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Local: Sala 1 - Botafogo - Prova On-line / Andar / Polo UVA Botafogo / POLO UVA BOTAFOGO - RJ Acadêmico: EAD-ED70100-20221A Aluno: MARIA ELEONORA DUTRA COHN Avaliação: A2- Matrícula: 20221301067 Data: 7 de Abril de 2022 - 08:00 Finalizado Correto Incorreto Anulada Discursiva Objetiva Total: 8,00/10,00 1 Código: 40088 - Enunciado: (Fonte: https://angelorigon.com.br/2019/06/05/charge-1302/. Acesso em: 14 abr. 2021.) A partir da fala da personagem, pode-se inferir que: a) A disseminação de notícias falsas sobre doenças pode comprometer o atendimento público nos hospitais. b) A área da saúde precisa aprender a lidar com novas doenças, algumas criadas pelo uso excessivo da internet. c) A internet pode ser um ambiente saudável para o usuário contanto que ele procure assistência médica. d) A vacina é um meio eficaz de prevenir doenças, devendo ser administrada o mais precocemente possível. e) O comportamento do usuário de internet é, em algumas situações, nocivo e comparável a uma doença. Alternativa marcada: e) O comportamento do usuário de internet é, em algumas situações, nocivo e comparável a uma doença. Justificativa: Resposta correta: O comportamento do usuário de internet é, em algumas situações, nocivo e comparável a uma doença.O advento tecnológico tomou proporções de compulsão e interdependência que, em vez de proporcionar uma ação crítica sobre o mundo, acaba por criar um torpor e uma estagnação mental. Distratores:A área da saúde precisa aprender a lidar com novas doenças, algumas criadas pelo uso excessivo da internet. Errada. A área da saúde já trabalha com os temas pertinentes aos distúrbios provenientes do excesso de conectividade.A vacina é um meio eficaz de prevenir doenças, devendo ser administrada o mais precocemente possível. Errada. Para esse caso, não há vacina disponível.A disseminação de notícias falsas sobre doenças pode comprometer o atendimento público nos hospitais. Errada. A alternativa não condiz com a dimensão da realidade, no que se entende como vacinação contra enfermidades, e não como prevenção de ações indesejadas nas plataformas tecnológicas.A internet pode ser um ambiente saudável para o usuário contanto que ele procure assistência médica. Errada. A utilização da internet não depende de um auxílio médico. 1,00/ 1,00 2 Código: 40050 - Enunciado: "Um homem toma posse de si mesmo por meio de lampejos, e muitas vezes quando toma posse de si não se encontra e não se alcança." (Fonte: ARTAUD, A. In: FAVORETTO, C. A contracultura, entre a curtição e o experimental. São Paulo: N-1, 2019.) No fragmento destacado, o dramaturgo francês Antonin Artaud expressa poeticamente uma movimentação intelectual de um homem, no sentido de que este estivesse tentando construir um entendimento acerca de si próprio, porém a tentativa de tomar posse desse conhecimento estaria em uma lógica movente ao ponto de torna-se sempre inalcançável. Esse pensamento está presente no conceito de devir dos filósofos: a) Nietzsche, Deleuze e Guattari. b) Immanuel Kant, Hegel e Shelling. c) Platão, Sócrates e Aristóteles. d) Espinosa, Schopenhauer e Freud. 0,00/ 0,50 e) Nietzsche, Deleuze e Pitágoras. Alternativa marcada: c) Platão, Sócrates e Aristóteles. Justificativa: Resposta correta: Nietzsche, Deleuze e Guattari. Esses pensadores desenvolveram um modo de pensar o pensamento na perspectiva de um devir imanente, mutável e cambiante. Para esses filósofos, seria impossível caracterizar o conhecimento e a tentativa de produção de algum entendimento de si mesmo na ideia de imobilidade e permanência. Distratores:Nietzsche, Deleuze e Pitágoras. Errada. Nietzsche e Deleuze estão corretos, pois trabalham na perspectiva conceitual do devir; já Pitágoras, não.Immanuel Kant, Hegel e Shelling. Errada. Immanuel Kant, Hegel e Shelling são pensadores do idealismo alemão.Espinosa, Schopenhauer e Freud. Errada. Espinosa, Schopenhauer e Freud, cada um a seu modo, desenvolveram teorias que não necessariamente articulavam o conceito de devir.Platão, Sócrates e Aristóteles. Errada. Platão, Sócrates e Aristóteles são pensadores do período helenístico grego, no qual o mundo das ideias perfeitas e imutáveis vigorava. 3 Código: 40084 - Enunciado: Texto I Texto II [...] "No dia em que eu cheguei na beira daquela cratera [de 200 metros de largura e outros 200 de profundidade], fiquei arrepiado. Eu achei que estava preparado para ver aquele cenário porque já tinha visto muito na televisão e em revista, mas quando vi aquilo, pessoalmente, remeteu-me para a construção das pirâmides do Egito, para as minas do rei Salomão." Sentiu que "um pedaço de História" decorria diante dos seus olhos.Foi em 1979 que pela primeira vez se encontrou ouro na Serra Pelada. "A mina empregava cerca de 50 mil trabalhadores em condições infra-humanas", descreve a Taschen no comunicado que dirigiu ao P3. Homens cobertos de terra subiam e desciam, freneticamente, por longas escadarias de madeira com sacos às costas, cheios de terra e minério, que podiam pesar até 40 quilos. "Hoje, aquela selvagem febre do ouro do Brasil não é mais do que uma lenda que se mantém viva graças a alguns momentos felizes, mas sobretudo a muitos lamentos dolorosos." A violência dentro da mina era comum, assim como na aldeia que nasceu para albergar os trabalhadores. (MAIA, A. M. Sebastião Salgado documentou a "febre do ouro" no eldorado brasileiro. Público, Lisboa, 9 dez. 2019, 8:47. Disponível em: https://www.publico.pt/2019/12/09/p3/fotogaleria/sebastiao-salgado- febre-ouro-eldorado-brasileiro-398959. Acesso em: 14 abr. 2021.) A leitura da imagem (texto I), assim como das informações apresentadas no texto II, possibilita reconhecer a produção de conhecimento por meio das diferentes funções da arte em seus meios culturais, bem como possibilita afirmar que: a) Informações externas ao objeto artístico não devem ser acionadas no processo de interpretação, uma vez que podem ter a capacidade de comprometer a leitura. b) A fotografia humaniza o indivíduo que se encontra em situação degradante e, por tal motivo, acaba romantizando uma situação hostil. c) Conhecimentos exteriores ao texto artístico não interferem no processo de interpretação, uma vez que a leitura de uma obra deve atentar apenas aos elementos que nela constam. d) O texto verbal supera o texto não verbal na medida em que melhor comunica a situação vivida pelos sujeitos que se encontravam naquele ambiente. e) O trabalho de Sebastião Salgado dialoga com uma perspectiva sociológica ao mostrar os sabores e dissabores da condição humana. Alternativa marcada: e) O trabalho de Sebastião Salgado dialoga com uma perspectiva sociológica ao mostrar os sabores e dissabores da condição humana. Justificativa: Resposta correta: O trabalho de Sebastião Salgado dialoga com uma perspectiva sociológica ao mostrar os sabores e dissabores da condição humana.A noção de multiplicidade óptica, que a arte de Sebastião Salgado abarca acerca das questões mais pungentes da 1,50/ 1,50 sociedade, é determinante para se pensar os mecanismos de domínio e exclusão. Distratores:Conhecimentos exteriores ao texto artístico não interferem no processo de interpretação, uma vez que a leitura de uma obra deve atentar apenas aos elementos que nela constam. Errada. Todo e qualquer conhecimento pode interferir no processo de interpretação na leitura de uma obra de arte.O texto verbal supera o texto não verbal na medida em que melhor comunica a situação vivida pelos sujeitos que se encontravam naquele ambiente. Errada. Todas as formas textuais carregam pluralidades de sentidos. Desse modo, não há como mensurar uma hierarquia.A fotografia humaniza o indivíduo que se encontra em situação degradante e, por tal motivo, acaba romantizando uma situação hostil. Errada. A fotografia pode até carregar um olhar romântico sobre a situação retratada, porém o que determina de fato tal interpretação é a perspectiva crítica de cada espectador.Informações externas ao objeto artístico não devem seracionadas no processo de interpretação, uma vez que podem ter a capacidade de comprometer a leitura. Errada. A própria dimensionalidade visual e virtual da fotografia possibilita conexões com diversas informações externas ao objeto retratado. 4 Código: 39602 - Enunciado: "A filosofia é uma espécie de saber sobre si mesmo. Uma reflexão a respeito do conhecimento humano e todos os seus desdobramentos (éticos, técnicos, estéticos, religiosos etc.). [...] A filosofia nasceu já com a suspeita de que os saberes são sempre intencionados e ideologicamente orientados. Por isso, a filosofia se comporta desde sempre como crítica sobre os meandros pelos quais os saberes se constroem. A filosofia é a antítese da doutrinação. No fundo, qualquer verdade imposta é combatida e relativizada pela filosofia.[...]As sociedades só avançam se houver pesquisa e coragem para a descoberta do novo. Não nos enganemos: sem filosofia, o desemprego aumentará. Afinal quem será capaz de aprender a aprender permanentemente (exigência desse mercado altamente tecnológico e inovador) sem cultivar os exercícios epistemológicos que só a filosofia é capaz de fazer? Imaginemos que a ciência moderna simplesmente não existiria sem as bases formuladas por Hume, Bacon, Hegel e Kant, por exemplo. Sem filosofia (em geral) e sem as ciências humanas e sociais (em especial), a violência aumentará. Porque sem reflexão sobre as raízes dos conflitos sociais, jamais haverá alternativa verdadeiramente eficaz no trato dessas questões."(Fonte: A FILOSOFIA é um perigo. Carta Capital - Blog do Sócio, 2019. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/blogs/blog- do-socio/a-filosofia-e-um-perigo/ (https://www.cartacapital.com.br/blogs/blog-do-socio/a- filosofia-e-um-perigo/). Acesso em: 1º mar. 2021.) No texto publicado na revista Carta Capital, percebe-se que, da mesma forma que toda ciência tem um objeto definido de estudo, a filosofia tem como seu objeto o próprio saber, a própria reflexão, o próprio conhecimento. A lógica de um pensamento único e puramente pragmático é irmã da ignorância. Na visão do pensamento filosófico contemporâneo, indique o que é imprescindível para que haja o saber: a) Separação, divisão e delimitação de sínteses originárias. b) Dúvidas, instabilidades, inconclusões e pluralidades. c) Descrição e análise dos comportamentos das matérias. d) Razão, domínio intelectual e busca por verdades universais. e) Preceitos e pressupostos teóricos absolutamente seguros. Alternativa marcada: b) Dúvidas, instabilidades, inconclusões e pluralidades. Justificativa: Resposta correta: Dúvidas, instabilidades, inconclusões e pluralidades.O pensamento filosófico contemporâneo tem como marca principal a crítica ao cientificismo moderno e às estruturas racionais. Assim, compreende-se que os saberes não são fixos, mas sim, moventes. Carregam dúvidas, instabilidades, inconclusões e pluralidades. Distratores:Descrição e análise dos comportamentos das matérias. Errada. Trata-se do estudo quântico das fisicalidades e energias.Razão, domínio intelectual e busca por verdades universais. Errada. Corresponde à racionalidade clássica da filosofia ocidental.Separação, divisão e delimitação de sínteses originárias. Errada. Linhas de estudo voltadas aos saberes 0,50/ 0,50 https://www.cartacapital.com.br/blogs/blog-do-socio/a-filosofia-e-um-perigo/ teológicos.Preceitos e pressupostos teóricos absolutamente seguros. Errada. Estruturas epistemológicas espelhadas nas ciências exatas. 5 Código: 39607 - Enunciado: Texto IQuero cada vez mais aprender a ver como belo aquilo que é necessário nas coisas. Amor-fati [amor ao destino]: seja este, doravante, o meu amor! Não quero fazer guerra ao que é feio. Não quero acusar, não quero nem mesmo acusar os acusadores. Que minha única negação seja desviar o olhar! E, tudo somado e em suma: quero ser, algum dia, apenas alguém que diz Sim!(Fonte: NIETZSCHE, F. A gaia ciência. Tradução de Paulo César Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p. 161.) Texto IIFé Cega, Faca AmoladaAgora não pergunto mais pra onde vai a estrada Agora não espero mais aquela madrugada Vai ser, vai ser, vai ter de ser, vai ser faca amolada O brilho cego de paixão e fé, faca amoladaDeixar a sua luz brilhar e ser muito tranquilo Deixar o seu amor crescer e ser muito tranquilo Brilhar, brilhar, acontecer, brilhar faca amolada Irmão, irmã, irmã, irmão de fé faca amoladaPlantar o trigo e refazer o pão de cada dia Beber o vinho e renascer na luz de todo diaA fé, a fé, paixão e fé, a fé, faca amolada O chão, o chão, o sal da terra, o chão, faca amoladaDeixar a sua luz brilhar no pão de todo dia Deixar o seu amor crescer na luz de cada dia Vai ser, vai ser, vai ter de ser, vai ser muito tranquilo O brilho cego de paixão e fé, faca amolada.(Fonte: FACA amolada. Intérprete: Milton Nascimento. Compositor: Milton Nascimento e Ronaldo Bastos. In: Minas. 1975.) A letra Fé Cega, Faca Amolada, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, do Clube da Esquina, evidencia características do modo como o pensador Nietzsche entendia a existência. Com base na relação entre os textos I e II, infira qual verso da música dos compositores mineiros traz a ideia de Amor-fati (amor ao destino). a) Plantar o trigo e refazer o pão de cada dia. b) Agora não pergunto mais pra onde vai a estrada. c) Deixar o seu amor crescer e ser muito tranquilo. d) O brilho cego de paixão e fé, faca amolada. e) Vai ser, vai ser, vai ter de ser, vai ser faca amolada. Alternativa marcada: c) Deixar o seu amor crescer e ser muito tranquilo. Justificativa: Resposta correta: Agora não pergunto mais pra onde vai a estrada.Esse verso apresenta uma ruptura com a ideia de um futuro determinado a ser alcançado. Desse modo, não se sabe para que lado vai a vida, o que se sabe é que a vida se abre para múltiplos destinos. Assim, evidencia-se uma afirmação da vida mesmo sem saber "pra onde vai a estrada", a mesma afirmação se dá na frase "amor-fati/amor ao destino” ou “amor ao próprio destino”. É usada na filosofia nietzschiana para valorizar tudo o que acontece na vida, independente dos sofrimento e das perdas, dos caminhos e dos descaminhos.Distratores:Vai ser, vai ser, vai ter de ser, vai ser faca amolada. Errada. Expressa uma força de oposição ao regime militar.O brilho cego de paixão e fé, faca amolada. Errada. Contesta a cegueira de movimentos religiosos.Plantar o trigo e refazer o pão de cada dia. Errada. Apresenta metáforas de uma vida a ser renovada.Deixar o seu amor crescer e ser muito tranquilo. Errada. Autoriza o amor de forma tranquila, mesmo diante de uma ditadura. 0,00/ 1,50 6 Código: 39603 - Enunciado: Texto I“Em algum remoto recanto do universo, que se deságua fulgurantemente em inumeráveis sistemas solares, havia uma vez um astro, no qual animais astuciosos inventaram o conhecimento. Foi o minuto mais audacioso e hipócrita da 'história universal': mas, no fim das contas, foi apenas um minuto. Após alguns respiros da natureza, o 1,00/ 1,00 astro congelou-se, e os astuciosos animais tiveram de morrer. Alguém poderia, desse modo, inventar uma fábula e ainda assim não teria ilustrado suficientemente bem quão lastimável, quão sombrio e efêmero, quão sem rumo e sem motivo se destaca o intelecto humano no interior da natureza; houve eternidades em que ele não estava presente; quando ele tiver passado mais uma vez, nada terá ocorrido.”(Fonte: NIETZSCHE, F. Sobre verdade e mentira no sentido extra- moral. São Paulo: Hedra, 2007.) Texto II“Ninguém entra em um mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras. Nada existe de permanente a não ser a mudança.”(Fonte: KOAN, W. O. Pensar com Heráclito. São Paulo: Lamparina, 2013.) Texto IIIOração ao TempoÉs um senhor tão bonito Quanto a cara do meu filho Tempo, tempo, tempo, tempo Vou te fazer um pedido Tempo, tempo, tempo, tempoCompositor de destinos Tambor de todos os ritmos Tempo, tempo, tempo, tempo Entro num acordo contigo Tempo, tempo,tempo, tempoPor seres tão inventivo E pareceres contínuo Tempo, tempo, tempo, tempo És um dos deuses mais lindos Tempo, tempo, tempo, tempo[...]E quando eu tiver saído Para fora do teu círculo Tempo, tempo, tempo, tempo Não serei nem terás sido Tempo, tempo, tempo, tempoAinda assim acredito Ser possível reunirmo-nos Tempo, tempo, tempo, tempo Num outro nível de vínculo Tempo, tempo, tempo, tempoPortanto peço-te aquilo E te ofereço elogios Tempo, tempo, tempo, tempo Nas rimas do meu estilo Tempo, tempo, tempo, tempo(Fonte: VELOSO, C. “Oração ao tempo”. In: Cinema Transcendental, 1979.) Pensadores de diversas épocas construíram narrativas para explicar o sentido da vida e do universo, a partir de explicações lógicas, filosóficas e artísticas. Os textos trazidos apresentam pontos em comum com os fundamentos de Nietzsche, filósofo alemão moderno, de Heráclito de Éfeso, filósofo pré-socrático grego, e de Caetano Veloso, cantor e compositor brasileiro contemporâneo. Aponte quais são esses pontos em comum: a) Tinham início nos sistemas religiosos. b) Partiam de teorias escritas por filósofos clássicos. c) Inferiam a existência de um devir para o mundo e a vida. d) Eram embasados nas narrativas do Velho Testamento. e) Afirmavam o pensamento lógico da ciência. Alternativa marcada: c) Inferiam a existência de um devir para o mundo e a vida. Justificativa: Resposta correta: Inferiam a existência de um devir para o mundo e a vida.O sentido do mundo e da vida parte da ideia de que nada é permanente, exceto a mudança. Para Nietzsche, a cultura ocidental está viciada na ideia de estabelecer a racionalidade e, consequentemente, sua rigidez em todos os aspectos da vida. Desse modo, para o pensador, a única verdade se estabeleceria no movimento e transformação dos conceitos, nunca parando e sempre em uma contínua expansão. É o que se verifica também nos versos de Caetano Veloso e na perspectiva cosmológica de Heráclito.Distratores:Eram embasados nas narrativas do Velho Testamento. Errada. O Velho Testamento se pauta na ideia de uma origem divina.Partiam de teorias escritas por filósofos clássicos. Errada. As filosofias clássicas tinham a razão como base para o entendimento de todas as coisas. Tinham início nos sistemas religiosos. Errada. Os sistemas religiosos, cada um a seu modo, visavam a um deus ou deuses como princípio de todas as coisas. Afirmavam o pensamento lógico da ciência. Errada. A ciência é mediada por uma comprovação exata e universal. 7 Código: 40099 - Enunciado: Texto I(Foto: Mark Rothko, 1971. Disponível em: Fonte: http://www.queerculturalcenter.org/Pages/Bacon/FBFaces.html. Acesso em: 10 mar. 2021.) Texto II"O importante é conseguir agarrar aquilo que não se cessa de se transformar", Francis Bacon (1909-1992). Bacon foi um pintor de tema único: o corpo humano em todos os seus estágios. Entretanto, foi apenas nos anos 60 do século passado que ele começou a pintar a si mesmo. Lá pelos 50 anos de idade, Bacon começa a fazer autorretratos, ao contrário de grande parte dos pintores, que sempre começavam pintando a si mesmos. Não que desejassem pintar a si mesmos, mas porque não tinham dinheiro para contratar modelos. E foi justamente por este motivo que Bacon, já na metade da vida, optou por se retratar. Embora considerasse muito difícil representar seu rosto, confessou que “em dado momento, quando não pude mais encontrar outros modelos, eu me pintei, mas por falta de coisa melhor e não porque eu achasse que isso fosse em si mais interessante”. Seu primeiro Auto-Retrato (1958) irá mostrá-lo numa atitude de pensador melancólico. Depois disso, o autorretrato se tornará um gênero recorrente em sua vida, purgando seu narcisismo e suas paixões naquilo que possuem de mais violento e exacerbado, de mais desconfortável e perigoso.(Adaptado de: https://corpoesociedade.blogspot.com/2010/07/os-auto-retratos-de-francis-bacon.html. Acesso em: 10 mar. 2021.) Escreva um texto criativo partindo da ideia de traçar um autorretrato em palavras, de forma autorreflexiva. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos:- A perspectiva de seu rosto diante de si mesmo.- A dimensionalidade de seu olhar olhando para o próprio olho. Resposta: Como eu me vejo sempre é afetado por aquilo que penso de mim no momento, algo que tem mais haver com um estado de espírito do que com uma capacidade visual. Isso não desletima minhas conclusões ao me olhar, pois ainda é reflexo de algo, a forma como meus pensamentos deturpam minha visão não necessariamente é vista como uma maldição. Como me vejo é o reflexo daquilo que penso, e claro que o que penso de mim mesma, mas também de tudo aquilo que me cerca. Dito isto, um autorretrato meu é um reflexo, e como todos os autorretratos me vejo obrigada a retratar meus pontos mais importantes. E nele eu prezo por destacar meu olhar. Não a parte apenas física de meus olhos olhando para eles próprios, mas a visão deles em busca de respostas. A a reflexão presente no olhar de quem está olhando para si próprio. Comentários: Boa resposta Justificativa: Expectativa de resposta:Rascunhar os rastros e restos de fluxos que compõem nossas percepções de nós mesmos é um exercício interessante para experienciar a própria perspectiva movente do que acreditamos ser fixo. O rosto e o olhar estão em devir, em transmutação ininterrupta. Assim, essa avaliação consiste em ativar sua escritura criativa tendo como objeto de análise o paradoxo do estranho familiar da autopercepção. 2,50/ 2,50 8 Código: 39613 - Enunciado: Texto I“Para Deleuze a filosofia não é uma legitimação dos outros saberes, mas sim, criação de conceitos. Pois bem, se isso é verdade, se filosofia é realmente criar conceitos, a gente então pode logo perguntar: como são criados os conceitos da filosofia de Deleuze? A filosofia de Deleuze criou um sistema de relações conceituais postos em relação a uma infinidade de conceitos de outros filósofos. Com isto, o pensador extraiu ideias de Nietzsche, Foucault, Espinosa e muitos outros para criar sua diferença, na repetição dos fundamentos, 1,50/ 1,50 desses pensadores. Assim, ele busca ferramentas em outros pensadores para movimentar o seu próprio pensar.”(Fonte: MACHADO, R. Deleuze e a Filosofia, 2014. 1 vídeo (1h50min49s). Publicado pelo canal Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_ttmrtL0RBA. Acesso em: 20 mar. 2021.) Texto IIPoética (Manuel Bandeira) Estou farto do lirismo comedidoDo lirismo bem comportadoDo lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo Abaixo os puristas Todas as palavras sobretudo os barbarismos universaisTodas as construções sobretudo as sintaxes de exceçãoTodos os ritmos sobretudo os inumeráveis Estou farto do lirismo namoradorPolíticoRaquíticoSifilíticoDe todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo De resto não é lirismoSerá contabilidade tabela de cossenos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc. Quero antes o lirismo dos loucosO lirismo dos bêbedosO lirismo difícil e pungente dos bêbedosO lirismo dos clowns de Shakespeare — Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. (Fonte: BANDEIRA, M. Poética. São Paulo: Global, 2013. p. 99.) Com base no trecho selecionado da palestra Deleuze e a Filosofia, de Roberto Machado, e no poema Poética, de Manuel Bandeira, e tendo em mente a criação de conceitos da filosofia deleuziana, explique o conceito da palavra "lirismo", na perspectiva dos versos "Quero antes o lirismo dos loucos/O lirismo difícil e pungente dos bêbados". Resposta: No texto de Manuel Bandeira, ele questiona sobre o lirismo comedido, aquele melhor aceito pela academia. Na parte onde ele exalta o lirismo dos loucos, o difícil é pungente dos bêbados, ele está exaltando um pensamento de recriar conceitos. De não secontentar com os pensamentos já aceitos e apropriados para o comum, para se ir além disso, para se tornar um ponto fora da curva do pensar. A filosofia deleuziana, assim como nos versos de Manuel Bandeira, apresenta uma filosofia que tem como princípio a reflexão por si só. A comunicação, transformação e indagação do comum. Não se preza pelo saber estático, mas algo que esta sempre em estado de movimento, questionando o que já se sabia. Comentários: Correto. Justificativa: Expectativa de resposta:É na recriação ou reconstrução dos conceitos que Deleuze afirma a diferença deles mesmos. É também o que faz o poeta Manuel Bandeira, em seu poema Poética, ao redimensionar a palavra "lirismo" longe de dicionários e vernáculos, mas, ironicamente próxima de loucos e bêbados, ampliando esse conceito e possibilitando a produção de outros sentidos.
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