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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 1 PROCEDIMENTO DE APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL FASE E REGIME RECURSAL Conceito: são 3 fases: 1. Fase policial Conceito: (artigos 171 a 178 do Estatuto da Criança e do Adolescente) o adolescente apreendido em flagrante é encaminhado para autoridade policial, que realizará a apuração preliminar do ato. Se o ato envolver violência ou grave ameaça, a autoridade policial deve lavrar auto de apreensão em flagrante. De outro lado, se o ato não envolver violência ou grave ameaça, a autoridade policial pode elaborar um boletim circunstanciado. Como regra, comparecendo pais ou responsáveis, o adolescente é liberado, sendo que o responsável assinará um termo afirmando que chegado o momento eles apresentarão o menor ao Ministério Público. Caso não compareçam ou, mesmo se comparecerem, o caso assim exigir, o delegado não liberará o adolescente e o encaminhará, desde logo, ao membro do Ministério Público. Se o delegado não puder encaminhar ao Ministério Público imediatamente, o adolescente deve ser levado a uma entidade, que apresentará esse adolescente ao Ministério Público no prazo de 24 horas. 2. Fase ministerial Conceito: (artigos 179 a 182 do Estatuto da Criança e do Adolescente) o Ministério Público receberá o adolescente, a apuração preliminar e seus antecedentes e realizará as oitivas informais para formar seu convencimento. Analisado o caso, o Ministério Público pode decidir: A. pela promoção do arquivamento (entende que o ato não existiu ou que a autoria não é do menor em questão), remeter ao Procurador Judicial que pode arquivar ou propor ele mesmo a representação, ou designar que outro membro a faça; B. pela concessão da remissão; C. pelo oferecimento de representação ao juiz da infância e juventude. ATENÇÃO: sendo o ato infracional equivalente a um crime de ação penal privada, a titularidade do processo socioeducativo, ainda assim é do Ministério Público. 3. Fase processual Conceito: (artigos 183 a 191 do Estatuto da Criança e do Adolescente) o Ministério Público propondo a representação, o juiz pode: A. receber a representação; ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 2 B. rejeitar a representação, por motivos ligados às formalidades, a sua análise geral. ATENÇÃO: só é possível a instauração de um processo socioeducativo antes do infrator completar 21 anos, após isso, não poderá mais, ainda que o ato tenha sido praticado enquanto ele era menor. Recebendo a representação, o juiz designa audiência de apresentação, cientificando e notificando o adolescente e seus pais ou responsáveis. ATENÇÃO: se o adolescente não for localizado, o juiz expede mandado de busca e apreensão e determina o sobrestamento do feito até que seja apresentado. Observação: se o adolescente for regularmente cientificado, mas não comparecer sem justificativa, o juiz designa outra data para a audiência e determina a condução coercitiva do infrator. Observação²: se os pais ou responsáveis não forem localizados para cientificação, o juiz deve nomear um curador especial. Após a audiência, a defesa tem 3 dias para apresentar defesa prévia. Apresentada essa defesa prévia, o juiz designa audiência em continuação para instrução, debates e julgamento. ATENÇÃO: segundo o entendimento firmado pelo STF, também na ação socioeducativa o interrogatório deve ser o último ato da instrução. Conforme a súmula 342 do STJ, é nula a desistência de outras provas em razão da confissão. Observação: se a sentença aplicar medida privativa da liberdade, a intimação deve ser do próprio adolescente e de seu defensor. Não localizado o adolescente, a intimação é de seus pais ou responsável. Se a sentença aplicar medida em meio aberto, basta a intimação do defensor. Havendo intimação pessoal do adolescente, ele deve manifestar se deseja ou não, recorrer da sentença. REGIME RECURSAL Fundamento legal: artigo 198 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Conceito: contra a sentença do procedimento, cabe o recurso de apelação, com prazo de 10 dias e tem juízo de retratação. ATENÇÃO: subsidiariamente, segue-se o regime recursal do Código de Processo Civil. Observação: o recurso é interposto independentemente de preparo e tem preferência de julgamento. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 3
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