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1 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S 2 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S 3 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S Núcleo de Educação a Distância GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO Diagramação: Gildenor Silva Fonseca PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira. O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho. O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem. 4 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S Prezado(a) Pós-Graduando(a), Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional! Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as suas expectativas. A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra- dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a ascensão social e econômica da população de um país. Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida- de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas pessoais e profissionais. Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi- ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua- ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe- rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de ensino. E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos conhecimentos. Um abraço, Grupo Prominas - Educação e Tecnologia 5 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S 6 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! . É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo- sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve- rança, disciplina e organização. Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho. Estude bastante e um grande abraço! Professora: Nathane Silva Resende 7 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc- nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela conhecimento. Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in- formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao seu sucesso profisisional. 8 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S O desenvolvimento de novos produtos pode ser traduzido uma série de ação ou processos pelos quais informações pertinentes ao merca- do são transformadas em produto capazes de atender as expectativas dos consumidores. Esta unidade dará enfoque na Macro Fases do Desenvolvi- mento de Novos Produtos (pré-desenvolvimento, desenvolvimento e pós- -desenvolvimento) com ênfase na aplicação de ferramentas de qualidade durante o processo. O desenvolvimento de novos produtos é um processo fundamental e contínuo, que contribui para a manutenção de uma empre- sa no atual competitivo mercado, para tanto deve ser bem estruturado e embasado em metodologias científicas. As necessidades do mercado exi- gem o desenvolvimento de novos produtos em um curto espaço de tempo, dentro do menor orçamento possível e ainda assim, com altos padrões de qualidade, diante de tantas limitações não é difícil de imaginar a eleva- da taxa de insucessos destes produtos. Neste contexto as ferramentas de qualidade são essenciais. Sabe-se que, quando aplicadas corretamente no desenvolvimento de novos produtos são responsáveis direto na redução de tempo, falhas e recursos humanos e materiais dos projetos. Para o de- senvolvimento de novos produtos existem algumas legislações específicas que também serão tratadas nessa unidade. Inovação. Consumidores. Gestão de Projetos. Ferramentas de qualidade. 9 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 01 INOVAÇÃO Apresentação do Módulo ______________________________________ 11 13Conceitos Básicos de Inovação _________________________________ Manual de Oslo _________________________________________________ Recapitulando _________________________________________________ 16 19 CAPÍTULO 02 DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS Estudo do Mercado e dos Consumidores _______________________ Desenvolvimentos de Novos Produtos __________________________ Ciclo de Vida do Produto _______________________________________ Recapitulando _________________________________________________ 24 30 36 40 Engenharia Simultânea ________________________________________ 50 CAPÍTULO 03 FERRAMENTAS DE GESTÃO DE DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS Planejamento Avançado da Qualidade do Produto (APQP) ______ Project Management Body of Knowledge (PMBOK®) ___________ 44 46 10 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S Método Seis Sigma ____________________________________________ Sistema Lean __________________________________________________ Lean Seis Sigma _______________________________________________ Recapitulando _________________________________________________ Considerações Finais ___________________________________________ Fechando a Unidade ___________________________________________ Referências ____________________________________________________ 59 61 64 67 72 74 77 11 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S- G R U P O P R O M IN A S O desenvolvimento de novos produtos pode ser entendido como um procedimento padrão e rotineiros dentro de qualquer em- presa, graças à globalização, a rapidez na difusão de informações e a consciência crítica dos consumidores que faz com que os produtos disponíveis no mercado tenham vida comercial cada vez mais curta. É fundamental que as empresas entendam a dinâmica do mercado e a importância de organizar o processo de desenvolvimentos de novos produtos; ler as necessidades do mercado é essencial, bem como dire- cionar investimentos em profissionais capacitados e instrumentos que garantam a qualidade em todas as etapas. O ciclo de desenvolvimento tem início no “brainstorm”, que nada mais é do que uma tempestade de ideias com o objetivo de rom- per o bloqueio criativo e auxiliar no processo de inovação, e avança até o lançamento do produto, durante todo o processo etapas como análise financeira, analise técnica, teste do conceito, estratégias de marketing, desenvolvimento do protótipo, redesing, análise de risco e outras, são realizadas a fim de maximizar as chances de sucesso do produto. O desenvolvimento de novos produtos quando realizado corre- tamente e de maneira estruturada, sem dúvidas é um fator decisivo no que diz respeito à permanência da empresa no atual mercado competiti- vo, com cliente exigente e alta concorrência; a inovação é um diferencial que garante a competitividade e a permanência em mercados globais. A busca por inovação, por si só já é uma tarefa desafiadora; dar vida a essas ideias é um processo ainda mais complexo que demanda equipe especializada e procedimentos bem estruturados dentro da em- presa. O objetivo é criar algo inovador em um tempo relativamente cur- to, com a qualidade desejada pelo consumidor e que seja competitivo comercialmente. A equipe responsável por executar as etapas durante o desen- volvimento de um novo produto deve ser composta por profissionais de diversas áreas (marketing, financeiro, vendas, engenheiros de diversas especialidades, designers, projetistas e outros). A multidisciplinaridade desses colaboradores é fundamental para o entendimento do projeto como um todo. Por diversas vezes a cooperação entre as múltiplas áreas é o ponto fraco do desenvolvimento dando origem a um alto per- centual de fracassos. Já foram descritas na literatura mecanismos que auxiliam na interação entre as diversas áreas, porém os dados ainda são restritos e não se aplicam a todas as empresas. Apesar da comple- xidade e da falta de estudos mais abrangentes sobre as metodologias disponíveis, essa cooperação é indispensável. A engenharia de qualidade está intimamente ligada a várias 12 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S fases do processo de desenvolvimento de novos produtos. Suas ferra- mentas são amplamente utilizadas com o intuito de aproximar as de- mandas do mercado e as especificações práticas de um produto, facili- tando a comunicação entre as diferentes áreas e minimizando os custos do projeto, além é claro, de envolver estudos sobre falhas e controles estatísticos de qualidade do produto. 13 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S CONCEITOS BÁSICOS DE INOVAÇÃO A globalização e a intensa industrialização foram fatores deter- minantes para que no início do século XX o tema inovação ganhasse destaque, além disso, estudos realizados por Joseph Alois Schumpetre, professor da Universidade de Harvard, encontraram uma correlação po- sitiva entre inovação e o crescimento econômico (QUINELLO, NICOLE- TTI, 2009). Inicialmente Schumpetre (1997) incorporou cinco aspectos ao processo de inovação: I. Um novo bem ou a melhoria de um bem; II. Um novo método de produção; III. Abertura de novos mercados; IV. Novas fontes de matérias-primas; V. Nova organização comercial. O conceito simples de inovação remete a implementação de um novo ou ao melhoramento de um produto, processo ou método INOVAÇÃO P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S 14 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S (OCDE, 2005). Quinello e Nicolitti (2009) vão além, e denominam como inovação novas estruturas organizacionais, novas formas de pensar, novos conceitos e novos comportamentos. Segundo Cassiolato e Lastres, a inovação tem três elementos fundamentais: o primeiro diz respeito a agregação de valor no produto ou serviço; o segundo é baseado na descoberta de que somente um setor jamais será o único responsável pelo processo de inovação, pois a dinâmica inovativa buscada pelas empresas é fortemente associada a diferentes atividades e capacidades; e o terceiro reitera a importância de regulamentação dessas atividades dentro da empresa. O processo de inovação é fundamental não somente para em- presas, mas para o desenvolvimento da sociedade como um todo, uma vez que nos permitem explorar oportunidades de negócios, desenvolver novos produtos, processos, novas formas de comportamento, além de estimular a livre concorrência dos mercados e o progresso do mundo como conhecemos hoje. Devido à complexidade de conceituar o tema e das diversas formas de se inovar, surgiu uma série de classificações baseadas em pontos de vista distintos dentro do processo de inovação. Henderson e Clark (1990) classificam os tipos de inovação com base nos efeitos pro- vocados nas empresas, é ela inovação incremental, inovação modular, inovação arquitetural e inovação radial. Já Hashimoto (2006) traz a dis- tribuição da inovação por duas dimensões: fontes de inovação (interna, externa e redes) e natureza da oportunidade (incremental evolucionária e descontínua). A OCDE (2005) ordena de acordo com a função, as- sim temos a inovação do produto, inovação do processo, inovação de marketing e inovação organizacional. Para saber mais sobre as classificações e os tipos de inova- ções: Capacidade de inovação nas empresas incubadas (NOBRE E.A; COSTA, R.P.S; EL-AOUAR, W.A; BARRETO, L.K.S; SOUZA, L.A, 2016). Nesse capítulo daremos enfoque na inovação do produto. Esse tipo de inovação tem como finalidade o desenvolvimento de um bem ou serviço novo ou que tenha passado por significativas melhoras de suas características e/ou aplicações. São exemplos dessa inovação: melho- ras consideráveis em especificações técnicas, componentes, matérias, 15 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S incorporação de novos softwares, o desenvolvimento de um produto to- talmente novo no mercado oriundo de uma necessidade do consumidor, entre outros (OCDE, 2005). Obviamente uma mesma inovação pode usar diferentes clas- sificações, mesmo porque o enfoque de cada classificação é diferen- te. De maneira similar, é possível observar que uma mesma inovação pode ter diferentes classificações quanto ao objetivo por exemplo. Se durante a inovação de um produto seja necessário inovar também o processo ou provocar inovações quando ao marketing, a inovação será considerada de produto e processo/marketing. As classificações podem ser complementares, dependendo do tipo de inovação. Ainda assim é importante conhecê-las de forma isolada para facilitar o entendimento e a aplicação (NOBRE et al.,2016). Segundo a OCDE (2005) inovar um produto é introduzir um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que tange a suas características ou usosprevistos. Isso pode ser realizado através de melhoramento significativo em especificações técnicas, componen- tes, materiais, softwares incorporados e outros. A inovação no mundo dos negócios pode ser classificada de acordo com o grau ou a altura da inovação. Garcia e Calontone (2002) não foram os primeiros a mencionar esse tipo de inovação, porém, em seu trabalho, é possível observar uma extrema abordagem sobre o assunto. Segundo os autores, as inovações podem ser de dois tipos incremental ou radical (disruptiva). Na inovação incremental há a incor- poração de melhorias a produtos ou processos já existentes, não tendo o hábito de romper paradigmas, tão pouco agregar novas funcionali- dades. Normalmente é a inclusão de algo melhorado sem a alteração das características básicas originais do produto. O impacto desse tipo de inovação é visto a médio e longo prazo, sendo muito importante fi- nanceiramente para subsidiar processos de inovação mais arriscados. Em outas palavras é a busca de melhoria contínua, de soluções de problemas, de oportunidades e de aperfeiçoamento do produto. O ob- jetivo final é sempre fornecer um produto com máxima excelência, qua- lidade otimizada e satisfação garantida para os clientes. Uma inovação incremental geralmente é criada para: reduzir custos, otimizar proces- 16 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S sos existentes, conquistar maior satisfação do cliente, aumentar vendas e lucros de produtos e serviços existentes. Já na inovação radical ou disruptiva promove a criação de novos mercados podendo ou não acar- retar na descontinuidade daquelas já existentes, que qualquer forma promove a desestabilização da concorrência. Trata-se normalmente de algo simples que busca atender um mercado até então negligenciado. A inovação radical no Brasil apresenta uma série de limitações quando comparada com outros países, sendo o principal motivo apontado o dis- tanciamento entre as universidades/centros de pesquisas e o mercado propriamente dito. Dessa forma as pesquisas realizadas muitas vezes não chegam até as empresas com a mesma velocidade que em outras regiões do mundo como China e Correia do Sul, seja pela burocracia imposta pelos órgãos federais ou pela falta de conhecimento por parte das empresas do que está sendo pesquisado. O Marco Legal da Inovação (Decreto n.º 9.288 de 7 de feverei- ro de 2018) tem como principal objetivo diminuir os entraves burocráti- cos que separam as universidades, as empresas e consequentemente o mercado. Com o intuito de diminuir a distância entre os dois mundos e maximizar as inovações radicais dentro do mercado brasileiro. O equilíbrio entre os tipos de inovação é o fator decisivo para consolidar a empresa no mercado. A inovação incremental busca a melhoria contínua de processos, produtos e serviços e sua principal limitação é a concorrência com similares já existentes e também conso- lidados no mercado. Já a inovação radical, apesar de ser uma grande aposta, sempre terá o desafio inicial de se estabelecer e conquistar o mercado. Provavelmente déficits financeiros serão comuns nos primei- ros meses, e é nesse momento que existe a necessidade de outros pro- dutos já consolidados no mercado, oriundos da inovação incremental, para garantir a contabilidade positiva da empresa em tempos incertos. MANUAL DE OSLO A primeira versão do Manual do Oslo foi elaborada em 1990, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 17 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S (OCDE) em conjunto com a Eurosat. Inicialmente a OCDE era forma- da pelos 30 países mais ricos e desenvolvidos e foram eles que es- tabeleceram alguns parâmetros e diretrizes sobre o que seria ou não inovação. Apesar de ser apenas um manual, ou seja, seu uso não se faz obrigatório, ele serve de parâmetro para direcionar a inovação em vários aspectos e as recomendações contidas no manual são aceitas internacionalmente. Após a primeira versão o Manual de Oslo tem sido frequente- mente atualizado e em 2007 teve sua primeira versão publica em por- tuguês. De acordo com o manual existem quatro tipos de inovações: I) Inovação de produto: “É a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas carac- terísticas ou usos previstos. Incluem-se melhoramentos significativos em especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incor- porados, facilidade de uso ou outras características funcionais” (OCDE – MANUAL DE OSLO; 2005; p. 57). II) Inovação de processo: “Uma inovação de processo é a im- plementação de um método de produção ou distribuição novo ou signi- ficativamente melhorado. Incluem-se mudanças significativas em téc- nicas, equipamentos e/ou softwares. As inovações de processo podem visar reduzir custos de produção ou de distribuição, melhorar a qualida- de, ou ainda produzir ou distribuir produtos novos ou significativamente melhorados” (OCDE - MANUAL DE OSLO; 2005; p. 58 - 59). III) Inovação do marketing: “Uma inovação do marketing é a implementação de um novo método do marketing com mudanças signi- ficativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posiciona- mento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços” (OCDE - MANUAL DE OSLO; 2005; p. 59). IV) Inovação organizacional: “Uma inovação organizacional é a implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas” (OCDE - MANUAL DE OSLO; 2005; p. 61). Além de estabelecer e delimitar os tipos de inovação, o Manual de Oslo propõe diretrizes para recolher e interpretas dados estatísticos sobre inovação. Não sendo o único documento importante e responsá- vel por mensurar questões relacionadas à ciência, tecnologia e inova- ção. Alguns exemplos dessa família de manuais são: Manual Frascati, indicadores de globalização, patentes, a sociedade da informação e Manual Camberra. http://knoow.net/cienceconempr/gestao/manual-frascati-inovacao/ 18 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S Para conhecer mais sobre o Manual do Oslo, acesse o docu- mento na íntegra. https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/ma- nualoslo.pdf 19 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO Órgão: FINEP Prova: Engenheiro de Tecnologia Nível: Superior. O Manual de Oslo apresenta propostas e diretrizes para a coleta e a interpretação de dados sobre inovação tecnológica. De acordo com esse Manual, a introdução de um bem ou de um serviço novo ou significativamente melhorado, no que concerne às suas carac- terísticas ou aos usos previstos, é considerada uma inovação. a) Evolutiva. b) Organizacional. c) De marketing. d) De processo. e) De produto. QUESTÃO 2 Ano: 2016 Banca: IF-MS Órgão: IF-MS Prova: Professor Nível: Su- perior. A inovação tecnológica, associada ao conhecimento e à aprendi- zagem, vem ocupando um papel de destaque maior na sociedade, na medida em que a globalização aproxima as culturas e os povos, suas necessidades e desejos. Sendo assim, todo líder ou gestor deve compreender sua importância e seus benefícios a médio e longo prazo, além de buscar um ambiente propício para o seu de- senvolvimento. Em relação à inovação, assinale a alternativa in- correta: a) Dentre as várias possibilidades de inovar, aquelas que se referem a inovações de produto ou de processo são conhecidascomo inovações tecnológicas. Outros tipos de inovações podem se relacionar a novos mercados, novos modelos de negócio, novos processos e métodos or- ganizacionais. Ou, até mesmo, novas fontes de suprimentos. b) Diferentes formas de inovação podem ser classificadas de duas ma- neiras: quanto ao objeto focal da inovação, que indica mudanças no pro- cesso de produção do produto ou serviço; e quanto ao seu impacto, que consiste em um elemento determinante à competitividade na indústria. c) Considerando que a inovação é capaz de gerar vantagens competiti- vas a médio e longo prazo, inovar torna-se essencial para a sustentabi- lidade das empresas e dos países no futuro. d) A inovação pode ocorrer de duas formas: a inovação incremental e a inovação radical. Enquanto a incremental proporciona melhorias cons- 20 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S tantes naquilo que já existe, no seu produto, processo ou serviço, a radical é exclusiva dos produtos. e) Em relação aos tipos de inovação, o Manual de Oslo define quatro tipos de inovações que encerram um amplo conjunto de mudanças nas atividades das empresas: inovações de produto, inovações de proces- so, inovações organizacionais e inovações de marketing. QUESTÃO 3 Ano: 2016 Banca: PR-4 UFRJ Órgão: UFRJ Prova: Administrador Geral Nível: Superior. É inegável o papel que a inovação exerce sobre as organizações. A função tecnologia, no âmbito de qualquer organização e, em espe- cial, no âmbito de uma Instituição de Ciência e Tecnologia, como a UFRJ, exerce um papel importante. Como desafio à busca por produção de conhecimentos novos, requer uma gestão estratégi- ca que possa compreender e dar conta de toda a complexidade presente no processo de inovação, ou mesmo, a Cadeia de Conhe- cimento. Pensar a função tecnologia e realizar a sua gestão é um dos maiores desafios da função tecnologia. Assinale a opção que apresenta os tipos de inovação, segundo o Manual de Oslo. a) Inovação de Produto, Inovação de Serviços, Inovação de Processos e Inovação Organizacional. b) Inovação de Produto, Inovação de Processos, Inovação de Marketing e Inovação Organizacional. c) Inovação de Produto, Inovação de Processos, Inovação de Serviços e Inovação de Pessoas. d) Inovação de Produto, Inovação de Pessoas, Inovação de Marketing e Inovação Organizacional. e) Inovação de Processos, Inovação de Serviços, Inovação de Pessoas e Inovação Organizacional. QUESTÃO 4 Ano: 2016 Banca: IBFC Órgão: EBSERH Prova: Analista Adminis- trativo Nível: Superior. Analise as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta. I. Inovação significa a capacidade de apresentar novos produtos e serviços. II. Produtos e serviços inovadores dão sustentação à empresa nas relações com seus clientes atuais e em potencial. III. Produtos e serviços não duram para sempre, a inovação é um fator de competitividade. a) Nenhuma das afirmações está correta. 21 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S b) Todas as afirmações estão corretas. c) Somente a afirmação I está correta. d) Somente a afirmação II está correta e) Somente a afirmação III está correta. QUESTÃO 5 Ano: 2011 Banca: CESGRANRIO Órgão: PETROBRÁS Prova: Enge- nheiro de Produção Junior Nível: Superior. Quanto à inovação tecnológica, analise as afirmativas a seguir. I – A Inovação Organizacional ocorre quando a empresa oferece ao mercado novos produtos ou serviços. II – A Inovação de Produto decorre de novos processos de produ- ção melhorados e mais eficientes. III – A Inovação de Marketing ocorre quando o produto oferecido ao mercado apresenta mudanças no design, preço, embalagem e promoção. IV – A Inovação de Processo permite uma produção mais eficiente, com economia de recursos para a empresa. São corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II e IV. e) III e IV. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE O setor automobilístico vem passando por um período de recessão nos últimos anos, com redução significativa nas vendas de todas as grandes empresas do segmento. O consumidor por sua vez também não está nos seus melhores dias; conquistar bens de consumo como casas e carros está cada vez mais difícil, e por esse motivo eles têm optado por produtos de maior confiança no mercado. Se antes a troca de um carro era feita a cada ano, hoje os consumidores compram o item pensando em longo prazo (3 a 4 anos). Os novos produtos com alto grau de ino- vações têm maiores dificuldades de inserção no mercado, já que não fo- ram testados previamente pelos consumidores, que não querem gastar seu dinheiro com propagandas enganosas. A empresa FARD tem bons produtos no mercado, com tradições e excelência, porem com a crise tem visto suas vendas caírem a cada mês. A redução no número de vendas rapidamente gera uma crise interna com possíveis demissões. A diretoria da FARD só vê uma solução, buscar o crescimento por meio da 22 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S inovação de seus produtos. Pensando nas características do mercado e da empresa, seria melhor investir na inovação disruptiva ou na inovação incremental? TREINO INÉDITO Sobre inovação radical ou disruptiva é correto afirmar que: a) Existe a criação de novos mercados a partir dos produtos criados por esse tipo de inovação. b) Proporciona vantagens a médio e longo prazo para as empresas. c) O lançamento de um produto com inovação radical promove obriga- toriamente a descontinuidade de mercados já existentes. d) Seu principal objetivo é manter os paradigmas que já estão estabe- lecidos no mercado. e) Trata-se da incorporação de melhorias em produtos existentes. NA MÍDIA FORBES ELEGE AS EMPRESAS MAIS INOVADORAS DO BRASIL Todos os anos, a FORBES publica a lista das empresas mais inovadoras do Brasil. São companhias estrangeiras ou 100% nacionais que criaram e desenvolveram produtos e processos por aqui que fizeram a diferença e chamaram a atenção do mundo. Em 2018, entre as dez eleitas estão empresas das áreas de saúde, finanças, tecnologia, inovação, bebidas, agronegócio, comunicação, comércio eletrônico, mobilidade urbana e até de delivery. Todas elas se destacaram pela coragem de apresentar ideias inéditas e disruptivas, que certamente mudarão a forma como as coisas são feitas atualmente. A seguir a lista com as eleitas em ordem alfabética: 1) AMIL- Token pioneiro agenda consultas e diminui fraudes e burocracia. 2) CIELO- Device inédito é celular e máquina de pagamento ao mesmo tempo. 3) COIMMA- Sistema remoto pesa o gado no campo e envia dados em tempo real. 4) INOVABRA- Braço de inovação do Bradesco desenvolve fintech e assistente virtual. 5) PEPSICO- Centro de pesquisa coloca produtos mais saudáveis na prateleira. 6) RAÍZEN- Usina de biogás e inteligência artificial no agronegócio é destaque. 7) RAPPI- Bilionário “delivery de tudo” agora faz transações financeiras 23 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S via app. 8) VIVO- Braço de conteúdo lança pacotes para concorrer com Netflix e Spotify. 9) VTEX- Gurus do e-commerce criam linguagem de programação própria. 10) YELLOW- Bicicletas alugadas no modelo dockless começam a ro- dar em SP. Fonte: Revista Forbes Data: 28 dez. 2018. Leia a notícia na íntegra: https://forbes.uol.com.br/listas/2018/12/for- bes-elege-as-empresas-mais-inovadoras-do-brasil/#foto10 NA PRÁTICA O engenheiro de modo geral tem seu conhecimento acadêmico pauta- do em disciplinas contempladas pelas áreas de exatas,como cálculo e física. É são ensinados a tomar decisões assertivas baseados em calculo pré-estabelecidos. Porém ao sair para o mercado de trabalho, o profissional percebe que a bagagem deveria sem bem maior e que nem todas as decisões podem ser tomadas apenas usando números. O mercado de trabalho busca profissionais proativos, com noções de empreendedorismo e inovação em diversos setores. Conhecer sobre o mercado e as formas de inovar o produto/processo/serviço capaci- ta melhor o profissional para tomar decisões à frente dos problemas cotidianos da empresa. A leitura correta do mercado só pode ser feita se conhecermos formas de estudá-lo. Considerar a inovação um tema relevante e estudar suas causas e efeitos pode colocar o engenheiro de qualidade à frente dos demais profissionais da área. 24 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S ESTUDO DO MERCADO E DOS CONSUMIDORES Matriz de Ansoff A globalização é responsável por estimular a dinâmica do mer- cado. Nesse universo competitivo e acirrado, as estratégicas e produtos rapidamente se tornam obsoletas, fazendo com quem as pequenas e médias empresas percam cada vez mais espaço para as grandes cor- porações. A competitividade comercial é crucial para manter-se no mer- cado e a escolha das estratégias definidas pelas empresas são as prin- cipais responsáveis por alimentar essa discuta mercadológica. Ao longo dos anos vários empresários e pesquisadores bus- caram entender o mercado e ditar algumas regras para alcançar o su- cesso. Um desses estudiosos foi Igor Ansoff. Todas as recomendações até então buscavam olhar para as necessidades e desejos internos das empresas; Ansoff, no entanto, discordava das estratégias de mercado DESENVOLVIMENTOS DE NOVOS PRODUTOS P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S 25 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S usadas e afirmava que o ambiente externo e as decisões em relação a ele, eram tão ou mais importantes do que a estrutura interna. Foi somente nesse momento, que várias empresas passaram a considerar com maior interesse o mercado no qual estava inserida e ouvir as opi- niões do seu público-alvo. Baseado nas ideias propostas por Ansoff criou-se a Matriz de Ansoff (1979). Uma ferramenta usada para planejamento estratégico ou para o planejamento do marketing que possibilita estabelecer algumas direções importantes relacionadas ao mercado e os produtos, entre elas o desenvolvimento de novos produtos. A matriz de Ansoff é usada para promover um estudo do mercado, ou seja, para delimitar algumas oportunidades de crescimento dentro do setor no qual a empresa está inserida. A matriz de Ansoff faz a busca das possibilidades mercado- lógicas baseando-se em duas dimensões (mercado e produto) e em quatro estratégias distintas (penetração no mercado, desenvolvimento de mercado, desenvolvimento de produtos e diversificação), como pode ser observado na figura abaixo. Produtos Existentes Novos M er ca do s Ex is te nt e Penetração de mercado Desenvolvimento de novos produtos N ov os Desenvolvimento de novos mercados Diversificação Fonte: ANSOFF (1979). A penetração no mercado trabalha com a fidelização dos con- sumidores, fazendo com que os clientes ocasionais se transformem em clientes regulares e os regulares virem clientes intensivos do produto ou da empresa. O desenvolvimento de mercado ocorre à busca de clientes que não consumem normalmente produtos da empresa, ou seja, ocorre a alteração do público-alvo. Para alcançar tal objetivo é comum a inser- ção de novas marcas. A diversificação foca nas comunicações trata-se da estratégia arriscada que busca explicar a entrada da empresa em um determinado segmento ou a criação de um novo produto, com o intuído 26 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S de aumentar a credibilidade diante do consumidor. No desenvolvimento de novos produtos a empresa promove a fidelização do cliente regular ou ocasional pela introdução de produtos no seu portfólio. Nessa es- tratégia é importante promover campanha de marketing para lançar o produto no mercado. Além disso, é importante atenta-se ao desenvolvi- mento do produto propriamente dito, ter noção dos desejos do público, usar ferramentas capazes de garantir produtos de qualidade e reduz o tempo de execução do projeto. Quanto mais produtos lançados de forma consciente e assertiva no mercado, mais a empresa terá o holo- fote do setor. Como essa estratégia é o tema da unidade, daremos de enfoque em questões de tangem o desenvolvimento de novos produtos. O uso da matriz de Ansoff em momentos onde a empresa bus- ca inovar é essencial, porque a matriz permite cruzar informações sobre os produtos e os mercados, e definir melhor uma estratégia. Deve-se levar em consideração, por exemplo, os produtos que já fazem parte do portfólio da empresa e em quais mercados eles estão inseridos, além disso, verificar as possibilidades reais de incorporar novos produtos ao catálogo de produtos ou a necessidade de inserir a empresa dentro de outros mercados. O desenvolvimento de novos produtos é a estratégia mais pres- sionada socialmente dentro do universo empresarial, isso porque os consumidores asseiam por novidades o tempo todo e muitas vezes nem eles sabem o que estão buscando ou desejando. Nos últimos anos, a de- dicação ao setor de desenvolvimento tornou-se uma vantagem enorme competitiva e a grande missão da equipe responsável por essas ativida- des é reproduzir de forma palpável os desejos do consumidor. Nessa estratégia além de levar em conta os custos do desen- volvimento e da elaboração do produto propriamente dito, é importan- te considerar os custos envolvidos em comunicação e divulgação, que podem ir além das campanhas de marketing durante o lançamento do produto. A introdução de um produto totalmente novo ou com alto grau de inovação pode geram desconfiança em grande parte dos consumi- dores. Portanto é necessário educar o mercado para que ele possa ab- sorver esse produto, ações para validar a confiabilidade em um produto ainda desconhecido exige um grande investimento. O desenvolvimento de novos produtos nem sempre apresen- tam como resultado final um produto inexistente até então no mercado, 27 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S pode trazer aperfeiçoamentos, novas caraterísticas, melhorias tecnolo- gias, uma nova abordagem para outro setor, produtos não fabricados por aquela empresa especificamente e outros. Desde que sejam modifi- cações relevantes para a funcionalidade do produto pode ser entendido como desenvolvimento de um novo produto. Existem várias classificações para os tipos de novos produtos que podem ser desenvolvidos por uma empresa. Alguns autores divi- dem apenas em dois grupos distintos: aqueles que são novos para o mercado, que engloba produtos novos para os consumidores, e aqueles que são novos para a empresa, como o próprio nome já dizem são pro- dutos ainda não produzidos por aquela empresa, porem com concorren- tes similares no comércio. Devido às inúmeras fontes de inovação dentro de uma empre- sa adota-se normalmente uma classificação um pouco mais complexa, como a proposta por Booz, Allen e Hamilton (1982), onde os novos pro- dutos são divididos em nove grupos: a) Produto totalmente novo: são produtos quetrazem de fato uma inovação para aquela categoria de produto ou quando há a criação de uma categoria de produtos inexistentes. Exemplo: o primeiro com- putador. b) Produto de valor transferido: são aqueles produtos que quan- do lançados são associados a um produto de outra categoria, porém que tenha uma marca consolidada no mercado. Normalmente usam-se marcas ou associações com produtos de grande renome e prestigio, levando o consumidor a criar uma relação de confiança com o novo produto. Exemplo: a Lacta cria um sorvete sabor sonho de valsa, nesse caso a uma apropriação de todo o conceito e expectativas relacionadas ao bombom sonho de valsa. c) Extensão de linha: quando o desenvolvimento de novos pro- dutos origina um produto para complementar a linha já existente, pode ser pela inserção de novas versões, novos tamanhos, novas embala- gens. Exemplo: um mesmo modelo de celular com as mesmas configu- rações, porém com dois tamanhos de telas diferentes. d) Novas linhas de produtos: quando o desenvolvimento de novos produtos tem como objetivo ganhar novos mercados ainda não explorados pela empresa, o produto final é uma nova linha de produtos. Note que o produto é novo somente para a empresa em questão, po- rém não é novo para o mercado. Exemplo: a Fiat pensando na questão de hábitos saudáveis cria uma linha de bicicletas de alto desempenho, para atingir aquele público com dificuldade de mobilidade nas cidades e 28 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S que detesta ficar preso no trânsito. e) Produtos temporários: a categoria de produtos temporários remete aos produtos que são desenvolvidos especialmente para even- tos específicos ou datas comemorativas, e tem suas vendas limitadas a um curto espaço de tempo. Exemplo: um perfume desenvolvido ex- clusivamente para o dia das mães, uma edição limitada que não será vendida após o mês de maio. f) Melhoria de produto existente: essa categoria é representada por produtos desenvolvidos com o intuito de melhorar o desempenho do seu antecessor ou aumentar o valor comercial do mesmo. Nessa categoria após o lançamento no novo produto o anterior deixa de ser produzido. Exemplo: a atualização de um software qualquer g) Reposicionamento: o reposicionamento corre quando um produto começa a ser produzido ou desenvolvido para um público alvo que inicialmente não era o seu, ele então é direcionado para outros consumidores por meio de campanhas de marketing e possíveis mo- dificações básicas, que não interferem em nada o seu desempenho. Exemplo: o vídeo game, inicialmente era dirigido somente a criança, mas com o passar dos anos os jogos foram ficando cada vez mais reais e com melhor em desempenho, conquistando milhões de adultos em todo o mundo. h) Redução de custo: neste caso são produtos que foram de- senvolvidos a partir de alguma modificação nos processos, na matéria- -prima ou na redução de custos operacionais, trazendo uma diminuição real no valor do produto. Esses produtos apresentam desempenho se- melhante, porém com um custo reduzido. Exemplo: uma embalagem de acrílico para um relógio a substituição a de metal. Obviamente dentro de uma empresa o desenvolvimento de no- vos produtos pode representar uma ou mais categorias, já que repre- senta uma complexidade de ações. Dito isso o mesmo produto pode se enquadra em redução de custo e extensão de linha. Ou ser produto de reposicionamento e de valor transferido. O importante é que o desen- volvimento de novos produtos foque na melhoria contínua da qualidade dos seus produtos, na agregação de características com função de me- lhor seu valor de mercado e busque inovar sempre que possível. Segundo o INPI, no setor industrial estimasse que 10% dos lançamentos de novos produtos correspondem a produtos totalmente novos, 20% a novas linhas de produto, 26% são melhoria de produtos 29 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S já existentes, 26% extensão de linha, 11% redução de custo e 7% são produtos de reposicionamento. Tipos de consumidores Uma vez escolhida à estratégia de desenvolver novos produtos é preciso conhecer melhor os tipos de clientes existentes no mercado e entender melhor seu comportamento e sua relação com o lançamento do produto. Os diferentes comportamentos do consumidor nada mais são do que um reflexo do seu perfil na sociedade, algumas pessoas não têm medo de arriscar e gostam de experimentar coisas novas, outras, no entanto são mãos apegas ao tradicional e relutante em absorver mudanças. Essa variação comportamental é o que caracteriza os tipos de consumidores. Roger (1962) desenvolveu uma teoria para explicar melhor o comportamento dos clientes, chamada de difusão de inovação ou cur- va de adoção. De acordo com o estudo, os consumidores podem ser classificados em 5 categorias dependendo da demora para responder a presença de um novo produto no mercado. São elas: consumidores inovadores, consumidores visionários, consumidores pragmáticos, con- sumidores conservadores e consumidores retardatários. Consumidores inovadores são os primeiros a aderir às novida- des, gostam de assumir o risco, de serem os primeiros e estão sempre dispostos a introduzir novos produtos a sua rotina de vida. São res- ponsáveis por propagar as inovações pelo mercado e para os demais clientes. Representam cerca de 2,5% do total de consumidores. Apesar de representar um percentual pequeno de consumidores trata-se de um perfil extremamente participativo no mercado e são responsáveis por ditar as regras da inovação. Os adotantes iniciais ou consumidores visionários correspon- dem a 13,5% dos consumidores. Tem como referência os consumido- res inovadores e são os primeiros a ouvir sobre os novos produtos. Os dois grupos iniciais são formadores de opinião, logo suas experiências e expectativas atendidas em relação ao produto são fundamentais para criar uma relação de confiabilidade entre os demais perfis. Os três tipos de consumidores que restam são mais conservadores e menos suscep- tíveis a mudanças, portanto a opinião dos inovadores e dos visionários será que grande importância para superar o “abismo” que existe entre a inovação e os demais perfis. O perfil de consumidores pode ser representado por uma curva em formato de sino, o abismo é o espaço que separa as pessoas que 30 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S aderem facilmente ao novo produto (inovadores e adotantes iniciais) de clientes mais conservadores, que não são movidos pelo fascínio da inovação (pragmáticos, conservadores e retardatário). A maioria inicial ou pragmática é representada por 34% dos consumidores. São consumidores que esperam por opiniões sobe os produtos que foram lançados e ponderam sobrem às vantagens de ad- quiri-los ou não, ou seja, são consumidores que levam em consideração o histórico positivo de produto. Não são resistentes a novidades, porém tem a necessidade de saber se o produto atende as expectativas e se os outros consumidores aprovaram. A maioria tardia ou conservadores normalmente são consumi- dores que não pagam a mais só para ter o produto do momento, são muito sensíveis ao fator preço. Além disso, não gostam de mudanças e preferem os produtos já consolidados no mercado. É importante que as empresas consigam atingir esse perfil, pois representa 34% dos con- sumidores. Com o passar do tempo, os consumidores conservadores começam a adquirir o produto devido à redução de preços e sua perma- nência do mercado. Os consumidores retardatários ou céticos são caracterizados por consumidores inseguros quando se trata deinovação, não seguem modismos, não gostam de experimentas coisas novas. Esse perfil so- mente adota um novo produto quando não há alternativa ou quando o produto nem é dito como novo mais. São representados por 16% do to- tal de consumidores, normalmente pessoas alheias às mídias sociais ou canais de comunicação, impossibilitando que estratégias de marketing alcance esse grupo. Ao lançar um produto é importante pensar com cautela nos perfis de consumidores que a empresa deseja atingir no momento. É recomendado que as campanhas de marketing sejam desenvolvidas de forma a atender a ordem cronológica de consumo, portanto as pri- meiras campanhas são voltadas para os inovadores e os visionários, e somente então são criadas para estabelecer uma relação com os outros perfis. O tempo que o produto leva para atingir todos os públicos é muito relativo, depende do produto, do grau de inovação, do perfil da empre- sa, do público-alvo. Para alguns produtos são questão de dias, outros, no entanto levam meses para atingir todos os perfis de consumidores. DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS A rápida evolução do mercado nos últimos anos promoveu a necessidade de dinamizar a forma pela qual novos produtos eram de- 31 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S senvolvidos. Aos poucos as empresas perceberam que o lançamento de um novo produto ia muito além de aumentar os lucros e alcançar ou- tras fatias do mercado, era fundamental para sobrevivência da empresa no acirrado mercado globalizado. Diante da necessidade de implementação do desenvolvimento de novos produtos nas empresas de forma mais eficientes, dinâmica e organizada surgiram várias abordagens distintas, como por exemplo, o desenvolvimento de novos produtos como um processo de negócio (Clark e Fujimoto, 1991), a engenharia simultânea aplicada a desenvol- vimento de novos produtos (Prasad, 1996), o funil de desenvolvimento de produtos (Clark e Wheelwright, 1993) e um modelo com fases bem definidas do processo de desenvolvimento de novos produtos (COO- PER, 2001). Obviamente esse foi só o começo das melhorias que es- tariam por vir ao longo dos anos e ferramentas capazes de facilitar a organização das etapas de desenvolvimento de novos produtos não pararam de surgir no mercado. Para que ocorra o desenvolvimento de novos produtos seja lá qual for o setor de atuação da empresa é necessária uma série de ações bem estruturadas, com objetivos claros e decisões assertivas; tudo isso arquitetado por uma equipe multidisciplinar tendo o desafio de transformar a necessidade do mercado em produtos palpáveis. O desenvolvimento de novos produtos pode ser dividido em três macros fases com atividades e objetivos distintos e bem definidos. A execução de cada conjunto de atividades viabiliza a sistematização e facilita o controle dos processos envolvidos em cada etapa. Segun- do Rozenfeld et al., (2006) as macro fases são: pré-desenvolvimento, desenvolvimento e pós-desenvolvimento. Além da divisão em macro fa- ses, alguns autores propõe a realização de Gates ao final de cada fase dentro da macro fases. Na figura abaixo é possível observar a aplicação de Gates no processo prático de desenvolvimento de novos produtos. O Stage-Gate (COOPER, 2001) é uma ferramenta bastante útil para gerenciar as etapas durante o desenvolvimento de novos produtos. De forma bem simplificada pode ser entendido como questionamentos com o intuito de avaliar a evolução e a viabilidade do projeto ao fim de cada ciclo de atividades. São responsáveis por apontar e auxiliar no controle de falhas, permitindo correção imediata e tornando o processo mais eficiente. 32 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S Macro fase Fase Gates Pré-desenvolvimento Identificação e seleção das oportunidades Qual a necessidade do mercado? Geração de conceito do projeto O produto tem valor comercial? Avaliação do conceito Deveria tentar desenvolver o projeto? Desenvolvimento Projeto informacional As especificações do projeto atendem os requisitos do cliente? Projeto conceitual Existe tecnologia viável para produção do projeto? Projeto detalhado As necessidades do consumidor estão presentes no produto? Preparação da produção O projeto está sendo desenvolvido como planejado? Lançamento O produto deve ser lançado? Pós-desenvolvimento Acompanhamento do produto e processo O produto está sendo disponibilizado com qualidade? Descontinuidade O produto ainda está gerando lucros? Aplicação de Gates no desenvolvimento de novos produtos. Pré-desenvolvimento A macro fase de pré-desenvolvimento é marcada pela defini- ção das estratégias, pela geração de ideias em relação ao novo produto e por imprimir as necessidades do consumidor no projeto. Trata-se de estudos prévios do mercado para entender melhor o produto que será desenvolvido. Essa macro fase sobre grande influência e dependência das informações coletadas no mercado, das tecnologias usadas e en- tender esses dados e da organização estrutural da empresa e da equipe 33 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S de desenvolvimento de novos produtos. O pré-desenvolvimento tem chamado cada vez mais atenção de empresas e pesquisadores, isso porque o insucesso de um novo produto muitas vezes está ligado ao fato do produto ou serviço não imprimir ou possuir aquilo que o cliente/consumidor almeja inicialmente. Existe uma dificuldade de entender os desejos do consumidor e tradu- zi-los em especificações técnicas para o produto, tornando essa etapa ineficaz para o projeto, além disso, informações obtidas no mercado ge- ram alto grau de incerteza devido à falta de sistematização do processo (COOPER, 2001). A ideia do funil de desenvolvimento de produtos proposta ini- cialmente por Clark e Wheelwright (1992) começou então a ganham força a aplicação dentro das empresas, como uma forma de maximizar e orientar a macro fase de pré-desenvolvimento. O funil de inovação apresenta uma dinâmica de integração entre as diversas áreas que tan- gem o desenvolvimento de novos produtos. Segundo os autores, era necessário considerar além das expectativas e desejos do mercado era importante também atentar-se para os objetivos do projeto e para as tecnologias disponíveis para torná-lo viável, ou seja, era necessário criar uma ligação direta entre a equipe de planejamento e a equipe de execução do projeto. Existem vários modelos de referência para apoiar as ações da empresa nessa macro fase (Cooper, 2001; Koen Et Al.,2002; Rozenfeld Et Al.,2006), porém vamos estudar mais detalhadamente o modelo pro- posto por Crawford e Benedetto (2006) por ser um modelo mais com- pleto e descrever melhor as fases do pré-desenvolvimento, bem como as ferramentas que podem ser usadas. Usando o modelo citado como referência, a macro fase de pré-desenvolvimento pode ser dividida em três fases: I. Identificação e seleção de oportunidades para o produto. II. Geração de conceito para o projeto. III. Avaliação do conceito. A fase I trata do planejamento estratégico de novos produtos. Esse planejamento pode ser pautado em anseios do mercado, em su- gestões internas ou externas, na necessidade de alterar processos tec- nológicos ou substituição de matérias prima, por exemplo. Nessa fase além de coletar e documentar todas as oportunidades deve-se avaliá- -las e classificá-las de acordo com critérios pré-estabelecidos. Na geração de conceito (fase II) são trabalhadas as oportuni- dades identificadas na fase anterior. Essa fase é responsável por um banco de conceito de novos produtos, que vão desde ideiassuperficiais e abstratas até a elaboração de protótipos funcionais. Na terceira e últi- 34 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S ma fase ocorre à avaliação dos conceitos gerados englobando critérios técnicos, comerciais e financeiros. É uma etapa muito importante e res- ponsável por definir quais projetos passarão para a próxima macro fase (a macro fase de desenvolvimento). A taxa de fracasso no lançamento de um novo produto varia de 35 a 45% em marcados americanos, existem forte indícios de que no Brasil esse percentual seja ainda mais alarmante. Além de todo recurso financeiro que é perdido durante o desenvolvimento ineficiente de um produto, ainda tem a perda de tempo útil da equipe de desenvolvimento, que poderia estar trabalhando em outros projetos. Desenvolvimento Na macro fase de desenvolvimento são executadas as ativi- dades ligadas a geração do produto em si. Normalmente tem início no desenvolvimento do escopo do projeto, na delimitação das caracterís- ticas essenciais e dos requisitos primordiais. Várias atividades estão inclusas nessa macro fase como por exemplo, o processo de produção, protótipo, embalagem, definição de especificações técnicas, verificação da qualidade do produto, teste do conceito e outros. De acordo com Rozenfeld et al., (2006) a macro fase de desen- volvimento pode ser definida em cinco fases distintas: I. Projeto Informacional; II. Projeto Conceitual; III. Projeto Detalhado; IV. Preparação da produção do produto; V. Lançamento. O projeto informacional busca definir os requisitos dos clientes, bem como os requisitos dos produtos. As especificações estabelecidas funcionaram como um guia para as próximas fases. Fonseca (2000) divide o projeto informacional em cinco etapas: a) Identificação das necessidades do cliente: tais necessida- des podem abranger aspectos físicos, sociais ou humanos e pode ser realizadas por meio de pesquisas bibliográficas, simulações, consultoria de especialistas e outros. b) Estabelecer os requisitos dos clientes: traduzir as necessi- dades dos consumidores para a linguagem da engenharia, para isso 35 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S deve-se contar com a especificidade da equipe multidisciplinar. c) Estabelecer os requisitos do projeto: de posse dos requisi- tos do cliente já traduzidos para a linguagem operacional é necessário classificá-los em grupos ou por ordem numérica, respeitando uma prio- ridade pré-estabelecida de importância. d) Hierarquização dos requisitos do projeto: nessa etapa são usadas ferramentas como o Desdobramento da Função Qualidade (QFD), que será vista com mais detalhes no próximo capítulo. A matriz da casa de qualidade é essencial para mensurar os desejos do cliente em características reais do produto. e) Estabelecer as especificações do produto: listar todos os objetivos que devem ser alcançados com o desenvolvimento do novo produto. No projeto conceitual, admite as especificações de projeto, de- terminadas na macro fase anterior e associa quais funções o produto deverá ter, tento em vista as especificidade relatadas na última fase do projeto informacional. Essas informações não se limitam somente aos desejos do consumidor, está relacionada como toda a experiência de manipulação e utilização do produto, produção sustentável, processos envolvidos, tecnologias disponíveis, entre outros. O objetivo principal dessa fase é a partir da identificação das funções gerarem soluções para garantir que o desejo do consumidor seja alcançado e fornecer uma base solida para a implementação do projeto detalhado. Uma das ferramentas comumente utilizadas nessa fase é a análise de valor ou engenharia de valor e a FAST (Functional Analysis System Thechni- que). Como resultado dessa fase tem-se soluções pré-estabelecidas e devidamente revisadas que dão suporte para a execução do produto. É na etapa III (projeto detalhado) que ocorre o planejamen- to dos processos envolvidos na fabricação, montagem e embalagem, além de avaliações ergonômicas no produto. Ocorre o detalhamento de subsistemas e componentes, desenhos com tolerância, protótipos práticos, criação da rede de fornecedores, planejamento do fim da vida do produto e homologação do produto. A fase de preparação para produção (fase IV) é responsável pela fabricação do lote piloto, pela verificação da instalação e do bom funcionamento dos equipamentos, além de verificar os processos en- volvidos na produção. A etapa de preparação serve para certificar e oti- mizar todas as etapas que cercam a fabricação do produto, bem como certificar o treinamento da equipe de produção responsável pelo pro- duto. Ainda nessa etapa há a elaboração e o planejamento inicial de campanha de marketing para o lançamento do novo produto. A fase de lançamento é voltada para o desenvolvimento de 36 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S políticas de vendas, distribuição, alocação no mercado, publicidade, marketing, atendimento ao cliente e assistência técnica. Além disso, cui- dados com a preparação da produção e processos devem ser tomados para garantir o fornecimento de um produto com qualidade desejada. Ao encerrar a macro fase de desenvolvimento o produto está finalizado como todas as informações técnicas disponíveis para fabri- cação em larga escala e com as devidas ações de marketing para o lançamento já concluído. Pós-desenvolvimento A macro fase de pós-desenvolvimento é estruturada em duas etapas básicas: I. Acompanhamento do produto e dos processos; II. Descontinuidade do produto; Enquanto a primeira trata de garantir a qualidade do produto e processos no pós-venda, possibilitando a identificação de falhas, suge- rindo alterações e elaborando relatórios periódicos sobre o desempe- nho econômico e aceitabilidade do produto, a segunda trata de planos ou relatórios da retirada desse produto do mercado, assim que houver a necessidade. CICLO DE VIDA DO PRODUTO O ciclo de vida de um produto é entendido como um modelo matemática usando para acompanhar um produto desde seu lançamen- to até a saída do mercado. Esse espaço de tempo é definido matemati- camente por parâmetros pré-estabelecidos e vem se tornando cada vez mais curto devido às exigências do mercado. O lançamento contínuo de novos produtos é uma das diretrizes para obter vantagem competitiva em qualquer setor industrial. O modelo proposto para o ciclo de vida de um produto é re- presentado por uma curva em S e pode ser definido em quatro fases basicamente: introdução, crescimento, maturidade e declínio. É importante ressaltar que apenar do modelo sempre ter o for- mato em S, as fases e a duração das mesmas podem apresentar dife- renças dependendo do propósito em questão (PORTER, 1986). 37 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S A seguir um esquema ilustrado do ciclo de vida de um produto genérico. Os estágios ou fases levam em conta o desempenho das ven- das do produto no mercado, assim podemos delimitar cada estágio com base no rendimento do produto frente aos consumidores. Fonte: PORTER (1986) A introdução é marcada pela dificuldade de penetração no mer- cado, onde a maioria dos consumidores ainda está ponderando sobre a necessidade de adquirir ou não aquele produto. Por isso nessa fase é importante investir em campanha publicitarias e divulgação maciça do produto para o público-alvo. Nessa fase o lucro pode ser bem pequeno. No estágio de crescimento o produto já atingiuo público-alvo e a empresa começa a buscam alcançar outras fatias do mercado, que não pertenciam ao público inicial. O produto já está consolidado para a maioria dos consumidores. Nessa fase as campanhas de marketing fun- cionam apenas como suporte para impulsionar as vendas do produto. É comum nessa fase em se tratando de novos produtos, que apareçam concorrentes similares. O importante é manter a qualidade final do pro- duto e não deixar de investir para permanecer nessa fase pelo maior tempo possível. A fase de maturidade inicia-se logo após o produto obter seu crescimento máximo. É natural que após os altos picos de lucrativida- de obtidos no estágio anterior, o produto mantenha uma estabilidade. Todos os públicos possíveis já foram atingidos e não é possível que o produto cresça mais naquele nicho de mercado. Poderão ocorrem redu- ções pontuais nos lucros do produto, nada significativo, porém é impor- tante manter os investimentos na qualidade do produto e no marketing, para que a fase de declínio não seja antecipada. Normalmente o estágio de maturidade tende a ser o estágio de maior duração de um produto. O último estágio do ciclo de vida de um produto é o declínio. Introdução Crescimento Maturidade Declínio Ve nd as d a In dú st ria Tempo 38 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S Marcado por quedas sucessivas de faturamento e vendas. Nesse mo- mento é comum a retirada do produto do mercado e o desenvolvimento de novos produtos para substituí-lo ou melhorar seu desempenho. É o fim da estabilidade do produto e um momento crucial na tomada de decisão com relação à estratégia comercial escolhida pela empresa. Inúmeras são as razões que impulsionam o fim do ciclo de vida de um produto, o surgimento de um novo produto mais eficiente ou que atenda melhor as necessidades dos clientes, a perda de valor comercial do produto e outras demandas dos consumidores naquele momento são algumas delas. Para entender melhor os estágios de um novo produto vamos detalhar uma situação hipotética. Uma empresa cria um aplicativo de treino funcional que se adapte ao local onde o cliente está e ao tempo disponível para realizar a atividade, além e levar em consideração o histórico de treino que já foi realizado na semana. No primeiro momento a empresa permite o download do aplicativo de forma gratuita e seu lan- çamento é feito em parceria com academias renomadas para incentivar e disseminar seu uso, além disso, campanhas serão feitas em todas as redes sociais. Essa corresponde à introdução do produto no mer- cado. Com o passar do tempo o download deixará de ser gratuito ou induzirá o consumidor a optar pelo premium. Com isso os lucros iram aumentar consideravelmente com o aumento do número de download. Agora além de focar em pessoas que já estão inseridas em academias, o aplicativo atinge também donas de casas, que veem com bons olhos a possibilidade de treinar sem sair de casa. Esse novo nicho de mercado é alcançado porque o marketing em cima da divulgação do produto não aconteceu somente na introdução. No estágio atua de crescimento é preciso investir no suporte do aplicativo, corrigir possíveis falhas devido ao grande número de acessos e buscar satisfazer o cliente. Na maturi- dade observa-se uma pequena oscilação entre o número de download realizado no mês, mas nada que seja preocupante. Os clientes ainda são fiéis ao seu produto, porém já existem no mercado outros aplicati- vos semestres que oferecem o mesmo serviço por um preço menor. É nesse momento que devem ser estudadas estratégias para manter a estabilidade do produto por mais tempo, sejam por meio de campanhas publicitárias, criação de novas funcionalidades nos aplicativos, novos treinos, promoções, é importante manter o produto o maior tempo pos- sível na fase de maturidade. A escolha da estratégia correta de mercado faz com que a maturidade do produto se estenda por vários meses. No entanto é chagado o momento em que os downloads sofrem uma queda vertiginosa e nem mesmo investimentos em marketing e modificações no aplicativo serão suficientes para mudar a realidade. Competir com 39 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S os concorrentes ou tentar convencer o consumidor a respeito do valor daquele produto se torna inviável. Trata-se da última fase do ciclo de vida do produto, o declínio. É importante conhecer as fases do seu produto para tomar decisões assertivas em relação às estratégias comerciais da empresa. Conhecendo melhor os estágios que representam o ciclo de vida de um produto é possível estabelecer em qual deles o produto se encontra e escolher o melhor caminho a seguir. Talvez o produto só precise de in- vestimento em publicidade e gestão da qualidade ou talvez seja a hora de desenvolver novos produtos para ocupar aquele setor. 40 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2010 Banca: FGV Órgão: CAERN Prova: Engenharia de Pro- dução Nível: Superior. Em relação ao ciclo de vida de um projeto, analise as afirmativas a seguir: I. A correta análise do ciclo de vida determina o que foi, ou não, feito pelo projeto. II. O ciclo de vida avalia como o projeto está progredindo até o momento. III. A principal consideração a ser analisada no ciclo de vida do projeto é o nível de esforço. Assinale: a) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. b) Se nenhuma afirmativa estiver correta. c) Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. d) Se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. e) Se todas as afirmativas estiverem corretas. QUESTÃO 2 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: EBSERH Prova: Assistente Social Nível: Médio. Observe o gráfico abaixo: O gráfico corresponde ao conceito de Ciclo de Vida do Produto. As etapas desse ciclo correspondem a: a) I- lançamento; II- crescimento; III- maturidade; IV- senilidade. b) I- introdução; II- crescimento; III- estabilidade; IV- declínio. c) I- lançamento; II- maturidade; III- estabilidade; IV- senilidade. d) I- introdução; II- crescimento; III- maturidade; IV- declínio. e) I- lançamento; II- maturidade; III- senilidade; IV- declínio. 41 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S QUESTÃO 3 Ano: 2017 Banca: UFES Órgão: UFES Prova: Engenheiro Nível: Su- perior. O Projeto de Produtos e Serviços: a) É o projeto da linha de produção que entregará o produto desejado conforme as especificações. b) É o projeto do portfólio de produtos entregues por uma organização. c) É o projeto dos quesitos de qualidade e de pós-venda ao cliente. d) É o processo de definição da especificação dos produtos e/ou ser- viços, a fim de se atender a uma necessidade específica do mercado. e) É o projeto de obtenção da especificação qualitativa de um produto ou serviço. QUESTÃO 4 Ano: 2018 Banca: FCM Órgão: IFN-MG Prova: Administração Nível: Superior. No que se refere aos conceitos e surgimento da segmentação de mercado, é incorreto afirmar que: a) O processo de segmentação visa dividir mercados homogêneos em pequenos grupos, que sejam formados por consumidores heterogêneos entre si. b) A atitude de uma empresa de não segmentar o mercado significa que ela faz uso da estratégia de marketing único ou não diferenciado. c) O processo de divisão de um mercado visa criar subconjuntos dis- tintos de consumidores, com necessidades ou características comuns. d) A necessidade de dividir o mercado surge da existência de diferençasentre os consumidores, a partir das quais são criados grupos e desen- volvidos compostos de marketing específicos. e) A necessidade de segmentação foi também favorecida pela concor- rência. Com o objetivo de evitá-la, os profissionais de marketing busca- ram novos grupos de consumidores, ainda não atendidos, o que ocasio- nou a formação de novos segmentos. QUESTÃO 5 Ano: 2017 Banca: UFES Órgão: UFES Prova: Engenheiro Nível: Su- perior. O ciclo de vida de produtos relaciona-se ao: a) Histórico do produto, desde sua criação até a sua retirada do mercado. b) Trabalho de criação do produto, desde o seu projeto até o término de sua produção na organização. c) Projeto de criação do produto na organização, bem como às even- tuais revisões necessárias durante a sua produção. 42 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S d) Ciclo de vida do produto, do ponto de vista dos clientes, que são a razão de existir dos produtos. e) Ciclo de produção propriamente dito. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Uma empresa de refrigerante tem visto suas vendas caírem considera- velmente nos últimos anos, mesmo fornecendo produtos de excelente qualidade e preços acessíveis ao público-alvo. Independente de ações de marketing e publicidade as vendas continuam num declínio linear. A equipe de desenvolvimento de novos produtos, pensando num projeto de rápida execução, sugere a incorporação de um refrigerante com sa- bor exótico e ainda não disponível no mercado no portfólio da empre- sa. O projeto é então desenvolvido e lançado no mercado em tempo recorde. O novo refrigerante não chega nem perto de atingir as vendas esperadas para um nome produto. Aponte uma das possíveis falhas da equipe de desenvolvimento na execução desse projeto. TREINO INÉDITO A geração de ideias para um novo produto pode vir de fontes externas ou internas à empresa. O trecho a seguir retrata uma técnica de obten- ção de novas ideias. “É o momento de falar tudo o que vem na cabeça sobre o produto ou assunto, as primeiras coisas que surgirem... pode ser palavras, expres- sões, opiniões, ponto de vista, uma tempestade de ideias... tudo é vali- do, nesse momento não existe hierarquia. É uma reunião informal com o intuito de criar um banco de sugestões para o novo projeto”. O trecho acima diz respeito a qual técnica aplicada no desenvolvimento de novos produtos? a) Questionário apresentado aos consumidores. b) Pesquisa on-line com o intuito de atingir o maior público possível. c) Discussões em grupo. d) Brainstorming. e) Reunião com executivos e acionistas da empresa para nortear o pro- jeto. NA MÍDIA KLABIN APOSTA NO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS 100% BIODEGRADÁVEIS 43 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S De olho em ampliar sua participação no mercado de alimentos, a Kla- bin deu início à segunda etapa de seu programa de pesquisa e desen- volvimento. Nesse ciclo, a companhia planeja investir R$ 32 milhões na construção de um parque de plantas piloto em Telêmaco Borba, no Paraná. O objetivo é produzir, em pequena escala, as tecnologias de- senvolvidas no novíssimo centro de inovação. Inaugurado há um ano, o laboratório consumiu R$ 70 milhões em investimentos, o retorno é es- perado nos próximos anos, já que a empresa busca atender a enorme parcela da população que busca por hábitos de vida mais saudáveis, incluindo os produtos que são consumidos. O mais novo produto da companhia é o KlaCup Bio, um copo produzido com fibras de pínus e eucalipto e sem aplicação de polietileno. Fonte: Época Negócios Data: 09 jan. 2019. Leia a notícia na íntegra: https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2019/01/klabin- -aposta-no-desenvolvimento-de-produtos-100-biodegradaveis.html NA PRÁTICA O engenheiro de qualidade é o responsável por associar os desejos do consumidor às especificidades técnicas do produto, tornando-as pos- síveis e garantir de todo o processo dê origem a produtos com menor número de falhas. Pensando nisso é essencial que esse profissional participe de todas as etapas do desenvolvimento de novos produtos. Em resumo esse profissional atua nas áreas de projeto, produção e pós-venda de um produto, sempre buscando introduzir os requisitos do cliente como um ponto estratégico no desenvolvimento do mesmo. Para realizar estas funções, o Engenheiro de Qualidade necessita ter conhe- cimentos sobre técnicas de gestão, incluindo domínio sobre as normas e ferramentas de qualidade aplicadas ao projeto, tendo como objetivo subsidiar o um procedimento robusto no desenvolvimento de novos pro- dutos, visando maximizar a satisfação do cliente, a redução de tempo e custo destinados ao projeto. 44 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S PLANEJAMENTO AVANÇADO DA QUALIDADE DO PRODUTO (APQP) É um manual composto por várias etapas como o objetivo de auxiliar na qualidade final do produto por meio do direcionamento du- rante as etapas de desenvolvimento de novos produtos (APQP, 2008). Entre seus inúmeros benefícios estão: direcionar recursos para melhor atender o cliente, identificar alterações de forma antecipada, fornecer produtos de qualidade e reduzir o tempo do projeto de desenvolvimento. A metodologia quando aplicada na prática tem como objetivo gerenciar e acompanhar o planejamento e a execução das etapas e processos de desenvolvimento de novos produtos, para tal são esta- belecidas algumas atividades e procedimentos capazes de alcançar os objetivos propostos (APQP, 2008). FERRAMENTAS DE GESTÃO DE DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S 45 P LA N E JA M E N TO E ST R A TÉ G IC O E A N Á LI SE D E D E SE N V O LV IM E N TO D E N O V O S P R O D U TO S - G R U P O P R O M IN A S O APQP não elimina de maneira alguma os cronogramas de planejamento elaborados durante as fases de desenvolvimento de no- vos produtos, apenas completa os documentos descrevendo possíveis atividades em cada fase. A estrutura básica do manual de APQP é definida por cinco estágios, de acordo com Chrysler, Ford e GM (2008): I. Planejamento; II. Desenho e desenvolvimento do produto; III. Desenho e desenvolvimento do processo; IV. Validação do produto e processo; V. Produção, retroalimentação, avaliação e ação corretiva. O estágio de planejamento tem como objetivo buscar as ex- pectativas e necessidades dos clientes para planejar o programa de de- senvolvimento de novos produtos. Entre as atividade possiveis desse estágio podemos citar: - Pesquisa de mercado; - Projeto de plano de negócio; - Estimativa de confiabilidade do produto; - Definição do produto; - Análise crítica do plano de desenvolvimento. No estágio de desenho e desenvolvimento de produto, inicia- -se a elaboração de protótipos com a função de alinhar o que está sen- do produzido com as expectativas dos clientes. São atividades deste estágio: - Elaboração da Análise de modo e efeito de falhas potencial (FMEA) de desing; - Verificação e revisão do projeto de desenvolvimento de novos produtos; - Elaboração de desenhos de engenharia, definição dos mate- riais, equipamentos, ferramentas e dispositivos; - Análise de viabilidade e compromisso da equipe. O estágio 3 tem como missão o desenvolvimento de processos que serão usados para garantir que os produtos tenham as carcateristi- cas desejadas pelos clientes. As atividades mais comuns no estágio de desenho e desenvolvimento do processo são: 46 P LA
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