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Aula 04 - Introdução à Contabilidade Tributária Internacional

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DESCRIÇÃO
Abordagem dos principais pontos sobre os sistemas de tributação de operações internacionais
no Brasil, ou seja, de importações e exportações.
PROPÓSITO
Compreender a importância da tributação sobre importações e exportações e seu impacto no
gerenciamento econômico e financeiro das empresas, bem como conhecer os principais
tributos e as terminologias utilizados pela contabilidade a fim de gerenciar de forma eficaz e
eficiente os tributos de operações internacionais de uma empresa.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, tenha em mãos um aplicativo de planilha eletrônica
(Excel) ou uma calculadora. Você pode usar a calculadora de seu smartphone/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os principais conceitos da tributação sobre importações e exportações
MÓDULO 2
Aplicar a contabilização de negócios internacionais em operações de importações e
exportações
MÓDULO 3
Identificar os principais conceitos relacionados às taxas aduaneiras e ao SISCOMEX
INTRODUÇÃO
Neste conteúdo, abordaremos como as empresas são tributadas em suas operações
internacionais, seja em vendas para o exterior (exportação), seja em compras do exterior
(importação). Dessa forma, serão abordados os principais pontos sobre os sistemas de
tributação de operações internacionais no Brasil.
Também abordaremos os conceitos tributários básicos sobre importações e exportações, bem
como as principais noções sobre as taxas aduaneiras. Finalmente, abordaremos os pontos
principais do SISCOMEX (Sistemas de Comércio Exterior), que é um conjunto de plataformas
em que as empresas devem informar suas operações de exportação e importação para o
governo federal.
Mais detalhadamente, estudaremos conceitos tributários sobre importações e exportações,
contabilização de importações e exportações, noções sobre taxas aduaneiras e SISCOMEX.
Abordaremos todos esses assuntos sempre com exemplos práticos e focados na tomada de
decisão da empresa.
MÓDULO 1
 Identificar os principais conceitos da tributação sobre importações e exportações
CONCEITOS INICIAIS
 
Foto: Shutterstock.com
O QUE DEVEMOS CONSIDERAR SOBRE COMÉRCIO
INTERNACIONAL?
O comércio internacional é o conjunto de operações realizadas entre os países por meio de
intercâmbio de bens e serviços e movimento de capitais. É regido por normas e regras
acordadas internacionalmente por organismos como a Organização Mundial do Comércio,
Organização Mundial das Aduanas e Câmara de Comércio Internacional.
Denomina-se comércio exterior a relação comercial de determinado país com os demais, por
meio de regras, legislação e normas internas, que visam resguardar os interesses nacionais.
Esse comércio mundial é um importante fator de desenvolvimento dos países envolvidos.
Ao se abrir ao mercado externo, um país adquire novas tecnologias, novas formas de gestão e
aprimora seus processos produtivos.
 
Imagem: Shutterstock.com
Neste módulo, estudaremos os tributos sobre as operações de comércio exterior brasileiro, ou
seja, importações e exportações. Antes disso, precisamos definir o que é importação e
exportação. A definição tributária formal de importação é a entrada de um produto de origem
estrangeira em território nacional, e, consequentemente, uma exportação é a saída de um
produto nacional com destino ao exterior para comercialização.
OS DOIS PRINCIPAIS IMPOSTOS SÃO O II (IMPOSTO
DE IMPORTAÇÃO) E O IE (IMPOSTO DE
EXPORTAÇÃO).
 
Foto: Shutterstock.com
O Imposto de Importação (II) tem como fato gerador a entrada de produtos do exterior em
território nacional.
 
Foto: Shutterstock.com
O Imposto de Exportação (IE) tem como fato gerador a saída de produtos nacionais do
território nacional.
 ATENÇÃO
Um ponto importante é que tanto o II quanto o IE são impostos que têm como finalidade, além
de arrecadar recursos, regular setores da economia que o governo queira favorecer ou
desestimular. Por isso, diversos produtos possuem taxas de Imposto de Importação ou
Exportação muito baixas (ou até zeradas), enquanto outros possuem taxas muito elevadas.
Além desses assuntos, este módulo também falará sobre como o Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços é cobrado nas operações de importações e exportações.
DEFINIÇÃO DOS IMPOSTOS
AGORA, ESTUDAREMOS O IMPOSTO DE
IMPORTAÇÃO, O IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO E O
IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E
SERVIÇOS.
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
O Imposto de Importação é de competência exclusiva da União, e o fato gerador é a entrada de
mercadoria estrangeira em solo brasileiro. Como o Brasil faz parte do Mercosul, essa tarifa é
determinada por um documento chamado Tarifa Externa Comum (TEC), que pode ser
consultado no site da Receita Federal. A base de cálculo desse imposto é o valor aduaneiro da
mercadoria.
Um passo importante para a empresa que importa produtos de origem estrangeira é que ela
deve ser habilitada para operar no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX),
procedimento regido pela Instrução Normativa RFB nº 1.603/2015. Falaremos sobre esse
sistema e as taxas aduaneiras no último módulo.
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO
Assim como o Imposto de Importação, o Imposto de Exportação é de competência exclusiva da
União, e o fato gerador é a saída de mercadoria nacional de solo brasileiro. A base de cálculo
do imposto é definida pelo seguinte artigo:
ART. 2º - A BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO É O
PREÇO NORMAL QUE O PRODUTO, OU SEU SIMILAR,
ALCANÇARIA, AO TEMPO DA EXPORTAÇÃO, EM UMA
VENDA EM CONDIÇÕES DE LIVRE CONCORRÊNCIA
NO MERCADO INTERNACIONAL, OBSERVADAS AS
NORMAS EXPEDIDAS PELO PODER EXECUTIVO,
MEDIANTE ATO DA CAMEX - CÂMARA DE COMÉRCIO
EXTERIOR. (REDAÇÃO DADA PELA MEDIDA
PROVISÓRIA Nº 2.158-35, DE 2001) 
 
§ 1º - O PREÇO À VISTA DO PRODUTO, FOB OU
POSTO NA FRONTEIRA, É INDICATIVO DO PREÇO
NORMAL.
(DECRETO-LEI Nº 1.578/1977)
De acordo com a Receita Federal, para a determinação do valor em reais da base de cálculo
do imposto, deve ser utilizada a taxa de câmbio disponível no Sisbacen (Sistema de
Informação do Banco Central), transação PTAX800, opção 5, relativa ao dia útil imediatamente
anterior ao da ocorrência do fato gerador do imposto.
 
Imagem: Shutterstock.com
O Sisbacen é o sistema eletrônico utilizado pelo Banco Central do Brasil com a finalidade de
catalogar e centralizar todas as informações financeiras nacionais. Por via de regra, a alíquota
do Imposto de Exportação é de 30%, mas o governo federal pode decidir aumentá-la ou reduzi-
la de acordo com sua política externa e/ou cambial. A alíquota do Imposto de Exportação,
entretanto, nunca poderá ser superior a 150%.
IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE
MERCADORIAS E SERVIÇOS
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, mais conhecido como ICMS, é um
imposto de competência estadual que incide sobre a circulação de mercadorias e sobre
serviços específicos. O ICMS está previsto na Constituição e está regulamentado na Lei Kandir
(Lei Complementar nº 87/1996, alterada posteriormente pelas Leis Complementares nº
92/1997, 99/1999 e 102/2000).
O fato gerador do ICMS é a comercialização de bens no interior do país ou na importação
desses bens para o território nacional. Esse imposto é indireto, pois o valor do imposto vem
embutido no valor do produto. Um fato importante de se destacar é que o ICMS integra sua
base de cálculo, ou seja, se o ICMS fosse de 10% e o valor do produto fosse de R$100,00 sem
o ICMS, um cálculo “por fora” daria o ICMS como R$10,00 (10% sobre R$100,00), mas como o
cálculo do ICMS é “por dentro”, o valor do ICMS é de R$11,11 (R$100/0,9 – R$100).
A ALÍQUOTA DO ICMS PARA IMPORTAÇÃO É A
MESMA DA ALÍQUOTA INTERNA DOMÉSTICA, MAIS
4% PARA OPERAÇÕES INTERESTADUAIS, MAIS O
DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA, CONHECIDO COMO
DIFAL.
Como exemplo, suponha que uma loja virtual localizada no Rio de Janeiro tenha comprado
mercadoria chinesa em uma trading company (responsável por intermediar fabricantes e
compradores em processos de importação ou exportação) localizada em São Paulo. Paraenviar o produto, o valor do ICMS é obtido da seguinte forma: 12% de alíquota interna (SP) +
4% de alíquota interestadual para importados + 8% (12% – 4%) de Difal, totalizando 24% de
ICMS.
 
Foto: Shutterstock.com
No Brasil, as exportações são incentivadas com um regime tributário diferenciado. A
Constituição Federal de 1988 determinou que os seguintes impostos não são incidentes sobre
exportações:
IPI (art. 153, §3º, III)
PIS/COFINS (art. 149, §2º, I)
ICMS (art. 155, §2º, X, “a”)
Portanto, não é incidente ICMS na exportação!
CÁLCULO DE IMPOSTOS
 
Imagem: Shutterstock.com
AGORA, ANALISAREMOS OS CÁLCULOS DOS
IMPOSTOS DE IMPORTAÇÃO, ICMS E DE
EXPORTAÇÃO.
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO E ICMS
Agora calcularemos o imposto de uma empresa que importa celulares para revenda no Brasil.
Mais especificadamente, ela importa em São Paulo para revenda no Rio de Janeiro. Os
celulares são importados por U$100 a unidade, e a conversão do dólar no sistema Sisbacen é
de R$5,00 por dólar. De acordo com a Tarifa Externa Única, o código para telefones celulares
portáteis é 8517.12.31, com tarifa de 16%. A alíquota de ICMS interestadual de São Paulo para
o Rio de Janeiro é de 12%. Qual o valor dos impostos de II e ICMS?
 
Imagem: Shutterstock.com
Primeiramente, vamos transformar o valor do celular para reais. Como cada celular foi
importado a U$100 a unidade, e a conversão do dólar no sistema Sisbacen é de R$5,00 por
dólar, então o valor do celular é de R$500,00. Em cima desse valor iremos calcular o valor do
Imposto de Importação: 16% x R$500,00 = R$80,00. Agora, passaremos a calcular o ICMS.
 
Imagem: Shutterstock.com
O ICMS é um pouco diferente, pois incide sobre o valor completo, incluindo despesas
aduaneiras. Como só falaremos das despesas aduaneiras no módulo 3, nesse exemplo o único
valor a ser somado ao valor da importação é o Imposto de Importação (II), totalizando
R$500,00 + R$80,00 = R$580,00. O valor da alíquota será de 12% de alíquota interna (SP) +
4% de alíquota interestadual para importados + 8% (12% – 4%) de Difal, totalizando 24% de
ICMS. O cálculo do ICMS a pagar será de (R$580,00 / (1 – 0,24)) – R$580,00 = R$763,16 –
R$580,00 = R$183,16.
Os valores totais de impostos são: R$183,16 de ICMS e R$80,00 de II, totalizando R$263,16
de impostos, com alíquota total efetiva de 52,63%.
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO
O Imposto de Exportação atualmente no Brasil está em 30%, como visto neste módulo. E,
relembrando, a Constituição Federal de 1988 exime, nas exportações, o pagamento de ICMS,
portanto, no exemplo que daremos a seguir, apenas o Imposto de Exportação será calculado.
Uma empresa exporta cachaça para a Europa. O preço de venda para o exterior é de R$40,00
por garrafa. Qual o valor do Imposto de Exportação devido?
Nesse caso, o valor do IE é de R$40,00 x 30% = R$12,00. Portanto, o valor do Imposto de
Exportação é de R$12,00 e o valor que fica com a empresa para pagar os seus custos e
remunerar o seu capital é de R$28,00. Assim sendo, a empresa que busca exportar deve
incluir os custos com o Imposto de Exportação no seu orçamento interno.
SÍNTESE DOS PRINCIPAIS CONCEITOS
TRIBUTÁRIOS SOBRE IMPORTAÇÕES E
EXPORTAÇÕES
 
Foto: Shutterstock.com
O QUE PRECISO SABER SOBRE OS PRINCIPAIS
IMPOSTOS QUE INCIDEM SOBRE IMPORTAÇÕES?
Os principais impostos que incidem sobre importações são o Imposto de Importação, que é
definido em tabela do Mercosul, e o ICMS. O ICMS é um imposto diferente, pois a sua alíquota
integra a sua base de cálculo, e, portanto, não é feito apenas multiplicando a alíquota pelo
valor, mas sim dividindo o valor por 1 menos a alíquota. Além disso, para operações
interestaduais, deve ser colocado o Difal, e a alíquota é de 4% para importações.
Já sobre as exportações, apenas o Imposto de Exportação irá incidir, tendo em vista que essa
operação é isenta de ICMS. A alíquota do Imposto de Exportação é de 30% e pode ser
alterada por ato do Poder Executivo Federal até o limite de 150%.
Agora que já aprendemos os principais conceitos tributários sobre importações e exportações,
iremos saber mais, no módulo 2, sobre a contabilização de negócios internacionais em
operações de importações e exportações.
CONCEITOS TRIBUTÁRIOS SOBRE
IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES
Neste vídeo, explicaremos sobre os tributos incidentes sobre importações e exportações,
mencionando os fatos geradores, as alíquotas e a base de cálculo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUAL É A ALÍQUOTA DE IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO?
A) 12%
B) 20%
C) 30%
D) 40%
E) 50%
2. QUANDO É COBRADO O DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA?
A) Quando há importação e o produto é direcionado ao mesmo estado da federação.
B) Quando há exportação e o produto é direcionado ao mesmo estado da federação.
C) Quando há exportação e o produto é direcionado a um diferente estado da federação.
D) Quando há importação e o produto é direcionado a um diferente estado da federação.
E) O Diferencial de Alíquota nunca é cobrado.
GABARITO
1. Qual é a alíquota de Imposto de Exportação?
A alternativa "C " está correta.
 
Como regra geral, a alíquota do Imposto de Exportação é de 30%, podendo ser alterada por
ato do Poder Executivo Federal até o limite de 150%.
2. Quando é cobrado o Diferencial de Alíquota?
A alternativa "D " está correta.
 
O Diferencial de Alíquota sempre incorre quando um produto de um estado é direcionado a
outro. Portanto, não pode ser na exportação, pois o direcionamento é para país estrangeiro,
sendo cobrado apenas na importação com direcionamento a outro estado.
MÓDULO 2
 Aplicar a contabilização de negócios internacionais em operações de importações e
exportações
CONCEITOS INICIAIS
No módulo 1, aprendemos os pontos básicos sobre as importações e exportações: Imposto de
Importação, Imposto de Exportação e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
Neste módulo, compreenderemos como é feita a contabilização desses tributos, e não só
deles, mas também de operações de negócios internacionais em moeda estrangeira.
Com a globalização e o advento da internet, atualmente é muito mais fácil para pequenas e
médias empresas exportarem e importarem produtos e serviços. Assim sendo, a contabilização
de negócios internacionais é essencial para cada vez mais empresas no mercado. Por isso,
esse conhecimento, que tem sido muito valorizado, será o assunto deste módulo!
CONTABILIZAÇÃO DE NEGÓCIOS
INTERNACIONAIS
AGORA, VAMOS ESTUDAR SOBRE A MOEDA
FUNCIONAL E AS TRANSAÇÕES EM MOEDA
ESTRANGEIRA, ALÉM DE ANALISAR UM EXEMPLO DE
CONTABILIZAÇÃO DE MOEDA ESTRANGEIRA.
MOEDA FUNCIONAL
De acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2010), no CPC 2(R2), a moeda
funcional é:
“[...] a moeda do ambiente econômico principal no qual a entidade opera. [...] o ambiente
econômico principal no qual a entidade opera é normalmente aquele em que principalmente ela
gera e despende caixa. A entidade deve considerar os seguintes fatores na determinação de
sua moeda funcional: 
 
(a) a moeda: 
(i) que mais influencia os preços de venda de bens e serviços (geralmente é a moeda na qual
os preços de venda para seus bens e serviços estão expressos e são liquidados); e (ii) do país
cujas forças competitivas e regulações mais influenciam na determinação dos preços de venda
para seus bens e serviços;
 
(b) a moeda que mais influencia fatores como mão de obra, matéria-prima e outros custos para
o fornecimento de bens ou serviços (geralmente é a moeda na qual tais custos estão
expressos e são liquidados).”
UMA EMPRESA BRASILEIRA PODE TER COMO
MOEDA FUNCIONAL O DÓLAR AMERICANO, SE ESSA
FOR A MOEDA QUE A EMPRESA USA PARA
“PENSAR”.
Vamos ver como isso funciona na prática? Acompanhe os casos a seguir:
 
Foto: Shutterstock.com
Quando Roberto viaja para os Estados Unidos e vê um produto ser vendido a U$50,00, ele
pensa não em dólares americanos, mas faz a conversão para reais, em sua mente, a fim de
saber se o produto está caro ou barato. Nesse caso, a moeda funcional dessa pessoa é o
real Essa lógicaé idêntica àquela feita para as empresas determinarem suas moedas
funcionais também.
 
Foto: Shutterstock.com
Heitor, dono de uma empresa brasileira produtora de pneus de veículos.
A empresa de Heitor produz pneus de veículos e toda a sua produção é exportada para a
Europa em euros, além disso, todo o seu orçamento interno é feito em euros, bem como o
cálculo dos seus custos, que, embora seja pago em reais, é convertido para euros no cálculo
orçamentário. Portanto, no caso dessa empresa, fica claro que a sua moeda funcional é o euro.
TRANSAÇÕES EM MOEDA ESTRANGEIRA
Para entender as transações em moeda estrangeira, considere a seguinte definição:
[...] UMA TRANSAÇÃO EM MOEDA ESTRANGEIRA É A
TRANSAÇÃO QUE É FIXADA OU REQUER SUA
LIQUIDAÇÃO EM MOEDA ESTRANGEIRA, INCLUINDO
TRANSAÇÕES QUE SÃO ORIGINADAS QUANDO A
ENTIDADE: COMPRA OU VENDE BENS OU SERVIÇOS
CUJO PREÇO É FIXADO EM MOEDA ESTRANGEIRA,
OBTÉM OU CONCEDE EMPRÉSTIMOS, QUANDO OS
VALORES A PAGAR OU A RECEBER SÃO FIXADOS EM
MOEDA ESTRANGEIRA, OU DE ALGUMA OUTRA
FORMA, ADQUIRE OU DESFAZ-SE DE ATIVOS, OU
ASSUME OU LIQUIDA PASSIVOS FIXADOS EM MOEDA
ESTRANGEIRA.
(COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2010)
Essas transações devem ser contabilizadas e divulgadas com a conversão para a moeda
funcional da entidade. Se a empresa ainda possuir os itens monetários em moeda estrangeira,
estes devem ser convertidos, usando-se a taxa de câmbio de fechamento do balanço. Porém,
se os itens foram mensurados pelo custo histórico (por exemplo, importação de mercadoria do
exterior para revenda), estes devem ser convertidos usando-se a taxa de câmbio vigente na
data em que a transação ocorreu. Finalmente, se a entidade possuir itens monetários em
moeda estrangeira que estão contabilizados pelo método do valor justo, estes devem ser
convertidos, usando-se as taxas de câmbio vigentes nas datas em que o valor justo tiver sido
mensurado.
Muitas vezes, essas operações podem resultar em perda ou ganho cambial.
Essa perda ou ganho cambial é registrado com contrapartida no resultado da empresa e
normalmente divulgado na Declaração de Outros Resultados Abrangentes. Por exemplo, a
empresa pode manter uma conta bancária em dólares para recebimento e pagamento em
moeda americana e a variação do preço do dólar pode gerar esse ganho ou essa perda
cambial, que será registrado contabilmente.
EXEMPLO DE CONTABILIZAÇÃO DE MOEDA
ESTRANGEIRA
Vamos analisar um exemplo de uma empresa que só fez uma transação em moeda
estrangeira, a venda de mercadorias para o exterior por U$10.000,00 recebidos em conta
internacional em dólares.
 
Imagem: Shutterstock.com
Essa transação ocorreu em 18/11/X1, e ela mantém esse valor em dólares sem fazer o câmbio
para reais até a data das demonstrações financeiras em 31/12/X1. O dólar, na data de
18/11/X1, estava cotado a R$4,80 e, em 31/12/X1, a cotação era de R$5,03. A moeda funcional
da empresa é o real. Como serão feitos os lançamentos contábeis?
Abaixo, temos o lançamento contábil a ser realizado no dia 18/11/X1:
D – Conta-Corrente em Dólar = R$48.000,00
C – Receita de Venda de Mercadorias = R$48.000,00
No dia 31/12/X1, a empresa teve ganho de R$50.300,00 – R$48.000,00 = R$2.300,00. Esse
valor deve ser contabilizado como Ganho Cambial da seguinte maneira:
D – Conta-Corrente em Dólar = R$2.300,00
C – Ganho Cambial = R$2.300,00
Sendo, portanto, demonstrado na Declaração de Outros Resultados Abrangentes com uma
variação positiva.
MAS O QUE OCORRERIA SE, EM VEZ DO VALOR DO
DÓLAR TER SUBIDO PARA R$5,03, ELE TIVESSE
CAÍDO PARA R$4,63?
Nesse caso, a empresa não teria um ganho cambial, mas sim uma perda cambial no valor de
R$48.000,00 – R$46.300,00 = R$1.700,00, e as contas de débito e crédito deveriam ser
invertidas da seguinte maneira:
D – Perda Cambial = R$1.700,00
C – Conta-Corrente em Dólar = R$1.700,00
CONTABILIZAÇÃO DE NEGÓCIOS
INTERNACIONAIS
Explicaremos os conceitos de moeda funcional, transações em moeda estrangeira e como são
contabilizadas.
TRATAMENTO CONTÁBIL DOS IMPOSTOS
DE IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E ICMS
NA IMPORTAÇÃO
 
Imagem: Shutterstock.com
No módulo 1, falamos sobre os Impostos de Importação, Exportação e ICMS na exportação.
Também aprendemos como fazer o cálculo desses impostos. Nesta seção, faremos a
contabilização dos reconhecimentos e dos pagamentos relacionados a esses tributos.
Primeiramente, abordaremos as exportações, uma vez que essas são mais simples, tendo em
vista que não incide ICMS na exportação e o Imposto de Exportação, por via de regra, é de
30%. Veremos a seguir um exemplo ilustrativo de cálculo e reconhecimento contábil de uma
exportação.
Uma empresa que exporta soja vendeu 10 toneladas de soja a U$355 a tonelada. O dólar do
dia era cotado a R$5,07, convertidos imediatamente no recebimento, e a empresa incorreu em
taxas de câmbio de R$125,00. Como deve ser o reconhecimento contábil dessa venda?
A princípio, deve ser reconhecida a receita de venda no valor de U$355 x R$5,07 x 10 =
R$17.998,50. Mas a empresa só recebeu R$17.998,50 – R$125,00 = R$17.873,50, pois
incorreu em taxas de câmbio. Logo, o lançamento contábil é:
D – Caixa (Conta-Corrente) = R$17.873,50
D – Despesa Cambial = R$125,00
C – Receita = R$17.998,50
Com relação ao imposto, ele incorre em relação ao valor da receita total em reais.
Consequentemente, o valor de imposto será calculado sobre 17.998,50 ao se aplicar uma
alíquota de 30%, gerando o valor de R$17.998,50 x 0,30 = R$5.399,55 que serão
contabilizados da seguinte forma:
D – Despesa com Impostos sobre Exportação = R$5.399,55
C – Impostos sobre Exportação a Pagar (Passivo) = R$5.399,55
Na data de pagamento, haverá um débito na conta de passivo, zerando a obrigação, e um
crédito na conta de caixa.
AGORA, VEREMOS UM EXEMPLO RELACIONADO A
UM PROCESSO DE IMPORTAÇÃO, COM INCIDÊNCIA
DO IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÕES, ICMS E SUAS
CONTABILIZAÇÕES.
Uma empresa brasileira importa vinhos tipo champagne para revenda no Brasil. O Imposto de
Importação é de 20% de acordo com a Tarifa Externa Comum, código 2204.10.10. Cada
garrafa custa U$18,00 e o dólar do dia é de R$4,98. A compra é feita por uma empresa paulista
que envia o vinho para o estado do Espírito Santo. A tarifa interestadual de ICMS, nesse caso,
é de 7%. Vamos calcular o valor a ser pago de II, ICMS, e realizar os lançamentos contábeis
dos impostos a pagar.
 
Foto: Shutterstock.com
Inicialmente, temos de calcular o valor do Imposto de Importação que é de 20% x U$18,00 x
R$4,98 = R$17,93. Ou seja, o valor para base de cálculo do ICMS será de U$18,00 x R$4,98 +
R$17,93 = R$89,64 + R$17,93 = R$107,57. O valor do ICMS será de 7% + 4% + 3% (Difal de
7% – 4%) = 14%. O valor do ICMS será de (R$107,57 / (1 – 0,14)) – R$107,57 = R$17,51. O
custo total para a empresa é, então, de R$89,64 + R$17,93 + R$17,51 = R$125,08.
Os lançamentos tributários serão os seguintes:
D – Despesas com Imposto de Importação = R$17,93 
C – Imposto de Importação a pagar (Passivo) = R$17,93
D – Despesas com ICMS = R$17,51 
C – ICMS a pagar (Passivo) = R$17,51
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UMA EMPRESA DO SETOR DE QUEIJOS PREPARADOS
ARTESANALMENTE NO BRASIL EXPORTA PARTE DE SUA PRODUÇÃO
POR U$12.000,00 A UM DÓLAR A R$5,17 NA DATA DE EXPORTAÇÃO.
QUANTO ELA PAGARÁ DE IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO?
A) R$17.612,00
B) R$18.612,00
C) R$19.612,00
D) R$20.612,00
E) R$21.612,00
2. QUAL DOS SEGUINTES CRITÉRIOS PODE SER USADO PARA
DETERMINAR A MOEDA FUNCIONAL DE UMA EMPRESA?
A) A moeda que menos influencia os preços de venda de bens e serviços.
B) A moeda que não influencia os preços de venda de bens e serviços.
C) A moeda que menos influencia fatores como mão de obra, matéria-prima e outros custos.
D) A moeda que mais influencia os preços de venda de bens e serviços.
E) A moeda que não influencia fatores como mão de obra, matéria-prima e outros custos.
GABARITO
1. Uma empresa do setor de queijos preparados artesanalmente no Brasil exporta parte
de sua produção por U$12.000,00 a um dólar aR$5,17 na data de exportação. Quanto ela
pagará de Imposto de Exportação?
A alternativa "B " está correta.
 
Para começar, temos de calcular a base de cálculo do Imposto de Exportação. O valor é de
U$12.000,00 x R$5,17 = R$62.040,00, valor que sofrerá a incidência de 30% de Imposto de
Exportação, totalizando R$62.040,00 x 30% = R$18.612,00 a pagar de Imposto de Exportação.
2. Qual dos seguintes critérios pode ser usado para determinar a moeda funcional de
uma empresa?
A alternativa "D " está correta.
 
De acordo com o CPC 2(R2), a moeda funcional é “a moeda do ambiente econômico principal
no qual a entidade opera”, e de acordo com esse mesmo CPC uma das formas de determinar
essa moeda é identificando a moeda que mais influencia os preços de venda de bens e
serviços.
MÓDULO 3
 Identificar os principais conceitos relacionados às taxas aduaneiras e ao SISCOMEX
CONCEITOS INICIAIS
Nos módulos anteriores, abordamos os impostos incidentes sobre as transações internacionais
― importações e exportações ― e tratamos das contabilizações de negócios internacionais e
dos tributos. Agora, apresentaremos noções básicas sobre as taxas aduaneiras e o
SISCOMEX.
As taxas aduaneiras, também conhecidas como tarifas aduaneiras, são os impostos que os
produtos pagam quando passam pela “aduana”, ou seja, são importados por países
estrangeiros. Essas taxas são as que os produtos brasileiros pagam quando são importados
por outros países, ou seja, quando são exportados pelo Brasil.
VOCÊ JÁ OUVIU FALAR NO SISCOMEX?
O SISCOMEX, acrônimo de Sistema Integrado de Comércio Exterior, é um instrumento
administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das
operações de comércio exterior. Ele foi instituído pelo Decreto nº 660, de 25 de setembro de
1992, e teve como objeto informatizar a documentação de importação e exportação, processo
realizado anteriormente por meio de declarações em papel, carimbos e assinaturas.
Antes de falar mais sobre SISCOMEX, primeiro comentaremos sobre as taxas
aduaneiras.
TAXAS ADUANEIRAS
O QUE É PRECISO ENTENDER SOBRE TAXAS
ADUANEIRAS?
Assim como o Brasil cobra impostos de importação sobre seus produtos, os países
estrangeiros também cobram impostos sobre as importações realizadas em seus países.
Portanto, os exportadores devem estar atentos às taxas aduaneiras de seus produtos, pois
isso afeta o seu lucro e a possibilidade de cobrar valores mais elevados por eles.
Muitos países possuem uma política de taxas aduaneiras muito protecionista, ou seja, cobram
impostos de importação altíssimos a fim de arrecadar recursos e estimular a indústria interna.
No entanto, outros países possuem uma política muito mais voltada ao livre mercado, cobrando
menos impostos de importação, e, assim, seus habitantes podem usufruir de produtos
importados a preços menores.
Além disso, devemos nos atentar para o fato de que o Brasil possui acordo de livre-comércio
com os países no âmbito do Mercosul. Logo, os produtos por eles produzidos possuem livre
circulação entre os países-membros. Fazem parte do grupo o Brasil, o Uruguai, a Argentina e o
Paraguai. Em 2021, a Venezuela se encontra suspensa e a Bolívia está em processo de
adesão.
Para empresas que buscam exportar os seus produtos, a exportação para os países do
Mercosul pode ser um primeiro passo importante, pois como eles formam uma união
aduaneira, não só não existem taxas aduaneiras, bem como o processo de exportação e
importação das mercadorias pelo país de destino é mais simples.
SISCOMEX
ANTES DE UTILIZAR O SISCOMEX, TODA PESSOA
FÍSICA OU JURÍDICA DEVE SE HABILITAR NELE.
Essa habilitação no SISCOMEX consiste em uma prévia análise daqueles que pretendem
realizar operações de comércio exterior em um posto da Receita Federal. As normas que
tratam dessa habilitação são a Instrução Normativa SRF nº 650, de 12 de maio de 2006, e o
Ato Declaratório Executivo Coana nº 3, de 1º de junho de 2006.
São quatro os tipos de habilitação: a habilitação ordinária, a habilitação simplificada, a
habilitação especial e a habilitação restrita. A escolha do tipo de modalidade de habilitação
mais apropriada a cada empresa é livre, no entanto, essa escolha é de sua inteira
responsabilidade.
A seguir, analisaremos cada tipo de modalidade.
HABILITAÇÃO ORDINÁRIA
É a habilitação que dá mais liberdade para a empresa, habilitando-a a realizar qualquer tipo de
operação. Nesse tipo de modalidade, a empresa está sujeita ao acompanhamento da Receita
Federal com base na análise prévia da sua capacidade econômica e financeira.
HABILITAÇÃO SIMPLIFICADA
É para pessoas jurídicas (com ou sem fins lucrativos) que estejam habilitadas a utilizar o
Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul), ou que atuem exclusivamente como pessoa
jurídica encomendante, ou, ainda, que apenas atuem no comércio exterior em valor de
pequena monta (U$150.000,00 por seis meses consecutivos para importação e U$300.000,00
para exportações), entre outras. Ao optar pelo tipo de modalidade simplificada para operações
de pequena monta, a empresa fica desonerada de apresentar uma série de documentos, além
de ter o seu pedido analisado em, no máximo, dez dias. Em contrapartida, submete-se às
restrições desse tipo de modalidade. Deve-se destacar que, para empresas habilitadas no
SISCOMEX para operações de pequena monta, tendo em vista o limite imposto pela
legislação, o próprio SISCOMEX impede o registro de Declaração de Importação (DI) ou
Declaração Simplificada de Importação (DSI) em desacordo com o estabelecido. Isso
acontece, principalmente, quando a empresa excede os valores liberados para importação
(U$150.000,00 por seis meses consecutivos para as importações).
HABILITAÇÃO ESPECIAL
É destinada apenas aos órgãos da administração pública direta, à autarquia, à fundação
pública, ao órgão público autônomo e aos organismos internacionais. Por exemplo, caso uma
universidade pública deseje realizar importações de materiais para suas pesquisas, ela poderia
solicitar a habilitação especial no SISCOMEX.
HABILITAÇÃO RESTRITA
É concedida apenas para pessoas físicas e jurídicas que já estiveram habilitadas no
SISCOMEX, e não mais estão, acessarem o sistema para consulta ou realização de retificação
de alguma declaração.
A seguir, veja um exemplo de cinco empresas diferentes que estão habilitadas de forma
simplificada no SISCOMEX por operações de pequena monta e possuem bloqueios em
diferentes meses do ano para suas importações:
A B C D E
A B C D E
Agosto U$100.000 U$80.000 U$30.000 U$10.000 U$0
Setembro U$50.000 U$0 U$20.000 U$5.000 U$0
Outubro Bloqueado U$70.000 U$25.000 U$25.000 U$0
Novembro Bloqueado Bloqueado U$75.000 U$50.000 U$100.000
Dezembro Bloqueado Bloqueado Bloqueado U$60.000 U$30.000
Janeiro Bloqueado Bloqueado Bloqueado Bloqueado U$20.000
Fevereiro Liberado Bloqueado Bloqueado Bloqueado Bloqueado
Quadro: Exemplos de operações no SICOMEX no modelo simplificado. 
Elaborado por: Rodrigo de Oliveira Leite
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
A empresa A “estourou” o seu limite de U$150.000,00 nos dois primeiros meses e, por isso,
teve o seu SISCOMEX bloqueado, sendo apenas liberado em fevereiro, após passar o limite de
seis meses. Em fevereiro, a empresa A está liberada para atuar em operações de até
U$100.000,00, pois os U$50.000,00 de setembro ainda estarão contando para o cálculo do
limite.
Já as empresas B, C, D e E estão bloqueadas em diferentes períodos, mesmo com a empresa
E, por exemplo, ficando três meses sem operar, ela “estourou” o limite em três meses e, por
isso, foi bloqueada em fevereiro.
OPERAÇÕES DE DRAWBACK
Além dessas habilitações, uma outra faceta importante do SISCOMEX é o registro de
importações no regime de drawback. O drawback se configura como um regime aduaneiro
especial, instituído pelo Decreto-Lei nº 37, de 21 de novembro de 1966, e que consiste na
suspensão ou eliminação de tributos incidentes sobre insumos importados parautilização em
produto exportado. O mecanismo funciona como um incentivo às exportações, pois reduz os
custos de fabricação de produtos exportáveis, tornando-os mais competitivos no mercado
internacional. Quase um terço das isenções concedidas pelo governo federal advém do regime
de drawback.
 
Imagem: Shutterstock.com
VEJAMOS AS TRÊS MODALIDADES DE DRAWBACK:
 
Imagem: Shutterstock.com
ISENÇÃO
Nessa modalidade, os tributos incidentes na importação de mercadoria são isentos, em
quantidade e qualidade equivalentes, para destinação à reposição de outra mercadoria
importada anteriormente, com pagamento de tributos, e utilizada na industrialização de produto
exportado.
 
Imagem: Shutterstock.com
SUSPENSÃO
Nessa modalidade, ocorre a suspensão dos tributos incidentes na importação de mercadoria a
ser utilizada na industrialização de produto que deve ser exportado.
 
Imagem: Shutterstock.com
RESTITUIÇÃO DE TRIBUTOS
Essa modalidade trata da restituição de tributos pagos na importação de insumo utilizado em
produto exportado. Entretanto, devemos ressaltar que, de acordo com a Receita Federal, o
regime de drawback por restituição quase não é mais utilizado (apenas 3% se utilizam dele).
Se a empresa, nos últimos dois anos, realizou importação de insumos pagando tributos e agora
precisa substituí-los, ela pede a isenção dos tributos. Contudo, caso a empresa não possua
compra nos últimos dois anos, ela pode pedir a suspensão do tributo ao firmar um
compromisso de que ela irá realizar a exportação dos produtos que serão transformados a
partir dos insumos comprados.
QUAIS IMPOSTOS ESTÃO INCLUSOS NO REGIME DE
DRAWBACK?
De acordo com o site da Receita Federal, estão inclusos o Imposto de Importação - II, o
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, o Imposto sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha
Mercante – AFRMM, além da dispensa do recolhimento de taxas que não correspondam à
efetiva contraprestação de serviços, nos termos da legislação em vigor.
Sendo assim, o regime aduaneiro especial de drawback é uma ferramenta importante para as
empresas diminuírem os seus custos de produtos exportados, caso elas necessitem de
insumos para importação no Brasil.
TAXAS ADUANEIRAS E SISCOMEX
Neste vídeo, explicaremos os conceitos de taxas aduaneiras, e como elas devem ser
consideradas nos custos das empresas exportadoras, e apresentaremos o Siscomex,
indicando os tipos de habilitação possíveis e as operações de drawback.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UMA EMPRESA QUE IMPORTA PRODUTOS PARA VENDA EM UMA
PEQUENA LOJA ESTIMOU QUE IMPORTA CERCA DE U$100.000,00 POR
ANO DE PRODUTOS ADVINDOS DO EXTERIOR. EM QUAL TIPO DE
MODALIDADE ELA DEVERIA PEDIR HABILITAÇÃO PARA A RECEITA
FEDERAL NO SISCOMEX?
A) Habilitação simplificada.
B) Habilitação especial.
C) Habilitação restrita.
D) Habilitação ordinária.
E) Habilitação usual.
2. UMA EMPRESA COMPRA VEÍCULOS FABRICADOS NA ARGENTINA
PARA REVENDA EM TERRITÓRIO NACIONAL. QUANTO ELA DEVE
PAGAR DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO, EM PONTOS PERCENTUAIS?
A) 30%
B) 20%
C) 10%
D) 0%
E) Depende do estado da federação em que a empresa está domiciliada.
GABARITO
1. Uma empresa que importa produtos para venda em uma pequena loja estimou que
importa cerca de U$100.000,00 por ano de produtos advindos do exterior. Em qual tipo
de modalidade ela deveria pedir habilitação para a Receita Federal no SISCOMEX?
A alternativa "A " está correta.
 
A habilitação simplificada é para pessoas jurídicas que se enquadrem na importação de até
U$150.000,00 por seis meses consecutivos. Como a empresa importa apenas U$100.000,00
de produtos por ano, fica claro que ela se enquadra dentro desse limitador e pode solicitar a
habilitação simplificada.
2. Uma empresa compra veículos fabricados na Argentina para revenda em território
nacional. Quanto ela deve pagar de Imposto de Importação, em pontos percentuais?
A alternativa "D " está correta.
 
A Argentina é um país que faz parte do Mercosul, assim como Brasil, Paraguai e Uruguai. Os
países-membros do Mercosul fazem parte de uma união aduaneira e há o livre mercado entre
os seus membros. Portanto, não será devido o Imposto de Importação nessa operação.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, abordamos os principais pontos sobre os tributos que incidem nas operações
de negócios internacionais no Brasil. Aprendemos que os dois principais tributos sobre
importações e exportações são o Imposto sobre Importações (II) e o Imposto sobre
Exportações (IE). Além disso, também vimos que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços incide sobre importações, mas não sobre exportações. Adicionalmente, também
entendemos o Diferencial de Alíquota (Difal) em importações que se destinam a empresas de
estado diferente do local da importação.
No módulo 2, apresentamos os tratamentos contábeis de negócios internacionais, importações
e exportações. Compreendemos o conceito de moeda funcional, que, de acordo com o CPC
2(R2), configura-se como “a moeda do ambiente econômico principal no qual a entidade
opera”. Depois, vimos como devem ser tratadas as transações com moedas estrangeiras e
como elas devem ser contabilizadas. Aprendemos também que os ganhos e as perdas
cambiais normalmente são contabilizados em Outros Resultados Abrangentes.
Ainda no módulo 2, falamos sobre como deve ser feito o tratamento contábil dos Impostos de
Importação, Exportação e ICMS na importação. Como o ICMS na importação é calculado “por
fora”, o seu reconhecimento contábil depende da conversão e dos impostos que incidiram
sobre o valor do produto, e só depois disso o ICMS é calculado. Além disso, o ICMS é
calculado como o valor da divisão da base de cálculo sobre 1 menos a alíquota, diferentemente
dos outros impostos nos quais o cálculo é feito sobre o valor da base de cálculo vezes a
alíquota.
No módulo 3, conhecemos noções básicas sobre taxas aduaneiras e SISCOMEX. As taxas
aduaneiras são os impostos que os países estrangeiros cobram sobre importações realizadas
em seus países. Já o SISCOMEX é o sistema no qual importadores e exportadores devem se
cadastrar para retirar as suas mercadorias das aduanas brasileiras. São quatro as modalidades
de habilitação no SISCOMEX: ordinária, simplificada, especial e restrita. E, por fim, tratamos
das operações de drawback, que é um regime aduaneiro especial voltado à importação de
insumos para fabricação de produtos destinados à exportação.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AMARO, L. Direito Tributário brasileiro. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
ASHIKAGA, C. E. G. Análise da tributação na importação e na exportação de bens e
serviços. 6. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2016.
BRASIL. Código Tributário Nacional. Brasília, 1966.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 02 (R2) - Efeitos das mudanças nas
taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis. 2010.
BORINELLI, M. L.; PIMENTEL, R. C. Contabilidade para gestores, analistas e outros
profissionais: de acordo com os pronunciamentos do CPC e IFRS. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2017.
GELBCKE, E.; SANTOS, A.; IUDÍCIBIS, S.; MARTINS, E. Manual de Contabilidade
Societária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as normas internacionais e do
CPC. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
PÊGAS, P. H. Manual de Contabilidade Tributária. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
EXPLORE+
Recomendamos a leitura do livro Análise da tributação na importação e na exportação de
bens e serviços, de Carlos Eduardo Garcia Ashikaga (6. ed., Editora Aduaneiras). Esse
livro, com linguagem simples, direta e objetiva, explicita os pontos fundamentais para
realizar operações de importação, exportação e comércio exterior. Também abordao II,
IE, IPI, PIS/Pasep, Cofins, ICMS, IRPJ, CSLL, Cide, ISS, além da tributação diferenciada
dos regimes aduaneiros e outras operações de comércio exterior (importação por conta e
ordem de terceiros e importação por encomenda). Ainda, trata da tributação na
importação e na exportação de serviços, que representa um mercado em franca
expansão no Brasil.
CONTEUDISTA
Rodrigo de Oliveira Leite

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