Buscar

Avaliação Construção do pensamento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Entrega da Avaliação - Fórum de Discussão [AVA 1]
44 respostas não lidas5353 respostas
Atividade 1 
 
Desafios da subjetividade na lógica da aceleração
 
Leia os textos abaixo identificando as problemáticas que eles propõem como reflexão:  
 
TEXTO I 
Pausa  
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:  
— Vais sair de novo, Samuel?  
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.  
— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz.  
— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido, secamente. Ela olhou os sanduíches:  
— Por que não vens almoçar?  
— Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche. A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga, Samuel pegou o chapéu:  
— Volto de noite.  
As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente, ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas. Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé. 
 — Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...  
— Estou com pressa, seu Raul!—atalhou Samuel.  
— Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre.— Estendeu a chave.  
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:  
— Aqui, meu bem!—uma gritou, e riu: um cacarejo curto.  
Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave. Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.  
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; comum suspiro, tirou o casaco os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os olhos.  
Dormir.  
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.  
Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido. Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa, perseguido por índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam.  
Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados: o índio acabava de trespassá-lo com a lança. Esvaindo-se em sangue, molhado de suor, Samuel tombou lentamente; ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.  
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu.  
Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.  
— Já vai, seu Isidoro?  
— Já — disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.  
— Até domingo que vem, seu Isidoro—disse o gerente.  
— Não sei se virei—respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía.  
— O senhor diz isto, mas volta sempre — observou o homem, rindo.  
Samuel saiu.  
Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou, um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa."  
SCLIAR, Moacyr. In: BOSI, Alfredo. O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cutrix, 1997. 
 
TEXTO II 
Assista ao curta argentino El EmpleoLinks to an external site.  para responder às questões: 
Há no texto uma quebra de lógica no que diz respeito às sonoridades. O silêncio e os ruídos bem como a ausência de falas causam sensações que nos inquietam. Podemos chamar esses procedimentos de movimentos aberrantes na arte? Provocam pensamentos? Fale sobre isso.  
A arte desorganiza a vida. Explique essa afirmativa, a partir da apreciação do curta. 
 
Relacione o curta ao texto de Gilles Deleuze: 
(...) os homens não deixam de fabricar um guarda-sol que os abriga, por baixo do qual traçam um firmamento e escrevem suas convenções, suas opiniões; mas o poeta, o artista abre uma fenda no guarda-sol, rasga até o firmamento, para fazer passar um pouco do caos livre e tempestuoso e enquadrar numa luz brusca, uma visão que aparece através da fenda, primavera de Wordsworth, ou maçã de Cézanne, silhueta de Macbeth ou de Ahab. Então, segue a massa dos imitadores, que remendam o guarda-sol, com uma peça que parece vagamente com a visão; e a massa dos glosadores que preenchem a fenda com opiniões: comunicação. Será preciso sempre outros artistas para fazer outras fendas, operar as necessárias destruições, talvez cada vez maiores, e restituir assim, a seus predecessores, a incomunicável novidade que não mais se podia ver. 
DELEUZE, Gilles; GUATTARI.  Félix. O que é a filosofia? São Paulo: Editora 34, 1997. p. 56. 
 
Texto III.  
Leia o trecho retirado do texto “Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral, de Nietzsche” e relacione ao contexto abordado. 
 
“O que é a verdade, portanto? Um batalhão móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismos, enfim, uma soma de relações humanas, que foram enfatizadas poética e retoricamente, transpostas, enfeitadas, e que, após longo uso, parecem a um povo sólidas, canônicas e obrigatórias: as verdades são ilusões, das quais se esqueceu que o são, metáforas que se tornaram gastas e sem força sensível, moedas que perderam sua efígie e agora só entram em consideração como metal, não mais como moedas.” 
(NIETZSCHE, F. Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral. Tradução: Fernando de Moraes Barros. São Paulo: Hedra, 2007). 
 
Veja que o filósofo considera metáforas esses modos de pensar que se solidificaram como verdades. Nesse sentido, é possível considerar, de acordo com o pensamento de Nietzsche, que tais situações são modos de ver que foram naturalizados e não verdades absolutas?  
 
Elabore um comentário no qual faça uma reflexão sobre os textos lidos relacionando-os a ideia de construção das subjetividades abordada por Suely Rolnik e o pensamento de Nietzsche apresentado no item III: “Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral”. O mais importante é: 
· Apresente a sua reflexão a partir das leituras realizadas nas unidades. 
· Relacione as reflexões com a contemporaneidade, com a sua vida.  
· Cite os textos aqui propostos. 
· Estabeleça relações entre os textos, a entrevista e as reflexões que vem realizando sobre o estar no mundo. 
· Seu texto deve ter até 15 linhas.  
· Apresente, ao menos, 2 comentários consistentes às postagens dos seus colegas a fim de promover a discussão e reflexão. 
 
Referências:
DELEUZE, G; GUATTARI, F. O Que é filosofia? Tradução de Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Muñoz. São Paulo: Editora 34, 2010. 
DELEUZE, G. Nietzsche e a filosofia. São Paulo: N-1, 2018. 
JASPERS, K. Introdução à filosofia de Friedrich Nietzsche. Tradução de Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Forense, 2015. Minha Biblioteca. 
MACHADO, R. O professor e o filósofo. In: Revista Trágica: estudos de filosofia da imanência. Rio de Janeiro: UFRJ, 2015. Disponível em: TRÁGICA: Estudos de Filosofia da Imanência (ufrj.br)Links to an external site.. Acesso em: 15 jan. 2021. 
MOSÉ, V. Especial Nietzsche no café filosófico. 29/03/2009. YouTube. Disponível em:Especial Nietzsche Viviane Mosé-Café FilosóficoLinks to an external site.. Acesso em: 15 jan. 2021. 
NIETZSCHE, F. Sobre verdadee mentira no sentido extra-moral. São Paulo: Hedra, 2007. 
PELBART, P. P. Políticas da vida, produção do comum e a vida em jogo... Saúde soc., São Paulo, v. 24, supl. 1, p. 19-26, jun. 2015. Disponível em: Políticas da vida, produção do comum e a vida em jogo... (scielo.br).Links to an external site. Acesso em: 10 dez. 2020. 
 
Atenção
- Verifique os critérios deste fórum e leia o documento ‘’Critérios do Fórum Avaliativo” disponível na abertura da disciplina.
- As postagens devem ser autorais, podendo utilizar citações de acordo com a norma da ABNT.
- Em caso de plágio o comentário não será considerado para nota.
- Respostas como concordo/discordo sem embasamento não serão consideradas para nota.
- No caso de postagens agressivas ou desrespeitosas com os demais participantes, o aluno será advertido e a postagem apagada.
Resposta:
 No texto I, vemos como a formação do texto nos leva a sensações que nos instigam a nos colocar no lugar do personagem principal. Certamente quem leu, se identificou com o Samuel, visto que, de tempos em tempos, precisamos da solitude e de um pouco de contemplação para aguentarmos as cargas que nos são impostas.
No texto II, vemos a importância de não ser óbvio. Romper com o que lhe é imposto e que o transforma em massa de manobra ou até mesmo o desumaniza, pode ser conseguido através da fenda que a arte lhe propõe e mostrando que romper paradigmas é necessário.
No texto III, mostra que a verdade pode ser algo moralmente imposto, criado apenas para satisfazer os desejos de um grupo de poder para dominar os “inferiores”. Tais regras se tornam parte do cotidiano e as vezes são seguidas apenas por costume, sem saber se de fato há algum beneficio ou correta motivação para tal.

Continue navegando