Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 2 Um retrato da escola culturalmente responsiva Edição 1ª Tradução e adaptação Claudia Zuppini Dalcorso sócia-fundadora da Elos Educacional Revisão Silvana Tamassia Diagramação e revisão gráfica Thaís Laguna Elos Educacional Santo André 2022 ISBN nº 978-65-86579-15-4 3 Sumário INTRODUÇÃO..................................................................................................................................... 4 UM RETRATO DA ESCOLA CULTURALMENTE RESPONSIVA ...................................................... 5 TERMOS CHAVES ....................................................................................................................................... 6 ÁREAS CRÍTICAS DE ATUAÇÃO ..................................................................................................... 10 1 – EQUIDADE E ACESSO .......................................................................................................................... 10 Questões para reflexão .................................................................................................................. 10 Indicadores ...................................................................................................................................... 11 2 – MISSÃO, VISÃO E VALORES ................................................................................................................. 13 Questões para reflexão .................................................................................................................. 13 Indicadores ...................................................................................................................................... 14 3 – ENSINO ............................................................................................................................................. 15 Questões para reflexão .................................................................................................................. 15 Indicadores ...................................................................................................................................... 15 4 – APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DOS/AS ADULTOS/AS .............................................................. 17 Questões para reflexão .................................................................................................................. 17 Indicadores ...................................................................................................................................... 17 5 – OPERAÇÕES E RECURSOS ................................................................................................................... 19 Questões para reflexão .................................................................................................................. 19 Indicadores ...................................................................................................................................... 19 6 – APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO PESSOAL ................................................................................. 22 Questões para refletir .................................................................................................................... 22 Indicadores ...................................................................................................................................... 22 7 – MUDANÇA ESTRATÉGICA E MELHORIA CONTÍNUA ............................................................................... 24 Questões para refletir .................................................................................................................... 24 Indicadores ...................................................................................................................................... 24 8 – CUIDADO E ENGAJAMENTO DA COMUNIDADE ..................................................................................... 26 Questões para refletir .................................................................................................................... 26 Indicadores ...................................................................................................................................... 26 9 – REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 28 4 Introdução A Elos Educacional é uma instituição formada por gente que busca impactar positivamente a educação. Ao longo destes anos, conseguimos reunir um grupo de educadores/as comprometidos e com experiências e formação diversas, possibilitando uma atuação em diferentes temas e com diferentes públicos. Acreditamos que esta diversidade é um aspecto que agrega e possibilita um ambiente mais diverso e inclusivo, composto por pessoas com diferentes formações, ideias, crenças, etnias, gerações e orientação sexual, potencializando a criatividade e a troca entre o grupo, e permitindo viver neste pequeno ecossistema, o que queremos ver acontecendo no mundo. Buscamos trazer o que há de melhor em estudos e pesquisas nacional e internacional para o nosso público para fortalecer nossos conhecimentos sobre educação e nos tornar cada vez mais aptos para lidar com o complexo sistema do ambiente escolar. O material apresentado neste e-book é uma adaptação da pesquisa realizada pela The Leadership Academy, uma escola de formação de lideranças escolares em Nova York, EUA, a qual possui um trabalho de excelência em sua área. Ele vai proporcionar às lideranças escolares uma série de reflexões sobre como proporcionar ações equitativas em sua escola, o que está chamando de escolas culturalmente responsivas. O texto não está traduzido na íntegra por conter muitas características territoriais, portanto, nossa escolha de adaptá-lo foi proporcionar um material para que nossas lideranças escolares brasileiras possam utilizá-lo em suas escolas considerando nosso contexto. Desejamos que essas reflexões sirvam de inspiração e de motivação para a ação, assim fazendo do ambiente escolar um local de equidade para proporcionar a aprendizagem para todos e todas independente da sua cor, origem, orientação sexual, ou qualquer outra característica que possa ter. Claudia Zuppini Dalcorso 5 Um Retrato da escola culturalmente responsiva A Leadership Academy1 define equidade como quando todas as escolas e redes de ensino são intencionalmente construídas para garantir que crianças e jovens de todas as raças, etnias, línguas ou outras características de sua identidade tenham o que precisam para alcançar o sucesso acadêmico, social e emocional. Com base em sua pesquisa e experiência em todo o país, identificaram que as práticas, políticas e estruturas constituídas a partir desse conceito, podem ser chamadas de práticas culturalmente responsivas. Nas próximas páginas apresentamos um retrato de uma escola culturalmente responsiva. Organizado em oito áreas de ação crítica de um/a líder culturalmente responsivo, este guia foi desenvolvido para apoiar líderes e suas comunidades escolares a romper de forma consciente o racismo sistêmico e descentralizar a cultura dominante. Nas palavras do educador brasileiro Paulo Freire, em vez de fornecer a educação tradicional "bancária" ocidental que visa encher as mentes como cofrinhos até que estejam cheias, a educação mais eficaz é a da "libertação", aquela que inspira os/as estudantes a pensar crítica e livremente. Alguém que é educado/a em um ambiente equitativo e culturalmente responsivo reflete sobre o mundo em que vive e desafia estruturas sociais desiguais e opressivas parapromover mudanças. Nosso cenário educacional atual continua a ampliar nossa definição e expectativa da escola. Nossa reimaginação vai além das paredes físicas, dias e horas letivas obrigatórias, e exames padronizados. Definimos a escola como um ambiente de aprendizagem remoto e presencial e, portanto, usamos os termos “ambiente de aprendizagem” e “escola” de forma intercambiável. 1 The Leadership Academy, 2022. https://www.leadershipacademy.org/resources/ https://www.leadershipacademy.org/resources/ 6 Termos chaves Viés: Um preconceito implícito é qualquer conjunto de associações inconscientes sobre um grupo social. Preconceitos implícitos são o produto de associações aprendidas e do condicionamento social. Eles geralmente começam em uma idade jovem e a maioria das pessoas não tem consciência de que os possui. É importante ressaltar que esses preconceitos não se alinham necessariamente com a identidade pessoal. É possível associar inconscientemente traços positivos ou negativos à própria raça, gênero ou origem. Prática culturalmente responsiva: O uso deste termo é específico e deliberado e requer que os líderes educacionais compreendam e atendam simultaneamente: • Uma base sólida de compreensão cultural. Líderes culturalmente responsivos entendem as dimensões e o impacto das construções culturais na sociedade e continuamente cultivam e revisitam sua própria compreensão pessoal do impacto da cultura em sua própria identidade e as maneiras pelas quais ela molda sua abordagem à sua prática profissional. • O sucesso acadêmico de todos/as os/as estudantes. Líderes culturalmente responsivos concentram o aprendizado do/a estudante e o rigor acadêmico em todas as escolas, salas de aula e ambientes de aprendizado em sua rede de ensino, alinhados a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as Enquanto você trabalha neste guia, observe que esta não é uma lista exaustiva de indicadores, nem incluímos perguntas de reflexão para cada indicador de amostra. Esta ferramenta é um ponto de partida e encorajamos você a identificar os indicadores relevantes para o seu contexto e a criar indicadores e perguntas de reflexão com base no contexto da sua escola que o/a ajudarão a se envolver em análise, conversa e ação. Não vimos uma escola que tenha todos os indicadores em vigor e tenha atingido o ponto de equidade. O objetivo desta ferramenta é apoiar a liderança escolar e sua equipe a repensar sua comunidade escolar para ser um lugar onde os/as estudantes se envolvam no pensamento crítico e sejam incentivados a desafiar as próprias estruturas que os/as criaram. As lideranças escolares e suas equipes acharão esse guia útil em qualquer ponto da jornada de sua escola. Ele pode ser usado como uma linha de base para criar metas aspiracionais; uma ferramenta de prestação de contas para avaliar o progresso em relação às metas e como uma ferramenta de celebração para mostrar vitórias rápidas. 7 diretrizes curriculares de cada rede de ensino. Eles mantêm, modelam e comunicam consistentemente expectativas altas e transparentes para todos/as os/as estudantes e desenvolvem a capacidade da rede de ensino e dos/as educadores/as dentro dele para saber onde cada estudante está em relação a essas expectativas e usar esse conhecimento para fornecer suportes de aprendizagem adequados. • Cultivar e aprofundar a competência cultural de si e dos/as adultos/as que lideram. Líderes culturalmente responsivos afirmam as culturas de estudantes e adultos/as que com eles/as atuam por meio das oportunidades de aprendizado que oferecem, dos materiais que usam, do ambiente que constroem e de sua habilidade em usar entendimentos culturais para apoiar o aprendizado. Eles constroem um relacionamento e confiança autênticos com estudantes, funcionários/as, famílias e a comunidade, afirmando as múltiplas identidades dos indivíduos e apoiando e orientando outros/as a fazerem o mesmo. • O cultivo da consciência sociopolítica. Líderes culturalmente responsivos cultivam e apoiam a capacidade dos/as estudantes de questionar e criticar normas sociais, valores, práticas e sistemas que produzem e mantêm a desigualdade. Eles/as facilitam a conversa de adultos/as e estudantes sobre cultura e identidade e consistentemente procuram e utilizam oportunidades para gerar questionamentos sobre desigualdade, opressão e mudança. • Cultura dominante: A cultura dominante é uma cultura artificial, historicamente construída e refere-se à língua, religião, comportamento, valores, rituais e costumes sociais socialmente aceitos como dominantes. Esses traços, como os de branco, heterossexual, cristão, fisicamente apto, cisgênero, são frequentemente vistos como a norma para a sociedade como um todo. A cultura dominante é promovida e perpetuada como o jeito certo de ser e suprime todos os outros aspectos e intersecções de identidades e culturas. 8 • Aprendizagem híbrida: Os/as estudantes estão engajados/as no aprendizado dentro e fora da sala de aula física da escola, aproveitando uma variedade de experiências síncronas e assíncronas facilitadas por um/a ou mais docentes em colaboração com os/as responsáveis dos/as estudantes. • Docentes híbridos: Os/as docentes estão ensinando os/as estudantes na sala de aula física da escola ao mesmo tempo em que ensinam os/as estudantes no aprendizado remoto. • Racismo institucionalizado: Outra expressão do racismo refletida nas disparidades em relação à riqueza, renda, justiça criminal, emprego, moradia, casamento, saúde, poder político e educação é o racismo que é institucionalizado – isto é, aceito como parte da vida cotidiana, dos sistemas, estruturas cotidianas, de nossos hábitos, pensamentos e políticas comuns. [Dr. David Kirkland, NYU Metro Center] • Interseccionalidade: "A interseccionalidade é simplesmente um prisma para ver os efeitos interativos de várias formas de discriminação e desempoderamento. Ela analisa a maneira como o racismo, muitas vezes, interage com o patriarcado, heterossexismo, classismo, xenofobia - visto que as vulnerabilidades sobrepostas criadas por esses sistemas realmente criam tipos específicos de desafios." (William Crenshaw) • Minorizado: O termo minorizado foi cunhado por Michael Benitez Jr. Ele explica: “Eu utilizo o termo 'minorizado/a' em oposição a 'minoria' para me referir ao processo [ação versus substantivo] de minorização estudantil. Minha escolha de texto neste caso pressupõe que há um histórico de ações estruturais e institucionais que ao longo do tempo limitaram o acesso e levaram à falta de presença entre estudantes negros/as no ensino superior rotulados como racial e etnicamente diferentes da 9 norma. Fazer isso também desafia a fixação física e espacial frequentemente associada a como a 'minoria' é frequentemente empregada na maioria da literatura focada em questões semelhantes para uma compreensão mais crítica de como a 'minoria' veio a ser construída socialmente ao longo da história e como os/as estudantes continuam a ser minorizados/as nos espaços contemporâneos do ensino superior”. • Competência multicultural: É um processo de aprender e se tornar aliado/a de pessoas de outras culturas, ampliando assim nossa própria compreensão e capacidade de participar de um processo multicultural. O elemento chave para se tornar mais competente culturalmente é o respeito pelas formas como os/as outros/as vivem e organizam o mundo e uma abertura para aprender com eles/as. (Kivel) • Privilégio: Poder social imerecido concedido pelas instituições formais e informais da sociedade a todos/as os/as membros/as de um grupo dominante (por exemplo, privilégio branco, privilégio masculino etc.). O privilégio costuma ser invisível paraquem o tem porque nos ensinam a não vê-lo, mesmo assim os/as coloca em vantagem sobre aqueles/as que não o têm. (Arquivo Cores da Resistência, Privilégio) • Aprendizagem remota: Os/as estudantes estão engajados/as no aprendizado fora da sala de aula física da escola, aproveitando uma variedade de experiências síncronas e assíncronas facilitadas por um/a docente em colaboração com os/as responsáveis dos/as estudantes. 10 Áreas críticas de atuação 1 – Equidade e acesso Ambientes de aprendizagem culturalmente responsivos são construídos por, com e para os/as estudantes. Questões para reflexão 1. Qual é a aparência e o som de um ambiente de aprendizado da escola e do sistema culturalmente responsivo? Como estamos nos esforçando para garantir que ele se concretize? 2. Como centramos a voz dos/as estudantes, das famílias e da comunidade na tomada de decisões sobre as políticas e práticas escolares? 3. Todos/as os/as educadores/as da comunidade escolar demonstram carinho e compreensão por todos/as os/as estudantes e familiares? 4. Que oportunidades oferecemos para que os/as estudantes se envolvam autenticamente com membros/as da comunidade que vêm de culturas e origens diferentes das deles/as? 5. O que fazemos para criar um ambiente de aprendizagem em que os/as adultos/as e os/as estudantes se sintam à vontade para criar e se envolver em conversas sobre diferenças culturais, racismo e opressão sistêmica? 6. Como os/as estudantes estão envolvidos na determinação de como usar a tecnologia em apoio ao seu aprendizado? 7. Como os/as estudantes estão envolvidos num clima favorável ao ambiente de aprendizagem, tanto on-line quanto presencial? 8. Como podemos garantir que todos/as os/as estudantes e famílias tenham o acesso tecnológico necessário para apoiar a aprendizagem fora da escola? 11 Indicadores 1. Uma variedade de partes interessadas (estudantes, funcionários/as, famílias e comunidade) são fundamentais para revisar, adicionar ou alterar as políticas e regras da escola. 2. A comunidade escolar identificou e desmantelou as normas da cultura dominante para criar um ambiente inclusivo que cultive um sentimento de pertencimento entre todos/as os/as membros/as da comunidade escolar. 3. Existem várias maneiras diferentes para as famílias se envolverem na comunidade escolar, inclusive fora do horário de aula. 4. A escola oferece serviços às famílias para apoiá-las em áreas de necessidade (educação continuada, emprego, moradia, aconselhamento familiar, tecnologia etc.). 5. Todos/as os/as membros/as da equipe assumem a responsabilidade de eliminar o estresse socioemocional dos/as estudantes das ameaças de estereótipos e microagressões. 6. Os objetivos das políticas e práticas disciplinares são para apoiar o aprendizado e o desenvolvimento dos/as estudantes e reparar a comunidade, em vez de punir ou excluí-los/as. 9. Todos/as os/as membros/as da equipe usam práticas restaurativas para abordar estrategicamente a disciplina e a gestão do ambiente de aprendizagem. 10. Todos/as os/as membros/as da equipe se comunicam regularmente com estudantes, famílias e colegas de outros grupos étnicos, raciais, linguísticos, de gênero ou deficiências. 11. Liderança e docentes cumprimentam as famílias e as recebem pelo nome. 12. A escola prioriza os recursos e/ou busca parcerias público/privadas para garantir que todos/as os/as estudantes e famílias tenham acesso a dispositivos digitais adequados e serviços de internet de alta velocidade. 12 13. A abordagem do aprendizado remoto é baseada no contexto atual e nas necessidades da comunidade/família e não uma replicação do aprendizado presencial. 14. Os/as docentes verificam com os/as estudantes como seus ambientes de aprendizagem estão funcionando. 13 2 – Missão, visão e valores Ambientes de aprendizagem culturalmente responsivos têm uma missão, visão e valores fundamentais da escola compartilhados para o ensino e a aprendizagem culturalmente responsivos que apoiam todos/as estudantes no acesso e alcance de padrões acadêmicos rigorosos. Questões para reflexão 1. Como estamos mostrando diariamente àqueles/as com quem trabalhamos que estamos comprometidos com resultados equitativos para todos/as os/as estudantes, especialmente os/as estudantes minoritários/as? 2. Nossas famílias e comunidade sabem qual é nossa visão de equidade? Como comunicamos? Como podemos envolvê-los/as nesta comunicação? 3. Aproveitamos nossa missão, visão e valores fundamentais da escola ao revisar dados e tomar decisões? 4. Nossa missão, visão e valores fundamentais são revisados e atualizados regularmente, aproveitando todos/as os/as membros/as da comunidade escolar? 5. Como estamos nos reimaginando como uma comunidade culturalmente responsiva de estudantes que transcende as fronteiras tradicionais da “escola”? Como essa nova visão molda nossa missão e valores fundamentais? Como estamos nos comunicando sobre eles? 6. Estamos usando linguagem e definições consistentes em toda a comunidade escolar alinhadas à nossa missão e visão? 14 Indicadores 1. Missão, visão e valores fundamentais foram criados e atualizados em colaboração com famílias, estudantes, funcionários/as e outros/as membros/as da comunidade escolar. 2. Missão, visão e valores fundamentais articulam as condições e ações às quais a escola aspira, a fim de garantir o acesso equitativo e a realização de padrões acadêmicos rigorosos para o Ensino Superior e o mundo do trabalho para todos/as os/as estudantes. 3. A missão, visão e valores da escola se concentram na equidade, pertencimento e ser culturalmente responsivo. 4. Há compreensão compartilhada e propriedade da missão, visão e valores entre todos/as os/as membros/as da comunidade escolar. 5. Todos os processos de planejamento, incluindo ciclos de melhoria contínua, projetos de subsídios e planejamento de programas municipais, estaduais e federais estão ancorados na missão, visão e valores da escola. 6. As decisões são tomadas alinhando a estrutura de tomada de decisão compartilhada com a missão, visão e valores da escola. 7. Todos/as os/as adultos/as compartilham a visão da escola de serem criadores de uma escola culturalmente responsiva e agem de acordo com sua visão por meio de suas decisões diárias. 8. A missão, visão e valores da escola são evidentes em todos os ambientes de aprendizagem. 15 3 – Ensino Ambientes de aprendizagem culturalmente responsivos têm sistemas de apoio, estruturas e rotinas que priorizam e focam o alinhamento e a coerência do currículo culturalmente responsivo, materiais didáticos de alta qualidade, prática de ensino e avaliação para apoiar todos/as estudantes no acesso e na obtenção de resultados rigorosos. Questões para reflexão 1. Cada um/a dos/as estudantes são responsáveis por experimentar diariamente um ensino culturalmente relevante e de qualidade alinhado? 2. Como definimos o sucesso acadêmico para cada estudante além das medidas tradicionais de testes padronizados? Como celebramos a aprendizagem dos/as estudantes e o sucesso acadêmico em toda a escola? 3. Todos/as os/as estudantes recebem um ensino de alta qualidade e eficaz? 4. Como a identidade, as experiências, a voz e a escolha dos/as estudantes são integradas em todas as facetas da experiência do ambiente de aprendizagem? 5. Como avaliamos nossos materiais curriculares para evitar a narrativa cultural dominante? 6. Como priorizamos e usamos avaliações diagnósticas para planejar as aulas e identificar e atender às necessidades de aprendizagem de cada estudante? Indicadores 1. A liderança e os/as docentes sabem como é um ambiente de aprendizagemculturalmente responsivo, presencial e remoto. 2. As lideranças e a Secretaria de Educação garantem que um currículo e material didático de alta qualidade e culturalmente responsivo sejam fornecidos, adotados e apoiados. 16 3. A liderança e os/as docentes entendem o papel das ferramentas de avaliação alinhadas para apoiar diretrizes curriculares e o currículo. 4. A voz e a escolha do/a estudante são componentes integrais da experiência de aprendizado. 5. Esforços especiais são feitos para alcançar a integração do ambiente de aprendizagem quando os/as estudantes se autossegregam no ambiente de aprendizagem presencial e remoto. 6. Os/as estudantes têm um senso de urgência e otimismo para o futuro. 7. Os/as estudantes expressam amor-próprio, autoaceitação e orgulho em suas múltiplas identidades interseccionais. 8. Os/as estudantes têm uma compreensão de suas próprias histórias e contribuições culturais e dos/as outros/as. 9. Os/as estudantes têm empatia e conexões significativas com os outros/as. 10. A abordagem do ensino presencial e remota nutre a atuação do/a estudante, o aprendizado autodirigido e a consciência sociopolítica. 11. Os/as estudantes analisam criticamente todos os domínios do conhecimento, incluindo a investigação de quem criou o “conhecimento” e as suposições e possíveis vieses de suas perspectivas. 12. Uma variedade de mídias e plataformas on-line são aproveitadas para apoiar o aprendizado do/a estudante. 17 4 – Aprendizagem e desenvolvimento dos/as adultos/as Ambientes de aprendizagem culturalmente responsivos fornecem aprendizado e formação profissional baseados em evidências, bem como avaliação baseada em objetivos para docentes e demais funcionários/as da escola para garantir igualdade de oportunidades e resultados para todos/as. Questões para reflexão 1. Estamos construindo a capacidade daqueles ao nosso redor para serem lideranças de ensino para uma cultura responsiva? 2. As experiências de aprendizagem profissional são baseadas em dados e necessidades atuais de aprendizagem da equipe? 3. As experiências de aprendizagem profissional maximizam as oportunidades para criar vários modos de aprendizagem alinhados às crenças da aprendizagem de adultos/as? 4. Existe espaço e expectativa para que todos/as os/as funcionários/as se envolvam em seu próprio trabalho? 5. Como os/as docentes são preparados e apoiados na concepção e entrega de um ensino baseado em uma cultura responsiva em ambientes virtuais? Indicadores 1. A aprendizagem profissional baseia-se em crenças sobre a aprendizagem de adultos/as: a. os/as adultos/as aprendem mais profundamente com a experiência e a reflexão; b. aprender a ser líder deve ser um processo social; c. o desconforto é inerente à aprendizagem transformadora; d. os/as adultos/as contam com histórias para fazer sentido; e 18 e. os/as adultos/as aprendem melhor em um ambiente de liberdade estruturada. 2. Todos/as os/as membros/as da equipe examinam e desafiam individualmente e de forma colaborativa suas próprias suposições e preconceitos à luz de evidências reconhecidas. 3. As expectativas de desempenho para a equipe estão alinhadas à missão, visão e valores da escola, são consistentes com a prática culturalmente responsiva, altos padrões profissionais e pesquisa educacional. 4. Vários questionamentos são usados para diagnosticar e avaliar a eficácia do ensino, incluindo a capacidade de confrontar diretamente os preconceitos que impedem a capacidade dos/as estudantes de aprender e alcançar padrões acadêmicos rigorosos. 19 5 – Operações e recursos Ambientes de aprendizagem culturalmente responsivos gerenciam as operações e os recursos da escola para garantir acesso equitativo e a realização de padrões acadêmicos rigorosos. Questões para reflexão 1. Como a decisão que acabamos de tomar impactará os/as estudantes, famílias e comunidades que estamos servindo? 2. Existem múltiplas vozes e perspectivas incluídas no processo de tomada de decisão? 3. Estamos respeitando e alavancando as perspectivas e experiências de todos/as os/as membros/as da equipe no prédio da escola? 4. Contratamos e fazemos tarefas de ensino com base nas necessidades dos/as estudantes? 5. Como buscamos e/ou priorizamos recursos para garantir que todos/as os/as estudantes tenham acesso a dispositivos digitais e serviço de internet de alta velocidade em casa? 6. Como aproveitamos a sabedoria coletiva e a experiência de toda a nossa comunidade escolar, incluindo famílias, estudantes, funcionários/as e parceiros/as da comunidade, para estabelecer e comunicar planos de contingência robustos para garantir a continuidade do aprendizado e o apoio ao/à estudante em tempos de crise e interrupção da escolaridade? Indicadores 1. Todos/as os/as funcionários/as fazem parte do planejamento estratégico e dos processos de tomada de decisão. 20 2. Estruturas e processos estão em vigor para garantir que todos/as os/as estudantes tenham acesso às oportunidades de aprendizagem, docentes culturalmente responsivos e apoios necessários para seu sucesso individual. 3. Recursos humanos, materiais e suplementares são alocados para eliminar as disparidades em todas as populações minoritárias. 4. A composição do pessoal da escola é representativa da composição racial/étnica/gênero/deficiência do corpo discente e da comunidade escolar em geral. 5. Pessoas em diferentes níveis de trabalho, remuneradas ou voluntárias, são tratadas com respeito comparável. 6. Há fácil disponibilidade de materiais visuais, impressos e não impressos recentes que fornecem informações precisas sobre homens/mulheres/não- binários de grupos variados em funções tradicionais e não tradicionais. 7. Oportunidades de aprendizado expandidas e personalizadas estão disponíveis além do ambiente de aprendizado, por exemplo, estágios, aprendizado on-line, aulas no contraturno, salas de aula invertidas. 8. O orçamento no nível da escola é alocado para fornecer um ambiente seguro, prédio e salas de aula acessíveis para todos/as os/as estudantes e famílias. 9. As lideranças escolares trabalham com a Secretaria de Educação para garantir o acesso à internet de alta velocidade nos ambientes domésticos dos/as estudantes por meio de parcerias público-privadas e/ou fornecimento de acesso à internet. 10. As lideranças escolares trabalham com a Secretaria de Educação para desenvolver e comunicar planos de contingência claros e específicos com a contribuição de toda a comunidade escolar para serem implementados em tempos de crise e interrupção que abordam e priorizam: a. a saúde e segurança dos/as estudantes, famílias e funcionários/as; b. o estabelecimento de mecanismos de ensino e aprendizagem continuados quando a frequência regular nos edifícios escolares não for possível; 21 c. o detalhamento de processos e procedimentos para continuar a prestação de serviços de nutrição, saúde e aconselhamento para estudantes e famílias e d. a abordagem do bem-estar social e emocional dos/as estudantes, famílias e funcionários/as. 22 6 – Aprendizagem e desenvolvimento pessoal Ambientes de aprendizagem culturalmente responsivos têm funcionários/as que assumem a responsabilidade pessoal de desenvolver e nutrir as habilidades e disposições necessárias para apoiar todos/as os/as estudantes e famílias. Questões para refletir 1. Que preconceitos pessoais estamos mantendo em relação aos/às estudantes, famílias e colegas que podem estar nos impedindo de sermos líderes culturalmente responsivos? 2. Que preconceitos mantemos nas abordagens de aprendizado (remoto e presencial) que podem estar nos impedindo de sermos líderes culturalmente responsivos? 3. Os/as membros/as da equipe são aprendizesativos/as que buscam oportunidades de aprendizado para melhorar a forma como apoiam estudantes, famílias e comunidades? 4. Como a equipe reflete sobre seu próprio trabalho no desenvolvimento da identidade pessoal e na compreensão de suas crenças, suposições, preconceitos e comportamentos pessoais? 5. Como os/as funcionários/as estão aprendendo a usar ferramentas tecnológicas e um ambiente remoto para apoiá-los/as neste trabalho? Indicadores 1. Todos/as os/as membros/as da equipe reconhecem seus gatilhos pessoais em torno de identidades interseccionais semelhantes e diferentes das suas. 2. Todos/as os/as membros/as da equipe reconhecem sua posição, privilégio e poder, de acordo com a posição que ocupa, e seu impacto na tomada de decisões. 23 3. Todos/as os/as membros/as da equipe entendem que o aprendizado do/a estudante impulsiona o sistema e que todas as ações estão a serviço de garantir que todos/as os/as estudantes tenham as oportunidades, acesso e suporte necessários para atender aos rigorosos padrões de preparação para o Ensino Superior e o mundo do trabalho. 4. Todos/as os/as membros/as da equipe permanecem atualizados/as e conhecedores/as da pesquisa para informar as decisões pedagógicas e organizacionais, incluindo aquelas que se concentram em questões de equidade e resultados acadêmicos dos/as estudantes. 5. Todos/as os/as membros/as da equipe trabalham com os/as supervisores/as para definir metas pessoais mensuráveis alinhadas à missão, visão, valores e métricas de desempenho da escola e da rede de ensino. 6. Todos/as os/as membros/as da equipe buscam ativamente oportunidades pessoais de aprendizado profissional diretamente ligadas às necessidades organizacionais, com atenção específica às populações estudantis atendidas. 7. Todos/as os/as membros/as da equipe procuram ativamente entender e desenvolver competência em práticas de liderança equitativas e culturalmente responsivas. 8. Todos/as os/as membros/as da equipe buscam aprender para melhor apoiar os/as estudantes em ambientes de aprendizado remoto. 24 7 – Mudança estratégica e melhoria contínua Ambientes de aprendizagem culturalmente responsivos usam várias fontes de dados para identificar sucessos e desafios no trabalho em direção à missão e visão da escola e envolver funcionários/as, estudantes e famílias no planejamento estratégico e atividades de melhoria contínua projetadas para mitigar esses desafios. Questões para refletir 1. Onde o racismo está operando atualmente em nossa comunidade escolar? 2. Que políticas, estruturas, preconceitos e práticas precisamos desmantelar para proporcionar uma experiência mais equitativa para os/as estudantes? 3. Qual é a história que está sendo contada a partir dos dados que normalmente analisamos? De quem é a história que está sendo contada? De quem, não é? 4. Que processo(s) existe(m) para avaliar as políticas, práticas e procedimentos escolares existentes para a responsividade cultural? O que nos leva a fazer mudanças? O que nos impede de fazer mudanças? 5. Como estamos construindo uma coalizão de partes interessadas para construir uma escola equitativa? 6. Como estamos analisando dados para identificar desafios e tomar decisões? Indicadores 1. Há uma equipe de liderança de docentes focada na equidade ativa, representativa da demografia dos/as estudantes, bem como do currículo de cada ano/série e serviços de apoio ao/a estudante fornecidos na escola. 2. A análise dos dados de frequência, comportamento e desempenho dos/as estudantes acontece periodicamente, com atenção específica aos padrões 25 de desproporcionalidade (ou seja, uma representação exagerada de crianças negras em aulas de educação especial) e identificação das causas básicas. 3. A liderança envolve a comunidade para construir uma coalizão de apoiadores/as na tomada de decisões. 4. Liderança e equipe de liderança implementam estratégias para a inclusão de funcionários/as, familiares e outros/as membros/as da comunidade escolar nos processos de planejamento. 5. A liderança e a equipe de liderança consideram o potencial de cada decisão para criar, sustentar ou interromper a desigualdade. 6. As equipes de liderança buscam ferramentas inovadoras e os recursos mais recentes para cocriar uma experiência equitativa remota e presencial para os/as estudantes. 7. As equipes de liderança reconhecem e analisam dados sociais e comunitários e seu impacto nos dados dos/as estudantes. 26 8 – Cuidado e engajamento da comunidade Ambientes de aprendizagem culturalmente responsivos têm uma cultura escolar inclusiva e atenciosa que facilita um sentimento de pertencimento entre funcionários/as e estudantes e cria uma verdadeira parceria com famílias e comunidades. Questões para refletir 1. Como estamos garantindo que as famílias e as comunidades sejam colaboradores-chave na melhoria da experiência escolar para todos/as os/as estudantes remotamente e pessoalmente? 2. Como envolvemos e engajamos famílias e membros/as da comunidade no aprendizado dos/as estudantes e nos eventos da comunidade remotamente e pessoalmente? 3. Como tornamos o ambiente de aprendizado remoto representativo de todos os grupos raciais ou étnicos, gêneros etc. 4. Que apoios familiares e comunitários consideramos eficazes que podem e devem ser sustentados no futuro? 5. Como construímos relacionamentos e equipamos as famílias com os recursos para serem parceiros/as no apoio ao aprendizado dos/as estudantes? 6. Como centralizamos o aprendizado socioemocional culturalmente responsivo e apoiamos a saúde mental em nossa comunidade escolar? Indicadores 1. Estudantes e adultos/as trabalham juntos/as para construir um ambiente de aprendizado acessível para estudantes no prédio da escola ou em um espaço de aprendizado remoto. 27 2. O código de conduta do/a estudante é criado de forma colaborativa e os processos estão em vigor para garantir que seja aplicado de forma justa e equitativa a todos/as os/as estudantes. 3. Assembleias escolares remotas e presenciais, programas especiais e palestrantes refletem a natureza diversa da escola e da comunidade em geral e/ou trazem um conjunto diversificado de ideias e experiências com base em gênero, raça, etnia, deficiência e habilidade. 4. No prédio da escola, quadros de avisos, displays, decorações de salão, salas de aula, da secretaria e direção representam todos os gêneros, membros/as de grupos raciais ou étnicos variados e pessoas com deficiência em uma variedade de funções etc. 5. Emblemas escolares, mascotes, nomes de equipes e outros símbolos estão livres de preconceito racial, étnico, de gênero ou deficiência. 6. Materiais, avisos e outras comunicações da escola são enviados usando uma variedade de tecnologias acessíveis e disponíveis em Braille ou versões de áudio, conforme necessário. 7. Todos/as os/as membros/as da equipe interagem com estudantes e famílias regularmente para aprender e responder à sua experiência na escola, incluindo ensino e aprendizagem, seu sentimento de pertencimento e ideias para criar um ambiente mais responsivo e equitativo. 8. As famílias recebem informações de fácil compreensão por meio de mecanismos que se adaptam aos seus horários e apoiam um papel ativo e viável na parceria de aprendizagem. 9. Aprendizagem socioemocional e suporte para estudantes e educadores/as descentralizam normas da cultura dominante e centram vulnerabilidade, cura, alegria e comunidade. 10. As pessoas envolvidas no planejamento de eventos e programas escolares são representativas da comunidade escolar por raça, etnia, idioma, gênero, deficiência e status socioeconômico. 28 9 – Referências • Abolitionist Teaching Network. (2020). Guide for Racial Justice & Abolitionist Social andEmotional Learning. • Benitez, M., Jr. (2010). Resituating culture centers within a social justice framework: Is there room for examining Whiteness? In L. D. Patton (Ed.), Culture centers in higher education: Perspectives on identity, theory, and practice (pp. 119- 134). Sterling, VA: Stylus. • Benson, T. A., & Fiarman, S. E. (2020). Unconscious bias in schools: A developmental approach to exploring race and racism. • Building Equitable Learning Environment Network’s framework. Colours of Resistance Archive, Privilege. Accessed 28 June 2013. Dewey, John. (1997). Experience and Education. Delpit, L. (2001). Other people’s children. Harvard Educational Review, 56(4), 379-385. Dweck, C. (2006). Mindset: The new psychology of success. New York, NY: Ballantine Books. Freire, Paulo. (2000). Pedagogy of the Oppressed. • Garcia, E. and Weiss, E. (2020). COVID-19 and student performance, equity, and US education policy: Lessons from pre- pandemic research to inform relief, recovery, and rebuilding. Economic Policy Institute. https://www.epi.org/publication/the- consequences-of-the-covid-19-pandemic-for-education-performance-and-equity-in- the-united-states-what-can-we-learn-from-pre-pandemic-research-to-inform-relief- recovery-and-rebuilding/ • Gay, G. (2000). Culturally responsive teaching: Theory, research, and practice. New York: Teachers College Press. Gay, G. (2002) Preparing for culturally-responsive teaching. Journal of Teacher Education. March 1, 2002. • Gottlieb, M., Cranley, M. & Cammilleri, A. (2007) Understanding the WIDA English language proficiency standards: A resource guide. The WIDA Consortium. Retrieved at https://www.wida.us/standards/Resource_Guide_web.pdf. • Graves, Aaliyah El-Amin, Madora Soutter, Jalene Tamerat, Pauline Jennett, Shelby Clark, Saira Malhotra & Jamie Johannsen (2018) Developing sociopolitical consciousness of race and social class inequality in adolescents attending progressive and no excuses urban secondary schools, Applied Developmental Science, 22:3, 169- 187, DOI: 10.1080/10888691.2016.1254557 • Hammond, Zaretta. (2015). Culturally Responsive Teaching and The Brain: Promoting Authentic Engagement and Rigor Among Culturally and Linguistically Diverse Students. Thousand Oaks, CA: Corwin Press • Hehir, T. & Katzman, L. (2013). Effective inclusive schools: Designing successful schoolwide programs. NJ: John Wiley & Sons, Incorporated. • Howe, Florence. (1965). “Mississippi’s Freedom Schools: The Politics of Education” • Johnson, K. & Williams, L. (2015) When treating all the kids the same is the real problem: Educational leadership and the 21st century dilemma of difference. Thousand Oaks, CA: Corwin Publishing. • Kendi, Ibram X. (2020). How to be an Antiracist. Vintage. Kivel, Paul. Multicultural Competence. 2007. • Ladson-Billings, Gloria. (2009). The Dreamkeepers: Successful Teachers of African American Children (2nd Edition). Hoboken, NJ: John Wiley & Sons. 29 • The Leadership Academy Principal Actions. • Learned-Miller, C. (2017) How to support the social-emotional well-being of students of color. Research and best practices from inter-district integration programs. National Coalition on School Diversity. Research Brief, No. 11, July 2017. Retrieved at http://files.constantcontact.com/fd62f02c001/65c1ca0b-ba96-425a-a2e0- ab9b91132373.pdf. • Love, B. L. (2019). We want to do more than survive: Abolitionist teaching and the pursuit of educational freedom. • The Mid-Atlantic Equity Consortium. • Milner, R. (2015) Rac(e)ing to class. Cambridge, MA: Harvard Educational Press.Novak, K. & Rose, D. (2016) UDL now! A teacher’s guide to applying universal design for learning in today’s classrooms. Chicago: CAST Professional Publishing. • Okun,T. and Jones, K. (2001). Characteristics of White Supremacist Culture. ChangeWork. • Paris, D., & Alim, H. S. (2017). Culturally sustaining pedagogies: Teaching and learning for justice in a changing world. • Perlstein, Daniel. “Teaching Freedom: SNCC and the Creation of the Mississippi Freedom Schools.” • Quaglia, Russell and Michael Corso. (2014). Student Voice: The Instrument of Change. • Sharp, T. (2020). Promoting Digital Equity and Opportunity in the Time of COVID-19. American Institutes for Research. https://www.air.org/resource/promoting-digital-equity-and-opportunity-time-covid- 19 • Singleton, Glenn E. (2015). Courageous Conversations About Race: A Field Guide for Achieving Equity in Schools (Second Edition). Thousand Oaks, CA: Corwin Press. • Tatum, Beverly Daniel. (2017). Why Are All the Black Kids Sitting Together in the Cafeteria?: And Other Conversations About Race (Twentieth Anniversary Edition). New York, NY: Basic Book Group. • Vaegas, E. and Winthrop, R. (2020) Beyond reopening schools: How education can emerge stronger than before COVID- 19. Brookings Institution. https://www.brookings.edu/research/beyond-reopening-schools-how-education-can- emerge- stronger-than-before-covid-19/ • Walker, Vanessa. (2000). Their Highest Potential: An African American School Community in the Segregated South.
Compartilhar