos, de acordo com a prescrição; 
• Verificação da presença de efeitos secundários ou tóxicos causados por 
medicações; 
• Administração de oxigênio; 
• Manutenção do repouso no leito ou posição Semi-Fowler, para diminuir o retorno 
venoso; 
• Diminuição da pré-carga e redução do trabalho cardíaco. 
Outros cuidados que a enfermagem pode proporcionar ao paciente, incluem: 
manter o ambiente tranqüilo,reduzindo ruídos; diminuir a sobrecarga sensorial e 
permitir períodos de repouso. 
 
15 
 
 
6.3 SISTEMA NEUROLÓGICO 
Na avaliação neurológica o médico e o enfermeiro verificará e anotará os 
seguintes parâmetros: nível de consciência; resposta à estimulação verbal e/ou a 
dor; tamanho das pupilas e sua reação à luz; padrão de motricidade e mobilidade 
dos membros e da musculatura da face; efeitos remanescentes da anestesia. 
 
6.4 SISTEMA RENAL 
Alterações da função renal e do equilíbrio hidroeletrolítico também podem 
aparecer logo após a cirurgia. O procedimento cirúrgico e a anestesia estimulam a 
secreção de hormônio antidiurético (HAD) e da aldosterona, causando retenção 
hídrica. O volume urinário diminui, independentemente da ingestão de líquidos. 
Estima-se que o paciente em pós-operatório, com função renal normal, apresente 
um débito urinário de aproximadamente 50 a 60 ml por hora. Os desequilíbrios 
pósoperatórios podem levar a uma retenção dos produtos catabólicos, a problemas 
neurológicos, cardíacos, de hiper/hipohidratação (administração excessiva de líquido 
ou função renal inadequada; reposição inadequada intra e pós-operatória, perdas 
excessivas por sudorese, hiperventilação, drenagem de feridas e fluidos corporais). 
 Os principais objetivos do tratamento hidroeletrolítico no pós-operatório são: 
• Mantenção do líquido extracelular e do volume sanguíneo dentro dos parâmetros 
da normalidade (por meio da administração de quantidades suficientes de 
líquidos); 
• Prevenção da sobrecarga hídrica, evitando-se, assim, insuficiência cardíaca 
congestiva (ICC) ou edema pulmonar. 
 
 As intervenções de enfermagem incluem: 
• Avaliação de infusão, ingestão e eliminação adequadas de líquidos, 
• Verificação da pressão arterial, pulsação, eletrólitos séricos e registro de ganhos 
e perdas. 
 
 
 
 
6.5 SUPORTE NUTRICIONAL E DE ELIMINAÇÃO 
É benéfico para o paciente retornar a dieta normal, o mais precoce possível 
após a cirurgia. Uma dieta normal promove o retorno precoce da função 
gastrintestinal uma vez que, a mucosa intestinal renova-se constantemente, sendo 
afetada pela disponibilidade de nutrientes e pelo fluxo sanguíneo intestinal, 
16 
 
 
favorecendo, assim, a cicatrização da ferida cirúrgica; diminuindo o risco de 
passagem de bactérias e toxinas a partir da luz intestinal para linfonodos 
mesentéricos, circulação portal e órgãos sistêmicos. 
Durante as primeiras 24 a 36 horas pós-cirurgia, muitos pacientes podem 
apresentar náuseas e vômitos. Neste caso, o enfermeiro e a equipe de enfermagem, 
para com os pacientes em sonda nasogástrica (SNG),verificará a permeabilidade e 
a drenagem; caso contrário colocará o paciente em decúbito lateral para facilitar a 
drenagem, prevenindo broncoaspiração; se necessário administrará antieméticos 
conforme prescrito. 
 As intervenções de enfermagem incluem antes de alimentar o paciente em 
pósoperatório são: 
• Observar o peristaltismo que retorna o normal durante as primeiras 48 a 72 horas 
após a cirurgia. 
• Anotar as evacuações no período pós-operatório. 
• A função intestinal pode ser prejudicada pela imobilidade, manipulação dos orgãos 
abdominais, anestesia e uso de medicamentos para dor. 
• Geralmente a dieta inicial pós-operatória é liquida. 
• Conforme o tipo de cirurgia e a tolerância do paciente é prescrita uma dieta livre, 
para promover o equilíbrio de vitaminas e sais minerais 
• Aos pacientes impossibilitados de receberem dieta oral ou enteral por tempo 
prolongado, geralmente indica-se suporte nutricional por via parenteral. 
 
6.6 ACESSO VENOSO 
A grande maioria dos medicamentos administrados ao paciente critico é 
infundida por via endovenosa, de maneira que a absorção seja previsível e o efeito 
se inicie rapidamente.É indispensável que os pacientes em pós-operátorio tenham acesso venoso 
central, permitindo além da administração de drogas vasoativas, infusão de soluções 
e medicamentos, um controle rigoroso das pressões de enchimento cardíaco e 
diminuir o risco de contaminação das conexões durante a manipulação. O tipo de 
líquido infundido e a velocidade de infusão devem ser rigorisamente avaliados para 
garantir a permeabilidade dos catéteres. 
 
6.7 FERIDA CIRÚRGICA 
 
A manutenção de uma assepsia durante a cirurgia e no período pósoperatório 
é o fator mais importante na promoção da cicatrização. 
17 
 
 
 Fatores que afetam a cicatrização da ferida: 
• Localização da incisão; 
• Tipo de fechamento cirurgico; 
• Estado nutricional; 
• Presença de doença; 
• Infecção; 
• Drenos e curativos. 
O curativo pós-operatório objetiva basicamente, evitar a infecção da ferida. 
Algumas horas após seu fechamento primário, o espaço é preenchido com exsudato 
inflamatório e por volta de 48 horas, as células epiteliais marginais migram para a 
superfície da ferida, isolando as estruturas profundas do meio externo. Ao término 
de 72 horas, o exame histológico mostra que a cobertura epitelial está intacta. 
Quando a ferida cirúrgica é fechada primariamente, é recomendável que se retire o 
curativo da incisão, nas primeiras 24 a 48 horas, pois nesse tempo ocorre a formação 
de um selo fibrinoso que protege a ferida contra a penetração de bactérias. 
 As medidas de enfermagem destinadas a promover a cicatrização da ferida 
cirúrgica incluem: 
Avaliar, medir e anotar a área da ferida, para comparações posteriores de 
evolução da mesma e alterações da pele. 
 
6.8 TIPOS DE CICATRIZAÇÃO DA FERIDA OPERATÓRIA 
 
• Cicatrização por primeira intenção: Método de cicatrização em que as bordas da 
ferida são cirurgicamente aproximadas e a continuidade tegumentar é restaurada 
sem granulação. 
• Cicatrização por segunda intenção: Método de cicatrização em que as bordas da 
ferida não são aproximadas por meios cirúrgicos e a continuidade tegumentar é 
restaurada pelo processo conhecido como granulação. 
• Cicatrização por terceira intenção: Métodos de cura usados para feridas profundas 
que foram suturadas anteriormente ou não, em que há aproximação cirúrgica das 
bordas da ferida (sutura secundária) juntando, dessa forma, duas superfícies de 
granulação apostas. 
• Deiscência: É a ruptura da incisão cirúrgica ou da ferida com separação parcial ou 
completa. 
 
18 
 
 
6.9 POSICIONAMENTO NO LEITO 
O paciente deve ser avaliado quanto ao posicionamento que melhor favorecer a 
ventilação. As posições variam de acordo com a natureza da cirurgia, objetivando o 
conforto e a redução da dor. (Decúbito dorsal ou supina,Decúbito ventral ou prona, 
Decúbito lateral,Trendelemburg, Proclive,Posição de litotomia ou ginecológica). 
 
6.10 DOR 
A resposta do paciente a dor é um processo subjetivo. A mensuração da dor 
é avaliada através de uma escala numérica de intensidade de dor, com score de 0 a 
10. O paciente pode manter um controle adequado da dor evidenciado por resposta 
verbal num score menor que 5. O enfermeiro indaga ao paciente a respeito da 
localização, intensidade e qualidade da dor, iniciando as medidas que visam 
conforto, tais como, mudança de posição no leito e massagens. A necessidade de 
controle da dor, através do uso de analgésicos narcóticos, é analisada pelo 
intensivista, e esta indicada quando score maior ou igual a 5, nesta escala. É muito 
importante que a dor seja tratada, porque o paciente precisa responder às instruções 
quanto a mobilização no leito, tosse, respiração profunda e, posteriormente, 
deambulação. 
 
6.11 SEGURANÇA E CONFORTO 
Algumas medidas de segurança serão adotadas para evitar a retirada 
inadvertida de cateteres, sondas, queda do paciente: 
• Manutenção de grades de proteção até que paciente acorde; 
• Sistema de campainha ao alcance do paciente; 
• Apoio e acolchoamento das áreas de pressão, evitando danos aos nervos e 
distensão muscular. 
• verificar a cor, capacidade de mobilização e sensibilidade dos membros 
imobilizados, avaliando se deve ou não ser dada continuidade ao 
procedimento. 
 
6.12 PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS 
Tem indicação para recuperação em UTI, os pacientes que apresentarem 
instabilidade hemodinâmica na SRPA, transplantes e as grandes cirurgias 
programadas, entre elas: Torácica, Cardíaca, Neurológica, Urológica, 
Gastrointestinais e Vascular. 
19 
 
 
Para as cirurgias neurológicas recomenda-se unidades específicas, uma vez 
que a recuperação do paciente neurológico é mais demorada e, quanto maior a 
rotatividade de pacientes, maior é a otimização das vagas e agendamento das 
cirurgias. 
 
 7. CIRURGIA TORÁCICA 
A cirurgia torácica refere-se a diversos procedimentos cirúrgicos que implicam 
na abertura da cavidade torácica (toracotomia) e/ou órgãos da respiração. As 
indicações da cirurgia torácica podem ser para retirada de tumores e drenagem de 
abscessos, ou reparação do esôfago e vasos torácicos. Na avaliação do paciente 
deve ser considerada a função cardiopulmonar. São contra-indicações para a 
cirurgia, as disritmias não-controláveis, o IAM, a ICC e a angina instável. O sucesso 
da cirurgia não depende somente da habilidade da equipe que opera, mas, também, 
da qualidade dos cuidados de enfermagem durante os períodos pré e pós-operatório. 
 Procedimentos cirúrgicos torácicos com indicação de recuperação em UTI: 
• Ressecção segmentar : ressecção de um segmento ou lobo pulmonar, o tecido 
pulmonar restante expande-se novamente, preenchendo o espaço anteriormente 
ocupado pelo segmento removido. É indicada nos casos de abscesso pulmonar 
crônico, quistos ou bolhas enfisematosas congênitas; tumor benigno; infecção 
segmentar por tuberculose ou bronquiectasia. 
• Ressecção em cunha : remoção de pequenas secções periféricas do lobo - a 
estrutura e função pulmonares permanecem relativamente inalteradas após a 
cicatrização. Está indicada em casos de granulomas subpleurais e pequenos 
tumores periféricos e, ainda, neoplasia. 
• Lobectomia : remoção de um ou mais lobos de tecido pulmonar. Após a cirurgia 
ocorre enfisema compensatório não-patológico, a medida que o tecido pulmonar se 
reexpande, enchendo o espaço torácico ocupado pelo tecido ressecado. Está 
indicada em infecções tais como, tuberculose, tumores benignos e malignos. 
• Pneumectomia : remoção total de um pulmão. O lado removido da cavidade 
torácica torna-se um espaço vazio. Para reduzir o tamanho dessa cavidade e 
paralizar o diafragma em uma posição elevada, o nervo frênico e o lado afetado são 
ressecados. O risco de remoção do pulmão direito é maior em relação ao esquerdo, 
em virtude do tamanho do leito vascular, que implica em sobrecarga fisiológica. Está 
indicada em abscesso crônico extenso, lesões unilaterais selecionadas , infecção 
generalizada do pulmão e neoplasias. 
• Timectomia : remoção do timo - indicada em neoplasia primária do timo ou 
miastenia gravis. 
20 
 
 
• Ressecção de traquéia: ressecção parcial da traquéia, seguida de anastomose 
topo a topo. Está indicada em estenose significativa do orifício da traquéia, 
relacionada com a pressão mecânica ou "cuff" da sonda traqueal (pressão que 
produz isquemia da parede da traquéia, inflamação, ulceração e tumores). 
• Toracoplastia : colapso cirúrgico de uma região da parede torácica mediante 
múltipla ressecção de costelas para redução intencional do hemotórax. Indicada em 
lesões cavitárias crônicas e coleções de empiema; fugas de ar recorrentes; redução 
do espaço morto torácico após ressecções externas. 
 
7.1 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO 
As intervenções têm por objetivo otimizar a oxigenação e ventilação, 
mantendo a vigilância das complicações, controle da dor e auxilio ao paciente na 
recuperaçãode sua função cardiopulmonar. Devido ao posicionamento 
intraoperatório e à terapêutica pré e peri-operatória, as atelectasias e acúmulos de 
secreções são frequentes no período pós-operatório. A ventilação do paciente pode 
ser superficial em consequência da dor pós-operatória, o que contribui, também, para 
a formação de atelectasias e estase das secreções. 
 Após a estabilização dos sinais vitais: o paciente será colocado na posição Semi-
Fowler, favorecendo, assim, a expansão dos pulmões, facilitando a ventilação com 
menor esforço possibilitando a drenagem da sonda torácica. O paciente será 
reposicionado pelo menos a cada 2 horas para prevenção da estase de secreções 
e manutenção do equilíbrio da ventilação/perfusão. 
 É necessário orientar o paciente a: 
• Tossir e respirar fundo a cada uma ou duas horas (a tosse ajuda-o a movimentar 
e a expelir as secreções traqueobrônquicas); 
• Respiração profunda dilata as vias aéreas, estimula a produção de surfactante e 
expande o tecido pulmonar; 
• Apoio estabiliza a zona afetada e reduz a dor durante a realização destes 
procedimentos. 
Na ausência de alterações da função renal ou cardíaca, hidrata-se o paciente de 
acordo com sua superfície corporal, para fluidificação das secreções, pois a 
hidratação adequada é o agente mucolítico mais eficaz. 
 A umidificação das vias aéreas pode ser feita através de: Nebulizacão com 
máscara, cateter de oxigênio ou qualquer outro método. Na presença de ventilação 
mecânica assegurar a umidificação das vias aéreas, verificando a cada 6 horas o 
nível de água do umidificador e trocando quando necessário. Além disso, é muito 
importante verificar a presença de muco espesso e aderente o que sugere 
insuficiente aporte de líquidos e(ou) insuficiente umidificação externa. 
21 
 
 
 
 A mobilização do paciente será indicada conforme a fase de recuperação e o tipo 
de cirurgia realizada. O decúbito lateral é indicado após a cirurgia até a recuperação 
da sua consciência, visto que promove estabilidade hemodinâmica e previne 
broncoaspiração, exceto, porém, após pneumectomia, porque, nesta intervenção, o 
mediastino pode ser deslocado e a mudança de posição excessiva possibilitaria o 
desvio do mesmo e a compressão do pulmão restante. Nos casos de ressecção em 
cunha ou segmentectomia não se deve posicionar o paciente sobre o lado da 
cirurgia, pois este procedimento dificulta a expansão do tecido pulmonar restante. 
Após a mobilização do paciente verifica-se a posicão de tubos e drenos. 
 
 O enfermeiro e toda a equipe permanecerá alerta para possíveis complicações 
da cirurgia torácica, tais como: 
• Insuficiência respiratória: (provavelmente resultante da alteração do nível de 
consciência pelo uso de anestésicos, medicações para dor, reinsuflação pulmonar 
incompleta, diminuição do esforço respiratório devido a dor e, ainda, limpeza 
inadequada da via aérea); 
• Pneumotórax hipertensivo e desvio de mediastino: (podem ocorrer por vazamento 
de ar através das linhas de incisão pleurais, caso a drenagem torácica fechada 
não esteja funcionando adequadamente); 
• Enfisema subcutâneo: devido a vazamento de ar no local da incisão pulmonar); 
embolia pulmonar (uma possível complicação no pós-operatório e causa de 
hipoxemia); 
• Edema pulmonar: a hipóxia aumenta a permeabilidade capilar, fazendo com que 
o líquido penetre no tecido pulmonar; 
• Arritmias cardíacas: hipóxia, desvio do mediastino e pH sanguíneo anormal; 
hemorragia, hemotórax, choque hipovolêmico devido a vazamento capilar; 
• Tromboflebite: a anestesia e imobilidade reduzem o tônus vasomotor, diminuindo 
o retorno venoso e a deposição periférica de sangue. O conhecimento prévio de 
tais complicações, faz a diferença na assistência de enfermagem especializada, 
proporcionando ao paciente segurança e confiança na equipe que o está 
assistindo. 
ANOTAÇÕES: 
________________________________________________________________ 
________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 8 CIRURGIA CARDÍACA 
22 
 
 
O progresso tecnológico contínuo dos meios diagnósticos, anestesia e técnica 
cirúrgica, tornaram possível, atualmente, a realização de cirurgia para corrigir 
defeitos cardíacos congênitos, obstruções nas artérias coronárias, focos de arritmias 
e transplantes cardíacos. 
A doença valvular do coração é uma alteração da função cardíaca produzida 
por anomalias estruturais ou funcionais de uma ou mais válvulas. A correção 
cirúrgica consiste na plastia ou substituição de uma ou mais valvas cardíacas 
(aórtica, mitral ou tricúspide), revascularização do miocárdio ou transplante cardíaco. 
O tratamento cirúrgico da doença aórtica está limitado a substituição da válvula. No 
que se refere à mitral, estão disponíveis três procedimentos cirúrgicos: 
comissurotomia (tratamento da estenose mitral), reparação valvular (tratamento da 
regurgitação mitral) ou substituição da válvula. 
 Existem dois tipos de prótese valvulares: as mecânicas, de maior durabilidade, 
destinadas preferencialmente a indivíduos jovens e, as biológicas ou teciduais, de 
durabilidade limitada, escolhidas para pacientes mais idosos. 
 As lesões valvulares cardíacas estão assim classificadas: 
• Estenose Mitral: estreitamento progressivo do orifício da válvula mitral. 
• Insuficiência Mitral: Ocorre quando a incompetência e distorção da válvula mitral 
impedem que as margens livres se ajustem durante a sístole. 
• A insuficiência mitral crônica: pode resultar de doença reumática (49%), tumor 
degenerativo da válvula mitral (40%), isquemia do miocárdio (4%), ou dilatação 
ventricular esquerda. 
• Estenose Aórtica: Estreitamento do orifício entre o ventrículo esquerdo e a aorta. 
A doença causa fusão das comissuras e contraturas das fibras das cúspides, 
obstruindo o fluxo do ventrículo esquerdo. 
• Insuficiência Aórtica: Fechamento incompleto do orifício aórtico durante a diástole 
ventricular, permitindo que o sangue reflua da aorta para o ventrículo esquerdo. 
• Insuficiência Tricúspide: Ocorre habitualmente como resultado de falência 
avançada do lado esquerdo do coração e de hipertensão pulmonar grave. 
• Estenose Tricúspide: Raramente é uma lesão isolada. Ocorre habitualmente em 
processo simultanêo com a doença aórtica e (ou) mitral, sendo a principal origem 
a febre reumática. 
• Revascularização do Miocárdio: Envolve o uso de derivações destinadas a 
controlar as artérias coronárias obstruídas. Os enxertos com maior sucesso são 
os realizados com a artéria mamária interna, artéria radial e veia safena na artéria 
coronária ocluída. 
• Circulação ExtraCorpórea (CEC): A CEC ou "bypass" cardiopulmonar 
corresponde a uma forma mecânica de fazer circular e oxigenar o sangue do 
23 
 
 
paciente, enquanto a maior parte da volemia é desviada do coração e pulmão 
durante a cirurgia cardíaca. Antes do início da CEC os circuitos da bomba são 
preenchidos com solução hidroeletrolítica balanceada. Heparina é administrada 
através da CEC para evitar formação de coágulos no circuito. 
 
8.1 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO 
Após o término da cirurgia o paciente é transferido para a unidade de 
pósoperatório, onde se recupera dos efeitos anestésicos e permanece por um 
período aproximado de 24 a 48 horas. No pós-operatório imediato a enfermagem 
planeja cuidados que visam a manutenção adequada da ventilação, oxigenação e 
estabilidade hemodinâmica. São necessários um rápido reconhecimento e 
intervenção, quando ocorrerem mudanças nas condições do paciente, uma vez que, 
a pessoa submetida à cirurgia cardíaca é frequentemente mais instável que outros 
pacientes cirúrgicos, devido aos efeitos da CEC e da manipulação cardíaca. Na 
admissão o paciente deve será posicionado em decúbito dorsal, proporcionando 
retorno venoso adequado. Certificando-se da localização: 
• Tubo endotraqueal e secreções; 
• Providenciar monitorização da oximetria de pulso; 
• Encaminhar solicitação de raio X e coletar amostra de sangue para exames 
laboratoriais de rotina e gases sanguíneos arteriais, nos primeiros 15 a 30 minutos 
da admissão; 
• Enzimas cardíacas, 8 horas após a cirurgia. 
• Na presença de marcapasso, avaliar a sensibilidade, amplitude e a modalidade de 
comando; observar se a frequência e o ritmo estão ajustados. 
• Os drenos do toráx e (ou) do mediastino devem ser colocados em aspiração a 
vácuo em coluna d’água, (usualmente em aspiração com pressão de 20cm de 
água); 
• Mensurar e registrar a quantidade e característica da drenagem, repetindo o 
procedimento de 1/1 hora. 
• A drenagem dos tubos é considerada normal até 100ml nas primeiras 8 horas após 
a cirurgia. 
• O paciente pode apresentar hematúria em decorrência da hemólise durante a 
CEC. 
• A temperatura, na admissão do paciente, é frequentemente 35 a 360C. O paciente 
será aquecido lentamente através de sistemas de aquecimento (mantas térmicas) 
24 
 
 
para prevenção de instabilidade hemodinâmica decorrente da rápida 
vasodilatação. 
 
8.2 COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS 
Pacientes de cirurgia cardíaca têm risco de desenvolver complicações devido 
à doença de base e ao trauma cirúrgico. Além disto, a equipe médica, o enfermeiro 
e a equipe de enfermagem deve lidar com problemas relacionados à CEC e à 
hipotermia pós-operatória. 
 Efeitos da Circulação extracorporéa: 
• Hipotensão: (déficit de fluido intravascular, vasodilatação súbita (fármacos); 
• Aumento de peso e edema: devido à diminuição da concentração das proteínas 
plasmáticas; 
• Diminuição do débito cardíaco: (depressão do miocárdio): devido à hipotermia, 
aumento da resistência vascular sistêmica, tempo prolongado da CEC e doença 
cardíaca preexistente; 
• Hemorragia (coagulação): devido à heparina sistêmica, traumatismo mecânico 
das plaquetas; 
• Diminuição da mecânica pulmonar (disfunção pulmonar): por diminuição da 
produção de surfactante, microembolias pulmonares, acúmulo de fluidos no 
interstício pulmonar; 
• Hemoglobinúria (hemólise): por destruição de eritrócitos no circuito da bomba; 
• Aumento da glicose sérica (hiperglicemia): por diminuição da liberação de insulina, 
estimulação da glicogênese; 
• Diminuição do potássio sérico (hipocalemia): por transferências intracelulares 
durante a CEC; 
• Diminuição do magnésio sérico (hipomagnesemia): devido à diurese 
pósoperatória secundária a hemodiluição; 
• Diminuição do estado de consciência, déficits motores e sensoriais (disfunção 
neurológica): devido à perfusão cerebral diminuída e microembolias cerebrais; 
• Aumento transitório da pressão arterial (hipertensão): devido à liberação de 
catecolaminas e à hipotermia sistêmica, provocando vasoconstrição. 
 
 Alterações de fluidos e balanço eletrolítico 
O balanço de fluido na admissão do paciente pode estar aumentado cerca de 
20% em relação ao pré-operatório, causando edema, especialmente de face, 
pescoço e mãos; desenvolvendo frequentemente um déficit no volume intravascular. 
25 
 
 
Hipovolemia intravascular se manifesta por diminuição da Pressão Venosa Central 
(PVC); se não tratada podem ocorrer baixo débito cardíaco e hipotensão. A excreção 
renal do excesso de fluido do corpo resulta em diurese espontânea e perda de peso. 
É comum, no período pós-operatório, um desequilíbrio no balanço hidro 
eletrolítico e um nível anormal de potássio. Hipocalemia pode ocorrer como resultado 
de grande acúmulo de solução de cardioplegia ou falência renal aguda. O nível de 
potássio será verificado na admissão do paciente e reposto com base nos exames 
laboratoriais e prescrição médica. 
 Diminuição do Débito cardíaco 
A redução do débito cardíaco pode resultar em alterações da frequência 
cardíaca, volume sistólico ou de ambos. O volume sistólico depende da pré-carga, 
pós-carga e contratilidade. Uma anormalidade em um ou mais destes parâmetros 
pode causar diminuição do débito cardíaco. 
 Alteração da Pressão Sanguínea 
Depois da cirurgia não é raro ocorrer hipo ou hipertensão; intervenções de 
enfermagem serão direcionadas para impedir tais mudanças e prevenir ou restaurar 
rapidamente a pressão sanguínea. 
O paciente é usualmente considerado hipotenso se a pressão sistólica for 
menor que 90mmHg. A hipotensão pode ser causada por volume intravascular 
reduzido, vasodilatação resultante de reaquecimento, contratilidade ventricular 
direita diminuída ou arritmias. Se o paciente está hipovolêmico, administram-se 
volumes expansores para aumento da pressão sanguínea. 
Considera-se que um paciente está hipertenso quando sua pressão arterial 
sistólica (PAS) estiver acima de 150 mmHg. Tal fato pode ocorrer devido hipertensão 
prévia, aumento do nível de catecolaminas, liberação de renina, hipotermia ou dor. 
A hipertensão é particularmente perigosa porque pode causar ruptura da linha de 
sutura e aumento do sangramento, devendo-se intervir imediatamente. O aumento 
da pressão pode ocorrer em virtude de dor ou quando o paciente é estimulado por 
barulho ou procedimentos, podendo ser controlada proporcionando um ambiente 
calmo, administrando-se analgésicos ou sedativos. Se necessário administra-se um 
vasodilatador; sendo o mais utilizado nestas situações o nitroprussiato de sódio. 
 Sangramento Pós-Operatório pode ter como causa: 
• Não-reversão da atividade da heparina pela protamina ao término da cirurgia; 
• Trombocitopenia, devido à lesão traumática das plaquetas ou hemostasia 
inadequada. 
Embora o sangramento através dos drenos (do mediastino, toráx ou 
pericárdio) seja esperado, deve-se diferenciar entre o normal e excessivo. A 
coloração normal da drenagem é vermelho-escura, diluída, serossanguinolenta e 
sem coágulos por causa da ação da heparina. Usualmente a drenagem é de 
26 
 
 
aproximadamente 100ml por hora na primeira ou segunda hora, diminuindo 
subsequentemente. 
• Sangramento arterial: é raro e exige tratamento emergencial. Normalmente 
resulta de rompimento das linhas de sutura. O sangue é vermelho vivo e o 
frasco-drenagem se enche em minutos; o paciente se torna hipovolêmico e 
rapidamente hipotenso. 
• Sangramento venoso: é mais comum que o arterial. É causado por problemas 
cirúrgicos ou coagulopatias. 
 ATENÇÃO: 
• Controlar a hipertensão, manter drenos permeáveis para prevenir tamponamento 
cardíaco 
• manutenção adequada do volume intravascular são ações essenciais no cuidado 
do paciente com sangramento. 
• Ordenha dos drenos é controversa, pois crê-se que a elevada pressão negativa 
gerada por este método provoque lesão nos tecidos intratorácicos, fato que 
contribui para desencadear hemorragia. Tendo-se em vista a possibilidade de 
ocorrer tamponamento cardíaco se o sangue não for convenientemente drenado. 
Por essa razão é recomendado que, na presença de coágulos, os drenos sejam 
ordenhados, procedimento que provoca menor pressão negativa e diminui o risco 
de hemorrgia. 
 Tamponamento Cardíaco: 
Pode ocorrer por acúmulo de sangue em torno do coração e compressão do 
miocárdio, impedindo o retorno venoso, diminuindo o débito cardíaco e a pressão do 
sangue. Trata-se de uma complicação incomum se as drenagens forem mantidas 
permeáveis. No entanto, quando ocorre é perigoso e deve ser reconhecido e tratado 
rapidamente. 
 Sinais e sintomas incluem: redução da pressão arterial, acompanhada de 
aumento da pressão venosa central e da capilar pulmonar; pressão de pulso 
reduzida; pulso paradoxal pode estar presente; taquicardia. 
 Diagnóstico definitivo: é feito com Raios X de Tórax, Ecocardiograma, que 
mostra fluidos dentro do espaço pericárdico. 
 As intervenções de enfermagem visam: 
• Assegurar a permeabilidade dos drenos; 
• Observar aumento ou redução dadrenagem; 
• Manter controle da infusão de fluidos e drogas vassopressoras para o débito 
cardíaco e a pressão arterial adequados. 
 Arritmias: 
27 
 
 
As arritmias no pós-operatório são comuns e ocorrem em aproximadamente 
30% dos pacientes. Podem ser resultantes do trauma e manipulação cirúrgica; 
distúrbios hidroeletrolíticos, especialmente hipocalemia; alterações no pH e PO2; 
liberação das catecolaminas devido à dor e à ansiedade. Na prática, costuma-se 
dividir-las em: 
• Taquiarritimias em ventricular e supraventricular: ocorrem em 20% a 40% e 
aparecem de 24 a 36 horas após a cirurgia e podem comprometer o débito 
cardíaco, diminuir a perfusão da artéria coronária e aumentar a demanda de 
oxigênio do miocárdio. A taquicardia sinusal pode ser causada por hipovolemia 
(efeitos colaterais da dopamina), dor, ansiedade e febre também podem contribuir. 
• Bradiarritimias e bloqueios: ocorrem no período pós-operatório, devido à 
depressão das células do sistema de condução; por cardioplegia ou lesão do 
nódulo e feixes de condução; por manipulação cirúrgica, sutura ou edema no local. 
 Disfunção Pulmonar: 
Pacientes de cirurgia cardíaca apresentam maior risco para desenvolver 
complicações pulmonares devido aos efeitos da CEC, Atelectasias e derrames 
pleurais podem estar presentes, já que o espaço pleural é invadido durante a cirurgia. 
Há aumento da permeabilidade pulmonar, sendo que fluidos podem passar para o 
interstício e alvéolo do pulmão. Isto dificulta a difusão gasosa, aumenta as secreções, 
podendo ocorrer hipoxemia. 
A maioria dos pacientes de cirurgia cardíaca são extubados nas primeiras 12 
horas após a cirurgia. Alguns pacientes com doença pulmonar de base, relacionada 
a disfunções valvulares preexistente, poderão requerer ventilação mecânica 
prolongada. 
Após a extubação, deve-se estimular a tosse (tubos e drenagens causam dor e 
podem interferir na tosse e na respiração profunda), bem como a mobilização 
precoce, o mais rápido possível. 
 Disfunção Renal: 
Embora falência renal seja uma complicação pouco comum, pacientes de 
cirurgia cardíaca têm maior risco que outros em virtude da CEC. O fluxo sanguíneo 
renal se reduz durante a CEC, eritrócitos são danificadas, e a hemoglobina (Hb) é 
liberada por destruição das células do sangue. Manter adequado volume urinário é 
imperativo para prevenir danos aos túbulos renais. 
 Disfunsão Neurológica: 
Uma disfunção neurológica transitória é frequente após a cirurgia cardíaca e 
deve-se, provavelmente, à redução da perfusão e a microembolias cerebrais, ambas 
relacionadas com à CEC. O risco de complicação neurológica aumenta quanto maior 
for a idade e o tempo de CEC; se há doenças cérebro-vascular ou de carótida pré-
28 
 
 
existentes e, ainda, doença valvular, especialmente se a fibrilação atrial está 
presente. 
Placas de ateromas liberadas durante a manipulação cirúrgica e por embolia 
gasosa do sistema CEC, sendo possível, também, que causem deficit neurológico. 
Identificando-se os fatores de risco, a avaliação neurológica facilitaria o 
reconhecimento do potencial problema e possibilitaria um tratamento precoce. 
 Infecção da ferida: 
Infecção da ferida pós-operatória pode ocorrer na incisão cirúrgica, no local 
de inserção dos drenos e na incisão do membro inferior (retirada da safena) . O risco 
de infecção se intensifica quando há obesidade, diabetes mellitus, mánutrição, e, 
ainda, se o tempo operatório for maior que 6 horas, e se for necessária nova cirurgia 
numa mesma admissão. 
Elevação da temperatura durante as primeiras 48 horas após a cirurgia é uma 
resposta normal da CEC e, usualmente, não significa infecção. 
 Os principais sinais de infecção da ferida são: 
• Eritema; 
• Drenagem; 
• Aumento da temperatura por mais de 72 hs no pós-operatório. 
 Para prevenir infecção deve-se manter a incisão limpa e seca e renovar curativo 
com técnica asséptica. Infecção não é um problema P.O precoce. É evidenciada 
após a saída da UTI.  Dor Pós – operatória: 
Depois da cirurgia cardíaca o paciente pode apresentar dor no local da incisão 
cirúrgica, membro inferior, inserção de tubos de drenagem e devido ao afastamento 
das costelas durante a cirurgia. Embora a percepção da dor varie de pessoa para 
pessoa, a incisão da esternotomia mediana é usualmente menos dolorosa que a da 
toracotomia e mais intensa nos primeiros três a quatro dias do pós-operatório. 
Angina após cirurgia pode indicar falência do enxerto e a dor típica da 
esternotomia mediana é localizada e não se irradia; pode ser ardente ou em pontada, 
frequentemente piora com a tosse, respiração profunda ou movimentação. A angina 
é normalmente precordial ou subesternal, não bem localizada e, normalmente irradia 
-se para braço, pescoço ou maxilar. 
A enfermagem executará procedimentos para alívio da dor, proporcionando 
conforto ao paciente e atenuando os fatores que aumentam a percepção da dor, tais 
como: ansiedade e fadiga. 
 Cuidados intensivos em Pós Operatório Imediato de Cirurgia Cardíaca Ao 
admitirmos o paciente em POI de cirurgia cardíaca na UTI, devemos verificar com o 
cirurgião e com o anestesista, vários itens de fundamental importância para um 
adequado pós-operatório. O enfermeiro intensivista ao receber o plantão do paciente 
29 
 
 
que esta por vir do centro cirúrgico deve ser informado de itens importantes como: 
Diagnóstico da cardiopatia e fundamental para conhecer as alterações 
hemodinâmicas apresentadas antes da cirurgia, e se a cardiopatia é simples ou 
complexa. Procedimento realizado Cirurgia corretiva ou paliativa, para saber quais 
os parâmetros de monitorização esperados e as alterações hemodinâmicas. 
• Recuperação da anestesia geral; 
• Observar nível de consciência 
• Cuidado para que não ocorra perda de drenos, cateteres e sondas; 
• Evitar hipoventilação ou extubação acidental durante a transferência desse 
paciente da maca cirúrgica para o leito de UTI; 
• Aspiração traqueobrônquica quando necessário; 
• Ofertar oxigênio; 
• Exercício respiratório por fisioterapia; 
• Posicionamento adequado no leito; 
• Conectar o paciente no respirador e realizar desmame conforme indicação médica; 
• Monitorização inicial (monitor cardíaco, oxímetro de pulso SpO2); 
• Monitorização e estabilidade hemodinâmica (pressão arterial média); 
• O controle dos sinais vitais deve ser realizado a cada 15 min. no POI em seguida 
em a cada 30 min. logo em 1/1h (nas primeiras 12 hs), depois em 2/2 e aumentando 
o intervalo até receber alta; 
• Sangramento (drenos de tórax e mediastino) avisar se o fluxo de sangramento for 
> que 150 ml/h; 
• Identificar acessos vasculares e iniciar: infusão de drogas, hidratação venosa, 
drogas vasoativas) em bomba de infusão conforme prescrição médica; 
• Cateteres para monitorizações (pressão venosa central (PVC), pressão arterial 
média (PAM), pressão de átrio esquerdo (PAE); 
• Observar cateter de Swan-Ganz; 
• Abertura e manipulação corretas de drenos torácicos; 
• Pinçar drenos antes de desprezar as secreções; 
• Realizar ECG de admissão; 
• Anotação inicial do volume drenado nos drenos de tórax obedecendo o valor do 
selo dágua estabelecido como rotina; 
• Verificação de sondas (nasogástrica e vesical); 
• Observar coloração da pele e mucosas, enchimento capilar, grau de hidratação; 
30 
 
 
• Controlar hipertensão e a hipotensão arterial rapidamente, pois seu reflexo nas 
coronárias ou nas pontes recém confeccionadas é extremamente maléfico. 
• Vigilância intensiva relacionado ao aparecimento de qualquer arrtimia cardíaca; 
• Observar SVD e notar débito urinário para controle hídrico; 
• Deambulação quando solicitado pelo médico; 
• Incentivar o autocuidado; 
• Programa de reabilitação cardíaca; 
• Consulta de acompanhamento com cirurgião. 
 
ANOTAÇÕES: 
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 9. CIRURGIA VASCULAR 
A integridade e a permeabilidade do sistema vascular, incluindo-se as artérias, 
veias e vasos linfáticos, são essenciais para a vida dos tecidos humanos.Os 
problemas vasculares podem ser agudos e constituírem uma emergência que 
coloque em risco a vida. 
 Os objetivos no tratamento dos pacientes cirúrgicos vasculares são: 
31 
 
 
 Suporte do sistema vascular, remoção da causa, evitando-se episódios posteriores 
de isquemia. De maneira geral, a cirurgia vascular envolve a retirada da obstrução 
através da ressecção e remoção de trômbos e êmbolos. 
• Embolectomia : retirada cirúrgica de um êmbolo de um vaso sanguíneo. 
• Aneurismectomia : aneurisma é uma dilatação localizada da parede arterial e que 
provoca uma alteração da forma do vaso e do fluxo sanguíneo. Pode ser 
abdominal ou torácico. 
• Endarterectomia : abertura da artéria sobre uma obstrução e alívio desta ou 
ressecção de material ateromatoso que está provocando o bloqueio. 
• Simpatectomia : ressecção de segmentos selecionados do sistema nervoso 
simpático para desnervar o sistema vascular, produzindo vasodilatação. 
• Safenectomia: Remoção da veia safena (varizes) 
 Intervenções de enfermagem em cirurgia vascular 
A assistência de enfermagem pós-operatória, na cirurgia vascular, é 
determinada pelo local da cirurgia; pela extensão da revisão cirúrgica e anestesia . 
 Os principais objetivos no cuidado aos pacientes vasculares são: 
• Suporte do sistema vascular, estabilização hemodinâmica e controle da dor. 
• Geralmente o paciente é internado por 24 a 48 horas numa UTI, onde são 
monitorizados sinais vitais e outros parâmetros hemodinâmicos; 
Acompanhamento do equilíbrio hídrico e eletrolítico. 
• Mantido no respirador para facilitar as trocas gasosas. 
 A avaliação pós-operatória e os cuidados de enfermagem a pacientes submetidos 
à cirurgia da aorta incluem: 
• Monitorar as condições circulatórias para determinar a permeabilidade do enxerto, 
Verificar a presença e qualidade dos pulsos arteriais periféricos e profundos 
(femoral, poplíteo e pedioso dorsal); 
• Avaliar o sistema neurovascular através da presença e localização da dor, palidez, 
parestesia, paralisia e ausência de pulso; 
• Verificar a temperatura, coloração e mobilidade dos membros. 
• Manter o volume hídrico vascular adequado, através da constatação da 
estabilidade hemodinâmica, para prevenir choque hemorrágico em decorrência da 
perda de sangue na cirurgia ou no pós-operatório. 
• Posicionar paciente em decúbito dorsal ou Trendelemburg, com cabeceira 
elevada em 300 a 400 e orientado a não fletir os joelhos ou quadris,na presença 
de enxertos abdominais ou femorais. 
• Monitorização da função dos rins, através da ingestão e eliminação de líquidos. 
32 
 
 
Pós-operatório e cuidados de enfermagem a pacientes submetidos à cirugia de 
varizes: 
• Controlar SSVV; 
• Observar sinais de choque; 
• Observar coloração e temperatura da extremidade enfaixada; 
• Observar sangramento nas ataduras; 
• Manter o leito em Trendelemburg; 
• No 1º P.O. deambular de 2/2 hs por 5’ e retornar ao leito; Dieta livre após o 
retorno do peristaltismo. 
Complicações cirúrgicas: Hemorragias, trombose e embolia 
A correção de aneurisma é considerada uma grande cirurgia e várias complicações 
pós-operatórias específicas podem surgir. Uma das mais sérias é o IAM, decorrente 
de doença arterial das coronárias. 
Êmbolos também podem alojar-se nas artérias das extremidades inferiores ou 
mesentéricas. As manifestações clínicas incluem: sinais de oclusão arterial aguda 
(dor ou perda dos nervos sensitivos decorrentes da isquemia, parestesias e perda 
da sensação de posição, poiquilotermia (frieza), paralisia, palidez cutanea, ausência 
de pulso) , necrose intersticial, íleo paralítico, diarréia e dor abdominal. 
Isquemia da medula espinhal pode ocorrer, resultando em tetra/paraplegia, 
incontinência urinária e retal ou anestesia, hipoestesia nos hemisférios de correlação 
clínica e alteração do tonus vascular podendo resultar em comprometimento da 
temperatura, quando o aneurisma estiver rompido. 
Na endarterectomia de carótida o paciente apresenta grande risco de ter a 
perfusão cerebral reduzida durante a cirurgia, por embolização, que causa oclusão 
cerebral e isquemia; podem surgir coágulos na artéria causando isquemia cerebral; 
aumento da Pressão Intracraniana (PIC), devido à hemorragia intracraniana; 
perfusão cerebral inadequada, em virtude da intolerância ao clampeamento da 
artéria. 
 Os cuidados de enfermagem a estes pacientes são essenciais nas primeiras 24 
horas e incluem: 
• Avaliação cuidadosa dos sinais vitais e da função neurológica (reação pupilar, 
nível de consciência, função motora e sensorial). 
• Manter a cabeça ereta e elevada ajuda na permeabilidade das vias aéreas e 
minimiza o "stress" no local da cirurgia. 
• Avalia-se o padrão respiratório, a pulsação e a pressão arterial. A pressão arterial 
sistólica será mantida entre 120 e170mmHg para garantir a perfusão cerebral. 
33 
 
 
• Avaliar a função dos nervos cranianos: facial(VII), vago(X), acessório(XI) e 
hipoglosso(XII) (os danos mais comuns são: paralisia das cordas vocais ou 
dificuldade no controle da saliva e desvio da língua. Em geral, o dano é temporário, 
mas pode durar meses). 
 As complicações mais comuns da cirurgia vascular são: a hemorragia e o choque, 
que podem resultar da cirurgia ou de uma lesão associada à aorta, à veia cava ou a 
vasos próximos, inclusive artérias e veias ilíacas, renais ou lombares. 
OBS.: Circulação extracorpórea: É o aparelho que substitui a função cardíaca , 
pulmonar e renal durante as cirurgias cardíacas e tratamento de hemodiálise. 
ANOTAÇÕES: 
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10.CIRURGIA UROLÓGICA 
 A cirurgia urológica envolve procedimentos realizados nos rins, ureteres, bexiga, 
uretra e órgãos genitais masculinos. Os problemas a serem tratados podem ser 
congênitos ou adquiridos. 
• Nefrectomia: remoção de um rim. Realizada para tratar algumas anormalidades 
congênitas unilaterais e que são causadoras de obstrução renal ou hidronefrose, 
tumores e lesões graves. 
34 
 
 
• Ureterostomia cutânea: desvio da corrente urinária pela anastomose dos ureteres, 
a uma alça isolada do íleo, que é exteriorizada na parede abdominal como uma 
ileostomia. Realizada após cistectomia total ou radical e remoção da uretra. 
• Cistectomia: excisão da bexiga e estruturas adjacentes; pode ser parcial para 
retirar uma lesão, ou total, para excisão de tumores malignos. Esta cirurgia 
envolve geralmente um procedimento adicional de ureterostomia. 
• Prostatectomia: é a remoção cirúrgica da glândula e sua cápsula; geralmente para 
tratamento de carcinoma ou porções anormais da próstata. 
 Intervenções de Enfermagem 
A avaliação do paciente após cirurgias urológicas envolve, principalmente, 
atenção ao balanço hidroeletrolítico. A monitorização contínua do débito urinário a 
cada hora, durante as primeiras 24 horas é essencial, a fim de proteger e preservar 
a função renal residual dos rins. 
Inicialmente, a urina apresenta-se sanguinolenta, tornando-se rosea e, a 
seguir, adquire sua cor normal. Quando está prevista a drenagem de grandes 
quantidades de fragmentos celulares e coágulos sanguíneos, recorre-se à irrigação 
contínua. Este sistema pode ser empregado para lavagem periódica da bexiga. Deve 
ser fechado, contínuo e estéril para reduzir o risco de infecção. 
O líquido de irrigação será isotônico, pois a água destilada pode provocar 
depleção dos eletrólitos ou intoxicação hídrica. Na irrigação intermitente utiliza-se 
solução isotônica em pequenas quantidades (60 a 100ml), na contínua, o volume 
deve ser suficiente para manter o fluxo de drenagem da urina límpido ou ligeiramente 
rosado. 
O enfermeiro e a equipe de enfermagem avaliará frequentemente a 
permeabilidade do cateter, assegurando-se que esteja drenando. Manterá registro 
preciso da ingesta oral, da administração endovenosa e dos débitos, anotando a 
quantidade infundida na irrigação. A solução de irrigação será subtraída dos registros 
de ingestão e excreção, para evitar uma medida inexata da função renal do paciente 
e da retenção vesical. Na presença de estoma, observar o tamanho, formato e cor. 
Uma cor parda ou cianótica pode indicar um suprimento sanguíneo insuficiente e 
início de necrose, atentar aos sinais de peritonite, pois o vazamento provoca entrada 
de urina na cavidade abdominal. 
O pH da urina será verificado, visto que, a urina alcalina irrita a pele e facilita 
a formação de cristais. A irritação pode resultar também de mudança excessiva da 
bolsa de drenagem. Todas as vezes que a bolsa for trocada, a pele ao redor do 
estoma será limpa com água e sabão; se houver cristais sobre a pele, lavar com 
solução diluída de vinagre para ajudar a removê-los. Uma compressa de gaze ou 
tampão será colocada sobre o estoma durante a limpeza, para evitar que a urina flua 
sobre a pele. Durante as mudanças dos dispositivos deixar a pele exposta ao ar pelo 
35 
 
 
maior período possível. Bolsa do tipo "Karaya" não pode ser usada como bolsa 
urinária, pois é corroída pela urina. 
 O paciente pode apresentar: 
• Dor em resposta a cirurgia; e se a drenagem dos tubos urinários estiver 
obstruída; 
• Espasmos vesicais causados pela superdistensão da bexiga Irritação 
provocada pelo balonete do cateter de demora. 
 Complicações podem ocorrer: hemorragia, choque, tromboflebite, pielonefrite, 
pneumotórax e infecção. 
Deve-se observar o volume, cor, odor e concentração urinários; e estar atento 
ao débito urinário, condições e permeabilidade do sistema de drenagem, bem como 
a presença de sedimentos na urina. A ingesta líquida adequada é excepcionalmente 
importante para este paciente, no pós-operatório. Grandes quantidades de líquido 
são geralmente a regra; se o paciente pode tolerá-los por via oral, deve-se escolher 
esta via. É necessário trocar curativos sempre que for preciso, e utilizar barreira a fim 
de proteger a pele de escoriações causadas pela acidez da urina. 
Hipertrofia benigna da próstata: É o aumento da glândula prostática que acometi os 
homens após os 50 anos de idade. 
Patogenia: 
 É de causa desconhecida, mas parece ser um distúrbio hormonal que ocorre no 
processo de envelhecimento. O aumento da glândula causa o estreitamento da 
uretra prostática e pressão na bexiga, dificultando a passagem normal da urina. 
Sinais e sintomas: 
• Inicialmente é assintomático; 
• Nictúria e polaciúria 
• Sintomas de infecção urinária: disúria e febre; 
• Diminuição no tamanho e força do jato urinário; 
• A obstrução prolongada ao fluxo urinário poderá determinar complicações renais: 
Hidronefrose e insuficiência renal. 
Meios de diagnósticos: 
• Anamnese e exame físico; 
• Exame citoscópico: visualizar o aumento da próstata e comprometimento da 
parede da bexiga; 
• Urografia excretora; 
36 
 
 
• Sondagem vesical após micção: determina a quantidade de urina residual na 
bexiga; 
• Exame retal: avaliar o tamanho da próstata. 
 Prostatectomia por via: 
• Transuretral: pela uretra para retirar a próstata (geralmente 
parcial); 
• Perineal: Retropúbica ou Suprapúbica  Indicação: 
Hiperplasia prostática. 
 Pós-operatório e cuidados de enfermagem 
• Estimular os exercícios respiratórios. Observar hipovolemia: hipotensão, 
sudorese, palidez e taquicardia; 
• Observar e anotar o aspecto externo dos curativos (nas técnicas abdominais ou 
pélvicas). O curativo deverá ser trocado pela enfermeira; 
• Manter o gotejamento rápido da irrigação vesical (mais ou menos 70 gotas/min); 
trocar os frascos dos líquidos irrigadores (soro fisiológico 0,9%); 
• Anotar em gráfico especial para irrigação vesical as estradas e as saídas e o 
aspecto da drenagem; 
• manter vigilância, pois a obstrução do sistema poderá acarretar sérias 
complicações (hemorragias severas, ruptura de bexiga e morte); 
• Realizar movimentos passivos nos MMII de 1/1 hora até passarem os efeitos 
anestésicos e depois estimular exercícios ativos; 
• A deambulação deve ser evitada no pré-operatório imediato para prevenir 
ocorrência de hemorragia; 
• Aliviar a dor, pois o aumento da pressão venosa estimula os sangramentos; 
• A alimentação oral deverá ser iniciada após o retorno do peristaltismo. Observar 
e anotar a aceitação; 
• Orientar o paciente a não sentar por longos períodos, para prevenir o aumento da 
pressão intra-abdominal e, consequentemente os sangramentos; 
• Verificar SSVV; 
• Estimular a ingestão hídrica. 
11. CIRURGIAS GASTRINTESTINAIS, ABDOMINAL E ANORRETAL 
Os pacientes em período pós-cirurgias abdominais eletivas frequentemente 
precisam de assistência em UTI. O requisito para assistência intensiva pode ser uma 
necessidade de observação rigorosa, porém, mais comumente deve-se à multiplas 
37 
 
 
complicações potenciais que possam ocorrer pela complexidade da cirurgia e dos 
fatores de risco inerentes ao paciente. 
Vários procedimentos cirúrgicos são empregados no trato gastrintestinal, 
incluindo o esôfago e ânus, embora estes não estejam contidos na cavidade 
abdominal, assim como o fígado, pâncreas, vesícula biliar e baço. 
• Gastrectomia: ressecção do estômago. Pode ser subtotal. Genericamente se refere 
a qualquer cirurgia com remoção parcial ou total do estômago; é a principal 
intervenção para o tratamento de câncer gástrico extenso. 
• Pancreatectomia: é remoção parcial ou total do pâncreas. 
 Os distúrbios do pâncreas exócrino enquadram-se em 4 grupos: inflamatório 
(pancreatite aguda ou crônica), neoplasias, traumáticose genéticos (fibrose 
cística, pancreatite hereditária e familiares). 
• pancreatite aguda: é a inflamação do pâncreas que pode resultar em 
autodigestão do órgão por suas próprias enzimas. As manifestações desaparecem 
com a eliminação dos fatores causais, que podem estar relacionados com a injestão 
excessivas de álcool e doença do trato biliar. 
• Pancretite crônica: é uma doença progressiva inflamatória e destrutiva do 
pâncreas. Geralmente o tratamento é cirúrgico, tendo como objetivos corrigir a 
doença primaria, aliviar a obstrução ductal e a dor. 
 As abordagens cirúrgicas são: 
• Pancreaticojejunostomia caudal: é indicada nos casos incomuns de estenose 
isolada dos ductos pancreáticos proximais sem acometer a ampola. 
• Ressecção pancreaticoduodenal: com preservação do piloro, é indicada quando 
as grandes modificações estão confinadas à cabeça do pâncreas . 
• Pancreatectomia subtotal: é indicada quando os ductos são inadequados para 
descompressão. 
• Distúrbios traumáticos: o tratamento consiste em cirurgia para controlar 
hemorragia, debridar o tecido inviável e proporcionar drenagem das secreções 
pancreáticas. 
• Hepatectomia: é a ressecção de um ou mais lobo do fígado por neoplasia. 
• Colecistectomia : é a excisão da vesícula biliar, sendo a intervenção mais comum 
para remoção de cálculos biliares. 
38 
 
 
Esplenectomia : é a remoção do baço, sem prejuízo nos adultos por não ser um 
órgão essencial, visto que suas funções são também efetuadas por outros órgãos. 
Nas crianças sua indicação é após 6 anos de idade para não comprometer o 
sistema imune. A indicação mais frequente da esplenectomia é o rompimento do 
baço complicado por hemorragia e geralmente causada por acidentes 
traumáticos. 
• Proctolectomia : é a remoção do cólon e do reto, com fechamento do ânus. É 
utilizada comumente para tratamento da colite ulcerativa, complicações da 
doença de Chron, tumores, megacólon tóxico, abscessos e fístula. Geralmente 
é feita uma ileostomia permanente. 
 Além dos cuidados pós-operatórios gerais, o enfermeiro e a equipe de 
enfermagem permanecerá atento às complicações imediatas que incluem: 
• Distensão abdominal, 
• Obstrução intestinal , 
• Hemorragias e deiscência da linha de sutura. 
 Além disto, avaliará se ocorrem complicações cirúrgicas gerais, tais como: 
• Choque; 
• Problemas pulmonares; 
• Trombose; 
• Evisceração, íleo paralítico e infecção. 
 Geralmente durante o período pós-operatório o paciente precisará de uma sonda 
nasogástrica para prevenir a retenção de secreções gástricas. Estas sondas serão 
mantidas na mesma posição, abertas em drenagem por gravidade. Se a sonda 
nasogástrica estiver permeável (desobstruída), náuseas e vômitos não ocorrerão. 
O paciente submetido a uma gastrectomia é mais vulnerável à dor, que piora 
com a tosse e a respiração profunda, porque a incisão, localizada na porção superior 
do abdômen e a distensão também interferem na insuflação abdominal. 
No pós-operatório o paciente manterá jejum e uma sonda nasogástrica em 
drenagem. A permeabilidade desta será mantida para assegurar que o coto gástrico 
não seja distendido por um acúmulo de secreções, gases ou drenagem, que 
esticariam a sutura e romperiam o coto. O material drenado deve ser vermelho vivo 
num período de 8 a 10 horas, tornando-se esverdeado, devido à bile, após 24 horas. 
Na presença de gastrostomia, esta deve ser mantida em drenagem. 
 As complicações decorrentes do pós-operatório de gastrectomia são: 
• Úlceras marginais; 
39 
 
 
Hemorragias(causada habitualmente por uma lesão esplênica ou pelo 
desligamento de uma ligadura); 
• Gastrite por refluxo alcalino; 
• Dilatação gástrica aguda (ocorre uma sensação de plenitude, soluços ou vômitos 
que melhoram após desobstrução ou introdução de uma sonda nasogástrica); 
• Problemas nutricionais, (Síndrome de Dumping); 
• Fístula gastrojejunocólica 
• Obstrução pilórica (manifesta por vômitos e ocorre no piloro); 
• Íleo paralítico (ocorre quando a atividade motora do trato gastrintestinal não volta 
ao normal devido ao trauma cirúrgico). 
Na proctolectomia, o enfermeiro e a equipe de enfermagem deve monitorar o 
estoma (ileostomia), para certificar-se que não esteja sendo exercida pressão sobre 
o mesmo, que possa interferir na circulação. A cor será avaliada em intervalos 
frequentes. Caso torna-se pálida, pardacenta ou cianótica comunica-se ao médico 
imediatamente. As ileostomias raramente geram problemas no pósoperatório, 
porém, podem ocorrer complicações como hemorragia, hipóxia e desequilíbrio 
hidroeletrolítico. 
Considerando-se que uma ileostomia drena continuamente, será usado um kit 
para drenagem aberta de ostomia. Este deve ser moldado de forma a apresentar 
uma adaptação ao estoma, evitando-se, assim, irritação da pele, que pode variar de 
hiperemia, dermatite secretante até ulceração. A irritação pode resultar também de 
adesivos ou remoção frequente do dispositivo. A pele será lavada com água e sabão, 
enxaguada e seca, e o estoma, coberto com gaze entre as trocas. O paciente em 
Pós de pancreatectomia pode apresentar défict de volume de líquidos e desequilíbrio 
eletrolítico por vômitos, drenagem nasogástricas, jejum, desvio de fluidos corporais, 
hipertermia e sudorese. 
 Os cuidados de enfermagem do pós-operatório de proctolectomia: 
• Monitorização hemodinâmica com avaliação de possíveis mudanças hídricas; 
• Monitorar ritmo cardíaco que podem ser a primeira indicação de desequilíbrio 
eletrolítico. 
• Observar valores dos exames laboratoriais e detectar modificações significativas; 
• Observar os sinais e sintomas, indicativos de hiperglicemia, hipocalemia e 
hipocalcemia; 
• Também deve estar atento a resposta do paciente à administração de fluidos e 
hemoderivados, observando edemas, ruidos pulmonares, turgor cutâneo, estado 
de membranas mucosas e monitorar ingesta e excreção. 
40 
 
 
Monitorização da hipoglicemia. 
 Assistência de enfermagem aos pacientes em Pós de hepatectomia: 
 Variam de acordo com o grau de disfunção metabólica, problemas hemorrágicos, 
edema, ascite, incapacidade de biotransformar detritos endógenos e exógenos 
(drogas), hipoproteinemia, ictericia e complicações endócrinas e respiratórias. 
• Monitorar o estado hidroeletrolitico, devido sobrecarga hídrica podendo 
ocasionar: (edema pulmonar e ICC, possíveis sinais de sangramento); 
• Observar a permeabilidade dos drenos abdominais, a obstrução destes 
drenos podem causar aumento da pressão intrabdominal em virtude do acumulo de 
ascite e sangue; 
• Previnir as complicações trombóticas (estimular os exercícios no leito, 
deambulação precoce e a hidratação adequada) 
• Monitorar quanto ao desenvolvimento de hemorragias através de controles 
dos sinais vitais e medida da circunferência abdominal. 
 
11.1 CIRURGIAS DO INTESTINO GROSSO 
 
11.1.1 Colectomia 
 Ressecção de parte do cólon. 
Indicações: Carcinomas de cólon, enterites cicatrizantes. 
Pós-operatório: 
• Manter o paciente em posição confortável; 
• Observar sinais de choque; 
• Verificar sinais vitais; 
• Observar e anotar aspecto dos curativos (sangramento); 
• Manter sonda nasogástrica aberta e anotar volume e aspecto das drenagens; 
• Estimular exercícios respiratórios; 
• Ajudar nas mudanças de decúbito; 
• Deambulação precoce; 
• Manter corretos os gotejamentos dos soros. 
Complicações cirúrgicas: deiscência da linha de anastomose, infecção da parede 
abdominal. 
 
41 
 
11.1.2 Colostomia 
 Comunicação da luz do cólon com a parede intestinal. 
Indicações: Obstrução aguda do cólon, neoplasia intestinal, trauma intestinal, 
necrose de delgado com peritonite. 
 Pós-operatório 
• A bolsa coletora para ileostomia deve conter um orifício que ultrapassa o estoma e 
que não deixa a pele, ao redor do mesmo, exposta pois a excreção contém

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